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Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
Centro Tecnológico
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental
Disciplina: ENS5101 – Hidráulica
LABORATÓRIO DE HIDRÁULICA
Aula Prática – Curvas Características e
Associação de Bombas Centrífugas
Profª. Dra
Nadia Bernardi Bonumá
Florianópolis, maio de 2016.
Aula Prática de Curvas Características e Associação de Bombas Centrífugas 1
____________________________________________________________________________________
ENS 5101 - Hidráulica Profa
Nadia Bernardi Bonumá
Roteiro - Aula Prática de Curvas Características e Associação de Bombas
Centrífugas
1. Objetivo do experimento: Estudo de curvas características de bombas
centrífugas individuais e em associação. Demonstração do fenômeno da
cavitação. Medições de alturas manométricas, vazões e potências. Estimativas
de eficiências de bombeamento.
2. Equipamentos, materiais e procedimento experimental
O equipamento utilizado está ilustrado na Figura 1 e na Figura 2, e é composto por:
 Um reservatório de água (RA);
 Dois conjuntos motor-bombas centrífugas (BC1 e BC2), com cosφ = 0,72 e ηm =
0,66;
 Medidor de vazão (Rotâmetro – MV);
 Três manômetros de tubo de vidro em U, contendo mercúrio metálico como fluido
manométrico (MU1, MU2 e MU3);
 Três manômetros do tipo Bourdon (MB1, MB2 e MB3);
 Três válvulas de regulagem de vazão (VR1, VR2 e VR3);
 Seis válvulas de travamento (VT1 a VT6);
 Uma válvula simuladora de cavitação (VSC);
 Válvula de travamento (VT7) e válvula de alívio (VA) ao fim do circuito e
 Painel elétrico com dois Watímetros
O procedimento experimental consiste em realizar medidas, para diversas vazões, de:
 pressão antes e depois de uma bomba, afim de se estimar a altura manométrica
e elaborar a curva característica e
 consumo de energia elétrica, afim de se elaborar a curva de rendimento.
Posteriormente o procedimento é repetido com as duas bombas em série ou em
paralelo.
Ao fim do experimento, é realizada demonstração do fenômeno da cavitação, através do
fechamento gradual da válvula simuladora de cavitação.
Aula Prática de Curvas Características e Associação de Bombas Centrífugas 2
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Nadia Bernardi Bonumá
Figura 1. Experimento para determinação de curvas características de bombas
centrífugas.
Figura 2. Esquema do experimento.
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Nadia Bernardi Bonumá
Cálculo da altura manométrica da bomba e da associação
Para o cálculo da altura manométrica, utiliza-se a equação de energia,
considerando o volume de controle a entrada e a saída da bomba:
𝑉𝑒2
2𝑔
+
𝑝𝑒
𝛾
+ 𝑍𝑒 + 𝐻 =
𝑉𝑠2
2𝑔
+
𝑝𝑠
𝛾
+ 𝑍𝑠
Para o experimento, o diâmetro de sucção é igual ao de recalque, logo, como a
vazão de entrada é igual à de saída, às velocidades também são as mesmas.
Considerando que não há diferença de alturas geométricas na entrada e na saída, a
carga potencial também se equipara. Logo, a Equação de energia pode ser reduzida a:
𝐻 =
𝑝𝑠 − 𝑝𝑒
𝛾
= ∆𝑝
Ou seja, a altura manométrica da bomba será igual à diferença de pressão que
existe antes e depois (em m.c.a). Isso significa que toda a carga energética fornecida
pela bomba serve para gerar um aumento de pressão no escoamento.
Em laboratório, serão medidas a pressão na entrada através de um vacuômetro
(só mede pressão negativa) e a de saída através de um manômetro. Os valores serão
anotados e convertidos para m.c.a, para depois fazer a subtração e descobrir a altura
manométrica da bomba.
Para as associações, devem ser levadas em conta as seguintes situações:
 Associação em série: vazões são iguais e perdas de cargas são somadas
 Associação em paralelo: vazões são somadas e perdas de carga são
iguais
Portanto, no experimento, serão realizadas as medidas da vazão de cada bomba
em um rotâmetro (que será igual nas duas bombas) e das respectivas perdas de carga
(cada bomba terá uma medição experimental).
