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COMISSÃO REGIONAL DE PASTORAL FAMILIAR
LESTE 1 – CNBB
EXPERIÊNCIAS DO SETOR PÓS-MATRIMONIAL,
APRESENTADAS EM CONGRESSOS REGIONAIS DA PASTORAL
FAMILIAR. LESTE 1 e 2 – CNBB.
ORG. ALOÍSIO e ILZA BOHRER.
1 - INTRODUÇÃO
“A força e o vigor da instituição matrimonial e familiar se
evidenciam igualmente: as profundas mudanças sociais
contemporâneas, não obstante as dificuldades a que dão origem,
manifestam muitas vezes, de várias maneiras, a verdadeira índole
dessa instituição” (Gaudium et Spes 47).
“A família recebeu diretamente de Deus a missão de ser
célula primeira e vital da sociedade” (Apostolican Actuositatem –
Apostolado Leigo 11,3).
“A família é a primeira escola das virtudes sociais
necessárias às demais sociedades... É aí que os filhos fazem a
primeira experiência de uma sã sociedade humana... É através dela
que os filhos vão sendo introduzidos gradativamente na sociedade
civil e na Igreja” (Gaudium et Spes3).
A Pastoral Familiar deve fazer com que a família seja
verdadeiramente uma “Igreja Doméstica”: comunidade de fé,
de oração, de amor, de ação evangelizadora, escola de catequese
etc.
2 – CAMPOS DE AÇÃO
O cuidado pastoral da família regularmente constituída
significa, em concreto, o empenho de todos os membros da
comunidade eclesial local em ajudar o casal a descobrir e a viver a
sua nova vocação e missão. Para que a família se transforme mais
numa verdadeira comunidade de amor, é necessário que todos os
membros sejam ajudados e preparados para as responsabilidades
próprias diante dos novos problemas que se apresentam para o
serviço recíproco e para a participação ativa na vida da família.
No seio da comunidade eclesial – grande família formada
pelas famílias cristãs – realizar-se-á um intercâmbio mútuo de
presença e ajuda entre todas as famílias, cada uma pondo ao serviço
2
das outras a própria experiência humana, como também os dons da
fé e da graça.
Animada de verdadeiro espírito apostólico, essa ajuda de
família a família constituirá um dos modos mais simples, mais
eficazes e ao alcance de todos para derramar capilarmente os valores
cristãos, que são o ponto de partida e de chegada do trabalho
pastoral.
Acompanhar os esposos, para ajudá-los a crescerem na fé e
aprofundar-se no mistério do matrimônio cristão. Assim, serão
ajudados a ser felizes, ensinando-lhes a cultivar o amor, a entrar em
diálogo, a trocar delicadezas e atenções, a centrar no lar todos os
interesses da vida. (Puebla 607).
A Igreja, iluminada pela fé, que lhe faz conhecer toda a
verdade sobre o precioso bem do matrimônio e da família e sobre os
seus significados mais profundos, sente mais uma vez a urgência de
anunciar o Evangelho, isto é, a “Boa Nova” a todos indistintamente,
em particular a todos aqueles que são chamados ao matrimônio, os
que se preparam e a todos os esposos e pais do mundo.
O setor Pós-matrimonial deverá desenvolver um trabalho
buscando o entrosamento com a equipe do batismo (pais e
padrinhos), grupos de terceira idade, grupos de crisma (pais de
crismandos) para melhor atender as necessidades de cada família.
Dentro deste setor, poderão ser desenvolvidos:
 Atendimento a grupos familiares (jovens recém-casados,
casados há mais tempo, grupos de reflexão etc);
 Atendimento aos pais que pedem o batismo e crisma dos
filhos;
 Atendimento a dias de retiro ou dia de retiro com casais;
 Atendimento aos viúvos(as), idosos(as) e isolados;
 Atendimento e assistência aos pais e padrinhos dos noivos.
Compete, ainda, aos cristãos anunciar com alegria e
convicção a “Boa Nova” acerca da família, que tem necessidade
absoluta de ouvir e de compreender sempre mais profundamente as
palavras autênticas que lhe revelem a sua identidade, os seus
recursos interiores, a importância da sua missão.
3
Na ação pastoral para com as famílias jovens, a Igreja deverá
prestar uma atenção específica (especial) para educá-las, a viver
responsavelmente o amor conjugal em relação, com as exigências de
comunhão e de serviço à vida, como também a conciliar a
intimidade da vida de casa com a obra comum e generosa de
edificar a Igreja e a sociedade humana.
A partir da decisão do casamento, um homem e uma mulher,
um jovem e uma jovem, passam a viver uma experiência
comunitária original. Todos sentimos que precisamos amar e
necessitamos receber amor. Tendo como ponto de partida o
encontro desse homem e dessa mulher, os jovens que se casam não
entram numa “camisa de força”, mas num espaço densamente
humano de mútuo dom.
Trata-se de uma comunidade baseada no amor e promotora
da vida. A vida deverá borbulhar no relacionamento dos esposos e
explodir na chegada dos filhos que serão iniciados na vida. Quando,
com a vinda dos filhos, o casal se torna em sentido pleno e
específico uma família, para que os acolham e os amem à luz do
dom recebido do Senhor da vida, assumindo com alegria a fadiga de
os servir no seu crescimento humano e cristão.
RECÉM-CASADOS
Os primeiros anos de casamento são os mais importantes,
são os decisivos na relação.
São nos primeiros anos de casamento que se deve exercer
um zelo pastoral especial. Primeiro porque as pessoas não estão bem
preparadas para assumir o matrimônio; segundo porque muitos
casam já com um filho que está chegando. Esses casados há pouco
tempo têm que vencer as dificuldades da adaptação. Depois tem a
questão do primeiro filho, a questão das decisões para o futuro.
O próprio amor é uma vocação para prescindir das coisas
que os esposos farão. É a vida dos dois esposos que é chamada a ser
o referencial para os homens conhecerem a Deus, e por Deus se
fazerem conhecer aos homens. A primeira missão do casal é se amar
(e amar-se é crescer juntos, saber dialogar, reconciliar-se, acolher-se
na diversidade).
4
Que os jovens cônjuges saibam acolher cordialmente e
inteligentemente valorizar a ajuda discreta, delicada e generosa de
outros casais que já há tempo fazem a mesma experiência do
matrimônio e da família. Desse modo, as famílias jovens não se
limitarão só a receber, mas por sua vez, assim ajudadas, tornar-se-ão
fonte de enriquecimento para outras famílias, há tempo constituídas,
com o seu testemunho de vida e o seu contributo de fato.
A Pastoral Familiar há de cuidar da formação dos futuros
esposos e do acompanhamento dos cônjuges, sobretudo nos
primeiros anos de sua vida matrimonial.
Sugestão de trabalho com recém-casados:
 Grupos de reflexão e ação
 Retiros e dia de estudos com temas familiares
Temas para reuniões de reflexão com os recém-casados
 Retrospectiva – Texto Bíblico: Lc. 14, 28-33
Levar os casais a se situarem diante do que se passou: o namoro, o
noivado, para começar o trabalho. Reunião descontraída, com
simplicidade e acolhida. Desenvolver o tema e trabalhar em grupo:
 Partilhar as experiências durante o tempo de namoro e do
noivado.
 Partilhar lembranças do dia do casamento. O que se
lembram da cerimônia do sacramento do matrimônio?
 Quais os motivos mais profundos que levaram vocês ao
casamento?
 O que se pode esperar de reuniões de um grupo de
pessoas casadas há pouco tempo?
 Ajustes – Texto Bíblico: 1 Cor. 13, 1-13
Adaptação de vida em comum, descobrimento de defeitos,
pequenas decepções, primeiros choques e primeiras crises.
Desenvolver o tema e partilhar em grupo:
 O que fazer para superar as dificuldades que aparecem na
vida a dois?
 Das falhas citadas, qual a mais difícil de ser combatida?
Por que?
 Você tem alguma experiência sobre o assunto que possa
ajudar o grupo? Conte-a.
 Você sabe perdoar?
5
 Sogros e Sogras – Texto Bíblico: Eclo. 3, 1-18; Rute 1,
15-18 - Dificuldades no relacionamento com pais e sogros,
interferência dos pais e sogros na vida do casal, convivência
harmoniosa das famílias do casal.
Desenvolver o tema e partilhar em grupo:
 O que vocês esperam de seus pais e sogros?
 Como deverá ser o relacionamento no caso de morarem
juntos?
 Conhecem avós que assumiram a educação dos netos,
bem como todas as decisões? O que vocês dizem a esse respeito?
 Hábitos religiosos – Texto Bíblico: Mt. 7, 24-27
Formação de hábitos religiosos que acompanharão a vida da
família: oração conjugal, dias de estudo da bíblia, retiro, missa
dominical, viver tempos litúrgicos, hábitos de serviços.
Desenvolver o tema e partilhar em grupo:
 O que vocês entendem por Igreja doméstica?
 O que seria efetivamente a oração conjugal?
 Como se festeja o Natal e a Páscoa em suas famílias de
origem? Que lembranças guardam das festas religiosas de sua
infância?
 Vocês já se sentem chamados a um trabalho concreto em
sua comunidade?
 Que lugar a missa ocupa na vida de vocês? Têm
dificuldades em participar dela?
Chegada do primeiro filho – Texto Bíblico: Lc. 2, 4-21
Fazer com que percebam a profundidade do compromisso
assumido no sacramento do matrimônio, no que se refere a aceitar
os filhos que Deus mandar. Necessidade de esperar o filho com
amor, ter firmeza para serem pais responsáveis, viver a gravidez a
dois.
Desenvolver o tema e partilhar em grupo:
 O grande objetivo do matrimônio é a felicidade do casal.
O que a chegada do primeiro filho significa neste objetivo?
 Citem quatro comportamentos fundamentais do pai em
relação à mãe durante o período da gravidez.
 O ambiente da família, a exemplo dos pais, educa mais
que as palavras; concordam?
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 Vocês já pensaram no compromisso que fizeram diante do
altar de receber os filhos que Deus lhes confiar, educando-os na lei
de Deus e da Igreja? Como?
Decisões e projeto de vida a dois – Texto Bíblico: Col. 3, 12-
17 – Matrimônio como construção permanente, ajuda mútua,
procura da felicidade um do outro, estar atento aos sinais que se
apresentam para quebrar a harmonia da vida familiar: desleixo com
a aparência, acomodações, exagerada atenção aos amigos, tomada
de decisões individuais, maneira de se gastar o dinheiro, ciúmes etc.
Desenvolver o tema e partilhar em grupo:
 Vocês acham que os primeiros anos de casamento têm
dificuldades particulares?
 Será que há mesmo uma crise no casamento em seus
primeiros anos?
 Vocês percebem que estão colocando em comum suas
tradições familiares?
 Como vocês estão tomando as decisões importantes de
suas vidas?
 Que lhes parece importante fazer para superar algumas
crises ou dificuldades do casamento.
Família Cristã – Texto Bíblico: Ef. 4, 17-32
O amor deve ser o motor que impulsiona a vida da família,
entrega mútua para uma união duradoura; família como lugar
acolhedor, sem exclusão, cada um com o seu papel; família aberta
para acolher a todos, vivenciando os valores cristãos.
Desenvolver o tema e partilhar em grupo:
 O que é pra vocês a definição da família como uma
comunidade de vida e de amor?
 Em que sentido a família é lugar de encontro e de
formação de pessoas?
 Como os membros de uma família podem, praticamente,
viver o encontro?
 O que significa construir uma civilização do amor e como
a família pode dar a sua contribuição para tanto?
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Sugestões de Palestras/ Dinâmicas para o Encontro de
Recém-Casados.
Roteiro/ Temas
 Acolhida, apresentação e oração inicial.
 Palestra – Processo de adaptação e mudança de vida nos
primeiros anos de casamento.
 Conversa a dois: o que ajudou a crescer e o que ainda é
desafio.
 Conversa em grupo: Como vencer as dificuldades? Troca
de experiências.
 Plenária
 Café
Dinâmica – Sonhos e desilusões comuns no Pós-
Matrimônio (Balanço da vida a dois)
 Almoço
 Dinâmica ou Palestra (mostrar as diferenças e a
necessidade de respeitar as limitações).
 Conversa a dois – ou Palestra: Em que somos diferentes e
como conviver melhor com essas diferenças.
 Café
 Palestras enfocando o alcoolismo, influência dos meios de
comunicação na vida familiar, necessidade de oração em família.
 Missa (Pode-se fazer com benção especial renovando os
compromissos assumidos no dia do casamento).
Livros que poderão ajudar nos trabalhos com Recém-
casados:
 Casados há pouco tempo – Frei Almir Ribeiro Guimarães
– Ed. Vozes.
 Experiência de Deus em família – Wilson João Sperandio
– Edições Paulinas.
 Os sacramentos em sua vida – José Bortolini – Ed.
Paulinas.
8
 Esta Nossa Aliança – Renee Bartkowski – Editora
Santuário.
 Como vai a família?
 Quando o assunto é família...
 E eles se deram as mãos... Frei Almir Ribeiro Guimarães
– Editora Vozes.
 Diretório da Pastoral Familiar (doc 79 - capitulo 5)
PAIS/ BATISMO/ CRISMA
Outro campo de trabalho são os pais que se preparam para o
batismo de seus filhos. Lá na preparação remota foi feito um
trabalho com os pais e crianças na catequese e jovens da crisma.
Aqui o trabalho é com os pais dos batizados e da crisma. A
preocupação deve estar com a família. Conversar e refletir com os
pais.
Um trabalho com os pais deve ser feito sempre em
colaboração com a Pastoral do Batismo e os catequistas da crisma,
com a coordenação, com criatividade e bom senso.
Fortalecer a vida da Igreja e da sociedade a partir da família:
enriquecê-la a partir da catequese familiar, a oração no lar, a
Eucaristia, a participação no sacramento da Reconciliação, o
conhecimento da Palavra de Deus, para ser fermento na Igreja e na
sociedade.
Pela força do ministério da educação, os pais, mediante o
testemunho de vida, são os primeiros arautos do Evangelho junto
aos filhos. Ainda mais, rezando com os filhos, dedicando-se com
eles à leitura da Palavra de Deus.
Eduquem-se de preferência os esposos para uma paternidade
responsável que os capacite não só para uma honesta regulação da
fecundidade e para incrementar o gozo de sua complementaridade,
mas também para fazer deles bons formadores de seus filhos. (P
609). A lenta e prazerosa educação da família sempre importa em
sacrifício, recordação da cruz redentora. Mas a íntima felicidade que
dá aos pais; recorda-lhes também a ressurreição. Evangelizar não é
só ler a Bíblia, mas, a partir dela, trocar palavras de admiração,
consolo, correção, luz, segurança.
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À medida que a família cristã acolhe o Evangelho e
amadurece na fé, torna-se comunidade evangelizadora. Dizia Paulo
VI: “A família, como a Igreja, deve ser um lugar onde se transmite o
Evangelho e donde o Evangelho irradia. Portanto, no interior de
uma família consciente desta missão, todos os componentes
evangelizam e são evangelizados. Tal família torna-se, então,
evangelizadora de muitas outras famílias e do ambiente no qual está
inserida”.
Também a fé e a missão evangelizadora da família cristã
prosseguem este alento missionário católico. O sacramento do
matrimônio que retoma e volta a propor o dever, radicado no
batismo e na confirmação, de defender e difundir a fé, constitui os
cônjuges e os pais cristãos testemunhas de Cristo até os confins do
mundo, verdadeiros e próprios missionários do amor e da vida.
Sugestão de trabalho: Convidar os pais do batismo, da
crisma, dos adolescentes, dos jovens, namorados e noivos, para uma
reflexão mensal sobre a caminhada dos seus filhos, com temas
familiares, acompanhamento do trabalho que vem sendo realizada.
É um momento de evangelização dos pais e da família. Os temas
podem ser os mesmos que os filhos vêm estudando na preparação da
crisma etc.
Livros que podem ajudar neste trabalho:
 Primeira eucaristia, os pais também se preparam (Ed.
Vozes)
 Como fazer catequese com os pais – Editora Ave Maria
(Diocese de Tubarão – SC)
 Casais em reflexão Vol. 1 e 2 – Ed. Paulinas – Antônio M
Fernandes
 Amor sem limites (Parábola do pai Misericordioso) Ed.
Paulinas
 Aprenda a ouvir – Ed. Fala Povo – Gerson Abarca Silva e
Jonas Nunes Coutinho
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RETIROS E ENCONTROS DE CASAIS
Ainda pode entrar o retiro para casais, um domingo com as
famílias e coisas deste tipo. Ter momentos de espiritualidade
conjugal e familiar, que se inspirem nos motivos da criação, da
aliança, da cruz, da ressurreição.
