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Convenção Internacional n°
169, da Organização Interna-
cional do Trabalho, sobre po-
vos indígenas e tribais, e que foi
ratificada pelo Brasil em 2002.
Além dos povos indígenas,
esta convenção abrange tam-
bém os direitos das comunida-
des tradicionais. Os conceitos
básicos que norteiam a inter-
pretação das disposições da
convenção são a consulta e a
participação dos povos interes-
sados e o direito desses povos
de definir suas próprias priori-
dades de desenvolvimento, na
medida em que afetem suas vi-
das, crenças, instituições, valo-
res espirituais e a própria terra
que ocupam ou utilizam.
Uma política
para o manejo
florestal comunitário
As oficinas foram fundamentais para o processo de elaboração da política estadual do MFCF
NO PARÁ, a maior parte
das áreas florestadas se encon-
tra em terras públicas estaduais
e federais. Parte destas terras
públicas já está regularizada em
projetos de assentamentos, uni-
dades de conservação e terras
indígenas, somando ao menos
60% destes territórios. Ainda
existem terras em que não se
concluíram os processos de re-
gularização fundiária e que são
habitadas por povos e comuni-
dades tradicionais, ribeirinhos
e agricultores familiares. As flo-
restas localizadas nestas terras
públicas são chamadas de “flo-
restas públicas” e, como são um
bem de toda a sociedade, seu
manejo deve seguir as diretrizes
questão de direito
Edição I - Maio de 2014
florestal
Governança
B o l e tim
APRESENTAÇÃO
Realização apoioINSTITUTO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO DO BRASIL (IEB) - Diretora executiva: Maria José Gontijo /
Coord. do Escritório Regional em Belém: Manuel Amaral Neto / Equipe dos projetos de Governança Florestal:
Loyanne Feitosa, Wandreia Baitz, Marcos Silva, Katia Carvalheiro, Katiuscia Fernandes Miranda • BOLETIM
GOVERNANÇA FLORESTAL - Edição: Katia Carvalheiro, Lucas Filho, Carlos Eduardo Vilaça / Projeto gráfico e
diagramação: www.rl2design.com.br / Revisão de Texto: Glaucia Barreto / Fotos: Acervo IEB.
da Lei de Gestão de Florestas
Públicas (Lei n° 11.284/2006).
Essa lei federal determina
que as comunidades que mo-
ram nas florestas públicas e as
utilizam, podem manejar os
seus recursos diretamente. De-
termina ainda, que outros inte-
ressados que queiram explorar
estes recursos, como empresas,
devem concorrer num pro-
cesso de licitação coordena-
do pelo governo para obter a
concessão florestal, e pagar por
esse uso (concessão onerosa).
Para apoiar o MFCF, o go-
verno federal criou o Programa
Federal de MFCF, por meio do
Decreto n° 6.874/2009, envol-
vendo os Ministérios do Meio
Ambiente e do Desenvolvi-
mento Agrário. As ações resul-
tantes deste programa, contu-
do, têm sido limitadas e ainda
não conseguiram impulsionar
o MFCF na Amazônia.
A elaboração de uma po-
lítica para o MFCF no estado
do Pará veio atender a uma
demanda das comunidades
que dependem da floresta, das
suas entidades representativas,
dos seus assessores técnicos,
de empresários, do mercado e
do próprio governo.
O processo de elaboração
da política estadual do MFCF,
que se iniciou com estas ofici-
nas aqui apresentadas, busca
atender às determinações da
ESTE INFORMATIVO apresenta os
principais resultados da série de ofici-
nas realizadas no processo de discussão
e elaboração de propostas para a Políti-
ca Estadual de Manejo Florestal Comu-
nitário e Familiar (PEMFCF) do estado
do Pará, realizadas entre setembro de
2012 e maio de 2013. As ações foram
organizadas pelo Grupo de Trabalho
da Política Estadual do MFCF (GT-
PEMFCF) e coordenadas pelo Instituto
de Desenvolvimento Florestal do Pará
(Ideflor) e Instituto Internacional de
Educação do Brasil (IEB).
As oficinas tiveram como objetivos
principais: informar e sensibilizar a so-
ciedade para o processo de elaboração
da Política Estadual do MFCF e debater
e elaborar propostas para o tema.
Para o IEB, a elaboração de uma
política de apoio ao manejo florestal
comunitário e familiar no estado do
Pará, além do potencial fortalecimento
de dispositivos de governança florestal,
significa a possibilidade de geração de
renda e valorização de recursos flo-
restais por grupos sociais que histori-
camente ficaram à margem da riqueza
gerada pela floresta. Para isso, é neces-
sário um esforço do governo estadual
para fortalecer as organizações locais e
habilitar florestas comunitárias para o
manejo florestal.
