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Intervenção
Psicoterapêutica Na
Doença Crónica
Álvaro Mendes, Raquel Chiquelho, Sofia Neves
Maio de 2007
Abordagem
Psico-Educativa
• Intervenção psicoeducativa
Surge da necessidade de ajudar os
familiares de doentes com doença crónica
familiares de doentes com doença crónica
a encarar as dificuldades emocionais,
sociais e físicas/práticas que a doença
impõe.
Porquê uma abordagem
Porquê uma abordagem
Porquê uma abordagem
Porquê uma abordagem
psicoeducativa em
psicoeducativa em
psicoeducativa em
psicoeducativa em
grupo?
grupo?
grupo?
grupo?
• O medo do contágio
• o trauma da perda iminente de alguém querido
• o receio da discriminação, estigmatização
• etc.
Levam muitas vezes ao isolamento social e à segregação familiar
Levam muitas vezes ao isolamento social e à segregação familiar
(segredo familiar).
• Cada família tem formas diferentes de lidar com a adversidade.
Não conseguem lidar com esta realidade e rejeitam o familiar;
Sentem um acréscimo de responsabilidade em cuidar do ente
querido.
Intervenção com famílias
de doentes com H.I.V.
H.I.V.
H.I.V.
H.I.V.
As primeiras tentativas de intervenção psico-educativa
foram junto de famílias de pessoas com H.I.V./S.I.D.A.
Indicam a importância de fornecer informação:
• compreender aspectos físicos da doença;
• compreender aspectos físicos da doença;
• Acerca dos modos de transmissão
• abstraírem-se de certos mitos acerca da doença;
• compreender que aquilo que estão a sentir é normal;
e, simultaneamente, dar apoio e suporte:
• Lidar com a morte;
• Medos de contágio;
• Estigma, reacções homofóbicas;
• Normalização de sentimentos
Através desta abordagem, os membros do
grupo são levados a interagir de forma
mais adequada com o seu familiar
mais adequada com o seu familiar
portador do vírus da S.I.D.A., mas
também com os serviços de saúde e
outras instituições sociais de apoio.
Caracterização da
Caracterização da
Caracterização da
Caracterização da
intervenção
intervenção
intervenção
intervenção
• Testada através de uma investigação quasi-experimental, com um grupo
experimental de 33 sujeitos (4 grupos de 8 a 10 pessoas cada) e um grupo
de controlo de 13 sujeitos).
• A eficácia foi medida através da avaliação de 5 constructos:
 Depressão
 Estigma social Diminuíram de forma significativa
 Stress após a intervenção
 Stress após a intervenção
 Ansiedade
 Suporte social
Planeamento do grupo
Planeamento do grupo
Planeamento do grupo
Planeamento do grupo
• Optou-se por só incluir no grupo
familiares da pessoa com H.I.V./S.I.D.A.
(laços de sangue ou conjugues) Para evitar
conflitos que poderiam surgir devido a diferenças de
opiniões.
• O doente não participa nos grupos
 Porque muitas vezes a pessoa não vive com a
família;
 Para dar o maior liberdade aos participantes de
exprimir os seus sentimentos.
• Medidas para proteger privacidade dos
participantes do grupo:
• só era revelado o primeiro nome de cada participante e
o familiar que tinha a doença era chamado por um
pseudónimo;
pseudónimo;
• a participação na fase de avaliação do grupo era
facultativa;
• o local das reuniões era afastado do centro da cidade
• Os técnicos que coordenaram o grupo
partilham uma premissa básica:
Acreditar que os participantes do grupo
Acreditar que os participantes do grupo
são elementos mentalmente saudáveis,
que têm a capacidade de melhorar as
suas vidas através da descoberta das
suas forças
• Como parte da intervenção, os elementos
do grupo são encorajados a manterem-se
em contacto fora das sessões;
• Os coordenadores do grupo decidiram
• Os coordenadores do grupo decidiram
colocar-se à disposição de todos os
elementos, mesmo fora do horário das
sessões.
Recrutamento
Recrutamento
Recrutamento
Recrutamento
• População-alvo: familiares de pessoas com
H.I.V./S.I.D.A. (independentemente da fase da
doença ou da orientação sexual das pessoas
infectadas);
• O grupo foi divulgado através de panfletos e
• O grupo foi divulgado através de panfletos e
cartazes distribuídos por toda a cidade, e
através de anúncios nos jornais e rádios locais
• As pessoas interessadas em participar,
deveriam dirigir-se ao centro de apoio a
pessoas com H.I.V./S.I.D.A. mais próximo.
Amostra
Amostra
Amostra
Amostra
• Foram formados 4 grupos experimentais, com 8 a 10
pessoas cada.
• O único critério para a admissão no grupo era que os
familiares dos doentes tivessem estabilidade emocional.
• O grupo de controlo (de 13 pessoas) era constituído por
pessoas que estavam em lista de espera para um
próximo grupo.
• A maioria de pessoas que frequentaram o grupo eram
mães e irmãs de doentes com H.I.V./S.I.D.A..
• As idades dos participantes oscilavam
entre os 18 e os 55 anos, eram
maioritariamente caucasianos (79%) e
trabalhadores a tempo inteiro (61%).
• Em 10 dos doentes foram avaliados pelos
seus familiares como assintomáticos, 9
como tendo alguns sintomas e 4 como
tendo já sintomas graves.
Entrevista individ
Entrevista individ
Entrevista individ
Entrevista individual
ual
ual
ual
• Antes do início das sessões de grupo;
• Entrevista com cada elemento da família;
Objectivo:
Objectivo:
• Recolher informação relevante sobre a
condição psicossocial, características de
personalidade, história familiar, situação
de saúde…;
• Construção de aliança terapêutica.
Programa Psico-
educativo
• 1ª Sessão
• Dar à família informação básica sobre H.I.V/ S.I.D.A. e
esclarecer certos mitos ( ex. formas de contágio);
• Ajudá-los a lidar com a estigma do H.I.V./S.I.D.A..;
• Criar coesão entre o grupo
• Criar coesão entre o grupo
• TAREFA: Telefonar a outro elemento do grupo
• No final todos os elementos completam uma ficha com
o nome, endereço e telefone.
• 2ª Sessão
• Discussão do grau de sucesso da tarefa
da última semana - troca de experiências;
• Dar mais informação sobre H.I.V./ S.I.D.A.
e sobre infecções oportunistas:
- Esclarecer questões;
- Partilhar informações entre os
elementos do grupo;
• Discussão dos problemas que surgiram durante a semana;
• Foco nos sentimentos de revolta em relação ao familiar com H.I.V
positivo, contra a sociedade e contra o sistema médico;
• Normalizar esses sentimentos;
• Procurar estratégias para lidar com essa revolta ( falar com um
amigo, dar um passeio, confrontar as pessoas quando for
apropriado);
TAREFA: Estar atento às situações em que sentem raiva e tentar
encontrar uma solução construtiva para lidar com ela.