Para viver um amor radical, gratuito, não bastam as forças
humanas, não basta o empenho. Este amor nasce do alto. Jeremias
tem uma frase belíssima: “Colocarei minha lei em seu peito e a
escreverei em seu coração, eu serei o Deus deles, e eles serão o
meu povo” (Jr. 31, 33) “Darei para vocês um coração novo, e
colocarei um espírito novo dentro de vocês. Tirarei de vocês o
coração de pedra, e lhes darei um coração de carne” (Ez 36, 36).
O casal é chamado a ter um relacionamento constante e amoroso
com Deus, com a sua Palavra. A sua palavra é fogo que inflama.
Deve haver um contínuo relacionamento de intimidade e de escuta
de Deus.
Os casais sedentos das coisas de Deus são aqueles que se
tornarão os grandes evangelizadores do casamento e da família no
seio da Igreja.
A Pastoral Familiar deverá promover encontros regulares
para servir às famílias e aos casais. Fazer dia de formação aberta a
todos os casais da comunidade.
Temas para dia de reflexão com os casais
 Deus em nossas vidas
 Espiritualidade conjugal e fidelidade
 Amor e diferenças entre marido e mulher
 Família, igreja e sociedade
 Bíblia, luz em nossa família
 Família missionária
 Ciúme e harmonia conjugal
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Livros que podem ajudar nos trabalhos com os casais:
 Casais a caminho – Ed. Loyola – Pe. José de Souza Primo
e Frei Diogo Luis Fuitem
 Família e Evangelização – A Boa Nova do casamento e
da fam’lia – Frei Almir Ribeiro Guimarães – Ed. Vozes
 Quando o futuro passa pela família – Frei Almir Ribeiro
Guimarães – Ed. Vozes
 Família... mas que família? – Frei Almir Ribeiro
Guimarães – Ed. Vozes
 Em favor da família – Documentos da CNBB – Nº 3
 Creio na Família – Luiz Miguel Duarte – Ed. Paulinas
 A missão da família cristã no mundo de hoje – Exortação
apostólica de J. Paulo II – Ed. Paulinas
 Hora da Família – Roteiros de reflexão, celebrações e
testemunhos para famílias, grupos e escolas – Comissão Episcopal
Pastoral para a vida e a Família – CNBB.
VIÚVOS, IDOSOS E ISOLADOS
O apostolado da família irradiar-se-á com obras de caridade
espiritual e material para com as outras famílias, especialmente
àquelas mais necessitadas de ajuda e de amparo, para com os
pobres, os doentes, os mais idosos, os deficientes, os órfãos, as
viúvas, os cônjuges abandonados. Colocamos aqui também trabalho
a ser desenvolvido com casais e pessoas que já começaram a viver a
terceira idade.
Há culturas que manifestam uma veneração singular e um
grande amor pelo idoso: longe de ser excluído da família ou de ser
suportado como um peso inútil, o idoso continua inserido na vida
familiar, tomando nela parte ativa e responsável, embora devendo
respeitar a autonomia da nova família e, sobretudo, desenvolvendo a
missão preciosa de testemunha do passado e de inspirador de
sabedoria para os jovens e para o futuro.
É necessário que a ação pastoral da Igreja estimule todos a
descobrir e a valorizar as tarefas dos idosos na comunidade civil e
eclesial, e, em particular, na família. Na realidade, “a vida dos
idosos ajuda-nos a esclarecer a escala dos valores humanos; mostra
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a continuidade das gerações. Os idosos têm, além disso, o carisma
de encher os espaços vazios entre gerações. Quantas crianças têm
encontrado compreensão e amor nos olhos, nas palavras e nos
carinhos dos idosos!”
Assim, por força da sua natureza e vocação, longe de fechar-
se em si mesma, a família abre-se às outras famílias e à sociedade,
assumindo a sua tarefa social.
Em tal modo, a família cristã é chamada a oferecer a todos, o
testemunho de uma dedicação generosa e desinteressada pelos
problemas sociais, mediante a “opção preferencial” pelos pobres e
marginalizados. Por isso, progredindo no caminho do Senhor
mediante uma predileção especial para com todos os pobres, deve
cuidar especialmente dos esfomeados, dos indigentes, dos idosos,
dos doentes, dos drogados, dos sem família.
O Setor Pós-Matrimonial necessita de muitos agentes
qualificados e, para tanto, precisam de formação.
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ACOMPANHAMENTO DE RECÉM-CASADOS
1. Reuniões
As reuniõespoderãoserquinzenais oumensais,mas agora na casa dos jovens casais
em forma de rodízio e ainda na casa do coordenadordo grupo.Deverão se primar pela
simplicidade e seremreuniões de estudo e oração,não devendo passar de uma hora e
meia.
2. Dinâmica
Acolhida – oração – fundamentaçãobíblica – texto de estudo– perguntas – partilha –
oração final.
3. Passos
3.1 - Em cada paróquia ou comunidade haverá a equipe do Pós -matrimonial. O
coordenador recolherá na secretaria da paróquia ou com o coordenador do Pós-
matrimonial as fichas dos casais que participaram do encontro Pós-matrimonial
(recém-casados)
3.2 - De posse dasfichas,a equipe deverá reunir-se para a distribuição das mesmas
aos agentes de pastoral que irão coordenar os grupos.
3.3 - Os grupos serão formados de 04 a 06 casais. Os mesmos serão convidados a
participar das reuniões através de uma visita do casal coordenador.
3.4 - Os recém-casadosserão acompanhadosna Paróquia ou comunidade onde estão
morando.
3.5 - Os casos omissos constituirão exceção e serão estudados pela Equipe e o
Assistente Espiritual,para seremresolvidos da melhormaneira,tendo sempre emvista
a caridade pastoral.
3.6 - Em todas asparóquias,a Equipe juntamentecomo Assistente Espiritualdeverão
cuidar da divulgação deste novo trabalho comos jovens casados.
3.7 - Evidentemente os jovenscasadosaos poucos deverão integrar-se na comunidade
paroquial.Trata-se do momento do agir,mas é importante não precipitar as coisas. É
necessário que o grupo já tenha uma certa caminhada para ser levado à uma ação
concreta,nunca prejudicando a nova vida conjugalainda frágil. O casal coordenador,
que deve ter maturidade cristã, poderá depois de alguns encontros, sugerir que os
casais adotemcertos hábitos: oração conjugal, missal dominical, comemoração das
festas da Igreja,hábito de uma revisão de vida mensalatravés de umprofundo e sério
diálogo conjugal.
3.8 - Esta orientação (sugestão) é apenas um roteiro, uma pista. Os agentes de
pastoraldeverão estudartodosostemas,enriquecendo-os comoutros subsídios,como:
“Casados há pouco tempo” (Frei Almir Guimarães) e outros.
14
1º ENCONTRO
RETROSPECTIVA
(Este encontro é o primeiro contatodo agente de pastoral comos jovens casados do
seu grupo. Uns têm poucos meses de união, outros, as esposas já podem estar
grávidas, e todos estão precisando refletir sobre sua vida a dois e familiar. É
importante que se situemdiante do que sepassou:o namoro,o noivado, para começar
o trabalho. Deverá ser uma reunião bem descontraída, onde a simplicidade e a
acolhida devem ser a tônica principal. Nela também serão combinado os dias das
próximas reuniões, os locais e outras informações)
Canto: A escolha
Oração inicial
Fundam. Bíblica: Lc 14, 28-33
Texto para reflexão:
“Não basta” desejar ser feliz. No casamento, é preciso lutar e merecer essa
felicidade, esforçando-se sempre para realizar o bemdo outro.
Todo casamento feliz tem as suas raízes no amor e na renúncia. Esses dois
elementos são essenciais à vida no lar. Constituem a condição indispensável à
harmonia conjugal.Comumesforço contínuo de aperfeiçoamento do amor, desde o
tempo do noivado,e comauxílio da graça de Deus,é possível vencer as dificuldades
que estão sempre emtorno de nós,e construiro lar feliz que todos os casais desejam.
Se o namoro é um tempo de conhecimento mútuo, de revelação, de um ao
outro,da alegria serena e feliz de se fazer a descobertado amor,podemos comcerteza
afirmar que é no casamento que tudo isto se realiza.
Uma vida a dois pode ter começado devido a um grande amor que uniu os
jovens; pode tersido o coroamento de umlongo tempo de namoro ou simplesmente
após pouco tempo de convivência; ou mesmo ter sido acelerado devido a uma
gravidez que não se esperava. Pode até mesmo ter acontecido que alguém tenha
buscado o casamento para fugir de alguma situação incômoda emcasa.
Mas não se juntamvidas como se arrumamlivros na estante, flores numjarro
ou quadros na parede. São duas histórias, duas liberdades, duas pessoas comsua
dignidade,suapersonalidade,suaslimitações e seus defeitos. Os primeiros meses de
casamento representamo início de umlongo processo de construção a dois.
Vamos então hoje fazeruma reflexão a respeito da nossacaminhadade namoro
e noivado.
Reflexão em grupo:
1. Partilhar emgrupo suas experiências durante o tempo de namoro e noivado.
2. Partilhar lembranças do dia do casamento. O que se lembram da cerimônia do
sacramento do matrimônio?
3. Quais os motivos mais profundos que levaramvocês ao casamento?
4. O que se pode esperar de reuniões de um grupo de pessoas casadas há pouco
tempo?
15
Oração final
2º ENCONTRO
AJUSTES
Canto: A escolha
Oração inicial
Fundam. Bíblica: 1 Cor 13, 1-13
Texto para reflexão:
De repente, o jovemcasal se acha frente a frente coma realidade: já não são
mais solteiros. Aí começa o “viver uma só carne” que significa que duas pessoas
partilhamo que possuem,não apenas seus corpos, seus bens materiais, mas também
seus pensamentos, emoções, sucessos e fracassos.
“É preciso conhecermuito o outro,para a conquista de uma qualidade de vida
satisfatória.” Na maioria das vezes,o tempo de namoro e noivado foiinsuficiente para
se saberquemé realmente aquele ou aquela comquemse passou a vivera mais íntima
de todas as relaçõeshumanas.E quandoduas pessoas vindas de mundos diversos e
compersonalidadesdiferentes começama viveressa intimidade,aíentão os desajustes
começama aparecer.Bemdiz o velho ditado: “namora-se coma beleza física, noiva-
se comas qualidades, mas casa-se comos defeitos.”
Quando passamo entusiasmo e o encantamento da “lua-de-mel”, os defeitos
vêmà tona.As máscarascaem,a vida emcomumtudo revela.Os primeiros choques e
as primeiras crises aparecem. Mas se marido e mulher formamumverdadeiro casal,
percebem que para poder crescerem, é necessário reconhecer as falhas. “Quemse
considera perfeito, não temmais como crescer.”
Seria impossível listar todas as falhas que os casais cometemno decorrer do
matrimônio. Veremos apenas as mais comuns: falta de diálogo - desaparecimento
gradativo do romantismo - ambos estão muito ocupados e não há tempo para uma
conversa a dois, tão comum no namoro e no noivado - não há interesses comuns
(vínculos); cada um constrói uma “vida particular” - realce da agressividade, da
impaciência, da intolerância,do nervosismo,da apatia - relações sexuais semsentido
profundo,mais umato fisiológico do que uma demonstração de amor e afeto entre o
casal - silêncios prolongados - deixar de falar umcomo outro. (Ler Efésios 4, 26-27)
A imaturidade talvez seja umdos elementos que mais prejudicamo início de
umcasamento (o agente deverá comentar sobre cada item)
Para superare venceras crises devemos usar as seguintes armas: o perdão, o
diálogo, a paciência, a tolerância, o romantismo,a aceitação, o carinho, a atenção, o
interesse e o AMOR. E não esquecer de colocar DEUS emnossa vida e centralizar
nossa vida emDeus.
“Assimcomo uma planta, o casamento deve ser cuidado, regado diariamente
comamor e adubado comcompreensão e carinho”.
Reflexão em grupo:
1. O que fazer para superar as dificuldades que aparecemna vida a dois?
2. Das falhas citadas no texto, qual a mais difícil de ser combatida? Por que?
16
3. Você temalguma experiência sobre o assuntoque possa ajudar o grupo? Conte-a.
4. Você sabe perdoar?
Oração final
3º ENCONTRO
SOGROS E SOGRAS
Canto: A escolha
Oração inicial
Leitura Bíblica: Eclo 3, 1-18 ; Rute 1, 15-18
Texto para reflexão:
As constituiçõesfamiliaresatuaissãomuitoreduzidas.Anovafamília constituída de
marido,mulhere filhosprecisa alimentarrelaçõescomoutrosparentes e demodo particular
comos paise sogros.Osfilhos,sobretudocriançase adolescentes,precisamconvivercomos
avós,masalgumasvezesosjovenscasadostêmdificuldadederelacionamentocomseuspais
e sogros.Énecessárioexistirumsadiorelacionamentoentreos que se casame seus pais e
sogros;e osavósdevemestaremcontatocomseusnetos. Estamos perdendo o fio como
passadoe desprezandoastradiçõesfamiliares que os avós guardame podemtransmitir.
Hoje os meios de comunicação e a cultura existente fazemquestão de depreciara sogra,
criando piadinhas grosseiras e de mau gosto, numa totalfalta de respeito às pessoas mais velhas
e que já temuma história, muitas vezes feita de sofrimentos e reveses. Para as pessoas de bom
senso e de espírito cristão, a sogra deverá ser uma segunda mãe e ponto de apoio aos jovens
casais.
Fatos da vida:
a) Muitas vezes umfilho ou filha temque morarcomseus pais ou sogros,às vezes porquestões
econômicas. Que fazer?
Ambos, pais e filhos, devemrespeitar a autonomia do outro, e todos devemsentir-se à vontade.
Esta deve ser uma situação provisória, pois “quem casa, quer casa”, evitando-se qualquer
interferência dos pais na vida dos filhos. Por outro lado, os filhos deverão deixar aos pais e
sogros um espaço de liberdade e tratá-los com todo carinho. Infelizmente existem situações
delicadas, nocasodemorarem juntos(nora ougenros humilhados e pais desprezados).
b) Os problemas do casal deverão ser resolvidos por eles mesmos, seminterferências. Os pais
poderão ajudá-los, levando-os a umdiscernimento tranqüilo da situação, mas nunca interferindo,
tomando decisões oumesmo facilitando a desuniãodo casal.
c) Pode acontecer que os jovens casados precisemtrabalhar e necessitemdeixar os filhos com
pais e sogros. É necessário cuidado para que esses não sejam“explorados”, mas que auxiliem,
como lhes forpossível.
São estas, entre outras, algumas situações que podem surgir e que devemser resolvidas com
bomsenso,amor e respeito.
Novos tipos de avós:Quando se falava de avós,pensava-se logo numa pessoa idosa,fazendotricô.
Hoje, os avós, especialmente os que são avós muito cedo estão emplena atividade, têmseus
compromissos e responsabilidades. Fazem questão de terem relacionamento com seus filhos e
netos, mas desejamconservar sua independência. Por outro lado,o relacionamento avós-netos é
importante, poisosavóstransmitemcoisasqueospaisnãotêmtempo ounãosabemfazer.
Há sombras e luzesnorelacionamentodosjovenscasados comseus sogros.Éfundamental
que o novo casal, que está iniciando uma nova família,deve crescere amadurecer,superando as
crises, seminterferência dos seus pais e sogros. No entanto deverão conservar-lhes o respeito,o
carinho, a amizade e a convivência sadia comseus filhos,tendo neles umponto de apoio emsuas
vidas.
17
Reflexão em grupo:
1. O que vocês esperamde seus pais e sogros?
2. Como deverá ser o relacionamento no caso de moraremjuntos?
3. Conhecemavós que assumirama educação dos netos, bemcomo todas as decisões? Oque
vocêsdizema respeito?
Oração final
4º ENCONTRO
HÁBITOS RELIGIOSOS
Canto: A escolha
Oração inicial
Fundam. Bíblica: Mt 7, 24-27
Texto para reflexão:
Os primeiros anos de casamentosãopropícios à formação de hábitos religiosos
e cristãos que acompanharão para sempre a vida da família. Por isso, os recém-
casados precisam e devem ser ajudados a tomar consciência da importância de
iluminar sua vida a dois e familiar coma claridade do evangelho.
IGREJA DOMÉSTICA: Quando se afirma que a família é a Igreja doméstica não se
quer insinuar uma realidade falsa ou idealizada. Deseja-se afirmar que a primeira e
mais fundamentalexpressão da comunidade eclesial está na família. Pai, mãe, filhos e
eventualmente outros parentes constituem o núcleo básico da família. Assim, é
necessário queos paiscristãosfaçamde talmaneira que sejamclaros os sinais de que
a família é célula da igreja:
“Da união conjugal procede a família, onde nascem os novos
cidadãos da sociedade humana,que pela graça do Espírito Santo
se tornamfilho de Deus no batismo,para que o povo de Deus se
perpetue no decursodos tempos.Énecessário que nesta espécie
de Igreja doméstica os pais sejampara os filhos, pela palavra e
pelo exemplo, os primeiros mestres da fé.”
