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Modelagem de qualidade da água:
Oxigênio dissolvido
Modelo de Streeter-Phelps
Prof.ª Andrea de Oliveira Cardoso
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): quantidade de
oxigênio dissolvido na água necessária para a oxidação
bioquímica das substâncias orgânicas durante um certo
período de tempo.
 A bactéria se alimenta de matéria orgânica (substâncias contendo
carbono e hidrogênio). A digestão completa dessa matéria orgânica se
faz através de uma reação bioquímica que necessita de um elemento
fundamental : OXIGÊNIO.
 O aumento de matéria orgânica, leva à multiplicação de bactérias e ao
aumento da demanda por oxigênio, afetando a disponibilidade de
oxigênio para a sustentação de vida aeróbia (morte dos peixes).
 DBO fornece informação sobre a fração dos compostos biodegradáveis
presentes no efluente.
Utilizada para avaliar o potencial poluidor de efluentes
domésticos e industriais em termos do consumo de oxigênio.
Demanda Bioquímica de Oxigênio -
DBO
É necessário estabelecer um limite de matéria orgânica que
pode ser lançada em um rio ou um lago, para que o oxigênio
existente não desapareça e com isso a vida aeróbia.
RESOLUÇÕES CONAMA – CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
CONAMA 357/2005
Art. 10 Os valores máximos estabelecidos para os
parâmetros relacionados em cada uma das classes de
enquadramento deverão ser obedecidos nas condições de
vazão de referência.
Modelo de Streeter-Phelps
 Streeter-Phelps (1925): desenvolvido para a
modelagem do rio Ohio- EUA;
 Modelo simples, muito usado para simular oxigênio
dissolvido (OD) em rios;
 Brasil: amplamente aceito devido à simplicidade
conceitual e menor necessidade de parâmetros e
dados de entrada.
Aplicado para condições: lançamento pontual único; lançamentos
múltiplos (esgotos ou tributários); contribuição por drenagem direta
ou por poluição difusa.
Modelo de Streeter Phelps
Sistema unidimensional sem dispersão
Regime permanente, área da seção
constante
Condições aeróbias
DBO é a única fonte de consumo de O2
Atmosfera é a única fonte de aeração
Fonte pontual e constante
Modelagem OD (oxigênio dissolvido)
Efeito da poluição orgânica => decréscimo do teores de
oxigênio dissolvido
• DBO padrão (DBO5) : Demanda Bioquímica de Oxigênio
(DBO) padrão para um período de 5 dias a uma
temperatura constante de 200C; (obs: DBO varia com t)
• DBO remanescente: concentração de matéria orgânica
remanescente na massa líquida em um dado instante;
• DBO exercida: oxigênio consumido para estabilizar a
matéria orgânica até este instante.
Modelagem OD - Cinética de desoxigenação
Fonte : Von Sperling (2007)
dois ângulos
Modelagem OD – DBO remanescente
Onde:
L= DBO remanescente em um tempo t qualquer (mg/l)
Lo= DBO remanescente, em t = 0 (mg/l);
K1 = Coeficiente de desoxigenação (dia-1)
tK
o
eLL 1

DBO remanescente: Concentração de matéria orgânica
remanescente na massa liquida em um dado instante t.
(1)
K1 depende: Características da matéria orgânica, temperatura e da
presença de substâncias inibidoras.
Modelagem OD – DBO exercida
 t
y .-K
0
1
e-1L
Onde:
y = DBO exercida em um tempo t (mg/l)
L0 = DBO remanescente, em t = 0 (como definida anteriormente), ou
DBO exercida (em t = ∞). Também denominada demanda última,
pelo fato de representar a DBO total final da estabilização (mg/l);
K1 = Coeficiente de desoxigenação (dia-1).
DBO exercida: Oxigênio consumido para estabilizar a matéria
orgânica até o instante t (y = L0 – L).
