Motivos de interrupção do tratamento com imunoterapia subcutânea
Curriculum Vitae para Exame da Especialidade de Imunoalergologia
1.
CENTRO
HOSPITALAR
DE
SÃO
JOÃO,
E.P.E.
SERVIÇO
DE
IMUNOALERGOLOGIA
DIRETOR:
DR.
JOSÉ
LUÍS
PLÁCIDO
CURRICULUM
VITAE
FORMAÇÃO
ESPECÍFICA
DE
IMUNOALERGOLOGIA
FEVEREIRO
DE
2014
NATACHA
LOPES
DOS
SANTOS
INTERNA
DE
FORMAÇÃO
ESPECÍFICA
DE
IMUNOALERGOLOGIA
ORIENTADOR
DE
FORMAÇÃO:
PROF.
DOUTOR
JOSÉ
CASTELA
TORRES
DA
COSTA
2.
3. CURRICULUM
VITAE
i
O
presente
Curriculum
Vitae
destina-‐se
à
Prova
de
Avaliação
Final
do
Internato
Complementar
de
Imunoalergologia.
Porto,
10
de
fevereiro
de
2014,
A
Interna
_____________________________________________________
(Dra.
Natacha
Lopes
dos
Santos)
O
Orientador
de
Formação
_____________________________________________________
(Prof.
Doutor
José
Torres
da
Costa)
O
Diretor
de
Serviço
_____________________________________________________
(Dr.
José
Luís
Plácido)
4.
NATACHA
SANTOS
ii
5. CURRICULUM
VITAE
iii
ÍNDICE
Introdução
..............................................................................................................................................................
1
Nota
Biográfica
.....................................................................................................................................................
2
Resumo
Curricular
..............................................................................................................................................
3
ESTÁGIOS
DE
IMUNOALERGOLOGIA
GERAL,
DO
ADULTO
E
FINAL
..............................
7
Descrição
do
Serviço
de
Imunoalergologia
.................................................................................................
9
Atividade
Assistencial
.....................................................................................................................................
12
Consulta
Externa
................................................................................................................................................................
12
Serviços
de
Atendimento
Urgente
.............................................................................................................................
21
Atendimento
Não
Programado
..............................................................................................................................
21
Via
Verde
..........................................................................................................................................................................
22
Serviço
de
Urgência
.....................................................................................................................................................
22
Consulta
Interna
...........................................................................................................................................................
23
Internamento
......................................................................................................................................................................
25
Áreas
Específicas
...............................................................................................................................................................
26
Área
de
Alergia
Alimentar
........................................................................................................................................
26
Área
de
Alergia
a
Fármacos
.....................................................................................................................................
28
Área
de
Alergia
a
Veneno
de
Himenópteros
....................................................................................................
31
Consulta
de
Patologia
Ocupacional
......................................................................................................................
32
Consulta
de
Imunodeficiências
Primárias
.........................................................................................................
33
Laboratório
de
Exploração
Funcional
Respiratória
...........................................................................................
36
Outros
procedimentos
de
diagnóstico
e
terapêutica
.........................................................................................
37
Testes
Cutâneos
............................................................................................................................................................
37
Imunoterapia
Específica
...........................................................................................................................................
37
Provocações
Específicas
............................................................................................................................................
38
Contributos
para
o
Serviço
de
Imunoalergologia
..................................................................................
39
Contributos
para
o
desenvolvimento
científico
...................................................................................................
39
Contributos
para
a
atualização
de
conhecimentos
e
formação
.....................................................................
39
Contributos
para
a
melhoria
da
organização
e
atividade
assistencial
.......................................................
39
Outros
contributos
............................................................................................................................................................
41
Estágio
no
Hospital
Mount
Sinai
..................................................................................................................
43
Introdução
............................................................................................................................................................................
43
Objetivos
...............................................................................................................................................................................
43
Hospital
Mount
Sinai
e
Serviço
de
Alergia
e
Imunologia
Clínica
..................................................................
44
Jaffe
Food
Allergy
Institute
......................................................................................................................................
44
Primary
Immunodeficiency
Program
..................................................................................................................
48
Atividade
Científica
..........................................................................................................................................................
49
Comentários
.........................................................................................................................................................................
50
6.
NATACHA
SANTOS
iv
ESTÁGIO
DE
IMUNOALERGOLOGIA
DOS
GRUPOS
ETÁRIOS
PEDIÁTRICOS
................
53
Introdução
...........................................................................................................................................................
55
Atividade
assistencial
......................................................................................................................................
56
Consulta
Externa
...............................................................................................................................................................
56
Hospital
de
Dia
...................................................................................................................................................................
59
Laboratório
De
Exploração
Funcional
Respiratória
...........................................................................................
60
Serviço
de
Urgência
/
Permanência
de
Imunoalergologia
..............................................................................
61
Procedimentos
Efetuados
..............................................................................................................................................
62
Atividade
Científica
e
de
Formação
............................................................................................................
63
Comentários
........................................................................................................................................................
64
ESTÁGIO
DE
LABORATÓRIO
DE
IMUNOLOGIA
.........................................................
65
Introdução
...........................................................................................................................................................
67
Atividade
Laboratorial
....................................................................................................................................
68
Setor
de
Imunoalergologia
............................................................................................................................................
68
Setor
de
Autoimunidade
................................................................................................................................................
69
Setor
de
Imunoquímica
..................................................................................................................................................
70
Setor
de
Imunidade
Celular
e
Imunofenotipagem
..............................................................................................
71
Setor
de
Inflamação
das
Vias
Aéreas
........................................................................................................................
72
Atividade
Científica
..........................................................................................................................................
76
Comentários
........................................................................................................................................................
77
OUTROS
ESTÁGIOS
CLÍNICOS
...................................................................................
79
Estágio
de
Pediatria
Médica
..........................................................................................................................
81
Introdução
............................................................................................................................................................................
81
Atividade
Assistencial
.....................................................................................................................................................
81
Atividade
Científica
..........................................................................................................................................................
85
Comentários
........................................................................................................................................................................
85
Estágio
de
Medicina
Interna
..........................................................................................................................
87
Introdução
............................................................................................................................................................................
87
Atividade
Assistencial
.....................................................................................................................................................
87
Atividade
Científica
..........................................................................................................................................................
91
Comentários
........................................................................................................................................................................
91
Estágio
de
Pneumologia
..................................................................................................................................
92
Introdução
............................................................................................................................................................................
92
Atividade
Assistencial
.....................................................................................................................................................
92
Atividade
Científica
..........................................................................................................................................................
97
Comentários
........................................................................................................................................................................
97
Estágio
de
Otorrinolaringologia
..................................................................................................................
99
Introdução
............................................................................................................................................................................
99
Atividade
Assistencial
.....................................................................................................................................................
99
Atividade
Científica
.......................................................................................................................................................
102
Comentários
.....................................................................................................................................................................
102
Estágio
de
Dermatologia
..............................................................................................................................
103
Introdução
.........................................................................................................................................................................
103
Atividade
Assistencial
..................................................................................................................................................
103
Atividade
Científica
.......................................................................................................................................................
108
Comentários
.....................................................................................................................................................................
108
7. CURRICULUM
VITAE
v
ATIVIDADE
CIENTÍFICA
E
DE
FORMAÇÃO
...............................................................
111
Formação
Complementar
............................................................................................................................
113
Cursos
de
formação
pós-‐graduada
.........................................................................................................................
113
Outros
cursos
...................................................................................................................................................................
116
Participação
em
Congressos
/
Reuniões
Científicas
.......................................................................................
116
Projetos
de
Investigação
..............................................................................................................................
118
Prémios
e
Bolsas
.............................................................................................................................................
124
Trabalhos
científicos
premiados
.............................................................................................................................
124
Bolsas
de
Estudo
.............................................................................................................................................................
125
Publicações
.......................................................................................................................................................
126
Livros
/
Capítulos
de
livros
........................................................................................................................................
126
Em
Texto
Completo
.......................................................................................................................................................
126
Revistas
indexadas
na
PubMed
ou
ISIs
............................................................................................................
126
Revistas
não
indexadas
com
revisão
por
pares
...........................................................................................
127
Outros
artigos
com
revisão
por
pares
...................................................................................................................
128
Sob
a
forma
de
resumo
................................................................................................................................................
128
Comunicações
..................................................................................................................................................
135
Em
Reuniões
Científicas
/
Congressos
..................................................................................................................
135
Outras
apresentações
/
Palestrante
a
convite
...................................................................................................
135
Apresentações
Em
Reuniões
de
Serviço
...............................................................................................................
136
Serviço
de
Imunoalergologia
...............................................................................................................................
136
Outros
serviços
..........................................................................................................................................................
137
Atividade
formativa
e
de
Divulgação
Científica
...................................................................................
138
Pré-‐Graduada
...................................................................................................................................................................
138
Pós-‐Graduada
...................................................................................................................................................................
138
Outras
..................................................................................................................................................................................
138
Inscrição
em
Sociedades
Científicas
.........................................................................................................
140
Outras
atividades
de
valorização
profissional
.....................................................................................
140
Considerações
finais
e
Agradecimentos
.................................................................................................
141
ANEXOS
EM
FORMATO
DIGITAL
............................................................................
143
8.
NATACHA
SANTOS
vi
9. CURRICULUM
VITAE
vii
ÍNDICE DE TABELAS E FIGURAS
Tabela
1.