“Nossas estimativas dão conta que
o volume potencial das florestas
comunitárias no estado é de 15,5
milhões de metros cúbicos de ma-
deira em tora. Para se
ter uma ideia, essa
produção seria sufi-
ciente para abaste-
cer todo o consumo
do Pará em 2010”.
Manuel Amaral,
coordenador do
escritório regional
do IEB em Belém.
2
Edição I - Maio de 2014Política Estadual
dO Manejo Florestal
Comunitário
As oficinas apresentadas aqui
foram realizadas por meio de um pro-
cesso participativo, promovido entre
setembro de 2012 e maio de 2013, pelo
Grupo de Trabalho da Política Estadu-
al do Manejo Florestal Comunitário e
Familiar (GT PEMFCF), coordenado
pelo Ideflor em parceria com o IEB, em
seis regiões do estado do Pará: Xingu,
Carajás, Marajó, Baixo Tocantins, Bai-
xo Amazonas e Tapajós. O GT foi cria-
do em março de 2012, com o objetivo
de apoiar a discussão e elaboração da
PEMFCF.
Foram realizadas reuniões presen-
ciais e virtuais, pela internet, com re-
presentantes de instituições públicas,
organizações não governamentais, mo-
vimentos sociais e setor privado.
Tipo de Instituição Nº Instituições Nº de Pessoas
Instituição Pública
ONGs
Movimento Social
Setor Privado
Estudantes
Outros
20%
17%
7%
6%
8%
42%
Distribuição percentual dos integrantes da rede do GT por setor.
Instituição Pública 18 56
ONGs 9 27
Movimento Social 14 22
Setor Privado 8 10
Estudantes 8
Outros 10
TOTAL 49 133
Um processo
participativo
Figura 01 - Distribuição dos integrantes da rede virtual do GT PEMFCF.
Um encontro presencial inicial, em
Belém, reuniu representantes de 15 ins-
tituições: Banpará, Emater, Embrapa,
Fase, Ideflor, IEB, IFT, Imazon, Institu-
to Peabiru, MPE/PA, PGE, Sema, SFB e
UFPA/NCADR. Ao longo do processo,
outras instituições foram agregadas.
Já a rede do GT pela internet foi
composta por 133 representantes dos
diversos setores. Nessa rede, foram
compartilhadas informações e relatos
de reuniões e oficinas, bem como pro-
postas de políticas para MFCF. A figura
1 a seguir apresenta o número de insti-
tuições e de representantes integrantes
da rede virtual, por vínculo institucio-
nal. E o gráfico 1 mostra a distribuição
percentual de integrantes da rede de
acordo com seu vínculo institucional.
Reuniões do GT: socialização de informações, discussões e propostas
3
Edição I - Maio de 2014 Política Estadual
dO Manejo Florestal
Comunitário
Socialização dos Grupos de Trabalho durante
oficina na região do Tapajós, em Itaituba (PA).
Condições para o debate
MOMENTO 4
Socialização em plenária dos resultados dos GTs
MOMENTO 1
Socialização da realidade dos participantes
MOMENTO 2
Apresentação do processo de elaboração da Política Estadual do MFCF
MOMENTO 3
Grupos de Trabalho (GTs) por tema de interesse
AS MOBILIZAÇÕES do
público das Oficinas Regionais
variaram conforme a realidade
local, mas em todas elas houve
reuniões preparatórias, com a
participação de atores regionais.
Com duração de 1,5 a 2,5
dias, os trabalhos das oficinas
foram organizados de forma a
incentivar a troca de informa-
ções, debates em grupos e so-
cialização dos resultados pelos
próprios participantes. As ofici-
nas foram organizadas em qua-
tro momentos:
No Marajó, foi incluído o
Momento 5 “Palestas de nive-
lamento: sociedade civil e go-
verno”, no qual os convidados
apresentaram suas visões e as
ações de suas instituições para
o MFCF.
Madeira irregular apreendida em ação do ICMBio.
pesquisa, extensão; institutos, secretarias e procuradorias) representaram 28% dos
participantes; e as ONGs representaram 8%. No gráfico abaixo, é possível verificar
a distribuição percentual geral dos participantes. Em termos de gênero, a partici-
pação quantitativa de mulheres variou de 30 a 50% entre as oficinas.
4
Edição I - Maio de 2014Política Estadual
do Manejo Florestal
Comunitário
O PÚBLICO TOTAL das oficinas somou 488 pessoas, conforme mostra a ta-
bela abaixo. O público-chave das oficinas foram os produtores e produtoras fami-
liares, compondo a maioria (68%) dos participantes em todas as oficinas; os re-
presentantes das instituições públicas (municipais, estaduais e federais; de ensino,
Oficinas em números
CATEGO-
RIA
LANÇA-
MENTO
(Santarém)
XINGU CARAJÁS
MARAJÓ BAIXO
TOCAN-
TINS
BAIXO
AMAZO-
NAS
TAPAJÓS
SISTEMAT.
