3. um mundo onde
cabem muitos
mundos
“
“
O design é um convite aberto a todos nós para nos
tornarmos tecelões conscientes e eficazes do tecido
da vida (comunalitariamente, coletivamente). Ou
seja, todas e todos estamos participando em fazer
ou desfazer ou destruir a vida, então façamos isso
conscientemente, sejamos tecelãs, sanadoras e
cuidadoras conscientes desse tecido complexo que
é a vida.
4. Autor
Arturo Escobar
Antropólogo colombiano-american
Professor emérito de antropologia da Universidade da
Carolina do Nort
Seus interesses de pesquisa acadêmica incluem:
Ecologia polític
Antropologia do desenvolviment
Movimentos sociai
Movimentos antiglobalizaçã
Ontologia polític
Teoria pós-desenvolvimento
6. Overview
Estamos diante de uma crise multidimensional ou, em outras palavras, a
. Como chegamos a tal situação e como poderíamos trilhar
outros caminhos, coloca no centro da discussão um estilo de criação de mundos, uma
prática de design em particular. Especificamente, Arturo Escobar nos diz que “o design é
ontológico porque cada objeto, ferramenta, serviço ou mesmo narrativa em que está
envolvido cria modos particulares de ser, saber e fazer”. Seu livro (Autonomía y diseño) é
atravessado por uma constatação,
, e uma preocupação fundamental: "o design pode ser reapropriado criativamente
por comunidades subalternas para apoiar suas lutas, fortalecer sua autonomia e realizar
seus projetos de vida para filosofias de bem viver que, enfim, estão em profunda
harmonia com a Terra?”.
crise de todo
um modelo civilizacional
a responsabilidade do design na fabricação dessas
crises
7. Produção de representações ontológicas sobre o real.
Quase tudo pode ser encarado como diseño, sejam
instituições, relações interpessoais, a forma de ver o
mundo, etc.
Diseño (design)
01
Conceitos-Chave
Autonomía y diseño
02 Dimensão político-ontológica
Encarar um enfoque político-ontológico do design
implica considerar considerar as influências e relações
globais no contexto de determinada comunidade.
Significa reconhecer que o design não é neutro.
8. Caráter nocivo do design
01
Redefinição do caminho do design
02
Conceito do termo Design (diseño) no
contexto do livro
03
Reflexões do Design no mundo atual
04
Design e cultura
05
Introdução
Autonomía y diseño
9. ‘design de
eliminação’
“
“
Projeto de eliminação destinado a acabar com o design
vernacular e as práticas endógenas, ou seja, aquelas que
partem das características e recursos locais.
o progresso econômico rápido é impossível sem ajustes
dolorosos. As filosofias ancestrais tem que se desfazer; os
laços de casta, credo e raça devem quebrar-se; e se verão
frustradas as expectativas de uma vida confortável de um
grande número de pessoas que não conseguem
acompanhar o ritmo do progresso. São pouquíssimas as
comunidades que estão dispostas a pagar o preço do
progresso econômico (Organização das Nações Unidas).
Tony Fry
10. Noção do subdesenvolvimento
01
Design de eliminação
02
Novo sonho de design
03
Ascensão do pluriverso
04
Autonomía y diseño
Do
desenvolvimento
ao pluriverso
11. Problemas do mundo globalizado
01
Consideração Iván Illich
02
Claudia von Werlhof
03
Concepção ontológica das culturas
do patriarcado e matriarcado
04
Autonomía y diseño
O que está em
jogo?
13. Autonomia y diseño
DICIONÁRIO
Palavras-
chave
Um mundo onde cabem muitos mundos. Onde
se constroem formas relacionais e cooperativas
de vida com os humanos e natureza; onde o
design amplia a gama de possíveis maneiras de
ser através dos nossos corpos, espaços e
materialidades; onde se criam alternativas
culturais que nutrem e respeitam a vida na Terra.
Projeto de eliminação destinado a acabar com o design
vernacular e as práticas endógenas, ou seja, aquelas que
partem das características e recursos locais.
Propõe a implantação de contratos sociais que
garantam a cada indivíduo o maior e mais livre
acesso aos instrumentos da comunidade, com a
condição do não-infrigimento da liberdade do
outro.
01
Pluriverso
02
Design de eliminaçãoFry (2011)
04
Comportamentos enraizados nas práticas
modernistas e condições sistêmicas de
insustentabilidade que eliminam múltiplos futuros
possíveis.
Desfuturização
03
Convivialidade
Prática de fragmentação e destruição seguida da
produção. Envolve a maioria dos aspectos da vida, e no faz
reféns - como indivíduos - de um tipo de auto-realização,
sempre nos refazendo através da produção e da chamada
superação pessoal. Acontece um empobrecimento de
espiritualidade e distanciamento da vida.
Alquimia patriarcal von Werlhof 05
Fry (2010)
16. Overview
Palestra principal da Participatory Design Conference 2020 - Manizales
(Colômbia).