• 3ª Sessão
• Partilha e discussão acerca das formas encontradas
para lidar com a raiva;
• Apresentação das instituições de apoio a familiares de
pessoas infectadas por H.I.V.;
• Foco no stress sentido pelos elementos da família (
• Foco no stress sentido pelos elementos da família (
dificuldades em articular responsabilidades e emprego,
dificuldades económicas…)
• Ensino de técnicas para lidar com o stress e de
relaxamento.
TAREFA: Praticar exercícios de relaxamento e participar
numa actividade de lazer.
• 4ª Sessão
• Apresentação e discussão de formas de lidar com o
sistema de saúde para alcançar objectivos pretendidos
sem a frustração de “lutar” contra o sistema;
• Ajudar a lidar com sentimentos de desespero e
• Ajudar a lidar com sentimentos de desespero e
depressão – discussão de técnicas que ajudem a
potenciar as capacidades dos elementos e a sua
assertividade;
TAREFA: Foco em actividades que aumentem o
sentimento de controlo da situação.
• 5ª Sessão
• Apresentação de informação sobre os cuidados em
casa e esclarecimento de questões sobre este tópico
(medicação, como lidar com a demência, medidas de
precaução);
precaução);
• Foco nas ansiedades e medos ligados às incertezas da
doença - discussão de estratégias para redução da
ansiedade:
- Técnicas centradas na solução de problemas;
- Métodos de redução de ansiedade (relaxamento, falar
com alguém…)
TAREFA: Fazer uma lista das preocupações e medos
ordenando-os por ordem de prioridade e escolha
daquilo que queriam ver resolvido primeiro.
- Discussão deste tópico na sessão seguinte para que
cada elemento ajude os outros a encontrar soluções
cada elemento ajude os outros a encontrar soluções
para as ansiedades.
• 6ª Sessão
• Discussão das necessidades médicas e
nutritivas das pessoas infectadas com o H.I.V.-
esclarecimento de dúvidas e distribuição de
panfletos;
• Trabalho em grupos para discutir a a
• Trabalho em grupos para discutir a a
importância de uma rede de suporte que inclua
amigos e profissionais;
TAREFA: realizar uma actividade lúdica com um
amigo.
• 7ª Sessão
• Discussão de questões financeiras associadas a uma
doença prolongada;
• O coordenador ajuda os participantes a comunicarem
sobre estas questões com os seus familiares;
• Partilha das perdas sucessivas que os elementos
• Partilha das perdas sucessivas que os elementos
presenciaram no decorrer da doença;
TAREFA: falar com o familiar acerca de questões ligadas
à partilha de bens (testamento).
• 8ª Sessão
• Os membros do grupo decidem se
querem continuar em contacto com os
outros elementos;
outros elementos;
• Lideres do grupo manifestam-se
disponíveis para futuro contacto
• Partilha de sentimentos acerca das
sessões.
Followup
Followup
Followup
Followup
• Os participantes mantiveram-se em contacto
com os coordenadores do grupo:
- pedir informações quando o familiar mudou
para uma fase seguinte da doença;
- partilha de emoções;
• Alguns elementos do grupo participaram no
• Alguns elementos do grupo participaram no
funeral de familiares de outros elementos do
grupo dando suporte emocional;
• Os participantes manifestaram-se gratos por
terem recursos de apoio sempre que
necessário.
Conclusões
• Resultados positivos da intervenção no alívio dos níveis de
ansiedade, depressão, tensão e estigma em familiares de pessoas
infectadas por H.I.V. visto que passaram a:
• - compreender aspectos físicos da doença;
• - compreender aspectos físicos da doença;
• - abstraírem-se de certos mitos acerca da doença;
• - compreender que aquilo que estão a sentir é normal;
Os familiares deixaram de sentir o estigma e as dificuldades
psicoemocionais, assim como o alívio de se sentirem culpados por
necessitarem de ajuda apesar de não serem eles os doentes.
Ackerman Institute for
the Family
• Multiple Family Discussion Group –
six session version
- Surge, inicialmente, para famílias com
doentes oncológicos sendo, depois,
generalizado a outras patologias.
The Ackerman/Memorial
The Ackerman/Memorial
The Ackerman/Memorial
The Ackerman/Memorial
Sloan Kettering
Sloan Kettering
Sloan Kettering
Sloan Kettering
• Multiple Family Discussion Group:
Six Session Version
• Princípios Teóricos
1. Perspectiva bilateral conjunta.
1. Perspectiva bilateral conjunta.
2. Individual Relacional.
3. Transparência.
4. Perspectivas Multidisciplinares.
5. Colaboração.
Metodologia
• Duração de 6 semanas;
• 2 horas por semana;
• 3 a 6 famílias – inclusão do doente;
• 2 co-terapeutas;
• 2 co-terapeutas;
• Seleccionar um nome agradável para o
programa terapêutico
ex.: Projecto Família Saudável;
ProFamílas.
1ª Sessão – Ouvir os
doentes
• Fish-ball
- 2 sub-grupos:
a. sub-grupo de doentes + co-terapeuta.
b. sub-grupo de familiares + co-terapeuta.
Audiência
2ª Sessão – Ouvir os
familiares
• Fish-ball
- 2 sub-grupos:
a. sub-grupo de doentes + co-terapeuta.
Audiência
b. sub-grupo de familiares + co-terapeuta.
* Ouvem-se as diferentes perspectivas sem
interferências intergrupais.
3ª Sessão – a família
fala de si
• Não se fala da doença.
* Causa grandes dificuldades na família.
• A noção actual do mundo da família é dominada pelo
pensamento em torno da doença. Esta centração é,
maioritariamente funcional, ou seja, falam das
maioritariamente funcional, ou seja, falam das
exigências práticas da doença mas, não da doença em
si mesma.
• Abordar as diferenças/alterações impostas à família
(antes/agora).
O cartaz da Família
O cartaz da Família
O cartaz da Família
O cartaz da Família
É distribuído por família folhas A4, revistas, jornais,
marcadores, cola, tesouras para que cada família
represente, graficamente, a sua vida Antes e Agora;
- Cada família (doente+1membro) apresenta o seu
trabalho ao grupo;
trabalho ao grupo;
- Partindo da sua história, cada família escolhe um
nome que a identifique;
Tarefa:
Procurar em casa objectos que representem a vida que
tinham antes da doença.