(Lumen Gentium – Vaticano II).
GESTOS RELIGIOSOS E CRISTÃOS: Para que efetivamente os esposos e
posteriormente seusfilhos possamsermais cristãos, se torna importante a criação de
hábitos religiosos.
a) Oração conjugal:
Alémda oração individual,é necessário quecasaldesenvolva o hábitoda oração
conjugal e, depois que chegarem os filhos, a oração familiar. Momentos mais
propícios para a oração: de manhã, na hora das refeições ou à noite.
b) Local para a oração:
Tanto para a oração conjugal como para a oração familiar é conveniente se
dispor de um local adequado. Deve ser um local tranqüilo, onde não haja muita
movimentação de pessoas, deve conter uma imagemde Cristo e uma de Maria; um
terço,tambémalguns livros de orações.Umcantinho de oração assimarrumado, com
uma vela acesa na hora da prece cria no lar um ambiente propício para o
fortalecimento da fé.
c) Diálogo conjugal:
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Nada mais salutardo que o casalinstauraro hábito de umbalanço regularde sua
vida a dois atravésde umdiálogo mais prolongado ao menos uma vezno mês. O casal
poderá começaressa conversa a dois comuma prece ao Espírito Santo.Não se trata de
uma conversa banal, mais de uma partilha honesta e sincera.
d) Dias de estudos e de retiros:
Não é possívelque o casalconstruasuafamília cristã e sua conjugabilidade à luz
do Evangelho se ficamentregues a si mesmos. Dias de reflexão com outros casais e
outras famílias se mostramúteis e necessários.Énecessário refletirsobretudo sobre a
missão de uma família aberta ao mundo e à Igreja. Se possível esta família deve
pertencer a umgrupo de reflexão ou comunidade de casais.
e) Missa dominical:
Participar semanalmente da Eucaristia é hábito vital para a família cristã. É na
Eucaristia que temos a presença viva do Cristo Salvador. A Eucaristia nos cura e nos
fortalece, nos alimenta espiritualmente.
f) Viver os tempos litúrgicos e comemorar os acontecimentos familiares:
Já nos primeiros anos de casadoso casaldeveria lembrar-se da preparação para
o Natal e a Páscoa, festejar adequadamente as grandes festas da vida da Igreja, e
lembrar diante de Deus, as datas familiares mais queridas e mais importantes.
g) Adquirir o hábito do serviço:
Ninguémvive para si. Poderservirgratuita e generosamente aos irmãos é causa
de alegria e sinalde maturidade cristã.A vivência comunitária amadurece e solidifica
o relacionamento do casal. É importante que não se busque reconhecimento e
aplausos, mas a realização de um serviço fiel e discreto. Quando os filhos forem
crescendo compreenderão que seus pais vivemo Evangelho que lhes pregam.
CONCLUSÃO: É importante que o casal desenvolva, logo nos primeiros anos,e
procure colocar em prática no seu dia-a-dia, hábitos cristãos como esses descritos
brevemente. Na medida em que os filhos crescem, esses se tornarão costumes e
hábitos familiares, fortalecendo e solidificando a família. Como resultado teremos
uma sociedade mais justa e mais fraterna.
Reflexão em grupo:
1. O que vocês entendempor Igreja doméstica?
2. O que seria efetivamente a oração conjugal?
3. Como se festeja o Natal e a Páscoa emsuas famílias de origem? Que lembranças
guarda das festas religiosas da sua infância?
4. Vocês já se sentemchamadosa umtrabalho concreto emsua comunidade eclesial
(Igreja) ou no bairro onde mora?
5. Que lugar a missa ocupa na vida de vocês? Temdificuldade emparticipar dela?
Leitura bíblica (Jo 15, 12-16)
Oração final
“Na oração, a família reencontra-se como primeiro “nós”, no qual cada umé “eu” e
“tu”’cada um para o outro respectivamente marido ou esposa, pai ou mãe, filho ou
filha, irmão ou irmã, avô ou neto. São assimas famílias, às quais me dirijo comesta
Carta? Certamente não poucas são assim,mas os tempos emque vivemos manifestam
a tendência para restringiro núcleo familiar ao âmbito de duas gerações. Isso sucede
19
freqüentemente porcausado acanhamento das moradias disponíveis, sobretudo nas
grandes cidades.Mastambém,e não raro,o mesmo se deve à convicção de que mais
gerações emconjunto são obstáculo à intimidade e tornama vida muito difícil. Mas
não é precisamente este o ponto fraco? Há pouca vida humana nas famílias dos nossos
dias. Faltampessoas comquemcriar e partilhar o bemcomumcomos outros...”
Carta às famílias, 10
( João Paulo II )
5º ENCONTRO
CHEGADA DO PRIMEIRO FILHO
Canto: A escolha
Oração inicial
Fundam. Bíblica: Lc 2, 4-21
Texto para reflexão:
Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher.(Mt19,5) Quando
os noivos recebema bênção do sacramento do matrimônio,na celebração o padre pergunta com
bastante clareza: “Vocês estão dispostos a receber comamor e carinho os filhos que Deus lhes
confiar, educando-os na lei de Deus e da Igreja? “É a maior alegria para umcasalquando chega
este momento, é maravilhoso ver o fruto do amor de umhomeme uma mulher brotar, crescer e
nascer.
Um casal sem filhos é sempre um casal; com filhos, passa a ser uma família. Muitas
vezes a emoção e outras preocupações do casamento são tantas que os noivos não percebema
profundidade deste compromisso que estão assumindo diante de Deus e da comunidade. Um
casal jovem precisa ter muita firmeza, pois para serem pais responsáveis, requer sacrifícios,
renúncia, compreensão e muito amor. Quando o filho é esperado comamor e carinho, ele nasce
tranqüilo e seguro. Será sempre uma criança feliz, porque se sente amado e querido. Quando o
filho vem sem planejar, sem esperar, às vezes cria-se um clima de muita tensão, preocupação,
ansiedade e muitas vezes o casal está atravessando dificuldades financeiras. Este filho deve ser
amado como se fosse único. Quando acontece a gravidez, é necessário que os dois, marido e
mulher, vivamjuntos cada momento dessa gravidez, pois este período é difícil para a mulher.Há
transformações físicas e psicológicas. A gestante fica sensível e muito carente. Deseja mais
diálogo, companhia do marido, ser mais amada, pois se sente insegura devido às transformações
que o seu corpo vai sofrendo dia após dia. O marido deve acompanhar estas mudanças com
muito amor, carinho e dedicação, ou melhor, a gravidez deve ser vivida a dois. Chegada a hora
do parto é muito importante a presença do pai, que deve estar ao lado de sua mulher o maior
tempo possível,acompanhá-la ao hospital, vivendo cada momento comfé, confiança e amor.
Quanto ao sexo do filho é preciso muita compreensão e aceitação. Se menino ou
menina, o importante é que este filho é fruto do amor dos dois, é domde Deus, conseqüência
natural docasamento eda constituição da família. Um decidido “sim” à vida.
Quanto ao número de filhos é preciso que decidamcommaturidade e responsabilidade;
é uma decisão dos pais. O planejamento familiar deve ser feito de maneira cristã, consciente,
com acompanhamento de um médico cristão. Os pais deverão criar os filhos a exemplo de
Jesus, que crescia em estatura, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens.(Lc 2,52).
Precisamos aprender com José e Maria que criaram Jesus com tanto amor, dedicação e
participação na comunidade. Eles participavam das festas religiosas da época e tinham
experiência e vivência comunitária.
Uma família cristã deve escolher para padrinhos de seus filhos,pessoas que tenhamtestemunho
de vida na família e na comunidade, que sejamcatólicos participantes, sendo exemplo de vida.
20
Pais e padrinhos educam mais pelo exemplo. Os filhos observammuito os pais e se espelham
neles, é lindo o costume de muitos pais darem uma bênção a seus filhos antes de dormirem,
traçando sobresuafronte osinal da cruz.(Ler II Tim3,14-17;Ef 6,1-4)
Reflexão em grupo:
1. O grande objetivo do matrimônio é a felicidade do casal. O que a chegada do primeiro filho
significa nesteobjetivo?
2. Citem quatro comportamentos fundamentais do pai em relação à mãe durante o período da
gravidez.
3. Oambiente da família, a exemplo dospais educammais doque as palavras. Concordam?
4. Vocês já pensaramno compromisso que fizeramdiante do altar de receberos filhos que Deus
lhesconfiar,educando-osna leide Deuseda Igreja? Como? Oração final
6º ENCONTRO
DECISÕES E PROJETOS DE VIDA A DOIS
Canto: A escolha
Oração inicial
Fundam. Bíblica: Col 3, 12-17
Texto para reflexão:
O matrimônio cristão é ao mesmo tempo uma maravilha de Deus, umprojeto
de vida,uma construçãopermanente; é o amor humano transfiguradopela graça. Mas
o amor humano é frágil, precisa de proteção contra as agressões internas e externas.
O projeto de vida a dois é acima de tudo, a felicidade do casal, o que se
consegue como amor semlimites, umajudando o outro, assumindo a sua história a
dois,no corpo e na alma, na carne e no espírito,cada umprocurando fazera felicidade
do outro, encaminhando-o na direção da santidade, construindo juntos uma
comunidade de vida e de amor; sendo fecundos nosfilhos,envelhecendoserenamente
juntos e preparando-se para contemplar tambémjuntos a Deus que os uniu.
Portanto,o jovemcasaldeve ficaratento para qualquer sinal que se apresente
para quebrara harmonia que deve existirentre os dois.Vejamos algumas situações nas
quais se manifestam“certos desentendimentos”.
a) Cada um traz consigosuahistória familiar, boa ou problemática: quando aparecem
as dificuldades, cada umtemseus pontos de referência emsua própria experiência
familiar. Os que constroemo casamentonão estão somentedianteda novidade de uma
pessoa, mas tambémcomuma família nova, que muitas vezes conhece pouco.
b) Pode ser que durante o namoro e noivado ele e ela tenham sido vigilantes nos
detalhes: aparência, asseio pessoal, cuidados e atenções. Uma vez casados, pode
acontecer que haja umrelaxamento. As pessoas se acomodam. E surgembrigas por
ninharias, ou comparações como que ume outro viveramcomsuas famílias.
c) Amigos:Pode serque umou outro exagere o relacionamento com“seus amigos” de
solteiro, surgindo desavenças por causa deles.
d) Trabalho fora de casa:Não discutimos o fato dosjovens casados e especialmente a
mulher, tenha que trabalharfora de casa.Hoje isto é o que mais acontece. No entanto
não podemos deixar que o trabalho fora de casa traga reflexos para a vida do casal.
e) Decisões: é um momento delicado. Há pessoas que têm dificuldades de ver as
coisas; ourassãomuito indecisas;outrasainda sãoautoritárias e impõemseus pontos
de vista semrespeitaros do outro.Os dois precisarão tomara decisãojuntos e não um
ir decidindo e o outro ir aceitando passivamente.
f) Orçamento familiar: Podem surgir desavenças na maneira como um e o outro
gastam o dinheiro, sobretudo nas coisas supérfluas, como bebidas emrodadas de
amigos e compras desnecessárias.
g) Ciúmes: O ciúme pode se constituir numdelicado problema tanto nos primeiros
anos, como nos outros. “O ciúme e sepultura do amor”. O casal que se ama deve
confiar no outro. Ciúme é demonstração de insegurança e imaturidade.
21
É bomsempre ficar alerta para alguns sintomas que podemsurgir na vida do
casal:
1) Pode se instaurarumsilêncio entre o casal, quando usammonossílabos, evitando
uma conversa mais demorada.
2) Falta ou diminuição de gestos carinhosos que se faziampresentes anteriormente.
3) Não se dá mais importância a detalhes,a datas e outras coisas.
4) Falta de vontade de fazerprogramas a dois,preferindo-se a televisão,ou a retomada
dos hábitos de solteiro.
5) Quando o casal sai, sempre quer a companhia de terceiros.
6) Um vai dormir bemmais cedo que o outro e finge estar dormindo quando o outro
chega para evitar o encontro.
7) Aumento do número de criticas e observações indelicadas coma família do outro.
Quando as coisaschegama este ponto, é porque o diálogo foi interrompido e
está havendo imaturidade da parte dosdois. Mesmo que as coisas não andembem, é
necessário evitaralgumasatitudes,como:Nunca chegarà agressividade ou ao uso de
palavras desrespeitosase humilhantesao outro; nunca sairde casa,mas tentar superar
os problemas a dois; dormirsempre na mesma cama; enfrentaras questões comcalma
e lucidez; não envolverospais ou parentes,mas se necessário, solicitar ajuda de uma
pessoa neutra, de bomsenso.
Nestes casos,as atitudesque podemajudarsão:o diálogo,reconhecimento dos
valores do outro, ouvir as opiniões do outro, analisando e tentando chegar à uma
solução comum, nunca dizendo um “não” definitivo; ter a habilidade de sorrir e
enfrentar certas situações com humor; renovar os gestos carinhosos do tempo do
namoro e do noivado; reconhecer os próprios erros e equívocos; não se acomodar.
Conclusão:
Mais se poderia dizer. As considerações feitas no entanto parecem ser
suficientespara uma troca de idéias emgrupo. Compouco tempo de casamento será
preciso revero projeto conjugal,reavaliaros propósitos e dar-lhes mais consistência e
solidez.
Reflexão em grupo:
1. Vocês achamque os primeiros anos de casamento têmdificuldades particulares?
Será que há mesmo uma crise no casamento nos seus primeiros anos?
2. Vocês percebemque estão colocando emcomumsuas tradições familiares?
3. Como vocês estão tomando as decisões importantes de suas vidas?
4. Comentar emgrupo a lista de sinais de alarme no tocante ao casamento.
5. Que lhes parece importante fazerpara superaralgumas crises ou dificuldades acima
citadas?
Oração final.
ORAÇÃO DO CASAL
Nesta hora da vida, Senhor, aqui estamos nós dois.
Em cada instante, emcada minuto da vida, somos umdo outro.
Como é misterioso o amor!
Como é impenetrável o bem-querer!
Dois seres tão diferentes,umhomeme uma mulher, dois que se pretendemser umna
diversidade doscaracteres,nossa fechamentose na vontade de fusão, correndo umao
encontro do outro, fugindo umdo outro como se fosse quimera uma tal fusão!
Nós dois, tão frágeis, tão fortes, frágeis na vontade de possuir, fortes na defesa da
fragilidade do outro.
Nós dois e essas crianças dos cabelos encaracolados, dos gritos enervantes, das
doençasquepreocupam,essascriançasquesão frágeise nasceramde nosso amor tão
louco e tão racional, tão possessivo e tão oblativo, esse nosso amor de ontemtão
juvenil e adolescente, de hoje tão forte e tão inquietante, mas esse amor de sempre.
Senhor,só tu sabesamar,só tu és a fonte de amor; de teu peito cheio de amor verteste
rios de ternura sobre nós.
No amor há morte, no amor há vida,há mistério pascalno cotidiano de nossas vidas.
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Nós dois e mais os nossosfilhos, sempre juntos, contigo, no mar das incertezas e na
rocha das fortalezas,na cruze na luz, nós dois,cheios de amore carentes do teu amor.
Olha, Senhor, estamos sempre juntos.
Fortifica a casa do nosso amor para que os ventos do egoísmo e as tempestades do
ciúme não se abatamsobre nósque estamosdiante de ti,tão juntos,tão próximos, nós
dois.
Do livro Encontro comCristo.Vozes, Petrópolis p.95-96.
7º ENCONTRO
FAMÍLIA CRISTÃ
Canto: A escolha
Oração inicial
Fundam. Bíblica: Ef. 4, 17-32
Texto para reflexão:
Algumtempo já se foidesde o casamento de vocês até
hoje: dois anos, um ano, alguns meses. Não importa. O certo é que vocês estão
tentando colocaremprática os bonspropósitosque foramacertados durante o namoro
e o noivado.As transformaçõespelasquaisvêmpassandoo mundo e a família, nesses
últimos tempos,nos dãoa certeza de que não podemos esquecerque a vigilância deve
ser dobrada.
Após a reflexão sobre os vários temas aqui propostos,
temos certeza de que vocês estão mais atentos para o combate. A experiência
vivenciada pôr vocês, no casamento, leva-os a acreditar que o amor deve ser o
“motor” a impulsionarsuas vidas,e a vida dos filhos.A entrega mútua do casal deve
fazer comque a união não seja fugaz mas duradoura.
Vida a dois afasta todo e qualquer individualismo.
Precisamos uns dosoutroso que afasta do casal, o isolamento. É na família que deve
serconstruída a personalidade comtodas as suas implicações. A família deve ser um
lugar acolhedor, onde ninguém deve ser excluído, mas todos tenham seu papel. a
família deve sertão aberta quepossa acolhera todos, daí o acolhimento que deve ser
contínuo, no seu seio.