Organização
dos
estágios
da
Formação
Específica
em
Imunoalergologia
4
Tabela
2.
Classificações
obtidas
nos
estágios
e
formato
da
avaliação
4
Tabela
3.
Acompanhamento
personalizado
de
doentes
de
Imunoalergologia
durante
o
Internato,
em
comparação
com
os
mínimos
exigidos
no
Programa
de
Formação.
5
Tabela
4.
Procedimentos
diagnósticos
e
terapêuticos
realizados
durante
o
Internato,
em
comparação
com
os
mínimos
exigidos
no
Programa
de
Formação.
5
Tabela
5.
Atividades
de
investigação
e
formação
realizadas
durante
o
Internato
Complementar
de
Imunoalergologia,
em
comparação
com
os
mínimos
exigidos
no
Programa
de
Formação.
6
Tabela
6.
Evolução
da
atividade
assistencial
da
consulta
externa
ao
longo
do
internato
segundo
dados
do
SONHO
12
Tabela
7.
Atividade
assistencial
da
consulta
externa
12
Tabela
8.
Diagnósticos
principais
dos
doentes
seguidos
em
consulta
externa
13
Tabela
9.
Subtipos
de
urticária
nos
doentes
seguidos
em
consulta
externa
18
Tabela
10.
Principais
motivos/diagnósticos
da
consulta
de
atendimento
não
programado
21
Tabela
11.
Principais
motivos/diagnósticos
observados
no
Serviço
de
Urgência
23
Tabela
12.
Procedimentos
diagnósticos
realizados
na
área
de
alergia
alimentar
27
Tabela
13.
Procedimentos
realizados
na
área
de
alergia
a
fármacos
30
Tabela
14.
Procedimentos
realizados
na
área
de
alergia
a
veneno
de
himenópteros
31
Tabela
15.
Procedimentos
realizados
no
Laboratório
de
Exploração
Funcional
Respiratória
36
Tabela
16.
Motivos
de
consulta
e
diagnósticos
por
faixa
etária
(Estágio
de
Imunoalergologia
dos
Grupos
Etários
Pediátricos)
57
Tabela
17.
Procedimentos
observados
em
Hospital
de
Dia
(Estágio
de
Imunoalergologia
dos
Grupos
Etários
Pediátricos)
59
Tabela
18.
Motivos
de
observação
urgente
e
diagnósticos
por
faixa
etária
(Estágio
de
Imunoalergologia
dos
Grupos
Etários
Pediátricos)
61
Tabela
19.
Procedimentos
diagnósticos
e
terapêuticos
realizados
durante
o
Estágio
de
Imunoalergologia
dos
Grupos
Etários
Pediátricos.
62
Tabela
20.
Atividades
de
investigação
realizadas
durante
o
Estágio
de
Imunoalergologia
dos
Grupos
Etários
Pediátricos
63
10.
NATACHA
SANTOS
viii
Tabela
21.
Motivos
de
internamento
e
diagnósticos
por
internamento
por
faixa
etária
(Estágio
de
Pediatria)
83
Tabela
22.
Motivos
de
internamento
e
diagnósticos
dos
doentes
internados
(Estágio
de
Medicina
Interna)
89
Tabela
23.
Doentes
com
testes
epicutâneos
positivos
para
alergénios
da
bateria
standard
GPEDC
(Estágio
de
Dermatologia)
106
Tabela
24.
Resumo
de
comunicações
em
reuniões
científicas
/
congressos
135
Figura
1.
Corpo
Clínico
do
Serviço
de
Imunoalergologia
em
dezembro
de
2013
9
Figura
2.
Organigrama
do
Serviço
de
Imunoalergologia
em
dezembro
de
2013
10
Figura
3.
Relação
entre
gravidade
de
asma
e
de
rinite
14
Figura
4.
Área
de
preparação
de
alimentos
para
as
provas
de
provocação
oral
(Hospital
Mount
Sinai)
46
Figura
5.
Frequência
relativa
de
sensibilização
aos
diferentes
grupos
de
aeroalergénios
(Estágio
de
Imunoalergologia
dos
Grupos
Etários
Pediátricos)
56
11. CURRICULUM
VITAE
ix
LISTA DE ABREVIATURAS
AINE
-‐
Anti-‐inflamatórios
não
esteróides
ANP
-‐
Atendimento
Não
Programado
ARIA
-‐
Allergic
Rhinitis
and
its
Impact
on
Asthma
CARAT
-‐
Controlo
da
Asma
e
Rinite
Alérgica
Teste
CD
–
Cluster
de
Diferenciação
CNPRP
-‐
Centro
Nacional
de
Proteção
contra
Riscos
Profissionais.
CPARA
-‐
Catálogo
Português
de
Alergias
e
Reações
Adversas
DEMI
-‐
Débito
expiratório
máximo
instantâneo
EAACI
-‐
European
Academy
of
Allergology
and
Clinical
Immunology
EPE
-‐
Entidade
Pública
Empresarial
EPR
-‐
Expert
Panel
Report
ERS
-‐
European
Respiratory
Society
ESID
-‐
European
Society
for
Immunodeficiencies
FEV
-‐
Volume
expiratório
forçado
FPIES
-‐
Síndrome
de
enterocolite
induzidas
por
proteínas
alimentares
GA2LEN
-‐
Global
Allergy
and
Asthma
European
Network
GINA-‐
Global
Initiative
for
Asthma
GPEDC
-‐
Grupo
Português
de
Estudo
das
Dermatites
de
Contacto
Ig
-‐
Imunoglobulina
JMA
-‐
Junior
Members
&
Affiliates
da
EAACI
LBA
-‐
Lavado
broncoalveolar
LTP
-‐
Proteína
de
transferência
de
lípidos
PPO
-‐
Prova
de
provocação
oral
SAO
-‐
Síndrome
de
alergia
oral
SONHO
-‐
Sistema
Integrado
de
Informação
Hospitalar
SPAIC
-‐
Sociedade
Portuguesa
de
Alergologia
e
Imunologia
Clínica
SPI
-‐
Sociedade
Portuguesa
de
Imunologia
SpO2
-‐
Saturação
periférica
de
oxigénio
TA
-‐
Tensão
arterial
TCP
-‐
Testes
cutâneos
por
picada
TID
-‐
Testes
intradérmicos
TRECs
-‐
Círculos
de
excisão
dos
receptores
das
células
T
12.
NATACHA
SANTOS
x
13. CURRICULUM
VITAE
1
INTRODUÇÃO
Mais
de
cem
anos
passaram
desde
a
primeira
descrição
da
“febre
dos
fenos”
em
1819
por
Bostock,
da
realização
dos
primeiros
testes
cutâneos
por
picada
em
1869
por
Blakely
e
do
início
da
imunoterapia
específica
em
1911
por
Noon
e
Freeman.
Apesar
dos
incríveis
avanços
científicos
nas
áreas
da
alergologia
e
da
imunologia,
que
desde
o
meu
terceiro
ano
da
licenciatura
em
medicina
me
têm
motivado
a
curiosidade,
muito
por
mérito
do
Prof.
Doutor
Santos
Rosa,
professor
de
Imunologia
da
Faculdade
de
Medicina
de
Coimbra
e
do
Prof.
Doutor
António
Coutinho,
de
quem
tive
o
prazer
de
ouvir
pessoalmente
uma
sua
preleção
na
comemoração
do
aniversário
da
mesma
faculdade,
ficam
ainda
muitas
dúvidas
por
responder.
A
mais
importante,
a
meu
ver,
está
no
cerne
da
etiologia
da
patologia
alérgica
e
as
razões
para
o
aumento
da
sua
prevalência
nas
últimas
décadas,
afetando
atualmente
cerca
de
30-‐40%
da
população
mundial
(WAO
White
Book
on
Allergy
2011).
De
entre
as
várias
hipóteses
colocadas,
a
hipótese
da
higiene
tem
adquirido
uma
relevância
particular,
embora
com
várias
adaptações
desde
a
sua
formulação
inicial
em
1989
por
Strachan,
estando
os
seus
conceitos
no
cerne
do
Finish
Allergy
Programme
2008-‐2018,
que
se
propõe,
entre
outros
objetivos,
prevenir
o
desenvolvimento
de
sintomas
de
alergia.
A
melhoria
destes
conhecimentos
permitirá
certamente
melhorar
as
estratégias
de
prevenção
primária
bem
como
a
aquisição
de
tolerância,
natural
ou
induzida,
aos
vários
alergénios,
com
consequente
melhoria
da
saúde
e
da
qualidade
de
vida
global.
Foi
minha
tentativa
durante
estes
5
anos
de
Formação
Específica
em
Imunoalergologia
acompanhar
os
desenvolvimentos
desta
área
científica
e
potenciar
a
melhoria
de
cuidados
ao
doente
com
patologia
imunoalergológica,
só
possíveis
com
uma
atualização
permanente
e
cada
vez
mais
requerendo
a
cooperação
entre
várias
instituições
e
diferentes
áreas
do
saber.
14. NATACHA
SANTOS
2
NOTA
BIOGRÁFICA
INFORMAÇÃO
PESSOAL
Nome:
Natacha
Lopes
dos
Santos
Filiação:
Cirilo
Lopes
Gomes
dos
Santos
Marina
Sergueevna
Issakova
Data
de
nascimento:
13
de
outubro
de
1983
Naturalidade:
Donetsk,
Ucrânia
Nacionalidade:
Portuguesa
HABILITAÇÕES
LITERÁRIAS
Ensino
Secundário
na
Escola
Secundária
Manuel
Cargaleiro,
Seixal,
concluído
em
julho
de
2001
com
a
classificação
final
de
18
valores.