Para os cálculos, na associação em série, deve-se somar as perdas medidas e
considerar a vazão medida no rotâmetro como a vazão da associação. Já na em
paralelo, faz-se a média das perdas medidas (porque elas deveriam ser iguais) e
duplica-se a vazão medida no rotâmetro para achar a da associação (pois as duas
vazões são iguais e, em paralelo, somam-se as vazões)
Revisão de Potências e Rendimentos Hidráulicos e Elétricos:
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____________________________________________________________________________________
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Nadia Bernardi Bonumá
O motor elétrico tem como função transformar a energia elétrica em energia
mecânica no rotor da bomba. Entretanto nem toda energia elétrica é convertida em
energia mecânica e nem toda energia mecânica é convertida em energia hidráulica.
- Potência disponível é a potência fornecida pela rede elétrica:
𝑃𝑜𝑡𝑑 = 𝑈. 𝐼
sendo que:
Potd = potência disponível, lida no wattímetro (W);
U = tensão elétrica (volts);
I = corrente elétrica (ampère);
- Potência absorvida é a potência elétrica que o motor retira da rede:
𝑃𝑜𝑡𝑎 = 𝑈. 𝐼. 𝑐𝑜𝑠𝜑
sendo que:
Pota = potência absorvida pelo motor (W);
cos φ = fator de potência do motor elétrico (entre 0,65 a 0,75);
- Potência útil é a potência mecânica disponível no eixo do motor:
𝑃𝑜𝑡𝑢 = 𝑈. 𝐼. 𝑐𝑜𝑠𝜑. 𝜂𝑚
𝜂𝑚 =
𝑃𝑜𝑡𝑢
𝑃𝑜𝑡𝑎
→ 𝑃𝑜𝑡𝑢 = 𝑃𝑜𝑡𝑎. 𝜂𝑚
sendo que:
Potu = potência útil (W);
ηm= rendimento do motor (ou rendimento elétrico)
- Potência da bomba é a potência consumida pela bomba:
𝑃𝑜𝑡𝑏 =
𝛾. 𝑄. 𝐻𝑚
𝜂𝑏
sendo que:
Potb = potência consumida pela bomba (W);
γ = peso específico (N/m3
);
Q = vazão (m3/s);
Hm = altura manométrica (m);
ηb = rendimento da bomba.
A potência fornecida pelo motor que aciona a bomba (potência útil) pode ser
escrita como:
𝑃𝑜𝑡𝑢 =
𝛾. 𝑄. 𝐻𝑚
𝜂𝑏. 𝜂𝑚
- Potência hidráulica é a potência fornecida pela bomba ao líquido:
𝑃𝑜𝑡𝐻 = 𝛾. 𝑄. 𝐻𝑚
Para obter o rendimento hidráulico (rendimento global do conjunto elevatório),
basta multiplicar o rendimento da bomba pelo rendimento do motor:
𝜂𝐻 = 𝜂𝑏. 𝜂𝑚 =
𝛾. 𝑄. 𝐻
𝑃𝑜𝑡𝑢. 𝜂𝑚
.
𝑃𝑜𝑡𝑢
𝑃𝑜𝑡𝑎
=
𝛾. 𝑄. 𝐻
𝑃𝑜𝑡𝑎. 𝜂𝑚
=
𝑃𝑜𝑡𝐻
𝑃𝑜𝑡𝑢
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A potência hidráulica pode ser escrita em função da potência útil:
𝑃𝑜𝑡𝐻 = 𝛾. 𝑄. 𝐻𝑚 = 𝑃𝑜𝑡𝑢. 𝜂𝑏. 𝜂𝑚 = 𝑃𝑜𝑡𝑢. 𝜂𝐻
sendo que:
PotH = potência hidráulica (W);
ηH = rendimento hidráulico.
Figura 3. Conversões entre potência elétrica disponível, elétrica absorvida, mecânica útil
e hidráulica.