(2)
Coeficiente de desoxigenação (K1)
Origem K1 (dia-1)
Esgoto bruto concentrado 0,35 – 0,45
Esgoto bruto de baixa
concentração
0,30 – 0,40
Efluente primário 0,30 – 0,40
Efluente secundário 0,12 – 0,24
Curso d’água com águas limpas 0,08 – 0,20
Tabela 1 : Valores típicos de K1 em laboratório (20oC)
Fonte : Von Sperling (2007)
K1 depende das características da matéria orgânica, além da
temperatura e da presença de substâncias inibidoras.
maior K1 apresenta uma taxa de consumo de oxigênio mais rápida
Coeficiente de decomposição (remoção)
de DBO efetiva no rio (Kd)
Pode haver diferença entre K1 (determinado em laboratório) ao
observado no curso d’água (taxa de remoção maior).
Kd incorpora decomposição da matéria orgânica pela biomassa
suspensa na massa líquida e da biomassa no lodo do fundo.
 Lodo do fundo contém uma apreciável quantidade de bactérias
aderidas que contribuem na decomposição de DBO (influência
maior em rios rasos, devido a área);
 Kd rios mais profundos (H>1,5 m): 0,1 a 0,5 d-1
 Kd rios mais rasos (H< 1,5 m): 0,5 a 3,0 d-1
 Valores vazões inferiores a 20m3/s (Arceivala, 1981) –
imediatamente a jusante do lançamento (0,3 a 2,0 d-1) e a
jusante do trecho acima (0,3 a 0,8 d-1)
Valores típicos dos coeficientes de remoção
Origem K1
(dia-1)
Kd rio
Rios rasos
(dia-1)
Kd rio
Rios profundos
(dia-1)
Curso d’água recebendo
esgoto bruto concentrado
0,35 – 0,45 0,5 -1,00 0,35- 0,5
Curso d’água recebendo
esgoto bruto de baixa
concentração
0,30 – 0,40 0,4 -0,8 0,3 – 0,45
Curso d’água recebendo
efluente primário
0,30 – 0,40 0,4-0,8 0,30 – 0,45
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efluente secundário
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Curso d’água com águas
limpas
0,08 – 0,20 0,08-0,20 0,08 – 0,2
Maior diferença para simulações de casos de esgoto bruto e rios rasos
Valores típicos de K1 e Kd para temperatura de 20oC
Fonte : Von Sperling (2007)
Influência da temperatura no metabolismo microbiano
O valor típico de θ é 1,047, para K1 e Kd
Valores de K1 e Kd aumentam 4,7% a cada 1ºC na temperatura da água.
Efeito da temperatura nos Coeficientes de
Desoxigenação (K1) e Decomposição (Kd)
A mesma correção (acima) é aplicada para Kd
(3)
A taxa de
absorção de
oxigênio é
diretamente
proporcional
ao déficit
existente
Cinética da Reaeração
Fonte : Von
Sperling (2007)
Equilíbrio
dinâmico define
a Concentração
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Déficit de oxigênio dissolvido:
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onde:
D = déficit de oxigênio dissolvido, ou seja, a diferença entre a
concentração de saturação de oxigênio (Cs) e a concentração
existente em um tempo qualquer (C), (D = Cs - C);
D0 = déficit de oxigênio inicial (mg/l);
t = tempo (dia);
K2 = coeficiente de reaeração (dia-1)
t
D .-K
0
2
e.D
Cinética da reaeração
t
ss CCC .-K
0
2
e).C( 
Coeficiente de reaeração (K2)
O coeficiente K2 de reaeração para a situação de
oxigênio dissolvido em um curso d’água, pode ser
obtido por:
 Valores médios tabelados;
 Fórmulas empíricas baseadas nos parâmetros
hidráulicos do escoamento (velocidade e profundidade);
 Valores correlacionados com a vazão do curso
d’água.