Licenciatura
em
Medicina
pela
Faculdade
de
Medicina
da
Universidade
de
Coimbra,
de
outubro
de
2001
a
julho
de
2007,
com
a
classificação
final
de
15,270
valores
(ANEXOS
1
E
2).
Exame
de
Acesso
ao
Internato
Complementar
–
IM
2008A,
realizado
em
novembro
de
2007,
com
a
classificação
final
de
78%,
correspondente
ao
321º
lugar
entre
1060
candidatos
(ANEXO
2).
Internato
do
Ano
Comum
no
Centro
Hospitalar
do
Barlavento
Algarvio,
de
janeiro
a
dezembro
de
2008,
com
a
classificação
final
de
Apto
(ANEXO
3).
Ingresso
no
Internato
de
Formação
Específica
em
Imunoalergologia
a
2
de
janeiro
de
2009,
no
Serviço
de
Imunoalergologia
do
Centro
Hospitalar
São
João,
E.P.E.
(ANEXO
4).
15. CURRICULUM
VITAE
3
RESUMO
CURRICULAR
ESTÁGIOS
EFETUADOS
E
CLASSIFICAÇÕES
OBTIDAS
O
Internato
Complementar
em
Imunoalergologia
teve
início
a
1
de
janeiro
de
2009
no
Serviço
de
Imunoalergologia
do
Centro
Hospitalar
de
São
João,
E.P.E.,
à
data
sob
direção
da
Dra.
Maria
da
Graça
Castel-‐Branco
e
tendo
como
orientador
o
Dr.
José
Luís
Plácido,
e
desde
junho
de
2010
sob
direção
do
Dr.
José
Luís
Plácido
e
orientação
do
Prof.
Doutor
José
Castela
Torres
da
Costa.
O
plano
de
formação
foi
inicialmente
estruturado
de
acordo
com
o
Programa
de
Formação
do
Internato
Complementar
de
Imunoalergologia,
publicado
em
Diário
da
República
-‐
I
Série
B
nº
178
de
2
de
agosto
de
1996,
atualizado
em
fevereiro
de
2011
de
acordo
com
o
Programa
de
Formação,
publicado
em
Diário
da
República,
1ª
série,
nº
6
de
10
de
janeiro
de
2011
(ANEXO
5).
Tabela
1.
Organização
dos
estágios
da
Formação
Específica
em
Imunoalergologia
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
2009
PEDIATRIA
MÉDICA
MEDICINA
INTERNA
2010
MEDICINA
INTERNA
IMUNOALERGOLOGIA
GERAL
2011
IMUNOALERGOLOGIA
GERAL
IMUNOALERGOLOGIA
GRUPOS
ETÁRIOS
PEDIÁTRICOS
2012
IA
IMUNOLOGIA
PNEUMOLOGIA
OTORRINOLARINGOLOGIA
DERMATOLOGIA
2013
DERM
IMUNOALERGOLOGIA
DO
ADULTO
(IA)
ESTÁGIO
FINAL
DE
IMUNOALERGOLOGIA
(1)
(1)
Inclui
o
estágio
de
4
semanas
(5
a
30
de
agosto
de
2013)
no
Hospital
Mount
Sinai,
Nova
Iorque
Tabela
2.
Classificações
obtidas
nos
estágios
e
formato
da
avaliação
ESTÁGIO
CLASSIFICAÇÃO
AVALIAÇÃO
PEDIATRIA
MÉDICA
17,0
R
MEDICINA
INTERNA
18,0
R
IMUNOALERGOLOGIA
GERAL
18,7
R+P+T
IMUNOALERGOLOGIA
DOS
GRUPOS
ETÁRIOS
PEDIÁTRICOS
19,5
R
IMUNOLOGIA
18,6
R
PNEUMOLOGIA
19,2
R
OTORRINOLARINGOLOGIA
19,3
R
DERMATOLOGIA
19,0
R
IMUNOALERGOLOGIA
DO
ADULTO
/
ESTÁGIO
FINAL
19,5
R+P+T
NOTA
FINAL
DE
INTERNATO
18,64
R:
Relatório
de
Atividades;
P:
Avaliação
Prática;
T:
Avaliação
Teórica
São
apresentadas
em
anexo
as
declarações
de
tempo
e
qualidade
de
serviço
(ANEXO
6).
16. NATACHA
SANTOS
4
ATIVIDADE
ASSISTENCIAL
E
PROCEDIMENTOS
REALIZADOS
Tabela
3.
Acompanhamento
personalizado
de
doentes
de
Imunoalergologia
durante
o
Internato,
em
comparação
com
os
mínimos
exigidos
no
Programa
de
Formação.
TOTAL
MÍNIMOS
CONSULTA
EXTERNA
DE
IMUNOALERGOLOGIA
-‐
Total
de
consultas
1345
-‐
Primeiras
consultas
362
-‐
Taxa
de
acessibilidade
(%)
26,9
Total
de
doentes
544
500
Idade
<
18
anos
160
-‐
URGÊNCIAS
DE
IMUNOALERGOLOGIA
474
-‐
INTERNAMENTOS
DE
IMUNOALERGOLOGIA
15
-‐
Tabela
4.
Procedimentos
diagnósticos
e
terapêuticos
realizados
durante
o
Internato,
em
comparação
com
os
mínimos
exigidos
no
Programa
de
Formação.
PROCEDIMENTO
TOTAL
MÍNIMOS
TESTES
CUTÂNEOS
POR
PICADA
(1)
346
250
TESTES
CUTÂNEOS
INTRADÉRMICOS
77
50
TESTES
EPICUTÂNEOS
104
50
PROVA
DE
PROVOCAÇÃO
NASAL
ESPECÍFICA
(2)
8
20
PROVA
DE
PROVOCAÇÃO
CONJUNTIVAL
ESPECÍFICA
(2)
60
10
ESTUDO
FUNCIONAL
RESPIRATÓRIO
BASAL
294
100
PROVA
DE
BRONCODILATAÇÃO
COM
BETA-‐2
MIMÉTICO
104
50
PROVA
DE
PROVOCAÇÃO
BRÔNQUICA
INESPECÍFICA
22
20
FRAÇÃO
EXALADA
DO
ÓXIDO
NÍTRICO
141
N.E.
OSCILOMETRIA
DE
IMPULSO
42
N.E.
RINOMANOMETRIA
ANTERIOR
(2)
3
N.E.
PROVA
DE
PROVOCAÇÃO
ORAL
A
ALIMENTOS
OU
ADITIVOS
83
20
PROVA
DE
PROVOCAÇÃO
A
FÁRMACOS
85
20
PROVA
DE
PROVOCAÇÃO
POR
EXERCÍCIO
FÍSICO
(2)
7
10
PROVA
DE
PROVOCAÇÃO
COM
ESTÍMULOS
FÍSICOS
(3)
16
10
APLICAÇÃO
SUBCUTÂNEA
DE
IMUNOTERAPIA
ESPECÍFICA
(4)
>100
100
SUPERVISÃO
DA
ADMINISTRAÇÃO
SUBCUTÂNEA
DE
IMUNOTERAPIA
40/SEM
1000
ACOMPANHAMENTO
DE
ESQUEMA
ACELERADO
DE
IMUNOTERAPIA
38
5
ACOMPANHAMENTO
DE
ADMINISTRAÇÃO
DE
GAMAGLOBULINA
EV
(5)
10
10
ACOMPANHAMENTO
DE
PROTOCOLOS
DE
INDUÇÃO
DE
TOLERÂNCIA
24
5
N.E.:
Não
especificado.
SEM:
semana.
(1)
Inclui
testes
cutâneos
picada-‐picada
com
extratos
em
natureza.
(2)
Procedimentos
não
disponíveis
na
prática
clínica
do
Serviço
de
Imunoalergologia.
(3)
Contabilizados
apenas
os
doentes
com
teste
de
cubo
degelo
ou
de
dermografismo
positivos,
e
não
todos
os
realizados.
(4)
Inclui
58
administrações
contabilizadas
no
âmbito
da
estágio
de
Imunoalergologia
dos
Grupos
Etários
Pediátricos
e
ensaio
clínico.
(5)
10
doentes
com
≥12
administrações
cada.
17. CURRICULUM
VITAE
5
ATIVIDADES
DE
INVESTIGAÇÃO
E
FORMAÇÃO
Tabela
5.
Atividades
de
investigação
e
formação
realizadas
durante
o
Internato
Complementar
de
Imunoalergologia,
em
comparação
com
os
mínimos
exigidos
no
Programa
de
Formação.