Reflexão em grupo:
1. O que vocês entendem praticamente com a designação da família como uma
comunidade de vida e de amor?
2. Em que sentido a família é lugar de encontro e de formação da pess oa?
3. Como os membros de uma família podem, praticamente, viver o encontro?
23
4. O que significa construir uma civilização do amor e como a família pode dar sua
contribuição para tanto?
5. A família cristã possui traços diferentes das outras famílias? Quais?
Leitura bíblica: Em 12, 9-18
Oração final
8º ENCONTRO
VIDA CONJUGAL
Canto: A escolha
Oração inicial
Fundam. Bíblica: Efésios 5, 25-33 | Pedro 3, 1-7
Texto para reflexão:
O casamento é a união e a vida emcomumde dois seres humanos, umque é
homeme outro que é mulher.O respeito a essa realidade tãosimples é fundamental.A
construção do casamento se fará numa repetição infinita de gestos, e palavras, de
diálogos,de expressões de atenção e de respeito. Será fundamental rever sempre de
novo se os dois olham na mesma direção, se buscam, no respeito, nas diferenças
estaremjuntos para o bemdo outro.
Nesse dommútuo,maduro,perseverante haverá o momento da renúncia que é
umpeso suportado,mas momento de superação doegoísmo para que o amor conjugal
se manifeste.A renúncia é de parte a parte.Não há possibilidade de construção do nós
quandoumdos cônjuges é dome outro egoísmo. A renúncia só temsentido e valor
quandose dá no contexto de umamor mútuo e interpessoal e certamente quando não
avilta a dignidade.
A chegada do sofrimento,do contraditório,da doré momento de prova do amor.
Quando um casal sabe acolher um sofrimento e manter a união terá solidificado o
projeto conjugal. A desistência do esforço e a moleza interior são responsáveis por
casamentos fracassados e sembrilho.
Quando falamos da harmonia conjugal não estamos defendendo um casal
fechado, voltado para si. O casal é realidade aberta e se orienta para fora do lar.
Particularmente importante será o convívio comoutros casais.
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Ninguémvive ou aprende sozinho. Casais ensinamcasais a viveremjuntos. A
pertença a umgrupo de casais,tantonasclasses pobres quantonas remediadas e altas,
é elemento importante na construção do casamento. A troca de idéias, o ver outros
construírem a unidade, o partilhar das dúvidas e dos temores, quando o grupo é
maduro e não se reúne apenas para futilidades e alimentar a dimensão social emseu
sentido de mundanismo, é de grande auxílio para se ver claro a realidade conjugal e
reorientar caminhos que correm tortuosamente. Com o casamento diminuem os
contatoscomamigos solteirose a vida do casalnão podelimitar-se às quatro paredes
da casa e às visitas a familiares. Melhorainda,para os cristãos,se esses grupamentos
tiveremo cuidado de fomentar uma espiritualidade conjugal.
Para viveruma boa vida conjugalé preciso veralguns pontos importantes como:
Presença: (Amar é viver coma pessoa amada)
O amor exige a presença da pessoa amada não somente física, mas, sobretudo,
psicológica,isto é,presença de amor,de compreensão de serviço e partilha, pulsando
e vibrando de amor. A ausência resfria e mata o amor.
A União: Amar é viver unido ao amado. A vida conjugal exige união, fusão de dois
corações numsó. Exige intimidade.
Cristo para satisfazer as exigências do seu amor para conosco, instituiu a
comunhão.Cristo se dá todo à pessoa e a pessoa se dá toda a Cristo. Assim, também
Deus querque seja a união doscasadosa ponto de formarem“uma só carne”. A vida
conjugalé completa quando nela se realizamtrês elos importantes: Corpo-Coração e
alma. No corpo aquele desejo de se dar,de fazero outro plenamente feliz, no coração
a doação afetiva, união de sentimentos, de amizade, através dos carinhos, atenção,
compreensão, perdão, renúncia e aceitação.
Na união da alma, vemos a doação espiritual na participação, na busca do
fortalecimento do amor através da palavra de Deus, da oração conjugal, feita pelos
dois diariamente dentro do ambiente do lar, no aconchego dos dois.
Na vida conjugal outro ponto importante é o sacrifício de renúncia.
Amar é sacrificarpelo outro.O amor se mede pela capacidade de renúncia e de
sacrifício de umpara o outro. O sacrifício torna forte o amor.
A todos Cristo disse: “Se alguém quer ser meu discípulo, tome a sua cruz,
renuncie a si mesmo e siga-me”(Mt 16, 24). Amar é estar a disposição do outro, é
fazer da vida conjugaluma vida de felicidade,realização de fecundidade que produza
a realização do casal, para seremplenamente feliz.
Reflexão em grupo:
1. Como estáasuavida conjugal?
2. Dentro davida conjugal devocês,temlugar para a oração?
3. Em relação aosacrifício, renúncia e desentendimento, qual temsidoa suaatitude?
Oração final
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9º ENCONTRO
“FELICIDADE FAZ-SE COM FIDELIDADE”
Canto: A escolha
Oração inicial
Fundam. Bíblica: Fundamentação:(Marcos10,1-11)(Cânticos 1,1-4/8,6)
(I Cor 2,4)(Rute 1,16)(Tobias 4, 6-12)
Texto para reflexão:
O amor afetivo encontra a sua expressão mais elevada no amor espiritual pelo
que se procura a realização da perfeitação totaldo seramado na sua realidade integral
formada de corpo e alma. Não podemos amar apenas o corpo, ou a alma somente.
Ninguém diz: amo a tua alma ou amo teu corpo. Diz: Amo-te a ti, amo o que em
realidade é a tua personalidadecompleta.Não a dúvida de quea felicidade acompanha
a construção do casamento,quando se fazumprojeto de vida a dois,planeja e assume
a chegada dos filhos comtodas as suas conseqüências, amando e sendo fiel.
Fidelidade é um dessesvaloresque todos devem buscar. Buscar os valores da
vida é buscar a própria vida. Diante desta realidade é ver no dia-a-dia: Viver é só
seguiros instintos naturais? Comer, trabalhar, divertir-se, reproduzir a vida? Viver é
conseguiralguémpara si,terfilhos,ter casa própria? Viveré serfiel ao Plano de Deus
na vida.Ser fiel é crescerna escolha dos valores que satisfaçama vida, satisfaçamo
coração. O amor imaturo diz assim: “Amo-te porque me tornas feliz”. O amor
amadurecido, pelo contrário, expressa-se de modo diferente: “Sou feliz porque te
amo”. Aquele que ama verdadeiramente é fiel, o faz por puro amor, semsegundas
intenções. Ama comentrega total, semreservas no espaço e no tempo emqualquer
circunstâncias.Esse amorirrevogávelchama-se Fidelidade,que comcerteza produzirá
felicidade!
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COMO SER FIEL DIANTE DAS MUDANÇAS?
Se queremos ter uma profunda alegria de viver, teremos ao mesmo tempo que
procuraruma profunda vivência de amor.O amor é a grande força que nos impulsiona
para o futuro.A grande motivação,o motorda vida.Quandonão há amor,a vida pára.
Hoje as pessoasestão sempre commuito dinamismo, estão sempre numprocesso de
transformação,quandose refere as grandesdecisõescomo:casamento, vida religiosa,
sacerdócio,vida profissional.Os jovenssonhammuito e temvontade de estar sempre
experimentando coisas novas. Mesmo porque buscam um caminho, uma meta, um
sonho a se realizar.
E ainda tem toda a eternidade de Deus que lhe espera, todo o amor e toda
felicidade infinita vivida para sempre ao lado dos familiares e da pessoa amada.Assim
sempre será o jovem vivendo o próprio amor. Buscando sempre crescer, aprender
mais, criar raízes, mudar sempre com sabedoria, não permitindo que o egoísmo, a
vaidade, a infidelidade faça parte desta mudança. (Lc 1, 30-38).
A exemplo do evangelho de Lucas, Maria viu a grande mudança na sua vida
assumindoa maternidade de Jesus.Sendofiela Deus.Confiando e obedecendo Maria
nos dá o grande exemplo de fidelidade.
FIDELIDADE PESSOAL (OU FIDELIDADE À PESSOA)
A fidelidade pessoalno amoré uma qualidade tão natural como o próprio amor.
Deus uniu num mesmo ato, a criação do homeme a fidelidade do amor. De acordo
coma Bíblia, Gênesis 1-27,28, nos fala que depoisde criaro homem, Deus sentiu que
para uma felicidade completa o homemprecisava de uma companheira e que depois
da bênção seriam uma só carne, queria que se fundissem num só corpo homem e
mulher, com um amor fiel até a morte. Não pode haver uma afirmação mais clara de
que a fidelidade é uma qualidade inseparáveldo verdadeiro amor.A fidelidade de uma
união assim, precisa primeiro ser de umpara o outro.
A exemplo da fidelidade pessoal de Jesus com Deus, como vemos (Lucas
16,10).
Como também em muitos textos bíblicos que poderemos pesquisar. Vemos
tambémcomo no casamento é feito umcompromisso de fidelidade de uma pessoa a
outra.É preciso terconsciência,sabe-seque o serhumano é frágil, poréma confiança
se conquistano dia-a-dia da vida.É no conviverdiário que se constrói uma vida toda.
Mais uma vez, percebe-se que o fundamento do amor é feito de fidelidade.
A fidelidade sempre supõe um compromisso de amor a uma pessoa. O ser
humano está sempre buscando coisas novas embora perdura o essencial da pessoa.
Quando éramos crianças, adolescentes tínhamos reações diferentes daquelas que
passamos a ter na idade de jovens e adultos. Hoje percorrido uma boa parte do
caminho da nossa história, tendo atravessado dificuldades e tormentas, somos nós
mesmo, embora diferentes,tendo opinião própria,gostos,escolhas diversas, mas se o
amor é a meta maior, aquela união será sempre cheia de confiança e fidelidade.
Fundamentação: Gênesis 22, 1-19 (Fidelidade de Abraão comDeus
FIDELIDADE A UM PROJETO COMUM (Mc 10, 1-11)
“A perseverança está para a coragem como a roda para a alavanca: É a
renovaçãoperpétua do ponto de apoio.Esteja na Terra ou no Céu o alvo é a vontade,a
questão é ir a este alvo custe o que custar. “O caminho para a fidelidade é a
27
perseverança.O amor emtermos humanos, é a grande motivação, na perspectiva da
fé, é a grande força do espírito (1Cor 2,4). “Um sem amor, em qualquer terreno, é
como um motor sem combustível. Mas um homem com amor é mais forte do que a
morte.”(Cant 8,6)
Os que se amam e querem uma vida juntos para toda a vida, que maravilha!
Fundirduas vidasnuma só vida; dois destinos numa única realidade!Para conseguir à
santidade mútua!Quandobrota docoração esta vontade de realizarum projeto de vida
a dois este projetose torna comumpara ambos.Então comgrande entusiasmo buscam
esta realização.O sonho natural de todo jovemé encontrar umgrande amor, casar e
ser feliz, e quando encontra fazemjuntos umprojeto.”
“São Tomás diz que a perfeição fraterna se manifesta “Quandoo homemdá pelo
próximo não só os benstemporais,mas tambémos seus bens espirituais e finalmente
se entrega a si mesmo por completo.”
Fazer um projeto de vida à dois sempre visando o bemcomumé preciso que
haja a participação, diálogo, muita renúncia, requer também uma maior doação e
muita fidelidade de ambas as partes.
Reflexão em grupo:
1. Oque vocêentendeporfidelidade?
2. Nos tempos atuais como você vêa fidelidade a dois?
3. Quais asconseqüênciasdainfidelidade?
4. Você é capaz deperdoar?
Oração final
10º ENCONTRO
VIDA ESPIRITUAL
Canto: A escolha
Oração inicial
Fundam. Bíblica: Hebreus 11,1-12 – I Cor 12, 12-30
Texto para reflexão:
Normalmente falando os que se casam diante do Senhor, os que recebem o
sacramento do matrimônio são pessoas que crêememCristo e que têmemsi a vida
cristã. Na realidade o cristianismo é uma vida. Cristo se apresenta como porta,
caminho, verdade, luz e vida do homem. Pelo batismo e pela vivência da fé vai
havendoumcrescimento interior,o desenvolvimento de uma vida realmente espiritual
que não é uma segundaestrutura da existência, mas a vida de todos os dias dilatada às
dimensões da vida de Cristo vivo e ressuscitado emcada umde seus discípulos.
No tempo de solteiro pode acontecer que o rapaz e/ou a moça tenham se
dedicado à oração,ao estudoe compreensão do Evangelho, à ação cristã no mundo.
Não é normal que,como casamento,esseprojeto seja abandonado ou interrompido.
Pode mesmo acontecerque,quando uma das partes não teve vida espiritual cristã, a
outra venha a ser prejudicada.
Poucas vezesse observa empenhocomumna construção da vida a dois à luz da
fé. Poucos casaisconcebemumprojeto espiritualcomum.Nota-se que umou o outro
28
continuam com certa religiosidade, certas práticas religiosas adquiridas em suas
famílias de origem, mas na realidade não há esquemas novos de construção de uma
vida espirituala dois.Como casamentoinstaura-sea nova realidade docasale assimé
normal que se possa falarde uma espiritualidade conjugal e familiar. Não é suficiente
que marido e mulher, isoladamente, continuemsua vida cristã. Será necessário criar
umnós diante do Senhor.
Uma antiga expressãodizque os cristãos se casavamno Senhor. Estabelece-se
entre marido e mulher um laço de aliança, umpacto de amor no amor do Senhor. A
espiritualidade conjugalconsiste numa vivência da fé, emtodas as suas dimensões, a
partir da dimensão conjugal e familiar. Não se trata somente de algumas práticas
comuns realizadas a dois, mas de todo umempenho de fazer comque a fé penetre a
vida dos dois e da família.
Marido e mulher são chamados por Cristo. Já tinhamcomeçado a dar resposta
ao pedido de Jesus: “Vem e segue-me”. Na nova situação de casados haverão de
continuara dara resposta ao seguimento do Mestre numa outra e particular situação
de vida. Assim como Senhor Altíssimo fez aliança com seu povo, assim marido e
mulher, no Senhor,estabelecemumpacto mútuo.São dois destinos eternos que, à luz
do Evangelho, vão respondendo à sua vocação cristã e divina.
A espiritualidade conjugal supõe uma busca comum da santificação. Não
tenhamos medo de ouvir a palavra da santidade. Não se trata de alguma coisa
desencarnada.Trata-se da preparação de nosso interior para viver a comunhão com
Deus nestae na outra vida.Os cônjugescaminhamjuntos nesta direção e alcançama
meta não commeios usados pelos monges e contemplativas, mas coma Palavra de
Deus,a Bíblia, que está emsuas mãos,vivendo o dia-a-dia do casal e da família à luz
dos desígnios de Deus e das exigências do Evangelho.
* Os que se casamdevemterplena consciência e respeito a santidade e sublimidade
do sacramento do matrimônio.Não basta,no entanto,talconsciência. O casal vive as
graças do matrimônio ao longo de toda a sua vida: força para superar dificuldades,
graças de fidelidade, ajuda para a educação dos filhos, etc.
* Revisão constante da vida para sabercomo casal,marido e mulher estão realizando a
vontade de Deus a seurespeito:Diálogo amorosoe ininterrupto a fimde verificar se o
casal está vivendo o mandamento do amor fraterno e conjugal à luz do Evangelho.
* Leitura comumda palavra de Deus na Bíblia: reflexão emcomume até mesmo com
outros casaisno sentido de vercomo a palavra do Senhorse encarna emsua história a
dois e familiar.
* Participação comum da Eucaristia (missa ou culto) como alimento da vida a dois,
como momento de oferecerao Senhor,pormeio de Cristo, a história de seu amor e de
sua família.
* Exercício comum das virtudes da humildade, paciência, misericórdia: vivência de
tais virtudes no relacionamento a dois e familiar.
* Prática da oração conjugal; marido e mulher não apenas repetem fórmulas em
comum, mas se apresentamjuntosao ministério de Deus que os uniu e sustenta sua
caminhada a dois.Exercitar-se-ão no sentidode criarem sua casa umclima de oração
e devoção familiar.
* Saberão também, marido e mulher, dedicar-se à comunidade cristã paroquial onde
habitam. Anunciar a boa-nova do casamento e da família a outros casais e outros
cristãos.Convémque o trabalho apostólico fora de casa seja realizado pelo casal para
testemunhar que estão unidos no Senhor.
29
* O casal cristão saberá estar presente no mundo e construir umlar, mais aberto as
necessidades de outras famílias e outros irmãos.