Coeficiente de Reaeração (K2 )
Corpo d’água K2 (dia-1)
Profundo
K2 (dia-1)
Raso
Pequenos lagos 0,12 0,23
Rios vagarosos, grandes lagos 0,23 0,37
Grandes rios com baixa velocidade 0,37 0,46
Grandes rios com velocidade
normal
0,46 0,69
Rios rápidos 0,69 1,15
Corredeiras e quedas d’água >1,15 >1,61
Valores típicos de K2 (200C), médios tabelados:
Corpos d’água mais rasos e mais velozes tendem a possuir maior K2
> Turbulência e > facilidade de mistura
Fonte : Von Sperling (2007)
Efeito da temperatura no
Coeficiente de Reaeração (k2)
O valor típico de θ é 1,024, para K2
Em dois diferentes estágios:
• O aumento da temperatura reduz a solubilidade (concentração de
saturação) do oxigênio no meio líquido;
• O aumento da temperatura acelera os processos de absorção de
oxigênio (aumento do K2).
(4)
As equações da mistura esgoto - rio
Concentração e déficit de oxigênio no rio após a mistura com
os esgotos (efluente):
(5)
e
Co = concentração inicial de oxigênio, logo após a mistura (mg/L)
Do = déficit inicial de oxigênio, logo após a mistura (mg/L)
Cs = concentração de saturação de oxigênio (mg/L)
Qr = vazão do rio a montante do lançamento dos despejos (m3/s)
Qe = vazão de esgoto (m3/s)
ODr = concentração de oxigênio dissolvido no rio a montante do lançamento (mg/L)
ODe = concentração de oxigênio dissolvido no esgoto (mg/L)
oso
CCD 
As equações da mistura esgoto-rio
Concentração da DBO5 no rio após a mistura com o esgoto (efluente)
(6)
DBO5(t=0) = concentração de DBO5, logo após a mistura (mg/L)
DBOr = concentração de DBO5 do rio (mg/L)
DBOe = concentração de DBO5 do esgoto (mg/L)
Concentração da demanda última (Lo) no rio após a mistura com o esgoto
(DBO remanescente em t = 0 ou DBO exercida em t = ∞)
(7)
KT = constante para transformação de DBO5 à DBO última (DBOu)
KT = DBOu = 1 (8) (considerando a eq. 2)
DBO5 1- e-5.k
1
T
er
eerr
T K
QQ
DBOQDBOQ
KDBOL .
..
.050



Cálculo do perfil de OD em função do tempo
tst
DCC 
Concentração de OD em um instante de tempo t:
Considerando apenas desoxigenação e reaeração no balanço do OD:
Taxa de variação do déficit de OD = Consumo de OD – Produção de OD
A curva de concentração de OD é obtida integrando a equação acima, dado:
 Com base na Ct se estabelece a necessidade ou não do
tratamento dos esgotos.
(9)
Curva do perfil de OD em função do tempo
Principais pontos:
• a concentração de OD no rio a montante (Cr ou ODr);
• a concentração de OD na mistura (Co ou ODo);
• a concentração crítica de OD (Cc ou ODc);
• e a concentração ao longo do percurso (Ct ou ODt).
Concentração Crítica de Oxigênio
Através do conhecimento da concentração crítica se
estabelece a necessidade ou não do tratamento do esgoto
(concentração crítica de OD deve ser superior ao valor
mínimo permitido pela legislação).
Cálculo do tempo crítico (tc)
Tempo no qual o déficit de oxigênio é máximo, ou seja,
a concentração de oxigênio é mínima.
(10)
Derivando pelo tempo a equação 9 e igualando a zero, obtém-se:
O tratamento deve ser implementado com uma eficiência na remoção de DBO
suficiente para garantir que a concentração crítica de OD seja superior ao valor
mínimo permitido pela legislação (padrão para lançamento em corpos d’água).