Estrutura geral
Começa olhando um pouco para o papel do design e o lugar do design na
modernidade
Trás a visão geral muito breve do que são os conceitos de
interdependência e comunalidade e as implicações que isso tem para
repensar a participação
Abarca epistemologias da participação, aquelas epistemologias 'outras'.
17. De ir além das formas domesticadas e superficiais de
participação, precisamos de uma epistemologia outra
que vão além da visão entre sujeito e objeto
Participações Outras
01
Surgimos de uma complexa rede de relações entre o
humano e o mais-que-humano, não apenas tudo está
relacionado a tudo, mas tudo depende de que todo o
resto exista.
Relacionalidade
02
Crescente na América Latina, comunalidade como uma
nova visão de ver a vida em termos das relações que a
sustentam.
Comunalidade
03
18. Designs que
não são
“
“
Podemos ter uma cultura e uma prática de design
que não seja mais antropocêntrica, mas que abrace
a ideia de interdependência radical e, ao mesmo
tempo, tenha uma vontade pragmática de operar na
realidade do mundo contemporâneo?
designs que não são, estão abaixo, ao lado, para além
da herança europeia e que são chamados de outra
forma". Em outras palavras, o que existe além do
design. que tem implicações para o design, mas que
não podemos chamar de design ou que
nunca chamamos de design.
19. Emerge para entender a realidade, no
sentido de que não apenas tudo está
relacionado a tudo, mas tudo depende de
que todo o resto exista. Para que algo
exista, todo o resto deve existir.
Contra o terricídio
Interdependência
Radical
20. Qualidade do que é comunal.
Ou seja, o sentipensar de se pertencer a
um grupo de indivíduos que vive num
mesmo local e se organiza coletivamente.
Dimensão que toda comunidade que
habita um território sabe que é vital para
sua existência: sua conexão indissociável
com a terra e com todos os seres vivos.
Contra o terricídio
Comunalidade
+ territorialidade
21. Contra o terricídio
Tecido-Mundo
O território é outra forma de nomear a
comunalidade.
Ele surge como um espaço, um tecido-mundo
de resistência e reexistência e, portanto, falamos
do fato de que nas lutas contra o extrativismo, a
luta pela defesa das florestas, das sementes,
águas, das montanhas, há toda uma reativação
política dessas cosmovisões e desses mundos
relacionais.
Na América Latina, este conceito, também é
muito válido como linguagem para sentipensar
as lutas contra o modelo global de expropriação.
(território)
22. Contra o terricídio
Participações
‘Outras’
Trata-se de ir além das formas domesticadas e
superficiais de participação, nos lemas do
desenvolvimento do design. Ou seja, se queremos uma
participação 'outra', precisamos de uma 'epistemologia
outra' ou outras epistemologias, que vão além da visão
entre sujeito e objeto, entre o indivíduo que investiga e a
comunidade que tem saberes e experiências, mas não
investiga.
23. Contra o terricídio
Design
participativo
relacional (DPR)
Uma forma de reconstruir e fazer mundos
diferentes. O design que parte da vida
como pluriverso, ou seja, que participa do
fluxo da vida. É
́ optar pelo projeto histórico
de ser comunidade, é dotar de uma
retórica de valor às formas de felicidade
comunais que possam se opor à poderosa
retórica do projeto das coisas, ao projeto
de globalização.
24. Contra o terricídio
DICIONÁRIO
Palavras-
chave
Emerge para entender a realidade, no sentido de
que não apenas tudo está relacionado a tudo,
mas tudo depende de que todo o resto exista.
Para que algo exista, todo o resto deve existir.
Qualidade de pertencer a povos ou comunidades, que
articulam formas coletivas de existir baseadas na
ancestralidade e que vão de contra a ideologia do
mercado/individual.
Trata-se de ir além das formas domesticadas e superficiais
de participação, nos lemas do desenvolvimento do design.
Se queremos uma participação 'outra', precisamos de uma
'epistemologia outra' ou outras epistemologias, que vão
além da visão entre sujeito e objeto, entre o indivíduo que
investiga e a comunidade que tem saberes e experiências,
mas não investiga.
Uma forma de reconstruir e fazer mundos diferentes.
O design a partir/ com a vida como pluriverso, ou
seja, que participa do fluxo da vida, em um design
que seja 'um mundo onde cabem muitos mundos'.
Sinônimo de território. Local de conexão indissociável
com a terra e com todos os seres vivos. Espaço vital
para a existência comunal, de co-habitação de todos
os seres vivos.
01
Interedependência
02
Comunalidade
04
Participações outras
03
Tecido-mundo
05
Design Participativo
Relacional
27. “
“
finalmente, o design é uma práxis para a cura e o
cuidado do tecido da vida, de várias maneiras onde
estamos, de onde estejamos. Na verdade, essas novas
ideias, que estão surgindo, que reivindicam a
centralidade da vida para o design, reivindicam a
centralidade do comunal para o design, reivindicam a
centralidade e a interdependência para o design, estão
tentando realocar o design dentro deste novo
contexto de pensar dentro da Terra e, sem dúvida, sem
esquecer as múltiplas relações de poder que sempre
estão presentes, aquelas que acabam com a Terra em
particular, que devemos ter sempre em conta.