(Belém)
TOTAL
BREVES PORTEL
Produtores
Familiares
49 16 29 52 98 18 29 27 12 330
Instituições
Públicas
30 11 5 13 8 0 21 26 0 114
ONGs 7 5 1 3 3 3 4 7 6 39
Outros 1 0 0 0 0 1 0 1 2 5
TOTAL 87 32 35 68 109 22 54 61 20 488
Distribuição geral das categorias de
participantes nas Oficinas Regionais realizadas
pelo GT de elaboração da Política Estadual do
Manejo Florestal Comunitário e Familiar.
Produtores
Familiares
68%
Instituições
Públicas
23%
ONGs
8%
Outros
1%
Foram realizadas oito oficinas:
OFICINAS DIAS MUNICÍPIOS
1
oficina de lançamento da discussão para
elaboração da PEMFCF
05 e 06 de setembro de
2012
Santarém
6
oficinas regionais
Região do Xingu
13 e 14 de novembro de
2012
Altamira
Região de Carajás
21 e 22 de novembro de
2012
Marabá
Região do Marajó
31 de novembro a 02 de
dezembro de 2012
Breves
Portel
Região do Baixo Tocantins
11 e 12 de janeiro de
2013
Igarapé-Miri
Região do Baixo Amazonas
21 e 22 de fevereiro de
2013
Santarém
Região do Tapajós 03 e 04 de abril de 2013 Itaituba
1
primeira oficina de
socialização
13 e 14 de maio de 2013 Belém
5
Edição I - Maio de 2014 Política Estadual
do Manejo Florestal
Comunitário
P A R Á
AP
RR
AM
MT
TO
MA
Belém
Igarapé-Miri
Breves
PortelAltamira
Santarém
Itaituba
Marabá
6
Edição I - Maio de 2014Política Estadual
dO Manejo Florestal
Comunitário
A ELABORAÇÃO DAS
PROPOSTAS para a PEMFCF
se concentrou nas seis oficinas
regionais. Os grandes temas
debatidos nos GTs durante as
oficinas foram variados, sen-
do alguns comuns a todos os
grupos. Esses temas foram
definidos em plenária, e cada
participante teve autonomia
para escolher o seu GT. Com
Um amplo debate
isso, destacamos as variações
regionais.
É importante destacar que as
propostas dos GTs não se res-
tringiram ao tema central; pelo
contrário, foram bem mais am-
plas, envolvendo outros temas
que aparecem nas propostas. Os
temas centrais definidos pelos
GTs nas oficinas regionais estão
listados a seguir.
1
2
3
Temas Centrais dos GTs realizados
nas seis oficinas regionais
para elaboração da PEMFCF
•	Conceitos e diretrizes para o MFCF
•	Necessidade de marco legal para o MFCF
•	Produtos: madeira, sociobiodiversidade
•	Sistemas Agroflorestais e recuperação de
áreas degradadas
•	Valorização do conhecimento tradicional
•	Regularização fundiária
•	Regularização ambiental
•	Articulações nas/entre instituições fundiá-
rias e ambientais
•	Organização e gestão ambiental (lotes e co-
munitária; formalização das organizações)
•	Assistência técnica, formação e capacitação
•	Educação formal (MFCF, administração, ad-
vocacia)
•	Assistência jurídica
•	Comercialização e cadeias de valor
•	Regulamentações de relações comunidade
-empresa
•	Fomento e crédito
•	Segurança pública, fiscalização e monitora-
mento
1.	Oficina em Itaituba, região do Tapajós -
03 e 04 de abril de 2013.
2.	Oficina em Santarém, região do Baixo
Amazonas - 21 e 22 de fevereiro de 2013.
3.	Oficina em Marabá, Xingu - 21 e 22 de
novembro de 2012.
7
Edição I - Maio de 2014 Política Estadual
dO Manejo Florestal
Comunitário
Visões sobre a política florestal
“É importante que a política seja construída com as ideias dos próprios manejado-
res, por se tratar de um projeto do interesse de todas as pessoas da comunidade”.
Margarida Ribeiro, liderança da Resex Verde para Sempre.
“Espero que a política contribua para redução dos impactos causados pelo desma-
tamento na região e diminua a retirada da madeira ilegal da floresta Amazônica”.
Virgílio dos Santos, representante da Comissão Pastoral da Terra de Anapu (CPT/Anapu).
“A Política do Manejo Florestal Comunitário e Familiar é um vetor de desenvolvi-
mento, pelo fato de provavelmente contribuir para a diminuição de conflitos agrá-
rios e também colocar em pauta a discussão sobre a regularização fundiária, assun-
to recorrente no Estado do Pará”.