3. Cálculos e análise dos resultados
Nessa etapa, faça uma (ou mais) tabela (s) contendo os seguintes resultados:
1. Ramo 1 (Bomba individual):
a. Diferença de pressão na bomba para cada vazão
b. Altura manométrica da bomba para cada vazão
c. Potência hidráulica na bomba para cada vazão
d. Potência absorvida pelo motor para cada vazão
e. Potência útil para cada vazão
f. Rendimento hidráulico para cada vazão
2. Ramo 2 (Associação)
a. Diferença de pressão em cada bomba para cada vazão
b. Altura manométrica da associação para cada vazão
c. Potência hidráulica da associação para cada vazão
d. Potência absorvida pela associação para cada vazão
Potd = U.I
Pota = Potd.cosφ
Potu = Pota.ηm
PotH = Potu.ηH
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Nadia Bernardi Bonumá
e. Potência útil da associação para cada vazão
f. Rendimento hidráulico da associação para cada vazão
Gráficos
1. Ramos 1 e 2
a. Em um mesmo gráfico, plote a curva manométrica da bomba individual
(Ramo 1) com a da associação (Ramo 2) (Hm x Q)
b. Em um mesmo gráfico, plote a curva de potência hidráulica da bomba
individual (Ramo 1) com a da associação (Ramo 2) (Ph x Q)
c. Em um mesmo gráfico, plote a curva da potência útil e hidráulica em
função da vazão para a bomba individual (Ramo 1) (Ph x Q e Pu x Q)
d. Repita os procedimentos de “c” para a associação (Ramo 2)
e. Em um mesmo gráfico, plote a curva do rendimento hidráulico em função
da vazão para a bomba individual (Ramo 1) com a da associação (Ramo
2)
Questionário
A discussão deve conter as respostas do questionário atualizado presente no
site do Lab.Hidra
Bibliografia:
AZEVEDO NETTO, J. M. et al. Manual de Hidráulica. 8a ed. São Paulo: Ed. Edgard
Blücher, 1998.
ECOEDUCACIONAL. Roteiros de aulas práticas. 2012.
PORTO, R. M. Hidráulica Básica. 4ed
São Carlos: EESC-USP, 2006. 540p.

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  • 1. Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC Centro Tecnológico Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental Disciplina: ENS5101 – Hidráulica LABORATÓRIO DE HIDRÁULICA Aula Prática – Curvas Características e Associação de Bombas Centrífugas Profª. Dra Nadia Bernardi Bonumá Florianópolis, maio de 2016.
  • 2. Aula Prática de Curvas Características e Associação de Bombas Centrífugas 1 ____________________________________________________________________________________ ENS 5101 - Hidráulica Profa Nadia Bernardi Bonumá Roteiro - Aula Prática de Curvas Características e Associação de Bombas Centrífugas 1. Objetivo do experimento: Estudo de curvas características de bombas centrífugas individuais e em associação. Demonstração do fenômeno da cavitação. Medições de alturas manométricas, vazões e potências. Estimativas de eficiências de bombeamento. 2. Equipamentos, materiais e procedimento experimental O equipamento utilizado está ilustrado na Figura 1 e na Figura 2, e é composto por:  Um reservatório de água (RA);  Dois conjuntos motor-bombas centrífugas (BC1 e BC2), com cosφ = 0,72 e ηm = 0,66;  Medidor de vazão (Rotâmetro – MV);  Três manômetros de tubo de vidro em U, contendo mercúrio metálico como fluido manométrico (MU1, MU2 e MU3);  Três manômetros do tipo Bourdon (MB1, MB2 e MB3);  Três válvulas de regulagem de vazão (VR1, VR2 e VR3);  Seis válvulas de travamento (VT1 a VT6);  Uma válvula simuladora de cavitação (VSC);  Válvula de travamento (VT7) e válvula de alívio (VA) ao fim do circuito e  Painel elétrico com dois Watímetros O procedimento experimental consiste em realizar medidas, para diversas vazões, de:  pressão antes e depois de uma bomba, afim de se estimar a altura manométrica e elaborar a curva característica e  consumo de energia elétrica, afim de se elaborar a curva de rendimento. Posteriormente o procedimento é repetido com as duas bombas em série ou em paralelo. Ao fim do experimento, é realizada demonstração do fenômeno da cavitação, através do fechamento gradual da válvula simuladora de cavitação.
  • 3. Aula Prática de Curvas Características e Associação de Bombas Centrífugas 2 ____________________________________________________________________________________ ENS 5101 - Hidráulica Profa Nadia Bernardi Bonumá Figura 1. Experimento para determinação de curvas características de bombas centrífugas. Figura 2. Esquema do experimento.