Teores mínimos permissíveis de oxigênio dissolvido em corpos
de água doce (Resolução CONAMA 357/2005), que variam em
função da classe em que o corpo d’água está classificado:
Classe OD mínimo (mg/L) DBO máxima (mg/L)
Especial
1
2
3
4
Não são permitidos
lançamento, mesmo tratados
6
5
4
2
Não são permitidos
lançamento, mesmo tratados
3
5
10
-
Na ausência de legislação usualmente considera-se o valor de
concentração de OD = 5 mg/L
Fonte : Von Sperling (2007)
Condição do rio DBO5 do rio (mg/L)
Bastante limpo 1
Limpo 2
Razoavelmente limpo 3
Duvidoso 5
Ruim >10
• DBO5 do esgoto (DBOe) : para lançamento de efluente tratado,
deve-se considerar a redução da DBO proporcionada pela
eficiência do tratamento:
𝑫𝑩𝑶 𝒆𝒇𝒍 = 𝟏 −
𝑬
𝟏𝟎𝟎
. 𝑫𝑩𝑶 𝒆
DBOefl = DBO5 do esgoto efluente do tratamento (mg/L)
DBOe = DBO5 do esgoto afluente ao tratamento, ou esgoto bruto (mg/L)
E= eficiência do tratamento na remoção da DBO5 (%)
• DBO5 rio, a montante do lançamento é uma função dos despejos
lançados ao longo do percurso até o ponto em questão.
Classificação de Klein (1962) - Von Sperling, 2007
• Dados de entrada
Vazão do rio, a montante do lançamento - Qr
Vazão de esgotos - Qe
OD no rio, a montante do lançamento - ODr
OD no esgoto - ODe
DBO5 rio, a montante do lançamento - DBOr
DBO5 do esgoto - DBOe
 Coeficientes K1 , Kd e K2
Velocidade média do rio - v
Temperatura do líquido - T
Concentração de saturação de OD - Cs ou ODsat
OD mínimo permissível - ODmin (CONAMA 357/2005)
Modelo de Streeter-Phelps
Versão apresentada em Von Sperling (2007)
Uso e aplicação do Modelo de Streeter-Phelps
EX2) Uma cidade e uma indústria lançam em conjunto os seus efluentes não
tratados em um curso de água raso. Após o lançamento, o curso de água
percorre 50 km até atingir o rio principal.
Rio PrincipalCurso d’água
secundário (tributário)
Lançamento de
esgoto
50 km
a) Seguindo a planilha sugerida do modelo Streeter-Phelps, faça um gráfico da
variação do oxigênio dissolvido (OD) pela distância (d) e obtenha os valores de Cc e
tc para a situação de esgoto bruto;
b) Refaça o item anterior para a situação de esgoto tratado, conforme: i) tratamento
primário, com eficiência de 30%; ii) tratamento secundário, com eficiência de 70%.
Considere os dados a seguir:
Dados considerados:
- Temperatura da água T = 220C
- Vazão do rio Qr=0,760 m3/s
- Vazão do esgoto Qe=0,114 m3/s
- Oxigênio dissolvido no rio ODr=7,1 mg/L
- Oxigênio dissolvido no esgoto bruto ODe= 0,0 mg/L
- Demanda bioquímica de oxigênio no rio DBOr= 2 mg/L
- Demanda bioquímica de oxigênio do esgoto bruto DBOe= 341 mg/L
- Concentração de saturação de oxigênio Cs (T = 220C) ODsat = 7,9 mg/L
- Oxigênio dissolvido mínimo permissível ODmin= 5 mg/L
- Coeficiente de desoxigenação a temperatura de 200C , K1= 0,40 d-1
- Coeficiente de decomposição a temperatura de 200C , Kd= 0,75 d-1
- Coeficiente de reaeração a temperatura de 200C , K2= 4,25 d-1
- Velocidade do curso d’água v=0,26 m/s
- Distância de percurso: d=50 km
Em um arquivo texto, descreva o que foi feito, incluindo os gráfico e
os parâmetros calculados para as situações de esgoto bruto, com
tratamento primário e tratamento secundário. Discuta os resultados
levando em conta que o valor permissível de OD pela legislação é
5,0mg/l.
EXA3) Modelo de Streeter-Phelps – qualidade da água
O Exercício prático completo EXA3 deve ser enviado pelo
TIDIA-ae até o dia as 23h do 02/03/2017, em arquivo PDF,
na forma: CódigoExercício_Nome(s)do(s)aluno(s).pdf
OBS: Somente serão aceitos os exercícios dos alunos
presentes em aula.