Reflexão em grupo:
1. Como casaldescobrea vontadede deusaseurespeito?
2. Que lugar ocupaa oração na suavida conjugal e familiar?
3. Vocês temohábito de seoferecerem juntos aoSenhor nacelebração damissa?
Oração final
BIBLIOGRAFIA
1. A missão da família cristã no mundo de hoje (Exortação Apostólica de João
Paulo II) – Ed Paulinas
2. Conclusões da Conferência de Puebla – Ed. Paulinas
3. Santo Domingo – Conclusões – CELAM – Ed. Loyola
4. Vida de Casal(linhas de espiritualidade conjugale familiar) Batista Borsato – Ed.
Paulinas
5. CasadosHá Pouco Tempo (reflexões para os primeiros anos de vida conjugal e
familiar) – Frei Almir Ribeiro Guimarães – Ed. Vozes
6. Segundo encontro de formação de agentes Pastoral Familiar (1996) –
Arquidiocese de Vitória
7. Arquidiocese de Montes Claros – Pós Matrimonial.
8. Carta as Famílias – João Paulo II.

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Acompanhamento de recém-casados na Pastoral Familiar

  • 1. 1 COMISSÃO REGIONAL DE PASTORAL FAMILIAR LESTE 1 – CNBB EXPERIÊNCIAS DO SETOR PÓS-MATRIMONIAL, APRESENTADAS EM CONGRESSOS REGIONAIS DA PASTORAL FAMILIAR. LESTE 1 e 2 – CNBB. ORG. ALOÍSIO e ILZA BOHRER. 1 - INTRODUÇÃO “A força e o vigor da instituição matrimonial e familiar se evidenciam igualmente: as profundas mudanças sociais contemporâneas, não obstante as dificuldades a que dão origem, manifestam muitas vezes, de várias maneiras, a verdadeira índole dessa instituição” (Gaudium et Spes 47). “A família recebeu diretamente de Deus a missão de ser célula primeira e vital da sociedade” (Apostolican Actuositatem – Apostolado Leigo 11,3). “A família é a primeira escola das virtudes sociais necessárias às demais sociedades... É aí que os filhos fazem a primeira experiência de uma sã sociedade humana... É através dela que os filhos vão sendo introduzidos gradativamente na sociedade civil e na Igreja” (Gaudium et Spes3). A Pastoral Familiar deve fazer com que a família seja verdadeiramente uma “Igreja Doméstica”: comunidade de fé, de oração, de amor, de ação evangelizadora, escola de catequese etc. 2 – CAMPOS DE AÇÃO O cuidado pastoral da família regularmente constituída significa, em concreto, o empenho de todos os membros da comunidade eclesial local em ajudar o casal a descobrir e a viver a sua nova vocação e missão. Para que a família se transforme mais numa verdadeira comunidade de amor, é necessário que todos os membros sejam ajudados e preparados para as responsabilidades próprias diante dos novos problemas que se apresentam para o serviço recíproco e para a participação ativa na vida da família. No seio da comunidade eclesial – grande família formada pelas famílias cristãs – realizar-se-á um intercâmbio mútuo de presença e ajuda entre todas as famílias, cada uma pondo ao serviço
  • 2. 2 das outras a própria experiência humana, como também os dons da fé e da graça. Animada de verdadeiro espírito apostólico, essa ajuda de família a família constituirá um dos modos mais simples, mais eficazes e ao alcance de todos para derramar capilarmente os valores cristãos, que são o ponto de partida e de chegada do trabalho pastoral. Acompanhar os esposos, para ajudá-los a crescerem na fé e aprofundar-se no mistério do matrimônio cristão. Assim, serão ajudados a ser felizes, ensinando-lhes a cultivar o amor, a entrar em diálogo, a trocar delicadezas e atenções, a centrar no lar todos os interesses da vida. (Puebla 607). A Igreja, iluminada pela fé, que lhe faz conhecer toda a verdade sobre o precioso bem do matrimônio e da família e sobre os seus significados mais profundos, sente mais uma vez a urgência de anunciar o Evangelho, isto é, a “Boa Nova” a todos indistintamente, em particular a todos aqueles que são chamados ao matrimônio, os que se preparam e a todos os esposos e pais do mundo. O setor Pós-matrimonial deverá desenvolver um trabalho buscando o entrosamento com a equipe do batismo (pais e padrinhos), grupos de terceira idade, grupos de crisma (pais de crismandos) para melhor atender as necessidades de cada família. Dentro deste setor, poderão ser desenvolvidos:  Atendimento a grupos familiares (jovens recém-casados, casados há mais tempo, grupos de reflexão etc);  Atendimento aos pais que pedem o batismo e crisma dos filhos;  Atendimento a dias de retiro ou dia de retiro com casais;  Atendimento aos viúvos(as), idosos(as) e isolados;  Atendimento e assistência aos pais e padrinhos dos noivos. Compete, ainda, aos cristãos anunciar com alegria e convicção a “Boa Nova” acerca da família, que tem necessidade absoluta de ouvir e de compreender sempre mais profundamente as palavras autênticas que lhe revelem a sua identidade, os seus recursos interiores, a importância da sua missão.
  • 3. 3 Na ação pastoral para com as famílias jovens, a Igreja deverá prestar uma atenção específica (especial) para educá-las, a viver responsavelmente o amor conjugal em relação, com as exigências de comunhão e de serviço à vida, como também a conciliar a intimidade da vida de casa com a obra comum e generosa de edificar a Igreja e a sociedade humana. A partir da decisão do casamento, um homem e uma mulher, um jovem e uma jovem, passam a viver uma experiência comunitária original. Todos sentimos que precisamos amar e necessitamos receber amor. Tendo como ponto de partida o encontro desse homem e dessa mulher, os jovens que se casam não entram numa “camisa de força”, mas num espaço densamente humano de mútuo dom. Trata-se de uma comunidade baseada no amor e promotora da vida. A vida deverá borbulhar no relacionamento dos esposos e explodir na chegada dos filhos que serão iniciados na vida. Quando, com a vinda dos filhos, o casal se torna em sentido pleno e específico uma família, para que os acolham e os amem à luz do dom recebido do Senhor da vida, assumindo com alegria a fadiga de os servir no seu crescimento humano e cristão. RECÉM-CASADOS Os primeiros anos de casamento são os mais importantes, são os decisivos na relação. São nos primeiros anos de casamento que se deve exercer um zelo pastoral especial. Primeiro porque as pessoas não estão bem preparadas para assumir o matrimônio; segundo porque muitos casam já com um filho que está chegando. Esses casados há pouco tempo têm que vencer as dificuldades da adaptação. Depois tem a questão do primeiro filho, a questão das decisões para o futuro. O próprio amor é uma vocação para prescindir das coisas que os esposos farão. É a vida dos dois esposos que é chamada a ser o referencial para os homens conhecerem a Deus, e por Deus se fazerem conhecer aos homens. A primeira missão do casal é se amar (e amar-se é crescer juntos, saber dialogar, reconciliar-se, acolher-se na diversidade).
  • 4. 4 Que os jovens cônjuges saibam acolher cordialmente e inteligentemente valorizar a ajuda discreta, delicada e generosa de outros casais que já há tempo fazem a mesma experiência do matrimônio e da família. Desse modo, as famílias jovens não se limitarão só a receber, mas por sua vez, assim ajudadas, tornar-se-ão fonte de enriquecimento para outras famílias, há tempo constituídas, com o seu testemunho de vida e o seu contributo de fato. A Pastoral Familiar há de cuidar da formação dos futuros esposos e do acompanhamento dos cônjuges, sobretudo nos primeiros anos de sua vida matrimonial. Sugestão de trabalho com recém-casados:  Grupos de reflexão e ação  Retiros e dia de estudos com temas familiares Temas para reuniões de reflexão com os recém-casados  Retrospectiva – Texto Bíblico: Lc. 14, 28-33 Levar os casais a se situarem diante do que se passou: o namoro, o noivado, para começar o trabalho. Reunião descontraída, com simplicidade e acolhida. Desenvolver o tema e trabalhar em grupo:  Partilhar as experiências durante o tempo de namoro e do noivado.  Partilhar lembranças do dia do casamento. O que se lembram da cerimônia do sacramento do matrimônio?  Quais os motivos mais profundos que levaram vocês ao casamento?  O que se pode esperar de reuniões de um grupo de pessoas casadas há pouco tempo?  Ajustes – Texto Bíblico: 1 Cor. 13, 1-13 Adaptação de vida em comum, descobrimento de defeitos, pequenas decepções, primeiros choques e primeiras crises. Desenvolver o tema e partilhar em grupo:  O que fazer para superar as dificuldades que aparecem na vida a dois?  Das falhas citadas, qual a mais difícil de ser combatida? Por que?  Você tem alguma experiência sobre o assunto que possa ajudar o grupo? Conte-a.  Você sabe perdoar?
  • 5. 5  Sogros e Sogras – Texto Bíblico: Eclo. 3, 1-18; Rute 1, 15-18 - Dificuldades no relacionamento com pais e sogros, interferência dos pais e sogros na vida do casal, convivência harmoniosa das famílias do casal. Desenvolver o tema e partilhar em grupo:  O que vocês esperam de seus pais e sogros?  Como deverá ser o relacionamento no caso de morarem juntos?  Conhecem avós que assumiram a educação dos netos, bem como todas as decisões? O que vocês dizem a esse respeito?  Hábitos religiosos – Texto Bíblico: Mt. 7, 24-27 Formação de hábitos religiosos que acompanharão a vida da família: oração conjugal, dias de estudo da bíblia, retiro, missa dominical, viver tempos litúrgicos, hábitos de serviços. Desenvolver o tema e partilhar em grupo:  O que vocês entendem por Igreja doméstica?  O que seria efetivamente a oração conjugal?  Como se festeja o Natal e a Páscoa em suas famílias de origem? Que lembranças guardam das festas religiosas de sua infância?  Vocês já se sentem chamados a um trabalho concreto em sua comunidade?  Que lugar a missa ocupa na vida de vocês? Têm dificuldades em participar dela? Chegada do primeiro filho – Texto Bíblico: Lc. 2, 4-21 Fazer com que percebam a profundidade do compromisso assumido no sacramento do matrimônio, no que se refere a aceitar os filhos que Deus mandar. Necessidade de esperar o filho com amor, ter firmeza para serem pais responsáveis, viver a gravidez a dois. Desenvolver o tema e partilhar em grupo:  O grande objetivo do matrimônio é a felicidade do casal. O que a chegada do primeiro filho significa neste objetivo?  Citem quatro comportamentos fundamentais do pai em relação à mãe durante o período da gravidez.  O ambiente da família, a exemplo dos pais, educa mais que as palavras; concordam?
  • 6. 6  Vocês já pensaram no compromisso que fizeram diante do altar de receber os filhos que Deus lhes confiar, educando-os na lei de Deus e da Igreja? Como? Decisões e projeto de vida a dois – Texto Bíblico: Col. 3, 12- 17 – Matrimônio como construção permanente, ajuda mútua, procura da felicidade um do outro, estar atento aos sinais que se apresentam para quebrar a harmonia da vida familiar: desleixo com a aparência, acomodações, exagerada atenção aos amigos, tomada de decisões individuais, maneira de se gastar o dinheiro, ciúmes etc. Desenvolver o tema e partilhar em grupo:  Vocês acham que os primeiros anos de casamento têm dificuldades particulares?  Será que há mesmo uma crise no casamento em seus primeiros anos?  Vocês percebem que estão colocando em comum suas tradições familiares?  Como vocês estão tomando as decisões importantes de suas vidas?  Que lhes parece importante fazer para superar algumas crises ou dificuldades do casamento. Família Cristã – Texto Bíblico: Ef. 4, 17-32 O amor deve ser o motor que impulsiona a vida da família, entrega mútua para uma união duradoura; família como lugar acolhedor, sem exclusão, cada um com o seu papel; família aberta para acolher a todos, vivenciando os valores cristãos. Desenvolver o tema e partilhar em grupo:  O que é pra vocês a definição da família como uma comunidade de vida e de amor?  Em que sentido a família é lugar de encontro e de formação de pessoas?  Como os membros de uma família podem, praticamente, viver o encontro?  O que significa construir uma civilização do amor e como a família pode dar a sua contribuição para tanto?
  • 7. 7 Sugestões de Palestras/ Dinâmicas para o Encontro de Recém-Casados. Roteiro/ Temas  Acolhida, apresentação e oração inicial.  Palestra – Processo de adaptação e mudança de vida nos primeiros anos de casamento.  Conversa a dois: o que ajudou a crescer e o que ainda é desafio.  Conversa em grupo: Como vencer as dificuldades? Troca de experiências.  Plenária  Café Dinâmica – Sonhos e desilusões comuns no Pós- Matrimônio (Balanço da vida a dois)  Almoço  Dinâmica ou Palestra (mostrar as diferenças e a necessidade de respeitar as limitações).  Conversa a dois – ou Palestra: Em que somos diferentes e como conviver melhor com essas diferenças.  Café  Palestras enfocando o alcoolismo, influência dos meios de comunicação na vida familiar, necessidade de oração em família.  Missa (Pode-se fazer com benção especial renovando os compromissos assumidos no dia do casamento). Livros que poderão ajudar nos trabalhos com Recém- casados:  Casados há pouco tempo – Frei Almir Ribeiro Guimarães – Ed. Vozes.  Experiência de Deus em família – Wilson João Sperandio – Edições Paulinas.  Os sacramentos em sua vida – José Bortolini – Ed. Paulinas.
  • 8. 8  Esta Nossa Aliança – Renee Bartkowski – Editora Santuário.  Como vai a família?  Quando o assunto é família...  E eles se deram as mãos... Frei Almir Ribeiro Guimarães – Editora Vozes.  Diretório da Pastoral Familiar (doc 79 - capitulo 5) PAIS/ BATISMO/ CRISMA Outro campo de trabalho são os pais que se preparam para o batismo de seus filhos. Lá na preparação remota foi feito um trabalho com os pais e crianças na catequese e jovens da crisma. Aqui o trabalho é com os pais dos batizados e da crisma. A preocupação deve estar com a família. Conversar e refletir com os pais. Um trabalho com os pais deve ser feito sempre em colaboração com a Pastoral do Batismo e os catequistas da crisma, com a coordenação, com criatividade e bom senso. Fortalecer a vida da Igreja e da sociedade a partir da família: enriquecê-la a partir da catequese familiar, a oração no lar, a Eucaristia, a participação no sacramento da Reconciliação, o conhecimento da Palavra de Deus, para ser fermento na Igreja e na sociedade. Pela força do ministério da educação, os pais, mediante o testemunho de vida, são os primeiros arautos do Evangelho junto aos filhos. Ainda mais, rezando com os filhos, dedicando-se com eles à leitura da Palavra de Deus. Eduquem-se de preferência os esposos para uma paternidade responsável que os capacite não só para uma honesta regulação da fecundidade e para incrementar o gozo de sua complementaridade, mas também para fazer deles bons formadores de seus filhos. (P 609). A lenta e prazerosa educação da família sempre importa em sacrifício, recordação da cruz redentora. Mas a íntima felicidade que dá aos pais; recorda-lhes também a ressurreição. Evangelizar não é só ler a Bíblia, mas, a partir dela, trocar palavras de admiração, consolo, correção, luz, segurança.
