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MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO
MANUAL DE ENSINO DE ESGRIMA
- Volume 2 -
ESPADA
1ª Edição EB60-ME-25.401
2017
INTENCIONALMENTE EM BRANCO
EB60-ME-25.401
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO
MANUAL DE ENSINO DE ESGRIMA
- Volume 2 -
ESPADA
1ª Edição
2017
INTENCIONALMENTE EM BRANCO
PORTARIA Nr xx/DECEx, de DD de mmmm de 2017
Aprova o Manual de Ensino de Esgrima -
Volume 2 – Espada (EB60-25.502), 1ª
Edição 2017 e dá outras providências
O CHEFE DO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO,
uso da delegação de competência conferida pelo Art 44 das Instruções Gerais para
Publicações Padronizadas do Exército (EB10-IG-01.002), aprovadas pela
Portaria Comandante do Exército Nr 770, de 7 de dezembro de 2011, resolve:
Art 1º Aprovar o Manual de Esgrima –Volume 2 – Espada (EB60-ME-25.402) – 1ª
Edição, 2017, que com esta baixa.
Art 2º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua publicação
Gen Ex MAURO CESAR LOURENA CID
Chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército
INTENCIONALMENTE EM BRANCO
FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES (FRM)
NÚMERO
DE ORDEM
ATO DE
APROVAÇÃO
FPÁGINAS
AFETADAS
DATA
INTENCIONALMENTE EM BRANCO
ÍNDICE DE ASSUNTOS
PREFÁCIO......................................................................................................................- 1 -
CAPÍTULO I INTRODUÇÃO À ESGRIMA DE ESPADA................................................1-1
1.1 FINALIDADE.............................................................................................................................................1-1
1.2 O CONHECIMENTO QUANTO À ARTE E CIÊNCIA DA ESGRIMA ......................................................1-1
1.3 A ESGRIMA MODERNA NAS COMPETIÇÕES DO SÉCULO XXI.........................................................1-2
1.4 EFEITOS FISIOLÓGICOS, PARÂMETROS DE QUALIDADES FÍSICAS E HABILIDADES.................1-4
1.4.1 CARACTERÍSTICAS DAS QUALIDADES FÍSICAS E HABILIDADES MOTORAS PROMORDIAIS ...1-4
1.4.2 QUALIDADES FÍSICAS E HABILIDADES MOTORAS SECUNDÁRIAS ..............................................1-4
1.5 OS PRATICANTES: ESGRIMA ESPORTE PARA TODAS AS IDADES ...............................................1-5
1.6 OS NÍVEIS DE TREINAMENTO E EVOLUÇÃO DE UM ESGRIMISTA..................................................1-6
1.6.1 O PRIMEIRO E SEGUNDO NÍVEIS – INICIAÇÃO E BÁSICO..............................................................1-6
1.6.2 O TERCEIRO NÍVEL – COMPETITIVO.................................................................................................1-6
1.6.3 O QUARTO NÍVEL – AVANÇADO. .......................................................................................................1-6
1.7 QUALIDADES NECESSÁRIAS AOS ESGRIMISTAS.............................................................................1-6
1.7.1 QUALIDADES FÍSICAS .........................................................................................................................1-7
1.7.2 A PERSONALIDADE DO ESGRIMISTA: CARACTERÍSTICAS INTELECTUAL, MORAL E FÍSICA-
TÉCNICA.........................................................................................................................................................1-8
1.8 A PREPARAÇÃO GLOBAL DO ESGRIMISTA.......................................................................................1-9
1.8.1 GENERALIDADES QUANTO À PREPARAÇÃO...................................................................................1-9
1.8.2 A PREPARAÇÃO FÍSICA DO ESGRIMISTA.......................................................................................1-10
1.8.3 A PREPARAÇÃO TÉCNICA DO ESGRIMISTA ..................................................................................1-12
1.8.4 A PREPARAÇÃO moral DO ESGRIMISTA .........................................................................................1-13
1.9 A IMPORTÂNCIA DAS MISSÕES DO MESTRE D’ARMAS................................................................1-13
CAPÍTULO II ORIGEM E DESCRIÇÃO DA ESPADA....................................................2-1
2.1 ORIGEM DA ESPADA MODERNA..........................................................................................................2-1
2.2 DESCRIÇÃO DA ESPADA.......................................................................................................................2-1
2.2.1 A LÂMINA...............................................................................................................................................2-1
2.2.2 A ARMAÇÃO..........................................................................................................................................2-4
2.3 CONSIDERAÇÕES QUANTO À SEGURANÇA E AO EQUIPAMENTO ................................................2-7
2.4. LEIS DA MECÂNICA APLICADAS À ESPADA.....................................................................................2-7
CAPÍTULO III A EMPUNHADURA DA ESPADA, O DOIGTÉ E O SENTIMENTO DE
FERRO.............................................................................................................................3-1
3.1. A EMPUNHADURA DA ESPADA...........................................................................................................3-1
3.2 O PUNHO RETO (FRANCÊS)..................................................................................................................3-1
3.2.1 COMO EMPUNHAR O PUNHO RETO..................................................................................................3-1
3.2.2 O PUNHO RETO, O DOIGTÉ E O SENTIMENTO DE FERRO ............................................................3-3
3.2.3 O PUNHO RETO E A INTENÇÃO TÁTICA ...........................................................................................3-3
3.2.4 A IMPORTÂNCIA DO POMO COM O PUNHO RETO..........................................................................3-4
3.2.5. A FUNÇÃO DOS DEDOS NA EMPUNHADURA DO PUNHO RETO ..................................................3-5
3.2.6. OS DEFEITOS A EVITAR NA EMPUNHADURA do punho RETO ......................................................3-5
3.3. O PUNHO ORTOPÉDICO (ANATÔMICO)..............................................................................................3-7
3.3.1 QUANTO à colocação da mão ao EMPUNHAR A ARMA nO COMBATE. ...........................................3-8
3.3.2 QUANTO AO POSICIONAMENTO DO PUNHO ORTOPÉDICO NA ESPIGA. ....................................3-9
3.4. O DOIGTÉ................................................................................................................................................3-9
3.5. O SENTIMENTO DE FERRO ................................................................................................................3-10
CAPÍTULO IV A SUPERFÍCIE VÁLIDA NA ESPADA ─ AS LINHAS ─ AS POSIÇÕES
DE ESGRIMA─ A SAUDAÇÃO DO ESGRIMISTA ........................................................4-1
4.1 A SUPERFÍCIE VÁLIDA NO JOGO DE ESPADA...................................................................................4-1
Índice - - 1 -
4.2 AS LINHAS...............................................................................................................................................4-1
4.3 AS POSIÇÕES DE ESGRIMA DE ESPADA ...........................................................................................4-2
4.4 A SAUDAÇÃO DO ESGRIMISTA............................................................................................................4-4
CAPÍTULO V A POSIÇÃO DE GUARDA....................................................................... 5-1
5.1 DEFINIÇÃO DE POSIÇÃO DE GUARDA................................................................................................5-1
5.1.1 DEFINIÇÃO ...........................................................................................................................................5-1
5.1.2 A GUARDA IDEAL.................................................................................................................................5-1
5.1.3 QUANTO À NECESSIDADE DE VARIAR A GUARDA.........................................................................5-2
5.1.4 QUANDO INICIAR E INTENSIFICAR A VARIAÇÃO DA GUARDA......................................................5-3
5.2 A GUARDA CLÁSSICA EM ESPADA.....................................................................................................5-4
5.2.1 DEFINIÇÃO DE GUARDA CLÁSSICA..................................................................................................5-4
5.2.2 DESCRIÇÃO DA GUARDA CLÁSSICA ................................................................................................5-4
5.3 CONSIDERAÇÕES MECÂNICAS QUANTO À POSIÇÃO DE GUARDA CLÁSSICA...........................5-6
5.4 DEFEITOS A EVITAR NA POSIÇÃO DE GUARDA ...............................................................................5-9
5.5 CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO À POSIÇÃO DE GUARDA ....................................................5-10
5.6 A GUARDA NO COMBATE: COMO ESGRIMIR...................................................................................5-10
CAPÍTULO VI A MEDIDA — OS DESLOCAMENTOS ................................................... 6-1
6.1 DEFINIÇÃO DE MEDIDA.........................................................................................................................6-1
6.2 CLASSIFICAÇÃO DAS DISTÂNCIAS NA ESGRIMA DE ESPADA ......................................................6-1
6.3 DESLOCAMENTOS PARA GANHAR A MEDIDA..................................................................................6-2
6.4 DESLOCAMENTOS PARA SAIR DA MEDIDA.......................................................................................6-4
6.5 DEFEITOS A EVITAR NOS DESLOCAMENTOS ...................................................................................6-5
6.6 OBJETIVOS NO ESTUDO DOS DESLOCAMENTOS............................................................................6-6
6.7 CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO AOS DESLOCAMENTOS .......................................................6-6
6.8 A DIFERENÇA DE ALTURAS E AS MEDIDAS......................................................................................6-7
6.9 COMO ESGRIMIR....................................................................................................................................6-8
CAPÍTULO VII O DESENVOLVIMENTO – O AFUNDO.................................................. 7-1
7.1 DESENVOLVIMENTO – DEFINIÇAO E VANTAGEM.............................................................................7-1
7.2 DESCRIÇÃO DO MOVIMENTO DO DESENVOLVIMENTO...................................................................7-1
7.3 O ESTUDO MECÂNICO DO DESENVOLVIMENTO...............................................................................7-2
7.4 DEFEITOS A EVITAR NO DESENVOLVIMENTO ..................................................................................7-6
7.4.1 NA EXECUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO......................................................................................7-6
7.4.2 NA POSIÇÃO FINAL ...........................................................................................................................7-7
7.5 VARIEDADES DO AFUNDO....................................................................................................................7-8
7.5.1 A eficácia do afundo e a técnica ........................................................................................................7-8
7.5.2 OS TIPOS DE AFUNDO QUANTO À EXECUÇÃO...........................................................................7-9
7.6 O ALONGAMENTO DO BRAÇO E OS DESLOCAMENTOS NO AFUNDO ........................................7-11
CAPÍTULO VIII A VOLTA À GUARDA – O AJUNTAMENTO ....................................... 8-1
8.1. DEFINIÇÃO .............................................................................................................................................8-1
8.2 A VOLTA À GUARDA: DESCRIÇÃO DO MOVIMENTO........................................................................8-1
8.3 DEFEITOS A EVITAR NA VOLTA À GUARDA ......................................................................................8-2
8.4 CONSIDERAÇÕES TÁTICAS .................................................................................................................8-2
8.5 O AJUNTAMENTO...................................................................................................................................8-3
CAPÍTULO IX A FLECHA .............................................................................................. 9-1
9.1 DEFINIÇÃO DE FLECHA.........................................................................................................................9-1
9.2 O MECANISMO DE DESEQUILIBRIO DA FLECHA ..............................................................................9-1
9.3 DEFEITOS A EVITAR NA FLECHA ........................................................................................................9-3
9.4. EMPREGO TÁTICO DA FLECHA ..........................................................................................................9-3
9.5. VANTAGENS E INCONVENIENTES DA FLECHA................................................................................9-4
CAPÍTULO X ENGAJAMENTO ─ MUDANÇA DE ENGAJAMENTO ─ DUPLO
ENGAJAMENTO ........................................................................................................... 10-1
10.1 DEFINIÇÕES DE ENGAJAMENTO, MUDANÇA ENGAJAMENTO E DUPLO ENGAJAMENTO.....10-1
10.2 ESTUDO MECÂNICO DO ENGAJAMENTO.......................................................................................10-1
Índice - 2
10.3 EMPREGO TÁTICO DO ENGAJAMENTO..........................................................................................10-2
10.4 CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO AOS ENGAJAMENTOS.......................................................10-2
10.5 DEFINIÇÕES DE AUSÊNCIA DE FERRO E CONVITE ......................................................................10-3
10.6 ESTUDO TÁTICO DA AUSÊNCIA DE FERRO E DO CONVITE ........................................................10-4
10.7 CONSIDERAÇÕES QUANTO A AUSÊNCIA DE FERRO E O CONVITE ..........................................10-4
CAPÍTULO XI AÇÕES OFENSIVAS: O ATAQUE ........................................................11-1
11.1.DEFINIÇÃO: AÇÕES OFENSIVAS E ATAQUE..................................................................................11-1
11.2 O PRINCÍPIO DA SIMPLICIDADE .......................................................................................................11-1
11.3 OS TIPOS DE ATAQUES SIMPLES....................................................................................................11-1
11.4 O GOLPE DIRETO) ..............................................................................................................................11-2
11.4.1 MECANISMO DO GOLPE DIRETO...................................................................................................11-2
11.4.2 QUALIDADES NECESSÁRIAS AO GOLPE DIRETO.......................................................................11-2
11.4.3 MELHORES SITUAÇÕES PARA EXECUTAR O GOLPE DIRETO..................................................11-2
11.4.4 GOLPE DIRETO SOBRE O FERRO ADVERSÁRIO ........................................................................11-2
11.5 O DESENGAJAMENTO .......................................................................................................................11-3
11.5.1 MECANISMO DO DESENGAJAMENTO...........................................................................................11-3
11.5.2 MELHORES SITUAÇÕES PARA EXECUTAR O DESENGAJAMENTO..........................................11-3
11.6 O CORTE (coupé) ................................................................................................................................11-3
11.6.1 AÇÃO OFENSIVA SIMPLES .............................................................................................................11-3
11.6.2 AS MELHORES SITUAÇÕES PARA EXECUTAR O CORTE ..........................................................11-4
11.7 CONTRADESENGAJAMENTO............................................................................................................11-4
11.8 CONSIDERAÇÕES QUANTO AOS ATAQUES SIMPLES .................................................................11-4
CAPÍTULO XII AS FINTAS E OS ATAQUES COMPOSTOS........................................12-1
12.1 AS FINTAS DE ATAQUE: CONSIDERAÇÕES GERAIS ....................................................................12-1
12.1.1 DEFINIÇÃO DE FINTA DE ATAQUE .............................................................................................12-1
12.1.2 TERMINOLOGIA DAS FINTAS DE ATAQUE................................................................................12-1
12.2 OS ATAQUES COMPOSTOS..............................................................................................................12-1
12.2.1 DEFINIÇÃO DE ATAQUE COMPOSTO.........................................................................................12-1
12.2.2 TERMINOLOGIA DAS FINTAS DE ATAQUE................................................................................12-1
12.2.3 A FINTA COM A ESPADA................................................................................................................12-2
12.2.4 OUTROS TIPOS DE FINTA NO COMBATE....................................................................................12-2
12.3 A CLASSIFICAÇÃO DAS FINTAS DE ATAQUE QUANTO À EXECUÇÃO ......................................12-2
12.3.1 AS FINTAS DE VELOCIDADE .........................................................................................................12-2
12.3.2 AS FINTAS DE COMBINAÇÃO........................................................................................................12-2
12.4 A TÁTICA NO USO DAS FINTAS........................................................................................................12-3
12.4.1 A COLOCAÇÃO DA PONTA DURANTE AS FINTAS......................................................................12-3
12.4.2 O RITMO DAS FINTAS.....................................................................................................................12-3
12.5 A DIFERENÇA ENTRE ENGANAR E ESCAPAR ...............................................................................12-4
12.5.1 ENGANAR .........................................................................................................................................12-4
12.5.2 ESCAPAR..........................................................................................................................................12-4
CAPÍTULO XIII OS ATAQUES AO FERRO — A DESLIZADA...............................13-1
13.1 A DEFINIÇÃO DE ATAQUES AO FERRO ..........................................................................................13-1
13.2 OS TIPOS E A CARACTERÍSTICA DOS ATAQUES AO FERRO......................................................13-1
13.3 A BATIDA .............................................................................................................................................13-1
13.4 A PRESSÃO .........................................................................................................................................13-2
13.5 O FORÇAMENTO.................................................................................................................................13-3
13.6. A AÇÃO IMEDIATA AO FERRO APÓS A PARADA .........................................................................13-3
13.7 A DESLIZADA: CONSIDERAÇÕES GERAIS .....................................................................................13-3
CAPÍTULO XIV TOMADAS DE FERRO........................................................................14-1
14.1 A DEFINIÇÃO DE TOMADAS DE FERRO..........................................................................................14-1
14.2 OS TIPOS DE TOMADAS DE FERRO ................................................................................................14-1
14.3 A OPOSIÇÃO .......................................................................................................................................14-1
14.4 O LIGAMENTO.....................................................................................................................................14-2
14.5 O ENVOLVIMENTO..............................................................................................................................14-3
14.6 O CRUZAMENTO .................................................................................................................................14-3
Índice - 3
14.7 AS TOMADAS DE FERRO COMPOSTAS E DUPLAS ......................................................................14-3
14.8 O MECANISMO DAS TOMADAS DE FERRO ....................................................................................14-4
CAPITULO XV A CONTRAOFENSIVA E ATAQUES SOBRE A PREPARAÇÃO .... 15-1
15.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO À CONTRA-OFENSIVA.......................................................15-1
15.2 OS TIPOS DE CONTRA-ATAQUES....................................................................................................15-2
15.3 OS GOLPES DE ARRESTO ................................................................................................................15-2
15.3.1 O GOLPE DE ARRESTO ..................................................................................................................15-2
15.3.2 ARRESTO POR OPOSIÇÃO (INTERCEPTAÇÃO) ..........................................................................15-2
15.3.4 ARRESTO COM TEMPO DE ESGRIMA .........................................................................................15-3
15.4 PREMISSAS BÁSICAS DA CONTRAOFENSIVA ..............................................................................15-4
15.5 ATAQUES SOBRE A PREPARAÇÂO ................................................................................................15-5
15.5.1 CONSIDERAÇÕES QUANTO AOS ATAQUES SOBRE A PREPARAÇÃO.....................................15-5
CAPÍTULO XVI DEFENSIVA — AS PARADAS SIMPLES E AS ESQUIVAS ........... 16-1
16.1 MODOS DE SE DEFENDER NA ESGRIMA........................................................................................16-1
16.2 DEFINIÇÃO, FINALIDADES E OBJETIVO DA PARADA NA ESGRIMA ..........................................16-1
16.3 AS QUALIDADES DA PARADA .........................................................................................................16-2
16.4. TIPOS DE PARADAS .........................................................................................................................16-3
16.4.1 CLASSIFICAÇÃO DAS PARADAS QUANTO AO TIPO ...................................................................16-3
16.4.2 VANTAGENS E INCONVENIENTES DOS DIFERENTES TIPOS DE PARADAS. ..........................16-3
16.5 AS PARADAS QUANTO À EXECUÇÃO ............................................................................................16-4
16.6 AS ESQUIVAS .....................................................................................................................................16-5
CAPÍTULO XVII ESTUDO DAS PARADAS ................................................................. 17-1
17.1 AS POSIÇÕES DA MÃO ARMADA NAS PARADAS.........................................................................17-1
17.2 AS PARADAS COM A MÃO ARMADA EM SUPINAÇÃO .................................................................17-1
17.3 OBSERVAÇOES TÁTICAS QUANTO ÀS PARADAS........................................................................17-2
17.3.1 MOMENTO EM QUE SE DEVE PARAR UM GOLPE.......................................................................17-2
17.3.2 O JULGAMENTO DA OFENSIVA ADVERSÁRIA.............................................................................17-3
17.3.3 DESLOCAMENTO DA MÃO ARMADA DURANTE AS PARADAS. .................................................17-3
CAPÍTULO XVIII RESPOSTAS E CONTRARRESPOSTAS........................................ 18-1
18.1 DEFINIÇÃO DE RESPOSTA ...............................................................................................................18-1
18.2 AS RESPOSTAS QUANTO AO TIPO .................................................................................................18-1
18.3 AS RESPOSTAS QUANTO À EXECUÇÃO........................................................................................18-1
18.4 CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO ÀS RESPOSTAS .................................................................18-2
18.5 AS CONTRARRESPOSTAS................................................................................................................18-2
CAPÍTULO XIX VARIEDADES DE AÇÕES OFENSIVAS: REMESSA —
REDOBRAMENTO — REPETIÇÃO — CONTRATEMPO ............................................ 19-1
19.1 TERMINOLOGIA: REDOBRAMENTO E REPETIÇÃO.......................................................................19-1
19.2 REMESSA ............................................................................................................................................19-1
19.3 REDOBRAMENTO...............................................................................................................................19-2
CAPÍTULO XX O CONTRATEMPO ─ O FALSO ATAQUE......................................... 20-1
20.1 CONSIDERAÇÔES QUANTO AO CONTRATEMPO..........................................................................20-1
20.2 CONTRATEMPO – AÇÃO DE SEGUNDA INTENÇÃO ......................................................................20-1
20.3 TIPOS DE CONTRATEMPO................................................................................................................20-1
20.4 CONTRATEMPO: UMA VARIEDADE DE AÇÃO OFENSIVA............................................................20-2
20.5 O FALSO ATAQUE..............................................................................................................................20-2
CAPÍTULO XXI A OFENSIVA EM ESPADA................................................................ 21-1
21.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO À OFENSIVA E ESPADA....................................................21-1
CAPÍTULO XXII OFENSIVAS ÀS AVANÇADAS......................................................... 22-1
22.1 CONSIDERAÇÕES QUANTO ÀS OFENSIVAS ÀS AVANÇADAS ...................................................22-1
22.2 ATAQUE CLÁSSICO ÀS AVANÇADAS .............................................................................................22-1
Índice - 4
22.3 ATAQUE EM CAVAÇÃO ÀS AVANÇADAS .......................................................................................22-2
22.4 ATAQUE SOBRE A RETIRADA DA MÃO ARMADA .........................................................................22-3
22.5 ATAQUES À PERNA E AO PÉ............................................................................................................22-3
CAPÍTULO XXIII ATAQUES AO CORPO ....................................................................23-1
23.1 CONSIDERAÇÔES GERAIS QUANTO AOS ATAQUES AO CORPO...............................................23-1
23.2 PRINCÎPIOS TÉCNICOS PARA OS ATAQUES AO CORPO.............................................................23-1
23.3 PRINCÍPIOS TÁTICOS PARA OS ATAQUES AO CORPO................................................................23-2
23.4 ATAQUES DE SEGUNDA INTENÇÃO SOBRE A RETIRADA DO BRAÇO DO ADVERSÀRIO PARA
ATAQUES AO CORPO ................................................................................................................................23-2
23.5 ATAQUES DE SEGUNDA INTENÇÃO SOBRE O ALONGAMENTO DO BRAÇO ARMADO DO
ADVERSARIO (CONTRATEMPO)...............................................................................................................23-2
23.6 CONTRA-ATAQUE AO CORPO SOBRE UM ATAQUE ADVERSÁRIO............................................23-3
CAPÍTULO XXIV PRINCIPIOS TÁTICOS NA OFENSIVA E NA DEFENSIVA ............24-1
24.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO AOS PRÍNCIPIOS TÁTICOS ...............................................24-1
24.2 CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO AOS PRINCÍPIOS TÁTICOS NA OFENSIVA......................24-1
24.3 CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO AOS PRINCÍPIOS TÁTICOS NA DEFENSIVA ...................24-3
CAPÍTULO XXV OS COMBATES: CONSIDERAÇÕES GERAIS.................................25-1
25.1 DEFINIÇÕES DOS TIPOS DE COMBATE ..........................................................................................25-1
25.2 AS CARACTERISTICAS BÁSICAS DOS COMBATES ......................................................................25-1
25.2.1 AS VARIEDADE DE JOGO................................................................................................................25-1
25.2.2 AS VELOCIDADES DAS REAÇÕES NO COMBATE .......................................................................25-1
25.2.3 O TEMPERAMENTO DO ADVERSÁRIO..........................................................................................25-2
25.3 OS PRIMEIROS ASSALTOS ...............................................................................................................25-2
25.3.1 A IMPORTÂNCIA DOS PRIMEIROS ASSALTOS PARA O INICIANTE...........................................25-2
25.3.2 A ATUAÇÃO DO MESTRE D’ARMAS NOS PRIMEIROS ASSALTOS ............................................25-2
25.4 PLANEJAR E IMPROVISAR................................................................................................................25-3
25.4.1 AS VARIAVIEIS DURANTE O COMBATE ........................................................................................25-3
25.4.2 A ANALISE PRÉVIA AO COMBATE .................................................................................................25-3
25.4.3 A ANÁLISE NO INÍCIO DO COMBATE.............................................................................................25-4
25.5 AS CONDUTAS TÁTICAS CONTRÁRIAS ..........................................................................................25-4
25.5.1 A CONCEPÇÃO PRECEDE A AÇÃO................................................................................................25-4
25.5.2 FACE À AUSÊNCIA DE FERRO .......................................................................................................25-5
25.5.3 FACE AO ADVERSÁRIO COM MÃO MUITO FORTE ......................................................................25-5
25.5.4 NO COMBATE À CURTA DISTÂNCIA..............................................................................................25-6
25.5.5 PERANTE O ADVERSÁRIO MAIS ALTO..........................................................................................25-6
25.5.6 FACE À POSTURA NEGLIGENTE DO ADVERSÁRIO ....................................................................25-7
25.5.7 FACE AO ADVERSÁRIO MAIS BAIXO.............................................................................................25-7
25.5.8 FACE AO ADVERSÁRIO DE MESMA ALTURA ...............................................................................25-7
25.5.9 FACE AO ADVERSÁRIO QUE RETIRA O BRAÇO..........................................................................25-7
25.5.10 AO CORPO A CORPO ....................................................................................................................25-7
25.5.11 FACE AO ADVERSÁRIO QUE ATACA CORRENDO.....................................................................25-8
25.5.12 FACE AO ADVERSÁRIO DESCONHECIDO ..................................................................................25-8
25.6 QUANTO ÀS PARADAS E RESPOSTAS ...........................................................................................25-9
25.6.1 FATORES QUE INFLUEM NA ESCOLHA DA PARADA ..................................................................25-9
25.6.2 VARIAR AS PARADAS......................................................................................................................25-9
25.6.3 QUANTO ÀS PREDILEÇÕES E DIFICULDADES DO ADVERSÁRIO .............................................25-9
25.6.4 CONTRA ADVERSÁRIOS QUE REDOBRAM OU REMETEM.........................................................25-9
25.7 ESGRIMISTAS DE MÃOS CONTRÁRIAS.........................................................................................25-10
25.8 DURAÇÃO E PROCEDIMENTOS ÉTICOS .......................................................................................25-13
25.8.1 A DURAÇÃO DOS COMBATES......................................................................................................25-13
25.8.2 OS PROCEDIMENTOS ÉTICOS.....................................................................................................25-13
25.9 DOMINAR AS TÉCNICAS PARA USAR TÁTICAS ..........................................................................25-14
25.10 PRINCÍPIOS TÁTICOS DA ESGRIMA DE ESPADA ......................................................................25-14
─ ANEXO A ─ ALGUMAS PRECAUÇÕES QUE O MESTRE D’ARMAS DEVE TER NA
LIÇÃO DE ESGRIMA ..................................................................................................... A-1
Índice - 5
─ ANEXO B ─ AS LIÇÕES DE ESTUDO E TREINAMENTO DE ESPADA:
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS E EXERCÍCIOS........................................................ B-1
1ª PARTE: ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS ...................................................................................... B-1
2ª PARTE: EXERCÍCIOS DAS FRASES D’ARMAS ........................................................................... B-4
─ ANEXO C ─ GLOSSÁRIO TERMOS E DEFINIÇÕES............................................... C-1
─ ANEXO D ─ EXPRESSÕES MAIS USUAIS EM 5 IDIOMAS .................................... D-1
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 1
Índice - 6
Índice - 7
EB60-ME-25.401
PREFÁCIO
Este MANUAL DE ENSINO tem a finalidade de apresentar:
- o que fazer,
- como fazer,
- e como ensinar a fazer,
para esgrimir empunhando uma espada.
Três fundamentos são prevalentes para que estas finalidades sejam atingidas:
1º) Considerar que nos combates de esgrima:
- olhar não é o mesmo que ver,
- ver não é o mesmo que perceber,
- realmente, nós só percebemos o que:
- conhecemos bem,
- compreendemos bem,
- podemos explicar, sabemos nomear e como executar corretamente.
2º) A palavra escrita prevalece sobre a palavra verbal ao longo do tempo.
3º) Os melhores mestres fazem a diferença na formação de espadistas.
Tal como a maioria dos desportos, a esgrima moderna tem suas origens nas
atividades milenares dos embates pela sobrevivência.
Desde o início, a fim de treinar a defesa pessoal, os combatentes criaram normas
rígidas e padrões de vida, altamente respeitados, para que pudessem praticar o manejo
das armas sem estarem sujeitos a ferir, ou serem feridos por um companheiro.
Estas regras e princípios, existentes há milênios, adaptados à vida cotidiana fizeram
da esgrima um poderoso instrumento de formação educacional, física e moral, através dos
séculos, em todos os povos e civilizações, ao longo da História.
Por estas razões a esgrima foi colocada no programa de todos os Jogos Olímpicos
da Era Moderna, desde 1896. Tal como era praticada na Europa e, hoje, largamente
difundida no mundo, dividindo as vitórias nos grandes eventos internacionais, sempre
aplicando os “Princípios da Guerra” nas competições desportivas.
Historicamente, o ensino da prática da esgrima ocorreu através do contato pessoal
na Europa, na Ásia e no norte da África. A partir do século XV, também por meio de livros,
ainda com difusão muito limitada, confidenciais, pois versavam de assuntos da
sobrevivência, vitórias ou derrotas em combates.
Em 1878, devido às necessidades da melhor preparação militar de seus quadros,
face aos resultados da Guerra Franco-prussiana, o Exército Francês publicou seu primeiro
Regulamento de Esgrima, baseado nos escritos de seus mestres d’armas. À mesma época,
as forças armadas italianas o fizeram. Igualmente aconteceu em outros países.
Tais fontes de informações – francesas, italianas, húngaras, polonesas, alemãs,
espanholas - permaneceram fora do alcance da grande maioria, ainda confidenciais por
Prefácio -- 1 -
EB60-ME-25.401
razões de segurança. Entretanto, a prática da esgrima também se difundiu pela sociedade
civil, o que estimulou os mestres d’armas a imprimirem seus livros àquela época.
Na segunda metade do século XIX, a espada voltou a ser usada pelos esgrimistas,
época que inspirou o conceito do Professor Doutor Zbigniew Czajkowski, usado na atual
esgrima esportiva: “não usar movimentos reais no ensino do florete é estupido, porém na
espada é criminoso”.
Em 1913, quando a França era o centro cultural do Ocidente, foi criada a Federação
Internacional de Esgrima, tal como em outros esportes, em razão da uniformização das
regras demandada pelos Jogos Olímpicos. O francês foi adotado como idioma oficial. Hoje,
o inglês e o espanhol são idiomas de trabalho, com prevalência do francês.
Atualmente, todas aquelas fontes de informações permanecem altamente válidas.
Os fundamentos da esgrima de espada ainda são exatamente os mesmos, sendo
devidamente enquadrados à sinalização elétrica dos toques, que a tecnologia tornou viável,
desde os Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936.
Após os anos 1960, se juntaram outras publicações, poucas de alto valor técnico e
tático. A partir de 2012 surgiu enorme quantidade de vídeos na Internet, onde a quase
totalidade é divulgada por simples diversão ou propaganda.
No Brasil, como esporte, a esgrima existe desde o século XIX, praticada nas forças
armadas, nas escolas de formação do pessoal do Exército, da Marinha, da Força Aérea, a
fazer parte das competições militares do CISM (Conselho Internacional do Esporte Militar),
da UDMS (União Desportiva Militar Sul-americana), da CDMB (Comissão Desportiva Militar
do Brasil), da NAVAMAER, da NAE, em eventos nacionais e internacionais de diversas
categorias.
Neste contexto está a Escola de Educação Física do Exército, continuando as ações
de outros militares, cofundadores da Confederação Brasileira de Esgrima e, como
organização militar, protagonista de alguns dos melhores resultados brasileiros em todos
os tempos. Inclusive quanto à formação de mestres d’armas, esgrimistas, atletas com
vitórias internacionais e à produção de fontes de informações de esgrima, produzidas no
país, como este MANUAL.
A finalidade deste prefácio é orientar quanto conteúdo e uso deste MANUAL, ora
produzido, que reúne os ensinamentos de alguns mestres d’armas de variadas escolas,
consagrados por seus resultados, dentre os poucos que legaram seus conhecimentos por
escrito, a partir do século XIX, conforme registrado nas referências bibliográficas.
Estas fontes foram e permanecem pouco divulgadas, obviamente por abordarem as
melhores soluções para as disputas, antes nos campos de batalha e hoje nas competições.
O acesso a sua leitura e interpretação é bastante dificultada desde o acesso, prosseguindo
pela diversidade e conflitos de terminologia das diversas escolas, épocas, autores e
diferentes idiomas de origem.
A terminologia aqui adotada está padronizada, seguindo aquela dos Manuais antes
publicados pelo Exército, originária dos regulamentos franceses e que serviram de base
Prefácio - 2 -
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para os “Regulamentos para as Provas” (Règlements Pour Les Epreuves) da Federação
Internacional de Esgrima.
Os assuntos aqui apresentados estão na sequência natural do que acontece nos
combates, usando a terminologia da esgrima, cujas palavras específicas poderiam passar
desapercebidas e gerar dúvidas no leitor, razão pela qual estão grafadas em negrito e
itálico. Algumas, seguidas pela tradução em francês, entre parênteses, a fim de ambientar
à leitura e o entendimento em outros idiomas, pois estas expressões são internacionais.
A fim de facilitar a progressão no ensino e aprendizagem da esgrima, os anexos
apresentam exercícios com frases d’armas, na sequência pedagógica da aprendizagem,
com orientações à prática, seguido de um glossário com os principais termos da
terminologia padronizada e um dicionário das principais falas em cinco idiomas.
Os textos e as figuras abrangem várias épocas e demonstram que os fundamentos
básicos da esgrima de espada permanecem, absolutamente válidos, e que este esporte
não pode prescindir do conhecimento teórico escrito, no qual a prática é a comprovação da
validade da teoria.
Deste modo os exercícios do anexo B podem e devem ser executados, com
movimentos reais, precedidos do estudo teórico e prático dos ensinamentos apresentados
nos diversos capítulos do texto, cujos títulos correspondem as séries de exercícios e frases
d’armas propostas, dentre muitas outras, que podem compor a formação e o treinamento
dos espadistas.
“HONRA ÀS ARMAS E RESPEITO AOS MESTRES!”
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PÁGINA INTENCIONALMENTE EM BRANCO
Prefácio - 4 -
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ESPADA
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO À ESGRIMA DE ESPADA
1.1 FINALIDADE
Este Manual de Ensino, seus anexos e
apêndices têm por finalidade:
1.1.1 Facilitar, orientar, difundir e desenvolver a
prática da esgrima de espada no Exército.
1.2.2 Proporcionar aos esgrimistas, monitores,
instrutores e mestres d’armas:
a) Fontes de conhecimento sobre os
fundamentos teóricos e a prática da esgrima de
espada.
b) Orientação quanto ao ensino e à
aprendizagem através do treinamento da técnica
individual, da estratégia e da tática do combate.
1.2 O CONHECIMENTO QUANTO À ARTE E
CIÊNCIA DA ESGRIMA
1.2.1 O presente Manual de Ensino de Instrução é a parte principal das “Fontes de
Informações de Esgrima”, acompanhado de informações suplementares – anexos e
apêndices com textos, vídeos, fotos, painéis – que constituem um conjunto de
conhecimentos indispensáveis à formação, crescimento e aperfeiçoamento de atiradores,
desde os esgrimistas iniciantes aos atletas de alto desempenho, dos animadores aos
professores de educação física, monitores, instrutores e mestres d’armas.
1.2.2 Desde fins do século XIX, os fundamentos técnicos da esgrima de espada
apresentaram pouca variação como esporte de combate por excelência. Entretanto, sua
bibliografia internacional apresenta grande variedade de termos e expressões técnicas,
para nomear uma mesma ação de esgrima ou golpe. Tal diversificação da terminologia
com palavras idênticas e significados diferentes - em função das épocas, locais, idiomas,
A ESGRIMA É UM DESPORTO MILITAR POR EXCELÊNCIA:
CRIA E DESENVOLVE AS QUALIDADES FÍSICAS, MENTAIS E
MORAIS DO COMBATENTE!
1.1 FINALIDADE
1.2 O CONHECIMENTO
QUANTO À ARTE DA
ESGRIMA
1.3 A ESGRIMA MODERNA
NAS COMPETIÇÕES DO
SÉCULO XXI
1.4 EFEITOS FISIOLÓGICOS,
PARÂMETROS DE
QUALIDADES FÍSICAS E
HABILIDADES MOTORAS
1.5 OS PRATICANTES
1.6 OS NÍVEIS DE
TREINAMENTO DE UM
ESGRIMISTA
1.7 QUALIDADES DOS
ESGRIMISTAS
1.8 O TREINAMENTO DO
ESGRIMISTA
1-1
EB60-ME-25.401
e autores renomados – sempre dificultaram o fácil entendimento dos textos e a
aprendizagem dos conhecimentos.
A clareza da terminologia e a classificação das ações de esgrima são
particularmente importantes, para a aprendizagem correta. Especialmente onde, por longo
tempo, conviveram muitos mestres d’armas de países e escolas diferentes, criaram-se
ideias, escolas e terminologias divergentes, que causaram notórios entraves à qualidade
do desenvolvimento técnico e tático da modalidade.
1.2.3 Este Caderno de Instrução segue a terminologia das publicações anteriores do
“Manual de Campanha C20-51 ESGRIMA” do Exército Brasileiro. A mesma dos
“Regulamentos para Provas da Federação Internacional de Esgrima” (FIE) desde 1913 —
cujo idioma oficial é o francês.
Sua origem é o “Manuel d’Escrime — Ministère de la Guerre”, do Exército Francês,
aprovado em 1877 e suas diversas versões posteriores, intituladas “Règlement d’Escrime”,
Produzido para fortalecer o espírito de combate do militar, após a derrota na guerra franco-
prussiana, tornou-se a referência dos melhores livros franceses de esgrima e da Federação
Internacional de Esgrima, até os dias atuais do século XXI.
1.2.4 A fim de proporcionar melhor compreensão e precisão, para o estudo integrado da
teoria e prática da esgrima, nas lições empunhando a arma, nos vídeos e nos textos — em
português, francês, italiano, inglês e espanhol – este Manual tem anexos um glossário de
esgrima em português (do Brasil) e um minidicionário, em cinco idiomas, com os termos
mais usuais na esgrima.
1.3 A ESGRIMA MODERNA NAS COMPETIÇÕES DO SÉCULO XXI
A esgrima moderna faz parte do programa olímpico da Era Moderna, desde os I
Jogos Olímpicos, em Atenas, no ano de 1896. A partir dos Jogos Olímpicos de Berlim 1936
foi introduzida, oficialmente, a sinalização elétrica dos toques nas provas de espada. Em
1956 (Jogos de Melbourne) no florete e em 1988 (jogos de Seul) no sabre.
Por consequência de propostas brasileiras, oriundas da Escola de Educação Física
do Exército do Brasil, a FIE aprovou as competições femininas de espada e sabre,
disputadas pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de Atlanta (1986) e de Atenas (2004),
em condições idênticas aos homens. O florete, desde 1924 (Jogos de Paris) já era jogado
por mulheres.
O Exército Brasileiro originou dezenas de propostas, aprovadas na Federação
Internacional, em especial para a modernização e midiatização da esgrima, tais como a
mudança da fórmula das competições mundiais e olímpicas; a contagem pelos toques
dados em vez de toques recebidos; a criação de circuitos continentais para as provas do
ranking mundial; os nomes nas costas para identificar os esgrimistas; o uso do uniforme
nacional para os esgrimistas de um mesmo país; as máscaras decoradas; os gestos e as
palavras de arbitragem para os espectadores e televisão; o uso do vídeo para a arbitragem
e espectadores, em câmera lenta, nas competições e exames de árbitros; inclusão da
metodologia e didática nos cursos e exames de arbitragem, antes adotados na Escola de
1-2
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Educação Física do Exército Brasileiro; as áreas de competições com cinco pistas tal como
na EsEFEx, e outras mais que globalizaram e adaptaram a esgrima ao século XXI.
1.3.1 Origem — Tal como muitos esportes, a esgrima tem origem nas atividades militares
de combate. O esgrimista pensa, decide e age empregando todos os Princípios da
Guerra: objetivo, ofensiva, massa, economia de forças, manobra, unidade de comando,
segurança, surpresa e simplicidade. Atualmente, a esgrima é um desporto de combate com
regras precisas para determinar o vencedor em uma competição, sob a direção e decisões
de um árbitro.
Para vencer um match, o esgrimista deve tocar seu adversário um certo número de
vezes em um tempo estabelecido. Ou, haver tocado mais vezes quando findo o tempo de
combate efetivo.
1.3.2 A frase d’armas — Dois esgrimistas iniciam e reiniciam o combate imóveis, na
posição de guarda (position “en garde”). Aos comandos de voz e gesto do árbitro, eles
realizam ações ofensivas, defensivas ou contraofensivas, com o objetivo de tocar seu
adversário em uma superfície considerada alvo – a superfície válida (surface valable). O
combate é interrompido ao comando de “Alto!” (Halte!) dado pelo árbitro.
A sequência ininterrupta da troca de golpes (coups), entre dois esgrimistas, é
chamada de frase d’armas (phrase d’armes), durante a qual pode ocorrer um, ou vários
golpes consecutivos e haver, ou não, um toque no adversário.
1.3.3 As regras- As regras fizeram da esgrima um desporto, que oferece o máximo de
segurança aos praticantes, visando tocar (toucher) o adversário, no decorrer do combate,
disputado sobre a pista (piste) de 14 metros de comprimento por 1,5 até 2 metros de
largura.
A duração do match é variável em função do número de toques disputados, ou do
tempo de combate efetivo, isto é, entre os comandos do árbitro de “Combate!” (Allez!) e
“Alto!” (Halte!).
No combate de espada, a superfície válida abrange o corpo inteiro do atirador. No
caso em que ambos toquem o adversário, em um intervalo menor que 40 a 50
milissegundos, ambos serão declarados.
Nos combates de florete e sabre, em uma mesma frase d’armas, apenas um
esgrimista pode ser declarado tocado e seu adversário adiciona um ponto na contagem de
toques dados, conforme decisão do árbitro.
1.3.4 A segurança à integridade física dos esgrimistas – a partir de meados da década
de 1980, o Regulamento de Material da FIE estabeleceu novos padrões de segurança
quanto à resistência das máscaras, uniformes e lâminas, após pesquisas e testes
científicos. A esgrima está entre os esportes com menor percentual de acidentes.
A esgrima é o único esporte de combate em que o contato corporal, o corpo a corpo
(corps-à-corps), não é permitido. Assim, pessoas menos avantajadas fisicamente podem
enfrentar e vencer adversários de altura e peso maiores.
1-3
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1.4 EFEITOS FISIOLÓGICOS, PARÂMETROS DE QUALIDADES FÍSICAS E
HABILIDADES MOTORAS
A prática da esgrima produz significativos efeitos fisiológicos, benéficos aos sistemas
cardiorrespiratório e neuromuscular, como atividade física, mental, intelectual e
educacional, indispensáveis aos combatentes. Recomendada à todas as idades, atua
sobre quase todos os músculos. O trabalho imposto aos músculos extensores é mais
intenso. Exige e aprimora o equilíbrio e a coordenação de movimentos, através de
contrações rápidas e muitas vezes repetidas, somados à observação e raciocínio rápidos.
1.4.1 CARACTERÍSTICAS DAS QUALIDADES FÍSICAS E HABILIDADES MOTORAS
PROMORDIAIS
a. Desporto de velocidade — a esgrima é um esporte de velocidade, no mais alto grau,
superior neste ponto de vista a muitos outros, porém não exige dos músculos esforços
muito intensos. Sem impor ao coração um trabalho exagerado, desenvolve as condições
cardiopulmonares ideais ao condicionamento e à higidez física do combatente.
Nas lições e no combate, a prática racional da esgrima desenvolve a capacidade
para analisar o adversário, decidir, disciplinar, ampliar, justapor e coordenar as impressões
sensoriais – táteis, visuais, auditivas, musculares – com as ações psicomotoras.
b. Coordenação – a esgrima exige uma coordenação perfeita de movimentos, pois a
necessidade de agir num tempo extremamente curto, habitua os músculos a responderem
rapidamente às ordens da vontade. Braços, pernas e tronco realizam movimentos variados
e combinados.
c. “À-propos” — esta expressão francesa representa uma importante qualidade,
necessária ao esgrimista, a fim de escolher o melhor momento e realizar um golpe. Reúne
senso de oportunidade, golpe de vista, presença de espírito e julgamento do adversário.
Esta é uma das quatro qualidades mais importantes, necessária ao esgrimista, a qual é
preciso acrescentar as noções de distância, a velocidade e a combatividade, as
qualidades primordiais, que definem um esgrimista.
1.4.2 QUALIDADES FÍSICAS E HABILIDADES MOTORAS SECUNDÁRIAS
Às qualidades primordiais, acima mencionadas, juntam-se outras secundárias, tais
como:
a) O sentido do equilíbrio — representado na prática pela estabilidade e firmeza
nas posições de base (a guarda), nos deslocamentos e na troca de golpes – a frase
d’armas – durante os movimentos dos membros inferiores, independentes e coordenados
com os membros superiores e com o tronco.
b) As impressões sensoriais — a esgrima põe em ação as qualidades sensoriais
do indivíduo, exige e desenvolve em particular os sentidos da visão, da audição e do tato.
Constitui um excelente meio para educar, disciplinar, ampliar, justapor e coordenar
as impressões sensoriais (visuais, auditivas, táteis e neuromusculares) com as ações
psicomotoras.
1-4
EB60-ME-25.401
O esgrimista representa a verdadeira expressão do tipo sensorial.
O conhecimento teórico e prático das habilidades para esgrimir, quanto a enganar
as paradas, às fintas, aos escapes, aos engajamentos, mudanças de engajamentos e
duplos engajamentos são outros exercícios que aperfeiçoam a acuidade visual, a noção
de distância e o sentimento de ferro, a fim de se manifestarem no menor tempo. Deste
modo, é possível analisar o adversário e desenvolver a capacidade de conquistar o objetivo
para tocar e vencer.
c) O sentido neuromuscular — o sentimento de ferro é uma qualidade do sentido
do tato do esgrimista, a empunhar a própria arma, que possibilita sentir os menores
movimentos da lâmina adversária e avaliar sua verdadeira intenção, para agir ou reagir, se
prevenir ou se antecipar contra ações contrárias.
d) A resistência muscular localizada e a capacidade cardiorrespiratória —
permitem ao esgrimista realizar combates de maior duração e número de toques, várias
vezes durante uma jornada, mantendo a coordenação, a precisão e a rapidez nos
movimentos dos braços e das pernas, bem como a clareza de raciocínio para o julgamento.
Outros parâmetros de habilidades motoras e qualidades físicas, indispensáveis ao
combatente, são desenvolvidos na prática das lições e nos assaltos da esgrima.
e) As lições e os assaltos de esgrima — exigindo grande concentração de atenção
e consequente desgaste do sistema nervoso central (SNC), as lições devem ser curtas
para os iniciantes, com duração variável conforme a capacidade do esgrimista. Há
exceções para atletas de alto desempenho. Os assaltos constituem a aplicação das lições
no combate individual.
1.5 OS PRATICANTES: ESGRIMA ESPORTE PARA TODAS AS IDADES
A esgrima pode ser praticada por todos, desde a infância, desenvolvendo as
qualidades de precisão de movimentos, coordenação motora, rapidez de raciocínio e as
qualidades “morais” de equilíbrio emocional, decisão e vontade.
Como em qualquer desporto é preciso evitar a «surmenage» — o cansaço mental -,
que pode se produzir pelo excesso de treinamento.
Pode ser praticada até idade avançada, desde que evitados os assaltos
prolongados e intensos, em vista da grande fadiga nervosa que lhes pode resultar. As
lições de intensidade média e alguns assaltos curtos são um excelente meio de conservar
a flexibilidade dos membros e das articulações, até quase o fim da existência.
As crianças são iniciadas com exercícios físicos adequados às idades e morfologia
individuais, em lições curtas, empunhando armas com peso e comprimento adequados
aos seus tamanhos. A didática, a pedagogia e a metodologia para crianças merecem um
estudo particular, com prioridade à educação moral e à formação física e mental adequadas
àquela faixa etária. Para tanto, existem várias fontes de informações especificas. Este é um
tema particular, o qual não é objeto deste Manual. A esgrima para crianças necessita
estudos pormenorizados, direcionados à cada faixa etária da infância.
1-5
EB60-ME-25.401
Por isto, a expressão “Mestre de esgrima, mestre de vida!”, posto que o instrutor
não ensina seus alunos apenas a esgrimir, pois deve ser um educador e exemplo - social,
moral e fisicamente -, para a vida de seus instruendos.
1.6 OS NÍVEIS DE TREINAMENTO E EVOLUÇÃO DE UM ESGRIMISTA
A sequência completa do “processo de treinamento e evolução”, que compõe a
carreira de um esgrimista, pode ser dividida em quatro níveis:
1º) Iniciação: esgrimista INICIANTE;
2º) Básico: esgrimista NÃO CONFIRMADO;
3º) Competitivo: esgrimista CONFIRMADO;
4º) Avançado: esgrimista de ALTO DESEMPENHO.
A esgrima também é praticada como atividade recreativa ou educacional, sem
interesse competitivo. Nas escolas para formação física e moral, ou por ex-competidores
que, após deixarem totalmente a atividade agonística, esgrimem por lazer e até participam
de competições menores, puramente para a sua saúde física e mental, recreação ou bem-
estar.
1.6.1 O PRIMEIRO E SEGUNDO NÍVEIS – INICIAÇÃO E BÁSICO.
Corresponde aos esgrimistas iniciantes e aos não confirmados.
- São os níveis de aprendizagem, praticamente acessíveis a todas as pessoas.
- É acessível às pessoas com aptidão mediana para a prática da esgrima.
Habilmente, um bom mestre d’armas, usando os métodos apropriados, pode prepará-las
para atingir o terceiro nível, esgrimista confirmado.
1.6.2 O TERCEIRO NÍVEL – COMPETITIVO.
Corresponde aos esgrimistas confirmados.
- É acessível para todas as pessoas com certa quantidade e qualidade de gosto pela
esgrima, pendor, boa motivação, assiduidade no treinamento e participação em
competições.
Entre o terceiro e o quarto níveis, há uma distinta (grande) diferença dialética — uma
notável mudança no treinamento, nas capacidades e resultados, as quais são muito mais
qualitativas do que quantitativas.
1.6.3 O QUARTO NÍVEL – AVANÇADO.
Corresponde aos esgrimista de alto desempenho.
Só é atingível pelos esgrimistas:
- altamente talentosos;
- treinando sistematicamente e com paixão;
- com um nível ótimo de motivação;
- e com certas dimensões necessárias da personalidade.
1.7 QUALIDADES NECESSÁRIAS AOS ESGRIMISTAS
1-6
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Aos esgrimistas combatentes são necessárias qualidades físicas, intelectuais e
morais. As principais qualidades físicas são: o vigor muscular, a integridade orgânica, a
resistência, a flexibilidade, a coordenação motora e a velocidade. O discernimento e o
julgamento são qualidades intelectuais. Naturais ou não, todas são suscetíveis de
aperfeiçoamento.
1.7.1 QUALIDADES FÍSICAS
1.7.1.1 A importância do treinamento
Somente com sutilezas, não é fácil enfrentar um adversário vigoroso. Um assalto
tornar-se-ia desigual quando os adversários têm força muscular diferente, porém isto não
é fator pré-determinante.
A vitória será o resultado da preparação física, técnica e tática somadas às
qualidades morais e intelectuais desenvolvidas no treinamento. A esgrima, com seu jogo
de tomadas de ferro e ataques ao ferro, exige força e velocidade apropriadas e doigté,
ou seja, a boa ação dos dedos para conduzir a ponta da arma.
Por exemplo, com a espada, a mobilidade que a caracteriza, muitas vezes obriga ao
esgrimista a executar paradas, não com o forte da lâmina, mas com a sua parte média.
Mecanicamente, o esforço a fazer é consideravelmente maior, a fim de obter o domínio com
autoridade sobre a lâmina adversária. Daí a necessidade de uma preparação física ativa,
intimamente ligada ao estudo técnico e tático da esgrima.
1.7.1.2 A integridade orgânica
A menor imperfeição, uma diminuta lesão ou uma indisposição qualquer são
suficientes para tirar do esgrimista uma parte das suas possibilidades. A preparação física,
a prática da técnica e os resultados estão, evidentemente, relacionadas com a integridade
orgânica.
1.7.1.3 A velocidade
A velocidade é uma qualidade indispensável ao esgrimista. A esgrima emprega
preferentemente ações simples, estando o sucesso subordinado à rapidez de execução.
A velocidade propriamente dita é função da velocidade natural e da velocidade
de execução. A primeira é resultante da reação pessoal, da condutividade nervosa e da
musculatura do indivíduo. A segunda depende da harmonia e da perfeição com as quais as
diferentes ações são executadas, as habilidades psicomotoras..
A velocidade natural — a velocidade absoluta — e a velocidade de execução —
velocidade relativa — se completam. Não é suficiente ter reações muito vivas — é preciso
empregar com oportunidade a velocidade absoluta, adequadamente contra a velocidade do
adversário. A isto se chama velocidade relativa ou de execução.
1.7.1.4 A coordenação de movimentos
1-7
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Frequentemente, os braços e as pernas possuem velocidades desiguais. Há
esgrimistas que dispõem de uma grande destreza manual, sem possuir uma velocidade
correspondente de pernas. Outros são rápidos nos movimentos para frente e lentos nos
movimentos para trás.
O ideal é a coordenação dos movimentos dentro da velocidade do conjunto corporal.
Além disso, a velocidade de um esgrimista, também, deve ser dirigida e controlada em
função da velocidade do adversário.
Geralmente, os esgrimistas bem treinados — “leves e flexíveis” — são os mais
velozes, pois, ao contrário dos atletas “pesados”, as ordens emanadas do cérebro, são
transmitidas através dos nervos e executadas prontamente no músculo solicitado. A ação
é instantânea, sem trabalho preparatório, pois os músculos respondem imediatamente às
ordens recebidas.
1.7.2 A PERSONALIDADE DO ESGRIMISTA: CARACTERÍSTICAS INTELECTUAL,
MORAL E FÍSICA-TÉCNICA.
O julgamento, o senso de oportunidade, a vontade e a inteligência definem a
personalidade do atirador.
1.7.2.1 O julgamento
O julgamento é a faculdade de analisar o jogo adverso e determinar a tática
apropriada a cada caso. Consiste em observar os defeitos e as fraquezas do adversário,
suas qualidades e pontos fortes, explorando os primeiros e evitando os segundos.
Esta qualidade intelectual do esgrimista é desenvolvida através do conhecimento da
técnica e tática da esgrima - teoria e prática -, aprendidas e aprimoradas, sobretudo
empunhando a arma, nas lições individuais, coletivas, assaltos e análises de
combates. Sem dispensar o valioso estudo da teoria em textos, vídeos e conversações.
Ao apreciar totalmente o imenso valor e a importância do conhecimento teórico,
devemos destacar a necessidade constante do esgrimista, aprender e discutir vários
aspectos da esgrima, da metodologia de treinamento, da psicologia de esportes, etc....
Também, ter sempre presente na mente que o discernimento é aprimorado com a
experiência prática, a intuição e o bom senso, os quais devem ser valorizados e
aproveitados.
Na realidade, o impiedoso teste da veracidade de uma teoria é o resultado na prática
dos combates.
1.7.2.2 A vontade
A vontade - forte e inquebrantável - é uma qualidade moral essencial ao esgrimista.
Permite executar, sem esmorecimento e judiciosamente, a ação de esgrima previamente
estudada em busca do toque e da vitória.
1.7.2.3 O Senso de oportunidade
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O senso de oportunidade (à-propos) é a arte de identificar e executar um golpe
aproveitando o melhor momento, no instante preciso em que ele se apresenta.
Está intimamente ligado a concentração de atenção ao detalhe, a noção de
distância e ao sentimento do ferro, qualidades sensoriais, que se desenvolvem apenas
após um longo período de manejo consciente e correto da espada.
O melhor momento é criado se desviando a atenção do adversário por meio de
deslocamentos combinados com ações sobre o ferro, ou com fintas, seja com a arma,
com o corpo, com gestos e até com a voz, de modo a surpreendê-lo, a fim de que ele não
perceba, ou perceba tardiamente, nossa ofensiva, sem ter tempo para sua defesa
1.7.2.4 O jogo de pernas
A mobilidade em pista constitui uma característica primordial, pois o valor de um
atirador é avaliado, tanto pela mobilidade e flexibilidade das pernas nos deslocamentos,
quanto da mão armada.
Certos esgrimistas, embora com possibilidades técnicas limitadas, são eficientes
porque têm perfeita noção da distância, do próprio alcance para tocar e do alcance do
adversário para não ser tocado. Sabem utilizar o terreno com grande habilidade.
Um esgrimista não será realmente completo se não souber aproveitar todos os meios
que permitem executar as diferentes ações de combate durante os deslocamentos, para
ganhar a medida, isto é, se colocar na distância que lhe permite tocar o adversário.
É na lição que convém estudar este jogo complicado de pernas, daí decorrendo a
necessidade da mesma ser muito parecida com o combate, tão logo o aluno possa
executá-la deste modo. O instrutor deve organizar lições bem movimentadas para alcançar
um resultado satisfatório. Para isso, é indispensável treinar o esgrimista aluno:
a) Nos ataques simples, para enganar o ferro marchando;
b) Provocar, por meio de uma marcha ou de um salto, um contra-ataque do
adversário, permitindo realizar um contratempo;
c) Executar em marcha, as tomadas de ferro compostas;
d) Combinar a flecha com os diversos procedimentos acima enumerados.
1.8 A PREPARAÇÃO GLOBAL DO ESGRIMISTA
1.8.1 GENERALIDADES QUANTO À PREPARAÇÃO
1.8.1.1 A preparação cognitiva — a esgrima é um esporte no qual o domínio do
conhecimento da teoria das ações, aplicada à prática, tem influência decisiva. Esgrimir é
uma atividade atlética completo, portanto a preparação do esgrimista deve seguir os
princípios gerais quanto à fisiologia do exercício físico, aos métodos e planejamento do
treinamento, baseados em conhecimentos científicos da atividade física e dos desportos,
direcionados às características gerais do melhor desempenho físico e àquelas especificas
da esgrima.
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1.8.1.2 As condições de higidez — Assim, somente devem esgrimir os indivíduos cuja
integridade orgânica esteja perfeita. O coração, os pulmões, os rins, o fígado, a pele, os
órgãos eliminadores, os músculos e as articulações devem ser objeto de um cuidadoso e
prévio exame médico.
1.8.1.3 O regime alimentar – a nutrição do praticante será regulada de acordo com as
variações de seu peso, considerando-se sua estatura e composição corporal. Deverá ser
orientado de modo a evitar a obesidade e as desnutrições, tomando-se como referência as
relações do peso e altura, em face do biótipo.
O álcool deve ser absolutamente proscrito da alimentação das pessoas submetidas
a treinamento, pois prejudica o funcionamento do aparelho digestivo e intoxica o sistema
nervoso.
1.8.1.4 Hábitos de vida – Os hábitos de vida devem ser condicentes com a boa saúde, a
fim de que o organismo se recupere após as sessões de treinamento e possa ocorrer a
supercompensação fisiológica e, por consequente, o aprimoramento físico, técnico, tático
e mental, ao longo dos meses e anos de treinamento.
O sono é indispensável e deve ser suficiente para a recuperação do organismo em
face da fadiga, física e mental, após as atividades do treinamento.
O fumo será suprimido e todo excesso, qualquer que seja, será desaconselhável.
A duração de um período de treinamento, tendo em vista uma competição
determinada, é variável seguindo os princípios da periodização do treinamento desportivo.
1.8.2 A PREPARAÇÃO FÍSICA DO ESGRIMISTA
1.8.2.1 A necessidade de planejamento e avaliação — é inegável que as qualidades
atléticas e a melhor condição física são, igualmente, indispensáveis ao esgrimista de
competição, tal como para qualquer outro desportista. Entretanto, a necessidade da
preparação física, geral e específica, nem sempre foi observada, ou aceita e realizada – e
ainda não o é – pela maioria dos esgrimistas e Mestres d’Armas.
O crescimento sem cessar do número de nações que praticam a esgrima nas
grandes competições internacionais, militares e civis, as fórmulas das provas com matches
mais longos, os numerosos e variados adversários de elevado nível, orientaram a
realização de campos de treinamentos cada mais intensos. Todas estas atividades são
desgastantes para os músculos, para o sistema nervoso e requerem cuidadoso
planejamento e execução dos vitoriosos, com avaliações e reajustes periódicos.
Curiosamente, nas escolas de ponta para formação de Mestres d’Armas, ao longo
de quarenta anos, constatou-se que os melhores esgrimistas tinham os melhores
resultados nas provas de atletismo relacionadas à esgrima (50 a 800 metros e saltos). a fim
de convir que, desde lá, não se descobriu nada de novo no domínio da preparação física,
é suficiente ler o texto de alguns esgrimistas autores,. Ao contrário, a ciência e a tecnologia
atuais confirmam aquelas assertivas e facilitam o planejamento, avaliações e reajustes na
formação a desenvolvimento de esgrimistas.
1-10
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Desde 1908, há mais de um século, Jean Joseph Renaud, jornalista, dramaturgo,
considerado na época um dos melhores espadistas do mundo e um dos mestres sem par,
escreveu: “Quem deseja ser forte na espada deverá trabalhar com exercícios apropriados
os músculos de seus braços, antebraços, dedos e todos os demais”.
1.8.2.2 A preparação física e a autoconfiança — na preparação da esgrima de
competição, o treinamento físico também tem forte função psicológica, pois fortifica o moral
e dá confiança. Apresenta ainda outra vantagem. Combinando-o com o aperfeiçoamento
técnico-tático, obtido nas lições de esgrima, a preparação física permite enfrentar a longa
duração dos combates. Certamente, isto provoca uma fadiga muscular, a qual se dissipa
rapidamente. Entretanto, a fadiga nervosa, produzida no combate, é uma fonte de consumo
de influxos do sistema nervoso, a deixar traços mais profundos, os quais necessitam maior
tempo para recuperação do organismo.
1.8.2.3 A preparação física e a motivação — para combater bem é preciso estar
motivado, sentir vontade de esgrimir, competir e vencer. De resto, as longas sessões de
combates, bem como competições em demasia, produzem frequentemente um “enjoo”,
uma saturação, que termina por abafar a vontade de combater. Portanto, isto é algo a
evitar.
Para enfrentar as competições, em esgrima e outros desportos, os atletas
preparados amam o esforço do treinamento, têm o gosto pela luta e estão animados por
uma vontade desafiadora e brava. Para eles a técnica é sempre indispensável, porém uma
boa preparação física lhes dará confiança, resistência e a força moral necessárias à vitória.
Querer vencer e saber vencer inclui a preparação física, a qual deve ter um estudo e
planejamento particularizado e individualizado, assunto não faz parte deste Manual.
1.8.2.4 Algumas características da sessão de treinamento físico em esgrima — o
planejamento do treinamento do esgrimista será global e incluirá as sessões do treinamento
físico com frequência, intensidade e conteúdo variáveis. Insistirá sobre os movimentos de
flexibilidade, maleabilidade, mobilidade e elasticidade — souplesse. Evitará os exercícios
de força pura, propriamente dita. Tais como trepar e levantar grandes pesos, suscetíveis
de acarretar rigidez na articulação da espádua e do braço, cuja maleabilidade deve ser
máxima no esgrimista. A corrida ou a marcha, o tênis, a bicicleta, os saltos, a natação, o
basquetebol e o voleibol, são úteis auxiliares dos exercícios das armas, desde que
moderadamente praticados.
1.8.2.5 Grupos musculares na esgrima — se bem que todos os músculos intervenham
na prática da esgrima, há os que desempenham um papel preponderante como os dos
braços e pernas.
As pernas devem ser flexíveis e fortes para conservar e realizar, sem fadiga, as
posições de esgrima, como a guarda, os deslocamentos - à frente e atrás -, o afundo,
a flecha, as esquivas, os saltos e suas combinações. As pernas devem ser
convenientemente trabalhadas. Especialmente para os principiantes, os exercícios de
braços e pernas constam desde as primeiras lições, realizados em separado.
Os músculos dos braços se adaptam mais rapidamente as suas funções em esgrima.
Quando as pernas e os braços estiverem flexíveis e realizarem corretamente os
1-11
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movimentos, é preciso reunir e coordenar seus movimentos, para obter a harmonia do
conjunto e, progressivamente, desenvolver a velocidade de execução das ações
combinadas de braços e pernas, durante os deslocamentos.
A esgrima exige um sistema especial de respiração e uma grande mobilidade das
articulações do braço e do punho, por isto se torna necessário prever treinamentos
preparatórios, capazes de melhorar tais exigências. Os exercícios de “souplesse”
(flexibilidade, mobilidade articular, elasticidade e maleabilidade), coordenação motora,
precisão de movimentos e agilidade são especialmente recomendados.
As condições físicas serão adquiridas e desenvolvidas por meio de treinamento
preparatório, geral e especifico, comportando sessões de alongamento, pliometria,
ginástica neuromuscular, treinamentos em circuitos, marchas, corridas, saltos (na corda, a
pé firme, em distância e em altura), exercício de massas e lançamentos ligeiros. Estes
exercícios permitirão adquirir flexibilidade, mobilidade articular, resistência muscular
localizada, capacidade aeróbica, destreza, velocidade e coordenação, através de variados
métodos de treinamento.
1.8.3 A PREPARAÇÃO TÉCNICA DO ESGRIMISTA
A técnica dá confiança ao esgrimista. Confiança é o suporte principal para a defesa,
ataque e contraofensiva. "Com boa técnica, um esgrimista de meia-idade está em
condições de igualdade com um esgrimista jovem e atlético de vinte e cinco anos. Isto
demonstra, e recomenda, o estudo da técnica" em esgrima.
Porém, devemos recordar, e tirar conclusões práticas do fato, de que na esgrima, ao
contrário de acrobacias ou figuras da patinação, a técnica não é tudo. Devemos ensinar
não só a técnica — para executar as várias ações de esgrima — mas, também, como aplicá-
las nas condições variáveis de um combate, em função dos movimentos do nosso
adversário. Isto é, adequar a técnica às táticas de combate.
Em outras palavras, o mestre d’armas deve ensinar, não só a técnica – teórica e
prática – importante como ela é, mas também:
a) os recursos técnicos-táticos,
b) as diversas táticas,
c) as alternâncias de ritmos e as variadas velocidades de execução,
d) a precisão da percepção, aliada as várias qualidades de atenção;
e) a velocidade e precisão dos vários tipos de reações;
f) outras capacidades psicomotoras, ou seja, processos psicológicos, intimamente
ligados às atividades motoras.
Especialmente para os iniciantes, a parte técnica do treinamento será de intensidade
reduzida, sempre considerando o nível do instruendo. Se possível, com curtas lições
diárias – individuais ou coletivas -, executadas com a máxima precisão. Quando os
instruendos forem considerados capacitados, são recomendados alguns curtos assaltos
de estudo e combates nas mesmas condições da competição, durante os quais o
esgrimista deverá se empregar a fundo.
A preparação global é intensificada seguindo um planejamento progressivo, que
deve ser elaborado por temporadas, anuais ou não, divididas em macrociclos, ciclos,
1-12
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miniciclos e microciclos. Estes dois últimos, normalmente, são planejados com uma ou duas
semanas de antecedência e abertos aos reajustes. O tema treinamento global não é objeto
deste documento e há outras fontes de informações especializadas quanto ao assunto, que
podem ser estudadas com profundidade, e devem ser do conhecimento dos mestres
d’armas.
1.8.4 A PREPARAÇÃO MORAL DO ESGRIMISTA
Sobretudo, o mestre d’armas deve ser um educador por vocação, um artífice
devotado à formação física, intelectual e moral de seus instruendos. A começar pelos
exemplos positivos que apresenta, dentre os quais a dedicação permanente ao
desenvolvimento dos atributos indispensáveis para que seus alunos atiradores sejam
vencedores. Tais como:
- a força de vontade: dedicação, persistência, assiduidade, paciência;
- a combatividade: autoconfiança, equilíbrio emocional, coragem, iniciativa;
- a capacidade de decisão: estudo, raciocínio, análise, criatividade e planejamento;
- o espírito de corpo: companheirismo, solidariedade, lealdade, respeito às regras,
disciplina, probidade.
1.9 A IMPORTÂNCIA DAS MISSÕES DO MESTRE D’ARMAS
Aos mestres d’armas cabe a preparação dos esgrimistas, pois sem mestre d’armas
não haverá esgrimistas.
Ser mestre d’armas caracteriza um dever moral, voluntariamente assumido, cuja
maior recompensa é sentir-se realizado com a missão bem cumprida.
O plastron de mestre d’armas, tal qual “a farda do soldado não é uma veste, que se
despe com facilidade e até com indiferença, mas uma outra pele, que adere à própria alma,
irreversivelmente para sempre”.
Através da esgrima, a principal missão do mestre d’armas é a formação de recursos
humanos - os seus instruendos -, para as vitórias nas competições da vida, pois tal qual
os exércitos atuais "por mais que evoluam a arte da guerra, a tecnologia das armas e a
sofisticação dos equipamentos, a eficácia dependerá, cada vez mais, de seus recursos
humanos”. Igualmente, esgrimistas ou soldados adestrados, motivados e bem liderados
continuarão sendo o fator decisivo para a vitória."
1-13
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Fig 1-1 Esgrima um esporte para todas as idades
1-14
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CAPÍTULO II
ORIGEM E DESCRIÇÃO DA ESPADA
2.1 ORIGEM DA ESPADA MODERNA
A espada esportiva tem origem no final da
segunda metade do século XIX devido ao movimento
de esgrimistas contra a irrealidade do florete no
campo de batalha e nos duelos e, principalmente
pelos abusos dos erros de arbitragem que distorciam
os resultados.
2.2 DESCRIÇÃO DA ESPADA
A espada é uma arma cujos golpes de ponta que atinjam qualquer parte do corpo do
adversário são computados como toque, desde que indicados pelo sistema de sinalização elétrica.
A espada pesa 770 gramas, no máximo, sendo formada pela lâmina e armação.
Todas as características de condutibilidade elétrica e suas partes componentes – lâmina,
copo, punho, pomo, almofada, tomada, fios, ponta de arresto - têm dimensões, pesos e
montagem padronizadas no “Regulamento Para As Provas – Material” da Federação
Internacional de Esgrima (FIE), principalmente entre os artigos m.14 2 e m.20.
2.2.1 A LÂMINA
Compreende a lâmina propriamente dita e a espiga onde a armação é montada.
2.2.1.1 A flexibilidade máxima e mínima da lâmina
A lâmina propriamente dita deve ter comprimento máximo de 90 cm, incluída a
ponta de arresto, sua seção transversal é triangular e deve ter uma flexibilidade
regulamentar entre 4,5cm a 7cm, verificada no controle de material, antes do início da
competição.
2.1 ORIGEM DA ESPADA
MODERNA
2.2 DESCRIÇÃO DA ESPADA
2.3 CONSIDERAÇÕES QUANTO
À SEGURANÇA E AO
EQUIPAMENTO
2.4 LEIS DA MECÂNICA
APLICADAS À ESPADA
Fig 2- 1 As dimensões da espada esportiva
2-1
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As lâminas muito rígidas são proibidas nas competições, não devem ser usadas nos
treinamentos, são vetadas pelo Regulamento de Material porque quando quebradas
oferecem perigo à integridade física dos espadistas, tendendo a ruptura sob uma forma
pontiaguda. A flexibilidade regulamentar da lâmina deve ser controlada no momento de sua
compra, antes das competições e sua escolha depende do modo do espadista esgrimir.
2.2.1.2 A flecha máxima da curvatura da lâmina
Antes de começar um match, o árbitro deve verificar que a flecha máxima de
curvatura das lâminas seja inferior a 1cm, devido aos riscos que oferecem a integridade
Fig 2-2 O teste de flexibilidade da lâmina da espada-
Fig 2-3 Na maioria dos toques as lâminas flexionam sem molestar o esgrimista
Fig 2-4 Neste toque duplo, a qualidade das lâminas permite grande curvaturas
após a execução do toque, no prosseguimento da ação
2-2
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física dos espadistas, especialmente quando as espadas são usadas para golpes de
chicotadas contra o adversário.
2.2.1.3 O selo de qualidade FIE - regulamentar e obrigatório na lâmina
O selo de qualidade FIE é uma marca registrada colocada pelos fabricantes de
material de esgrima (lâminas, máscaras, calças, jaquetas e subplastrons) como garantia
que estes equipamentos satisfazem as exigências técnicas e de segurança determinadas
pela FIE.
Nas competições internacionais da FIE, os esgrimistas só podem competir com
equipamentos que possuem este selo de qualidade com o nome da fabricante, o símbolo
da FIE, o ano e mês de fabricação, com a largura mínima de 7mm.
2.2.1.4 As partes da lâmina propriamente dita
A lâmina propriamente dita tem três partes distintas: forte, média e fraca, que
apresentam as seguintes propriedades:
a) Parte forte (terço mais próximo do copo) — dá autoridade indispensável para
dominar a lâmina da arma adversária nas ações ao ferro e nas paradas.
b) Parte média (terço médio da lâmina) — permite os engajamentos, as mudanças
de engajamentos e todas as ações ligeiras e sutis, que tenham por objetivo distrair a
atenção do adversário. Também permite executar algumas paradas e os ataques ao ferro.
c) Parte fraca (terço extremo e mais flexível da lâmina) — destinada à mobilidade e
à realização dos toques.
Fig.2-5 Durante todo o combate a curvatura da lâmina em repouso deve ser inferior
a 1 cm e o árbitro é responsável por este controle.
Fig. 2-6 O selo de qualidade FIE deve ser gravado no talão da lâmina-como garantia das
especificações regulamentares do tipo de aço. Não inclui a flexibilidade regulamentar
2-3
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Na extremidade das lâminas da “espada elétrica” é fixada a ponta de arresto, de
onde partem dois fios pelo interior da canaleta da lâmina até o copo, o que permitirá a
sinalização elétrica dos toques dados sobre o adversário.
d) A espiga é a parte posterior da lâmina, em ferro doce, sobre a qual se fixa a
armação. Na montagem da espada, a espiga é encurvada, a fim de criar dois ângulos
abertos, para dentro e para baixo, a fim de facilitar a montagem da espada, dando-lhe
equilíbrio quando empunhada e mantendo a ponta direcionada para o adversário, evitando
uma torsão exagerada do pulso na posição de guarda clássica.
2.2.2 A ARMAÇÃO
A armação compreende três partes: o pomo, o punho (ortopédico ou reto) e o
copo, com a tomada e a almofada protetora.
2.2.2.1 O copo
Copo — O copo da espada tem forma de calota esférica, com diâmetro inferior a
135 mm e profundidade máxima de 55 mm, devendo ser liso, sem fendas, asperezas ou
saliências suscetíveis de reter a ponta adversa. Sua descentraçâo não deve ultrapassar de
35 mm. No seu interior há uma tomada, que recebe os fios vindos da ponta de arresto e
uma almofada protetora dos fios. Na tomada é conectado o fio de corpo do atirador.
Fig 2-8 A armação da espada com os punhos ortopédico e reto (francês)
Fig. 2-7 A inclinação da espiga permita a
montagem do punho e dá equilíbrio à espada
2-4
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2.2.2.2 O punho
Há inúmeros modelos e tamanhos de punhos, fabricados com materiais diversos.
Podem ser retos, ligeiramente encurvados, ou sinuosos no formato da palma da mão
quando fechada. Feitos de madeira, alumínio ou plástico. Recobertos com fio encerado,
couro, borracha ou plástico, a fim de ter rugosidade e boa aderência à mão que o empunha.
Têm um orifício de ponta a ponta para introduzir a espiga da lâmina.
A fim de proporcionar maior firmeza e força aplicadas à espada empunhada, foram
criados vários tipos de punhos anatômicos (ortopédicos), metálicos ou de plástico, que
se adaptam aos gostos e tamanhos de mãos.
Abaixo, alguns modelos de punho que se adaptam aos estilos e técnicas de esgrimir.
Fig 2-9 O punho reto - conhecido como punho francês – tem variações de espessura e
ligeiras curvaturas ao longo de sua extensão para facilitar a melhor empunhadura, com
diferentes pomos para equilibrar a espada de acordo com as preferências pessoais.
Italiano Alemão Belga Espanhol
Húngaro Russo Scherma sport Scherma sport
Fig 2-10 Há vários modelos de punhos ortopédicos adequados às ações preferidas e às características
das ações prefeferidas do modo de esgrimir.
2-5
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Ainda há os punhos que mesclam o modelo reto com o ortopédico. Se o punho (ou
luva) inclui um dispositivo ou um prendedor, ou formato especial (ortopédico) que fixa a
mão sobre o punho, este deve satisfazer às duas condições regulamentares seguintes:
1ª) determinar e fixar uma só posição da mão sobre o punho;
2ª) quando a mão ocupa esta única posição sobre o punho, a extremidade do
polegar, completamente alongado, não pode estar à distância maior que 2 cm da
face interior do copo.
A maioria dos punhos recebe o nome de seus inventores: punho «crosse», punho
com barrete, punho «Souzy», punho «Doyen», punho «d'Alincourt», análogos ao do florete.
2.2.2.3 O pomo
O pomo serve para reunir as diferentes partes da arma e dar equilíbrio às espadas
com punho reto. Funciona com contrapeso e pode ter várias formas. Seu peso e formato
variam com o peso e o comprimento da lâmina e do punho.
Para verificar se uma espada está equilibrada, para ser empunhada na parte central
do punho reto, deve-se colocá-la horizontalmente sobre um dedo, aproximadamente a três
centímetros do copo. Isto feito, ela não deverá pender para qualquer dos lados.
Quando o peso da arma pende para a ponta torna-se difícil movê-la, em
consequência, provoca fadiga à mão. Quando pende para o pomo, faz com que a ponta
fique levantada durante as ações. Em ambos os casos prejudica a precisão dos golpes.
As mesmas considerações quanto ao equilíbrio são válidas para as espadas
montadas com punho ortopédico.
2.2.2.4 A máscara
A máscara deve estar conforme as normas de segurança da tela (2,1mm) – quanto
ao diâmetro dos fios metálicos (1mm), para não serem perfuradas e não sofrer deformações
sob pressão forte. O tecido da barbela deve ter resistência a 1600 newton.
As máscaras têm valores menores, quanto às normas de segurança da resistência
da tela e da barbela para as categorias etárias menores e, em consequência são mais
leves.
Obrigatoriamente, todas as máscaras devem possuir um dispositivo para impedir
que saiam acidentalmente da cabeça, durante os combates, tal como uma fita uma faixa
de tecido ou elástico na parte posterior.
2.2.2.5 A ponta de arresto
A espada, usada na lição ou no combate, deve estar munida de uma ponta de
arresto.
Outrora, a extremidade da ponta da lâmina era pontiaguda. Atualmente, a fim de
evitar acidentes, na extremidade da lâmina é fixada uma ponta de arresto cuja cabeça,
que toca o adversário, tem um diâmetro de 8mm.
2-6
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Os toques são válidos sobre toda a superfície do corpo, logo, quase sempre sobre
as partes mais próximas do adversário, chamadas de avançadas, ou seja: a mão, o
antebraço, o braço, o joelho e o pé anterior.
A cabeça da ponta de arresto
tem as bordas chanfradas em 45º, o
que torna necessário um certo ângulo
entre a lâmina e o alvo para que um
toque seja assinalado. Isto evita que o
aparelho assinale um toque quando a
ponta que desliza sobre o corpo.
Por esta razão, é difícil atingir
com precisão a mão ou antebraço, com
uma pressão maior que 750 gramas,
a fim de que o aparelho elétrico
assinale um toque.
2.3 CONSIDERAÇÕES QUANTO À SEGURANÇA E AO EQUIPAMENTO
2.3.1 A esgrima registra um dos menores índices de acidentes, em treinamentos e
competições, dentre todos os desportos. Para tanto, é indispensável respeitar certas
normas quanto às características e ao uso de uniformes, equipamentos e armamentos.
2.3.2 Na espada os golpes são válidos sobre toda a superfície do corpo. Tal particularidade
exclusiva, independente de certas características da própria arma, obriga o espadista a
aplicar sempre as normas de segurança nas lições e nos combates, em assaltos e
matches.
2.3.3 As observações precedentes mostram a necessidade de se adotar na esgrima de
espada um uniforme resistente. A manga do braço armado deve ser dupla e
convenientemente reforçada nas axilas. Sob a jaqueta o uso de um subplastron protetor é
sempre obrigatório e indispensável.
2.3.4 O calçado varia com a natureza da pista da competição. Possuem sola
antiderrapante. Normalmente são do tipo “tênis” usados em outros esportes ou são
calçados especiais para a esgrima.
2.4. LEIS DA MECÂNICA APLICADAS À ESPADA
O manejo da espada está classificado entre as alavancas do terceiro gênero
(interpotente), nas quais a potência está situada entre o ponto de apoio e a resistência.
A potência é constituída pelos dois primeiros dedos da mão – polegar e indicador -
e o ponto de apoio pelos três últimos. A resistência é representada pelo próprio peso da
lâmina; aumentado pelas ações exercidas ou recebidas frente ao ferro adversário. O
esforço a suportar será tanto maior quanto mais longa for a alavanca da resistência. Em
consequência, o esgrimista deve manter a mão inteiramente no fundo do copo em todas
Fig 2-11 A ponta de arresto da espada e suas partes: fio
da lâmina, cabeça com mola de contato, mola de
pressão, parafusos e base do arresto.
2-7
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as fases do combate, que exigem ações autoritárias do ferro, o que o coloca nas melhores
condições mecânicas para agir sobre a lâmina do adversário.
Como conselhos de grande valor utilitário, as seguintes normas devem estar sempre
presentes na mente do esgrimista inteligente e completo:
1º) Aplicar as leis da mecânica – princípio das alavancas - e adaptá-las às ideias
táticas do jogo da esgrima.
2º) Montar a espada inclinando a espiga, escolhendo o punho e o pomo adequados
ao modo de esgrimir desejado.
3º Se usando o punho reto variar a posição da mão sobre o punho de acordo com
a ação a ser executada.
4º) Agir de forma conveniente com as diferentes partes da lâmina de acordo com a
ação.
2-8
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CAPÍTULO III
A EMPUNHADURA DA ESPADA, O DOIGTÉ
E O SENTIMENTO DE FERRO
3.1. A EMPUNHADURA DA ESPADA
Empunhadura (tenue de l’arme) é o modo
de segurar o punho (poignée) da espada. A boa
realização de todas as ações de esgrima, que um
espadista pode executar, principalmente,
depende do modo de empunhar a arma.
O modo de empunhar uma espada varia
segundo seu peso, a consistência da lâmina (peso e
flexibilidade), seu equilíbrio, suas características de montagem e, sobre tudo. de seu tipo
de punho. É fácil entender que não se pode empunhar do mesmo modo uma espada, um
florete ou um sabre de cavalaria.
Quanto mais leve for a arma, mais fácil é segurá-la com a ponta dos dedos. Se ela
for pesada devemos segurá-la com a mão toda. Quando empunhamos uma espada, é
conveniente segurá-la de modo que ela não caia da mão e, também, poder manejá-la para
executar os movimentos com sua ponta ou arestas, para atacar ou defender,
respectivamente. O modo pelo qual a mão e os dedos estão dispostos e pressionam sobre
o punho permite obter este duplo efeito.
É necessário lembrar, sempre, que os bons resultados das ações de esgrima
dependem do modo de empunhar a espada. O polegar e o indicador são os dedos que
dirigem a ponta da espada, enquanto os outros dedos da mão armada têm apenas um
papel relativo, quase de "acompanhamento".
O manejo da espada é classificado como uma alavanca interpotente, na qual a
resistência é o peso da própria lâmina, as vezes aumentada pelas ações do ferro. A
potência é aplicada pelos dedos polegar e indicador. Os outros três dedos constituem o
ponto de apoio. Em consequência, é uma vantagem mecânica empunhar mais próximo ao
copo, em todas as fases do combate, quando ocorrem fortes ações ao ferro.
3.2 O PUNHO RETO (FRANCÊS)
O punho reto (francês) é o único tipo que permite uma melhor variedade de efeitos
através de diversos modos de empunhar a espada, segundo as necessidades e intenções
táticas do combate.
3.2.1 COMO EMPUNHAR O PUNHO RETO
3.2.1.1 Usando um punho reto (chamado de punho francês) ele deve repousar
naturalmente na palma da mão, com o polegar ligeiramente flexionado (ou não segundo
3.1 A EMPUNHADURA DA
ESPADA
3.2 O PUNHO RETO (FRANCÊS)
3.3 O PUNHO ORTOPÉDICO
(ANATÔMICO)
3.4 O DOIGTÉ
3.5 O SENTIMENTO DE FERRO
3-1
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alguns mestres d’armas), por cima, distante 2 cm do copo. A parte inferior do punho
repousa sobre a segunda falange do dedo indicador, que envolve o punho sobre três de
suas faces, Juntos conduzem a ponta e aplicam a potência necessária ao manejo da
espada.
Os outros dedos juntos, descontraído e dobrados repousam a primeira falange sobre
o punho. São o ponto de apoio para a empunhadura e Interveem no instante das paradas
e outras ações ao ferro. Isto permite:
- segurar a espada com exatidão, sem receio de ser desarmado e sem fadiga, e
evitar a contração dos músculos da mão e do antebraço, o que causaria cansaço, perda de
precisão e até dores ou câimbras.
- resistir, se necessário, as ações mais violentas ao ferro pelo fato que o punho está
seguro por todos os dedos.
- dirigir a ponta com facilidade e precisão, por um movimento de báscula do polegar
e do indicador, combinado com a pressão dos outros dedos.
Concluindo: empunhar a espada como se segurasse um passarinho, não tão forte
para sufocá-lo, mas bastante forte para não deixá-lo escapar”, segundo L. J. Lafaugère.
3.2.1.2 A maneira de empunhar a espada é absolutamente primordial, porque condiciona
a desenvoltura (agilidade) dos movimentos do braço armado. Se os dedos ficarem
crispados sobre o punho, os músculos do braço ficarão contraídos e a espádua também.
Ao contrário, quando os dedos estão descontraídos, os músculos e as articulações do braço
jogam relaxados (sem contração permanente dos músculos), o alongamento do braço se
efetua com “souplesse” (flexibilidade, elasticidade, maleabilidade), harmonia e velocidade.
Fig 3-1 A empunhadura correta do punho reto é fundamental para
o desenvolvimento do senso do tato – o sentimento de ferro – e o
sucesso na execução de quaisquer ações
Fig 3-2 Como empunhar o punho reto – florete espada -: a empunhadura começa
pela colocação da 2ª falange do indicador por baixo do punho e o polegar por
cima. A seguir, os outros três dedos são colocados sobre o punho.
3-2
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3.2.2 O PUNHO RETO, O DOIGTÉ E O SENTIMENTO DE FERRO
O punho reto (francês) se caracteriza pela maior possibilidade de ação dos dedos,
apanágio da Escola Francesa. Sobre uma arma equilibrada é o tipo de punho que melhor
permite adquirir e desenvolver o doigté e o sentimento de ferro. A ação dos dedos dá
mobilidade aos movimentos da ponta, sutileza, sagacidade, leveza, precisão e velocidade.
Sem excluir a potência, quando necessário, para agir contra a arma do adversário.
3.2.3 O PUNHO RETO E A INTENÇÃO TÁTICA
Outra vantagem do punho reto é ser o único tipo que permite colocar a mão em
várias posições ao longo do punho, tornar a espada mais “curta ou longa” durante o
combate. Variar de acordo com a intenção tática do espadista.
Por um simples deslizamento dos dedos, para trás ou para frente, é possível passar
de uma colocação mais atrás - para leves ações ao ferro ou ter maior alcance para ações
às avançadas -, ou à frente junto ao copo, a fim de executar mais fortes as ações ao ferro.
3.2.3.1 A empunhadura na parte central do punho serve para quase todas as ações
durante o combate.
3.2.3.2 A empunhadura curta, mais junto ao copo, serve para as ações que necessitam
de maior potência, para agir mais forte sobre o ferro adversário (nas paradas, ataques ao
ferro e tomadas de ferro), ou para proporcionar maior proteção à mão armada.
3.2.3.3 A empunhadura longa, na parte posterior do punho serve às ações ofensivas e
contra-ataques com maior alcance. O alcance maior será adquirido pelo deslocamento
para trás, da mão sobre o punho, de 5 a 6 cm, ou até mais, usual na esgrima de espada
com o punho reto.
Na ausência de um dispositivo especial, o punho com forma especial (ortopédica),
o espadista tem liberdade para empunhar a arma como quiser e pode modificar a posição
de sua mão sobre o punho reto, no decorrer do match.
Fig 3-3 O punho reto possibilita variar a posição da empunhadura. Mais à frente para as ações mais
fortes contra os ferros do adversário, mais para trás para ganhar em alcance e na posição
intermediária para a maioria das outras ações. Isto é, a posição da mão sobre o punho depende da
3-3
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Entretanto, a espada não pode – de modo permanente ou temporário, aparente ou
disfarçado, ser transformada em arma de arremesso. Ela deve ser manejada sem que a
mão abandone o punho e, no decorrer de uma ação, sem deslizá-la sobre o punho da
frente para trás.
3.2.3.4 No combate, através dos sentidos do tato, da visão, da percepção e inteligência, o
aluno espadista desenvolve, por si mesmo, a habilidade de variar a posição de sua mão
sobre o punho.
Aconselhamos fortemente aos mestres d’armas para colocarem no conteúdo de suas
lições, em todas as ações executadas, progressivamente, o treinamento com a variação
da posição da mão sobre o punho e modos diversos de empunhar, a fim de que a
adaptação do aluno não seja retardada.
3.2.4 A IMPORTÂNCIA DO POMO COM O PUNHO RETO
3.2.4.1.O punho reto apresenta múltiplas vantagens, porém não nos enganemos, ele só é
verdadeiramente válido se a arma for bem equilibrada, de tal maneira que os dedos não
tenham que fazer qualquer esforço para manter a arma na mão, com a lâmina na horizontal
e a ponta na direção do alvo; especialmente, considerando o modo preferido de empunhar
a espada.
3.2.4.2 Para tanto, é indispensável que o peso do pomo seja proporcional aquele da
lâmina, para determinar o centro de gravidade da espada, uma das funções do pomo. A
espada bem equilibrada parece ser mais leve do que outra, mal equilibrada, exatamente
com o mesmo peso. O peso máximo da espada é de 750 gramas.
3.2.4.3 As lâminas têm peso, flexibilidade e equilíbrio (distribuição da massa ao longo do
comprimento) muito variáveis. Em consequência, para escolher o pomo adequado é
preciso dispor de modelos com tamanhos e pesos variados, ou acrescentar pequenas
arruelas entre o punho e o pomo quando montamos a espada.
3.2.4.4 A fim de obter bom equilíbrio da espada e melhor proteção para a mão armada e
antebraço é conveniente inclinar a espiga da lâmina, para dentro e para baixo, antes da
montagem do copo e punho, qualquer que seja o tipo de punho, reto ou ortopédico.
Todos os punhos têm um orifício de ponta a ponta, por onde entra a espiga da
lâmina. A maioria dos punhos retos (franceses) têm uma pequena curvatura, que segue
Fig 3-4 Os pomos para os punhos retos, têm formatos e pesos diferentes e escolhidos em
função do equilíbrio que se deseja dar à espada que corresponderá à tática do espadista.
3-4
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  • 1. MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO MANUAL DE ENSINO DE ESGRIMA - Volume 2 - ESPADA 1ª Edição EB60-ME-25.401 2017
  • 3. EB60-ME-25.401 MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO MANUAL DE ENSINO DE ESGRIMA - Volume 2 - ESPADA 1ª Edição 2017
  • 5. PORTARIA Nr xx/DECEx, de DD de mmmm de 2017 Aprova o Manual de Ensino de Esgrima - Volume 2 – Espada (EB60-25.502), 1ª Edição 2017 e dá outras providências O CHEFE DO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO, uso da delegação de competência conferida pelo Art 44 das Instruções Gerais para Publicações Padronizadas do Exército (EB10-IG-01.002), aprovadas pela Portaria Comandante do Exército Nr 770, de 7 de dezembro de 2011, resolve: Art 1º Aprovar o Manual de Esgrima –Volume 2 – Espada (EB60-ME-25.402) – 1ª Edição, 2017, que com esta baixa. Art 2º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua publicação Gen Ex MAURO CESAR LOURENA CID Chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército
  • 7. FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES (FRM) NÚMERO DE ORDEM ATO DE APROVAÇÃO FPÁGINAS AFETADAS DATA
  • 9. ÍNDICE DE ASSUNTOS PREFÁCIO......................................................................................................................- 1 - CAPÍTULO I INTRODUÇÃO À ESGRIMA DE ESPADA................................................1-1 1.1 FINALIDADE.............................................................................................................................................1-1 1.2 O CONHECIMENTO QUANTO À ARTE E CIÊNCIA DA ESGRIMA ......................................................1-1 1.3 A ESGRIMA MODERNA NAS COMPETIÇÕES DO SÉCULO XXI.........................................................1-2 1.4 EFEITOS FISIOLÓGICOS, PARÂMETROS DE QUALIDADES FÍSICAS E HABILIDADES.................1-4 1.4.1 CARACTERÍSTICAS DAS QUALIDADES FÍSICAS E HABILIDADES MOTORAS PROMORDIAIS ...1-4 1.4.2 QUALIDADES FÍSICAS E HABILIDADES MOTORAS SECUNDÁRIAS ..............................................1-4 1.5 OS PRATICANTES: ESGRIMA ESPORTE PARA TODAS AS IDADES ...............................................1-5 1.6 OS NÍVEIS DE TREINAMENTO E EVOLUÇÃO DE UM ESGRIMISTA..................................................1-6 1.6.1 O PRIMEIRO E SEGUNDO NÍVEIS – INICIAÇÃO E BÁSICO..............................................................1-6 1.6.2 O TERCEIRO NÍVEL – COMPETITIVO.................................................................................................1-6 1.6.3 O QUARTO NÍVEL – AVANÇADO. .......................................................................................................1-6 1.7 QUALIDADES NECESSÁRIAS AOS ESGRIMISTAS.............................................................................1-6 1.7.1 QUALIDADES FÍSICAS .........................................................................................................................1-7 1.7.2 A PERSONALIDADE DO ESGRIMISTA: CARACTERÍSTICAS INTELECTUAL, MORAL E FÍSICA- TÉCNICA.........................................................................................................................................................1-8 1.8 A PREPARAÇÃO GLOBAL DO ESGRIMISTA.......................................................................................1-9 1.8.1 GENERALIDADES QUANTO À PREPARAÇÃO...................................................................................1-9 1.8.2 A PREPARAÇÃO FÍSICA DO ESGRIMISTA.......................................................................................1-10 1.8.3 A PREPARAÇÃO TÉCNICA DO ESGRIMISTA ..................................................................................1-12 1.8.4 A PREPARAÇÃO moral DO ESGRIMISTA .........................................................................................1-13 1.9 A IMPORTÂNCIA DAS MISSÕES DO MESTRE D’ARMAS................................................................1-13 CAPÍTULO II ORIGEM E DESCRIÇÃO DA ESPADA....................................................2-1 2.1 ORIGEM DA ESPADA MODERNA..........................................................................................................2-1 2.2 DESCRIÇÃO DA ESPADA.......................................................................................................................2-1 2.2.1 A LÂMINA...............................................................................................................................................2-1 2.2.2 A ARMAÇÃO..........................................................................................................................................2-4 2.3 CONSIDERAÇÕES QUANTO À SEGURANÇA E AO EQUIPAMENTO ................................................2-7 2.4. LEIS DA MECÂNICA APLICADAS À ESPADA.....................................................................................2-7 CAPÍTULO III A EMPUNHADURA DA ESPADA, O DOIGTÉ E O SENTIMENTO DE FERRO.............................................................................................................................3-1 3.1. A EMPUNHADURA DA ESPADA...........................................................................................................3-1 3.2 O PUNHO RETO (FRANCÊS)..................................................................................................................3-1 3.2.1 COMO EMPUNHAR O PUNHO RETO..................................................................................................3-1 3.2.2 O PUNHO RETO, O DOIGTÉ E O SENTIMENTO DE FERRO ............................................................3-3 3.2.3 O PUNHO RETO E A INTENÇÃO TÁTICA ...........................................................................................3-3 3.2.4 A IMPORTÂNCIA DO POMO COM O PUNHO RETO..........................................................................3-4 3.2.5. A FUNÇÃO DOS DEDOS NA EMPUNHADURA DO PUNHO RETO ..................................................3-5 3.2.6. OS DEFEITOS A EVITAR NA EMPUNHADURA do punho RETO ......................................................3-5 3.3. O PUNHO ORTOPÉDICO (ANATÔMICO)..............................................................................................3-7 3.3.1 QUANTO à colocação da mão ao EMPUNHAR A ARMA nO COMBATE. ...........................................3-8 3.3.2 QUANTO AO POSICIONAMENTO DO PUNHO ORTOPÉDICO NA ESPIGA. ....................................3-9 3.4. O DOIGTÉ................................................................................................................................................3-9 3.5. O SENTIMENTO DE FERRO ................................................................................................................3-10 CAPÍTULO IV A SUPERFÍCIE VÁLIDA NA ESPADA ─ AS LINHAS ─ AS POSIÇÕES DE ESGRIMA─ A SAUDAÇÃO DO ESGRIMISTA ........................................................4-1 4.1 A SUPERFÍCIE VÁLIDA NO JOGO DE ESPADA...................................................................................4-1 Índice - - 1 -
  • 10. 4.2 AS LINHAS...............................................................................................................................................4-1 4.3 AS POSIÇÕES DE ESGRIMA DE ESPADA ...........................................................................................4-2 4.4 A SAUDAÇÃO DO ESGRIMISTA............................................................................................................4-4 CAPÍTULO V A POSIÇÃO DE GUARDA....................................................................... 5-1 5.1 DEFINIÇÃO DE POSIÇÃO DE GUARDA................................................................................................5-1 5.1.1 DEFINIÇÃO ...........................................................................................................................................5-1 5.1.2 A GUARDA IDEAL.................................................................................................................................5-1 5.1.3 QUANTO À NECESSIDADE DE VARIAR A GUARDA.........................................................................5-2 5.1.4 QUANDO INICIAR E INTENSIFICAR A VARIAÇÃO DA GUARDA......................................................5-3 5.2 A GUARDA CLÁSSICA EM ESPADA.....................................................................................................5-4 5.2.1 DEFINIÇÃO DE GUARDA CLÁSSICA..................................................................................................5-4 5.2.2 DESCRIÇÃO DA GUARDA CLÁSSICA ................................................................................................5-4 5.3 CONSIDERAÇÕES MECÂNICAS QUANTO À POSIÇÃO DE GUARDA CLÁSSICA...........................5-6 5.4 DEFEITOS A EVITAR NA POSIÇÃO DE GUARDA ...............................................................................5-9 5.5 CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO À POSIÇÃO DE GUARDA ....................................................5-10 5.6 A GUARDA NO COMBATE: COMO ESGRIMIR...................................................................................5-10 CAPÍTULO VI A MEDIDA — OS DESLOCAMENTOS ................................................... 6-1 6.1 DEFINIÇÃO DE MEDIDA.........................................................................................................................6-1 6.2 CLASSIFICAÇÃO DAS DISTÂNCIAS NA ESGRIMA DE ESPADA ......................................................6-1 6.3 DESLOCAMENTOS PARA GANHAR A MEDIDA..................................................................................6-2 6.4 DESLOCAMENTOS PARA SAIR DA MEDIDA.......................................................................................6-4 6.5 DEFEITOS A EVITAR NOS DESLOCAMENTOS ...................................................................................6-5 6.6 OBJETIVOS NO ESTUDO DOS DESLOCAMENTOS............................................................................6-6 6.7 CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO AOS DESLOCAMENTOS .......................................................6-6 6.8 A DIFERENÇA DE ALTURAS E AS MEDIDAS......................................................................................6-7 6.9 COMO ESGRIMIR....................................................................................................................................6-8 CAPÍTULO VII O DESENVOLVIMENTO – O AFUNDO.................................................. 7-1 7.1 DESENVOLVIMENTO – DEFINIÇAO E VANTAGEM.............................................................................7-1 7.2 DESCRIÇÃO DO MOVIMENTO DO DESENVOLVIMENTO...................................................................7-1 7.3 O ESTUDO MECÂNICO DO DESENVOLVIMENTO...............................................................................7-2 7.4 DEFEITOS A EVITAR NO DESENVOLVIMENTO ..................................................................................7-6 7.4.1 NA EXECUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO......................................................................................7-6 7.4.2 NA POSIÇÃO FINAL ...........................................................................................................................7-7 7.5 VARIEDADES DO AFUNDO....................................................................................................................7-8 7.5.1 A eficácia do afundo e a técnica ........................................................................................................7-8 7.5.2 OS TIPOS DE AFUNDO QUANTO À EXECUÇÃO...........................................................................7-9 7.6 O ALONGAMENTO DO BRAÇO E OS DESLOCAMENTOS NO AFUNDO ........................................7-11 CAPÍTULO VIII A VOLTA À GUARDA – O AJUNTAMENTO ....................................... 8-1 8.1. DEFINIÇÃO .............................................................................................................................................8-1 8.2 A VOLTA À GUARDA: DESCRIÇÃO DO MOVIMENTO........................................................................8-1 8.3 DEFEITOS A EVITAR NA VOLTA À GUARDA ......................................................................................8-2 8.4 CONSIDERAÇÕES TÁTICAS .................................................................................................................8-2 8.5 O AJUNTAMENTO...................................................................................................................................8-3 CAPÍTULO IX A FLECHA .............................................................................................. 9-1 9.1 DEFINIÇÃO DE FLECHA.........................................................................................................................9-1 9.2 O MECANISMO DE DESEQUILIBRIO DA FLECHA ..............................................................................9-1 9.3 DEFEITOS A EVITAR NA FLECHA ........................................................................................................9-3 9.4. EMPREGO TÁTICO DA FLECHA ..........................................................................................................9-3 9.5. VANTAGENS E INCONVENIENTES DA FLECHA................................................................................9-4 CAPÍTULO X ENGAJAMENTO ─ MUDANÇA DE ENGAJAMENTO ─ DUPLO ENGAJAMENTO ........................................................................................................... 10-1 10.1 DEFINIÇÕES DE ENGAJAMENTO, MUDANÇA ENGAJAMENTO E DUPLO ENGAJAMENTO.....10-1 10.2 ESTUDO MECÂNICO DO ENGAJAMENTO.......................................................................................10-1 Índice - 2
  • 11. 10.3 EMPREGO TÁTICO DO ENGAJAMENTO..........................................................................................10-2 10.4 CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO AOS ENGAJAMENTOS.......................................................10-2 10.5 DEFINIÇÕES DE AUSÊNCIA DE FERRO E CONVITE ......................................................................10-3 10.6 ESTUDO TÁTICO DA AUSÊNCIA DE FERRO E DO CONVITE ........................................................10-4 10.7 CONSIDERAÇÕES QUANTO A AUSÊNCIA DE FERRO E O CONVITE ..........................................10-4 CAPÍTULO XI AÇÕES OFENSIVAS: O ATAQUE ........................................................11-1 11.1.DEFINIÇÃO: AÇÕES OFENSIVAS E ATAQUE..................................................................................11-1 11.2 O PRINCÍPIO DA SIMPLICIDADE .......................................................................................................11-1 11.3 OS TIPOS DE ATAQUES SIMPLES....................................................................................................11-1 11.4 O GOLPE DIRETO) ..............................................................................................................................11-2 11.4.1 MECANISMO DO GOLPE DIRETO...................................................................................................11-2 11.4.2 QUALIDADES NECESSÁRIAS AO GOLPE DIRETO.......................................................................11-2 11.4.3 MELHORES SITUAÇÕES PARA EXECUTAR O GOLPE DIRETO..................................................11-2 11.4.4 GOLPE DIRETO SOBRE O FERRO ADVERSÁRIO ........................................................................11-2 11.5 O DESENGAJAMENTO .......................................................................................................................11-3 11.5.1 MECANISMO DO DESENGAJAMENTO...........................................................................................11-3 11.5.2 MELHORES SITUAÇÕES PARA EXECUTAR O DESENGAJAMENTO..........................................11-3 11.6 O CORTE (coupé) ................................................................................................................................11-3 11.6.1 AÇÃO OFENSIVA SIMPLES .............................................................................................................11-3 11.6.2 AS MELHORES SITUAÇÕES PARA EXECUTAR O CORTE ..........................................................11-4 11.7 CONTRADESENGAJAMENTO............................................................................................................11-4 11.8 CONSIDERAÇÕES QUANTO AOS ATAQUES SIMPLES .................................................................11-4 CAPÍTULO XII AS FINTAS E OS ATAQUES COMPOSTOS........................................12-1 12.1 AS FINTAS DE ATAQUE: CONSIDERAÇÕES GERAIS ....................................................................12-1 12.1.1 DEFINIÇÃO DE FINTA DE ATAQUE .............................................................................................12-1 12.1.2 TERMINOLOGIA DAS FINTAS DE ATAQUE................................................................................12-1 12.2 OS ATAQUES COMPOSTOS..............................................................................................................12-1 12.2.1 DEFINIÇÃO DE ATAQUE COMPOSTO.........................................................................................12-1 12.2.2 TERMINOLOGIA DAS FINTAS DE ATAQUE................................................................................12-1 12.2.3 A FINTA COM A ESPADA................................................................................................................12-2 12.2.4 OUTROS TIPOS DE FINTA NO COMBATE....................................................................................12-2 12.3 A CLASSIFICAÇÃO DAS FINTAS DE ATAQUE QUANTO À EXECUÇÃO ......................................12-2 12.3.1 AS FINTAS DE VELOCIDADE .........................................................................................................12-2 12.3.2 AS FINTAS DE COMBINAÇÃO........................................................................................................12-2 12.4 A TÁTICA NO USO DAS FINTAS........................................................................................................12-3 12.4.1 A COLOCAÇÃO DA PONTA DURANTE AS FINTAS......................................................................12-3 12.4.2 O RITMO DAS FINTAS.....................................................................................................................12-3 12.5 A DIFERENÇA ENTRE ENGANAR E ESCAPAR ...............................................................................12-4 12.5.1 ENGANAR .........................................................................................................................................12-4 12.5.2 ESCAPAR..........................................................................................................................................12-4 CAPÍTULO XIII OS ATAQUES AO FERRO — A DESLIZADA...............................13-1 13.1 A DEFINIÇÃO DE ATAQUES AO FERRO ..........................................................................................13-1 13.2 OS TIPOS E A CARACTERÍSTICA DOS ATAQUES AO FERRO......................................................13-1 13.3 A BATIDA .............................................................................................................................................13-1 13.4 A PRESSÃO .........................................................................................................................................13-2 13.5 O FORÇAMENTO.................................................................................................................................13-3 13.6. A AÇÃO IMEDIATA AO FERRO APÓS A PARADA .........................................................................13-3 13.7 A DESLIZADA: CONSIDERAÇÕES GERAIS .....................................................................................13-3 CAPÍTULO XIV TOMADAS DE FERRO........................................................................14-1 14.1 A DEFINIÇÃO DE TOMADAS DE FERRO..........................................................................................14-1 14.2 OS TIPOS DE TOMADAS DE FERRO ................................................................................................14-1 14.3 A OPOSIÇÃO .......................................................................................................................................14-1 14.4 O LIGAMENTO.....................................................................................................................................14-2 14.5 O ENVOLVIMENTO..............................................................................................................................14-3 14.6 O CRUZAMENTO .................................................................................................................................14-3 Índice - 3
  • 12. 14.7 AS TOMADAS DE FERRO COMPOSTAS E DUPLAS ......................................................................14-3 14.8 O MECANISMO DAS TOMADAS DE FERRO ....................................................................................14-4 CAPITULO XV A CONTRAOFENSIVA E ATAQUES SOBRE A PREPARAÇÃO .... 15-1 15.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO À CONTRA-OFENSIVA.......................................................15-1 15.2 OS TIPOS DE CONTRA-ATAQUES....................................................................................................15-2 15.3 OS GOLPES DE ARRESTO ................................................................................................................15-2 15.3.1 O GOLPE DE ARRESTO ..................................................................................................................15-2 15.3.2 ARRESTO POR OPOSIÇÃO (INTERCEPTAÇÃO) ..........................................................................15-2 15.3.4 ARRESTO COM TEMPO DE ESGRIMA .........................................................................................15-3 15.4 PREMISSAS BÁSICAS DA CONTRAOFENSIVA ..............................................................................15-4 15.5 ATAQUES SOBRE A PREPARAÇÂO ................................................................................................15-5 15.5.1 CONSIDERAÇÕES QUANTO AOS ATAQUES SOBRE A PREPARAÇÃO.....................................15-5 CAPÍTULO XVI DEFENSIVA — AS PARADAS SIMPLES E AS ESQUIVAS ........... 16-1 16.1 MODOS DE SE DEFENDER NA ESGRIMA........................................................................................16-1 16.2 DEFINIÇÃO, FINALIDADES E OBJETIVO DA PARADA NA ESGRIMA ..........................................16-1 16.3 AS QUALIDADES DA PARADA .........................................................................................................16-2 16.4. TIPOS DE PARADAS .........................................................................................................................16-3 16.4.1 CLASSIFICAÇÃO DAS PARADAS QUANTO AO TIPO ...................................................................16-3 16.4.2 VANTAGENS E INCONVENIENTES DOS DIFERENTES TIPOS DE PARADAS. ..........................16-3 16.5 AS PARADAS QUANTO À EXECUÇÃO ............................................................................................16-4 16.6 AS ESQUIVAS .....................................................................................................................................16-5 CAPÍTULO XVII ESTUDO DAS PARADAS ................................................................. 17-1 17.1 AS POSIÇÕES DA MÃO ARMADA NAS PARADAS.........................................................................17-1 17.2 AS PARADAS COM A MÃO ARMADA EM SUPINAÇÃO .................................................................17-1 17.3 OBSERVAÇOES TÁTICAS QUANTO ÀS PARADAS........................................................................17-2 17.3.1 MOMENTO EM QUE SE DEVE PARAR UM GOLPE.......................................................................17-2 17.3.2 O JULGAMENTO DA OFENSIVA ADVERSÁRIA.............................................................................17-3 17.3.3 DESLOCAMENTO DA MÃO ARMADA DURANTE AS PARADAS. .................................................17-3 CAPÍTULO XVIII RESPOSTAS E CONTRARRESPOSTAS........................................ 18-1 18.1 DEFINIÇÃO DE RESPOSTA ...............................................................................................................18-1 18.2 AS RESPOSTAS QUANTO AO TIPO .................................................................................................18-1 18.3 AS RESPOSTAS QUANTO À EXECUÇÃO........................................................................................18-1 18.4 CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO ÀS RESPOSTAS .................................................................18-2 18.5 AS CONTRARRESPOSTAS................................................................................................................18-2 CAPÍTULO XIX VARIEDADES DE AÇÕES OFENSIVAS: REMESSA — REDOBRAMENTO — REPETIÇÃO — CONTRATEMPO ............................................ 19-1 19.1 TERMINOLOGIA: REDOBRAMENTO E REPETIÇÃO.......................................................................19-1 19.2 REMESSA ............................................................................................................................................19-1 19.3 REDOBRAMENTO...............................................................................................................................19-2 CAPÍTULO XX O CONTRATEMPO ─ O FALSO ATAQUE......................................... 20-1 20.1 CONSIDERAÇÔES QUANTO AO CONTRATEMPO..........................................................................20-1 20.2 CONTRATEMPO – AÇÃO DE SEGUNDA INTENÇÃO ......................................................................20-1 20.3 TIPOS DE CONTRATEMPO................................................................................................................20-1 20.4 CONTRATEMPO: UMA VARIEDADE DE AÇÃO OFENSIVA............................................................20-2 20.5 O FALSO ATAQUE..............................................................................................................................20-2 CAPÍTULO XXI A OFENSIVA EM ESPADA................................................................ 21-1 21.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO À OFENSIVA E ESPADA....................................................21-1 CAPÍTULO XXII OFENSIVAS ÀS AVANÇADAS......................................................... 22-1 22.1 CONSIDERAÇÕES QUANTO ÀS OFENSIVAS ÀS AVANÇADAS ...................................................22-1 22.2 ATAQUE CLÁSSICO ÀS AVANÇADAS .............................................................................................22-1 Índice - 4
  • 13. 22.3 ATAQUE EM CAVAÇÃO ÀS AVANÇADAS .......................................................................................22-2 22.4 ATAQUE SOBRE A RETIRADA DA MÃO ARMADA .........................................................................22-3 22.5 ATAQUES À PERNA E AO PÉ............................................................................................................22-3 CAPÍTULO XXIII ATAQUES AO CORPO ....................................................................23-1 23.1 CONSIDERAÇÔES GERAIS QUANTO AOS ATAQUES AO CORPO...............................................23-1 23.2 PRINCÎPIOS TÉCNICOS PARA OS ATAQUES AO CORPO.............................................................23-1 23.3 PRINCÍPIOS TÁTICOS PARA OS ATAQUES AO CORPO................................................................23-2 23.4 ATAQUES DE SEGUNDA INTENÇÃO SOBRE A RETIRADA DO BRAÇO DO ADVERSÀRIO PARA ATAQUES AO CORPO ................................................................................................................................23-2 23.5 ATAQUES DE SEGUNDA INTENÇÃO SOBRE O ALONGAMENTO DO BRAÇO ARMADO DO ADVERSARIO (CONTRATEMPO)...............................................................................................................23-2 23.6 CONTRA-ATAQUE AO CORPO SOBRE UM ATAQUE ADVERSÁRIO............................................23-3 CAPÍTULO XXIV PRINCIPIOS TÁTICOS NA OFENSIVA E NA DEFENSIVA ............24-1 24.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO AOS PRÍNCIPIOS TÁTICOS ...............................................24-1 24.2 CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO AOS PRINCÍPIOS TÁTICOS NA OFENSIVA......................24-1 24.3 CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO AOS PRINCÍPIOS TÁTICOS NA DEFENSIVA ...................24-3 CAPÍTULO XXV OS COMBATES: CONSIDERAÇÕES GERAIS.................................25-1 25.1 DEFINIÇÕES DOS TIPOS DE COMBATE ..........................................................................................25-1 25.2 AS CARACTERISTICAS BÁSICAS DOS COMBATES ......................................................................25-1 25.2.1 AS VARIEDADE DE JOGO................................................................................................................25-1 25.2.2 AS VELOCIDADES DAS REAÇÕES NO COMBATE .......................................................................25-1 25.2.3 O TEMPERAMENTO DO ADVERSÁRIO..........................................................................................25-2 25.3 OS PRIMEIROS ASSALTOS ...............................................................................................................25-2 25.3.1 A IMPORTÂNCIA DOS PRIMEIROS ASSALTOS PARA O INICIANTE...........................................25-2 25.3.2 A ATUAÇÃO DO MESTRE D’ARMAS NOS PRIMEIROS ASSALTOS ............................................25-2 25.4 PLANEJAR E IMPROVISAR................................................................................................................25-3 25.4.1 AS VARIAVIEIS DURANTE O COMBATE ........................................................................................25-3 25.4.2 A ANALISE PRÉVIA AO COMBATE .................................................................................................25-3 25.4.3 A ANÁLISE NO INÍCIO DO COMBATE.............................................................................................25-4 25.5 AS CONDUTAS TÁTICAS CONTRÁRIAS ..........................................................................................25-4 25.5.1 A CONCEPÇÃO PRECEDE A AÇÃO................................................................................................25-4 25.5.2 FACE À AUSÊNCIA DE FERRO .......................................................................................................25-5 25.5.3 FACE AO ADVERSÁRIO COM MÃO MUITO FORTE ......................................................................25-5 25.5.4 NO COMBATE À CURTA DISTÂNCIA..............................................................................................25-6 25.5.5 PERANTE O ADVERSÁRIO MAIS ALTO..........................................................................................25-6 25.5.6 FACE À POSTURA NEGLIGENTE DO ADVERSÁRIO ....................................................................25-7 25.5.7 FACE AO ADVERSÁRIO MAIS BAIXO.............................................................................................25-7 25.5.8 FACE AO ADVERSÁRIO DE MESMA ALTURA ...............................................................................25-7 25.5.9 FACE AO ADVERSÁRIO QUE RETIRA O BRAÇO..........................................................................25-7 25.5.10 AO CORPO A CORPO ....................................................................................................................25-7 25.5.11 FACE AO ADVERSÁRIO QUE ATACA CORRENDO.....................................................................25-8 25.5.12 FACE AO ADVERSÁRIO DESCONHECIDO ..................................................................................25-8 25.6 QUANTO ÀS PARADAS E RESPOSTAS ...........................................................................................25-9 25.6.1 FATORES QUE INFLUEM NA ESCOLHA DA PARADA ..................................................................25-9 25.6.2 VARIAR AS PARADAS......................................................................................................................25-9 25.6.3 QUANTO ÀS PREDILEÇÕES E DIFICULDADES DO ADVERSÁRIO .............................................25-9 25.6.4 CONTRA ADVERSÁRIOS QUE REDOBRAM OU REMETEM.........................................................25-9 25.7 ESGRIMISTAS DE MÃOS CONTRÁRIAS.........................................................................................25-10 25.8 DURAÇÃO E PROCEDIMENTOS ÉTICOS .......................................................................................25-13 25.8.1 A DURAÇÃO DOS COMBATES......................................................................................................25-13 25.8.2 OS PROCEDIMENTOS ÉTICOS.....................................................................................................25-13 25.9 DOMINAR AS TÉCNICAS PARA USAR TÁTICAS ..........................................................................25-14 25.10 PRINCÍPIOS TÁTICOS DA ESGRIMA DE ESPADA ......................................................................25-14 ─ ANEXO A ─ ALGUMAS PRECAUÇÕES QUE O MESTRE D’ARMAS DEVE TER NA LIÇÃO DE ESGRIMA ..................................................................................................... A-1 Índice - 5
  • 14. ─ ANEXO B ─ AS LIÇÕES DE ESTUDO E TREINAMENTO DE ESPADA: ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS E EXERCÍCIOS........................................................ B-1 1ª PARTE: ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS ...................................................................................... B-1 2ª PARTE: EXERCÍCIOS DAS FRASES D’ARMAS ........................................................................... B-4 ─ ANEXO C ─ GLOSSÁRIO TERMOS E DEFINIÇÕES............................................... C-1 ─ ANEXO D ─ EXPRESSÕES MAIS USUAIS EM 5 IDIOMAS .................................... D-1 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 1 Índice - 6
  • 16.