TOTAL
MÍNIMOS
PROJETOS
DE
INVESTIGAÇÃO
18
1
Como
autor
ou
co-‐autor
8
-‐
Em
curso
5
-‐
PRÉMIOS
8
-‐
Como
primeiro
autor
/
apresentador
4
-‐
Internacionais
2
-‐
PUBLICAÇÕES
42
-‐
Livros
/
capítulos
de
livros
1
-‐
Artigos
em
texto
completo
15
4
Como
primeiro
autor
10
-‐
Revistas
indexadas
9
-‐
Outros
artigos
3
-‐
Sob
a
forma
de
resumo1
23
-‐
Como
primeiro
autor
10
-‐
COMUNICAÇÕES
39
-‐
Em
reuniões
científicas
17
10
Internacionais
9
-‐
Palestrante
a
convite
8
-‐
Em
reuniões
de
Serviço
de
Imunoalergologia
11
-‐
Em
reuniões
de
outros
Serviços
3
-‐
AÇÕES
DE
FORMAÇÃO
DE
OUTROS
PROFISSIONAIS
8
-‐
AÇÕES
DE
ESCLARECIMENTO
AO
PÚBLICO
5
-‐
BOLSAS
DE
FORMAÇÃO
3
-‐
CURSOS
E
AÇÕES
DE
FORMAÇÃO
23
-‐
Suporte
Imediato
de
Vida
1
1
Internacionais
6
-‐
PARTICIPAÇÃO
EM
CONGRESSOS
E
REUNIÕES
31
-‐
Internacionais
9
-‐
OUTRAS
CONTRIBUIÇÕES
PARA
O
SERVIÇO
5
-‐
1
Os
trabalhos
/
publicações
em
resumo
semelhantes
apresentados
em
diferentes
reuniões,
independentemente
da
língua,
foram
contabilizados
apenas
uma
vez.
19.
ESTÁGIOS DE IMUNOALERGOLOGIA
GERAL, DO ADULTO E FINAL
20. ESTÁGIO
DE
IMUNOALERGOLOGIA
GERAL,
DO
ADULTO
E
FINAL
8
21. CURRICULUM
VITAE
9
DESCRIÇÃO
DO
SERVIÇO
DE
IMUNOALERGOLOGIA
O
Serviço
de
Imunoalergologia
do
Centro
Hospitalar
São
João,
EPE
está
integrado
na
Unidade
Autónoma
de
Gestão
de
Medicina,
estando
desde
junho
de
2010
sob
a
direção
do
Dr.
José
Luís
Plácido.
Localiza-‐se
no
Departamento
de
Ambulatório
do
Hospital
de
São
João,
onde
a
maior
parte
da
sua
atividade
está
concentrada.
Adicionalmente,
tem
espaço
disponível
no
Hospital
de
Dia
e
no
Internamento.
À
data
da
finalização
do
internato
de
Imunoalergologia
o
corpo
clínico
era
composto
por
8
especialistas
em
Imunoalergologia
(Figura
1).
Colaboram
ainda
com
o
Serviço
de
Imunoalergologia,
sob
supervisão
do
Centro
de
Ambulatório,
elementos
de
enfermagem
e
dois
elementos
administrativos,
em
esquema
de
rotatividade.
Figura
1.
Corpo
Clínico
do
Serviço
de
Imunoalergologia
em
dezembro
de
2013
DIRETOR
DE
SERVIÇO
COLABORADOR
DO
SIA,
EM
VOLUNTARIADO
DR.
JOSÉ
LUÍS
PLÁCIDO
PROF.
DOUTOR
LUÍS
DELGADO
ASSISTENTES
HOSPITALARES
GRADUADOS
INTERNOS
COMPLEMENTARES
PROF.
DOUTOR
JOSÉ
TORRES
DA
COSTA
DRA.
ANA
MARGARIDA
PEREIRA
(5º
ANO)
DRA.
JOSEFINA
RODRIGUES
CERNADAS
DRA.
NATACHA
SANTOS
(5º
ANO)
DRA.
DIANA
SILVA
(4º
ANO)
ASSISTENTES
HOSPITALARES
DRA.
FABRÍCIA
CAROLINO
(2º
ANO)
DR.
MÁRIO
MIRANDA
DR.
LUÍS
AMARAL
(1º
ANO)
DRA.
ALICE
COIMBRA
INTERNOS
COMPLEMENTARES
PROF.
DOUTOR
JOÃO
FONSECA
TÉCNICOS
SUPERIORES
DE
CARDIOPNEUMOLOGIA
DRA.
EUNICE
DIAS
DE
CASTRO
TÉCNICA
CARLA
MARTINS
PROF.
DOUTOR
ANDRÉ
MOREIRA
TÉCNICO
ARTUR
VILELA
De
forma
a
proporcionar
uma
resposta
adequada
às
solicitações,
o
Serviço
evoluiu
no
sentido
da
diferenciação
de
consultas
de
áreas
específicas,
estando
as
consultas
de
angioedema
hereditário
e
de
imunoalergologia
dos
grupos
etários
pediátricos
em
fase
de
implementação.
A
organização
e
coordenação
das
diferentes
áreas
de
atividade
assistencial
do
Serviço
de
Imunoalergologia
encontra-‐se
representada
na
figura
2.
22. ESTÁGIO
DE
IMUNOALERGOLOGIA
GERAL,
DO
ADULTO
E
FINAL
10
Figura
2.
Organigrama
do
Serviço
de
Imunoalergologia
em
dezembro
de
2013
EnfermeiraChefe
Clementina
Carvalho
ConsultaExterna
Dr.MárioMiranda
Exploração
Funcional
Respiratória
Dr.MárioMiranda
eDra.Carla
Monteiro
Serviçosde
Atendimento
Urgente
Dra.EuniceCastro
Internamento
Dra.AliceCoimbra
Enfermagem
CármenRedondo
FernandaCampos
FernandaSantos
Consultade
AlergiaAlimentar
Dra.AliceCoimbra
Consultade
Alergiaa
Fármacos
Dra.JosefinaR.
Cernadas
Consultade
AlergiaaVeneno
deHimenópteros
Dra.AliceCoimbra
ConsultaAEH
Dra.Eunice
Castro
Consultados
GruposEtários
Pediátricos
Prof.Dr.André
Moreira
Consultade
Alergia,Asmae
Desporto
Prof.Dr.André
Moreira
Consultade
Patologia
Ocupacional
Alérgica
Prof.Dr.Torresda
Costa
Consultade
AsmaGrave
Prof.Dr.João
Fonseca
Consultade
Patologia
CutâneaAlérgica
Dr.MárioMiranda
Consultade
Imunodeficiências
Primárias
Prof.Dr.Torresda
Costa
ConsultaInterna
Atendimentonão
Programado
“Permanência”
ViaVerde
ApoioaoServiço
deUrgência
HospitaldeDia
Dra.JosefinaR.
Cernadas
Enfermeiro
Supervisor
JoséAntónio
DirectordeServiço
Dr.JoséLuísPlácido
CAM
Dra.AnaPaula
UAGMedicina
Assistente
Técnica
23. CURRICULUM
VITAE
11
Para
além
da
atividade
assistencial,
o
Serviço
de
Imunoalergologia
tem
um
papel
fundamental
na
investigação
na
área
da
Imunoalergologia,
na
formação
pré-‐graduada
de
alunos
da
Faculdade
de
Medicina
da
Universidade
do
Porto
e
na
formação
pós-‐graduada,
com
especial
relevo
para
a
formação
de
internos
da
Especialidade
de
Imunoalergologia,
para
a
qual
tem
idoneidade
formativa
completa
desde
janeiro
de
2013.
Elementos
do
Serviço
de
Imunoalergologia
participam
ativamente
em
órgãos
da
Sociedade
Portuguesa
de
Alergologia
e
Imunologia
Clínica,
Academia
Europeia
de
Alergologia
e
Imunologia
Clínica,
Ordem
dos
Médicos
e
Colégio
de
Especialidade
de
Imunoalergologia.
Uma
descrição
mais
pormenorizada
da
história,
recursos
humanos,
instalações
e
equipamentos,
atividade
assistencial
e
atividade
científica
e
formativa
do
Serviço
de
Imunoalergologia
encontra-‐se
em
anexo
(ANEXO
7).
24. ESTÁGIO
DE
IMUNOALERGOLOGIA
GERAL,
DO
ADULTO
E
FINAL
12
ATIVIDADE
ASSISTENCIAL
CONSULTA
EXTERNA
No
período
de
1
de
julho
de
2010
a
31
dezembro
de
2013,
correspondente
ao
seguimento
de
doentes
de
forma
individualizada,
foram
observados,
segundos
os
dados
do
SONHO,
644
doentes
com
aumento
progressivo
do
número
de
consultas
durante
o
internato.
Tabela
6.
Evolução
da
atividade
assistencial
da
consulta
externa
ao
longo
do
internato
segundo
dados
do
SONHO
2010
2011
2012
2013
TOTAL
TOTAL
DE
CONSULTAS
80
249
399
678
1406
PRIMEIRAS
CONSULTAS
16
51
122
177
366
Taxa
de
acessibilidade
(%)
20,0
20,5
30,6
26,1
26,0
TOTAL
DE
DOENTES
76
138
211
418
644
No
entanto,
100
doentes
foram
observados
em
substituição
de
outro
médico,
como
parte
do
seguimento
de
doentes
no
Ensaio
Clínico
BIA-‐PHL-‐P2-‐001
ou
como
consulta
não
presencial
para
registo
de
relatório
final
da
Área
de
Alergia
a
Fármacos.
