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Psicanálise
Sigmund Freud (1856-1939)
Primeiros Estudos
• Jean M. Charcot e o tratamento da histeria através da hipnose – Freud recebeu
uma bolsa para estudar em Paris, com o neurologista, no enorme Hospital
Salpêtrière.
Psicanálise
Josef Breur e o Caso de Anna O.
Caso de Anna O.
Sintomas: dores de cabeça, paralisias parciais, períodos de excitação, perturbações
visuais e dormências. Outros sintomas apareceram mais tarde, incluindo
personalidades múltiplas, dificuldades de fala, alucinações bizarras e incapacidade de
ingerir líquidos.
Método catártico – os sintomas seriam resultado de emoções reprimidas e, se a
emoção fosse liberada, deveriam desaparecer.
1895 - Publica Estudos Sobre a Histeria juntamente com Breuer.
Psicanálise
Inconsciente: o adjetivo inconsciente é por vezes usado para exprimir o
conjunto dos conteúdos não presentes no campo efetivo da
consciência. São, mais especialmente, desejos da infância que
conhecem uma fixação no inconsciente.
Psicanálise
SEXUALIDADE
Na experiência psicanalítica e na teoria psicanalíticas, “sexualidade” não designa
apenas as atividades e o prazer que dependem do funcionamento do aparelho genital,
mas toda uma série de excitações e de atividades presentes desde a infância que
proporcionam um prazer irredutível à satisfação de uma necessidade fisiológica
fundamental (respiração, fome, função de excreção, etc.), e que se encontram a título
de componentes na chamada forma normal do amor sexual. (Laplanche & Pontalis,
1982)
Psicanálise
Já foi dito que a psicanálise poderia ser definida em termos de três conquistas
interdependentes de Freud:
1) Um método
2) Uma teoria das neuroses
3) Uma teoria da mente normal
(Sulloway, 1979, p.11)
Psicanálise
A Psicanálise como Método
Método da associação livre
Simplesmente pedir aos pacientes que dissessem o que lhes viesse à mente, que
falassem sobre qualquer coisa que quisessem.
O trabalho do terapeuta, então, era ouvir o que estava sendo dito e o que não estava
sendo dito.
Análise de sonhos
Psicanálise
A Psicanálise como Método
Transferência
A transferência ocorreria na terapia quando o paciente transferia sentimentos, como
amor, desejos sexuais, ódio, raiva ou inveja, do objeto original, como, por exemplo, o
cônjuge ou a mãe, para o terapeuta.
Resistência
A resistência ocorreria quando, na sessão terapêutica, o paciente se recusa a revelar ou,
talvez, até mesmo pensar sobre certo material, por ser algo muito traumático ou muito
embaraçoso.
Psicanálise
Pulsão: processo dinâmico que consiste numa pressão ou força (carga
energética, fator de motricidade) que faz o organismo tender para um
objetivo; o seu objetivo ou meta é suprimir o estado de tensão que
reina na fonte pulsional; é no objeto ou graças a ele que a pulsão pode
atingir sua meta.
Psicanálise
A Psicanálise como Teoria da Mente Normal
- 2° Teoria do Aparelho Psíquico
EGO ou EU
SUPEREGO ou SUPEREU
ID ou ISSO
Psicanálise
Psicanálise
ID ou ISSO
Uma das três instâncias diferenciadas por Freud na sua segunda teoria do aparelho
psíquico. O id constitui o pólo pulsional da personalidade. Os seus conteúdos,
expressão psíquica das pulsões, são inconscientes, por um lado hereditários e inatos e,
por outro, recalcados e adquiridos.
Do ponto de vista econômico, o id é, para Freud, o reservatório inicial da energia
psíquica; do ponto de vista dinâmico, entra em conflito com o ego e o superego que,
do ponto de vista genético, são as suas diferenciações. (Laplanche & Pontalis, 1982)
Psicanálise
EGO ou EU
Instância que Freud, na sua segunda teoria do aparelho psíquico, distingue do id e do
superego.
Do ponto de vista tópico, o ego está numa relação de dependência tanto para as
reivindicações do id, como para com os imperativos do superego e exigências da
realidade. Embora se situe como mediador, encarregado dos interesses da totalidade
da pessoa, a sua autonomia é apenas relativa.