Referências
VON SPERLING, M. 2007. Estudos e modelagem da qualidade da
água de rios. 1ª edição. Ed. UFMG.

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  • 1. Modelagem de qualidade da água: Oxigênio dissolvido Modelo de Streeter-Phelps Prof.ª Andrea de Oliveira Cardoso
  • 2. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): quantidade de oxigênio dissolvido na água necessária para a oxidação bioquímica das substâncias orgânicas durante um certo período de tempo.  A bactéria se alimenta de matéria orgânica (substâncias contendo carbono e hidrogênio). A digestão completa dessa matéria orgânica se faz através de uma reação bioquímica que necessita de um elemento fundamental : OXIGÊNIO.  O aumento de matéria orgânica, leva à multiplicação de bactérias e ao aumento da demanda por oxigênio, afetando a disponibilidade de oxigênio para a sustentação de vida aeróbia (morte dos peixes).  DBO fornece informação sobre a fração dos compostos biodegradáveis presentes no efluente. Utilizada para avaliar o potencial poluidor de efluentes domésticos e industriais em termos do consumo de oxigênio.
  • 3. Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO É necessário estabelecer um limite de matéria orgânica que pode ser lançada em um rio ou um lago, para que o oxigênio existente não desapareça e com isso a vida aeróbia. RESOLUÇÕES CONAMA – CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE CONAMA 357/2005 Art. 10 Os valores máximos estabelecidos para os parâmetros relacionados em cada uma das classes de enquadramento deverão ser obedecidos nas condições de vazão de referência.
  • 4. Modelo de Streeter-Phelps  Streeter-Phelps (1925): desenvolvido para a modelagem do rio Ohio- EUA;  Modelo simples, muito usado para simular oxigênio dissolvido (OD) em rios;  Brasil: amplamente aceito devido à simplicidade conceitual e menor necessidade de parâmetros e dados de entrada. Aplicado para condições: lançamento pontual único; lançamentos múltiplos (esgotos ou tributários); contribuição por drenagem direta ou por poluição difusa.
  • 5. Modelo de Streeter Phelps Sistema unidimensional sem dispersão Regime permanente, área da seção constante Condições aeróbias DBO é a única fonte de consumo de O2 Atmosfera é a única fonte de aeração Fonte pontual e constante
  • 6. Modelagem OD (oxigênio dissolvido) Efeito da poluição orgânica => decréscimo do teores de oxigênio dissolvido • DBO padrão (DBO5) : Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) padrão para um período de 5 dias a uma temperatura constante de 200C; (obs: DBO varia com t) • DBO remanescente: concentração de matéria orgânica remanescente na massa líquida em um dado instante; • DBO exercida: oxigênio consumido para estabilizar a matéria orgânica até este instante.
  • 7. Modelagem OD - Cinética de desoxigenação Fonte : Von Sperling (2007) dois ângulos
  • 8. Modelagem OD – DBO remanescente Onde: L= DBO remanescente em um tempo t qualquer (mg/l) Lo= DBO remanescente, em t = 0 (mg/l); K1 = Coeficiente de desoxigenação (dia-1) tK o eLL 1  DBO remanescente: Concentração de matéria orgânica remanescente na massa liquida em um dado instante t. (1) K1 depende: Características da matéria orgânica, temperatura e da presença de substâncias inibidoras.