Durante
a
Formação
Específica
em
Imunoalergologia
foram
diretamente
seguidos
e
observados
em
Consulta
Externa
um
total
de
544
doentes
(Tabela
7),
com
idade
mediana
de
29
anos
(5
meses
a
82
anos,
29%
com
idade
<18
anos),
352
(65%)
do
sexo
feminino,
cujos
diagnósticos
principais
se
encontram
discriminados
na
Tabela
8.A
média
(desvio
padrão)
de
consultas
por
doente
foi
2,5
(2),
sendo
que
211
(39%)
foram
observados
em
apenas
uma
consulta.
Tabela
7.
Atividade
assistencial
da
consulta
externa
TOTAL
TOTAL
DE
CONSULTAS
1345
PRIMEIRAS
CONSULTAS
362
Taxa
de
acessibilidade
(%)
26,9
TOTAL
DE
DOENTES
544
Idade
12-‐17
anos,
n
(%)
57
(10%)
Idade
6-‐11
anos,
n
(%)
49
(9%)
Idade
<
6
anos,
n
(%)
54
(10%)
25. CURRICULUM
VITAE
13
A
proveniência
dos
doentes
foi
maioritariamente
dos
centros
de
saúde
(43%),
de
outros
médicos
do
Serviço
de
Imunoalergologia
(32%)
e
de
outras
especialidades
hospitalares
(11%),
de
entre
as
quais
Otorrinolaringologia
(78%)
e
Dermatologia
(14%).
Foram
ainda
observados
doentes
provenientes
do
Serviço
de
Urgência
(n=33),
internamento
(n=9)
e
consulta
de
Via
Verde
(n=6).
Tabela
8.
Diagnósticos
principais
dos
doentes
seguidos
em
consulta
externa
TOTAL
<18
ANOS
RINITE
369
123
ASMA
222
63
SIBILÂNCIA
RECORRENTE
19
19
ALERGIA
A
FÁRMACOS
95
13
ALERGIA
A
ALIMENTOS
51
13
ALERGIA
A
VENENO
DE
HIMENÓPTEROS
2
0
ALERGIA
AO
LÁTEX
2
0
URTICÁRIA
E/OU
ANGIOEDEMA
92
11
DERMATITE
ATÓPICA
20
15
DERMATITE
DE
CONTACTO
17
2
OUTROS
1
48
22
1
Infeções
de
repetição
(n=9),
prurigo
estrófulo
(n=7),
apneia
obstrutiva
do
sono
(n=6)
lesões
cutâneas
não
especificadas
(n=4),
tosse
crónica
(n=3),
tosse
pós-‐infeciosa
(n=3),
défice
de
alfa-‐1
antitripsina
(n=3),
reações
locais
exuberantes
a
picada
de
himenópteros
(n=3),
eczema
de
estase
(n=2),
eczema
das
mãos
(n=2),
candidíase
refratária
ao
tratamento
(n=1),
provável
disfunção
das
cordas
vocais
(n=1),
patologia
intersticial
pulmonar
(n=1),
hipereosinofilina
(n=1),
mastocitose
cutânea
(n=1),
mastocitose
sistémica
indolente
(n=1)
e
suspeita
de
anafilaxia
com
o
exercício
(n=1).
O
facto
de
o
número
total
de
diagnósticos
ou
suspeitas
diagnósticas
ser
superior
ao
número
total
de
doentes
demonstra
o
frequente
atingimento
multiorgânico
da
patologia
alérgica.
Dos
369
doentes
com
rinite,
197
(53%)
tinham
asma
associada,
59
(16%)
conjuntivite
e
42
(11%)
rinossinusite,
10
dos
quais
com
polipose
nasal
e
3
com
doença
respiratória
exacerbada
pela
aspirina.
Em
292
(80%)
dos
doentes
confirmou-‐se
o
diagnóstico
de
rinite
alérgica.
Quatro
doentes
tinham
clínica
muito
sugestiva
de
rinoconjuntivite
alérgica
polínica,
embora
com
testes
cutâneos
por
picada
negativos
para
pólenes,
tendo
sido
considerada
a
possibilidade
de
entopia,
aguardando
a
realização
de
prova
de
provocação
específica.
Outras
etiologias
incluíram
rinite
agravada
pela
ocupação
(n=3),
gravídica
(n=2),
gustatória
(n=1),
26. ESTÁGIO
DE
IMUNOALERGOLOGIA
GERAL,
DO
ADULTO
E
FINAL
14
medicamentosa
(n=1),
e
por
obstrução
mecânica
(n=3).
Salientam-‐se
3
doentes
trabalhadores
em
confecção
ou
costura
com
rinite
agravada
pela
ocupação
e
1
marceneiro
com
conjuntivite
desencadeada
pelo
contacto
com
madeira
de
tília.
Dos
222
doentes
com
asma,
197
(89%)
tinham
rinite
associada
e
em
183
(82%)
os
testes
cutâneos
foram
positivos
para
pelo
menos
um
aeroalergénio.
Outras
comorbilidades
presentes
foram
obesidade
(n=17),
tabagismo
ativo
(n=12),
depressão
(n=7)
e
refluxo
gastro-‐
esofágico
(n=6),
tendo
sido
promovido
o
seu
tratamento
com
orientação
a
outras
especialidades
sempre
que
necessário.
Em
2
doentes
foi
conseguida
a
cessação
tabágica.
Numa
doente
foi
confirmado
o
diagnóstico
de
aspergilose
broncopulmonar
alérgica.
Neste
período
foram
seguidas
6
senhoras
grávidas
com
asma.
Na
figura
3
é
apresentada
a
relação
entre
gravidade
de
rinite,
de
acordo
com
o
Allergic
Rhinitis
and
its
Impact
on
Asthma
(ARIA)
2008
e
de
asma,
classificada
tendo
em
conta
a
medicação
necessária
para
atingir
o
controlo
de
acordo
com
as
orientações
do
Global
Initiative
for
Asthma
(GINA)
2009
e
do
Expert
Panel
Report
(EPR)-‐3
2007.
Figura
3.
Relação
entre
gravidade
de
asma
e
de
rinite
O
número
de
doentes
com
asma
persistente
moderada
poderá
estar
sobrevalorizado,
dado
que
em
alguns
doentes
a
diminuição
do
nível
terapêutico
acarreta
a
mudança
de
um
único
inalador
para
um
inalador
de
controlo
e
um
diferente
inalador
de
tratamento
da
exacerbação,
com
uma
potencial
diminuição
da
compliance
do
doente,
tendo-‐se
optado
por
manter
a
terapêutica
atual.
0
20
40
60
80
Asma
intermitente
Asma
persistente
ligeira
Asma
persistente
moderada
Asma
persistente
grave
n
doentes
Rinite
intermitente
ligeira
Rinite
intermitente
moderada
a
grave
Rinite
persistente
ligeira
Rinite
persistente
moderada
a
grave
27. CURRICULUM
VITAE
15
Os
doentes
considerados
como
tendo
asma
grave
englobam:
1) Doente
de
54
anos,
sexo
feminino,
com
asma
e
rinite
alérgica
a
ácaros
corticodependente,
que
iniciou
tratamento
com
omalizumab.
Suspendeu
corticoide
oral
tendo
na
última
consulta
um
“Controlo
da
Asma
e
Rinite
Alérgica
Teste”
(CARAT)
de
23/30
total
e
14/18
nas
vias
aéreas
inferiores.
2) Doente
de
46
anos,
sexo
masculino
com
asma
e
rinite
alérgica,
polissensibilizado,
corticodependente,
com
bronquiectasias
e
pectus
escavatum
como
comorbilidades,
previamente
em
tratamento
com
omalizumab
que
suspendeu
por
ausência
de
adesão
ao
tratamento.
3) Doente
de
66
anos,
sexo
masculino,
não
atópico,
com
síndrome
de
sobreposição
asma/DPOC
e
bronquiectasias,
que
teve
alta
para
a
consulta
de
Pneumologia
onde
já
era
anteriormente
seguido.
Foram
ainda
seguidos
atletas
federados
com
asma,
para
os
quais
houve
especial
atenção
na
prescrição
de
medicação,
de
forma
a
cumprir
a
Lista
de
Substâncias
Proibidas
pela
Autoridade
Antidopagem
de
Portugal
(ADoP).
Os
doentes
com
asma
estavam,
na
sua
maioria,
parcial
ou
totalmente
controlados
com
a
terapêutica
prescrita.
Os
doentes
com
asma
não
controlada
eram
sobretudo
os
observados
em
primeira
consulta
ou
com
incumprimento
da
terapêutica.
A
cada
doente
era
instituída
a
terapêutica
inalatória
em
função
da
idade
e
capacidades
físicas
e
cognitivas,
sendo
a
técnica
inalatória
revista
periodicamente.
Dos
doentes
que
realizaram
testes
cutâneos
para
aeroalergénios,
332
(62%)
eram
atópicos,
sendo
a
frequência
de
atopia
superior
(79%)
nos
doentes
com
rinite
e/ou
asma.
Destes,
29%
eram
monossensibilizados
a
ácaros,
19%
a
pólenes
e
1%
a
epitélios
de
animais
ou
fungos,
enquanto
que
170
(51%)
dos
doentes
tinham
sensibilizações
a
múltiplos
grupos
alergénicos.
O
perfil
de
sensibilizações
dos
doentes
seguidos
em
consulta
externa
de
Imunoalergologia
foi
aferido
com
maior
detalhe
no
âmbito
do
estudo
“Alergia
ao
Tetranychus
urticae”
(projeto
de
investigação
2),
aceite
para
publicação
(Publicação
15)
e
cujos
resultados
são
sobreponíveis
aos
publicados
no
estudo
GA2
LEN
para
Portugal
(Allergy
2009;64(10):1498-‐506).