4ª Sessão – Mote da
família
• A família deve encontrar algo que a
defina: música, poema, …
• Apresentação dos trabalhos anteriores.
• Apresentação dos trabalhos anteriores.
Tarefa
Encontrar algo que simbolize o Futuro e
que represente a pessoa sem a doença
5ª Sessão – Equacionar
o Futuro
• Exploração grupal do símbolo representativo do Futuro;
• Sempre que a pessoa sinta pressionada pelos outros,
ou julga que se fala demasiado da doença, usa este
símbolo para solicitar à família uma mudança de
assunto.
assunto.
• A doença não invalida as capacidades humanas, pelo
que devemos introduzir uma nova perspectiva;
• Externalização do problema.
6ª Sessão - Feedback
• Benefícios da participação no grupo;
• Entrega do Diploma, certificando que as
famílias conseguiram “colocar a doença
famílias conseguiram “colocar a doença
no seu lugar”.
Instituto Português de Oncologia –
Centro Regional de Oncologia do
Centro, S.A.
Objectivos do programa
psicoeducativo
• Responder a necessidades psicossociais do
doente e da família.
• Rever as estratégias de enfrentamento do
doente e da família “colocando a doença no seu
lugar”.
• Ajudar a criar na família uma rede de relações
• Ajudar a criar na família uma rede de relações
que permita dar resposta ao apoio necessário.
• Prevenção/promoção do envelhecimento bem
sucedido.
• Construir um guião que permita a outras
unidades de saúde aplicar a mesma
metodologia de intervenção.
1. Grupo Multi-famílias
• Metodologia
• 6 sessões semanais/quinzenais de 90 minutos
• Mínimo de 5 famílias.
• 2 terapeutas/coordenadores por sessão.
• Participação multidisciplinar: médico,
enfermeiro, técnico de serviço social.
• Sessões com uma componente educativa e
com uma componente de suporte.
• Distribuição às famílias de folhetos informativos.
Recrutamento das
famílias
• Encaminhamento do doente com cancro, realizado pelos
médicos do Serviço de Oncologia Médica do IPOFG.
• Contacto directo com doentes/famílias
(internamento/hospital de dia)
• Divulgação interna (cartazes, flyers)
• Procura espontânea
• Entrevista com o doente e familiares onde é recolhida
• Entrevista com o doente e familiares onde é recolhida
informação sobre o doente, a doença e a família
• Participação voluntária
• Flexibilidade na marcação das sessões
• Critérios de exclusão: limitações na capacidade de
compreensão; perturbações do foro psiquiátrico; membros
da família com idade  12 anos.
Participantes
• Até ao momento realizaram-se 4 grupos multi-famílias;
número total de famílias: 19; número total de sujeitos:
55.
• Idades dos sujeitos (doentes): 56,5 anos (média)
• Predominam sujeitos (doentes) do sexo feminino (65%)
• O nível de escolaridade é, geralmente, o ensino básico
ou secundário incompleto
ou secundário incompleto
• Globalmente, os familiares que participam são os que
compõem o agregado familiar. Alguns filhos que já não
vivem na casa dos pais também participam. Em 2 casos
houve a participação de um dos pais dos doentes (que
vivem na mesma casa). Pouco envolvimento da família
alargada.
Programa
psicoeducativo
• Grupo Multi-famílias fase crise
• 1ª Sessão (educativa e de suporte)
– Apresentações.
– Informação sobre a doença, sua evolução e
– Informação sobre a doença, sua evolução e
tratamentos; esclarecimento de dúvidas
(colaboração do médico)
– Impacto da doença na família.
Tarefa
Programa
psicoeducativo
• 2ª Sessão (educativa e de suporte)
– Gestão das emoções (utilização de um jogo)
Tarefa
Tarefa
Programa
psicoeducativo
• 3ª Sessão (educativa e suporte)
– Formas de lidar com o sistema de saúde,
direitos e benefícios do estatuto de doente
crónico, instituições de apoio na comunidade
(colaboração de um técnico superior de serviço social)
(colaboração de um técnico superior de serviço social)
– Competências de comunicação e de
assertividade
Tarefa
Programa
psicoeducativo
• 4ª Sessão (de suporte)
- Gestão de stresse e ansiedade; estratégias de
coping – relaxamento
Tarefa
Programa
psicoeducativo
• 5ª sessão (educativa e de suporte)
- Cuidados a ter em casa – alimentação, lidar
com efeitos secundários dos tratamentos
(colaboração de um enfermeiro);
- Lidar com a imprevisibilidade do futuro;
sentimentos de impotência e depressão
Programa
psicoeducativo
• 6ª sessão (de suporte e finalização)
- Importância das redes de apoio; desejos para
o futuro;
- Ritualização
- Ritualização
Grupo de Doentes
Metodologia
• 6/8 doentes, na maioria hospedados no Hotel da
instituição.
• 4 sessões duas vezes por semana - 90 minutos.
• 2 terapeutas/coordenadores por sessão.
• Participação multidisciplinar: médico e técnico de serviço
• Participação multidisciplinar: médico e técnico de serviço
social.
• Sessões com uma componente educativa e com uma
componente de suporte.
• Distribuição de folhetos informativos.
Recrutamento
• Contacto directo com doentes – Sessão de
esclarecimento no Hotel.
• Entrevista com o doente, onde é recolhida informação
sobre o doente, a doença e a família.
• Divulgação interna (cartazes, flyers).
• Divulgação interna (cartazes, flyers).
• Participação voluntária.
• Flexibilidade na marcação das sessões (horário dos
tratamentos).
• Critérios de exclusão: limitações na capacidade de
compreensão; perturbações do foro psiquiátrico.
Participantes
• Realizaram-se 4 grupos; número total de doentes: 33.
• Idade média dos sujeitos: 59.3 anos (min.32; máx.75).
• Predominam sujeitos do sexo feminino (63.6%).
• 62.5% dos sujeitos concluiu o 1ºCEB.
• Grupos homogéneos relativamente à vivência do cancro
• Grupos homogéneos relativamente à vivência do cancro
e heterogéneos quanto ao tipo de patologia.
• Cancro da Mama: 53,1%; Cancro da Próstata:15,6%.
• Todos os sujeitos a realizar tratamentos de quimio ou
radioterapia.
• 83.3% dos sujeitos na fase de crise.
Programa
psicoeducativo
• 1ª Sessão (educativa e de
suporte)
• Apresentações.
