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Escoamento Laminar e Turbulento
Tópicos
•Resistência do ar
•Coeficiente de Arrasto
•Número de Reynolds
•Escoamento Laminar e Turbulento
• A Crise Aerodinâmica
•Camada Limite
•Rugosidade
•Força de Magnus
•Sustentação
A força de arrasto
arrasto Fa velocidade V
2
aa VAC
2
1
F ρ=
ρ = densidade do meio
A = área “frontal”
Ca = coeficiente de arrasto
Coeficiente de Arrasto
• ρAV2 tem dimensão de força
Ca = Fa / (½ ρAV2) é adimensional
Ca só pode depender de
quantidades sem dimensão
• Em um fluido incompressível (V<<Vsom) a única
quantidade adimensional é o número de Reynolds:
η
ρ
=
DV
Re Ca = f (Re)
D = dimensão característica (diâmetro da esfera), η = viscosidade do meio
Alguns coeficientes de arrasto
Carro esporte 0.3 – 0.4
Homem ereto 1.0 – 1.3
Carro de passeio 0.4 – 0.5
Avião subsônico 0.12
Paraquedista 1.0 - 1.4
Cabos e fios 1.0 – 1.3
Torre Eiffel 1.8 – 2.0
http://aerodyn.org/Drag/
Escoamento Laminar e Turbulento
Laminar Turbulento
Escoamento Laminar
Re << 1 ⇒ Ca = 24/Re ⇒ Fa = (3πηD) V
“atrito linear”
Re = 0.16
(cilindro)
Escoamento Turbulento
103 < Re < 105 ⇒ Ca ≈ 0,4 - 0,5 ⇒ Fa ≈ 0,2 ρAV2
Exemplo: Cálculo do Coeficiente de arrasto
Ar
• densidade: ρ ≈ 1,2 kg/m3
• viscosidade: η ≈ 1,8×10-5 kg m-1 s-1
Esfera
• diâmetro: D = 0,22 m
Vesfera = (6,7×10-5 m/s) Re
resistência proporcional
à velocidade (Re < 1)
Vesfera < 0,1 mm/s
“atrito linear” irrelevante!
Coeficiente de Arrasto de uma Esfera Lisa
Vesfera ≈ 0,1 m/s
Vesfera ≈ 20 m/s
CRISE
viscosidade domina
inércia domina
Stokes
Crise Aerodinâmica
0 10 20 30 40 50
V (m/s)
0
1
2
3
4
FA(N)
Esfera lisa
Na “crise” o coeficiente de arrasto diminui ~80%
Camada limite
• O fluido adere à superfície do corpo.
• A viscosidade transmite parcialmente esta adesão,
criando uma camada que tende a mover-se com a
superfície.
camada limite laminar camada limite turbulenta
Separação da camada limite S. Taneda
H. Werlé
Descolamento da camada limite
Re 105
A camada limite e a crise do arrasto
Antes da crise Depois da crise
camada limite laminar camada limite turbulenta
Efeito da Rugosidade
A crise do arrasto ocorre
mais cedo para esferas
de superfície irregular.
A rugosidade precipita a
turbulência na camada
limite.
bola de golfe bola de futebol “rugosa”
O Efeito Magnus
bola sem rotação rotação no sentido horário
A rotação muda os pontos de descolamento da camada limite.
A força de Magnus
VwF ×ρ= rAC
2
1
MM
• CM = coeficiente de Magnus
• w = velocidade angular
• r = raio da bola
FM
CM ~ 1 (grande incerteza)
ver por ex. K.I. Borg et al. Physics of Fluids 15 (2003) 736
Sustentação
O descolamento da camada limite
e a força de arrasto
Por que não é o lado afiado da asa que corta o ar?
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Escoamento Laminar e Turbulento: Resistência do Ar e Número de Reynolds

  • 1. Escoamento Laminar e Turbulento Tópicos •Resistência do ar •Coeficiente de Arrasto •Número de Reynolds •Escoamento Laminar e Turbulento • A Crise Aerodinâmica •Camada Limite •Rugosidade •Força de Magnus •Sustentação
  • 2. A força de arrasto arrasto Fa velocidade V 2 aa VAC 2 1 F ρ= ρ = densidade do meio A = área “frontal” Ca = coeficiente de arrasto
  • 3. Coeficiente de Arrasto • ρAV2 tem dimensão de força Ca = Fa / (½ ρAV2) é adimensional Ca só pode depender de quantidades sem dimensão • Em um fluido incompressível (V<<Vsom) a única quantidade adimensional é o número de Reynolds: η ρ = DV Re Ca = f (Re) D = dimensão característica (diâmetro da esfera), η = viscosidade do meio
  • 4. Alguns coeficientes de arrasto Carro esporte 0.3 – 0.4 Homem ereto 1.0 – 1.3 Carro de passeio 0.4 – 0.5 Avião subsônico 0.12 Paraquedista 1.0 - 1.4 Cabos e fios 1.0 – 1.3 Torre Eiffel 1.8 – 2.0 http://aerodyn.org/Drag/
  • 5. Escoamento Laminar e Turbulento Laminar Turbulento
  • 6. Escoamento Laminar Re << 1 ⇒ Ca = 24/Re ⇒ Fa = (3πηD) V “atrito linear” Re = 0.16 (cilindro)
  • 7. Escoamento Turbulento 103 < Re < 105 ⇒ Ca ≈ 0,4 - 0,5 ⇒ Fa ≈ 0,2 ρAV2
  • 8. Exemplo: Cálculo do Coeficiente de arrasto Ar • densidade: ρ ≈ 1,2 kg/m3 • viscosidade: η ≈ 1,8×10-5 kg m-1 s-1 Esfera • diâmetro: D = 0,22 m Vesfera = (6,7×10-5 m/s) Re resistência proporcional à velocidade (Re < 1) Vesfera < 0,1 mm/s “atrito linear” irrelevante!
  • 9. Coeficiente de Arrasto de uma Esfera Lisa Vesfera ≈ 0,1 m/s Vesfera ≈ 20 m/s CRISE viscosidade domina inércia domina Stokes
  • 10. Crise Aerodinâmica 0 10 20 30 40 50 V (m/s) 0 1 2 3 4 FA(N) Esfera lisa Na “crise” o coeficiente de arrasto diminui ~80%
  • 11. Camada limite • O fluido adere à superfície do corpo. • A viscosidade transmite parcialmente esta adesão, criando uma camada que tende a mover-se com a superfície. camada limite laminar camada limite turbulenta
  • 12. Separação da camada limite S. Taneda H. Werlé
  • 13. Descolamento da camada limite Re 105
  • 14. A camada limite e a crise do arrasto Antes da crise Depois da crise camada limite laminar camada limite turbulenta
  • 15. Efeito da Rugosidade A crise do arrasto ocorre mais cedo para esferas de superfície irregular. A rugosidade precipita a turbulência na camada limite. bola de golfe bola de futebol “rugosa”
  • 16. O Efeito Magnus bola sem rotação rotação no sentido horário A rotação muda os pontos de descolamento da camada limite.
  • 17. A força de Magnus VwF ×ρ= rAC 2 1 MM • CM = coeficiente de Magnus • w = velocidade angular • r = raio da bola FM CM ~ 1 (grande incerteza) ver por ex. K.I. Borg et al. Physics of Fluids 15 (2003) 736
  • 19. O descolamento da camada limite e a força de arrasto Por que não é o lado afiado da asa que corta o ar?
  • 20. O descolamento da camada limite e a força de arrasto em asas