  • 9. 9 À medida que a família cristã acolhe o Evangelho e amadurece na fé, torna-se comunidade evangelizadora. Dizia Paulo VI: “A família, como a Igreja, deve ser um lugar onde se transmite o Evangelho e donde o Evangelho irradia. Portanto, no interior de uma família consciente desta missão, todos os componentes evangelizam e são evangelizados. Tal família torna-se, então, evangelizadora de muitas outras famílias e do ambiente no qual está inserida”. Também a fé e a missão evangelizadora da família cristã prosseguem este alento missionário católico. O sacramento do matrimônio que retoma e volta a propor o dever, radicado no batismo e na confirmação, de defender e difundir a fé, constitui os cônjuges e os pais cristãos testemunhas de Cristo até os confins do mundo, verdadeiros e próprios missionários do amor e da vida. Sugestão de trabalho: Convidar os pais do batismo, da crisma, dos adolescentes, dos jovens, namorados e noivos, para uma reflexão mensal sobre a caminhada dos seus filhos, com temas familiares, acompanhamento do trabalho que vem sendo realizada. É um momento de evangelização dos pais e da família. Os temas podem ser os mesmos que os filhos vêm estudando na preparação da crisma etc. Livros que podem ajudar neste trabalho:  Primeira eucaristia, os pais também se preparam (Ed. Vozes)  Como fazer catequese com os pais – Editora Ave Maria (Diocese de Tubarão – SC)  Casais em reflexão Vol. 1 e 2 – Ed. Paulinas – Antônio M Fernandes  Amor sem limites (Parábola do pai Misericordioso) Ed. Paulinas  Aprenda a ouvir – Ed. Fala Povo – Gerson Abarca Silva e Jonas Nunes Coutinho
  • 10. 10 RETIROS E ENCONTROS DE CASAIS Ainda pode entrar o retiro para casais, um domingo com as famílias e coisas deste tipo. Ter momentos de espiritualidade conjugal e familiar, que se inspirem nos motivos da criação, da aliança, da cruz, da ressurreição. Para viver um amor radical, gratuito, não bastam as forças humanas, não basta o empenho. Este amor nasce do alto. Jeremias tem uma frase belíssima: “Colocarei minha lei em seu peito e a escreverei em seu coração, eu serei o Deus deles, e eles serão o meu povo” (Jr. 31, 33) “Darei para vocês um coração novo, e colocarei um espírito novo dentro de vocês. Tirarei de vocês o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne” (Ez 36, 36). O casal é chamado a ter um relacionamento constante e amoroso com Deus, com a sua Palavra. A sua palavra é fogo que inflama. Deve haver um contínuo relacionamento de intimidade e de escuta de Deus. Os casais sedentos das coisas de Deus são aqueles que se tornarão os grandes evangelizadores do casamento e da família no seio da Igreja. A Pastoral Familiar deverá promover encontros regulares para servir às famílias e aos casais. Fazer dia de formação aberta a todos os casais da comunidade. Temas para dia de reflexão com os casais  Deus em nossas vidas  Espiritualidade conjugal e fidelidade  Amor e diferenças entre marido e mulher  Família, igreja e sociedade  Bíblia, luz em nossa família  Família missionária  Ciúme e harmonia conjugal
  • 11. 11 Livros que podem ajudar nos trabalhos com os casais:  Casais a caminho – Ed. Loyola – Pe. José de Souza Primo e Frei Diogo Luis Fuitem  Família e Evangelização – A Boa Nova do casamento e da fam’lia – Frei Almir Ribeiro Guimarães – Ed. Vozes  Quando o futuro passa pela família – Frei Almir Ribeiro Guimarães – Ed. Vozes  Família... mas que família? – Frei Almir Ribeiro Guimarães – Ed. Vozes  Em favor da família – Documentos da CNBB – Nº 3  Creio na Família – Luiz Miguel Duarte – Ed. Paulinas  A missão da família cristã no mundo de hoje – Exortação apostólica de J. Paulo II – Ed. Paulinas  Hora da Família – Roteiros de reflexão, celebrações e testemunhos para famílias, grupos e escolas – Comissão Episcopal Pastoral para a vida e a Família – CNBB. VIÚVOS, IDOSOS E ISOLADOS O apostolado da família irradiar-se-á com obras de caridade espiritual e material para com as outras famílias, especialmente àquelas mais necessitadas de ajuda e de amparo, para com os pobres, os doentes, os mais idosos, os deficientes, os órfãos, as viúvas, os cônjuges abandonados. Colocamos aqui também trabalho a ser desenvolvido com casais e pessoas que já começaram a viver a terceira idade. Há culturas que manifestam uma veneração singular e um grande amor pelo idoso: longe de ser excluído da família ou de ser suportado como um peso inútil, o idoso continua inserido na vida familiar, tomando nela parte ativa e responsável, embora devendo respeitar a autonomia da nova família e, sobretudo, desenvolvendo a missão preciosa de testemunha do passado e de inspirador de sabedoria para os jovens e para o futuro. É necessário que a ação pastoral da Igreja estimule todos a descobrir e a valorizar as tarefas dos idosos na comunidade civil e eclesial, e, em particular, na família. Na realidade, “a vida dos idosos ajuda-nos a esclarecer a escala dos valores humanos; mostra
  • 12. 12 a continuidade das gerações. Os idosos têm, além disso, o carisma de encher os espaços vazios entre gerações. Quantas crianças têm encontrado compreensão e amor nos olhos, nas palavras e nos carinhos dos idosos!” Assim, por força da sua natureza e vocação, longe de fechar- se em si mesma, a família abre-se às outras famílias e à sociedade, assumindo a sua tarefa social. Em tal modo, a família cristã é chamada a oferecer a todos, o testemunho de uma dedicação generosa e desinteressada pelos problemas sociais, mediante a “opção preferencial” pelos pobres e marginalizados. Por isso, progredindo no caminho do Senhor mediante uma predileção especial para com todos os pobres, deve cuidar especialmente dos esfomeados, dos indigentes, dos idosos, dos doentes, dos drogados, dos sem família. O Setor Pós-Matrimonial necessita de muitos agentes qualificados e, para tanto, precisam de formação.
  • 13. 13 ACOMPANHAMENTO DE RECÉM-CASADOS 1. Reuniões As reuniõespoderãoserquinzenais oumensais,mas agora na casa dos jovens casais em forma de rodízio e ainda na casa do coordenadordo grupo.Deverão se primar pela simplicidade e seremreuniões de estudo e oração,não devendo passar de uma hora e meia. 2. Dinâmica Acolhida – oração – fundamentaçãobíblica – texto de estudo– perguntas – partilha – oração final. 3. Passos 3.1 - Em cada paróquia ou comunidade haverá a equipe do Pós -matrimonial. O coordenador recolherá na secretaria da paróquia ou com o coordenador do Pós- matrimonial as fichas dos casais que participaram do encontro Pós-matrimonial (recém-casados) 3.2 - De posse dasfichas,a equipe deverá reunir-se para a distribuição das mesmas aos agentes de pastoral que irão coordenar os grupos. 3.3 - Os grupos serão formados de 04 a 06 casais. Os mesmos serão convidados a participar das reuniões através de uma visita do casal coordenador. 3.4 - Os recém-casadosserão acompanhadosna Paróquia ou comunidade onde estão morando. 3.5 - Os casos omissos constituirão exceção e serão estudados pela Equipe e o Assistente Espiritual,para seremresolvidos da melhormaneira,tendo sempre emvista a caridade pastoral. 3.6 - Em todas asparóquias,a Equipe juntamentecomo Assistente Espiritualdeverão cuidar da divulgação deste novo trabalho comos jovens casados. 3.7 - Evidentemente os jovenscasadosaos poucos deverão integrar-se na comunidade paroquial.Trata-se do momento do agir,mas é importante não precipitar as coisas. É necessário que o grupo já tenha uma certa caminhada para ser levado à uma ação concreta,nunca prejudicando a nova vida conjugalainda frágil. O casal coordenador, que deve ter maturidade cristã, poderá depois de alguns encontros, sugerir que os casais adotemcertos hábitos: oração conjugal, missal dominical, comemoração das festas da Igreja,hábito de uma revisão de vida mensalatravés de umprofundo e sério diálogo conjugal. 3.8 - Esta orientação (sugestão) é apenas um roteiro, uma pista. Os agentes de pastoraldeverão estudartodosostemas,enriquecendo-os comoutros subsídios,como: “Casados há pouco tempo” (Frei Almir Guimarães) e outros.
  • 14. 14 1º ENCONTRO RETROSPECTIVA (Este encontro é o primeiro contatodo agente de pastoral comos jovens casados do seu grupo. Uns têm poucos meses de união, outros, as esposas já podem estar grávidas, e todos estão precisando refletir sobre sua vida a dois e familiar. É importante que se situemdiante do que sepassou:o namoro,o noivado, para começar o trabalho. Deverá ser uma reunião bem descontraída, onde a simplicidade e a acolhida devem ser a tônica principal. Nela também serão combinado os dias das próximas reuniões, os locais e outras informações) Canto: A escolha Oração inicial Fundam. Bíblica: Lc 14, 28-33 Texto para reflexão: “Não basta” desejar ser feliz. No casamento, é preciso lutar e merecer essa felicidade, esforçando-se sempre para realizar o bemdo outro. Todo casamento feliz tem as suas raízes no amor e na renúncia. Esses dois elementos são essenciais à vida no lar. Constituem a condição indispensável à harmonia conjugal.Comumesforço contínuo de aperfeiçoamento do amor, desde o tempo do noivado,e comauxílio da graça de Deus,é possível vencer as dificuldades que estão sempre emtorno de nós,e construiro lar feliz que todos os casais desejam. Se o namoro é um tempo de conhecimento mútuo, de revelação, de um ao outro,da alegria serena e feliz de se fazer a descobertado amor,podemos comcerteza afirmar que é no casamento que tudo isto se realiza. Uma vida a dois pode ter começado devido a um grande amor que uniu os jovens; pode tersido o coroamento de umlongo tempo de namoro ou simplesmente após pouco tempo de convivência; ou mesmo ter sido acelerado devido a uma gravidez que não se esperava. Pode até mesmo ter acontecido que alguém tenha buscado o casamento para fugir de alguma situação incômoda emcasa. Mas não se juntamvidas como se arrumamlivros na estante, flores numjarro ou quadros na parede. São duas histórias, duas liberdades, duas pessoas comsua dignidade,suapersonalidade,suaslimitações e seus defeitos. Os primeiros meses de casamento representamo início de umlongo processo de construção a dois. Vamos então hoje fazeruma reflexão a respeito da nossacaminhadade namoro e noivado. Reflexão em grupo: 1. Partilhar emgrupo suas experiências durante o tempo de namoro e noivado. 2. Partilhar lembranças do dia do casamento. O que se lembram da cerimônia do sacramento do matrimônio? 3. Quais os motivos mais profundos que levaramvocês ao casamento? 4. O que se pode esperar de reuniões de um grupo de pessoas casadas há pouco tempo?
  • 15. 15 Oração final 2º ENCONTRO AJUSTES Canto: A escolha Oração inicial Fundam. Bíblica: 1 Cor 13, 1-13 Texto para reflexão: De repente, o jovemcasal se acha frente a frente coma realidade: já não são mais solteiros. Aí começa o “viver uma só carne” que significa que duas pessoas partilhamo que possuem,não apenas seus corpos, seus bens materiais, mas também seus pensamentos, emoções, sucessos e fracassos. “É preciso conhecermuito o outro,para a conquista de uma qualidade de vida satisfatória.” Na maioria das vezes,o tempo de namoro e noivado foiinsuficiente para se saberquemé realmente aquele ou aquela comquemse passou a vivera mais íntima de todas as relaçõeshumanas.E quandoduas pessoas vindas de mundos diversos e compersonalidadesdiferentes começama viveressa intimidade,aíentão os desajustes começama aparecer.Bemdiz o velho ditado: “namora-se coma beleza física, noiva- se comas qualidades, mas casa-se comos defeitos.” Quando passamo entusiasmo e o encantamento da “lua-de-mel”, os defeitos vêmà tona.As máscarascaem,a vida emcomumtudo revela.Os primeiros choques e as primeiras crises aparecem. Mas se marido e mulher formamumverdadeiro casal, percebem que para poder crescerem, é necessário reconhecer as falhas. “Quemse considera perfeito, não temmais como crescer.” Seria impossível listar todas as falhas que os casais cometemno decorrer do matrimônio. Veremos apenas as mais comuns: falta de diálogo - desaparecimento gradativo do romantismo - ambos estão muito ocupados e não há tempo para uma conversa a dois, tão comum no namoro e no noivado - não há interesses comuns (vínculos); cada um constrói uma “vida particular” - realce da agressividade, da impaciência, da intolerância,do nervosismo,da apatia - relações sexuais semsentido profundo,mais umato fisiológico do que uma demonstração de amor e afeto entre o casal - silêncios prolongados - deixar de falar umcomo outro. (Ler Efésios 4, 26-27) A imaturidade talvez seja umdos elementos que mais prejudicamo início de umcasamento (o agente deverá comentar sobre cada item) Para superare venceras crises devemos usar as seguintes armas: o perdão, o diálogo, a paciência, a tolerância, o romantismo,a aceitação, o carinho, a atenção, o interesse e o AMOR. E não esquecer de colocar DEUS emnossa vida e centralizar nossa vida emDeus. “Assimcomo uma planta, o casamento deve ser cuidado, regado diariamente comamor e adubado comcompreensão e carinho”. Reflexão em grupo: 1. O que fazer para superar as dificuldades que aparecemna vida a dois? 2. Das falhas citadas no texto, qual a mais difícil de ser combatida? Por que?
  • 16. 16 3. Você temalguma experiência sobre o assuntoque possa ajudar o grupo? Conte-a. 4. Você sabe perdoar? Oração final 3º ENCONTRO SOGROS E SOGRAS Canto: A escolha Oração inicial Leitura Bíblica: Eclo 3, 1-18 ; Rute 1, 15-18 Texto para reflexão: As constituiçõesfamiliaresatuaissãomuitoreduzidas.Anovafamília constituída de marido,mulhere filhosprecisa alimentarrelaçõescomoutrosparentes e demodo particular comos paise sogros.Osfilhos,sobretudocriançase adolescentes,precisamconvivercomos avós,masalgumasvezesosjovenscasadostêmdificuldadederelacionamentocomseuspais e sogros.Énecessárioexistirumsadiorelacionamentoentreos que se casame seus pais e sogros;e osavósdevemestaremcontatocomseusnetos. Estamos perdendo o fio como passadoe desprezandoastradiçõesfamiliares que os avós guardame podemtransmitir. Hoje os meios de comunicação e a cultura existente fazemquestão de depreciara sogra, criando piadinhas grosseiras e de mau gosto, numa totalfalta de respeito às pessoas mais velhas e que já temuma história, muitas vezes feita de sofrimentos e reveses. Para as pessoas de bom senso e de espírito cristão, a sogra deverá ser uma segunda mãe e ponto de apoio aos jovens casais. Fatos da vida: a) Muitas vezes umfilho ou filha temque morarcomseus pais ou sogros,às vezes porquestões econômicas. Que fazer? Ambos, pais e filhos, devemrespeitar a autonomia do outro, e todos devemsentir-se à vontade. Esta deve ser uma situação provisória, pois “quem casa, quer casa”, evitando-se qualquer interferência dos pais na vida dos filhos. Por outro lado, os filhos deverão deixar aos pais e sogros um espaço de liberdade e tratá-los com todo carinho. Infelizmente existem situações delicadas, nocasodemorarem juntos(nora ougenros humilhados e pais desprezados). b) Os problemas do casal deverão ser resolvidos por eles mesmos, seminterferências. Os pais poderão ajudá-los, levando-os a umdiscernimento tranqüilo da situação, mas nunca interferindo, tomando decisões oumesmo facilitando a desuniãodo casal. c) Pode acontecer que os jovens casados precisemtrabalhar e necessitemdeixar os filhos com pais e sogros. É necessário cuidado para que esses não sejam“explorados”, mas que auxiliem, como lhes forpossível. São estas, entre outras, algumas situações que podem surgir e que devemser resolvidas com bomsenso,amor e respeito. Novos tipos de avós:Quando se falava de avós,pensava-se logo numa pessoa idosa,fazendotricô. Hoje, os avós, especialmente os que são avós muito cedo estão emplena atividade, têmseus compromissos e responsabilidades. Fazem questão de terem relacionamento com seus filhos e netos, mas desejamconservar sua independência. Por outro lado,o relacionamento avós-netos é importante, poisosavóstransmitemcoisasqueospaisnãotêmtempo ounãosabemfazer. Há sombras e luzesnorelacionamentodosjovenscasados comseus sogros.Éfundamental que o novo casal, que está iniciando uma nova família,deve crescere amadurecer,superando as crises, seminterferência dos seus pais e sogros. No entanto deverão conservar-lhes o respeito,o carinho, a amizade e a convivência sadia comseus filhos,tendo neles umponto de apoio emsuas vidas.