• Informação sobre a doença,
• Informação sobre a doença,
sua evolução e tratamentos;
• Esclarecimento de dúvidas
(colaboração do médico).
– Impacto da doença na família.
Programa
Psicoeducativo
2ª Sessão (educativa e de
suporte)
Gestão das emoções
Gestão das emoções
(dinâmica de grupo: jogo
das cores ou “pop-out
emocional”)
Tarefa
Programa
Psicoeducativo
• 3ª Sessão (educativa e suporte)
– Formas de lidar com o sistema de saúde, direitos
e benefícios do estatuto de doente crónico,
instituições de apoio na comunidade (colaboração
instituições de apoio na comunidade (colaboração
de um técnico superior de serviço social)
– Competências de comunicação e de
assertividade ou gestão de stresse e ansiedade;
estratégias de coping e relaxamento.
Tarefa
Programa
Psicoeducativo
• 4ª Sessão (de suporte)
- Lidar com a imprevisibilidade do
futuro; sentimentos de
impotência e depressão.
- Importância das redes de apoio;
desejos para o futuro.
- Importância da participação no
grupo.
- Ritualização.
Resultados
Impacto da doença na família
Aspectos positivos
- Maior união da família nuclear.
- Manifestações de apoio e
solidariedade por parte dos amigos
e família alargada.
Aspectos negativos
- Sobrecarga do cuidador.
- Alterações da rotina diária da família;
adiamento de projectos pessoais.
- Maior tensão e ansiedade devido à
e família alargada.
- Adopção de comportamentos
saudáveis ao nível da alimentação
e do exercício físico.
- Diminuição do conflito conjugal.
- Maior tensão e ansiedade devido à
incerteza e preocupação face ao
futuro.
- Ambivalência face às alterações do
curso da doença – gestão das
expectativas.
Participação no programa
Participação no programa
Participação no programa
Participação no programa -
-
-
- Principais
Principais
Principais
Principais
benefícios indicados pelas famílias:
benefícios indicados pelas famílias:
benefícios indicados pelas famílias:
benefícios indicados pelas famílias:
(feedback recolhido através de focus group)
• Maior compreensão sobre a doença / Aquisição de
informação e possibilidade de esclarecer dúvidas;
• Percepção de auto-competência e controlo (a nível
emocional e instrumental);
• Diminuição do sentimento de isolamento social e
• Diminuição do sentimento de isolamento social e
emocional (a nível individual e familiar);
• Desestigmatização face à realidade de ser portador
de uma doença crónica/não ser uma família sã (o
“estar entre iguais”);
• Diminuição da ansiedade, tensão e conflitos; melhor
gestão de “emoções negativas”;
• Maior envolvimento comunicacional na família
quanto a “assuntos-tabu” – imprevisibilidade do
futuro, incapacidade, morte.
Impacto da doença na
família
Como fazer face aos aspectos negativos –
estratégias apontadas pelos participantes:
- Redistribuir as tarefas domésticas pelos vários
membros do agregado familiar e/ou envolvendo a
família alargada – negociação e flexibilização;
família alargada – negociação e flexibilização;
- Maior abertura/disponibilidade emocional;
- Adoptar comportamentos mais;
saudáveis/preventivos (dieta alimentar, exercício
físico, repouso);
- Cumprir recomendações médicas;
- Obter informação médica.
Sugestões apontadas pelos
participantes:
• Deixar previamente marcado um dia e horas fixos para a
realização das sessões;
• Maior colaboração com os restantes técnicos de saúde
(flexibilização de tratamentos com a realização das
sessões);
• Maior ênfase nos aspectos práticos de “como fazer”
(comportamentos para a saúde e gestão do tempo e
(comportamentos para a saúde e gestão do tempo e
lazer);
• Inclusão, na estrutura do programa, de uma sessão onde
estejam presentes só os doentes e outra só os familiares
não-doentes;
• Antecipação da presença da enfermeira para a 2ª sessão
(após a informação médica);
• A parte informativa deveria ser concentrada nas primeiras
sessões, pois tranquiliza a família em relação à doença e
sua gestão.
Considerações finais
• As preocupações e dúvidas do doente e da família vão no
mesmo sentido: a promoção do bem-estar do doente e
consequentemente da família;
• A activação das competências das famílias ao longo das
sessões, a par com a informação veiculada pelos diferentes
técnicos, opera no sentido de melhorar a percepção de auto-
competência e controlo das mesmas (a nível instrumental e
competência e controlo das mesmas (a nível instrumental e
emocional)
• O feedback que se obtém por parte das famílias é um forte
indicador de que trabalhar o bem-estar do doente e da família
numa fase inicial da doença (fase de crise), pode potenciar um
melhor ajustamento familiar à evolução e exigências da
cronicidade da doença;
• Ajuda a criar na família uma rede relacional que favorece a
promoção de estratégias eficazes para lidar com a doença;
Cont.
• Ajuda a família a adaptar-se à exigência de cuidar do
doente e, simultaneamente, compatibilizar as
finalidades individuais dos outros membros da família
• A expressão emocional cria condições para que não
ocorram exclusões emocionais e coligações intra e
extra-familiares
extra-familiares
• O envolvimento no grupo previne a emergência de
sintomatologia psicopatológica
• Fomenta-se um estreitamento dos canais
comunicacionais entre doente-família-unidade de saúde
• O programa demonstra ser eficaz na promoção da
qualidade de vida de famílias com doentes oncológicos.
Referências
Bibliográficas
• GONGÓRA, J. N. (1999). Famílias con Personas Discapacitadas:
Caractísticas y fórmulas de intervención. Consejería de Sanidad y Bienestar
Social.
• POMEROY, E. C.; RUBIN, A.; WALKER, R. J. (1996). A Psychoeducational
Group Intervention for family members of persons with HIV/AIDS. Family
Process, 35, 299 - 312.
• ROLLAND, J. S. (1994). Families, llness, and Disability. New York: Basic
Books.
• STEINGLASS, M. D. (1998). Multiple Family Discussion Groups for Patients
with Chronical Medical Illness. Families, Systems  Health, 16, 55-70.
• STEINGLASS, P.; OSTROFF J. (s.d.) The Acherman/ Memorial Sloan
Kettering multiple family discussion group. Six session version. Treatment
manual. New York, Acherman Institute for the Family (not published).
• Chiquelho, R., Mendes, A., Neves, S., Relvas, A.  Sousa, L. (2006)
ProDoentes – Programa de apoio psico-educativo a doentes oncológicos.
PSYCHOLOGICA, 41, 231-247.