  • 4. Aula Prática de Curvas Características e Associação de Bombas Centrífugas 3 ____________________________________________________________________________________ ENS 5101 - Hidráulica Profa Nadia Bernardi Bonumá Cálculo da altura manométrica da bomba e da associação Para o cálculo da altura manométrica, utiliza-se a equação de energia, considerando o volume de controle a entrada e a saída da bomba: 𝑉𝑒2 2𝑔 + 𝑝𝑒 𝛾 + 𝑍𝑒 + 𝐻 = 𝑉𝑠2 2𝑔 + 𝑝𝑠 𝛾 + 𝑍𝑠 Para o experimento, o diâmetro de sucção é igual ao de recalque, logo, como a vazão de entrada é igual à de saída, às velocidades também são as mesmas. Considerando que não há diferença de alturas geométricas na entrada e na saída, a carga potencial também se equipara. Logo, a Equação de energia pode ser reduzida a: 𝐻 = 𝑝𝑠 − 𝑝𝑒 𝛾 = ∆𝑝 Ou seja, a altura manométrica da bomba será igual à diferença de pressão que existe antes e depois (em m.c.a). Isso significa que toda a carga energética fornecida pela bomba serve para gerar um aumento de pressão no escoamento. Em laboratório, serão medidas a pressão na entrada através de um vacuômetro (só mede pressão negativa) e a de saída através de um manômetro. Os valores serão anotados e convertidos para m.c.a, para depois fazer a subtração e descobrir a altura manométrica da bomba. Para as associações, devem ser levadas em conta as seguintes situações:  Associação em série: vazões são iguais e perdas de cargas são somadas  Associação em paralelo: vazões são somadas e perdas de carga são iguais Portanto, no experimento, serão realizadas as medidas da vazão de cada bomba em um rotâmetro (que será igual nas duas bombas) e das respectivas perdas de carga (cada bomba terá uma medição experimental). Para os cálculos, na associação em série, deve-se somar as perdas medidas e considerar a vazão medida no rotâmetro como a vazão da associação. Já na em paralelo, faz-se a média das perdas medidas (porque elas deveriam ser iguais) e duplica-se a vazão medida no rotâmetro para achar a da associação (pois as duas vazões são iguais e, em paralelo, somam-se as vazões) Revisão de Potências e Rendimentos Hidráulicos e Elétricos:
  • 5. Aula Prática de Curvas Características e Associação de Bombas Centrífugas 4 ____________________________________________________________________________________ ENS 5101 - Hidráulica Profa Nadia Bernardi Bonumá O motor elétrico tem como função transformar a energia elétrica em energia mecânica no rotor da bomba. Entretanto nem toda energia elétrica é convertida em energia mecânica e nem toda energia mecânica é convertida em energia hidráulica. - Potência disponível é a potência fornecida pela rede elétrica: 𝑃𝑜𝑡𝑑 = 𝑈. 𝐼 sendo que: Potd = potência disponível, lida no wattímetro (W); U = tensão elétrica (volts); I = corrente elétrica (ampère); - Potência absorvida é a potência elétrica que o motor retira da rede: 𝑃𝑜𝑡𝑎 = 𝑈. 𝐼. 𝑐𝑜𝑠𝜑 sendo que: Pota = potência absorvida pelo motor (W); cos φ = fator de potência do motor elétrico (entre 0,65 a 0,75); - Potência útil é a potência mecânica disponível no eixo do motor: 𝑃𝑜𝑡𝑢 = 𝑈. 𝐼. 𝑐𝑜𝑠𝜑. 𝜂𝑚 𝜂𝑚 = 𝑃𝑜𝑡𝑢 𝑃𝑜𝑡𝑎 → 𝑃𝑜𝑡𝑢 = 𝑃𝑜𝑡𝑎. 