Do ponto de vista dinâmico, o ego representa eminentemente, no conflito neurótico, o
pólo defensivo da personalidade; põe em jogo uma série de mecanismos de defesa,
estes motivados pela percepção de um afeto desagradável (sinal de angústia).
Do ponto de vista econômico, o ego surge como um fator de ligação dos processos
psíquicos; mas, nas operações defensivas, as tentativas de ligação da energia pulsional
são contaminadas pelas características que especificam o processo primário: assumem
um aspecto compulsivo, repetitivo, desreal. (Laplanche & Pontalis, 1982)
Psicanálise
RELAÇÃO DO EGO COM O ID
“Para adotar um modo popular de falar, poderíamos dizer que o ego significa razão e
bom senso, ao passo que o id significa as paixões indomadas.” (Freud, 1933[1932], p.
81)
“A relação do ego para com o id poderia ser comparada com a de um cavaleiro para
com seu cavalo. O cavalo provê a energia de locomoção, enquanto o cavaleiro tem o
privilégio de decidir o objetivo e de guiar o movimento do poderoso animal. Mas
muito frequentemente surge entre o ego e o id a situação, não propriamente ideal, de
o cavaleiro só poder guiar o cavalo por onde este quer ir.” (Freud, 1933[1932], p. 81-
82)
Psicanálise
SUPEREGO ou SUPEREU
Uma das instâncias da personalidade tal como Freud a descreveu no quadro da sua
segunda teoria do aparelho psíquico: o seu papel é assimilável ao de um juiz ou de um
censor relativamente ao ego. Freud vê na consciência moral, na auto-observação, na
formação de ideais, funções do superego.
Classicamente, o superego é definido como o herdeiro do complexo de Édipo;
constitui-se por interiorização das exigências e das interdições parentais. (Laplanche &
Pontalis, 1982)
BIBLIOGRAFIA
BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 14. Ed.
São Paulo: Saraiva, 2008.
SCHULTZ, D. P., SCHULTZ, S. E.; História da psicologia moderna. Cengage Learning, São
Paulo, 2009.

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  • 1. Psicanálise Sigmund Freud (1856-1939) Primeiros Estudos • Jean M. Charcot e o tratamento da histeria através da hipnose – Freud recebeu uma bolsa para estudar em Paris, com o neurologista, no enorme Hospital Salpêtrière.
  • 2. Psicanálise Josef Breur e o Caso de Anna O. Caso de Anna O. Sintomas: dores de cabeça, paralisias parciais, períodos de excitação, perturbações visuais e dormências. Outros sintomas apareceram mais tarde, incluindo personalidades múltiplas, dificuldades de fala, alucinações bizarras e incapacidade de ingerir líquidos. Método catártico – os sintomas seriam resultado de emoções reprimidas e, se a emoção fosse liberada, deveriam desaparecer. 1895 - Publica Estudos Sobre a Histeria juntamente com Breuer.
  • 3. Psicanálise Inconsciente: o adjetivo inconsciente é por vezes usado para exprimir o conjunto dos conteúdos não presentes no campo efetivo da consciência. São, mais especialmente, desejos da infância que conhecem uma fixação no inconsciente.
  • 4. Psicanálise SEXUALIDADE Na experiência psicanalítica e na teoria psicanalíticas, “sexualidade” não designa apenas as atividades e o prazer que dependem do funcionamento do aparelho genital, mas toda uma série de excitações e de atividades presentes desde a infância que proporcionam um prazer irredutível à satisfação de uma necessidade fisiológica fundamental (respiração, fome, função de excreção, etc.), e que se encontram a título de componentes na chamada forma normal do amor sexual. (Laplanche & Pontalis, 1982)
  • 5. Psicanálise Já foi dito que a psicanálise poderia ser definida em termos de três conquistas interdependentes de Freud: 1) Um método 2) Uma teoria das neuroses 3) Uma teoria da mente normal (Sulloway, 1979, p.11)
  • 6. Psicanálise A Psicanálise como Método Método da associação livre Simplesmente pedir aos pacientes que dissessem o que lhes viesse à mente, que falassem sobre qualquer coisa que quisessem. O trabalho do terapeuta, então, era ouvir o que estava sendo dito e o que não estava sendo dito. Análise de sonhos
  • 7. Psicanálise A Psicanálise como Método Transferência A transferência ocorreria na terapia quando o paciente transferia sentimentos, como amor, desejos sexuais, ódio, raiva ou inveja, do objeto original, como, por exemplo, o cônjuge ou a mãe, para o terapeuta. Resistência A resistência ocorreria quando, na sessão terapêutica, o paciente se recusa a revelar ou, talvez, até mesmo pensar sobre certo material, por ser algo muito traumático ou muito embaraçoso.