Exercício prático:
• “Pop-out Emocional”
• Relaxamento
• Relaxamento
(…)
“Véspera de Estágio”
• ALEGRIA
• SURPRESA
• MEDO
• SEGURANÇA
• ENTUSIASMO
• RETRAÍMENTO
• MEDO
• ANSIEDADE
• VERGONHA
• INSEGURANÇA
• RETRAÍMENTO
• DESAGRADO
• TRISTEZA

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Intervenção Psicoterapêutica em Doenças Crônicas

  • 1. Intervenção Psicoterapêutica Na Doença Crónica Álvaro Mendes, Raquel Chiquelho, Sofia Neves Maio de 2007
  • 2. Abordagem Psico-Educativa • Intervenção psicoeducativa Surge da necessidade de ajudar os familiares de doentes com doença crónica familiares de doentes com doença crónica a encarar as dificuldades emocionais, sociais e físicas/práticas que a doença impõe.
  • 3. Porquê uma abordagem Porquê uma abordagem Porquê uma abordagem Porquê uma abordagem psicoeducativa em psicoeducativa em psicoeducativa em psicoeducativa em grupo? grupo? grupo? grupo? • O medo do contágio • o trauma da perda iminente de alguém querido • o receio da discriminação, estigmatização • etc. Levam muitas vezes ao isolamento social e à segregação familiar Levam muitas vezes ao isolamento social e à segregação familiar (segredo familiar). • Cada família tem formas diferentes de lidar com a adversidade. Não conseguem lidar com esta realidade e rejeitam o familiar; Sentem um acréscimo de responsabilidade em cuidar do ente querido.
  • 4. Intervenção com famílias de doentes com H.I.V. H.I.V. H.I.V. H.I.V. As primeiras tentativas de intervenção psico-educativa foram junto de famílias de pessoas com H.I.V./S.I.D.A. Indicam a importância de fornecer informação: • compreender aspectos físicos da doença; • compreender aspectos físicos da doença; • Acerca dos modos de transmissão • abstraírem-se de certos mitos acerca da doença; • compreender que aquilo que estão a sentir é normal; e, simultaneamente, dar apoio e suporte: • Lidar com a morte; • Medos de contágio; • Estigma, reacções homofóbicas; • Normalização de sentimentos
  • 5. Através desta abordagem, os membros do grupo são levados a interagir de forma mais adequada com o seu familiar mais adequada com o seu familiar portador do vírus da S.I.D.A., mas também com os serviços de saúde e outras instituições sociais de apoio.
  • 6. Caracterização da Caracterização da Caracterização da Caracterização da intervenção intervenção intervenção intervenção • Testada através de uma investigação quasi-experimental, com um grupo experimental de 33 sujeitos (4 grupos de 8 a 10 pessoas cada) e um grupo de controlo de 13 sujeitos). • A eficácia foi medida através da avaliação de 5 constructos: Depressão Estigma social Diminuíram de forma significativa Stress após a intervenção Stress após a intervenção Ansiedade Suporte social
  • 7. Planeamento do grupo Planeamento do grupo Planeamento do grupo Planeamento do grupo • Optou-se por só incluir no grupo familiares da pessoa com H.I.V./S.I.D.A. (laços de sangue ou conjugues) Para evitar conflitos que poderiam surgir devido a diferenças de opiniões. • O doente não participa nos grupos Porque muitas vezes a pessoa não vive com a família; Para dar o maior liberdade aos participantes de exprimir os seus sentimentos.
  • 8. • Medidas para proteger privacidade dos participantes do grupo: • só era revelado o primeiro nome de cada participante e o familiar que tinha a doença era chamado por um pseudónimo; pseudónimo; • a participação na fase de avaliação do grupo era facultativa; • o local das reuniões era afastado do centro da cidade
  • 9. • Os técnicos que coordenaram o grupo partilham uma premissa básica: Acreditar que os participantes do grupo Acreditar que os participantes do grupo são elementos mentalmente saudáveis, que têm a capacidade de melhorar as suas vidas através da descoberta das suas forças
  • 10. • Como parte da intervenção, os elementos do grupo são encorajados a manterem-se em contacto fora das sessões; • Os coordenadores do grupo decidiram • Os coordenadores do grupo decidiram colocar-se à disposição de todos os elementos, mesmo fora do horário das sessões.
  • 11. Recrutamento Recrutamento Recrutamento Recrutamento • População-alvo: familiares de pessoas com H.I.V./S.I.D.A. (independentemente da fase da doença ou da orientação sexual das pessoas infectadas); • O grupo foi divulgado através de panfletos e • O grupo foi divulgado através de panfletos e cartazes distribuídos por toda a cidade, e através de anúncios nos jornais e rádios locais • As pessoas interessadas em participar, deveriam dirigir-se ao centro de apoio a pessoas com H.I.V./S.I.D.A. mais próximo.
  • 12. Amostra Amostra Amostra Amostra • Foram formados 4 grupos experimentais, com 8 a 10 pessoas cada. • O único critério para a admissão no grupo era que os familiares dos doentes tivessem estabilidade emocional. • O grupo de controlo (de 13 pessoas) era constituído por pessoas que estavam em lista de espera para um próximo grupo. • A maioria de pessoas que frequentaram o grupo eram mães e irmãs de doentes com H.I.V./S.I.D.A..
  • 13. • As idades dos participantes oscilavam entre os 18 e os 55 anos, eram maioritariamente caucasianos (79%) e trabalhadores a tempo inteiro (61%). • Em 10 dos doentes foram avaliados pelos seus familiares como assintomáticos, 9 como tendo alguns sintomas e 4 como tendo já sintomas graves.
  • 14. Entrevista individ Entrevista individ Entrevista individ Entrevista individual ual ual ual • Antes do início das sessões de grupo; • Entrevista com cada elemento da família; Objectivo: Objectivo: • Recolher informação relevante sobre a condição psicossocial, características de personalidade, história familiar, situação de saúde…; • Construção de aliança terapêutica.
  • 15. Programa Psico- educativo • 1ª Sessão • Dar à família informação básica sobre H.I.V/ S.I.D.A. e esclarecer certos mitos ( ex. formas de contágio); • Ajudá-los a lidar com a estigma do H.I.V./S.I.D.A..; • Criar coesão entre o grupo • Criar coesão entre o grupo • TAREFA: Telefonar a outro elemento do grupo • No final todos os elementos completam uma ficha com o nome, endereço e telefone.
