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O Reino do Congo
Fundado no século XIV, o império abrangia grande extensão da África e se compunha de
diversas províncias. A população era formada por grupos de etnia banto, especialmente os
"bakongos". Em 1483, o primeiro navegador esteve nas proximidades do Congo. Ele ficou
impressionado com o dinamismo do comércio local e a variedade de mercadorias.
Os comerciantes congoleses lucravam com a comercialização de tecidos, sal, metais, e
derivados de animais. como método de comercio utilizavam escambo, mas na região da
Luanda, já utilizavam moedas. Tendo contado com portugueses dinamizou o comercio regional
e internacional, principalmente de escravos. Em 1485, portugueses retomaram contato com o
rei do congo, Manicongo, nome dado ao rei do congo. Em busca do seu rico comercio de
escravos. Os portugueses levaram mensagens do rei de Portugal com interpretes do idioma
africano e no retorno a Portugal levaram alguns congoleses, como amigos, posteriormente
viraram presentes, como escravos ao Manicongo. Desde então a relação de Portugal e Congo
nunca mais foi a mesma.
 O manicongo se converte ao cristianismo
O rei do congo começou a praticar a cultura portuguesa passando por um processo chamado
aportuguesamento, estreitando suas gerações diplomáticas e econômicas. Disposto a abraçar
o catolicismo, enviou, em 1489 alguns nativos para o rei português, que foi presenteado com
iguarias não encontradas em Portugal. Pediu aos portugueses que mandassem professores e
padres para ensinar a igreja para os cidadãos. O rei do congo mandou construir uma igreja de
madeira ornamentada com objetos vindos de Portugal, realizando o seu desejo foi batizado
junto ao seu filho recebendo o nome de Manuel e seu filho Antônio.
Durante seu processo de expansão marítimo-comercial, os portugueses abriram contato
com as várias culturas que já se mostravam consolidadas pelo litoral e outras partes do
interior do continente africano. Em 1483, momento em que o navegador lusitano Diogo
Cão alcançou a foz do rio Zaire, foi encontrado um governo monárquico fortemente
estruturado conhecido como Congo.
Fundado por volta do século XIV, esse Estado centralizado dominava a parcela centro-
ocidental da África. Nessa região se encontrava um amplo número de províncias onde
vários grupos da etnia banto, principalmente os bakongo, ocupavam os territórios. Apesar
da feição centralizada, o reino do Congo contava com a presença de administradores
locais provenientes de antigas famílias ou escolhidos pela própria autoridade monárquica.
Apesar da existência destas subdivisões na configuração política do Congo, o rei,
conhecido como manicongo, tinha o direito de receber o tributo proveniente de cada uma
das províncias dominadas. A principal cidade do reino era Mbanza, onde aconteciam as
mais importantes decisões políticas de todo o reinado. Foi nesse mesmo local onde os
portugueses entraram em contato com essa diversificada civilização africana.
A principal atividade econômica dos congoleses envolvia a prática de um desenvolvido
comércio onde predominava a compra e venda de sal, metais, tecidos e produtos de
origem animal. A prática comercial poderia ser feita através do escambo (trocas) ou com a
adoção do nzimbu, uma espécie de concha somente encontrada na região de Luanda.
O contato dos portugueses com as autoridades políticas deste reino teve grande
importância na articulação do tráfico de escravos. Uma expressiva parte dos escravos que
trabalharam na exploração aurífera do século XVII, principalmente em Minas Gerais, era
proveniente da região do Congo e de Angola. O intercâmbio cultural com os europeus
acabou trazendo novas práticas que fortaleceram a autoridade monárquica no Congo.
O Reino do Kongo ou Império do Kongo foi um reino africano localizado no sudoeste
da África no território que hoje corresponde ao noroeste de Angola incluindo a Cabinda,
à República do Congo, à parte ocidental da República Democrática do Congo e à parte
centro-sul do Gabão.
Na sua máxima dimensão, estendia-se desde o oceano Atlântico, a oeste, até ao
rio Cuangoa, a leste, e do rio Oguwé, no actual Gabão, a norte, até ao rio Kwanza, a sul. O
reino do Congo foi fundado por Ntinu Wene, no século XIII.[3]
O império era governado por um monarca, o manicongo, consistia de nove províncias e
três reinos (Ngoy, Kakongo e Loango), mas a sua área de influência estendia-se também
aos estados limítrofes, tais como Ndongo, Matamba, Kassanje e Kissama.
A capital era M'Banza Kongo (literalmente cidade do Kongo), rebatizada São Salvador do
Congo após os primeiros contatos com osportugueses e a conversão
do manicongo ao catolicismo no século XVI; renomeada de volta para M'Banza Kongo
em 1975.
História
Tradições verbais sobre o início da história do país foram escritas pela primeira vez no
final do século 16, e os mais completos foram registradas em meados do século XVII,
incluindo aqueles escritos pelo missionário capuchinho italiano Giovanni Cavazzi da
Montecuccolo. Uma pesquisa mais detalhada em tradições orais modernas, inicialmente
conduzidas no início do século 20 por missionários redentoristascomo Jean
Cuvelier e Joseph de Munck não parecem se relacionar com o período inicial.
De acordo com a tradição do Kongo, a origem do reino encontra-se em país muito grande
e não muito rico de Mpemba Kasi localizado ao sul da moderna Matadi na República
Democrática do Congo. A dinastia de governantes a partir desta pequena política construiu
seu governo ao longo do vale Kwilu e foram enterrados em Nsi Kwilu, sua capital.
Tradições do século XVII fazem alusão a este solo sagrado de enterro. De acordo com o
missionário Girolamo da Montesarchio, um capuchinho italiano que visitou a área em
1650-1652, o local era tão santo que, olhar para ele seria mortal.

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  • 1. O Reino do Congo Fundado no século XIV, o império abrangia grande extensão da África e se compunha de diversas províncias. A população era formada por grupos de etnia banto, especialmente os "bakongos". Em 1483, o primeiro navegador esteve nas proximidades do Congo. Ele ficou impressionado com o dinamismo do comércio local e a variedade de mercadorias. Os comerciantes congoleses lucravam com a comercialização de tecidos, sal, metais, e derivados de animais. como método de comercio utilizavam escambo, mas na região da Luanda, já utilizavam moedas. Tendo contado com portugueses dinamizou o comercio regional e internacional, principalmente de escravos. Em 1485, portugueses retomaram contato com o rei do congo, Manicongo, nome dado ao rei do congo. Em busca do seu rico comercio de escravos. Os portugueses levaram mensagens do rei de Portugal com interpretes do idioma africano e no retorno a Portugal levaram alguns congoleses, como amigos, posteriormente viraram presentes, como escravos ao Manicongo. Desde então a relação de Portugal e Congo nunca mais foi a mesma.  O manicongo se converte ao cristianismo O rei do congo começou a praticar a cultura portuguesa passando por um processo chamado aportuguesamento, estreitando suas gerações diplomáticas e econômicas. Disposto a abraçar o catolicismo, enviou, em 1489 alguns nativos para o rei português, que foi presenteado com iguarias não encontradas em Portugal. Pediu aos portugueses que mandassem professores e padres para ensinar a igreja para os cidadãos. O rei do congo mandou construir uma igreja de madeira ornamentada com objetos vindos de Portugal, realizando o seu desejo foi batizado junto ao seu filho recebendo o nome de Manuel e seu filho Antônio. Durante seu processo de expansão marítimo-comercial, os portugueses abriram contato com as várias culturas que já se mostravam consolidadas pelo litoral e outras partes do interior do continente africano. Em 1483, momento em que o navegador lusitano Diogo Cão alcançou a foz do rio Zaire, foi encontrado um governo monárquico fortemente estruturado conhecido como Congo. Fundado por volta do século XIV, esse Estado centralizado dominava a parcela centro- ocidental da África. Nessa região se encontrava um amplo número de províncias onde vários grupos da etnia banto, principalmente os bakongo, ocupavam os territórios. Apesar da feição centralizada, o reino do Congo contava com a presença de administradores locais provenientes de antigas famílias ou escolhidos pela própria autoridade monárquica. Apesar da existência destas subdivisões na configuração política do Congo, o rei, conhecido como manicongo, tinha o direito de receber o tributo proveniente de cada uma das províncias dominadas. A principal cidade do reino era Mbanza, onde aconteciam as mais importantes decisões políticas de todo o reinado. Foi nesse mesmo local onde os portugueses entraram em contato com essa diversificada civilização africana. A principal atividade econômica dos congoleses envolvia a prática de um desenvolvido comércio onde predominava a compra e venda de sal, metais, tecidos e produtos de origem animal. A prática comercial poderia ser feita através do escambo (trocas) ou com a adoção do nzimbu, uma espécie de concha somente encontrada na região de Luanda. O contato dos portugueses com as autoridades políticas deste reino teve grande importância na articulação do tráfico de escravos. Uma expressiva parte dos escravos que trabalharam na exploração aurífera do século XVII, principalmente em Minas Gerais, era proveniente da região do Congo e de Angola. O intercâmbio cultural com os europeus acabou trazendo novas práticas que fortaleceram a autoridade monárquica no Congo.
  • 2. O Reino do Kongo ou Império do Kongo foi um reino africano localizado no sudoeste da África no território que hoje corresponde ao noroeste de Angola incluindo a Cabinda, à República do Congo, à parte ocidental da República Democrática do Congo e à parte centro-sul do Gabão. Na sua máxima dimensão, estendia-se desde o oceano Atlântico, a oeste, até ao rio Cuangoa, a leste, e do rio Oguwé, no actual Gabão, a norte, até ao rio Kwanza, a sul. O reino do Congo foi fundado por Ntinu Wene, no século XIII.[3] O império era governado por um monarca, o manicongo, consistia de nove províncias e três reinos (Ngoy, Kakongo e Loango), mas a sua área de influência estendia-se também aos estados limítrofes, tais como Ndongo, Matamba, Kassanje e Kissama. A capital era M'Banza Kongo (literalmente cidade do Kongo), rebatizada São Salvador do Congo após os primeiros contatos com osportugueses e a conversão do manicongo ao catolicismo no século XVI; renomeada de volta para M'Banza Kongo em 1975. História Tradições verbais sobre o início da história do país foram escritas pela primeira vez no final do século 16, e os mais completos foram registradas em meados do século XVII, incluindo aqueles escritos pelo missionário capuchinho italiano Giovanni Cavazzi da Montecuccolo. Uma pesquisa mais detalhada em tradições orais modernas, inicialmente conduzidas no início do século 20 por missionários redentoristascomo Jean Cuvelier e Joseph de Munck não parecem se relacionar com o período inicial. De acordo com a tradição do Kongo, a origem do reino encontra-se em país muito grande e não muito rico de Mpemba Kasi localizado ao sul da moderna Matadi na República Democrática do Congo. A dinastia de governantes a partir desta pequena política construiu seu governo ao longo do vale Kwilu e foram enterrados em Nsi Kwilu, sua capital. Tradições do século XVII fazem alusão a este solo sagrado de enterro. De acordo com o missionário Girolamo da Montesarchio, um capuchinho italiano que visitou a área em 1650-1652, o local era tão santo que, olhar para ele seria mortal.