𝜂𝑚 sendo que: Potu = potência útil (W); ηm= rendimento do motor (ou rendimento elétrico) - Potência da bomba é a potência consumida pela bomba: 𝑃𝑜𝑡𝑏 = 𝛾. 𝑄. 𝐻𝑚 𝜂𝑏 sendo que: Potb = potência consumida pela bomba (W); γ = peso específico (N/m3 ); Q = vazão (m3/s); Hm = altura manométrica (m); ηb = rendimento da bomba. A potência fornecida pelo motor que aciona a bomba (potência útil) pode ser escrita como: 𝑃𝑜𝑡𝑢 = 𝛾. 𝑄. 𝐻𝑚 𝜂𝑏. 𝜂𝑚 - Potência hidráulica é a potência fornecida pela bomba ao líquido: 𝑃𝑜𝑡𝐻 = 𝛾. 𝑄. 𝐻𝑚 Para obter o rendimento hidráulico (rendimento global do conjunto elevatório), basta multiplicar o rendimento da bomba pelo rendimento do motor: 𝜂𝐻 = 𝜂𝑏. 𝜂𝑚 = 𝛾. 𝑄. 𝐻 𝑃𝑜𝑡𝑢. 𝜂𝑚 . 𝑃𝑜𝑡𝑢 𝑃𝑜𝑡𝑎 = 𝛾. 𝑄. 𝐻 𝑃𝑜𝑡𝑎. 𝜂𝑚 = 𝑃𝑜𝑡𝐻 𝑃𝑜𝑡𝑢
  • 6. Aula Prática de Curvas Características e Associação de Bombas Centrífugas 5 ____________________________________________________________________________________ ENS 5101 - Hidráulica Profa Nadia Bernardi Bonumá A potência hidráulica pode ser escrita em função da potência útil: 𝑃𝑜𝑡𝐻 = 𝛾. 𝑄. 𝐻𝑚 = 𝑃𝑜𝑡𝑢. 𝜂𝑏. 𝜂𝑚 = 𝑃𝑜𝑡𝑢. 𝜂𝐻 sendo que: PotH = potência hidráulica (W); ηH = rendimento hidráulico. Figura 3. Conversões entre potência elétrica disponível, elétrica absorvida, mecânica útil e hidráulica. 3. Cálculos e análise dos resultados Nessa etapa, faça uma (ou mais) tabela (s) contendo os seguintes resultados: 1. Ramo 1 (Bomba individual): a. Diferença de pressão na bomba para cada vazão b. Altura manométrica da bomba para cada vazão c. Potência hidráulica na bomba para cada vazão d. Potência absorvida pelo motor para cada vazão e. Potência útil para cada vazão f. Rendimento hidráulico para cada vazão 2. Ramo 2 (Associação) a. Diferença de pressão em cada bomba para cada vazão b. Altura manométrica da associação para cada vazão c. Potência hidráulica da associação para cada vazão d. Potência absorvida pela associação para cada vazão Potd = U.I Pota = Potd.cosφ Potu = Pota.ηm PotH = Potu.ηH
  • 7. Aula Prática de Curvas Características e Associação de Bombas Centrífugas 6 ____________________________________________________________________________________ ENS 5101 - Hidráulica Profa Nadia Bernardi Bonumá e. Potência útil da associação para cada vazão f. Rendimento hidráulico da associação para cada vazão Gráficos 1. Ramos 1 e 2 a. Em um mesmo gráfico, plote a curva manométrica da bomba individual (Ramo 1) com a da associação (Ramo 2) (Hm x Q) b. Em um mesmo gráfico, plote a curva de potência hidráulica da bomba individual (Ramo 1) com a da associação (Ramo 2) (Ph x Q) c. Em um mesmo gráfico, plote a curva da potência útil e hidráulica em função da vazão para a bomba individual (Ramo 1) (Ph x Q e Pu x Q) d. Repita os procedimentos de “c” para a associação (Ramo 2) e. Em um mesmo gráfico, plote a curva do rendimento hidráulico em função da vazão para a bomba individual (Ramo 1) com a da associação (Ramo 2) Questionário A discussão deve conter as respostas do questionário atualizado presente no site do Lab.Hidra Bibliografia: AZEVEDO NETTO, J. M. et al. Manual de Hidráulica. 8a ed. São Paulo: Ed. Edgard Blücher, 1998. ECOEDUCACIONAL. Roteiros de aulas práticas. 2012. PORTO, R. M. Hidráulica Básica. 4ed São Carlos: EESC-USP, 2006. 540p.