  • 17. 17 Reflexão em grupo: 1. O que vocês esperamde seus pais e sogros? 2. Como deverá ser o relacionamento no caso de moraremjuntos? 3. Conhecemavós que assumirama educação dos netos, bemcomo todas as decisões? Oque vocêsdizema respeito? Oração final 4º ENCONTRO HÁBITOS RELIGIOSOS Canto: A escolha Oração inicial Fundam. Bíblica: Mt 7, 24-27 Texto para reflexão: Os primeiros anos de casamentosãopropícios à formação de hábitos religiosos e cristãos que acompanharão para sempre a vida da família. Por isso, os recém- casados precisam e devem ser ajudados a tomar consciência da importância de iluminar sua vida a dois e familiar coma claridade do evangelho. IGREJA DOMÉSTICA: Quando se afirma que a família é a Igreja doméstica não se quer insinuar uma realidade falsa ou idealizada. Deseja-se afirmar que a primeira e mais fundamentalexpressão da comunidade eclesial está na família. Pai, mãe, filhos e eventualmente outros parentes constituem o núcleo básico da família. Assim, é necessário queos paiscristãosfaçamde talmaneira que sejamclaros os sinais de que a família é célula da igreja: “Da união conjugal procede a família, onde nascem os novos cidadãos da sociedade humana,que pela graça do Espírito Santo se tornamfilho de Deus no batismo,para que o povo de Deus se perpetue no decursodos tempos.Énecessário que nesta espécie de Igreja doméstica os pais sejampara os filhos, pela palavra e pelo exemplo, os primeiros mestres da fé.” (Lumen Gentium – Vaticano II). GESTOS RELIGIOSOS E CRISTÃOS: Para que efetivamente os esposos e posteriormente seusfilhos possamsermais cristãos, se torna importante a criação de hábitos religiosos. a) Oração conjugal: Alémda oração individual,é necessário quecasaldesenvolva o hábitoda oração conjugal e, depois que chegarem os filhos, a oração familiar. Momentos mais propícios para a oração: de manhã, na hora das refeições ou à noite. b) Local para a oração: Tanto para a oração conjugal como para a oração familiar é conveniente se dispor de um local adequado. Deve ser um local tranqüilo, onde não haja muita movimentação de pessoas, deve conter uma imagemde Cristo e uma de Maria; um terço,tambémalguns livros de orações.Umcantinho de oração assimarrumado, com uma vela acesa na hora da prece cria no lar um ambiente propício para o fortalecimento da fé. c) Diálogo conjugal:
  • 18. 18 Nada mais salutardo que o casalinstauraro hábito de umbalanço regularde sua vida a dois atravésde umdiálogo mais prolongado ao menos uma vezno mês. O casal poderá começaressa conversa a dois comuma prece ao Espírito Santo.Não se trata de uma conversa banal, mais de uma partilha honesta e sincera. d) Dias de estudos e de retiros: Não é possívelque o casalconstruasuafamília cristã e sua conjugabilidade à luz do Evangelho se ficamentregues a si mesmos. Dias de reflexão com outros casais e outras famílias se mostramúteis e necessários.Énecessário refletirsobretudo sobre a missão de uma família aberta ao mundo e à Igreja. Se possível esta família deve pertencer a umgrupo de reflexão ou comunidade de casais. e) Missa dominical: Participar semanalmente da Eucaristia é hábito vital para a família cristã. É na Eucaristia que temos a presença viva do Cristo Salvador. A Eucaristia nos cura e nos fortalece, nos alimenta espiritualmente. f) Viver os tempos litúrgicos e comemorar os acontecimentos familiares: Já nos primeiros anos de casadoso casaldeveria lembrar-se da preparação para o Natal e a Páscoa, festejar adequadamente as grandes festas da vida da Igreja, e lembrar diante de Deus, as datas familiares mais queridas e mais importantes. g) Adquirir o hábito do serviço: Ninguémvive para si. Poderservirgratuita e generosamente aos irmãos é causa de alegria e sinalde maturidade cristã.A vivência comunitária amadurece e solidifica o relacionamento do casal. É importante que não se busque reconhecimento e aplausos, mas a realização de um serviço fiel e discreto. Quando os filhos forem crescendo compreenderão que seus pais vivemo Evangelho que lhes pregam. CONCLUSÃO: É importante que o casal desenvolva, logo nos primeiros anos,e procure colocar em prática no seu dia-a-dia, hábitos cristãos como esses descritos brevemente. Na medida em que os filhos crescem, esses se tornarão costumes e hábitos familiares, fortalecendo e solidificando a família. Como resultado teremos uma sociedade mais justa e mais fraterna. Reflexão em grupo: 1. O que vocês entendempor Igreja doméstica? 2. O que seria efetivamente a oração conjugal? 3. Como se festeja o Natal e a Páscoa emsuas famílias de origem? Que lembranças guarda das festas religiosas da sua infância? 4. Vocês já se sentemchamadosa umtrabalho concreto emsua comunidade eclesial (Igreja) ou no bairro onde mora? 5. Que lugar a missa ocupa na vida de vocês? Temdificuldade emparticipar dela? Leitura bíblica (Jo 15, 12-16) Oração final “Na oração, a família reencontra-se como primeiro “nós”, no qual cada umé “eu” e “tu”’cada um para o outro respectivamente marido ou esposa, pai ou mãe, filho ou filha, irmão ou irmã, avô ou neto. São assimas famílias, às quais me dirijo comesta Carta? Certamente não poucas são assim,mas os tempos emque vivemos manifestam a tendência para restringiro núcleo familiar ao âmbito de duas gerações. Isso sucede
  • 19. 19 freqüentemente porcausado acanhamento das moradias disponíveis, sobretudo nas grandes cidades.Mastambém,e não raro,o mesmo se deve à convicção de que mais gerações emconjunto são obstáculo à intimidade e tornama vida muito difícil. Mas não é precisamente este o ponto fraco? Há pouca vida humana nas famílias dos nossos dias. Faltampessoas comquemcriar e partilhar o bemcomumcomos outros...” Carta às famílias, 10 ( João Paulo II ) 5º ENCONTRO CHEGADA DO PRIMEIRO FILHO Canto: A escolha Oração inicial Fundam. Bíblica: Lc 2, 4-21 Texto para reflexão: Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher.(Mt19,5) Quando os noivos recebema bênção do sacramento do matrimônio,na celebração o padre pergunta com bastante clareza: “Vocês estão dispostos a receber comamor e carinho os filhos que Deus lhes confiar, educando-os na lei de Deus e da Igreja? “É a maior alegria para umcasalquando chega este momento, é maravilhoso ver o fruto do amor de umhomeme uma mulher brotar, crescer e nascer. Um casal sem filhos é sempre um casal; com filhos, passa a ser uma família. Muitas vezes a emoção e outras preocupações do casamento são tantas que os noivos não percebema profundidade deste compromisso que estão assumindo diante de Deus e da comunidade. Um casal jovem precisa ter muita firmeza, pois para serem pais responsáveis, requer sacrifícios, renúncia, compreensão e muito amor. Quando o filho é esperado comamor e carinho, ele nasce tranqüilo e seguro. Será sempre uma criança feliz, porque se sente amado e querido. Quando o filho vem sem planejar, sem esperar, às vezes cria-se um clima de muita tensão, preocupação, ansiedade e muitas vezes o casal está atravessando dificuldades financeiras. Este filho deve ser amado como se fosse único. Quando acontece a gravidez, é necessário que os dois, marido e mulher, vivamjuntos cada momento dessa gravidez, pois este período é difícil para a mulher.Há transformações físicas e psicológicas. A gestante fica sensível e muito carente. Deseja mais diálogo, companhia do marido, ser mais amada, pois se sente insegura devido às transformações que o seu corpo vai sofrendo dia após dia. O marido deve acompanhar estas mudanças com muito amor, carinho e dedicação, ou melhor, a gravidez deve ser vivida a dois. Chegada a hora do parto é muito importante a presença do pai, que deve estar ao lado de sua mulher o maior tempo possível,acompanhá-la ao hospital, vivendo cada momento comfé, confiança e amor. Quanto ao sexo do filho é preciso muita compreensão e aceitação. Se menino ou menina, o importante é que este filho é fruto do amor dos dois, é domde Deus, conseqüência natural docasamento eda constituição da família. Um decidido “sim” à vida. Quanto ao número de filhos é preciso que decidamcommaturidade e responsabilidade; é uma decisão dos pais. O planejamento familiar deve ser feito de maneira cristã, consciente, com acompanhamento de um médico cristão. Os pais deverão criar os filhos a exemplo de Jesus, que crescia em estatura, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens.(Lc 2,52). Precisamos aprender com José e Maria que criaram Jesus com tanto amor, dedicação e participação na comunidade. Eles participavam das festas religiosas da época e tinham experiência e vivência comunitária. Uma família cristã deve escolher para padrinhos de seus filhos,pessoas que tenhamtestemunho de vida na família e na comunidade, que sejamcatólicos participantes, sendo exemplo de vida.
  • 20. 20 Pais e padrinhos educam mais pelo exemplo. Os filhos observammuito os pais e se espelham neles, é lindo o costume de muitos pais darem uma bênção a seus filhos antes de dormirem, traçando sobresuafronte osinal da cruz.(Ler II Tim3,14-17;Ef 6,1-4) Reflexão em grupo: 1. O grande objetivo do matrimônio é a felicidade do casal. O que a chegada do primeiro filho significa nesteobjetivo? 2. Citem quatro comportamentos fundamentais do pai em relação à mãe durante o período da gravidez. 3. Oambiente da família, a exemplo dospais educammais doque as palavras. Concordam? 4. Vocês já pensaramno compromisso que fizeramdiante do altar de receberos filhos que Deus lhesconfiar,educando-osna leide Deuseda Igreja? Como? Oração final 6º ENCONTRO DECISÕES E PROJETOS DE VIDA A DOIS Canto: A escolha Oração inicial Fundam. Bíblica: Col 3, 12-17 Texto para reflexão: O matrimônio cristão é ao mesmo tempo uma maravilha de Deus, umprojeto de vida,uma construçãopermanente; é o amor humano transfiguradopela graça. Mas o amor humano é frágil, precisa de proteção contra as agressões internas e externas. O projeto de vida a dois é acima de tudo, a felicidade do casal, o que se consegue como amor semlimites, umajudando o outro, assumindo a sua história a dois,no corpo e na alma, na carne e no espírito,cada umprocurando fazera felicidade do outro, encaminhando-o na direção da santidade, construindo juntos uma comunidade de vida e de amor; sendo fecundos nosfilhos,envelhecendoserenamente juntos e preparando-se para contemplar tambémjuntos a Deus que os uniu. Portanto,o jovemcasaldeve ficaratento para qualquer sinal que se apresente para quebrara harmonia que deve existirentre os dois.Vejamos algumas situações nas quais se manifestam“certos desentendimentos”. a) Cada um traz consigosuahistória familiar, boa ou problemática: quando aparecem as dificuldades, cada umtemseus pontos de referência emsua própria experiência familiar. Os que constroemo casamentonão estão somentedianteda novidade de uma pessoa, mas tambémcomuma família nova, que muitas vezes conhece pouco. b) Pode ser que durante o namoro e noivado ele e ela tenham sido vigilantes nos detalhes: aparência, asseio pessoal, cuidados e atenções. Uma vez casados, pode acontecer que haja umrelaxamento. As pessoas se acomodam. E surgembrigas por ninharias, ou comparações como que ume outro viveramcomsuas famílias. c) Amigos:Pode serque umou outro exagere o relacionamento com“seus amigos” de solteiro, surgindo desavenças por causa deles. d) Trabalho fora de casa:Não discutimos o fato dosjovens casados e especialmente a mulher, tenha que trabalharfora de casa.Hoje isto é o que mais acontece. No entanto não podemos deixar que o trabalho fora de casa traga reflexos para a vida do casal. e) Decisões: é um momento delicado. Há pessoas que têm dificuldades de ver as coisas; ourassãomuito indecisas;outrasainda sãoautoritárias e impõemseus pontos de vista semrespeitaros do outro.Os dois precisarão tomara decisãojuntos e não um ir decidindo e o outro ir aceitando passivamente. f) Orçamento familiar: Podem surgir desavenças na maneira como um e o outro gastam o dinheiro, sobretudo nas coisas supérfluas, como bebidas emrodadas de amigos e compras desnecessárias. g) Ciúmes: O ciúme pode se constituir numdelicado problema tanto nos primeiros anos, como nos outros. “O ciúme e sepultura do amor”. O casal que se ama deve confiar no outro. Ciúme é demonstração de insegurança e imaturidade.
  • 21. 21 É bomsempre ficar alerta para alguns sintomas que podemsurgir na vida do casal: 1) Pode se instaurarumsilêncio entre o casal, quando usammonossílabos, evitando uma conversa mais demorada. 2) Falta ou diminuição de gestos carinhosos que se faziampresentes anteriormente. 3) Não se dá mais importância a detalhes,a datas e outras coisas. 4) Falta de vontade de fazerprogramas a dois,preferindo-se a televisão,ou a retomada dos hábitos de solteiro. 5) Quando o casal sai, sempre quer a companhia de terceiros. 6) Um vai dormir bemmais cedo que o outro e finge estar dormindo quando o outro chega para evitar o encontro. 7) Aumento do número de criticas e observações indelicadas coma família do outro. Quando as coisaschegama este ponto, é porque o diálogo foi interrompido e está havendo imaturidade da parte dosdois. Mesmo que as coisas não andembem, é necessário evitaralgumasatitudes,como:Nunca chegarà agressividade ou ao uso de palavras desrespeitosase humilhantesao outro; nunca sairde casa,mas tentar superar os problemas a dois; dormirsempre na mesma cama; enfrentaras questões comcalma e lucidez; não envolverospais ou parentes,mas se necessário, solicitar ajuda de uma pessoa neutra, de bomsenso. Nestes casos,as atitudesque podemajudarsão:o diálogo,reconhecimento dos valores do outro, ouvir as opiniões do outro, analisando e tentando chegar à uma solução comum, nunca dizendo um “não” definitivo; ter a habilidade de sorrir e enfrentar certas situações com humor; renovar os gestos carinhosos do tempo do namoro e do noivado; reconhecer os próprios erros e equívocos; não se acomodar. Conclusão: Mais se poderia dizer. As considerações feitas no entanto parecem ser suficientespara uma troca de idéias emgrupo. Compouco tempo de casamento será preciso revero projeto conjugal,reavaliaros propósitos e dar-lhes mais consistência e solidez. Reflexão em grupo: 1. Vocês achamque os primeiros anos de casamento têmdificuldades particulares? Será que há mesmo uma crise no casamento nos seus primeiros anos? 2. Vocês percebemque estão colocando emcomumsuas tradições familiares? 3. Como vocês estão tomando as decisões importantes de suas vidas? 4. Comentar emgrupo a lista de sinais de alarme no tocante ao casamento. 5. Que lhes parece importante fazerpara superaralgumas crises ou dificuldades acima citadas? Oração final. ORAÇÃO DO CASAL Nesta hora da vida, Senhor, aqui estamos nós dois. Em cada instante, emcada minuto da vida, somos umdo outro. Como é misterioso o amor! Como é impenetrável o bem-querer! Dois seres tão diferentes,umhomeme uma mulher, dois que se pretendemser umna diversidade doscaracteres,nossa fechamentose na vontade de fusão, correndo umao encontro do outro, fugindo umdo outro como se fosse quimera uma tal fusão! Nós dois, tão frágeis, tão fortes, frágeis na vontade de possuir, fortes na defesa da fragilidade do outro. Nós dois e essas crianças dos cabelos encaracolados, dos gritos enervantes, das doençasquepreocupam,essascriançasquesão frágeise nasceramde nosso amor tão louco e tão racional, tão possessivo e tão oblativo, esse nosso amor de ontemtão juvenil e adolescente, de hoje tão forte e tão inquietante, mas esse amor de sempre. Senhor,só tu sabesamar,só tu és a fonte de amor; de teu peito cheio de amor verteste rios de ternura sobre nós. No amor há morte, no amor há vida,há mistério pascalno cotidiano de nossas vidas.
  • 22. 22 Nós dois e mais os nossosfilhos, sempre juntos, contigo, no mar das incertezas e na rocha das fortalezas,na cruze na luz, nós dois,cheios de amore carentes do teu amor. Olha, Senhor, estamos sempre juntos. Fortifica a casa do nosso amor para que os ventos do egoísmo e as tempestades do ciúme não se abatamsobre nósque estamosdiante de ti,tão juntos,tão próximos, nós dois. Do livro Encontro comCristo.Vozes, Petrópolis p.95-96. 7º ENCONTRO FAMÍLIA CRISTÃ Canto: A escolha Oração inicial Fundam. Bíblica: Ef. 4, 17-32 Texto para reflexão: Algumtempo já se foidesde o casamento de vocês até hoje: dois anos, um ano, alguns meses. Não importa. O certo é que vocês estão tentando colocaremprática os bonspropósitosque foramacertados durante o namoro e o noivado.As transformaçõespelasquaisvêmpassandoo mundo e a família, nesses últimos tempos,nos dãoa certeza de que não podemos esquecerque a vigilância deve ser dobrada. Após a reflexão sobre os vários temas aqui propostos, temos certeza de que vocês estão mais atentos para o combate. A experiência vivenciada pôr vocês, no casamento, leva-os a acreditar que o amor deve ser o “motor” a impulsionarsuas vidas,e a vida dos filhos.A entrega mútua do casal deve fazer comque a união não seja fugaz mas duradoura. Vida a dois afasta todo e qualquer individualismo. Precisamos uns dosoutroso que afasta do casal, o isolamento. É na família que deve serconstruída a personalidade comtodas as suas implicações. A família deve ser um lugar acolhedor, onde ninguém deve ser excluído, mas todos tenham seu papel. a família deve sertão aberta quepossa acolhera todos, daí o acolhimento que deve ser contínuo, no seu seio. Reflexão em grupo: 1. O que vocês entendem praticamente com a designação da família como uma comunidade de vida e de amor? 2. Em que sentido a família é lugar de encontro e de formação da pess oa? 3. Como os membros de uma família podem, praticamente, viver o encontro?