Eliane Moreira, Promotora de Justiça de Conflitos Agrários na Região de Castanhal.
7
4
5
6
4.	Oficina em Igarapé-Miri, região do Baixo-Tocantins - 11 e
12 de janeiro de 2013.
5.	Oficina nas cidades de Breves e Portel, região do Marajó -
31 de novembro a 02 de dezembro de 2012.
6.	Oficina em Santarém, região do Baixo Amazonas - 21 e 22
de fevereiro de 2013.
7.	Oficina em Altamira, Xingu - 13 e 14 de novembro de 2012.
8
Edição I - Maio de 2014Política Estadual
dO Manejo Florestal
Comunitário
Manejo florestal
Com a palavra, o Estado
A GESTÃO DO SETOR FLORES-
TAL no estado do Pará é o principal tema
da entrevista concedida pelo diretor do
Instituto de Desenvolvimento Florestal
do Estado do Pará (Ideflor), Thiago Va-
lente. Ele contextualiza o atual momento,
além de apontar avanços alcançados e ru-
mos a seguir na política estadual do ma-
nejo florestal, ressaltando a importância
dos acordos entre comunidades e em-
presas e o protagonismo dos movimentos
sociais neste processo. Confira:
Qual a relevância de a política envolver
diferentes instituições?
— Honestamente não consigo enxergá
-la sem esse caráter. Seja pela necessidade
natural que objetivamente todos os setores
apresentam, ou seja, pela complexidade
que o assunto ainda traz em sua essência.
Em última análise, e por se tratar de algo
relativamente novo, o caráter intersetorial
funciona como um facilitador na absorção
de todos os setores da sociedade e do po-
der público sobre o tema, além de nivelar
o entendimento dos segmentos mais di-
versos da sociedade e proporcionar maior
eficiência e eficácia na execução da polí-
tica desejada. Discute-se ordenamento
ambiental, regularização fundiária, tribu-
tação, financiamento, extensão rural, fo-
mento, direito público, organização social,
entre outros. Tudo dentro do contexto do
manejo comunitário.
Tem ocorrido o protagonismo de mo-
vimentos sociais durante a construção
da política do MFCF? Se sim, qual é a
importância disso?
— Naturalmente, todos que se dispu-
seram a contribuir são considerados pro-
tagonistas, no entanto, é evidente a iden-
tidade dos movimentos sociais durante as
discussões e isso, particularmente, reflete
de maneira extremamente positiva den-
tro do processo, pois legitima a necessi-
dade histórica de buscar soluções para o
tema e garante uma participação social
em massa, não apenas em uma das etapas
do processo, mas nele em sua totalidade.
Como o Ideflor compreende que deve
ser a relação entre comunidades e em-
presas no MFCF?
— Primeiramente, gostaria de desta-
car que, na proposta que está sendo for-
mulada, a relação entre comunidade e
empresa se apresenta como uma opção
facultada à comunidade e não como re-
gra. Outro aspecto que deve ser abordado
é em relação às situações preexistentes,
pois a aproximação das comunidades
com as empresas não representa uma
vontade de Estado ou sequer de Gover-
no. Foi reconhecida a necessidade de re-
gulamentar e tornar mais justa a relação
desses dois conjuntos de atores dentro do
Estado. Hoje, é significativo o número de
processos de licenciamento em nome de
associações comunitárias para manejo
florestal. É evidente que a maioria desses
processos estão “calçados” por empresas
que enxergaram nas florestas comunitá-
rias o novo “filão da madeira legal”. Não
posso afirmar que isso é um ato ilegal,
mas muitos são imorais, principalmente
por conta dos termos contratuais que são
firmados entre as partes e que, claramen-
te, demonstram um desequilíbrio finan-
ceiro e civil entre eles. O desejável é que,
nos casos em que a comunidade opte pela
parceria com empresas, algumas etapas
sejam respeitadas, a exemplo:
a)	 a comunidade, através de sua repre-
sentação, participe diretamente do
processo de seleção da empresa;
b)	 o contrato a ser firmado deve respei-
tar os preços mínimos cobrados pelo
m³ (metro cúbico) da madeira a ser
explorada. Os preços mínimos são
pautados pelo Ideflor através de estu-
do específico com esse objetivo;
c)	o contrato deve distribuir de forma
justa as responsabilidades ambien-
tais, civis e criminais entre as partes;
d)	o projeto técnico que irá viabilizar o
licenciamento da atividade (Plano de
Manejo, Inventário Florestal etc.) de-
verá ser compartilhado com a comu-
nidade para apropriação da informa-
ção e utilização como subsídio para
outras atividades econômicas;
e)	 a idoneidade da empresa deverá ser
comprovada através de documenta-
ção específica como certidões, decla-
rações, entre outros.