  • 9. Modelagem OD – DBO exercida  t y .-K 0 1 e-1L Onde: y = DBO exercida em um tempo t (mg/l) L0 = DBO remanescente, em t = 0 (como definida anteriormente), ou DBO exercida (em t = ∞). Também denominada demanda última, pelo fato de representar a DBO total final da estabilização (mg/l); K1 = Coeficiente de desoxigenação (dia-1). DBO exercida: Oxigênio consumido para estabilizar a matéria orgânica até o instante t (y = L0 – L). (2)
  • 10. Coeficiente de desoxigenação (K1) Origem K1 (dia-1) Esgoto bruto concentrado 0,35 – 0,45 Esgoto bruto de baixa concentração 0,30 – 0,40 Efluente primário 0,30 – 0,40 Efluente secundário 0,12 – 0,24 Curso d’água com águas limpas 0,08 – 0,20 Tabela 1 : Valores típicos de K1 em laboratório (20oC) Fonte : Von Sperling (2007) K1 depende das características da matéria orgânica, além da temperatura e da presença de substâncias inibidoras. maior K1 apresenta uma taxa de consumo de oxigênio mais rápida
  • 11. Coeficiente de decomposição (remoção) de DBO efetiva no rio (Kd) Pode haver diferença entre K1 (determinado em laboratório) ao observado no curso d’água (taxa de remoção maior). Kd incorpora decomposição da matéria orgânica pela biomassa suspensa na massa líquida e da biomassa no lodo do fundo.  Lodo do fundo contém uma apreciável quantidade de bactérias aderidas que contribuem na decomposição de DBO (influência maior em rios rasos, devido a área);  Kd rios mais profundos (H>1,5 m): 0,1 a 0,5 d-1  Kd rios mais rasos (H< 1,5 m): 0,5 a 3,0 d-1  Valores vazões inferiores a 20m3/s (Arceivala, 1981) – imediatamente a jusante do lançamento (0,3 a 2,0 d-1) e a jusante do trecho acima (0,3 a 0,8 d-1)
  • 12. Valores típicos dos coeficientes de remoção Origem K1 (dia-1) Kd rio Rios rasos (dia-1) Kd rio Rios profundos (dia-1) Curso d’água recebendo esgoto bruto concentrado 0,35 – 0,45 0,5 -1,00 0,35- 0,5 Curso d’água recebendo esgoto bruto de baixa concentração 0,30 – 0,40 0,4 -0,8 0,3 – 0,45 Curso d’água recebendo efluente primário 0,30 – 0,40 0,4-0,8 0,30 – 0,45 Curso d’água recebendo efluente secundário 0,12 – 0,24 0,12- 0,24 0,12 – 0,24 Curso d’água com águas limpas 0,08 – 0,20 0,08-0,20 0,08 – 0,2 Maior diferença para simulações de casos de esgoto bruto e rios rasos Valores típicos de K1 e Kd para temperatura de 20oC Fonte : Von Sperling (2007)
  • 13. Influência da temperatura no metabolismo microbiano O valor típico de θ é 1,047, para K1 e Kd Valores de K1 e Kd aumentam 4,7% a cada 1ºC na temperatura da água. Efeito da temperatura nos Coeficientes de Desoxigenação (K1) e Decomposição (Kd) A mesma correção (acima) é aplicada para Kd (3)
  • 14. A taxa de absorção de oxigênio é diretamente proporcional ao déficit existente Cinética da Reaeração Fonte : Von Sperling (2007) Equilíbrio dinâmico define a Concentração de saturação (Cs) do gás na fase líquida. Fatores: temperatura, profundidade e turbulência
  • 15. Déficit de oxigênio dissolvido: ou onde: D = déficit de oxigênio dissolvido, ou seja, a diferença entre a concentração de saturação de oxigênio (Cs) e a concentração existente em um tempo qualquer (C), (D = Cs - C); D0 = déficit de oxigênio inicial (mg/l); t = tempo (dia); K2 = coeficiente de reaeração (dia-1) t D .-K 0 2 e.D Cinética da reaeração t ss CCC .-K 0 2 e).C( 
  • 16. Coeficiente de reaeração (K2) O coeficiente K2 de reaeração para a situação de oxigênio dissolvido em um curso d’água, pode ser obtido por:  Valores médios tabelados;  Fórmulas empíricas baseadas nos parâmetros hidráulicos do escoamento (velocidade e profundidade);  Valores correlacionados com a vazão do curso d’água.