  • 16. • 2ª Sessão • Discussão do grau de sucesso da tarefa da última semana - troca de experiências; • Dar mais informação sobre H.I.V./ S.I.D.A. e sobre infecções oportunistas: - Esclarecer questões; - Partilhar informações entre os elementos do grupo;
  • 17. • Discussão dos problemas que surgiram durante a semana; • Foco nos sentimentos de revolta em relação ao familiar com H.I.V positivo, contra a sociedade e contra o sistema médico; • Normalizar esses sentimentos; • Procurar estratégias para lidar com essa revolta ( falar com um amigo, dar um passeio, confrontar as pessoas quando for apropriado); TAREFA: Estar atento às situações em que sentem raiva e tentar encontrar uma solução construtiva para lidar com ela.
  • 18. • 3ª Sessão • Partilha e discussão acerca das formas encontradas para lidar com a raiva; • Apresentação das instituições de apoio a familiares de pessoas infectadas por H.I.V.; • Foco no stress sentido pelos elementos da família ( • Foco no stress sentido pelos elementos da família ( dificuldades em articular responsabilidades e emprego, dificuldades económicas…) • Ensino de técnicas para lidar com o stress e de relaxamento. TAREFA: Praticar exercícios de relaxamento e participar numa actividade de lazer.
  • 19. • 4ª Sessão • Apresentação e discussão de formas de lidar com o sistema de saúde para alcançar objectivos pretendidos sem a frustração de “lutar” contra o sistema; • Ajudar a lidar com sentimentos de desespero e • Ajudar a lidar com sentimentos de desespero e depressão – discussão de técnicas que ajudem a potenciar as capacidades dos elementos e a sua assertividade; TAREFA: Foco em actividades que aumentem o sentimento de controlo da situação.
  • 20. • 5ª Sessão • Apresentação de informação sobre os cuidados em casa e esclarecimento de questões sobre este tópico (medicação, como lidar com a demência, medidas de precaução); precaução); • Foco nas ansiedades e medos ligados às incertezas da doença - discussão de estratégias para redução da ansiedade: - Técnicas centradas na solução de problemas; - Métodos de redução de ansiedade (relaxamento, falar com alguém…)
  • 21. TAREFA: Fazer uma lista das preocupações e medos ordenando-os por ordem de prioridade e escolha daquilo que queriam ver resolvido primeiro. - Discussão deste tópico na sessão seguinte para que cada elemento ajude os outros a encontrar soluções cada elemento ajude os outros a encontrar soluções para as ansiedades.
  • 22. • 6ª Sessão • Discussão das necessidades médicas e nutritivas das pessoas infectadas com o H.I.V.- esclarecimento de dúvidas e distribuição de panfletos; • Trabalho em grupos para discutir a a • Trabalho em grupos para discutir a a importância de uma rede de suporte que inclua amigos e profissionais; TAREFA: realizar uma actividade lúdica com um amigo.
  • 23. • 7ª Sessão • Discussão de questões financeiras associadas a uma doença prolongada; • O coordenador ajuda os participantes a comunicarem sobre estas questões com os seus familiares; • Partilha das perdas sucessivas que os elementos • Partilha das perdas sucessivas que os elementos presenciaram no decorrer da doença; TAREFA: falar com o familiar acerca de questões ligadas à partilha de bens (testamento).
  • 24. • 8ª Sessão • Os membros do grupo decidem se querem continuar em contacto com os outros elementos; outros elementos; • Lideres do grupo manifestam-se disponíveis para futuro contacto • Partilha de sentimentos acerca das sessões.
  • 25. Followup Followup Followup Followup • Os participantes mantiveram-se em contacto com os coordenadores do grupo: - pedir informações quando o familiar mudou para uma fase seguinte da doença; - partilha de emoções; • Alguns elementos do grupo participaram no • Alguns elementos do grupo participaram no funeral de familiares de outros elementos do grupo dando suporte emocional; • Os participantes manifestaram-se gratos por terem recursos de apoio sempre que necessário.
  • 26. Conclusões • Resultados positivos da intervenção no alívio dos níveis de ansiedade, depressão, tensão e estigma em familiares de pessoas infectadas por H.I.V. visto que passaram a: • - compreender aspectos físicos da doença; • - compreender aspectos físicos da doença; • - abstraírem-se de certos mitos acerca da doença; • - compreender que aquilo que estão a sentir é normal; Os familiares deixaram de sentir o estigma e as dificuldades psicoemocionais, assim como o alívio de se sentirem culpados por necessitarem de ajuda apesar de não serem eles os doentes.
  • 27. Ackerman Institute for the Family • Multiple Family Discussion Group – six session version - Surge, inicialmente, para famílias com doentes oncológicos sendo, depois, generalizado a outras patologias.
  • 28. The Ackerman/Memorial The Ackerman/Memorial The Ackerman/Memorial The Ackerman/Memorial Sloan Kettering Sloan Kettering Sloan Kettering Sloan Kettering • Multiple Family Discussion Group: Six Session Version • Princípios Teóricos 1. Perspectiva bilateral conjunta. 1. Perspectiva bilateral conjunta. 2. Individual Relacional. 3. Transparência. 4. Perspectivas Multidisciplinares. 5. Colaboração.
  • 29. Metodologia • Duração de 6 semanas; • 2 horas por semana; • 3 a 6 famílias – inclusão do doente; • 2 co-terapeutas; • 2 co-terapeutas; • Seleccionar um nome agradável para o programa terapêutico ex.: Projecto Família Saudável; ProFamílas.
  • 30. 1ª Sessão – Ouvir os doentes • Fish-ball - 2 sub-grupos: a. sub-grupo de doentes + co-terapeuta. b. sub-grupo de familiares + co-terapeuta. Audiência
  • 31. 2ª Sessão – Ouvir os familiares • Fish-ball - 2 sub-grupos: a. sub-grupo de doentes + co-terapeuta. Audiência b. sub-grupo de familiares + co-terapeuta. * Ouvem-se as diferentes perspectivas sem interferências intergrupais.
  • 32. 3ª Sessão – a família fala de si • Não se fala da doença. * Causa grandes dificuldades na família. • A noção actual do mundo da família é dominada pelo pensamento em torno da doença. Esta centração é, maioritariamente funcional, ou seja, falam das maioritariamente funcional, ou seja, falam das exigências práticas da doença mas, não da doença em si mesma. • Abordar as diferenças/alterações impostas à família (antes/agora).
  • 33. O cartaz da Família O cartaz da Família O cartaz da Família O cartaz da Família É distribuído por família folhas A4, revistas, jornais, marcadores, cola, tesouras para que cada família represente, graficamente, a sua vida Antes e Agora; - Cada família (doente+1membro) apresenta o seu trabalho ao grupo; trabalho ao grupo; - Partindo da sua história, cada família escolhe um nome que a identifique; Tarefa: Procurar em casa objectos que representem a vida que tinham antes da doença.