Espera-se, com isso, que haja uma re-
lação mais equilibrada e, sobretudo, com
caráter de parceria entre as partes.
Qual mudança o Ideflor espera que
ocorra a partir da efetivação da políti-
ca do MFCF?
— Como qualquer política pública,
espera-se uma melhoria na qualidade de
vida das pessoas direta ou indiretamente
envolvidas por ela.
“Dentro do con-
texto geral, cabe
um recorte espe-
cial nos manejos
realizados em
florestas públicas
sob regime de
concessão. Arris-
co afirmar que
talvez essa seja
a maior novida-
de em relação à
gestão florestal
no país.”
Thiago Valente
Diretor do Instituto de
Desenvolvimento Florestal do
Estado do Pará (Ideflor)

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  • 1. Convenção Internacional n° 169, da Organização Interna- cional do Trabalho, sobre po- vos indígenas e tribais, e que foi ratificada pelo Brasil em 2002. Além dos povos indígenas, esta convenção abrange tam- bém os direitos das comunida- des tradicionais. Os conceitos básicos que norteiam a inter- pretação das disposições da convenção são a consulta e a participação dos povos interes- sados e o direito desses povos de definir suas próprias priori- dades de desenvolvimento, na medida em que afetem suas vi- das, crenças, instituições, valo- res espirituais e a própria terra que ocupam ou utilizam. Uma política para o manejo florestal comunitário As oficinas foram fundamentais para o processo de elaboração da política estadual do MFCF NO PARÁ, a maior parte das áreas florestadas se encon- tra em terras públicas estaduais e federais. Parte destas terras públicas já está regularizada em projetos de assentamentos, uni- dades de conservação e terras indígenas, somando ao menos 60% destes territórios. Ainda existem terras em que não se concluíram os processos de re- gularização fundiária e que são habitadas por povos e comuni- dades tradicionais, ribeirinhos e agricultores familiares. As flo- restas localizadas nestas terras públicas são chamadas de “flo- restas públicas” e, como são um bem de toda a sociedade, seu manejo deve seguir as diretrizes questão de direito Edição I - Maio de 2014 florestal Governança B o l e tim APRESENTAÇÃO Realização apoioINSTITUTO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO DO BRASIL (IEB) - Diretora executiva: Maria José Gontijo / Coord. do Escritório Regional em Belém: Manuel Amaral Neto / Equipe dos projetos de Governança Florestal: Loyanne Feitosa, Wandreia Baitz, Marcos Silva, Katia Carvalheiro, Katiuscia Fernandes Miranda • BOLETIM GOVERNANÇA FLORESTAL - Edição: Katia Carvalheiro, Lucas Filho, Carlos Eduardo Vilaça / Projeto gráfico e diagramação: www.rl2design.com.br / Revisão de Texto: Glaucia Barreto / Fotos: Acervo IEB. da Lei de Gestão de Florestas Públicas (Lei n° 11.284/2006). Essa lei federal determina que as comunidades que mo- ram nas florestas públicas e as utilizam, podem manejar os seus recursos diretamente. De- termina ainda, que outros inte- ressados que queiram explorar estes recursos, como empresas, devem concorrer num pro- cesso de licitação coordena- do pelo governo para obter a concessão florestal, e pagar por esse uso (concessão onerosa). Para apoiar o MFCF, o go- verno federal criou o Programa Federal de MFCF, por meio do Decreto n° 6.874/2009, envol- vendo os Ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvi- mento Agrário. As ações resul- tantes deste programa, contu- do, têm sido limitadas e ainda não conseguiram impulsionar o MFCF na Amazônia. A elaboração de uma po- lítica para o MFCF no estado do Pará veio atender a uma demanda das comunidades que dependem da floresta, das suas entidades representativas, dos seus assessores técnicos, de empresários, do mercado e do próprio governo. O processo de elaboração da política estadual do MFCF, que se iniciou com estas ofici- nas aqui apresentadas, busca atender às determinações da ESTE INFORMATIVO apresenta os principais resultados da série de ofici- nas realizadas no processo de discussão e elaboração de propostas para a Políti- ca Estadual de Manejo Florestal Comu- nitário e Familiar (PEMFCF) do estado do Pará, realizadas entre setembro de 2012 e maio de 2013. As ações foram organizadas pelo Grupo de Trabalho da Política Estadual do MFCF (GT- PEMFCF) e coordenadas pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará (Ideflor) e Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB). As oficinas tiveram como objetivos principais: informar e sensibilizar a so- ciedade para o processo de elaboração da Política Estadual do MFCF e debater e elaborar propostas para o tema. Para o IEB, a elaboração de uma política de apoio ao manejo florestal comunitário e familiar no estado do Pará, além do potencial fortalecimento de dispositivos de governança florestal, significa a possibilidade de geração de renda e valorização de recursos flo- restais por grupos sociais que histori- camente ficaram à margem da riqueza gerada pela floresta. Para isso, é neces- sário um esforço do governo estadual para fortalecer as organizações locais e habilitar florestas comunitárias para o manejo florestal. “Nossas estimativas dão conta que o volume potencial das florestas comunitárias no estado é de 15,5 milhões de metros cúbicos de ma- deira em tora. Para se ter uma ideia, essa produção seria sufi- ciente para abaste- cer todo o consumo do Pará em 2010”. Manuel Amaral, coordenador do escritório regional do IEB em Belém.