  • 17. Coeficiente de Reaeração (K2 ) Corpo d’água K2 (dia-1) Profundo K2 (dia-1) Raso Pequenos lagos 0,12 0,23 Rios vagarosos, grandes lagos 0,23 0,37 Grandes rios com baixa velocidade 0,37 0,46 Grandes rios com velocidade normal 0,46 0,69 Rios rápidos 0,69 1,15 Corredeiras e quedas d’água >1,15 >1,61 Valores típicos de K2 (200C), médios tabelados: Corpos d’água mais rasos e mais velozes tendem a possuir maior K2 > Turbulência e > facilidade de mistura Fonte : Von Sperling (2007)
  • 18. Efeito da temperatura no Coeficiente de Reaeração (k2) O valor típico de θ é 1,024, para K2 Em dois diferentes estágios: • O aumento da temperatura reduz a solubilidade (concentração de saturação) do oxigênio no meio líquido; • O aumento da temperatura acelera os processos de absorção de oxigênio (aumento do K2). (4)
  • 19. As equações da mistura esgoto - rio Concentração e déficit de oxigênio no rio após a mistura com os esgotos (efluente): (5) e Co = concentração inicial de oxigênio, logo após a mistura (mg/L) Do = déficit inicial de oxigênio, logo após a mistura (mg/L) Cs = concentração de saturação de oxigênio (mg/L) Qr = vazão do rio a montante do lançamento dos despejos (m3/s) Qe = vazão de esgoto (m3/s) ODr = concentração de oxigênio dissolvido no rio a montante do lançamento (mg/L) ODe = concentração de oxigênio dissolvido no esgoto (mg/L) oso CCD 
  • 20. As equações da mistura esgoto-rio Concentração da DBO5 no rio após a mistura com o esgoto (efluente) (6) DBO5(t=0) = concentração de DBO5, logo após a mistura (mg/L) DBOr = concentração de DBO5 do rio (mg/L) DBOe = concentração de DBO5 do esgoto (mg/L) Concentração da demanda última (Lo) no rio após a mistura com o esgoto (DBO remanescente em t = 0 ou DBO exercida em t = ∞) (7) KT = constante para transformação de DBO5 à DBO última (DBOu) KT = DBOu = 1 (8) (considerando a eq. 2) DBO5 1- e-5.k 1 T er eerr T K QQ DBOQDBOQ KDBOL . .. .050   
  • 21. Cálculo do perfil de OD em função do tempo tst DCC  Concentração de OD em um instante de tempo t: Considerando apenas desoxigenação e reaeração no balanço do OD: Taxa de variação do déficit de OD = Consumo de OD – Produção de OD A curva de concentração de OD é obtida integrando a equação acima, dado:  Com base na Ct se estabelece a necessidade ou não do tratamento dos esgotos. (9)
  • 22. Curva do perfil de OD em função do tempo Principais pontos: • a concentração de OD no rio a montante (Cr ou ODr); • a concentração de OD na mistura (Co ou ODo); • a concentração crítica de OD (Cc ou ODc); • e a concentração ao longo do percurso (Ct ou ODt).
  • 23. Concentração Crítica de Oxigênio Através do conhecimento da concentração crítica se estabelece a necessidade ou não do tratamento do esgoto (concentração crítica de OD deve ser superior ao valor mínimo permitido pela legislação). Cálculo do tempo crítico (tc) Tempo no qual o déficit de oxigênio é máximo, ou seja, a concentração de oxigênio é mínima. (10) Derivando pelo tempo a equação 9 e igualando a zero, obtém-se:
  • 24. O tratamento deve ser implementado com uma eficiência na remoção de DBO suficiente para garantir que a concentração crítica de OD seja superior ao valor mínimo permitido pela legislação (padrão para lançamento em corpos d’água).