  • 23. 23 4. O que significa construir uma civilização do amor e como a família pode dar sua contribuição para tanto? 5. A família cristã possui traços diferentes das outras famílias? Quais? Leitura bíblica: Em 12, 9-18 Oração final 8º ENCONTRO VIDA CONJUGAL Canto: A escolha Oração inicial Fundam. Bíblica: Efésios 5, 25-33 | Pedro 3, 1-7 Texto para reflexão: O casamento é a união e a vida emcomumde dois seres humanos, umque é homeme outro que é mulher.O respeito a essa realidade tãosimples é fundamental.A construção do casamento se fará numa repetição infinita de gestos, e palavras, de diálogos,de expressões de atenção e de respeito. Será fundamental rever sempre de novo se os dois olham na mesma direção, se buscam, no respeito, nas diferenças estaremjuntos para o bemdo outro. Nesse dommútuo,maduro,perseverante haverá o momento da renúncia que é umpeso suportado,mas momento de superação doegoísmo para que o amor conjugal se manifeste.A renúncia é de parte a parte.Não há possibilidade de construção do nós quandoumdos cônjuges é dome outro egoísmo. A renúncia só temsentido e valor quandose dá no contexto de umamor mútuo e interpessoal e certamente quando não avilta a dignidade. A chegada do sofrimento,do contraditório,da doré momento de prova do amor. Quando um casal sabe acolher um sofrimento e manter a união terá solidificado o projeto conjugal. A desistência do esforço e a moleza interior são responsáveis por casamentos fracassados e sembrilho. Quando falamos da harmonia conjugal não estamos defendendo um casal fechado, voltado para si. O casal é realidade aberta e se orienta para fora do lar. Particularmente importante será o convívio comoutros casais.
  • 24. 24 Ninguémvive ou aprende sozinho. Casais ensinamcasais a viveremjuntos. A pertença a umgrupo de casais,tantonasclasses pobres quantonas remediadas e altas, é elemento importante na construção do casamento. A troca de idéias, o ver outros construírem a unidade, o partilhar das dúvidas e dos temores, quando o grupo é maduro e não se reúne apenas para futilidades e alimentar a dimensão social emseu sentido de mundanismo, é de grande auxílio para se ver claro a realidade conjugal e reorientar caminhos que correm tortuosamente. Com o casamento diminuem os contatoscomamigos solteirose a vida do casalnão podelimitar-se às quatro paredes da casa e às visitas a familiares. Melhorainda,para os cristãos,se esses grupamentos tiveremo cuidado de fomentar uma espiritualidade conjugal. Para viveruma boa vida conjugalé preciso veralguns pontos importantes como: Presença: (Amar é viver coma pessoa amada) O amor exige a presença da pessoa amada não somente física, mas, sobretudo, psicológica,isto é,presença de amor,de compreensão de serviço e partilha, pulsando e vibrando de amor. A ausência resfria e mata o amor. A União: Amar é viver unido ao amado. A vida conjugal exige união, fusão de dois corações numsó. Exige intimidade. Cristo para satisfazer as exigências do seu amor para conosco, instituiu a comunhão.Cristo se dá todo à pessoa e a pessoa se dá toda a Cristo. Assim, também Deus querque seja a união doscasadosa ponto de formarem“uma só carne”. A vida conjugalé completa quando nela se realizamtrês elos importantes: Corpo-Coração e alma. No corpo aquele desejo de se dar,de fazero outro plenamente feliz, no coração a doação afetiva, união de sentimentos, de amizade, através dos carinhos, atenção, compreensão, perdão, renúncia e aceitação. Na união da alma, vemos a doação espiritual na participação, na busca do fortalecimento do amor através da palavra de Deus, da oração conjugal, feita pelos dois diariamente dentro do ambiente do lar, no aconchego dos dois. Na vida conjugal outro ponto importante é o sacrifício de renúncia. Amar é sacrificarpelo outro.O amor se mede pela capacidade de renúncia e de sacrifício de umpara o outro. O sacrifício torna forte o amor. A todos Cristo disse: “Se alguém quer ser meu discípulo, tome a sua cruz, renuncie a si mesmo e siga-me”(Mt 16, 24). Amar é estar a disposição do outro, é fazer da vida conjugaluma vida de felicidade,realização de fecundidade que produza a realização do casal, para seremplenamente feliz. Reflexão em grupo: 1. Como estáasuavida conjugal? 2. Dentro davida conjugal devocês,temlugar para a oração? 3. Em relação aosacrifício, renúncia e desentendimento, qual temsidoa suaatitude? Oração final
  • 25. 25 9º ENCONTRO “FELICIDADE FAZ-SE COM FIDELIDADE” Canto: A escolha Oração inicial Fundam. Bíblica: Fundamentação:(Marcos10,1-11)(Cânticos 1,1-4/8,6) (I Cor 2,4)(Rute 1,16)(Tobias 4, 6-12) Texto para reflexão: O amor afetivo encontra a sua expressão mais elevada no amor espiritual pelo que se procura a realização da perfeitação totaldo seramado na sua realidade integral formada de corpo e alma. Não podemos amar apenas o corpo, ou a alma somente. Ninguém diz: amo a tua alma ou amo teu corpo. Diz: Amo-te a ti, amo o que em realidade é a tua personalidadecompleta.Não a dúvida de quea felicidade acompanha a construção do casamento,quando se fazumprojeto de vida a dois,planeja e assume a chegada dos filhos comtodas as suas conseqüências, amando e sendo fiel. Fidelidade é um dessesvaloresque todos devem buscar. Buscar os valores da vida é buscar a própria vida. Diante desta realidade é ver no dia-a-dia: Viver é só seguiros instintos naturais? Comer, trabalhar, divertir-se, reproduzir a vida? Viver é conseguiralguémpara si,terfilhos,ter casa própria? Viveré serfiel ao Plano de Deus na vida.Ser fiel é crescerna escolha dos valores que satisfaçama vida, satisfaçamo coração. O amor imaturo diz assim: “Amo-te porque me tornas feliz”. O amor amadurecido, pelo contrário, expressa-se de modo diferente: “Sou feliz porque te amo”. Aquele que ama verdadeiramente é fiel, o faz por puro amor, semsegundas intenções. Ama comentrega total, semreservas no espaço e no tempo emqualquer circunstâncias.Esse amorirrevogávelchama-se Fidelidade,que comcerteza produzirá felicidade!
  • 26. 26 COMO SER FIEL DIANTE DAS MUDANÇAS? Se queremos ter uma profunda alegria de viver, teremos ao mesmo tempo que procuraruma profunda vivência de amor.O amor é a grande força que nos impulsiona para o futuro.A grande motivação,o motorda vida.Quandonão há amor,a vida pára. Hoje as pessoasestão sempre commuito dinamismo, estão sempre numprocesso de transformação,quandose refere as grandesdecisõescomo:casamento, vida religiosa, sacerdócio,vida profissional.Os jovenssonhammuito e temvontade de estar sempre experimentando coisas novas. Mesmo porque buscam um caminho, uma meta, um sonho a se realizar. E ainda tem toda a eternidade de Deus que lhe espera, todo o amor e toda felicidade infinita vivida para sempre ao lado dos familiares e da pessoa amada.Assim sempre será o jovem vivendo o próprio amor. Buscando sempre crescer, aprender mais, criar raízes, mudar sempre com sabedoria, não permitindo que o egoísmo, a vaidade, a infidelidade faça parte desta mudança. (Lc 1, 30-38). A exemplo do evangelho de Lucas, Maria viu a grande mudança na sua vida assumindoa maternidade de Jesus.Sendofiela Deus.Confiando e obedecendo Maria nos dá o grande exemplo de fidelidade. FIDELIDADE PESSOAL (OU FIDELIDADE À PESSOA) A fidelidade pessoalno amoré uma qualidade tão natural como o próprio amor. Deus uniu num mesmo ato, a criação do homeme a fidelidade do amor. De acordo coma Bíblia, Gênesis 1-27,28, nos fala que depoisde criaro homem, Deus sentiu que para uma felicidade completa o homemprecisava de uma companheira e que depois da bênção seriam uma só carne, queria que se fundissem num só corpo homem e mulher, com um amor fiel até a morte. Não pode haver uma afirmação mais clara de que a fidelidade é uma qualidade inseparáveldo verdadeiro amor.A fidelidade de uma união assim, precisa primeiro ser de umpara o outro. A exemplo da fidelidade pessoal de Jesus com Deus, como vemos (Lucas 16,10). Como também em muitos textos bíblicos que poderemos pesquisar. Vemos tambémcomo no casamento é feito umcompromisso de fidelidade de uma pessoa a outra.É preciso terconsciência,sabe-seque o serhumano é frágil, poréma confiança se conquistano dia-a-dia da vida.É no conviverdiário que se constrói uma vida toda. Mais uma vez, percebe-se que o fundamento do amor é feito de fidelidade. A fidelidade sempre supõe um compromisso de amor a uma pessoa. O ser humano está sempre buscando coisas novas embora perdura o essencial da pessoa. Quando éramos crianças, adolescentes tínhamos reações diferentes daquelas que passamos a ter na idade de jovens e adultos. Hoje percorrido uma boa parte do caminho da nossa história, tendo atravessado dificuldades e tormentas, somos nós mesmo, embora diferentes,tendo opinião própria,gostos,escolhas diversas, mas se o amor é a meta maior, aquela união será sempre cheia de confiança e fidelidade. Fundamentação: Gênesis 22, 1-19 (Fidelidade de Abraão comDeus FIDELIDADE A UM PROJETO COMUM (Mc 10, 1-11) “A perseverança está para a coragem como a roda para a alavanca: É a renovaçãoperpétua do ponto de apoio.Esteja na Terra ou no Céu o alvo é a vontade,a questão é ir a este alvo custe o que custar. “O caminho para a fidelidade é a
  • 27. 27 perseverança.O amor emtermos humanos, é a grande motivação, na perspectiva da fé, é a grande força do espírito (1Cor 2,4). “Um sem amor, em qualquer terreno, é como um motor sem combustível. Mas um homem com amor é mais forte do que a morte.”(Cant 8,6) Os que se amam e querem uma vida juntos para toda a vida, que maravilha! Fundirduas vidasnuma só vida; dois destinos numa única realidade!Para conseguir à santidade mútua!Quandobrota docoração esta vontade de realizarum projeto de vida a dois este projetose torna comumpara ambos.Então comgrande entusiasmo buscam esta realização.O sonho natural de todo jovemé encontrar umgrande amor, casar e ser feliz, e quando encontra fazemjuntos umprojeto.” “São Tomás diz que a perfeição fraterna se manifesta “Quandoo homemdá pelo próximo não só os benstemporais,mas tambémos seus bens espirituais e finalmente se entrega a si mesmo por completo.” Fazer um projeto de vida à dois sempre visando o bemcomumé preciso que haja a participação, diálogo, muita renúncia, requer também uma maior doação e muita fidelidade de ambas as partes. Reflexão em grupo: 1. Oque vocêentendeporfidelidade? 2. Nos tempos atuais como você vêa fidelidade a dois? 3. Quais asconseqüênciasdainfidelidade? 4. Você é capaz deperdoar? Oração final 10º ENCONTRO VIDA ESPIRITUAL Canto: A escolha Oração inicial Fundam. Bíblica: Hebreus 11,1-12 – I Cor 12, 12-30 Texto para reflexão: Normalmente falando os que se casam diante do Senhor, os que recebem o sacramento do matrimônio são pessoas que crêememCristo e que têmemsi a vida cristã. Na realidade o cristianismo é uma vida. Cristo se apresenta como porta, caminho, verdade, luz e vida do homem. Pelo batismo e pela vivência da fé vai havendoumcrescimento interior,o desenvolvimento de uma vida realmente espiritual que não é uma segundaestrutura da existência, mas a vida de todos os dias dilatada às dimensões da vida de Cristo vivo e ressuscitado emcada umde seus discípulos. No tempo de solteiro pode acontecer que o rapaz e/ou a moça tenham se dedicado à oração,ao estudoe compreensão do Evangelho, à ação cristã no mundo. Não é normal que,como casamento,esseprojeto seja abandonado ou interrompido. Pode mesmo acontecerque,quando uma das partes não teve vida espiritual cristã, a outra venha a ser prejudicada. Poucas vezesse observa empenhocomumna construção da vida a dois à luz da fé. Poucos casaisconcebemumprojeto espiritualcomum.Nota-se que umou o outro
  • 28. 28 continuam com certa religiosidade, certas práticas religiosas adquiridas em suas famílias de origem, mas na realidade não há esquemas novos de construção de uma vida espirituala dois.Como casamentoinstaura-sea nova realidade docasale assimé normal que se possa falarde uma espiritualidade conjugal e familiar. Não é suficiente que marido e mulher, isoladamente, continuemsua vida cristã. Será necessário criar umnós diante do Senhor. Uma antiga expressãodizque os cristãos se casavamno Senhor. Estabelece-se entre marido e mulher um laço de aliança, umpacto de amor no amor do Senhor. A espiritualidade conjugalconsiste numa vivência da fé, emtodas as suas dimensões, a partir da dimensão conjugal e familiar. Não se trata somente de algumas práticas comuns realizadas a dois, mas de todo umempenho de fazer comque a fé penetre a vida dos dois e da família. Marido e mulher são chamados por Cristo. Já tinhamcomeçado a dar resposta ao pedido de Jesus: “Vem e segue-me”. Na nova situação de casados haverão de continuara dara resposta ao seguimento do Mestre numa outra e particular situação de vida. Assim como Senhor Altíssimo fez aliança com seu povo, assim marido e mulher, no Senhor,estabelecemumpacto mútuo.São dois destinos eternos que, à luz do Evangelho, vão respondendo à sua vocação cristã e divina. A espiritualidade conjugal supõe uma busca comum da santificação. Não tenhamos medo de ouvir a palavra da santidade. Não se trata de alguma coisa desencarnada.Trata-se da preparação de nosso interior para viver a comunhão com Deus nestae na outra vida.Os cônjugescaminhamjuntos nesta direção e alcançama meta não commeios usados pelos monges e contemplativas, mas coma Palavra de Deus,a Bíblia, que está emsuas mãos,vivendo o dia-a-dia do casal e da família à luz dos desígnios de Deus e das exigências do Evangelho. * Os que se casamdevemterplena consciência e respeito a santidade e sublimidade do sacramento do matrimônio.Não basta,no entanto,talconsciência. O casal vive as graças do matrimônio ao longo de toda a sua vida: força para superar dificuldades, graças de fidelidade, ajuda para a educação dos filhos, etc. * Revisão constante da vida para sabercomo casal,marido e mulher estão realizando a vontade de Deus a seurespeito:Diálogo amorosoe ininterrupto a fimde verificar se o casal está vivendo o mandamento do amor fraterno e conjugal à luz do Evangelho. * Leitura comumda palavra de Deus na Bíblia: reflexão emcomume até mesmo com outros casaisno sentido de vercomo a palavra do Senhorse encarna emsua história a dois e familiar. * Participação comum da Eucaristia (missa ou culto) como alimento da vida a dois, como momento de oferecerao Senhor,pormeio de Cristo, a história de seu amor e de sua família. * Exercício comum das virtudes da humildade, paciência, misericórdia: vivência de tais virtudes no relacionamento a dois e familiar. * Prática da oração conjugal; marido e mulher não apenas repetem fórmulas em comum, mas se apresentamjuntosao ministério de Deus que os uniu e sustenta sua caminhada a dois.Exercitar-se-ão no sentidode criarem sua casa umclima de oração e devoção familiar. * Saberão também, marido e mulher, dedicar-se à comunidade cristã paroquial onde habitam. Anunciar a boa-nova do casamento e da família a outros casais e outros cristãos.Convémque o trabalho apostólico fora de casa seja realizado pelo casal para testemunhar que estão unidos no Senhor.
  • 29. 29 * O casal cristão saberá estar presente no mundo e construir umlar, mais aberto as necessidades de outras famílias e outros irmãos. Reflexão em grupo: 1. Como casaldescobrea vontadede deusaseurespeito? 2. Que lugar ocupaa oração na suavida conjugal e familiar? 3. Vocês temohábito de seoferecerem juntos aoSenhor nacelebração damissa? Oração final BIBLIOGRAFIA 1. A missão da família cristã no mundo de hoje (Exortação Apostólica de João Paulo II) – Ed Paulinas 2. Conclusões da Conferência de Puebla – Ed. Paulinas 3. Santo Domingo – Conclusões – CELAM – Ed. Loyola 4. Vida de Casal(linhas de espiritualidade conjugale familiar) Batista Borsato – Ed. Paulinas 5. CasadosHá Pouco Tempo (reflexões para os primeiros anos de vida conjugal e familiar) – Frei Almir Ribeiro Guimarães – Ed. Vozes 6. Segundo encontro de formação de agentes Pastoral Familiar (1996) – Arquidiocese de Vitória 7. Arquidiocese de Montes Claros – Pós Matrimonial. 8. Carta as Famílias – João Paulo II.