  • 2. 2 Edição I - Maio de 2014Política Estadual dO Manejo Florestal Comunitário As oficinas apresentadas aqui foram realizadas por meio de um pro- cesso participativo, promovido entre setembro de 2012 e maio de 2013, pelo Grupo de Trabalho da Política Estadu- al do Manejo Florestal Comunitário e Familiar (GT PEMFCF), coordenado pelo Ideflor em parceria com o IEB, em seis regiões do estado do Pará: Xingu, Carajás, Marajó, Baixo Tocantins, Bai- xo Amazonas e Tapajós. O GT foi cria- do em março de 2012, com o objetivo de apoiar a discussão e elaboração da PEMFCF. Foram realizadas reuniões presen- ciais e virtuais, pela internet, com re- presentantes de instituições públicas, organizações não governamentais, mo- vimentos sociais e setor privado. Tipo de Instituição Nº Instituições Nº de Pessoas Instituição Pública ONGs Movimento Social Setor Privado Estudantes Outros 20% 17% 7% 6% 8% 42% Distribuição percentual dos integrantes da rede do GT por setor. Instituição Pública 18 56 ONGs 9 27 Movimento Social 14 22 Setor Privado 8 10 Estudantes 8 Outros 10 TOTAL 49 133 Um processo participativo Figura 01 - Distribuição dos integrantes da rede virtual do GT PEMFCF. Um encontro presencial inicial, em Belém, reuniu representantes de 15 ins- tituições: Banpará, Emater, Embrapa, Fase, Ideflor, IEB, IFT, Imazon, Institu- to Peabiru, MPE/PA, PGE, Sema, SFB e UFPA/NCADR. Ao longo do processo, outras instituições foram agregadas. Já a rede do GT pela internet foi composta por 133 representantes dos diversos setores. Nessa rede, foram compartilhadas informações e relatos de reuniões e oficinas, bem como pro- postas de políticas para MFCF. A figura 1 a seguir apresenta o número de insti- tuições e de representantes integrantes da rede virtual, por vínculo institucio- nal. E o gráfico 1 mostra a distribuição percentual de integrantes da rede de acordo com seu vínculo institucional. Reuniões do GT: socialização de informações, discussões e propostas
  • 3. 3 Edição I - Maio de 2014 Política Estadual dO Manejo Florestal Comunitário Socialização dos Grupos de Trabalho durante oficina na região do Tapajós, em Itaituba (PA). Condições para o debate MOMENTO 4 Socialização em plenária dos resultados dos GTs MOMENTO 1 Socialização da realidade dos participantes MOMENTO 2 Apresentação do processo de elaboração da Política Estadual do MFCF MOMENTO 3 Grupos de Trabalho (GTs) por tema de interesse AS MOBILIZAÇÕES do público das Oficinas Regionais variaram conforme a realidade local, mas em todas elas houve reuniões preparatórias, com a participação de atores regionais. Com duração de 1,5 a 2,5 dias, os trabalhos das oficinas foram organizados de forma a incentivar a troca de informa- ções, debates em grupos e so- cialização dos resultados pelos próprios participantes. As ofici- nas foram organizadas em qua- tro momentos: No Marajó, foi incluído o Momento 5 “Palestas de nive- lamento: sociedade civil e go- verno”, no qual os convidados apresentaram suas visões e as ações de suas instituições para o MFCF. Madeira irregular apreendida em ação do ICMBio.