Em
relação
à
administração
de
imunoterapia
específica,
80
(24%
dos
atópicos)
estavam
sob
tratamento
atual
ou
recente
com
imunoterapia
específica
subcutânea:
14
em
fase
de
28. ESTÁGIO
DE
IMUNOALERGOLOGIA
GERAL,
DO
ADULTO
E
FINAL
16
manutenção
de
imunoterapia
previamente
iniciada
e
24iniciaram
imunoterapia
por
minha
indicação.
Destes,
todos
tinham
rinite
alérgica,
persistente
moderada
a
grave
em
58%
dos
casos.
A
composição
prescrita
foi
de
100%
gramíneas
(n=13),
50%
gramíneas
+
50%
oliveira
(n=1),
100%
Dermatophagoides
pteronyssinus
(n=7)
e
50%
Dermatophagoides
pteronyssinus
+
50%
Lepidoglyphus
destructor
(n=3),
tendo
em
conta
a
sazonalidade
das
queixas
e
os
resultados
de
testes
cutâneos
por
picada
e/ou
IgE
específicas.
Adicionalmente
20
doentes
foram
considerados
como
tendo
indicação
para
imunoterapia
tendo
recusado
por
razões
económicas,
27
doentes
têm
o
início
de
imunoterapia
específica
programado
e
42
tinham
recentemente
completado
o
tratamento.
As
crianças
com
sibilância
recorrente
eram
maioritariamente
não
atópicas
sendo
o
principal
desencadeante
as
infeções
respiratórias.
Procurou-‐se
identificar
e
corrigir
potenciais
fatores
predisponentes,
nomeadamente
hipertrofia
adenoide
e
orientar
no
sentido
da
prevenção
de
infeções
e
do
tratamento
a
realizar
em
caso
de
episódio
de
sibilância.
Numa
menina
avaliada
sequencialmente
entre
os
3
e
os
5
anos
foi
possível
estabelecer
o
fenótipo
de
sibilância
transitória
da
infância,
tendo
tido
alta.
Dos
doentes
com
alergia
a
fármacos,
47
reportavam
suspeita
de
reação
a
antibióticos
e
23
a
anti-‐inflamatórios
não
esteróides
(AINE),
sendo
que
os
restantes
reportavam
reações
a
diversos
fármacos;
de
realçar
alguns
doentes
com
reações
graves,
nomeadamente
2
doentes
com
anafilaxia
ao
diclofenac,
1
doente
com
anafilaxia
ao
etoricoxibe
descrito
em
episódio
de
internamento,
um
doente
com
Tríade
de
Widal
e
episódio
grave
de
doença
respiratória
exacerbada
pela
aspirina
com
necessidade
de
ventilação
invasiva
e
um
doente
com
suspeita
de
pustulose
exantemática
generalizada
aguda
a
amoxicilina/ácido
clavulânico.
Dos
51
doentes
com
alergia
alimentar
suspeita
ou
confirmada,
os
alimentos
mais
frequentemente
implicados
foram
os
peixes
(n=5),
marisco
e
cefalópodes
(n=11),
frutos
frescos
(n=10),
frutos
secos
e
amendoim
(n=4),
leite
de
vaca
(n=5)
e
ovo
(n=5).
Um
doente
foi
orientado
por
IgE
específicas
positivas
para
peixe
e
marisco
apesar
de
ingerir
estes
alimentos
com
tolerância.
Em
11
doentes
com
alergia
alimentar
a
clínica
foi
de
anafilaxia,
salientando-‐se
uma
doente
de
23
anos
com
episódios
de
anafilaxia
a
rosáceas
e
frutos
secos
e
sensibilização
a
rPru
p
3,
proteína
de
transferência
de
lípidos
(LTP)
do
pêssego
e
um
doente
de
28
anos
com
anafilaxia
ao
tomate
e
sensibilização
a
Sola
l
3
(LTP
to
tomate)
aos
quais
se
pondera
iniciar
tratamento
29. CURRICULUM
VITAE
17
com
imunoterapia
sublingual
de
pêssego.
Referem-‐se
ainda
uma
doente
de
29
anos
com
anafilaxia
ao
tremoço
e
sensibilização
a
Gal
d
5
(alfa
livetina)
que
fazia
evicção
completa
de
ovo
e
de
carne
de
aves
e
que
se
encontra
em
processo
de
avaliação
de
tolerância
a
estes
alimentos,
uma
doente
de
40
anos
com
episódios
reprodutíveis
de
anafilaxia
ao
leite
de
vaca
de
início
no
terceiro
trimestre
de
gravidez
e
aquisição
de
tolerância
no
puerpério,
à
data
da
observação
com
testes
cutâneos
por
picada
negativos
ao
leite,
e
um
doente
de
36
anos
com
início
de
anafilaxia
ao
ovo
em
idade
adulta,
após
realização
de
tratamento
para
hepatite
B
crónica
com
interferão.
Uma
doente
de
48
anos
com
clínica
sugestiva
de
anafilaxia
induzida
pelo
exercício
dependente
de
alimentos
(FDEIA)
e
teste
cutâneo
por
picada
positivo
às
farinhas
de
trigo
e
centeio
realizou
prova
de
provocação
oral
com
pão
de
trigo
em
repouso,
negativa,
prova
de
exercício,
negativa
e
prova
de
exercício
30
minutos
após
ingestão
de
pão
de
trigo,
negativa,
ingerindo
atualmente
pão
e
outros
alimentos
contendo
farinha
de
trigo
e
centeio
sem
restrições
e
sem
reações,
referindo
associar
a
fase
de
ocorrência
dos
episódios
com
período
de
maior
instabilidade
emocional.
Foi
também
realizada
prova
de
provocação
com
exercício
em
cicloergómetro
numa
jovem
de
19
anos
com
episódios
recorrentes
de
dispneia,
tosse,
rinite
e
edema
palpebral
associados
ao
exercício,
que
foi
negativa.
Todos
os
doentes
com
suspeita
de
anafilaxia
a
alimentos
ou
outros
alergénios
em
que
não
seja
possível
realizar
uma
evicção
completa
e
segura
são
portadores
de
adrenalina
auto-‐injetável
cuja
técnica
de
administração
e
prazo
de
validade
são
revistos
periodicamente
nas
consultas.
Foram
observados
na
consulta
2
doentes
com
suspeita
de
alergia
a
veneno
de
himenópteros
não
confirmada
que
reportavam
reações
sistémicas
(Grau
I
e
II
de
Mueller)
e
um
doente
com
reações
locais
exuberantes
a
picada
de
abelha
e
IgE
positiva
(6,35kU/L)
para
abelha.
Dos
doentes
com
urticária
e/ou
angioedema
foram
observados
8
doentes
com
urticária
aguda,
frequentemente
no
contexto
de
infeção
e
em
2
doentes
com
associação
a
ingestão
de
alimentos
ricos
em
histamina,
8
doentes
com
urticária
e/ou
angioedema
recorrente
de
características
histaminérgicas,
sem
causa
esclarecida,
8
doentes
com
provável
angioedema
induzido
por
IECA
e
uma
jovem
de
15
anos
com
suspeita
de
angioedema
hereditário
tipo
3
por
episódio
de
angioedema
da
face
sem
resposta
a
corticoide
e
antihistamínico
com
duração
de
4
30. ESTÁGIO
DE
IMUNOALERGOLOGIA
GERAL,
DO
ADULTO
E
FINAL
18
dias,
de
ocorrência
2
meses
após
início
de
contraceptivo
oral
e
com
C1
inibidor
e
C4
normais
durante
o
episódio,
a
quem
não
foi
possível
completar
o
diagnóstico
por
perda
de
seguimento.
Na
Tabela
9
são
apresentados
os
subtipos
de
urticária
de
acordo
com
a
classificação
EAACI/GA2LEN
2007.
Tabela
9.
Subtipos
de
urticária
nos
doentes
seguidos
em
consulta
externa
TOTAL
URTICÁRIA
CRÓNICA
ESPONTÂNEA
16
URTICÁRIA
FÍSICA
Dermografismo
sintomático
9
Urticária
de
pressão
retardada
3
Urticária
ao
frio
4
Urticária
solar
11
URTICÁRIA
COLINÉRGICA
13
Para
o
diagnóstico
da
urticária
ao
frio,
em
conjugação
com
a
história
clínica,
foram
realizados
testes
de
cubo
de
gelo,
positivos
após
exposição
de
5
a
15
minutos.
Não
foi
no
entanto
possível
comprovar
as
suspeitas
de
urticária
de
pressão
retardada,
urticária
solar
(que
poderia
estar
em
relação
com
exantema
solar)
e
urticária
colinérgica,
embora
a
clínica
e
as
características
das
lesões
observadas
quer
pessoalmente
quer
através
de
fotografia
fossem
sugestivas.
Salienta-‐se
o
caso
de
uma
doente
de
14
anos,
sexo
feminino,
observada
em
consulta
por
clínica
compatível
com
urticária
colinérgica.
Apresentava
concomitantemente
hiperhidrose
axilo-‐palmar
e
acrocianose
pelo
que
foi
orientada
para
consulta
de
cirurgia
vascular.