  • 8. Psicanálise Pulsão: processo dinâmico que consiste numa pressão ou força (carga energética, fator de motricidade) que faz o organismo tender para um objetivo; o seu objetivo ou meta é suprimir o estado de tensão que reina na fonte pulsional; é no objeto ou graças a ele que a pulsão pode atingir sua meta.
  • 9. Psicanálise A Psicanálise como Teoria da Mente Normal - 2° Teoria do Aparelho Psíquico EGO ou EU SUPEREGO ou SUPEREU ID ou ISSO
  • 11. Psicanálise ID ou ISSO Uma das três instâncias diferenciadas por Freud na sua segunda teoria do aparelho psíquico. O id constitui o pólo pulsional da personalidade. Os seus conteúdos, expressão psíquica das pulsões, são inconscientes, por um lado hereditários e inatos e, por outro, recalcados e adquiridos. Do ponto de vista econômico, o id é, para Freud, o reservatório inicial da energia psíquica; do ponto de vista dinâmico, entra em conflito com o ego e o superego que, do ponto de vista genético, são as suas diferenciações. (Laplanche & Pontalis, 1982)
  • 12. Psicanálise EGO ou EU Instância que Freud, na sua segunda teoria do aparelho psíquico, distingue do id e do superego. Do ponto de vista tópico, o ego está numa relação de dependência tanto para as reivindicações do id, como para com os imperativos do superego e exigências da realidade. Embora se situe como mediador, encarregado dos interesses da totalidade da pessoa, a sua autonomia é apenas relativa. Do ponto de vista dinâmico, o ego representa eminentemente, no conflito neurótico, o pólo defensivo da personalidade; põe em jogo uma série de mecanismos de defesa, estes motivados pela percepção de um afeto desagradável (sinal de angústia). Do ponto de vista econômico, o ego surge como um fator de ligação dos processos psíquicos; mas, nas operações defensivas, as tentativas de ligação da energia pulsional são contaminadas pelas características que especificam o processo primário: assumem um aspecto compulsivo, repetitivo, desreal. (Laplanche & Pontalis, 1982)
  • 13. Psicanálise RELAÇÃO DO EGO COM O ID “Para adotar um modo popular de falar, poderíamos dizer que o ego significa razão e bom senso, ao passo que o id significa as paixões indomadas.” (Freud, 1933[1932], p. 81) “A relação do ego para com o id poderia ser comparada com a de um cavaleiro para com seu cavalo. O cavalo provê a energia de locomoção, enquanto o cavaleiro tem o privilégio de decidir o objetivo e de guiar o movimento do poderoso animal. Mas muito frequentemente surge entre o ego e o id a situação, não propriamente ideal, de o cavaleiro só poder guiar o cavalo por onde este quer ir.” (Freud, 1933[1932], p. 81- 82)
  • 14. Psicanálise SUPEREGO ou SUPEREU Uma das instâncias da personalidade tal como Freud a descreveu no quadro da sua segunda teoria do aparelho psíquico: o seu papel é assimilável ao de um juiz ou de um censor relativamente ao ego. Freud vê na consciência moral, na auto-observação, na formação de ideais, funções do superego. Classicamente, o superego é definido como o herdeiro do complexo de Édipo; constitui-se por interiorização das exigências e das interdições parentais. (Laplanche & Pontalis, 1982)
  • 15. BIBLIOGRAFIA BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 14. Ed. São Paulo: Saraiva, 2008. SCHULTZ, D. P., SCHULTZ, S. E.; História da psicologia moderna. Cengage Learning, São Paulo, 2009.