  • 4. pesquisa, extensão; institutos, secretarias e procuradorias) representaram 28% dos participantes; e as ONGs representaram 8%. No gráfico abaixo, é possível verificar a distribuição percentual geral dos participantes. Em termos de gênero, a partici- pação quantitativa de mulheres variou de 30 a 50% entre as oficinas. 4 Edição I - Maio de 2014Política Estadual do Manejo Florestal Comunitário O PÚBLICO TOTAL das oficinas somou 488 pessoas, conforme mostra a ta- bela abaixo. O público-chave das oficinas foram os produtores e produtoras fami- liares, compondo a maioria (68%) dos participantes em todas as oficinas; os re- presentantes das instituições públicas (municipais, estaduais e federais; de ensino, Oficinas em números CATEGO- RIA LANÇA- MENTO (Santarém) XINGU CARAJÁS MARAJÓ BAIXO TOCAN- TINS BAIXO AMAZO- NAS TAPAJÓS SISTEMAT. (Belém) TOTAL BREVES PORTEL Produtores Familiares 49 16 29 52 98 18 29 27 12 330 Instituições Públicas 30 11 5 13 8 0 21 26 0 114 ONGs 7 5 1 3 3 3 4 7 6 39 Outros 1 0 0 0 0 1 0 1 2 5 TOTAL 87 32 35 68 109 22 54 61 20 488 Distribuição geral das categorias de participantes nas Oficinas Regionais realizadas pelo GT de elaboração da Política Estadual do Manejo Florestal Comunitário e Familiar. Produtores Familiares 68% Instituições Públicas 23% ONGs 8% Outros 1% Foram realizadas oito oficinas: OFICINAS DIAS MUNICÍPIOS 1 oficina de lançamento da discussão para elaboração da PEMFCF 05 e 06 de setembro de 2012 Santarém 6 oficinas regionais Região do Xingu 13 e 14 de novembro de 2012 Altamira Região de Carajás 21 e 22 de novembro de 2012 Marabá Região do Marajó 31 de novembro a 02 de dezembro de 2012 Breves Portel Região do Baixo Tocantins 11 e 12 de janeiro de 2013 Igarapé-Miri Região do Baixo Amazonas 21 e 22 de fevereiro de 2013 Santarém Região do Tapajós 03 e 04 de abril de 2013 Itaituba 1 primeira oficina de socialização 13 e 14 de maio de 2013 Belém
  • 5. 5 Edição I - Maio de 2014 Política Estadual do Manejo Florestal Comunitário P A R Á AP RR AM MT TO MA Belém Igarapé-Miri Breves PortelAltamira Santarém Itaituba Marabá
  • 6. 6 Edição I - Maio de 2014Política Estadual dO Manejo Florestal Comunitário A ELABORAÇÃO DAS PROPOSTAS para a PEMFCF se concentrou nas seis oficinas regionais. Os grandes temas debatidos nos GTs durante as oficinas foram variados, sen- do alguns comuns a todos os grupos. Esses temas foram definidos em plenária, e cada participante teve autonomia para escolher o seu GT. Com Um amplo debate isso, destacamos as variações regionais. É importante destacar que as propostas dos GTs não se res- tringiram ao tema central; pelo contrário, foram bem mais am- plas, envolvendo outros temas que aparecem nas propostas. Os temas centrais definidos pelos GTs nas oficinas regionais estão listados a seguir. 1 2 3 Temas Centrais dos GTs realizados nas seis oficinas regionais para elaboração da PEMFCF • Conceitos e diretrizes para o MFCF • Necessidade de marco legal para o MFCF • Produtos: madeira, sociobiodiversidade • Sistemas Agroflorestais e recuperação de áreas degradadas • Valorização do conhecimento tradicional • Regularização fundiária • Regularização ambiental • Articulações nas/entre instituições fundiá- rias e ambientais • Organização e gestão ambiental (lotes e co- munitária; formalização das organizações) • Assistência técnica, formação e capacitação • Educação formal (MFCF, administração, ad- vocacia) • Assistência jurídica • Comercialização e cadeias de valor • Regulamentações de relações comunidade -empresa • Fomento e crédito • Segurança pública, fiscalização e monitora- mento 1. Oficina em Itaituba, região do Tapajós - 03 e 04 de abril de 2013. 2. Oficina em Santarém, região do Baixo Amazonas - 21 e 22 de fevereiro de 2013. 3. Oficina em Marabá, Xingu - 21 e 22 de novembro de 2012.
  • 7. 7 Edição I - Maio de 2014 Política Estadual dO Manejo Florestal Comunitário Visões sobre a política florestal “É importante que a política seja construída com as ideias dos próprios manejado- res, por se tratar de um projeto do interesse de todas as pessoas da comunidade”. Margarida Ribeiro, liderança da Resex Verde para Sempre. “Espero que a política contribua para redução dos impactos causados pelo desma- tamento na região e diminua a retirada da madeira ilegal da floresta Amazônica”. Virgílio dos Santos, representante da Comissão Pastoral da Terra de Anapu (CPT/Anapu). “A Política do Manejo Florestal Comunitário e Familiar é um vetor de desenvolvi- mento, pelo fato de provavelmente contribuir para a diminuição de conflitos agrá- rios e também colocar em pauta a discussão sobre a regularização fundiária, assun- to recorrente no Estado do Pará”. Eliane Moreira, Promotora de Justiça de Conflitos Agrários na Região de Castanhal. 7 4 5 6 4. Oficina em Igarapé-Miri, região do Baixo-Tocantins - 11 e 12 de janeiro de 2013. 5. Oficina nas cidades de Breves e Portel, região do Marajó - 31 de novembro a 02 de dezembro de 2012. 6. Oficina em Santarém, região do Baixo Amazonas - 21 e 22 de fevereiro de 2013. 7. Oficina em Altamira, Xingu - 13 e 14 de novembro de 2012.