Optou
por
realizar
simpatectomia
torácica
bilateral,
sem
surgimento
de
novas
lesões
de
urticária
em
até
10
meses
do
pós-‐operatório.
Dos
doentes
com
dermatite
atópica,
na
sua
maioria
ligeira,
salienta-‐se
o
caso
de
uma
doente
de
19
anos,
sexo
feminino,
orientada
da
consulta
de
Dermatologia
por
dermatite
atópica
grave
medicada
com
ciclosporina,
com
rinite
e
asma
persistente
ligeira
alérgica
a
ácaros
e
pólenes
de
oliveira,
gramíneas
e
ervas.
Dadas
as
queixas
peranuais
de
dermatite
atópica,
sem
agravamento
sazonal
na
primavera,
foi
decidido
iniciar
imunoterapia
específica
100%
Dermatophagoides
pteronyssinus.
Após
9
meses
de
tratamento
nota
melhoria
global
das
31. CURRICULUM
VITAE
19
patologias
alérgicas,
com
CARAT=28
e
SCORAD=24,2,
mantendo
sobretudo
componente
de
xerose
cutânea.
Foi
também
observada
uma
criança
de
7
meses,
sexo
masculino,
orientado
para
consulta
por
dermatite
atópica
grave
de
início
aos
4
meses
de
idade,
sob
amamentação
materna
exclusiva,
sem
resolução
completa
com
cursos
de
corticóide
oral.
Dada
a
gravidade
do
quadro
foi
pedido
estudo
imunológico
com
imunoglobulinas,
que
revelou
hipogamaglobulinemia
(IgG=81mg/mL),
que
se
manteve
à
avaliação
dos
9
meses,
aumento
de
IgE
(1330kU/L)
e
biópsia
cutânea
que
demonstrou
“dermatite
espongiótica”.
A
imunofenotipagem
dos
linfócitos
não
demonstrou
alterações.
Após
discussão
do
caso
com
o
coordenador
da
consulta
de
imunodeficiências
da
Pediatria,
foi
iniciada
antibioterapia
profilática
e
gamaglobulina
subcutânea
com
melhoria
clínica.
Foi
colocada
a
hipótese
diagnóstica
de
Síndrome
de
Omenn,
aguardando
o
estudo
genético
de
RAG1
e
RAG2.
Nos
doentes
com
suspeita
de
dermatite
de
contacto
alérgica
não
previamente
confirmada
foram
realizados
testes
epicutâneos
com
série
standard
de
alergénios
do
Grupo
Português
de
Estudo
das
Dermatites
de
Contacto
(GPEDC)
e,
quando
necessário,
produtos
próprios,
sendo
orientados
para
consulta
de
Dermatologia
se
necessário
testar
um
Alergénio
de
uma
série
específica.
Foram
diagnosticadas
na
consulta
de
Imunoalergologia
dermatite
de
contacto
alérgica
ao
níquel
(n=3),
parafenilenodiamina
e
disperso
laranja
(n=2),
dermatite
de
contacto
ocupacional
a
epóxi-‐resinas
(n=2),
cremes
de
uso
próprio
para
tratamento
do
acne
(n=1)
e
parabenos
(n=1),
tendo
todos
os
doentes
recebido
informação
relativa
à
evicção.
Foram
seguidos
na
consulta
2
doentes
com
diagnóstico
prévio
de
mastocitose,
incluindo
um
doente
com
mastocitose
cutânea
e
um
doente
de
42
anos,
sexo
masculino
com
mastocitose
sistémica
indolente
diagnosticada
aos
39
anos
por
episódios
de
anafilaxia
a
múltiplos
fármacos,
incluindo
amoxicilina/ácido
clavulânico
e
anti-‐inflamatórios
não
esteróides
inibidores
da
COX-‐1,
com
elevação
da
triptase
basal
(68,7ug/L)
e
sem
mutações
do
gene
Kit
nos
exões
8,
11
e
17.
Atualmente
controlado
com
antihistamínico
e
antagonista
dos
receptores
dos
leucotrienos.
É
portador
de
adrenalina
auto-‐injetável.
Por
último,
refere-‐se
o
caso
de
um
jovem
de
10
anos,
referenciado
à
consulta
por
rinite
alérgica
a
ácaros
e
pólenes,
de
características
intermitentes
ligeiras
que
apresentava
hipereosinofilia
moderada
em
estudo
analítico
prévio.
Por
manter
hipereosinofilia
4
semanas
após
tratamento
com
desparazitante
foi
iniciado
estudo
para
exclusão
de
causas
de
32. ESTÁGIO
DE
IMUNOALERGOLOGIA
GERAL,
DO
ADULTO
E
FINAL
20
hipereosinofilia
e
orientado
para
consulta
de
Hematologia.
O
estudo
efetuado
não
revelou
alterações
tendo
ocorrido
uma
diminuição
progressiva
da
contagem
absoluta
de
eosinófilos,
mantendo
agora
apenas
eosinofilia
ligeira,
compatível
com
a
atopia.
Do
total
de
doentes
observados,
196
(36%)
tiveram
alta
da
consulta,
a
maioria
(62%)
orientados
para
o
Centro
de
Saúde
após
conclusão
do
estudo
de
alergia
suspeita
e/ou
estabilização
clínica,
sendo
enviado
relatório
com
os
diagnósticos,
resultados
de
meios
complementares
realizados
e
orientação
terapêutica
sugerida.
33. CURRICULUM
VITAE
21
SERVIÇOS
DE
ATENDIMENTO
URGENTE
Durante
os
estágios
de
Imunoalergologia
Geral,
do
Adulto
e
Final,
bem
como
nos
Estágios
de
Laboratório
de
Imunologia
e
de
Dermatologia,
foram
realizadas
um
total
de
18
horas
semanais,
em
horário
consoante
a
conveniência
do
Serviço
de
Imunoalergologia,
dedicadas
sobretudo
à
Consulta
de
Atendimento
Não
Programado,
mas
também
à
Via
Verde,
Serviço
de
Urgência
e
Consulta
Interna.
Nos
estágios
de
Pneumologia
e
Otorrinolaringologia
foram
realizadas
12
horas
semanais
de
urgência
no
serviço
de
estágio
e
6
horas
semanais
no
Serviço
de
Imunoalergologia.
O
resumo
desta
atividade
encontra-‐se
na
Tabela
3.
ATENDIMENTO
NÃO
PROGRAMADO
(ANP)
Foram
observados
383
episódios
em
317
doentes,
com
idade
mediana
de
36
anos
(entre
1
e
86
anos),
243
(63%)
do
sexo
feminino.
Tabela
10.
Principais
motivos/diagnósticos
da
consulta
de
atendimento
não
programado
TOTAL
ASMA
AGUDIZADA
134
Infeção
respiratória
82
Má
adesão
/
técnica
inalatória
17
Fatores
psicológicos
6
Outro
/
Não
identificado
29
RINITE
AGUDIZADA
13
INFEÇÃO
RESPIRATÓRIA
89
ANGIOEDEMA
14
URTICÁRIA
12
DERMATITE
ATÓPICA
AGUDIZADA
9
DÚVIDAS
NA
IMUNOTERAPIA
26
Infeção
respiratória
9
Agravamento
da
doença
alérgica
12
Atraso
na
administração
2
Reação
adversa
3
INÍCIO
DE
IMUNOTERAPIA
EM
PAUTA
RÁPIDA
24
OUTROS
57
34. ESTÁGIO
DE
IMUNOALERGOLOGIA
GERAL,
DO
ADULTO
E
FINAL
22
Dos
134
doentes
com
asma
agudizada,
104
(78%)
tiveram
exacerbações
ligeiras,
27
(20%)
exacerbações
moderadas
e
3
(2%)
doentes
exacerbação
grave
segundo
os
critérios
da
EPR-‐3
2007.
Outros
diagnósticos
incluem
reavaliação
de
doentes
no
pós-‐internamento,
vigilância
de
doentes
com
reações
adversas
a
procedimentos
da
área
de
alergia
a
fármacos,
alimentos
ou
himenópteros,
tosse
crónica,
outras
queixas
cutâneas
como
dermatite
seborreica,
eczema
de
estase
e
dermatite
de
contacto,
bem
como
profilaxia
a
curto
prazo
de
angioedema
hereditário
com
administração
de
concentrado
de
C1
inibidor
antes
de
extração
dentária,
em
3
doentes.
Dos
doentes
com
angioedema,
4
corresponderam
a
doentes
com
angioedema
hereditário
tipo
1
em
agudização.
Foi
ainda
observada
em
três
ocasiões
uma
doente
com
reação
sistémica
durante
procedimento
de
dessensibilização
à
carboplatina,
a
quem
foi
tratada
a
reação
e
feito
ajuste
do
protocolo.
Dos
doentes
com
reação
adversa
a
imunoterapia,
salientam-‐se
2
reações
anafiláticas
durante
a
fase
de
indução
terapêutica,
com
extratos
aquosos
ou
depot:
veneno
de
abelha
e
Phleum
pratensis.
Três
doentes
com
infeção
respiratória
e
insuficiência
respiratória
tipo
1
não
revertida
durante
terapêutica
no
ANP
foram
orientados
para
o
internamento,
uma
das
quais
uma
criança
de
5
anos
internada
ao
cuidado
da
Pediatria
Médica.