  • 17. EB60-ME-25.401 PREFÁCIO Este MANUAL DE ENSINO tem a finalidade de apresentar: - o que fazer, - como fazer, - e como ensinar a fazer, para esgrimir empunhando uma espada. Três fundamentos são prevalentes para que estas finalidades sejam atingidas: 1º) Considerar que nos combates de esgrima: - olhar não é o mesmo que ver, - ver não é o mesmo que perceber, - realmente, nós só percebemos o que: - conhecemos bem, - compreendemos bem, - podemos explicar, sabemos nomear e como executar corretamente. 2º) A palavra escrita prevalece sobre a palavra verbal ao longo do tempo. 3º) Os melhores mestres fazem a diferença na formação de espadistas. Tal como a maioria dos desportos, a esgrima moderna tem suas origens nas atividades milenares dos embates pela sobrevivência. Desde o início, a fim de treinar a defesa pessoal, os combatentes criaram normas rígidas e padrões de vida, altamente respeitados, para que pudessem praticar o manejo das armas sem estarem sujeitos a ferir, ou serem feridos por um companheiro. Estas regras e princípios, existentes há milênios, adaptados à vida cotidiana fizeram da esgrima um poderoso instrumento de formação educacional, física e moral, através dos séculos, em todos os povos e civilizações, ao longo da História. Por estas razões a esgrima foi colocada no programa de todos os Jogos Olímpicos da Era Moderna, desde 1896. Tal como era praticada na Europa e, hoje, largamente difundida no mundo, dividindo as vitórias nos grandes eventos internacionais, sempre aplicando os “Princípios da Guerra” nas competições desportivas. Historicamente, o ensino da prática da esgrima ocorreu através do contato pessoal na Europa, na Ásia e no norte da África. A partir do século XV, também por meio de livros, ainda com difusão muito limitada, confidenciais, pois versavam de assuntos da sobrevivência, vitórias ou derrotas em combates. Em 1878, devido às necessidades da melhor preparação militar de seus quadros, face aos resultados da Guerra Franco-prussiana, o Exército Francês publicou seu primeiro Regulamento de Esgrima, baseado nos escritos de seus mestres d’armas. À mesma época, as forças armadas italianas o fizeram. Igualmente aconteceu em outros países. Tais fontes de informações – francesas, italianas, húngaras, polonesas, alemãs, espanholas - permaneceram fora do alcance da grande maioria, ainda confidenciais por Prefácio -- 1 -
  • 18. EB60-ME-25.401 razões de segurança. Entretanto, a prática da esgrima também se difundiu pela sociedade civil, o que estimulou os mestres d’armas a imprimirem seus livros àquela época. Na segunda metade do século XIX, a espada voltou a ser usada pelos esgrimistas, época que inspirou o conceito do Professor Doutor Zbigniew Czajkowski, usado na atual esgrima esportiva: “não usar movimentos reais no ensino do florete é estupido, porém na espada é criminoso”. Em 1913, quando a França era o centro cultural do Ocidente, foi criada a Federação Internacional de Esgrima, tal como em outros esportes, em razão da uniformização das regras demandada pelos Jogos Olímpicos. O francês foi adotado como idioma oficial. Hoje, o inglês e o espanhol são idiomas de trabalho, com prevalência do francês. Atualmente, todas aquelas fontes de informações permanecem altamente válidas. Os fundamentos da esgrima de espada ainda são exatamente os mesmos, sendo devidamente enquadrados à sinalização elétrica dos toques, que a tecnologia tornou viável, desde os Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936. Após os anos 1960, se juntaram outras publicações, poucas de alto valor técnico e tático. A partir de 2012 surgiu enorme quantidade de vídeos na Internet, onde a quase totalidade é divulgada por simples diversão ou propaganda. No Brasil, como esporte, a esgrima existe desde o século XIX, praticada nas forças armadas, nas escolas de formação do pessoal do Exército, da Marinha, da Força Aérea, a fazer parte das competições militares do CISM (Conselho Internacional do Esporte Militar), da UDMS (União Desportiva Militar Sul-americana), da CDMB (Comissão Desportiva Militar do Brasil), da NAVAMAER, da NAE, em eventos nacionais e internacionais de diversas categorias. Neste contexto está a Escola de Educação Física do Exército, continuando as ações de outros militares, cofundadores da Confederação Brasileira de Esgrima e, como organização militar, protagonista de alguns dos melhores resultados brasileiros em todos os tempos. Inclusive quanto à formação de mestres d’armas, esgrimistas, atletas com vitórias internacionais e à produção de fontes de informações de esgrima, produzidas no país, como este MANUAL. A finalidade deste prefácio é orientar quanto conteúdo e uso deste MANUAL, ora produzido, que reúne os ensinamentos de alguns mestres d’armas de variadas escolas, consagrados por seus resultados, dentre os poucos que legaram seus conhecimentos por escrito, a partir do século XIX, conforme registrado nas referências bibliográficas. Estas fontes foram e permanecem pouco divulgadas, obviamente por abordarem as melhores soluções para as disputas, antes nos campos de batalha e hoje nas competições. O acesso a sua leitura e interpretação é bastante dificultada desde o acesso, prosseguindo pela diversidade e conflitos de terminologia das diversas escolas, épocas, autores e diferentes idiomas de origem. A terminologia aqui adotada está padronizada, seguindo aquela dos Manuais antes publicados pelo Exército, originária dos regulamentos franceses e que serviram de base Prefácio - 2 -
  • 19. EB60-ME-25.401 para os “Regulamentos para as Provas” (Règlements Pour Les Epreuves) da Federação Internacional de Esgrima. Os assuntos aqui apresentados estão na sequência natural do que acontece nos combates, usando a terminologia da esgrima, cujas palavras específicas poderiam passar desapercebidas e gerar dúvidas no leitor, razão pela qual estão grafadas em negrito e itálico. Algumas, seguidas pela tradução em francês, entre parênteses, a fim de ambientar à leitura e o entendimento em outros idiomas, pois estas expressões são internacionais. A fim de facilitar a progressão no ensino e aprendizagem da esgrima, os anexos apresentam exercícios com frases d’armas, na sequência pedagógica da aprendizagem, com orientações à prática, seguido de um glossário com os principais termos da terminologia padronizada e um dicionário das principais falas em cinco idiomas. Os textos e as figuras abrangem várias épocas e demonstram que os fundamentos básicos da esgrima de espada permanecem, absolutamente válidos, e que este esporte não pode prescindir do conhecimento teórico escrito, no qual a prática é a comprovação da validade da teoria. Deste modo os exercícios do anexo B podem e devem ser executados, com movimentos reais, precedidos do estudo teórico e prático dos ensinamentos apresentados nos diversos capítulos do texto, cujos títulos correspondem as séries de exercícios e frases d’armas propostas, dentre muitas outras, que podem compor a formação e o treinamento dos espadistas. “HONRA ÀS ARMAS E RESPEITO AOS MESTRES!” Prefácio -- 3 -
  • 21. EB60-ME-25.401 ESPADA CAPÍTULO I INTRODUÇÃO À ESGRIMA DE ESPADA 1.1 FINALIDADE Este Manual de Ensino, seus anexos e apêndices têm por finalidade: 1.1.1 Facilitar, orientar, difundir e desenvolver a prática da esgrima de espada no Exército. 1.2.2 Proporcionar aos esgrimistas, monitores, instrutores e mestres d’armas: a) Fontes de conhecimento sobre os fundamentos teóricos e a prática da esgrima de espada. b) Orientação quanto ao ensino e à aprendizagem através do treinamento da técnica individual, da estratégia e da tática do combate. 1.2 O CONHECIMENTO QUANTO À ARTE E CIÊNCIA DA ESGRIMA 1.2.1 O presente Manual de Ensino de Instrução é a parte principal das “Fontes de Informações de Esgrima”, acompanhado de informações suplementares – anexos e apêndices com textos, vídeos, fotos, painéis – que constituem um conjunto de conhecimentos indispensáveis à formação, crescimento e aperfeiçoamento de atiradores, desde os esgrimistas iniciantes aos atletas de alto desempenho, dos animadores aos professores de educação física, monitores, instrutores e mestres d’armas. 1.2.2 Desde fins do século XIX, os fundamentos técnicos da esgrima de espada apresentaram pouca variação como esporte de combate por excelência. Entretanto, sua bibliografia internacional apresenta grande variedade de termos e expressões técnicas, para nomear uma mesma ação de esgrima ou golpe. Tal diversificação da terminologia com palavras idênticas e significados diferentes - em função das épocas, locais, idiomas, A ESGRIMA É UM DESPORTO MILITAR POR EXCELÊNCIA: CRIA E DESENVOLVE AS QUALIDADES FÍSICAS, MENTAIS E MORAIS DO COMBATENTE! 1.1 FINALIDADE 1.2 O CONHECIMENTO QUANTO À ARTE DA ESGRIMA 1.3 A ESGRIMA MODERNA NAS COMPETIÇÕES DO SÉCULO XXI 1.4 EFEITOS FISIOLÓGICOS, PARÂMETROS DE QUALIDADES FÍSICAS E HABILIDADES MOTORAS 1.5 OS PRATICANTES 1.6 OS NÍVEIS DE TREINAMENTO DE UM ESGRIMISTA 1.7 QUALIDADES DOS ESGRIMISTAS 1.8 O TREINAMENTO DO ESGRIMISTA 1-1
  • 22. EB60-ME-25.401 e autores renomados – sempre dificultaram o fácil entendimento dos textos e a aprendizagem dos conhecimentos. A clareza da terminologia e a classificação das ações de esgrima são particularmente importantes, para a aprendizagem correta. Especialmente onde, por longo tempo, conviveram muitos mestres d’armas de países e escolas diferentes, criaram-se ideias, escolas e terminologias divergentes, que causaram notórios entraves à qualidade do desenvolvimento técnico e tático da modalidade. 1.2.3 Este Caderno de Instrução segue a terminologia das publicações anteriores do “Manual de Campanha C20-51 ESGRIMA” do Exército Brasileiro. A mesma dos “Regulamentos para Provas da Federação Internacional de Esgrima” (FIE) desde 1913 — cujo idioma oficial é o francês. Sua origem é o “Manuel d’Escrime — Ministère de la Guerre”, do Exército Francês, aprovado em 1877 e suas diversas versões posteriores, intituladas “Règlement d’Escrime”, Produzido para fortalecer o espírito de combate do militar, após a derrota na guerra franco- prussiana, tornou-se a referência dos melhores livros franceses de esgrima e da Federação Internacional de Esgrima, até os dias atuais do século XXI. 1.2.4 A fim de proporcionar melhor compreensão e precisão, para o estudo integrado da teoria e prática da esgrima, nas lições empunhando a arma, nos vídeos e nos textos — em português, francês, italiano, inglês e espanhol – este Manual tem anexos um glossário de esgrima em português (do Brasil) e um minidicionário, em cinco idiomas, com os termos mais usuais na esgrima. 1.3 A ESGRIMA MODERNA NAS COMPETIÇÕES DO SÉCULO XXI A esgrima moderna faz parte do programa olímpico da Era Moderna, desde os I Jogos Olímpicos, em Atenas, no ano de 1896. A partir dos Jogos Olímpicos de Berlim 1936 foi introduzida, oficialmente, a sinalização elétrica dos toques nas provas de espada. Em 1956 (Jogos de Melbourne) no florete e em 1988 (jogos de Seul) no sabre. Por consequência de propostas brasileiras, oriundas da Escola de Educação Física do Exército do Brasil, a FIE aprovou as competições femininas de espada e sabre, disputadas pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de Atlanta (1986) e de Atenas (2004), em condições idênticas aos homens. O florete, desde 1924 (Jogos de Paris) já era jogado por mulheres. O Exército Brasileiro originou dezenas de propostas, aprovadas na Federação Internacional, em especial para a modernização e midiatização da esgrima, tais como a mudança da fórmula das competições mundiais e olímpicas; a contagem pelos toques dados em vez de toques recebidos; a criação de circuitos continentais para as provas do ranking mundial; os nomes nas costas para identificar os esgrimistas; o uso do uniforme nacional para os esgrimistas de um mesmo país; as máscaras decoradas; os gestos e as palavras de arbitragem para os espectadores e televisão; o uso do vídeo para a arbitragem e espectadores, em câmera lenta, nas competições e exames de árbitros; inclusão da metodologia e didática nos cursos e exames de arbitragem, antes adotados na Escola de 1-2
  • 23. EB60-ME-25.401 Educação Física do Exército Brasileiro; as áreas de competições com cinco pistas tal como na EsEFEx, e outras mais que globalizaram e adaptaram a esgrima ao século XXI. 1.3.1 Origem — Tal como muitos esportes, a esgrima tem origem nas atividades militares de combate. O esgrimista pensa, decide e age empregando todos os Princípios da Guerra: objetivo, ofensiva, massa, economia de forças, manobra, unidade de comando, segurança, surpresa e simplicidade. Atualmente, a esgrima é um desporto de combate com regras precisas para determinar o vencedor em uma competição, sob a direção e decisões de um árbitro. Para vencer um match, o esgrimista deve tocar seu adversário um certo número de vezes em um tempo estabelecido. Ou, haver tocado mais vezes quando findo o tempo de combate efetivo. 1.3.2 A frase d’armas — Dois esgrimistas iniciam e reiniciam o combate imóveis, na posição de guarda (position “en garde”). Aos comandos de voz e gesto do árbitro, eles realizam ações ofensivas, defensivas ou contraofensivas, com o objetivo de tocar seu adversário em uma superfície considerada alvo – a superfície válida (surface valable). O combate é interrompido ao comando de “Alto!” (Halte!) dado pelo árbitro. A sequência ininterrupta da troca de golpes (coups), entre dois esgrimistas, é chamada de frase d’armas (phrase d’armes), durante a qual pode ocorrer um, ou vários golpes consecutivos e haver, ou não, um toque no adversário. 1.3.3 As regras- As regras fizeram da esgrima um desporto, que oferece o máximo de segurança aos praticantes, visando tocar (toucher) o adversário, no decorrer do combate, disputado sobre a pista (piste) de 14 metros de comprimento por 1,5 até 2 metros de largura. A duração do match é variável em função do número de toques disputados, ou do tempo de combate efetivo, isto é, entre os comandos do árbitro de “Combate!” (Allez!) e “Alto!” (Halte!). No combate de espada, a superfície válida abrange o corpo inteiro do atirador. No caso em que ambos toquem o adversário, em um intervalo menor que 40 a 50 milissegundos, ambos serão declarados. Nos combates de florete e sabre, em uma mesma frase d’armas, apenas um esgrimista pode ser declarado tocado e seu adversário adiciona um ponto na contagem de toques dados, conforme decisão do árbitro. 1.3.4 A segurança à integridade física dos esgrimistas – a partir de meados da década de 1980, o Regulamento de Material da FIE estabeleceu novos padrões de segurança quanto à resistência das máscaras, uniformes e lâminas, após pesquisas e testes científicos. A esgrima está entre os esportes com menor percentual de acidentes. A esgrima é o único esporte de combate em que o contato corporal, o corpo a corpo (corps-à-corps), não é permitido. Assim, pessoas menos avantajadas fisicamente podem enfrentar e vencer adversários de altura e peso maiores. 1-3
  • 24. EB60-ME-25.401 1.4 EFEITOS FISIOLÓGICOS, PARÂMETROS DE QUALIDADES FÍSICAS E HABILIDADES MOTORAS A prática da esgrima produz significativos efeitos fisiológicos, benéficos aos sistemas cardiorrespiratório e neuromuscular, como atividade física, mental, intelectual e educacional, indispensáveis aos combatentes. Recomendada à todas as idades, atua sobre quase todos os músculos. O trabalho imposto aos músculos extensores é mais intenso. Exige e aprimora o equilíbrio e a coordenação de movimentos, através de contrações rápidas e muitas vezes repetidas, somados à observação e raciocínio rápidos. 1.4.1 CARACTERÍSTICAS DAS QUALIDADES FÍSICAS E HABILIDADES MOTORAS PROMORDIAIS a. Desporto de velocidade — a esgrima é um esporte de velocidade, no mais alto grau, superior neste ponto de vista a muitos outros, porém não exige dos músculos esforços muito intensos. Sem impor ao coração um trabalho exagerado, desenvolve as condições cardiopulmonares ideais ao condicionamento e à higidez física do combatente. Nas lições e no combate, a prática racional da esgrima desenvolve a capacidade para analisar o adversário, decidir, disciplinar, ampliar, justapor e coordenar as impressões sensoriais – táteis, visuais, auditivas, musculares – com as ações psicomotoras. b. Coordenação – a esgrima exige uma coordenação perfeita de movimentos, pois a necessidade de agir num tempo extremamente curto, habitua os músculos a responderem rapidamente às ordens da vontade. Braços, pernas e tronco realizam movimentos variados e combinados. c. “À-propos” — esta expressão francesa representa uma importante qualidade, necessária ao esgrimista, a fim de escolher o melhor momento e realizar um golpe. Reúne senso de oportunidade, golpe de vista, presença de espírito e julgamento do adversário. Esta é uma das quatro qualidades mais importantes, necessária ao esgrimista, a qual é preciso acrescentar as noções de distância, a velocidade e a combatividade, as qualidades primordiais, que definem um esgrimista. 1.4.2 QUALIDADES FÍSICAS E HABILIDADES MOTORAS SECUNDÁRIAS Às qualidades primordiais, acima mencionadas, juntam-se outras secundárias, tais como: a) O sentido do equilíbrio — representado na prática pela estabilidade e firmeza nas posições de base (a guarda), nos deslocamentos e na troca de golpes – a frase d’armas – durante os movimentos dos membros inferiores, independentes e coordenados com os membros superiores e com o tronco. b) As impressões sensoriais — a esgrima põe em ação as qualidades sensoriais do indivíduo, exige e desenvolve em particular os sentidos da visão, da audição e do tato. Constitui um excelente meio para educar, disciplinar, ampliar, justapor e coordenar as impressões sensoriais (visuais, auditivas, táteis e neuromusculares) com as ações psicomotoras. 1-4
  • 25. EB60-ME-25.401 O esgrimista representa a verdadeira expressão do tipo sensorial. O conhecimento teórico e prático das habilidades para esgrimir, quanto a enganar as paradas, às fintas, aos escapes, aos engajamentos, mudanças de engajamentos e duplos engajamentos são outros exercícios que aperfeiçoam a acuidade visual, a noção de distância e o sentimento de ferro, a fim de se manifestarem no menor tempo. Deste modo, é possível analisar o adversário e desenvolver a capacidade de conquistar o objetivo para tocar e vencer. c) O sentido neuromuscular — o sentimento de ferro é uma qualidade do sentido do tato do esgrimista, a empunhar a própria arma, que possibilita sentir os menores movimentos da lâmina adversária e avaliar sua verdadeira intenção, para agir ou reagir, se prevenir ou se antecipar contra ações contrárias. d) A resistência muscular localizada e a capacidade cardiorrespiratória — permitem ao esgrimista realizar combates de maior duração e número de toques, várias vezes durante uma jornada, mantendo a coordenação, a precisão e a rapidez nos movimentos dos braços e das pernas, bem como a clareza de raciocínio para o julgamento. Outros parâmetros de habilidades motoras e qualidades físicas, indispensáveis ao combatente, são desenvolvidos na prática das lições e nos assaltos da esgrima. e) As lições e os assaltos de esgrima — exigindo grande concentração de atenção e consequente desgaste do sistema nervoso central (SNC), as lições devem ser curtas para os iniciantes, com duração variável conforme a capacidade do esgrimista. Há exceções para atletas de alto desempenho. Os assaltos constituem a aplicação das lições no combate individual. 1.5 OS PRATICANTES: ESGRIMA ESPORTE PARA TODAS AS IDADES A esgrima pode ser praticada por todos, desde a infância, desenvolvendo as qualidades de precisão de movimentos, coordenação motora, rapidez de raciocínio e as qualidades “morais” de equilíbrio emocional, decisão e vontade. Como em qualquer desporto é preciso evitar a «surmenage» — o cansaço mental -, que pode se produzir pelo excesso de treinamento. Pode ser praticada até idade avançada, desde que evitados os assaltos prolongados e intensos, em vista da grande fadiga nervosa que lhes pode resultar. As lições de intensidade média e alguns assaltos curtos são um excelente meio de conservar a flexibilidade dos membros e das articulações, até quase o fim da existência. As crianças são iniciadas com exercícios físicos adequados às idades e morfologia individuais, em lições curtas, empunhando armas com peso e comprimento adequados aos seus tamanhos. A didática, a pedagogia e a metodologia para crianças merecem um estudo particular, com prioridade à educação moral e à formação física e mental adequadas àquela faixa etária. Para tanto, existem várias fontes de informações especificas. Este é um tema particular, o qual não é objeto deste Manual. A esgrima para crianças necessita estudos pormenorizados, direcionados à cada faixa etária da infância. 1-5
  • 26. EB60-ME-25.401 Por isto, a expressão “Mestre de esgrima, mestre de vida!”, posto que o instrutor não ensina seus alunos apenas a esgrimir, pois deve ser um educador e exemplo - social, moral e fisicamente -, para a vida de seus instruendos. 1.6 OS NÍVEIS DE TREINAMENTO E EVOLUÇÃO DE UM ESGRIMISTA A sequência completa do “processo de treinamento e evolução”, que compõe a carreira de um esgrimista, pode ser dividida em quatro níveis: 1º) Iniciação: esgrimista INICIANTE; 2º) Básico: esgrimista NÃO CONFIRMADO; 3º) Competitivo: esgrimista CONFIRMADO; 4º) Avançado: esgrimista de ALTO DESEMPENHO. A esgrima também é praticada como atividade recreativa ou educacional, sem interesse competitivo. Nas escolas para formação física e moral, ou por ex-competidores que, após deixarem totalmente a atividade agonística, esgrimem por lazer e até participam de competições menores, puramente para a sua saúde física e mental, recreação ou bem- estar. 1.6.1 O PRIMEIRO E SEGUNDO NÍVEIS – INICIAÇÃO E BÁSICO. Corresponde aos esgrimistas iniciantes e aos não confirmados. - São os níveis de aprendizagem, praticamente acessíveis a todas as pessoas. - É acessível às pessoas com aptidão mediana para a prática da esgrima. Habilmente, um bom mestre d’armas, usando os métodos apropriados, pode prepará-las para atingir o terceiro nível, esgrimista confirmado. 1.6.2 O TERCEIRO NÍVEL – COMPETITIVO. Corresponde aos esgrimistas confirmados. - É acessível para todas as pessoas com certa quantidade e qualidade de gosto pela esgrima, pendor, boa motivação, assiduidade no treinamento e participação em competições. Entre o terceiro e o quarto níveis, há uma distinta (grande) diferença dialética — uma notável mudança no treinamento, nas capacidades e resultados, as quais são muito mais qualitativas do que quantitativas. 1.6.3 O QUARTO NÍVEL – AVANÇADO. Corresponde aos esgrimista de alto desempenho. Só é atingível pelos esgrimistas: - altamente talentosos; - treinando sistematicamente e com paixão; - com um nível ótimo de motivação; - e com certas dimensões necessárias da personalidade. 1.7 QUALIDADES NECESSÁRIAS AOS ESGRIMISTAS 1-6
  • 27. EB60-ME-25.401 Aos esgrimistas combatentes são necessárias qualidades físicas, intelectuais e morais. As principais qualidades físicas são: o vigor muscular, a integridade orgânica, a resistência, a flexibilidade, a coordenação motora e a velocidade. O discernimento e o julgamento são qualidades intelectuais. Naturais ou não, todas são suscetíveis de aperfeiçoamento. 1.7.1 QUALIDADES FÍSICAS 1.7.1.1 A importância do treinamento Somente com sutilezas, não é fácil enfrentar um adversário vigoroso. Um assalto tornar-se-ia desigual quando os adversários têm força muscular diferente, porém isto não é fator pré-determinante. A vitória será o resultado da preparação física, técnica e tática somadas às qualidades morais e intelectuais desenvolvidas no treinamento. A esgrima, com seu jogo de tomadas de ferro e ataques ao ferro, exige força e velocidade apropriadas e doigté, ou seja, a boa ação dos dedos para conduzir a ponta da arma. Por exemplo, com a espada, a mobilidade que a caracteriza, muitas vezes obriga ao esgrimista a executar paradas, não com o forte da lâmina, mas com a sua parte média. Mecanicamente, o esforço a fazer é consideravelmente maior, a fim de obter o domínio com autoridade sobre a lâmina adversária. Daí a necessidade de uma preparação física ativa, intimamente ligada ao estudo técnico e tático da esgrima. 1.7.1.2 A integridade orgânica A menor imperfeição, uma diminuta lesão ou uma indisposição qualquer são suficientes para tirar do esgrimista uma parte das suas possibilidades. A preparação física, a prática da técnica e os resultados estão, evidentemente, relacionadas com a integridade orgânica. 1.7.1.3 A velocidade A velocidade é uma qualidade indispensável ao esgrimista. A esgrima emprega preferentemente ações simples, estando o sucesso subordinado à rapidez de execução. A velocidade propriamente dita é função da velocidade natural e da velocidade de execução. A primeira é resultante da reação pessoal, da condutividade nervosa e da musculatura do indivíduo. A segunda depende da harmonia e da perfeição com as quais as diferentes ações são executadas, as habilidades psicomotoras.. A velocidade natural — a velocidade absoluta — e a velocidade de execução — velocidade relativa — se completam. Não é suficiente ter reações muito vivas — é preciso empregar com oportunidade a velocidade absoluta, adequadamente contra a velocidade do adversário. A isto se chama velocidade relativa ou de execução. 1.7.1.4 A coordenação de movimentos 1-7
  • 28. EB60-ME-25.401 Frequentemente, os braços e as pernas possuem velocidades desiguais. Há esgrimistas que dispõem de uma grande destreza manual, sem possuir uma velocidade correspondente de pernas. Outros são rápidos nos movimentos para frente e lentos nos movimentos para trás. O ideal é a coordenação dos movimentos dentro da velocidade do conjunto corporal. Além disso, a velocidade de um esgrimista, também, deve ser dirigida e controlada em função da velocidade do adversário. Geralmente, os esgrimistas bem treinados — “leves e flexíveis” — são os mais velozes, pois, ao contrário dos atletas “pesados”, as ordens emanadas do cérebro, são transmitidas através dos nervos e executadas prontamente no músculo solicitado. A ação é instantânea, sem trabalho preparatório, pois os músculos respondem imediatamente às ordens recebidas. 1.7.2 A PERSONALIDADE DO ESGRIMISTA: CARACTERÍSTICAS INTELECTUAL, MORAL E FÍSICA-TÉCNICA. O julgamento, o senso de oportunidade, a vontade e a inteligência definem a personalidade do atirador. 1.7.2.1 O julgamento O julgamento é a faculdade de analisar o jogo adverso e determinar a tática apropriada a cada caso. Consiste em observar os defeitos e as fraquezas do adversário, suas qualidades e pontos fortes, explorando os primeiros e evitando os segundos. Esta qualidade intelectual do esgrimista é desenvolvida através do conhecimento da técnica e tática da esgrima - teoria e prática -, aprendidas e aprimoradas, sobretudo empunhando a arma, nas lições individuais, coletivas, assaltos e análises de combates. Sem dispensar o valioso estudo da teoria em textos, vídeos e conversações. Ao apreciar totalmente o imenso valor e a importância do conhecimento teórico, devemos destacar a necessidade constante do esgrimista, aprender e discutir vários aspectos da esgrima, da metodologia de treinamento, da psicologia de esportes, etc.... Também, ter sempre presente na mente que o discernimento é aprimorado com a experiência prática, a intuição e o bom senso, os quais devem ser valorizados e aproveitados. Na realidade, o impiedoso teste da veracidade de uma teoria é o resultado na prática dos combates. 1.7.2.2 A vontade A vontade - forte e inquebrantável - é uma qualidade moral essencial ao esgrimista. Permite executar, sem esmorecimento e judiciosamente, a ação de esgrima previamente estudada em busca do toque e da vitória. 1.7.2.3 O Senso de oportunidade 1-8
  • 29. EB60-ME-25.401 O senso de oportunidade (à-propos) é a arte de identificar e executar um golpe aproveitando o melhor momento, no instante preciso em que ele se apresenta. Está intimamente ligado a concentração de atenção ao detalhe, a noção de distância e ao sentimento do ferro, qualidades sensoriais, que se desenvolvem apenas após um longo período de manejo consciente e correto da espada. O melhor momento é criado se desviando a atenção do adversário por meio de deslocamentos combinados com ações sobre o ferro, ou com fintas, seja com a arma, com o corpo, com gestos e até com a voz, de modo a surpreendê-lo, a fim de que ele não perceba, ou perceba tardiamente, nossa ofensiva, sem ter tempo para sua defesa 1.7.2.4 O jogo de pernas A mobilidade em pista constitui uma característica primordial, pois o valor de um atirador é avaliado, tanto pela mobilidade e flexibilidade das pernas nos deslocamentos, quanto da mão armada. Certos esgrimistas, embora com possibilidades técnicas limitadas, são eficientes porque têm perfeita noção da distância, do próprio alcance para tocar e do alcance do adversário para não ser tocado. Sabem utilizar o terreno com grande habilidade. Um esgrimista não será realmente completo se não souber aproveitar todos os meios que permitem executar as diferentes ações de combate durante os deslocamentos, para ganhar a medida, isto é, se colocar na distância que lhe permite tocar o adversário. É na lição que convém estudar este jogo complicado de pernas, daí decorrendo a necessidade da mesma ser muito parecida com o combate, tão logo o aluno possa executá-la deste modo. O instrutor deve organizar lições bem movimentadas para alcançar um resultado satisfatório. Para isso, é indispensável treinar o esgrimista aluno: a) Nos ataques simples, para enganar o ferro marchando; b) Provocar, por meio de uma marcha ou de um salto, um contra-ataque do adversário, permitindo realizar um contratempo; c) Executar em marcha, as tomadas de ferro compostas; d) Combinar a flecha com os diversos procedimentos acima enumerados. 1.8 A PREPARAÇÃO GLOBAL DO ESGRIMISTA 1.8.1 GENERALIDADES QUANTO À PREPARAÇÃO 1.8.1.1 A preparação cognitiva — a esgrima é um esporte no qual o domínio do conhecimento da teoria das ações, aplicada à prática, tem influência decisiva. Esgrimir é uma atividade atlética completo, portanto a preparação do esgrimista deve seguir os princípios gerais quanto à fisiologia do exercício físico, aos métodos e planejamento do treinamento, baseados em conhecimentos científicos da atividade física e dos desportos, direcionados às características gerais do melhor desempenho físico e àquelas especificas da esgrima. 1-9
  • 30. EB60-ME-25.401 1.8.1.2 As condições de higidez — Assim, somente devem esgrimir os indivíduos cuja integridade orgânica esteja perfeita. O coração, os pulmões, os rins, o fígado, a pele, os órgãos eliminadores, os músculos e as articulações devem ser objeto de um cuidadoso e prévio exame médico. 1.8.1.3 O regime alimentar – a nutrição do praticante será regulada de acordo com as variações de seu peso, considerando-se sua estatura e composição corporal. Deverá ser orientado de modo a evitar a obesidade e as desnutrições, tomando-se como referência as relações do peso e altura, em face do biótipo. O álcool deve ser absolutamente proscrito da alimentação das pessoas submetidas a treinamento, pois prejudica o funcionamento do aparelho digestivo e intoxica o sistema nervoso. 1.8.1.4 Hábitos de vida – Os hábitos de vida devem ser condicentes com a boa saúde, a fim de que o organismo se recupere após as sessões de treinamento e possa ocorrer a supercompensação fisiológica e, por consequente, o aprimoramento físico, técnico, tático e mental, ao longo dos meses e anos de treinamento. O sono é indispensável e deve ser suficiente para a recuperação do organismo em face da fadiga, física e mental, após as atividades do treinamento. O fumo será suprimido e todo excesso, qualquer que seja, será desaconselhável. A duração de um período de treinamento, tendo em vista uma competição determinada, é variável seguindo os princípios da periodização do treinamento desportivo. 1.8.2 A PREPARAÇÃO FÍSICA DO ESGRIMISTA 1.8.2.1 A necessidade de planejamento e avaliação — é inegável que as qualidades atléticas e a melhor condição física são, igualmente, indispensáveis ao esgrimista de competição, tal como para qualquer outro desportista. Entretanto, a necessidade da preparação física, geral e específica, nem sempre foi observada, ou aceita e realizada – e ainda não o é – pela maioria dos esgrimistas e Mestres d’Armas. O crescimento sem cessar do número de nações que praticam a esgrima nas grandes competições internacionais, militares e civis, as fórmulas das provas com matches mais longos, os numerosos e variados adversários de elevado nível, orientaram a realização de campos de treinamentos cada mais intensos. Todas estas atividades são desgastantes para os músculos, para o sistema nervoso e requerem cuidadoso planejamento e execução dos vitoriosos, com avaliações e reajustes periódicos. Curiosamente, nas escolas de ponta para formação de Mestres d’Armas, ao longo de quarenta anos, constatou-se que os melhores esgrimistas tinham os melhores resultados nas provas de atletismo relacionadas à esgrima (50 a 800 metros e saltos). a fim de convir que, desde lá, não se descobriu nada de novo no domínio da preparação física, é suficiente ler o texto de alguns esgrimistas autores,. Ao contrário, a ciência e a tecnologia atuais confirmam aquelas assertivas e facilitam o planejamento, avaliações e reajustes na formação a desenvolvimento de esgrimistas. 1-10
  • 31. EB60-ME-25.401 Desde 1908, há mais de um século, Jean Joseph Renaud, jornalista, dramaturgo, considerado na época um dos melhores espadistas do mundo e um dos mestres sem par, escreveu: “Quem deseja ser forte na espada deverá trabalhar com exercícios apropriados os músculos de seus braços, antebraços, dedos e todos os demais”. 1.8.2.2 A preparação física e a autoconfiança — na preparação da esgrima de competição, o treinamento físico também tem forte função psicológica, pois fortifica o moral e dá confiança. Apresenta ainda outra vantagem. Combinando-o com o aperfeiçoamento técnico-tático, obtido nas lições de esgrima, a preparação física permite enfrentar a longa duração dos combates. Certamente, isto provoca uma fadiga muscular, a qual se dissipa rapidamente. Entretanto, a fadiga nervosa, produzida no combate, é uma fonte de consumo de influxos do sistema nervoso, a deixar traços mais profundos, os quais necessitam maior tempo para recuperação do organismo. 1.8.2.3 A preparação física e a motivação — para combater bem é preciso estar motivado, sentir vontade de esgrimir, competir e vencer. De resto, as longas sessões de combates, bem como competições em demasia, produzem frequentemente um “enjoo”, uma saturação, que termina por abafar a vontade de combater. Portanto, isto é algo a evitar. Para enfrentar as competições, em esgrima e outros desportos, os atletas preparados amam o esforço do treinamento, têm o gosto pela luta e estão animados por uma vontade desafiadora e brava. Para eles a técnica é sempre indispensável, porém uma boa preparação física lhes dará confiança, resistência e a força moral necessárias à vitória. Querer vencer e saber vencer inclui a preparação física, a qual deve ter um estudo e planejamento particularizado e individualizado, assunto não faz parte deste Manual. 1.8.2.4 Algumas características da sessão de treinamento físico em esgrima — o planejamento do treinamento do esgrimista será global e incluirá as sessões do treinamento físico com frequência, intensidade e conteúdo variáveis. Insistirá sobre os movimentos de flexibilidade, maleabilidade, mobilidade e elasticidade — souplesse. Evitará os exercícios de força pura, propriamente dita. Tais como trepar e levantar grandes pesos, suscetíveis de acarretar rigidez na articulação da espádua e do braço, cuja maleabilidade deve ser máxima no esgrimista. A corrida ou a marcha, o tênis, a bicicleta, os saltos, a natação, o basquetebol e o voleibol, são úteis auxiliares dos exercícios das armas, desde que moderadamente praticados. 1.8.2.5 Grupos musculares na esgrima — se bem que todos os músculos intervenham na prática da esgrima, há os que desempenham um papel preponderante como os dos braços e pernas. As pernas devem ser flexíveis e fortes para conservar e realizar, sem fadiga, as posições de esgrima, como a guarda, os deslocamentos - à frente e atrás -, o afundo, a flecha, as esquivas, os saltos e suas combinações. As pernas devem ser convenientemente trabalhadas. Especialmente para os principiantes, os exercícios de braços e pernas constam desde as primeiras lições, realizados em separado. Os músculos dos braços se adaptam mais rapidamente as suas funções em esgrima. Quando as pernas e os braços estiverem flexíveis e realizarem corretamente os 1-11
  • 32. EB60-ME-25.401 movimentos, é preciso reunir e coordenar seus movimentos, para obter a harmonia do conjunto e, progressivamente, desenvolver a velocidade de execução das ações combinadas de braços e pernas, durante os deslocamentos. A esgrima exige um sistema especial de respiração e uma grande mobilidade das articulações do braço e do punho, por isto se torna necessário prever treinamentos preparatórios, capazes de melhorar tais exigências. Os exercícios de “souplesse” (flexibilidade, mobilidade articular, elasticidade e maleabilidade), coordenação motora, precisão de movimentos e agilidade são especialmente recomendados. As condições físicas serão adquiridas e desenvolvidas por meio de treinamento preparatório, geral e especifico, comportando sessões de alongamento, pliometria, ginástica neuromuscular, treinamentos em circuitos, marchas, corridas, saltos (na corda, a pé firme, em distância e em altura), exercício de massas e lançamentos ligeiros. Estes exercícios permitirão adquirir flexibilidade, mobilidade articular, resistência muscular localizada, capacidade aeróbica, destreza, velocidade e coordenação, através de variados métodos de treinamento. 1.8.3 A PREPARAÇÃO TÉCNICA DO ESGRIMISTA A técnica dá confiança ao esgrimista. Confiança é o suporte principal para a defesa, ataque e contraofensiva. "Com boa técnica, um esgrimista de meia-idade está em condições de igualdade com um esgrimista jovem e atlético de vinte e cinco anos. Isto demonstra, e recomenda, o estudo da técnica" em esgrima. Porém, devemos recordar, e tirar conclusões práticas do fato, de que na esgrima, ao contrário de acrobacias ou figuras da patinação, a técnica não é tudo. Devemos ensinar não só a técnica — para executar as várias ações de esgrima — mas, também, como aplicá- las nas condições variáveis de um combate, em função dos movimentos do nosso adversário. Isto é, adequar a técnica às táticas de combate. Em outras palavras, o mestre d’armas deve ensinar, não só a técnica – teórica e prática – importante como ela é, mas também: a) os recursos técnicos-táticos, b) as diversas táticas, c) as alternâncias de ritmos e as variadas velocidades de execução, d) a precisão da percepção, aliada as várias qualidades de atenção; e) a velocidade e precisão dos vários tipos de reações; f) outras capacidades psicomotoras, ou seja, processos psicológicos, intimamente ligados às atividades motoras. Especialmente para os iniciantes, a parte técnica do treinamento será de intensidade reduzida, sempre considerando o nível do instruendo. Se possível, com curtas lições diárias – individuais ou coletivas -, executadas com a máxima precisão. Quando os instruendos forem considerados capacitados, são recomendados alguns curtos assaltos de estudo e combates nas mesmas condições da competição, durante os quais o esgrimista deverá se empregar a fundo. A preparação global é intensificada seguindo um planejamento progressivo, que deve ser elaborado por temporadas, anuais ou não, divididas em macrociclos, ciclos, 1-12
  • 33. EB60-ME-25.401 miniciclos e microciclos. Estes dois últimos, normalmente, são planejados com uma ou duas semanas de antecedência e abertos aos reajustes. O tema treinamento global não é objeto deste documento e há outras fontes de informações especializadas quanto ao assunto, que podem ser estudadas com profundidade, e devem ser do conhecimento dos mestres d’armas. 1.8.4 A PREPARAÇÃO MORAL DO ESGRIMISTA Sobretudo, o mestre d’armas deve ser um educador por vocação, um artífice devotado à formação física, intelectual e moral de seus instruendos. A começar pelos exemplos positivos que apresenta, dentre os quais a dedicação permanente ao desenvolvimento dos atributos indispensáveis para que seus alunos atiradores sejam vencedores. Tais como: - a força de vontade: dedicação, persistência, assiduidade, paciência; - a combatividade: autoconfiança, equilíbrio emocional, coragem, iniciativa; - a capacidade de decisão: estudo, raciocínio, análise, criatividade e planejamento; - o espírito de corpo: companheirismo, solidariedade, lealdade, respeito às regras, disciplina, probidade. 1.9 A IMPORTÂNCIA DAS MISSÕES DO MESTRE D’ARMAS Aos mestres d’armas cabe a preparação dos esgrimistas, pois sem mestre d’armas não haverá esgrimistas. Ser mestre d’armas caracteriza um dever moral, voluntariamente assumido, cuja maior recompensa é sentir-se realizado com a missão bem cumprida. O plastron de mestre d’armas, tal qual “a farda do soldado não é uma veste, que se despe com facilidade e até com indiferença, mas uma outra pele, que adere à própria alma, irreversivelmente para sempre”. Através da esgrima, a principal missão do mestre d’armas é a formação de recursos humanos - os seus instruendos -, para as vitórias nas competições da vida, pois tal qual os exércitos atuais "por mais que evoluam a arte da guerra, a tecnologia das armas e a sofisticação dos equipamentos, a eficácia dependerá, cada vez mais, de seus recursos humanos”. Igualmente, esgrimistas ou soldados adestrados, motivados e bem liderados continuarão sendo o fator decisivo para a vitória." 1-13
  • 34. EB60-ME-25.401 Fig 1-1 Esgrima um esporte para todas as idades 1-14
  • 35. EB60-ME-25.401 CAPÍTULO II ORIGEM E DESCRIÇÃO DA ESPADA 2.1 ORIGEM DA ESPADA MODERNA A espada esportiva tem origem no final da segunda metade do século XIX devido ao movimento de esgrimistas contra a irrealidade do florete no campo de batalha e nos duelos e, principalmente pelos abusos dos erros de arbitragem que distorciam os resultados. 2.2 DESCRIÇÃO DA ESPADA A espada é uma arma cujos golpes de ponta que atinjam qualquer parte do corpo do adversário são computados como toque, desde que indicados pelo sistema de sinalização elétrica. A espada pesa 770 gramas, no máximo, sendo formada pela lâmina e armação. Todas as características de condutibilidade elétrica e suas partes componentes – lâmina, copo, punho, pomo, almofada, tomada, fios, ponta de arresto - têm dimensões, pesos e montagem padronizadas no “Regulamento Para As Provas – Material” da Federação Internacional de Esgrima (FIE), principalmente entre os artigos m.14 2 e m.20. 2.2.1 A LÂMINA Compreende a lâmina propriamente dita e a espiga onde a armação é montada. 2.2.1.1 A flexibilidade máxima e mínima da lâmina A lâmina propriamente dita deve ter comprimento máximo de 90 cm, incluída a ponta de arresto, sua seção transversal é triangular e deve ter uma flexibilidade regulamentar entre 4,5cm a 7cm, verificada no controle de material, antes do início da competição. 2.1 ORIGEM DA ESPADA MODERNA 2.2 DESCRIÇÃO DA ESPADA 2.3 CONSIDERAÇÕES QUANTO À SEGURANÇA E AO EQUIPAMENTO 2.4 LEIS DA MECÂNICA APLICADAS À ESPADA Fig 2- 1 As dimensões da espada esportiva 2-1
  • 36. EB60-ME-25.401 As lâminas muito rígidas são proibidas nas competições, não devem ser usadas nos treinamentos, são vetadas pelo Regulamento de Material porque quando quebradas oferecem perigo à integridade física dos espadistas, tendendo a ruptura sob uma forma pontiaguda. A flexibilidade regulamentar da lâmina deve ser controlada no momento de sua compra, antes das competições e sua escolha depende do modo do espadista esgrimir. 2.2.1.2 A flecha máxima da curvatura da lâmina Antes de começar um match, o árbitro deve verificar que a flecha máxima de curvatura das lâminas seja inferior a 1cm, devido aos riscos que oferecem a integridade Fig 2-2 O teste de flexibilidade da lâmina da espada- Fig 2-3 Na maioria dos toques as lâminas flexionam sem molestar o esgrimista Fig 2-4 Neste toque duplo, a qualidade das lâminas permite grande curvaturas após a execução do toque, no prosseguimento da ação 2-2
  • 37. EB60-ME-25.401 física dos espadistas, especialmente quando as espadas são usadas para golpes de chicotadas contra o adversário. 2.2.1.3 O selo de qualidade FIE - regulamentar e obrigatório na lâmina O selo de qualidade FIE é uma marca registrada colocada pelos fabricantes de material de esgrima (lâminas, máscaras, calças, jaquetas e subplastrons) como garantia que estes equipamentos satisfazem as exigências técnicas e de segurança determinadas pela FIE. Nas competições internacionais da FIE, os esgrimistas só podem competir com equipamentos que possuem este selo de qualidade com o nome da fabricante, o símbolo da FIE, o ano e mês de fabricação, com a largura mínima de 7mm. 2.2.1.4 As partes da lâmina propriamente dita A lâmina propriamente dita tem três partes distintas: forte, média e fraca, que apresentam as seguintes propriedades: a) Parte forte (terço mais próximo do copo) — dá autoridade indispensável para dominar a lâmina da arma adversária nas ações ao ferro e nas paradas. b) Parte média (terço médio da lâmina) — permite os engajamentos, as mudanças de engajamentos e todas as ações ligeiras e sutis, que tenham por objetivo distrair a atenção do adversário. Também permite executar algumas paradas e os ataques ao ferro. c) Parte fraca (terço extremo e mais flexível da lâmina) — destinada à mobilidade e à realização dos toques. Fig.2-5 Durante todo o combate a curvatura da lâmina em repouso deve ser inferior a 1 cm e o árbitro é responsável por este controle. Fig. 2-6 O selo de qualidade FIE deve ser gravado no talão da lâmina-como garantia das especificações regulamentares do tipo de aço. Não inclui a flexibilidade regulamentar 2-3
  • 38. EB60-ME-25.401 Na extremidade das lâminas da “espada elétrica” é fixada a ponta de arresto, de onde partem dois fios pelo interior da canaleta da lâmina até o copo, o que permitirá a sinalização elétrica dos toques dados sobre o adversário. d) A espiga é a parte posterior da lâmina, em ferro doce, sobre a qual se fixa a armação. Na montagem da espada, a espiga é encurvada, a fim de criar dois ângulos abertos, para dentro e para baixo, a fim de facilitar a montagem da espada, dando-lhe equilíbrio quando empunhada e mantendo a ponta direcionada para o adversário, evitando uma torsão exagerada do pulso na posição de guarda clássica. 2.2.2 A ARMAÇÃO A armação compreende três partes: o pomo, o punho (ortopédico ou reto) e o copo, com a tomada e a almofada protetora. 2.2.2.1 O copo Copo — O copo da espada tem forma de calota esférica, com diâmetro inferior a 135 mm e profundidade máxima de 55 mm, devendo ser liso, sem fendas, asperezas ou saliências suscetíveis de reter a ponta adversa. Sua descentraçâo não deve ultrapassar de 35 mm. No seu interior há uma tomada, que recebe os fios vindos da ponta de arresto e uma almofada protetora dos fios. Na tomada é conectado o fio de corpo do atirador. Fig 2-8 A armação da espada com os punhos ortopédico e reto (francês) Fig. 2-7 A inclinação da espiga permita a montagem do punho e dá equilíbrio à espada 2-4
  • 39. EB60-ME-25.401 2.2.2.2 O punho Há inúmeros modelos e tamanhos de punhos, fabricados com materiais diversos. Podem ser retos, ligeiramente encurvados, ou sinuosos no formato da palma da mão quando fechada. Feitos de madeira, alumínio ou plástico. Recobertos com fio encerado, couro, borracha ou plástico, a fim de ter rugosidade e boa aderência à mão que o empunha. Têm um orifício de ponta a ponta para introduzir a espiga da lâmina. A fim de proporcionar maior firmeza e força aplicadas à espada empunhada, foram criados vários tipos de punhos anatômicos (ortopédicos), metálicos ou de plástico, que se adaptam aos gostos e tamanhos de mãos. Abaixo, alguns modelos de punho que se adaptam aos estilos e técnicas de esgrimir. Fig 2-9 O punho reto - conhecido como punho francês – tem variações de espessura e ligeiras curvaturas ao longo de sua extensão para facilitar a melhor empunhadura, com diferentes pomos para equilibrar a espada de acordo com as preferências pessoais. Italiano Alemão Belga Espanhol Húngaro Russo Scherma sport Scherma sport Fig 2-10 Há vários modelos de punhos ortopédicos adequados às ações preferidas e às características das ações prefeferidas do modo de esgrimir. 2-5
  • 40. EB60-ME-25.401 Ainda há os punhos que mesclam o modelo reto com o ortopédico. Se o punho (ou luva) inclui um dispositivo ou um prendedor, ou formato especial (ortopédico) que fixa a mão sobre o punho, este deve satisfazer às duas condições regulamentares seguintes: 1ª) determinar e fixar uma só posição da mão sobre o punho; 2ª) quando a mão ocupa esta única posição sobre o punho, a extremidade do polegar, completamente alongado, não pode estar à distância maior que 2 cm da face interior do copo. A maioria dos punhos recebe o nome de seus inventores: punho «crosse», punho com barrete, punho «Souzy», punho «Doyen», punho «d'Alincourt», análogos ao do florete. 2.2.2.3 O pomo O pomo serve para reunir as diferentes partes da arma e dar equilíbrio às espadas com punho reto. Funciona com contrapeso e pode ter várias formas. Seu peso e formato variam com o peso e o comprimento da lâmina e do punho. Para verificar se uma espada está equilibrada, para ser empunhada na parte central do punho reto, deve-se colocá-la horizontalmente sobre um dedo, aproximadamente a três centímetros do copo. Isto feito, ela não deverá pender para qualquer dos lados. Quando o peso da arma pende para a ponta torna-se difícil movê-la, em consequência, provoca fadiga à mão. Quando pende para o pomo, faz com que a ponta fique levantada durante as ações. Em ambos os casos prejudica a precisão dos golpes. As mesmas considerações quanto ao equilíbrio são válidas para as espadas montadas com punho ortopédico. 2.2.2.4 A máscara A máscara deve estar conforme as normas de segurança da tela (2,1mm) – quanto ao diâmetro dos fios metálicos (1mm), para não serem perfuradas e não sofrer deformações sob pressão forte. O tecido da barbela deve ter resistência a 1600 newton. As máscaras têm valores menores, quanto às normas de segurança da resistência da tela e da barbela para as categorias etárias menores e, em consequência são mais leves. Obrigatoriamente, todas as máscaras devem possuir um dispositivo para impedir que saiam acidentalmente da cabeça, durante os combates, tal como uma fita uma faixa de tecido ou elástico na parte posterior. 2.2.2.5 A ponta de arresto A espada, usada na lição ou no combate, deve estar munida de uma ponta de arresto. Outrora, a extremidade da ponta da lâmina era pontiaguda. Atualmente, a fim de evitar acidentes, na extremidade da lâmina é fixada uma ponta de arresto cuja cabeça, que toca o adversário, tem um diâmetro de 8mm. 2-6
  • 41. EB60-ME-25.401 Os toques são válidos sobre toda a superfície do corpo, logo, quase sempre sobre as partes mais próximas do adversário, chamadas de avançadas, ou seja: a mão, o antebraço, o braço, o joelho e o pé anterior. A cabeça da ponta de arresto tem as bordas chanfradas em 45º, o que torna necessário um certo ângulo entre a lâmina e o alvo para que um toque seja assinalado. Isto evita que o aparelho assinale um toque quando a ponta que desliza sobre o corpo. Por esta razão, é difícil atingir com precisão a mão ou antebraço, com uma pressão maior que 750 gramas, a fim de que o aparelho elétrico assinale um toque. 2.3 CONSIDERAÇÕES QUANTO À SEGURANÇA E AO EQUIPAMENTO 2.3.1 A esgrima registra um dos menores índices de acidentes, em treinamentos e competições, dentre todos os desportos. Para tanto, é indispensável respeitar certas normas quanto às características e ao uso de uniformes, equipamentos e armamentos. 2.3.2 Na espada os golpes são válidos sobre toda a superfície do corpo. Tal particularidade exclusiva, independente de certas características da própria arma, obriga o espadista a aplicar sempre as normas de segurança nas lições e nos combates, em assaltos e matches. 2.3.3 As observações precedentes mostram a necessidade de se adotar na esgrima de espada um uniforme resistente. A manga do braço armado deve ser dupla e convenientemente reforçada nas axilas. Sob a jaqueta o uso de um subplastron protetor é sempre obrigatório e indispensável. 2.3.4 O calçado varia com a natureza da pista da competição. Possuem sola antiderrapante. Normalmente são do tipo “tênis” usados em outros esportes ou são calçados especiais para a esgrima. 2.4. LEIS DA MECÂNICA APLICADAS À ESPADA O manejo da espada está classificado entre as alavancas do terceiro gênero (interpotente), nas quais a potência está situada entre o ponto de apoio e a resistência. A potência é constituída pelos dois primeiros dedos da mão – polegar e indicador - e o ponto de apoio pelos três últimos. A resistência é representada pelo próprio peso da lâmina; aumentado pelas ações exercidas ou recebidas frente ao ferro adversário. O esforço a suportar será tanto maior quanto mais longa for a alavanca da resistência. Em consequência, o esgrimista deve manter a mão inteiramente no fundo do copo em todas Fig 2-11 A ponta de arresto da espada e suas partes: fio da lâmina, cabeça com mola de contato, mola de pressão, parafusos e base do arresto. 2-7
  • 42. EB60-ME-25.401 as fases do combate, que exigem ações autoritárias do ferro, o que o coloca nas melhores condições mecânicas para agir sobre a lâmina do adversário. Como conselhos de grande valor utilitário, as seguintes normas devem estar sempre presentes na mente do esgrimista inteligente e completo: 1º) Aplicar as leis da mecânica – princípio das alavancas - e adaptá-las às ideias táticas do jogo da esgrima. 2º) Montar a espada inclinando a espiga, escolhendo o punho e o pomo adequados ao modo de esgrimir desejado. 3º Se usando o punho reto variar a posição da mão sobre o punho de acordo com a ação a ser executada. 4º) Agir de forma conveniente com as diferentes partes da lâmina de acordo com a ação. 2-8
  • 43. EB60-ME-25.401 CAPÍTULO III A EMPUNHADURA DA ESPADA, O DOIGTÉ E O SENTIMENTO DE FERRO 3.1. A EMPUNHADURA DA ESPADA Empunhadura (tenue de l’arme) é o modo de segurar o punho (poignée) da espada. A boa realização de todas as ações de esgrima, que um espadista pode executar, principalmente, depende do modo de empunhar a arma. O modo de empunhar uma espada varia segundo seu peso, a consistência da lâmina (peso e flexibilidade), seu equilíbrio, suas características de montagem e, sobre tudo. de seu tipo de punho. É fácil entender que não se pode empunhar do mesmo modo uma espada, um florete ou um sabre de cavalaria. Quanto mais leve for a arma, mais fácil é segurá-la com a ponta dos dedos. Se ela for pesada devemos segurá-la com a mão toda. Quando empunhamos uma espada, é conveniente segurá-la de modo que ela não caia da mão e, também, poder manejá-la para executar os movimentos com sua ponta ou arestas, para atacar ou defender, respectivamente. O modo pelo qual a mão e os dedos estão dispostos e pressionam sobre o punho permite obter este duplo efeito. É necessário lembrar, sempre, que os bons resultados das ações de esgrima dependem do modo de empunhar a espada. O polegar e o indicador são os dedos que dirigem a ponta da espada, enquanto os outros dedos da mão armada têm apenas um papel relativo, quase de "acompanhamento". O manejo da espada é classificado como uma alavanca interpotente, na qual a resistência é o peso da própria lâmina, as vezes aumentada pelas ações do ferro. A potência é aplicada pelos dedos polegar e indicador. Os outros três dedos constituem o ponto de apoio. Em consequência, é uma vantagem mecânica empunhar mais próximo ao copo, em todas as fases do combate, quando ocorrem fortes ações ao ferro. 3.2 O PUNHO RETO (FRANCÊS) O punho reto (francês) é o único tipo que permite uma melhor variedade de efeitos através de diversos modos de empunhar a espada, segundo as necessidades e intenções táticas do combate. 3.2.1 COMO EMPUNHAR O PUNHO RETO 3.2.1.1 Usando um punho reto (chamado de punho francês) ele deve repousar naturalmente na palma da mão, com o polegar ligeiramente flexionado (ou não segundo 3.1 A EMPUNHADURA DA ESPADA 3.2 O PUNHO RETO (FRANCÊS) 3.3 O PUNHO ORTOPÉDICO (ANATÔMICO) 3.4 O DOIGTÉ 3.5 O SENTIMENTO DE FERRO 3-1
  • 44. EB60-ME-25.401 alguns mestres d’armas), por cima, distante 2 cm do copo. A parte inferior do punho repousa sobre a segunda falange do dedo indicador, que envolve o punho sobre três de suas faces, Juntos conduzem a ponta e aplicam a potência necessária ao manejo da espada. Os outros dedos juntos, descontraído e dobrados repousam a primeira falange sobre o punho. São o ponto de apoio para a empunhadura e Interveem no instante das paradas e outras ações ao ferro. Isto permite: - segurar a espada com exatidão, sem receio de ser desarmado e sem fadiga, e evitar a contração dos músculos da mão e do antebraço, o que causaria cansaço, perda de precisão e até dores ou câimbras. - resistir, se necessário, as ações mais violentas ao ferro pelo fato que o punho está seguro por todos os dedos. - dirigir a ponta com facilidade e precisão, por um movimento de báscula do polegar e do indicador, combinado com a pressão dos outros dedos. Concluindo: empunhar a espada como se segurasse um passarinho, não tão forte para sufocá-lo, mas bastante forte para não deixá-lo escapar”, segundo L. J. Lafaugère. 3.2.1.2 A maneira de empunhar a espada é absolutamente primordial, porque condiciona a desenvoltura (agilidade) dos movimentos do braço armado. Se os dedos ficarem crispados sobre o punho, os músculos do braço ficarão contraídos e a espádua também. Ao contrário, quando os dedos estão descontraídos, os músculos e as articulações do braço jogam relaxados (sem contração permanente dos músculos), o alongamento do braço se efetua com “souplesse” (flexibilidade, elasticidade, maleabilidade), harmonia e velocidade. Fig 3-1 A empunhadura correta do punho reto é fundamental para o desenvolvimento do senso do tato – o sentimento de ferro – e o sucesso na execução de quaisquer ações Fig 3-2 Como empunhar o punho reto – florete espada -: a empunhadura começa pela colocação da 2ª falange do indicador por baixo do punho e o polegar por cima. A seguir, os outros três dedos são colocados sobre o punho. 3-2
  • 45. EB60-ME-25.401 3.2.2 O PUNHO RETO, O DOIGTÉ E O SENTIMENTO DE FERRO O punho reto (francês) se caracteriza pela maior possibilidade de ação dos dedos, apanágio da Escola Francesa. Sobre uma arma equilibrada é o tipo de punho que melhor permite adquirir e desenvolver o doigté e o sentimento de ferro. A ação dos dedos dá mobilidade aos movimentos da ponta, sutileza, sagacidade, leveza, precisão e velocidade. Sem excluir a potência, quando necessário, para agir contra a arma do adversário. 3.2.3 O PUNHO RETO E A INTENÇÃO TÁTICA Outra vantagem do punho reto é ser o único tipo que permite colocar a mão em várias posições ao longo do punho, tornar a espada mais “curta ou longa” durante o combate. Variar de acordo com a intenção tática do espadista. Por um simples deslizamento dos dedos, para trás ou para frente, é possível passar de uma colocação mais atrás - para leves ações ao ferro ou ter maior alcance para ações às avançadas -, ou à frente junto ao copo, a fim de executar mais fortes as ações ao ferro. 3.2.3.1 A empunhadura na parte central do punho serve para quase todas as ações durante o combate. 3.2.3.2 A empunhadura curta, mais junto ao copo, serve para as ações que necessitam de maior potência, para agir mais forte sobre o ferro adversário (nas paradas, ataques ao ferro e tomadas de ferro), ou para proporcionar maior proteção à mão armada. 3.2.3.3 A empunhadura longa, na parte posterior do punho serve às ações ofensivas e contra-ataques com maior alcance. O alcance maior será adquirido pelo deslocamento para trás, da mão sobre o punho, de 5 a 6 cm, ou até mais, usual na esgrima de espada com o punho reto. Na ausência de um dispositivo especial, o punho com forma especial (ortopédica), o espadista tem liberdade para empunhar a arma como quiser e pode modificar a posição de sua mão sobre o punho reto, no decorrer do match. Fig 3-3 O punho reto possibilita variar a posição da empunhadura. Mais à frente para as ações mais fortes contra os ferros do adversário, mais para trás para ganhar em alcance e na posição intermediária para a maioria das outras ações. Isto é, a posição da mão sobre o punho depende da 3-3
  • 46. EB60-ME-25.401 Entretanto, a espada não pode – de modo permanente ou temporário, aparente ou disfarçado, ser transformada em arma de arremesso. Ela deve ser manejada sem que a mão abandone o punho e, no decorrer de uma ação, sem deslizá-la sobre o punho da frente para trás. 3.2.3.4 No combate, através dos sentidos do tato, da visão, da percepção e inteligência, o aluno espadista desenvolve, por si mesmo, a habilidade de variar a posição de sua mão sobre o punho. Aconselhamos fortemente aos mestres d’armas para colocarem no conteúdo de suas lições, em todas as ações executadas, progressivamente, o treinamento com a variação da posição da mão sobre o punho e modos diversos de empunhar, a fim de que a adaptação do aluno não seja retardada. 3.2.4 A IMPORTÂNCIA DO POMO COM O PUNHO RETO 3.2.4.1.O punho reto apresenta múltiplas vantagens, porém não nos enganemos, ele só é verdadeiramente válido se a arma for bem equilibrada, de tal maneira que os dedos não tenham que fazer qualquer esforço para manter a arma na mão, com a lâmina na horizontal e a ponta na direção do alvo; especialmente, considerando o modo preferido de empunhar a espada. 3.2.4.2 Para tanto, é indispensável que o peso do pomo seja proporcional aquele da lâmina, para determinar o centro de gravidade da espada, uma das funções do pomo. A espada bem equilibrada parece ser mais leve do que outra, mal equilibrada, exatamente com o mesmo peso. O peso máximo da espada é de 750 gramas. 3.2.4.3 As lâminas têm peso, flexibilidade e equilíbrio (distribuição da massa ao longo do comprimento) muito variáveis. Em consequência, para escolher o pomo adequado é preciso dispor de modelos com tamanhos e pesos variados, ou acrescentar pequenas arruelas entre o punho e o pomo quando montamos a espada. 3.2.4.4 A fim de obter bom equilíbrio da espada e melhor proteção para a mão armada e antebraço é conveniente inclinar a espiga da lâmina, para dentro e para baixo, antes da montagem do copo e punho, qualquer que seja o tipo de punho, reto ou ortopédico. Todos os punhos têm um orifício de ponta a ponta, por onde entra a espiga da lâmina. A maioria dos punhos retos (franceses) têm uma pequena curvatura, que segue Fig 3-4 Os pomos para os punhos retos, têm formatos e pesos diferentes e escolhidos em função do equilíbrio que se deseja dar à espada que corresponderá à tática do espadista. 3-4