  • 8. 8 Edição I - Maio de 2014Política Estadual dO Manejo Florestal Comunitário Manejo florestal Com a palavra, o Estado A GESTÃO DO SETOR FLORES- TAL no estado do Pará é o principal tema da entrevista concedida pelo diretor do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor), Thiago Va- lente. Ele contextualiza o atual momento, além de apontar avanços alcançados e ru- mos a seguir na política estadual do ma- nejo florestal, ressaltando a importância dos acordos entre comunidades e em- presas e o protagonismo dos movimentos sociais neste processo. Confira: Qual a relevância de a política envolver diferentes instituições? — Honestamente não consigo enxergá -la sem esse caráter. Seja pela necessidade natural que objetivamente todos os setores apresentam, ou seja, pela complexidade que o assunto ainda traz em sua essência. Em última análise, e por se tratar de algo relativamente novo, o caráter intersetorial funciona como um facilitador na absorção de todos os setores da sociedade e do po- der público sobre o tema, além de nivelar o entendimento dos segmentos mais di- versos da sociedade e proporcionar maior eficiência e eficácia na execução da polí- tica desejada. Discute-se ordenamento ambiental, regularização fundiária, tribu- tação, financiamento, extensão rural, fo- mento, direito público, organização social, entre outros. Tudo dentro do contexto do manejo comunitário. Tem ocorrido o protagonismo de mo- vimentos sociais durante a construção da política do MFCF? Se sim, qual é a importância disso? — Naturalmente, todos que se dispu- seram a contribuir são considerados pro- tagonistas, no entanto, é evidente a iden- tidade dos movimentos sociais durante as discussões e isso, particularmente, reflete de maneira extremamente positiva den- tro do processo, pois legitima a necessi- dade histórica de buscar soluções para o tema e garante uma participação social em massa, não apenas em uma das etapas do processo, mas nele em sua totalidade. Como o Ideflor compreende que deve ser a relação entre comunidades e em- presas no MFCF? — Primeiramente, gostaria de desta- car que, na proposta que está sendo for- mulada, a relação entre comunidade e empresa se apresenta como uma opção facultada à comunidade e não como re- gra. Outro aspecto que deve ser abordado é em relação às situações preexistentes, pois a aproximação das comunidades com as empresas não representa uma vontade de Estado ou sequer de Gover- no. Foi reconhecida a necessidade de re- gulamentar e tornar mais justa a relação desses dois conjuntos de atores dentro do Estado. Hoje, é significativo o número de processos de licenciamento em nome de associações comunitárias para manejo florestal. É evidente que a maioria desses processos estão “calçados” por empresas que enxergaram nas florestas comunitá- rias o novo “filão da madeira legal”. Não posso afirmar que isso é um ato ilegal, mas muitos são imorais, principalmente por conta dos termos contratuais que são firmados entre as partes e que, claramen- te, demonstram um desequilíbrio finan- ceiro e civil entre eles. O desejável é que, nos casos em que a comunidade opte pela parceria com empresas, algumas etapas sejam respeitadas, a exemplo: a) a comunidade, através de sua repre- sentação, participe diretamente do processo de seleção da empresa; b) o contrato a ser firmado deve respei- tar os preços mínimos cobrados pelo m³ (metro cúbico) da madeira a ser explorada. Os preços mínimos são pautados pelo Ideflor através de estu- do específico com esse objetivo; c) o contrato deve distribuir de forma justa as responsabilidades ambien- tais, civis e criminais entre as partes; d) o projeto técnico que irá viabilizar o licenciamento da atividade (Plano de Manejo, Inventário Florestal etc.) de- verá ser compartilhado com a comu- nidade para apropriação da informa- ção e utilização como subsídio para outras atividades econômicas; e) a idoneidade da empresa deverá ser comprovada através de documenta- ção específica como certidões, decla- rações, entre outros. Espera-se, com isso, que haja uma re- lação mais equilibrada e, sobretudo, com caráter de parceria entre as partes. Qual mudança o Ideflor espera que ocorra a partir da efetivação da políti- ca do MFCF? — Como qualquer política pública, espera-se uma melhoria na qualidade de vida das pessoas direta ou indiretamente envolvidas por ela. “Dentro do con- texto geral, cabe um recorte espe- cial nos manejos realizados em florestas públicas sob regime de concessão. Arris- co afirmar que talvez essa seja a maior novida- de em relação à gestão florestal no país.” Thiago Valente Diretor do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor)