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18º CONEX - Encontro Conversando sobre Extensão na UEPG
3º EAEX - Encontro Anual de Extensão Universitária
Resumo Expandido Modalidade A: “Apresentação de programas, projetos, ações, atividades e pesquisas
advindas da extensão universitária”
ÁREA TEMÁTICA:
( ) COMUNICAÇÃO
( X ) CULTURA
( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA
( ) EDUCAÇÃO
( ) MEIO AMBIENTE
( ) SAÚDE
( ) TECNOLOGIA E PRODUÇÃO
( ) TRABALHO
O INÍCIO DE UM CORO JUVENIL EM TEMPOS DE PANDEMIA
Nathaly Migdiã da Silva (nana2501nms@gmail.com)1
Suelen Galdino (suelengaldino@outloook.com)2
Ronaldo da Silva (ronalldu@gmail.com)3
Resumo: O trabalho tem como objetivo, relatar o processo de iniciação de uma das frentes de atuação do projeto
Educanto, o Coro Juvenil da UEPG. O coro teve início em 2020, e a princípio, o propósito era que funcionasse
presencialmente, porém, com a paralisação das atividades devido a chegada da pandemia, foi necessária uma
adaptação para que o coro iniciasse de forma remota. Neste trabalho, apresentaremos o relato de experiência sobre
alguns aspectos do funcionamento do coro durante os ensaios remotos.
Palavras-chave: Canto coral. Coro Juvenil. Educação musical. Pandemia COVID-19.
NOME DO PROGRAMA OU PROJETO
1
Acadêmica do terceiro ano do curso de Licenciatura em Música da Universidade Estadual de Ponta Grossa e
regente bolsista do projeto “Educanto: educação musical por meio do canto coral infantojuvenil”
nana2501nms@gmail.com.
2
Professora externa convidada do projeto “Educanto: educação musical por meio do canto coral infantojuvenil”,
professor do curso de Licenciatura em Música da UEPG, suelengaldino@outlook.com.
3
Coordenador do projeto “Educanto: educação musical por meio do canto coral infantojuvenil”, professor do
curso de Licenciatura em Música da UEPG, ronalldu@gmail.com.
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Educanto: educação musical por meio do canto coral infantojuvenil.
PÚBLICO-ALVO
O projeto “Educanto: educação musical por meio do canto coral infantojuvenil”, atende
cerca de 200 crianças do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (CAIC-UEPG),
desenvolvendo a prática de musicalização por meio do canto coral. Outra frente de atuação diz
respeito ao Coro Infantojuvenil Tons e Cores, tendo como público-alvo, crianças e juvenis de
7 a 13 anos que fazem parte da comunidade ponta-grossense. Em 2020 foi dado início ao Coro
Juvenil da UEPG, que possui como público-alvo, juvenis de 14 a 19 anos. Tem como regente a
profa. M.a. XXXXX XXXXX, docente a rede pública de ensino e voluntário no projeto
Educanto. Atua como regente assistente, a acadêmica YYYYYY YYYYY, bolsista do projeto.
MUNICÍPIOS ATINGIDOS
Ponta Grossa- Paraná
LOCAL DE EXECUÇÃO
Resultante da parceria estabelecida, os ensaios do Coro Juvenil da UEPG seriam no
Conservatório Maestro Paulino, porém com a paralisação das atividades devido à pandemia, os
ensaios tiveram início remotamente, pela plataforma virtual Google Meet.
JUSTIFICATIVA
Em 2020 foi criado o Coro Juvenil da UEPG, tendo como público-alvo, juvenis
pertencentes à comunidade de Ponta Grossa. É importante ressaltar que, “o canto coral se
constitui em uma relevante manifestação educacional musical e em uma significativa
ferramenta de integração social” (AMATO, 2007, p. 77). Assim, este trabalho justifica-se por
apresentar o relato de experiência realizado sob o olhar de uma acadêmica, que descreve o
processo dos ensaios do coro que precisaram ser adaptados e realizados remotamente, devido a
suspensão das atividades presenciais em virtude das medidas preventivas da pandemia atual
(COVID-19).
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OBJETIVOS
Este estudo tem como objetivo geral descrever algumas das etapas de ensaio remoto
e apresentar três atividades realizadas durante a adaptação do coro utilizando as ferramentas
virtuais.
METODOLOGIA
Este trabalho possui cunho descritivo a partir de uma abordagem qualitativa. Acerca
da pesquisa qualitativa, Neves (1996, p. 1), afirma:
[...] a pesquisa qualitativa costuma ser direcionada, ao longo de seu desenvolvimento;
além disso, não busca enumerar ou medir eventos, e geralmente, não emprega
instrumental estatístico para análise de dados; seu foco de interesse é amplo e parte de
uma perspectiva diferenciada da adotada pelos métodos quantitativos.
No primeiro encontro virtual em que tivemos a presença de duas alunas e do pai de
uma das alunas, a professora fez algumas perguntas para conhecer melhor o gosto musical das
meninas. Uma delas disse que gostava de samba, e a outra comentou gostar do musical Noviça
Rebelde. A seleção do repertório do coro juvenil pode ser um desafio para o regente, tendo em
vista as diversas “exigências” que essa faixa etária demanda, a começar pelo gosto de cada um.
Em se tratando de coro juvenil, existe uma delimitação natural da seleção de repertório
por conta da especificidade do trabalho com a faixa etária, quer por aspectos
absolutamente técnicos, quer por questões mais abrangentes, tais como a possibilidade
de expressão do grupo, a função de veículo de socialização e reconhecimento do
jovem [...] (COSTA, 2009, p. 69)
Além disso, é preciso também, atentar ao processo de muda vocal como Paziani (2015,
p. 101) aborda:
O período da adolescência é acompanhado por uma série de transformações. Corpo e
mente sofrem várias alterações hormonais, psicológicas, físicas e sociais. A voz, com
toda a sua característica de personificação e significância, também sofre com as
mudanças, e muitas vezes os jovens passam por situações incômodas, por não terem
controle de seu aparelho fonador. É a muda vocal.
A professora explicou como seriam os encontros virtuais e também disse que estaríamos
entrando em contato com os outros inscritos para saber se havia interesse em participar do
projeto ainda que remotamente. No segundo encontro, tivemos conosco, quatro alunos e a
professora realizou alongamento com todos sentados frente às câmeras, e um vocalize com
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vogais. Atendendo ao pedido de uma das alunas, a professora ensinou as primeiras frases da
música “Samba da minha terra” e no final, todos cantaram ao mesmo tempo, porém ouvido com
defasagem de áudio. Apesar do constrangimento diante das câmeras, a professora buscou criar
um clima de tranquilidade e conforto para todos, e propôs que ao final de cada ensaio se realize
uma conversa sobre as facilidades e dificuldades, onde todos pudessem expor sua opinião de
forma sincera.
No terceiro encontro, contamos com cinco alunos e no primeiro momento, tivemos um
espaço para contar como foi a semana e como estávamos. Depois foi realizada uma atividade
de expressão corporal em que a professora tocava uma música no teclado e os alunos
acompanhavam com movimentos do corpo, utilizando também expressões faciais. O objetivo
era propiciar que os alunos se sentissem mais à vontade perante a câmera e os colegas, além de
exercitar a dicção. Logo após, fizemos exercícios de respiração e alongamento, e então a
professora pediu para que a aluna que sugeriu inserir algo no repertório sobre o musical “Noviça
Rebelde”, contasse a história do filme para os demais. Vale ressaltar que essa aluna demonstrou
timidez desde o primeiro encontro e esse foi um dos meios para aproximá-la do
grupo. Considerando a influência da prática coral na vida do adolescente, Costa evidencia
(2009, p. 3):
Uma vez inserido e aceito, a atividade coral pode estimular a percepção do outro
dentro do grupo, desenvolvendo no adolescente o senso de coletividade e da
preocupação com o todo. A necessidade de inter-relações e a consciência do
crescimento pessoal através da relação com o outro faz da atividade coral um meio
estratégico de grande alcance, mesmo para os jovens mais tímidos.