VIA
VERDE
Foram
observadas
em
Via
Verde
de
Imunoalergologia7
mulheres
grávidas
orientadas
do
serviço
de
Obstetrícia,
1
por
suspeita
de
asma
em
que
foi
excluído
o
diagnóstico,
5
por
asma
e
1
por
agravamento
de
rinite
alérgica,
a
quem
foi
feito
ajuste
e
esclarecimento
terapêutico
e
que
foram
orientadas
para
consulta
de
Imunoalergologia
para
seguimento.
Foi
ainda
observado
1
doente
proveniente
do
centro
de
saúde
com
suspeita
de
anafilaxia
a
veneno
de
himenópteros,
que
foi
orientado
para
estudo
na
área
específica.
SERVIÇO
DE
URGÊNCIA
Foram
observados
43
doentes
como
pedido
de
colaboração
de
Imunoalergologia
no
Serviço
de
Urgência,
25
do
sexo
feminino
(58%)
e
idade
mediana
de
35
anos
(15
a
65
anos,
1
com
idade
35. CURRICULUM
VITAE
23
<18
anos).
Os
motivos
de
pedido
de
observação
são
descritos
na
Tabela
11,
tendo
em
19
(44%)
dos
casos
sido
identificado
um
agente
suspeito.
Tabela
11.
Principais
motivos/diagnósticos
observados
no
Serviço
de
Urgência
MOTIVO
DE
URGÊNCIA
ETIOLOGIA
SUSPEITA
N
URTICÁRIA
10
Peixes
2
ANGIOEDEMA
13
IECA
5
AINE
1
Hereditário
2
EXANTEMA
8
Amoxicilina
+
ácido
clavulânico
1
Carbamazepina
1
Fenitoína
1
Flurbiprofeno
1
Clopidogrel
1
Colchicina
1
DERMATITE
DE
CONTACTO/ATÓPICA
6
Fibra
de
vidro
/
resinas
2
Parafenilenodiamina
2
Acrilatos
1
EXACERBAÇÃO
DE
ASMA
5
ANAFILAXIA
Diclofenac
1
AINE:
Anti-‐inflamatórios
não
esteroides.
IECA:
inibidores
de
conversão
da
angiotensina.
Trinta
doentes
foram
orientados
para
consulta
de
Imunoalergologia
para
seguimento
e/ou
estudo
adicional
e
2
doentes
foram
internados:
um
com
56
anos,
sexo
masculino,
com
asma
agudizada
com
insuficiência
respiratória
tipo
1,
e
uma
doente
de
20
anos,
sexo
feminino,
com
eczema
agudo
generalizado
após
coloração
de
cabelo.
CONSULTA
INTERNA
Foram
observados
40
doentes
internados
em
Consulta
Interna,
22
(55%)
do
sexo
feminino
e
idade
mediana
de
51
anos
(3
a
78
anos,
4
com
idade
<18
anos),
sendo
os
serviços
requisitantes
maioritariamente
a
Infeciologia
(n=10),
Medicina
Interna
(n=9)
e
Cardiologia
(n=5).
Os
motivos
para
observação
mais
frequentes
foram:
suspeita
de
reação
de
hipersensibilidade
a
fármacos
(n=40),
agudização
de
asma
(n=7),
prescrição
de
concentrado
de
C1
inibidor
para
36. ESTÁGIO
DE
IMUNOALERGOLOGIA
GERAL,
DO
ADULTO
E
FINAL
24
administração
antes
de
parto
ou
cirurgia
em
doente
com
angioedema
hereditário
(n=2),
eosinofilia
(n=2)
e
défice
de
IgA
(n=1).
Em
11
casos
de
reação
de
hipersensibilidade
confirmada
ou
provável
foi
realizado
no
serviço
de
origem,
em
colaboração
com
a
Dra.
Josefina
Cernadas,
um
procedimento
de
dessensibilização:
carboplatina
(n=4),
ácido
acetilsalicílico
(n=3),
trimetoprim-‐sulfametoxazol
(n=2)
e
antibacilares
(n=2).
Saliento
o
caso
de
um
jovem
de
13
anos,
internado
para
colocação
de
shunt
ventrículo-‐
peritoneal
por
tumor
do
sistema
nervoso
central,
que
teve
um
episódio
de
choque
anafilático
no
início
do
procedimento,
tendo
sido
pedida
colaboração
para
conhecimento
dos
fármacos
a
evitar
em
futura
cirurgia,
de
caráter
urgente.
Da
análise
dos
fármacos
administrados
tendo
em
conta
o
tempo
de
administração
e
probabilidade
de
reação,
e
estando
impossibilitada
a
realização
de
qualquer
procedimento
diagnóstico
em
tempo
útil,
foi
proposta
a
realização
de
cirurgia
em
primeiro
tempo
operatório
e
ambiente
látex-‐free,
com
evicção
de
relaxantes
neuromusculares
e
de
teicoplanina,
tendo
a
nova
cirurgia
decorrido
sem
intercorrências.
Este
jovem
foi
posteriormente
orientado
para
a
consulta
de
Imunoalergologia
e
sido
comprovada
a
alergia
a
teicoplanina
e
excluída
alergia
aos
restantes
agentes
suspeitos.
COMENTÁRIOS
A
atividade
na
Urgência
Específica
de
Imunoalergologia
iniciou-‐se
concomitantemente
com
o
Estágio
de
Imunoalergologia
Geral
e
prolongou-‐se
ao
longo
do
restante
internato
com
maior
ou
menor
carga
horária
consoante
os
estágios
realizados.
O
facto
de
a
urgência
ser
realizada
no
âmbito
da
Especialidade
de
Imunoalergologia
permitiu
um
maior
contacto
com
patologias
imunoalergológicas
agudas
e
contribuiu
para
o
desenvolvimento
das
capacidades
de
decisão
em
situações
de
caráter
urgente
e
muitas
vezes
sem
recurso
a
exames
complementares,
não
esquecendo
potenciais
diagnósticos
diferenciais
com
os
quais
foi
tomado
contacto
durante
as
Urgências
Gerais,
integradas
nos
Estágios
de
Medicina
Interna
e
Pediatria.
Para
além
do
mais,
a
existência
de
um
Serviço
de
Atendimento
Permanente
de
Imunoalergologia
é
uma
mais
valia
para
os
doentes
seguidos
na
consulta
com
exacerbação
da
sua
patologia
alérgica,
sendo
que
o
atendimento
rápido
e
especializado
evita
muitas
vezes
o
consequente
agravamento
e
a
necessidade
de
internamento.
37. CURRICULUM
VITAE
25
INTERNAMENTO
Durante
a
Formação
Específica
em
Imunoalergologia
foram
acompanhados
ou
observados
no
internamento
15
doentes
por
um
tempo
médio
de
9
dias,
11
do
sexo
feminino,
idade
mediana
de
56
anos
(17
a
86
anos),
8
previamente
seguidos
em
consulta
de
Imunoalergologia.
Os
diagnósticos
principais
foram:
asma
ou
insuficiência
respiratória
crónica
agudizada
(n=10),
choque
anafilático
(n=2),
eczema
agudo
exuberante
à
parafenilenodiamina
(n=1)
e
grávida
com
broncospasmo
de
novo
a
quem
foi
diagnosticada
infeção
por
Bordetella
pertussis
(n=1).
Saliento
o
caso
do
doente
de
40
anos,
sexo
masculino,
internado
por
choque
anafilático:
mau-‐
estar
geral,
palidez,
náuseas
e
vómitos,
dispneia,
obnubilação,
hipoxemia
(SpO2=83%)
e
hipotensão
(TA
sistólica
<100mmHg
e
TA
diastólica
<60mmHg)
de
início
30
minutos
após
toma
de
etoricoxibe
por
lombociatalgia,
tratado
na
sala
de
emergência
com
adrenalina,
clemastina,
hidrocortisona,
fluidoterapia
e
oxigenoterapia.
Tinha
como
antecedente
prévio
episódio
de
insuficiência
respiratória
aguda
com
necessidade
de
ventilação
invasiva
e
internamento
em
outra
instituição
no
ano
anterior,
sem
causa
infeciosa
ou
outra
diagnosticada,
que
posteriormente
associou
a
toma
de
etoricoxibe
para
lombalgia.
Foi
orientado
para
a
consulta
externa
tendo
realizado
testes
cutâneos
por
picada
e
intradérmicos
com
etoricoxibe,
que
foram
negativos
e
prova
de
provocação
oral
com
AINE
alternativo,
inibidor
da
COX-‐1,
que
tolera.
Aguarda
realização
de
IgE
específica
para
etoricoxibe.
Salientam-‐se
ainda
os
casos
de
um
doente
com
Tríade
de
Widal
e
broncospasmo
grave
após
ingestão
de
ácido
acetilsalicílico
e
de
uma
doente
com
choque
anafilático
após
ingestão
de
lula,
sem
diagnóstico
prévio
de
alergia
alimentar,
dada
a
gravidade
da
reação,
já
que
ambos
tiveram
as
reações
durante
o
seu
período
laboral
no
hospital
e
foram
levados
diretamente
para
a
sala
de
emergência
com
perda
da
consciência,
cianose,
ausência
de
sons
respiratórios
e
acidose
respiratória
(pH<7,0),
com
necessidade
de
entubação
e
posterior
ventilação
com
Heliox,
casos
estes
que
nos
relembram
da
possibilidade
de
mortalidade
por
doença
alérgica.