  • 34. 4ª Sessão – Mote da família • A família deve encontrar algo que a defina: música, poema, … • Apresentação dos trabalhos anteriores. • Apresentação dos trabalhos anteriores. Tarefa Encontrar algo que simbolize o Futuro e que represente a pessoa sem a doença
  • 35. 5ª Sessão – Equacionar o Futuro • Exploração grupal do símbolo representativo do Futuro; • Sempre que a pessoa sinta pressionada pelos outros, ou julga que se fala demasiado da doença, usa este símbolo para solicitar à família uma mudança de assunto. assunto. • A doença não invalida as capacidades humanas, pelo que devemos introduzir uma nova perspectiva; • Externalização do problema.
  • 36. 6ª Sessão - Feedback • Benefícios da participação no grupo; • Entrega do Diploma, certificando que as famílias conseguiram “colocar a doença famílias conseguiram “colocar a doença no seu lugar”.
  • 37. Instituto Português de Oncologia – Centro Regional de Oncologia do Centro, S.A.
  • 38. Objectivos do programa psicoeducativo • Responder a necessidades psicossociais do doente e da família. • Rever as estratégias de enfrentamento do doente e da família “colocando a doença no seu lugar”. • Ajudar a criar na família uma rede de relações • Ajudar a criar na família uma rede de relações que permita dar resposta ao apoio necessário. • Prevenção/promoção do envelhecimento bem sucedido. • Construir um guião que permita a outras unidades de saúde aplicar a mesma metodologia de intervenção.
  • 39. 1. Grupo Multi-famílias • Metodologia • 6 sessões semanais/quinzenais de 90 minutos • Mínimo de 5 famílias. • 2 terapeutas/coordenadores por sessão. • Participação multidisciplinar: médico, enfermeiro, técnico de serviço social. • Sessões com uma componente educativa e com uma componente de suporte. • Distribuição às famílias de folhetos informativos.
  • 40. Recrutamento das famílias • Encaminhamento do doente com cancro, realizado pelos médicos do Serviço de Oncologia Médica do IPOFG. • Contacto directo com doentes/famílias (internamento/hospital de dia) • Divulgação interna (cartazes, flyers) • Procura espontânea • Entrevista com o doente e familiares onde é recolhida • Entrevista com o doente e familiares onde é recolhida informação sobre o doente, a doença e a família • Participação voluntária • Flexibilidade na marcação das sessões • Critérios de exclusão: limitações na capacidade de compreensão; perturbações do foro psiquiátrico; membros da família com idade 12 anos.
  • 41. Participantes • Até ao momento realizaram-se 4 grupos multi-famílias; número total de famílias: 19; número total de sujeitos: 55. • Idades dos sujeitos (doentes): 56,5 anos (média) • Predominam sujeitos (doentes) do sexo feminino (65%) • O nível de escolaridade é, geralmente, o ensino básico ou secundário incompleto ou secundário incompleto • Globalmente, os familiares que participam são os que compõem o agregado familiar. Alguns filhos que já não vivem na casa dos pais também participam. Em 2 casos houve a participação de um dos pais dos doentes (que vivem na mesma casa). Pouco envolvimento da família alargada.
  • 42. Programa psicoeducativo • Grupo Multi-famílias fase crise • 1ª Sessão (educativa e de suporte) – Apresentações. – Informação sobre a doença, sua evolução e – Informação sobre a doença, sua evolução e tratamentos; esclarecimento de dúvidas (colaboração do médico) – Impacto da doença na família. Tarefa
  • 43. Programa psicoeducativo • 2ª Sessão (educativa e de suporte) – Gestão das emoções (utilização de um jogo) Tarefa Tarefa
  • 44. Programa psicoeducativo • 3ª Sessão (educativa e suporte) – Formas de lidar com o sistema de saúde, direitos e benefícios do estatuto de doente crónico, instituições de apoio na comunidade (colaboração de um técnico superior de serviço social) (colaboração de um técnico superior de serviço social) – Competências de comunicação e de assertividade Tarefa
  • 45. Programa psicoeducativo • 4ª Sessão (de suporte) - Gestão de stresse e ansiedade; estratégias de coping – relaxamento Tarefa
  • 46. Programa psicoeducativo • 5ª sessão (educativa e de suporte) - Cuidados a ter em casa – alimentação, lidar com efeitos secundários dos tratamentos (colaboração de um enfermeiro); - Lidar com a imprevisibilidade do futuro; sentimentos de impotência e depressão
  • 47. Programa psicoeducativo • 6ª sessão (de suporte e finalização) - Importância das redes de apoio; desejos para o futuro; - Ritualização - Ritualização
  • 49. Metodologia • 6/8 doentes, na maioria hospedados no Hotel da instituição. • 4 sessões duas vezes por semana - 90 minutos. • 2 terapeutas/coordenadores por sessão. • Participação multidisciplinar: médico e técnico de serviço • Participação multidisciplinar: médico e técnico de serviço social. • Sessões com uma componente educativa e com uma componente de suporte. • Distribuição de folhetos informativos.
  • 50. Recrutamento • Contacto directo com doentes – Sessão de esclarecimento no Hotel. • Entrevista com o doente, onde é recolhida informação sobre o doente, a doença e a família. • Divulgação interna (cartazes, flyers). • Divulgação interna (cartazes, flyers). • Participação voluntária. • Flexibilidade na marcação das sessões (horário dos tratamentos). • Critérios de exclusão: limitações na capacidade de compreensão; perturbações do foro psiquiátrico.
  • 51. Participantes • Realizaram-se 4 grupos; número total de doentes: 33. • Idade média dos sujeitos: 59.3 anos (min.32; máx.75). • Predominam sujeitos do sexo feminino (63.6%). • 62.5% dos sujeitos concluiu o 1ºCEB. • Grupos homogéneos relativamente à vivência do cancro • Grupos homogéneos relativamente à vivência do cancro e heterogéneos quanto ao tipo de patologia. • Cancro da Mama: 53,1%; Cancro da Próstata:15,6%. • Todos os sujeitos a realizar tratamentos de quimio ou radioterapia. • 83.3% dos sujeitos na fase de crise.
  • 52. Programa psicoeducativo • 1ª Sessão (educativa e de suporte) • Apresentações. • Informação sobre a doença, • Informação sobre a doença, sua evolução e tratamentos; • Esclarecimento de dúvidas (colaboração do médico). – Impacto da doença na família.
  • 53. Programa Psicoeducativo 2ª Sessão (educativa e de suporte) Gestão das emoções Gestão das emoções (dinâmica de grupo: jogo das cores ou “pop-out emocional”) Tarefa
  • 54. Programa Psicoeducativo • 3ª Sessão (educativa e suporte) – Formas de lidar com o sistema de saúde, direitos e benefícios do estatuto de doente crónico, instituições de apoio na comunidade (colaboração instituições de apoio na comunidade (colaboração de um técnico superior de serviço social) – Competências de comunicação e de assertividade ou gestão de stresse e ansiedade; estratégias de coping e relaxamento. Tarefa
  • 55. Programa Psicoeducativo • 4ª Sessão (de suporte) - Lidar com a imprevisibilidade do futuro; sentimentos de impotência e depressão. - Importância das redes de apoio; desejos para o futuro. - Importância da participação no grupo. - Ritualização.
  • 56. Resultados Impacto da doença na família Aspectos positivos - Maior união da família nuclear. - Manifestações de apoio e solidariedade por parte dos amigos e família alargada. Aspectos negativos - Sobrecarga do cuidador. - Alterações da rotina diária da família; adiamento de projectos pessoais. - Maior tensão e ansiedade devido à e família alargada. - Adopção de comportamentos saudáveis ao nível da alimentação e do exercício físico. - Diminuição do conflito conjugal. - Maior tensão e ansiedade devido à incerteza e preocupação face ao futuro. - Ambivalência face às alterações do curso da doença – gestão das expectativas.
  • 57. Participação no programa Participação no programa Participação no programa Participação no programa - - - - Principais Principais Principais Principais benefícios indicados pelas famílias: benefícios indicados pelas famílias: benefícios indicados pelas famílias: benefícios indicados pelas famílias: (feedback recolhido através de focus group) • Maior compreensão sobre a doença / Aquisição de informação e possibilidade de esclarecer dúvidas; • Percepção de auto-competência e controlo (a nível emocional e instrumental); • Diminuição do sentimento de isolamento social e • Diminuição do sentimento de isolamento social e emocional (a nível individual e familiar); • Desestigmatização face à realidade de ser portador de uma doença crónica/não ser uma família sã (o “estar entre iguais”); • Diminuição da ansiedade, tensão e conflitos; melhor gestão de “emoções negativas”; • Maior envolvimento comunicacional na família quanto a “assuntos-tabu” – imprevisibilidade do futuro, incapacidade, morte.
  • 58. Impacto da doença na família Como fazer face aos aspectos negativos – estratégias apontadas pelos participantes: - Redistribuir as tarefas domésticas pelos vários membros do agregado familiar e/ou envolvendo a família alargada – negociação e flexibilização; família alargada – negociação e flexibilização; - Maior abertura/disponibilidade emocional; - Adoptar comportamentos mais; saudáveis/preventivos (dieta alimentar, exercício físico, repouso); - Cumprir recomendações médicas; - Obter informação médica.
  • 59. Sugestões apontadas pelos participantes: • Deixar previamente marcado um dia e horas fixos para a realização das sessões; • Maior colaboração com os restantes técnicos de saúde (flexibilização de tratamentos com a realização das sessões); • Maior ênfase nos aspectos práticos de “como fazer” (comportamentos para a saúde e gestão do tempo e (comportamentos para a saúde e gestão do tempo e lazer); • Inclusão, na estrutura do programa, de uma sessão onde estejam presentes só os doentes e outra só os familiares não-doentes; • Antecipação da presença da enfermeira para a 2ª sessão (após a informação médica); • A parte informativa deveria ser concentrada nas primeiras sessões, pois tranquiliza a família em relação à doença e sua gestão.
  • 60. Considerações finais • As preocupações e dúvidas do doente e da família vão no mesmo sentido: a promoção do bem-estar do doente e consequentemente da família; • A activação das competências das famílias ao longo das sessões, a par com a informação veiculada pelos diferentes técnicos, opera no sentido de melhorar a percepção de auto- competência e controlo das mesmas (a nível instrumental e competência e controlo das mesmas (a nível instrumental e emocional) • O feedback que se obtém por parte das famílias é um forte indicador de que trabalhar o bem-estar do doente e da família numa fase inicial da doença (fase de crise), pode potenciar um melhor ajustamento familiar à evolução e exigências da cronicidade da doença; • Ajuda a criar na família uma rede relacional que favorece a promoção de estratégias eficazes para lidar com a doença;
  • 61. Cont. • Ajuda a família a adaptar-se à exigência de cuidar do doente e, simultaneamente, compatibilizar as finalidades individuais dos outros membros da família • A expressão emocional cria condições para que não ocorram exclusões emocionais e coligações intra e extra-familiares extra-familiares • O envolvimento no grupo previne a emergência de sintomatologia psicopatológica • Fomenta-se um estreitamento dos canais comunicacionais entre doente-família-unidade de saúde • O programa demonstra ser eficaz na promoção da qualidade de vida de famílias com doentes oncológicos.
  • 62. Referências Bibliográficas • GONGÓRA, J. N. (1999). Famílias con Personas Discapacitadas: Caractísticas y fórmulas de intervención. Consejería de Sanidad y Bienestar Social. • POMEROY, E. C.; RUBIN, A.; WALKER, R. J. (1996). A Psychoeducational Group Intervention for family members of persons with HIV/AIDS. Family Process, 35, 299 - 312. • ROLLAND, J. S. (1994). Families, llness, and Disability. New York: Basic Books. • STEINGLASS, M. D. (1998). Multiple Family Discussion Groups for Patients with Chronical Medical Illness. Families, Systems Health, 16, 55-70. • STEINGLASS, P.; OSTROFF J. (s.d.) The Acherman/ Memorial Sloan Kettering multiple family discussion group. Six session version. Treatment manual. New York, Acherman Institute for the Family (not published). • Chiquelho, R., Mendes, A., Neves, S., Relvas, A. Sousa, L. (2006) ProDoentes – Programa de apoio psico-educativo a doentes oncológicos. PSYCHOLOGICA, 41, 231-247.
  • 63.
  • 64.
  • 65. Exercício prático: • “Pop-out Emocional” • Relaxamento • Relaxamento (…)
  • 66.
  • 67. “Véspera de Estágio” • ALEGRIA • SURPRESA • MEDO • SEGURANÇA • ENTUSIASMO • RETRAÍMENTO • MEDO • ANSIEDADE • VERGONHA • INSEGURANÇA • RETRAÍMENTO • DESAGRADO • TRISTEZA