  • 25. Teores mínimos permissíveis de oxigênio dissolvido em corpos de água doce (Resolução CONAMA 357/2005), que variam em função da classe em que o corpo d’água está classificado: Classe OD mínimo (mg/L) DBO máxima (mg/L) Especial 1 2 3 4 Não são permitidos lançamento, mesmo tratados 6 5 4 2 Não são permitidos lançamento, mesmo tratados 3 5 10 - Na ausência de legislação usualmente considera-se o valor de concentração de OD = 5 mg/L Fonte : Von Sperling (2007)
  • 26. Condição do rio DBO5 do rio (mg/L) Bastante limpo 1 Limpo 2 Razoavelmente limpo 3 Duvidoso 5 Ruim >10 • DBO5 do esgoto (DBOe) : para lançamento de efluente tratado, deve-se considerar a redução da DBO proporcionada pela eficiência do tratamento: 𝑫𝑩𝑶 𝒆𝒇𝒍 = 𝟏 − 𝑬 𝟏𝟎𝟎 . 𝑫𝑩𝑶 𝒆 DBOefl = DBO5 do esgoto efluente do tratamento (mg/L) DBOe = DBO5 do esgoto afluente ao tratamento, ou esgoto bruto (mg/L) E= eficiência do tratamento na remoção da DBO5 (%) • DBO5 rio, a montante do lançamento é uma função dos despejos lançados ao longo do percurso até o ponto em questão. Classificação de Klein (1962) - Von Sperling, 2007
  • 27. • Dados de entrada Vazão do rio, a montante do lançamento - Qr Vazão de esgotos - Qe OD no rio, a montante do lançamento - ODr OD no esgoto - ODe DBO5 rio, a montante do lançamento - DBOr DBO5 do esgoto - DBOe  Coeficientes K1 , Kd e K2 Velocidade média do rio - v Temperatura do líquido - T Concentração de saturação de OD - Cs ou ODsat OD mínimo permissível - ODmin (CONAMA 357/2005) Modelo de Streeter-Phelps Versão apresentada em Von Sperling (2007)
  • 28.
  • 29. Uso e aplicação do Modelo de Streeter-Phelps EX2) Uma cidade e uma indústria lançam em conjunto os seus efluentes não tratados em um curso de água raso. Após o lançamento, o curso de água percorre 50 km até atingir o rio principal. Rio PrincipalCurso d’água secundário (tributário) Lançamento de esgoto 50 km a) Seguindo a planilha sugerida do modelo Streeter-Phelps, faça um gráfico da variação do oxigênio dissolvido (OD) pela distância (d) e obtenha os valores de Cc e tc para a situação de esgoto bruto; b) Refaça o item anterior para a situação de esgoto tratado, conforme: i) tratamento primário, com eficiência de 30%; ii) tratamento secundário, com eficiência de 70%. Considere os dados a seguir:
  • 30. Dados considerados: - Temperatura da água T = 220C - Vazão do rio Qr=0,760 m3/s - Vazão do esgoto Qe=0,114 m3/s - Oxigênio dissolvido no rio ODr=7,1 mg/L - Oxigênio dissolvido no esgoto bruto ODe= 0,0 mg/L - Demanda bioquímica de oxigênio no rio DBOr= 2 mg/L - Demanda bioquímica de oxigênio do esgoto bruto DBOe= 341 mg/L - Concentração de saturação de oxigênio Cs (T = 220C) ODsat = 7,9 mg/L - Oxigênio dissolvido mínimo permissível ODmin= 5 mg/L - Coeficiente de desoxigenação a temperatura de 200C , K1= 0,40 d-1 - Coeficiente de decomposição a temperatura de 200C , Kd= 0,75 d-1 - Coeficiente de reaeração a temperatura de 200C , K2= 4,25 d-1 - Velocidade do curso d’água v=0,26 m/s - Distância de percurso: d=50 km
  • 31. Em um arquivo texto, descreva o que foi feito, incluindo os gráfico e os parâmetros calculados para as situações de esgoto bruto, com tratamento primário e tratamento secundário. Discuta os resultados levando em conta que o valor permissível de OD pela legislação é 5,0mg/l. EXA3) Modelo de Streeter-Phelps – qualidade da água O Exercício prático completo EXA3 deve ser enviado pelo TIDIA-ae até o dia as 23h do 02/03/2017, em arquivo PDF, na forma: CódigoExercício_Nome(s)do(s)aluno(s).pdf OBS: Somente serão aceitos os exercícios dos alunos presentes em aula.
  • 32. Referências VON SPERLING, M. 2007. Estudos e modelagem da qualidade da água de rios. 1ª edição. Ed. UFMG.