Enquanto a professora cantava e ensinava a música, os alunos permaneceram com os
microfones desligados. A letra estava sendo apresentada por PowerPoint, e as partituras haviam
sido enviadas via WhatsApp. Após esse processo de aprendizado, os alunos ligaram os
microfones, e cada um cantou sozinho enquanto a professora auxiliava. Uma das alunas estava
receosa, mas a professora tranquilizou-a explicando que ali todos estavam aprendendo juntos,
e não teria problema algum errar. Depois que todos cantaram, a professora solicitou que cada
um citasse algo que amasse, ou que lhe tranquilizasse neste período de isolamento e de forma
unânime, todos citaram a importância da música nesse processo.
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Por fim, como o combinado, todos opinaram sobre as facilidades e dificuldades do
ensaio. Nessa conversa, uma aluna que estava tendo sua primeira experiência em um coral
relatou que no começo estava tensa com a proposta e no decorrer das atividades foi se sentindo
mais segurança para participar.
Além dos ensaios, foi proporcionado aos cantores três encontros virtuais com
convidados palestrantes. No dia 28 de julho, o maestro Luiz de Godoy, regente do Coro Infantil
Estatal de Hamburgo na Alemanha, compartilhou sua experiência, e relatou um pouco de sua
jornada, incentivando os coralistas, respondendo e dúvidas. No dia 5 de agosto, a cantora e
psicóloga Val Andrade realizou sua palestra pautada em assuntos de ansiedade relacionada à
voz. No dia 17 de agosto, o psicólogo Mayron Piccolo, estudante e psicólogo em Harvard falou
sobre temáticas do setembro amarelo.
Ainda que esteja sendo uma fase difícil e repleta de adaptações, a cada ensaio os alunos
transparecem mais confiança com as câmeras, com os colegas e professoras. Até que este
momento passe, e retorne a possibilidade de ensaios presenciais, o coro continuará realizando
as atividades de forma virtual.
RESULTADOS
Ante a reflexão realizada, foi possível identificar a importância do canto coral neste
período, principalmente para o benefício dos coralistas perante o momento de isolamento social
pelo qual todos passam, pois eles relatam se sentirem ansiosos. Além de outras possibilidades,
a música possui papel terapêutico, atuando na diminuição dos níveis de ansiedade, além de
auxiliar no relaxamento (ZANETTINI, 2015, p. 1061). Embora não seja o objetivo do projeto
Educanto a abordagem desse aspecto, não podemos ignorá-lo, especialmente nesse momento.
FOTO(S)
Foto 1- Ensaio
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Legenda: Um dos primeiros ensaios realizados em formato virtual com o coro.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da pesquisa qualitativa realizada, consideramos que mesmo com os
contratempos e dificuldades, o coro em formato virtual tem trazido resultados satisfatórios e
benéficos a todos. Conseguinte, visamos a continuidade do projeto nesse modelo até que os
encontros presenciais possam ocorrer de forma segura e regular.
APOIO
A autora deste trabalho foi bolsista da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais.
REFERÊNCIAS
FUCCI AMATO, R. O canto coral como prática sócio-cultural e educativo-musical. Opus,
Goiânia, v. 13, n. 1, p. 75-96, jun. 2007.
COSTA, P. A expressão cênica como elemento facilitador da performance no coro juvenil. Per
Musi, Belo Horizonte, n. 19, 2009, p. 63-71.
PAZIANI, J. Coro infanto-juvenil nos grupos corais do projeto guri regional ribeirão
preto: repertório e formação do regente (educador musical). 2015, 231f. Dissertação
(Mestrado em Música) - Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista, São Paulo, 2015.
COSTA, P. S.S. Coro juvenil – por uma abordagem diferenciada. 2009, 129f. Dissertação
(Mestrado em Música) - Programa de Pós-Graduação em Música, Centro de Letras e Artes,
Universidade do Rio de Janeiro.
NEVES, J. L. Pesquisa qualitativa- características, usos e possibilidades. Caderno de
Pesquisas em Administração, São Paulo, v.1, n.3, 1996.
ZANETTINI, A. Quem canta seus males espanta: um relato de experiência sobre o uso da
música como ferramenta de atuação na promoção da saúde da criança. REME- Rev Min
Enferm., p. 1060-1064, out/dez. 2015.