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BÍBLIA
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Jonas Topfer
Dez exemplos da genialidade
de Lutero em usar a Bíblia
Jonas Topfer | 2023
odas as religiões
cristãs “usam” a Bí-
blia, o que não quer
dizer que todas elas “são”
bíblicas. “Usar” a Bíblia e
“ser” bíblico são coisas dife-
rentes. O romanismo “usa”
o texto de Mateus 16.18
para dizer que Pedro foi o
primeiro Papa (pai, em ita-
liano), sendo que Jesus disse “a ninguém chameis pai”
(Mt 23.9). Ao longo da minha vida tenho sido confrontado
com inúmeras heresias, todas elas “apoiadas” em algum texto
bíblico. Há um ditado antigo que diz, “Com a Bíblia se pode
provar qualquer coisa”.
T
Para chegarmos ao ponto de dizer que certa ideia é “bíblica”
ela precisa estar em harmonia com a mensagem global da Bí-
blia. A linguagem técnica que usamos para expressar isso é di-
zer que, “A Bíblia precisa ser lida em seu contexto”, o que sig-
nifica que precisa ser respeitada a mensagem que os livros
bíblicos como um todo querem transmitir. Por isso, é errado
utilizar versículos bíblicos isolados, do modo como os parág-
rafos da constituição federal são lidos por advogados, igno-
rando completamente o contexto, ou seja, o “tecido” do qual
fazem parte.
2
O mundo está cheio de religiosos espertos que conseguem en-
ganar alguns desatentos, encontrando algum versículo para
“comprovar” suas ideias, usando a Bíblia para sugerir que suas
próprias ideias foram criadas por Deus.
Se um jogador do Flamengo, no fundo de sua casa, bate bola
com um amigo dele, jogador do Palmeiras, não é a mesma
coisa que um jogo entre os dois times. Dizemos que a Bíblia é
a Palavra de Deus, mas não podemos tomar um versículo e
igualá-lo à Bíblia toda.
Deixe-me exemplificar isso com um exemplo um tanto extre-
mo. Pergunto a meus interlocutores: “Você sabia que na Bíblia
está escrito: ‘Deus não existe’?”. Todos se assustam e reagem,
dizendo que, com certeza isso não está escrito na Bíblia. Então
eu abro no Salmo 14 e leio: “Disse o néscio no seu coração:
Não há Deus.” Então todos respiram aliviados e dizem “ah, tá,
agora entendi, o néscio disse … agora fica tudo claro”. Aqui te-
mos um exemplo muito nítido da questão de ler o texto em
seu contexto. Se tomarmos a frase “Não há Deus.” de forma
isolada, dizendo que a própria Bíblia afirma que Deus não
existe e que portanto a própria Bíblia está ensinando as pesso-
as a serem ateus, isso seria uma conclusão errada. Este exem-
plo é bastante óbvio, mas vamos ver uma série de outros
exemplos de como textos foram interpretados em contrário
ao seu contexto, ou seja, utilizados abusivamente.
Por que alguém faria isso? O motivo de essa prática ser am-
plamente utilizada é, colocar textos bíblicos atrás de afirma-
ções é como “colocar uma assinatura de Deus” num cheque.
Isso confere autoridade do próprio Deus a uma afirmação, co-
locando quem faz isso na posição de “representante divino”.
Quando, porém, a ideia que alguém está defendendo diverge
da mensagem global de Deus, isso se torna muito problemáti-
co, por dois motivos. Primeiro, devido ao abuso do nome de
3
Deus, e segundo, uma condenação mais dura recai sobre ele,
por desviar os ouvintes do evangelho.
Quero chamar a atenção ao fato de que este artigo é bastante
compacto, resumido. Os assuntos abaixo são discutidos mais
amplamente em outros artigos do meu blog.
Apresento agora 10 exemplos, de como o Doutor Martinho Lu-
tero e seus colegas utilizaram a Bíblia.
1) Carne e sangue de Cristo – invertendo
Mateus 26.26
E, quando comiam, Jesus tomou o pão, e abençoando-o, o
partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o
meu corpo. (Mateus 26.26)
Martinho Lutero e João Calvino por pouco teriam unido seus
movimentos. Um único ponto fazia que Lutero não aceitasse
se unir a Calvino: Lutero acreditava que o pão da eucaristia
era a carne de Cristo e o vinho, Seu sangue. Lutero toma a ex-
pressão “Isto é meu corpo” para concluir que o corpo físico
de Cristo está na Santa Ceia.
Que é a Ceia do Senhor? É o verdadeiro corpo e sangue de
nosso Senhor Jesus Cristo para ser comido e bebido por nós,
cristãos, sob o pão e o vinho. 1
O contexto bíblico, porém, nos mostra que Jesus usava fre-
quentemente a forma de linguagem chamada Metáfora.
A metáfora representa uma comparação de palavras com
significados diferentes e cujo conectivo de comparação
(como, tal qual) fica subentendido na frase. Exemplo: A vida
é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que
voa.) 2
1 catechism.cph.org/pt/sacramento-do-altar.html
2 todamateria.com.br/figuras-de-linguagem
4
Por exemplo, quando Jesus diz “Eu sou a água” (significa “eu
sou COMO água”, a água me simboliza), “Eu sou a porta” (eu
sou COMO uma porta).
Para analisarmos o texto em de seu contexto original, temos
que notar, que Jesus e os seus discípulos estavam dentro do
judaísmo. Esta religião proíbe a antropofagia, o consumo de
carne humana.
Uma terceira prova de que isso é simbólico. Jesus Cristo esta-
va em carne e osso diante deles, então o pão que os discípu-
los comiam não podia ser a carne de Cristo. Deixe-me dizer de
outro modo: Jesus não podia segurar a si mesmo nas próprias
mãos.
Uma quarta prova. Quando o lençol com carnes proibidas des-
ceu diante de Pedro, este se negou a comer (At 10.13-14). Se os
discípulos tivessem entendido que Jesus estivesse falando de
sua carne literal ao distribuir o pão, no mínimo Pedro teria se
negado a comer.
Fica evidente que os discípulos entenderam que Jesus ao di-
zer “isto é o meu corpo” estava usando a referida figura de
linguagem, significando “este pão simboliza meu corpo”.
Nenhum leitor da Bíblia que não tivesse sido previamente re-
programado através do “óculos” da teologia luterana (ou ca-
tólica), cairia na ideia de entender, que Jesus está dizendo que
na celebração da Ceia do Senhor as pessoas devem comer a
carne de Cristo, carne humana e beber sangue humano.
Em Mateus 26.26, Jesus diz: “este pão é meu corpo”, mas o
que significa é: “este pão é como meu corpo”, ensinando que
o corpo de Cristo têm determinadas semelhanças figurativas
com o pão e o vinho, e por isso estes elementos podem nos
ajudar a lembrar melhor da pessoa de Cristo (harmonizando
com o objetivo da Ceia do Senhor, “em memória de mim”). Es-
5
tas semelhanças figurativas são, p. ex., que o pão alimenta, o
vinho refresca, como Jesus é nosso alimento espiritual e re-
fresca nossa alma.
Lutero precisava levar o luterano a pensar que come a carne
de Cristo e bebe seu sangue, para a construção de uma nova
religião paralela ao catolicismo. Se ele tivesse seguido o signi-
ficado original do texto Bíblico, o luteranismo perderia boa
parte de seu “poder”, que é realizar a alegada “união sacra-
mental” (trazer a carne de Cristo para dentro da hóstia, e o
sangue d’Ele para o vinho).
Lutero afirma que na “Santa Ceia” os participantes comem a
carne material de Cristo e bebem o sangue material de Cristo.
A Bíblia, porém, tomada em seu contexto original, ensina que
na “Ceia do Senhor”, os participantes tomam pão e vinho, que
são elementos que ajudam a manter a memória de Cristo, de
quem Ele foi e o que Ele fez.
Estes 10 exemplos pretendem demonstrar a hermenêutica dos
reformadores, ou seja, o modo como eles interpretaram os
textos bíblicos.
2) Presença real de Cristo - invertendo Mateus 26.26
Numa outra distorção, relacionada ao mesmo versículo, Lute-
ro afirma que o corpo físico de Cristo estaria presente na San-
ta Ceia e denomina isto de “presença real”:
ARTIGO 10: DA SANTA CEIA. Da ceia do Senhor se ensina que
o verdadeiro corpo e o verdadeiro sangue de Cristo estão
verdadeiramente presentes na ceia sob a espécie do pão e
do vinho e são nela distribuídos e recebidos. 3
O seguinte autor comenta a importância que a “presença
real” tinha para o reformador:
3 luteranos.com.br/textos/a-confissao-de-augsburgo
6
A principal descoberta de Lutero em relação à Santa Ceia
foi que este sacramento é Evangelho. Daí a sua ênfase na
presença real de Jesus Cristo no ato. Para ele, a aceitação
ou rejeição desta presença de Cristo significa a aceitação ou
rejeição da própria Palavra de Deus. 4
A insistência de Lutero, em dizer que Jesus está presente de
modo real na Santa Ceia, significa, por tabela, afirmar que Ele
não é real no restante da vida dos cristãos.
Um leitor bíblico mediano percebe, que a Bíblia não ensina
isso. Ao contrário, veja o que Jesus prometeu:
E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação
dos séculos. Amém. (Mateus 28.20b)
Ele prometeu estar conosco todos os dias, e não somente na
Santa Ceia. De que forma Jesus está com os crentes todos os
dias? Fisicamente? Não, mas está presente espiritualmente!
Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a
minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e
faremos nele morada. (João 14.23)
Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações;
(Efésios 3.17a)
Denominar uma pretensa presença física como presença real
é absurdo, pois sua presença real é espiritual, e não física.
Devido à interpretação distorcida do texto bíblico de Ma-
teus 26.26, o luterano tradicional tende a ser espiritualmente
pobre, porque lhe é furtada a presença diária, constante, de
Cristo. Este é o preço do sistema sacerdotalista. Por isso ele
corre tão ansiosamente ao sacerdote para tomar a Santa Ceia,
para, por um breve tempo, imaginar que teve contato “real”
com Cristo. Mas Cristo pode ser real na sua vida, morar em
você, se você amar a Jesus Cristo e guardar Sua Palavra.
4 editoraconcordia.com.br/isto-e-o-meu-corpo-a-luta-de-lutero-em-
defesa-da-presenca-real-de-cristo-no-sacramento-do-altar
7
3) Arrependimento sacramental –
invertendo João 20.23
Cito um terceiro exemplo, de como os teólogos luteranos iso-
lam textos bíblicos de seu contexto, para utilizar em seu siste-
ma religioso:
Àqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados;
e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos. (João 20.23)
Vamos estabelecer uma verdade, ensinada na religião judaica,
o contexto no qual Jesus pregou. Nós, seres humanos, somen-
te temos o direito de perdoar aqueles que nos ofenderam, ou
seja, você somente tem o direito de perdoar quem lhe ofen-
deu (Mt 6.12). Você não tem o direito de perdoar uma segunda
pessoa que ofendeu uma terceira pessoa, percebe?
Para entendermos, como também este texto foi horrivelmente
distorcido, vamos analisar seu significado original: Este texto
é um convite de Jesus para o perdão mútuo, avisando que se
alguém lhe ofender e você não perdoar, esta falta de perdão
se tornará um problema, um fardo na sua vida.
Jesus está ensinando enfaticamente ali, em consonância com
outros versículos, que devemos perdoar sempre (Mt 18.21-22).
A mensagem original da frase “e àqueles a quem os retiverdes
lhes são retidos” é, que de se você retiver o perdão, isso será
muito ruim: Estará carregando um fardo de amargura e de
acusações. Não faça isso!
Se um conhecido seu peca e busca em Deus o perdão, o rece-
berá, mesmo que você não a perdoe, e mesmo que o Papa “re-
tivesse o perdão”, Deus a perdoaria.
Lembre-se: o único que tem poder de perdoar pecados é Deus
(Lc 5.21), e Jesus Cristo (Mt 9.6).
Os teólogos luteranos interpretam este texto, como se Jesus
estivesse ali se referindo aos funcionários eclesiásticos lutera-
8
nos, como se Jesus ali estivesse outorgando aos sacerdotes lu-
teranos: 1) O poder de realizar um “perdão ritualístico” e, pas-
mem, 2) O poder de – teoricamente – celebrar um ritual de re-
tenção do perdão aos pecados.
Os sacerdotes luteranos se colocam diante do povo e, ao final
da “Cerimônia de Confissão e Absolvição”, ou seja uma ceri-
mônia de perdão comunitário, dizem coisas do tipo “eu, como
ministro ordenado da igreja luterana, declaro vossos pecados
perdoados, em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo,
amém”.5
Sacerdotes gostariam de ter este poder de perdoar o povo
todo da igreja e de reter o perdão dos rebeldes. Mesmo que
eles alegam ter este poder, na verdade, biblicamente, não têm!
Lutero e seus seguidores usam o texto, para criar o sistema de
perdão ritualístico, enquanto Jesus ensinou o perdão direto,
entre as pessoas:
Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se
arrepender, perdoa-lhe. (Lucas 17.3b)
Ele ensinou o dever de perdoar SEMPRE, ou seja, de nunca “re-
ter” perdão:
E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia
vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe.
(Lucas 17.4)
4) Fazei penitência – invertendo Mateus 4.17
Um quarto exemplo, de como o berço católico de Lutero con-
dicionou sua leitura bíblica, fazendo com que, também aqui
isolasse o contexto:
Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-
vos, porque é chegado o reino dos céus. (Mateus 4.17)
5 luteranos.com.br/conteudo/confissao-e-absolvicao
9
Martinho Lutero usa este versículo para sublinhar a primeira
das suas famosas 95 teses:
Ao dizer: "Fazei penitência", etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e
Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse
penitência.6
Uma análise do texto em seu contexto original revela, que Je-
sus está chamando pessoas a segui-lo. Este arrependimento
(mudança de vida) é o redirecionamento de uma pessoa que
ouve o convite e aceita ser um seguidor de Cristo.
O reformador dá ao texto outro significado, afirmando que o
texto de Mateus 4.17 ensinaria a prática religiosa da ‘penitên-
cia’. O reformador, como seria de esperar de alguém formado
no romanismo, não conhece o conceito de conversão, e por
isso interpreta estas palavras de Jesus sob a ótica religiosa.
Em vez de chamar o povo à conversão, Lutero ensina ‘peni-
tência’. Com isso ele esconde a pregação da conversão e do
discipulado, fechando sutilmente a porta do relacionamento
direto com Cristo.
Nosso Senhor Jesus Cristo, por outro lado, chama pessoas ao
arrependimento de pecados, ou seja, ao reconhecimento e
abandono da vida pecaminosa:
Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam
apagados os vossos pecados. (Atos 3.19a)
Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de
igual modo perecereis. (Lucas 13.3)
6 luteranos.com.br/lutero/95_teses.html
10
5) Justificação por fé, independente de obras –
invertendo Romanos 1.17
O próximo exemplo para o hábito de Martinho Lutero e dos
teólogos luteranos, de adequarem a Bíblia às suas necessida-
des, é Romanos 1.17:
Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como
está escrito: Mas o justo viverá da fé. (Rm 1.17)
Neste versículo o apóstolo Paulo cita Habacuque 2.4. No con-
texto original o profeta avisa os israelitas rebeldes, desobedi-
entes, pecadores, contrários à Lei de Deus, que seriam castiga-
dos, seriam mortos pelos babilônios, mas coloca uma ressalva:
os justos, ou seja, os obedientes, não seriam mortos pelos ba-
bilônios (este é o contexto de “o justo viverá”). Então a justiça
de Deus significa, que somente os maus, os ímpios, os rebel-
des, seriam castigados, mas não as pessoas justas, obedientes
à lei de Deus, crentes em Deus.
Lutero leu este texto e alguns outros, como os seguintes:
Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei,
mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus
Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não
pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma
carne será justificada. (Gálatas 2.16)
Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus,
por nosso Senhor Jesus Cristo; (Romanos 5.1)
O Reformador chegou à conclusão de que a salvação por fé é
“independente de obras” independente do comportamento.
Ele toma “salvação” como sinônimo de “justificação”.
Além de trocar o significado destas duas palavras, o processo
é ainda mais dificultado, ele não conseguiu entender o texto,
por não estar em condição de compreender o significado ori-
ginal da palavra “fé”. Ele confunde a fé bíblica com a fé religi-
osa, ou seja, na mente dele são sinônimos, a fé ensinada e
11
praticada pelos autores bíblicos, e, a fé ensinada e praticada
pelo catolicismo medieval.
Vamos analisar o significado destas palavras em seu contexto
bíblico.
O que a palavra “justificação” significa originalmente
A palavra “justificação” pode significar duas coisas:
1) Justificação no sentido de “justificação forense”, ou seja, de
alguém ser declarado inocente no tribunal, ou seja, de os pe-
cados de alguém serem declarados não imputados, a pessoa
fica livre de castigo. A isso chamamos de “perdão dos peca-
dos”, o qual é concedido, como vimos antes, aos que se arre-
pendem e se convertem.
O fato de em Gálatas 2, Paulo dizer que “pelas obras da lei ne-
nhuma carne será justificada”, ele está dizendo que o perdão
dos pecados não é obtido pelo bom comportamento. Não é
possível “pagar” pelo perdão, por praticarmos o bem.
2) Um segundo significado de “justificação” é o processo de
tornar uma pessoa justa. O que é uma pessoa “justa”? É uma
pessoa praticante da justiça, a exemplo de José:
Então José, seu marido, como era justo, e a não queria
infamar, intentou deixá-la secretamente. (Mateus 1.19)
Dado que “fé” é confiança e obediência a Deus, então, quando
Paulo diz “justificados pela fé, temos paz com Deus”, isso sig-
nifica que, por obedecermos a Deus e portanto, evitarmos o
pecado, temos consciência tranquila, paz com Deus. Seria ab-
surdo imaginar que este texto promete que, por alguém ter
algum tipo de “fé” (por exemplo, fé espírita, fé budista, fé hin-
duísta, etc), obteria a paz com Deus. Somente a fé, tal como
ensinada e praticada pelos autores bíblicos, tem este poder.
12
Lutero chega à estranha conclusão, de que a salvação seria in-
dependente de obras, ou seja, de que salvação e o aspecto
comportamental seriam independentes. Isso contraria frontal
e completamente o ensino bíblico de Jesus, de todos os após-
tolos e de todos os profetas, inclusive os do A.T. (Rm 2.13;
Mt 7.23; Lc 6.49; Jo 3.19-21; 1Jo 1.6; 3.10; Ap 2.5; Jó 31.3; Sl 92.10;
119.1-3; Jr 7.3-10; Ez 33.14-15).
Na Bíblia toda, a fé em Deus e o comportamento do crente es-
tão estreitamente ligados, como vemos nos seguintes versícu-
los:
Se me amais, guardai os meus mandamentos. (João 14.15)
... os que praticam a lei hão de ser justificados.
(Romanos 2.13b)
Quando você se converte e segue a Cristo, recebe o perdão
dos pecados gratuitamente, sem dar nada em troca, e se torna
uma pessoa justa, ou seja, praticante da justiça, dos ensinos
de Jesus.
6) Batismo infantil – invertendo Marcos 16.16
A lista de exemplos de utilização de textos bíblicos para outra
finalidade, vai aumentando. Veja mais um exemplo:
Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer
será condenado. (Marcos 16.16)
Também este texto foi interpretado por Lutero fora de seu
contexto original. Ele lê e conclui, que este texto ensinaria a
necessidade do batismo infantil para a salvação.
Em seu livro “O rebatismo”,7
Lutero justifica o batismo infan-
til. Lá encontramos o exemplo de seu método hermenêutico:
Ele inicia corretamente, dizendo que, para ser salvo é necessá-
7 glaubensstimme.de/doku.php?id=autoren:l:luther:v:luther_-
_von_der_wiedertaufe
13
rio 1) a fé e 2) o batismo. Porém ele continua, fabricando arti-
ficialmente a afirmação, de que este texto estivesse afirmando
a necessidade da “fé no batismo”. Isso de maneira nenhuma é
o caso. A fé à qual este texto se refere, em seu contexto origi-
nal, é a fé na pessoa de Cristo, e não, “fé no batismo”.
Contrariando o ensino da Bíblia como um todo, ele acaba che-
gando à conclusão de que o batismo teria força salvadora, e
portanto precisa ser realizado o mais rápido possível, para sal-
var a criança.
Segundo a doutrina luterana, a criança enquanto não estiver
batizada ainda não está salva, ou seja, está perdida. Eles acre-
ditam que ela recebe a salvação pelo batismo. Estas duas afir-
mações contrárias ao que a Bíblia ensina:
Jesus, porém, disse: Deixai os meninos [as crianças], e não os
estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus.
(Mateus 19.14)
A igreja luterana necessita muito fazer as pessoas acreditarem
que crianças não batizadas estão perdidas, para pressionar as
pessoas a se submeterem a este ritual, levarem suas crianças
e prometerem que a criança será educada na fé luterana, ou
seja, que será membro luterano durante toda sua vida, como
vemos na seguinte liturgia batismal:
E vocês, comunidade cristã, membros da igreja de Jesus
Cristo, vocês prometem orientar e sustentar N. (...), através
de suas palavras e dos seus atos, para que siga a Jesus
Cristo e se torne membro fiéil de sua Igreja? Se vocês estão
dispostos e dispostas a assumir esse compromisso,
respondam: Sim, com o auxílio de Deus. 8
Sem o sistema do batismo infantil não seria possível estabele-
cer uma religião estatal. Por isso não é de estranhar que Lute-
ro tivesse defendido com tanto afinco aquelas ideias, e com-
8 luteranos.com.br/conteudo/culto-de-batismo-forma-breve
14
batido mortalmente os que defendiam o batismo como ensi-
nado na Bíblia (1Pe 3.21): depois da conversão.
O reformador ensina as pessoas a batizarem o recém-nascido
o mais rápido possível, para mais tarde inculcarem na criança
a necessidade de que ela “creia no batismo”. Isto, segundo Lu-
tero, seria necessário para completar o ciclo de Marcos 16.16.
Jesus Cristo, por outro lado, nunca ensinou a “crer no batis-
mo”, mas a crer em Sua pessoa!
Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em
mim tem a vida eterna. (João 6.47)
No luteranismo as pessoas são levadas a confiar num ritual.
Em harmonia com o Catecismo Menor (no artigo “Sacramen-
to do santo batismo”), os pastores luteranos prometem aos
pais da criança que seu filho tem a salvação garantida.
Muito diferente, o ensino bíblico em seu contexto original.
Quando Jesus pronunciou as palavras de Marcos 16.16, Ele es-
perava que as pessoas encontrassem a salvação, pela fé pesso-
al n´Ele e por testemunhassem isso no batismo.
E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e
disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja
batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração.
E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de
Deus. (Atos 8.36-37)
7) Sacerdotes ímpios – invertendo Lucas 10.16
O próximo exemplo de como os teólogos luteranos usam do
texto bíblico para seus fins pessoais, temos no seguinte versí-
culo:
Quem vos ouve a vós, a mim me ouve; e quem vos rejeita a
vós, a mim me rejeita; e quem a mim me rejeita, rejeita
aquele que me enviou. (Lucas 10.16)
15
Os pastores luteranos quando leem este texto “Quem vos
ouve a vós, a mim me ouve” se sentem muito importantes e
acham que são representantes de Cristo na terra, como se
este texto se referisse a obreiros luteranos! Comprovei sufici-
entemente neste blog, que os pastores luteranos, por força da
teologia luterana, não podem ser crentes-em-Cristo. Portanto
este texto não pode se referir aos funcionários eclesiásticos,
sacerdotes e teólogos, mas sim, a todos os que representam a
Jesus verdadeiramente: os seus seguidores! Ser um instrumen-
to para levar a Palavra de Deus, não depende de ser um funci-
onário eclesiástico ou teólogo! Pelo contrário, foram exata-
mente os sacerdotes e doutores da Lei que mataram Jesus
(Mt 20.18). Cristo os combatia, pois, já naquele tempo, eram
seus piores inimigos (Mt 21.44-46).
Como os textos citados anteriormente, também este é utiliza-
do por Lutero para construir uma religião estatal sacerdotalis-
ta, subordinando o povo à autoridade eclesiástica.
A igreja do próprio Jesus, porém, segue princípios absoluta-
mente contrários aos de Lutero (Mt 20.25-26). Ele combateu a
hipocrisia dos líderes religiosos. Líderes cristãos, pastores,
presbíteros e diáconos, somente representam Cristo enquanto
são fiéis a Ele e aos Seus ensinos, em palavras e ações. Eles se
destacam pela sua fé notória e seu comportamento irrepreen-
sível (1Tm 3.2-10):
Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa
reputação, cheios do Espírito Santo. (Atos 6.3a)
Convém, pois, que o bispo [o pastor] seja irrepreensível (…)
Da mesma sorte os diáconos (…) sirvam, se forem
irrepreensíveis. (1 Timóteo 3.2,8,10)
16
8) Teologia moral – invertendo 1 Coríntios 9.20-21
Lutero em seu livro “Da Liberdade Cristã”, usa o seguinte tex-
to bíblico em sua argumentação:
E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus;
para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo
da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que
estão sem lei, como se estivesse sem lei (...), para ganhar os
que estão sem lei. (1Co 9.20-21)
Também estes versículos são utilizados por Lutero ignorando
completamente seu contexto original, fazendo aquilo que de-
nominamos na teologia de “usar o texto por pretexto”, ou
seja, para sublinhar as próprias ideias.
Lendo o texto com um mínimo de atenção, notamos que o as-
sunto do qual trata, evidentemente, é a questão da “missão”.
Perceba que a mensagem do Apóstolo Paulo neste texto é, que
devemos fazer o máximo que estiver ao nosso alcance, para
ganhar pessoas para a fé em Jesus Cristo, adaptando-nos cul-
turalmente.
Devido à sua ideologia de religião social e sua teologia do ser-
vo arbítrio, a religião luterana não possui uma teologia de
missão. Por causa disso, o reformador somente conseguiu ver
neste texto uma fonte para uma “teologia moral” confusa,
como muita coisa no luteranismo. Ele cria um estatuto moral
para seus seguidores, que ninguém realmente entende:
Um cristão é senhor livre sobre todas as coisas e não está
sujeito a ninguém. Um cristão é servidor de todas as coisas
e sujeito a todos. 9
Lutero, a exemplo de um prestidigitador, faz desaparecer o
sentido original do texto, colocando um outro significado,
completamente novo, criado por ele próprio. Assim ele elimi-
nou a desconfortável mensagem gloriosa de Paulo, que é de-
9 luteranos.com.br/conteudo/martim-lutero-da-liberdade-crista
17
safiar os crentes a saírem de sua zona de conforto e pregar o
evangelho, ganhar as pessoas para Jesus Cristo.
9) Sacerdócio geral – invertendo 1 Pedro 2.9
Os exemplos de como os reformadores utilizaram os textos
bíblicos para fins próprios, se amontoam:
Mas vós sois ... o sacerdócio real ... a luz; (1 Pedro 2.9a)
Alegando restaurar o sacerdócio de todos os cristãos, o refor-
mador lança mão deste versículo, passando ao largo do seu
significado original. Lutero “usa e abusa” deste texto, para re-
solver uma necessidade sua, para criar o sistema eclesiástico
luterano.
Todo o N.T. ensina a adoração espiritual. A fé ensinada por
Cristo não é sacerdotalista. Leia o N.T. e verá que nem Jesus,
nem os apóstolos jamais ordenaram sacerdotes.
O sentido original do texto bíblico citado, é ensinar o sacerdó-
cio de todos os seguidores de Cristo. Se todos os crentes são
sacerdotes, estão ligados diretamente a Deus, então o sacerdó-
cio individual, ao modo do A.T. e das outras religiões, fica anu-
lado.
Lutero, porém, não conseguiu se desvencilhar do sistema reli-
gioso romano. Ele sempre acreditou num sistema sacerdotal
de duas classes, de sacerdotes e leigos. Ele utilizou este texto
para encarar uma necessidade muito urgente, de criar uma
outra religião ao lado da católica. A religião romana, que a Re-
forma Protestante dividiu, segue o sistema da “sucessão apos-
tólica”, pela qual o Papa consagra os bispos e os bispos consa-
gram os padres. Caso Lutero não encontrasse uma solução
para o problema da ordenação eclesiástica, sua nova religião
não poderia ordenar novos sacerdotes.
18
Para resolver isso, o reformador criou um novo sistema eclesi-
ástico, onde continuam existindo os “fornecedores” e os “con-
sumidores” da graça. Ele conseguiu criar a estrutura de duas
classes, tão importante numa religião estatal, com um simples
truque: Ele disse: “nós não precisamos mais da ordenação Pa-
pal, porque todos os crentes são sacerdotes, está na Bíblia!”
Esta afirmação, porém, gerou um novo problema: Se todos os
crentes são sacerdotes, de onde os pastores luteranos obteri-
am a autoridade? Esse problema foi resolvido por Lutero
usando um novo truque, inventado por ele. Ele disse, mais
tarde: “Todos são sacerdotes, mas somente alguns, os pastores
ordenados, têm autorização para exercer o sacerdócio”. Me
espanta o fato, de algumas pessoas se deixarem iludir tão fa-
cilmente com jogos de palavras. Aquela foi uma solução geni-
al, para atingir o objetivo, de se livrar do Papa.
O que faz lembrar uma piadinha acerca dos tempos da segre-
gação racial norte-americana, quando os negros eram obriga-
dos a sentar na parte de trás dos ônibus: O prefeito de uma
cidade, por não concordar com a segregação, disse nos meios
de comunicação: “a partir de hoje, não existirão mais brancos
ou pretos. Eu decreto que a partir de agora, todos serão
azuis”. No dia seguinte um negro entrou no ônibus e tentou
ir à parte da frente, o que o cobrador impediu. O negro retru-
cou, perguntando: “sim, mas não somos agora todos azuis?”.
Ao que o cobrador respondeu: “azul claro: na frente, azul es-
curo: atrás”. Mudaram-se as palavras, mas não mudou o siste-
ma. Exatamente isso aconteceu no caso que estamos expla-
nando.
O Papa é um personagem central no catolicismo, pela necessi-
dade de ordenar os sacerdotes. Como a igreja de Lutero não
tinha um supremo pontífice, a solução que encontrou foi, em
minhas palavras: “não precisamos de Papa, pois, todos os cris-
tãos são sacerdotes”. Mais tarde ele retorna ao sistema origi-
19
nal de duas classes com o referido truque, de dizer: “Todos
são sacerdotes, mas somente alguns poucos, ordenados, estão
autorizados a exercer o sacerdócio”. Veja como a Confissão de
Augsburgo expressa isso:
ARTIGO 14: DA ORDEM ECLESIÁSTICA. Da ordem eclesiástica
se ensina que sem chamado regular, ninguém deve
publicamente ensinar ou pregar ou administrar os
sacramentos na igreja. 10
O observador atento possivelmente notou, que, na verdade,
tudo permaneceu como antes. Antes se tinha as duas classes,
sacerdotes e leigos. Agora se tem “sacerdotes autorizados” e
“sacerdotes não-autorizados”.
Alguns leigos, entendendo seu status bíblico de sacerdote, co-
meçaram a pregar em alguns lugares, no tempo da Reforma.
Então, Lutero proibiu fortemente, mandou perseguir e matar,
todos os leigos que ousassem pregar. Ele acusava oficialmente,
os leigos que expunham a Bíblia, de “possessos pelo diabo”,
“amotinantes” e “assassinos”.11
O modelo bíblico de igreja deixado no N.T. é muito diferente.
Nele não existem duas classes de pessoas. Todos os crentes re-
cebem o Espírito Santo e seus dons e se edificam mutuamen-
te, uns aos outros:
A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em
toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns
aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais,
cantando ao Senhor com graça em vosso coração.
(Colossenses 3.16)
Por isso exortai-vos uns aos outros, e edificai-vos uns aos
outros, como também o fazeis. (1 Tessalonicenses 5.11)
10 luteranos.com.br/textos/a-confissao-de-augsburgo
11 LUTHER, Martin. Brief von den Schleichern und Winkelpredigern. 1530.
glaubensstimme.de/doku.php?
id=autoren:l:luther:b:brief_von_den_schleichern
20
No modelo bíblico, o pastor não é sacerdote, mas supervisor.
Esta é a tradução da palavra “bispo”, ou seja, supervisor. Ele
supervisiona e organiza o trabalho que todos os crentes fa-
zem, que cada crente, conforme seus dons, faz (Ef 4.16).
10) Pastores ímpios – invertendo Mateus 23.2
Chegamos ao décimo exemplo. Eu poderia citar muitos mais.
Mas peço paciência, para mais este último. Meu objetivo, com
estes exemplos tomados de documentos de importância cen-
tral do luteranismo, é comprovar, que todo o luteranismo se
funda em afirmações que se utilizam de vers culos bíblicos ti
ĩ -
rados do contexto original.
Veja como os reformadores na Confissão de Augsburgo, se uti-
lizaram também do seguinte texto bíblico, aplicando um ou-
tro significado, diferente do que Jesus tinha em mente:
Dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas
e fariseus. (Mateus 23.2)
Leiamos o que dizem na Confissão de Augsburgo, em seu arti-
go 8:
Além disso, ainda que a igreja cristã, propriamente falando,
outra coisa não é senão a congregação de todos os crentes e
santos, todavia, já que nesta vida continuam entre os
piedosos muitos falsos cristãos e hipócritas, também,
pecadores manifestos, os sacramentos, não obstante, são
eficazes, embora os sacerdotes que os administram não
sejam piedosos. Conforme o próprio Cristo indica: “Na
cadeira de Moisés estão sentados os fariseus, etc.” São
condenados, por isso, os donatistas e todos os outros que
pensam de maneira diversa.12
Lutero e seus companheiros se utilizaram o texto de Ma-
teus 23.2, na Confissão de Augsburgo para justificar o fato de
os pastores luteranos serem “não-piedosos”, não-crentes, ím-
12 ielb.org.br/downloads/conteudo/513/confissao-de-augsburgo-
21
pios. Também este texto não foi utilizado pelos reformadores
como deveria. Vamos percebendo que fazer isso era pratica-
mente um hábito deles.
Vejamos o significado original do texto. Em Mateus 23 (no ca-
pítulo todo), Jesus lamenta e condena a hipocrisia dos líderes
religiosos, e os condena oito vezes, ou seja, nos versos 13, 14,
15, 16, 23, 25, 27 e 28. O salvador não concorda de modo ne-
nhum com sua hipocrisia e pecado, mas critica isso veemen-
temente. Veja o que o mestre diz:
Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que
fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem
deixais entrar aos que estão entrando. (Mateus 23.13)
Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois
semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente
parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos
de mortos e de toda a imundícia. (Mateus 23.27)
Os reformadores, ignorando a mensagem de Jesus, usam este
texto – pasmem! – para justificar o fato dos obreiros luteranos
serem “não-piedosos”, afirmando EXATAMENTE O CONTRÁRIO
do que Jesus disse!
Obreiros ímpios não eram de modo nenhum, aceitos na igreja
no N.T. (1Tm 3.2; Tt 1.7). Seria absurdo afirmar a possibilidade
de obreiros “não-piedosos”, não-crentes, dirigirem uma igreja
bíblica. Jesus ensinou seus seguidores a rejeitarem o procedi-
mento dos fariseus e escribas, dizendo que tudo que eles fazi-
am era “pra se aparecer”:
… não procedais em conformidade com as suas obras,
porque dizem e não fazem; Pois atam fardos pesados e
difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles,
porém, nem com o dedo querem movê-los; E fazem todas as
obras a fim de serem vistos pelos homens; (Mateus 23.3b-5b)
A igreja de Cristo é a Sua noiva, santa e pura, e necessita de
obreiros exemplares.
22
Concluindo
Espero, amado leitor, que tenhas conseguido entender a dife-
rença entre algo “ser bíblico” (estar em sintonia com o signifi-
cado pretendido da Palavra de Deus) e alguém “usar a Bíblia”
(para comprovar coisas que na verdade não são ensinadas
nela, ou pior, sejam às vezes até contrárias a seu ensino origi-
nal).
Neste artigo vimos que as mais importantes doutrinas produ-
zidas por Lutero não são bíblicas, mas foram forjadas por ele
mesmo, usando os textos bíblicos de modo não apropriado,
fortemente distorcidos, com a finalidade de garantir uma
aura de autoridade para seu movimento. Usar a Bíblia para
defender uma doutrina humana é um “crime de lesa-majesta-
de” contra a autoridade de Deus.
Amado leitor, não os imite! Evite “usar a Bíblia” e busque “ser
bíblico”. Leia a Bíblia por seu significado puro, aprenda e pra-
tique o que Jesus Cristo ensinou originalmente.
Deus lhe abençoe, em Cristo!
- - -
Ilustração: pixabay.com
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23

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  • 1. D DEZ EZ EXEMPLOS EXEMPLOS DA DA GENIALIDADE GENIALIDADE DE DE L LUTERO UTERO EM EM USAR USAR A A B BÍBLIA ÍBLIA Jonas Topfer
  • 2. Dez exemplos da genialidade de Lutero em usar a Bíblia Jonas Topfer | 2023 odas as religiões cristãs “usam” a Bí- blia, o que não quer dizer que todas elas “são” bíblicas. “Usar” a Bíblia e “ser” bíblico são coisas dife- rentes. O romanismo “usa” o texto de Mateus 16.18 para dizer que Pedro foi o primeiro Papa (pai, em ita- liano), sendo que Jesus disse “a ninguém chameis pai” (Mt 23.9). Ao longo da minha vida tenho sido confrontado com inúmeras heresias, todas elas “apoiadas” em algum texto bíblico. Há um ditado antigo que diz, “Com a Bíblia se pode provar qualquer coisa”. T Para chegarmos ao ponto de dizer que certa ideia é “bíblica” ela precisa estar em harmonia com a mensagem global da Bí- blia. A linguagem técnica que usamos para expressar isso é di- zer que, “A Bíblia precisa ser lida em seu contexto”, o que sig- nifica que precisa ser respeitada a mensagem que os livros bíblicos como um todo querem transmitir. Por isso, é errado utilizar versículos bíblicos isolados, do modo como os parág- rafos da constituição federal são lidos por advogados, igno- rando completamente o contexto, ou seja, o “tecido” do qual fazem parte. 2
  • 3. O mundo está cheio de religiosos espertos que conseguem en- ganar alguns desatentos, encontrando algum versículo para “comprovar” suas ideias, usando a Bíblia para sugerir que suas próprias ideias foram criadas por Deus. Se um jogador do Flamengo, no fundo de sua casa, bate bola com um amigo dele, jogador do Palmeiras, não é a mesma coisa que um jogo entre os dois times. Dizemos que a Bíblia é a Palavra de Deus, mas não podemos tomar um versículo e igualá-lo à Bíblia toda. Deixe-me exemplificar isso com um exemplo um tanto extre- mo. Pergunto a meus interlocutores: “Você sabia que na Bíblia está escrito: ‘Deus não existe’?”. Todos se assustam e reagem, dizendo que, com certeza isso não está escrito na Bíblia. Então eu abro no Salmo 14 e leio: “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus.” Então todos respiram aliviados e dizem “ah, tá, agora entendi, o néscio disse … agora fica tudo claro”. Aqui te- mos um exemplo muito nítido da questão de ler o texto em seu contexto. Se tomarmos a frase “Não há Deus.” de forma isolada, dizendo que a própria Bíblia afirma que Deus não existe e que portanto a própria Bíblia está ensinando as pesso- as a serem ateus, isso seria uma conclusão errada. Este exem- plo é bastante óbvio, mas vamos ver uma série de outros exemplos de como textos foram interpretados em contrário ao seu contexto, ou seja, utilizados abusivamente. Por que alguém faria isso? O motivo de essa prática ser am- plamente utilizada é, colocar textos bíblicos atrás de afirma- ções é como “colocar uma assinatura de Deus” num cheque. Isso confere autoridade do próprio Deus a uma afirmação, co- locando quem faz isso na posição de “representante divino”. Quando, porém, a ideia que alguém está defendendo diverge da mensagem global de Deus, isso se torna muito problemáti- co, por dois motivos. Primeiro, devido ao abuso do nome de 3
  • 4. Deus, e segundo, uma condenação mais dura recai sobre ele, por desviar os ouvintes do evangelho. Quero chamar a atenção ao fato de que este artigo é bastante compacto, resumido. Os assuntos abaixo são discutidos mais amplamente em outros artigos do meu blog. Apresento agora 10 exemplos, de como o Doutor Martinho Lu- tero e seus colegas utilizaram a Bíblia. 1) Carne e sangue de Cristo – invertendo Mateus 26.26 E, quando comiam, Jesus tomou o pão, e abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. (Mateus 26.26) Martinho Lutero e João Calvino por pouco teriam unido seus movimentos. Um único ponto fazia que Lutero não aceitasse se unir a Calvino: Lutero acreditava que o pão da eucaristia era a carne de Cristo e o vinho, Seu sangue. Lutero toma a ex- pressão “Isto é meu corpo” para concluir que o corpo físico de Cristo está na Santa Ceia. Que é a Ceia do Senhor? É o verdadeiro corpo e sangue de nosso Senhor Jesus Cristo para ser comido e bebido por nós, cristãos, sob o pão e o vinho. 1 O contexto bíblico, porém, nos mostra que Jesus usava fre- quentemente a forma de linguagem chamada Metáfora. A metáfora representa uma comparação de palavras com significados diferentes e cujo conectivo de comparação (como, tal qual) fica subentendido na frase. Exemplo: A vida é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que voa.) 2 1 catechism.cph.org/pt/sacramento-do-altar.html 2 todamateria.com.br/figuras-de-linguagem 4
  • 5. Por exemplo, quando Jesus diz “Eu sou a água” (significa “eu sou COMO água”, a água me simboliza), “Eu sou a porta” (eu sou COMO uma porta). Para analisarmos o texto em de seu contexto original, temos que notar, que Jesus e os seus discípulos estavam dentro do judaísmo. Esta religião proíbe a antropofagia, o consumo de carne humana. Uma terceira prova de que isso é simbólico. Jesus Cristo esta- va em carne e osso diante deles, então o pão que os discípu- los comiam não podia ser a carne de Cristo. Deixe-me dizer de outro modo: Jesus não podia segurar a si mesmo nas próprias mãos. Uma quarta prova. Quando o lençol com carnes proibidas des- ceu diante de Pedro, este se negou a comer (At 10.13-14). Se os discípulos tivessem entendido que Jesus estivesse falando de sua carne literal ao distribuir o pão, no mínimo Pedro teria se negado a comer. Fica evidente que os discípulos entenderam que Jesus ao di- zer “isto é o meu corpo” estava usando a referida figura de linguagem, significando “este pão simboliza meu corpo”. Nenhum leitor da Bíblia que não tivesse sido previamente re- programado através do “óculos” da teologia luterana (ou ca- tólica), cairia na ideia de entender, que Jesus está dizendo que na celebração da Ceia do Senhor as pessoas devem comer a carne de Cristo, carne humana e beber sangue humano. Em Mateus 26.26, Jesus diz: “este pão é meu corpo”, mas o que significa é: “este pão é como meu corpo”, ensinando que o corpo de Cristo têm determinadas semelhanças figurativas com o pão e o vinho, e por isso estes elementos podem nos ajudar a lembrar melhor da pessoa de Cristo (harmonizando com o objetivo da Ceia do Senhor, “em memória de mim”). Es- 5
  • 6. tas semelhanças figurativas são, p. ex., que o pão alimenta, o vinho refresca, como Jesus é nosso alimento espiritual e re- fresca nossa alma. Lutero precisava levar o luterano a pensar que come a carne de Cristo e bebe seu sangue, para a construção de uma nova religião paralela ao catolicismo. Se ele tivesse seguido o signi- ficado original do texto Bíblico, o luteranismo perderia boa parte de seu “poder”, que é realizar a alegada “união sacra- mental” (trazer a carne de Cristo para dentro da hóstia, e o sangue d’Ele para o vinho). Lutero afirma que na “Santa Ceia” os participantes comem a carne material de Cristo e bebem o sangue material de Cristo. A Bíblia, porém, tomada em seu contexto original, ensina que na “Ceia do Senhor”, os participantes tomam pão e vinho, que são elementos que ajudam a manter a memória de Cristo, de quem Ele foi e o que Ele fez. Estes 10 exemplos pretendem demonstrar a hermenêutica dos reformadores, ou seja, o modo como eles interpretaram os textos bíblicos. 2) Presença real de Cristo - invertendo Mateus 26.26 Numa outra distorção, relacionada ao mesmo versículo, Lute- ro afirma que o corpo físico de Cristo estaria presente na San- ta Ceia e denomina isto de “presença real”: ARTIGO 10: DA SANTA CEIA. Da ceia do Senhor se ensina que o verdadeiro corpo e o verdadeiro sangue de Cristo estão verdadeiramente presentes na ceia sob a espécie do pão e do vinho e são nela distribuídos e recebidos. 3 O seguinte autor comenta a importância que a “presença real” tinha para o reformador: 3 luteranos.com.br/textos/a-confissao-de-augsburgo 6
  • 7. A principal descoberta de Lutero em relação à Santa Ceia foi que este sacramento é Evangelho. Daí a sua ênfase na presença real de Jesus Cristo no ato. Para ele, a aceitação ou rejeição desta presença de Cristo significa a aceitação ou rejeição da própria Palavra de Deus. 4 A insistência de Lutero, em dizer que Jesus está presente de modo real na Santa Ceia, significa, por tabela, afirmar que Ele não é real no restante da vida dos cristãos. Um leitor bíblico mediano percebe, que a Bíblia não ensina isso. Ao contrário, veja o que Jesus prometeu: E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém. (Mateus 28.20b) Ele prometeu estar conosco todos os dias, e não somente na Santa Ceia. De que forma Jesus está com os crentes todos os dias? Fisicamente? Não, mas está presente espiritualmente! Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada. (João 14.23) Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; (Efésios 3.17a) Denominar uma pretensa presença física como presença real é absurdo, pois sua presença real é espiritual, e não física. Devido à interpretação distorcida do texto bíblico de Ma- teus 26.26, o luterano tradicional tende a ser espiritualmente pobre, porque lhe é furtada a presença diária, constante, de Cristo. Este é o preço do sistema sacerdotalista. Por isso ele corre tão ansiosamente ao sacerdote para tomar a Santa Ceia, para, por um breve tempo, imaginar que teve contato “real” com Cristo. Mas Cristo pode ser real na sua vida, morar em você, se você amar a Jesus Cristo e guardar Sua Palavra. 4 editoraconcordia.com.br/isto-e-o-meu-corpo-a-luta-de-lutero-em- defesa-da-presenca-real-de-cristo-no-sacramento-do-altar 7
  • 8. 3) Arrependimento sacramental – invertendo João 20.23 Cito um terceiro exemplo, de como os teólogos luteranos iso- lam textos bíblicos de seu contexto, para utilizar em seu siste- ma religioso: Àqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos. (João 20.23) Vamos estabelecer uma verdade, ensinada na religião judaica, o contexto no qual Jesus pregou. Nós, seres humanos, somen- te temos o direito de perdoar aqueles que nos ofenderam, ou seja, você somente tem o direito de perdoar quem lhe ofen- deu (Mt 6.12). Você não tem o direito de perdoar uma segunda pessoa que ofendeu uma terceira pessoa, percebe? Para entendermos, como também este texto foi horrivelmente distorcido, vamos analisar seu significado original: Este texto é um convite de Jesus para o perdão mútuo, avisando que se alguém lhe ofender e você não perdoar, esta falta de perdão se tornará um problema, um fardo na sua vida. Jesus está ensinando enfaticamente ali, em consonância com outros versículos, que devemos perdoar sempre (Mt 18.21-22). A mensagem original da frase “e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos” é, que de se você retiver o perdão, isso será muito ruim: Estará carregando um fardo de amargura e de acusações. Não faça isso! Se um conhecido seu peca e busca em Deus o perdão, o rece- berá, mesmo que você não a perdoe, e mesmo que o Papa “re- tivesse o perdão”, Deus a perdoaria. Lembre-se: o único que tem poder de perdoar pecados é Deus (Lc 5.21), e Jesus Cristo (Mt 9.6). Os teólogos luteranos interpretam este texto, como se Jesus estivesse ali se referindo aos funcionários eclesiásticos lutera- 8
  • 9. nos, como se Jesus ali estivesse outorgando aos sacerdotes lu- teranos: 1) O poder de realizar um “perdão ritualístico” e, pas- mem, 2) O poder de – teoricamente – celebrar um ritual de re- tenção do perdão aos pecados. Os sacerdotes luteranos se colocam diante do povo e, ao final da “Cerimônia de Confissão e Absolvição”, ou seja uma ceri- mônia de perdão comunitário, dizem coisas do tipo “eu, como ministro ordenado da igreja luterana, declaro vossos pecados perdoados, em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, amém”.5 Sacerdotes gostariam de ter este poder de perdoar o povo todo da igreja e de reter o perdão dos rebeldes. Mesmo que eles alegam ter este poder, na verdade, biblicamente, não têm! Lutero e seus seguidores usam o texto, para criar o sistema de perdão ritualístico, enquanto Jesus ensinou o perdão direto, entre as pessoas: Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. (Lucas 17.3b) Ele ensinou o dever de perdoar SEMPRE, ou seja, de nunca “re- ter” perdão: E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe. (Lucas 17.4) 4) Fazei penitência – invertendo Mateus 4.17 Um quarto exemplo, de como o berço católico de Lutero con- dicionou sua leitura bíblica, fazendo com que, também aqui isolasse o contexto: Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei- vos, porque é chegado o reino dos céus. (Mateus 4.17) 5 luteranos.com.br/conteudo/confissao-e-absolvicao 9
  • 10. Martinho Lutero usa este versículo para sublinhar a primeira das suas famosas 95 teses: Ao dizer: "Fazei penitência", etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência.6 Uma análise do texto em seu contexto original revela, que Je- sus está chamando pessoas a segui-lo. Este arrependimento (mudança de vida) é o redirecionamento de uma pessoa que ouve o convite e aceita ser um seguidor de Cristo. O reformador dá ao texto outro significado, afirmando que o texto de Mateus 4.17 ensinaria a prática religiosa da ‘penitên- cia’. O reformador, como seria de esperar de alguém formado no romanismo, não conhece o conceito de conversão, e por isso interpreta estas palavras de Jesus sob a ótica religiosa. Em vez de chamar o povo à conversão, Lutero ensina ‘peni- tência’. Com isso ele esconde a pregação da conversão e do discipulado, fechando sutilmente a porta do relacionamento direto com Cristo. Nosso Senhor Jesus Cristo, por outro lado, chama pessoas ao arrependimento de pecados, ou seja, ao reconhecimento e abandono da vida pecaminosa: Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados. (Atos 3.19a) Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis. (Lucas 13.3) 6 luteranos.com.br/lutero/95_teses.html 10
  • 11. 5) Justificação por fé, independente de obras – invertendo Romanos 1.17 O próximo exemplo para o hábito de Martinho Lutero e dos teólogos luteranos, de adequarem a Bíblia às suas necessida- des, é Romanos 1.17: Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé. (Rm 1.17) Neste versículo o apóstolo Paulo cita Habacuque 2.4. No con- texto original o profeta avisa os israelitas rebeldes, desobedi- entes, pecadores, contrários à Lei de Deus, que seriam castiga- dos, seriam mortos pelos babilônios, mas coloca uma ressalva: os justos, ou seja, os obedientes, não seriam mortos pelos ba- bilônios (este é o contexto de “o justo viverá”). Então a justiça de Deus significa, que somente os maus, os ímpios, os rebel- des, seriam castigados, mas não as pessoas justas, obedientes à lei de Deus, crentes em Deus. Lutero leu este texto e alguns outros, como os seguintes: Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. (Gálatas 2.16) Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; (Romanos 5.1) O Reformador chegou à conclusão de que a salvação por fé é “independente de obras” independente do comportamento. Ele toma “salvação” como sinônimo de “justificação”. Além de trocar o significado destas duas palavras, o processo é ainda mais dificultado, ele não conseguiu entender o texto, por não estar em condição de compreender o significado ori- ginal da palavra “fé”. Ele confunde a fé bíblica com a fé religi- osa, ou seja, na mente dele são sinônimos, a fé ensinada e 11
  • 12. praticada pelos autores bíblicos, e, a fé ensinada e praticada pelo catolicismo medieval. Vamos analisar o significado destas palavras em seu contexto bíblico. O que a palavra “justificação” significa originalmente A palavra “justificação” pode significar duas coisas: 1) Justificação no sentido de “justificação forense”, ou seja, de alguém ser declarado inocente no tribunal, ou seja, de os pe- cados de alguém serem declarados não imputados, a pessoa fica livre de castigo. A isso chamamos de “perdão dos peca- dos”, o qual é concedido, como vimos antes, aos que se arre- pendem e se convertem. O fato de em Gálatas 2, Paulo dizer que “pelas obras da lei ne- nhuma carne será justificada”, ele está dizendo que o perdão dos pecados não é obtido pelo bom comportamento. Não é possível “pagar” pelo perdão, por praticarmos o bem. 2) Um segundo significado de “justificação” é o processo de tornar uma pessoa justa. O que é uma pessoa “justa”? É uma pessoa praticante da justiça, a exemplo de José: Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. (Mateus 1.19) Dado que “fé” é confiança e obediência a Deus, então, quando Paulo diz “justificados pela fé, temos paz com Deus”, isso sig- nifica que, por obedecermos a Deus e portanto, evitarmos o pecado, temos consciência tranquila, paz com Deus. Seria ab- surdo imaginar que este texto promete que, por alguém ter algum tipo de “fé” (por exemplo, fé espírita, fé budista, fé hin- duísta, etc), obteria a paz com Deus. Somente a fé, tal como ensinada e praticada pelos autores bíblicos, tem este poder. 12
  • 13. Lutero chega à estranha conclusão, de que a salvação seria in- dependente de obras, ou seja, de que salvação e o aspecto comportamental seriam independentes. Isso contraria frontal e completamente o ensino bíblico de Jesus, de todos os após- tolos e de todos os profetas, inclusive os do A.T. (Rm 2.13; Mt 7.23; Lc 6.49; Jo 3.19-21; 1Jo 1.6; 3.10; Ap 2.5; Jó 31.3; Sl 92.10; 119.1-3; Jr 7.3-10; Ez 33.14-15). Na Bíblia toda, a fé em Deus e o comportamento do crente es- tão estreitamente ligados, como vemos nos seguintes versícu- los: Se me amais, guardai os meus mandamentos. (João 14.15) ... os que praticam a lei hão de ser justificados. (Romanos 2.13b) Quando você se converte e segue a Cristo, recebe o perdão dos pecados gratuitamente, sem dar nada em troca, e se torna uma pessoa justa, ou seja, praticante da justiça, dos ensinos de Jesus. 6) Batismo infantil – invertendo Marcos 16.16 A lista de exemplos de utilização de textos bíblicos para outra finalidade, vai aumentando. Veja mais um exemplo: Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. (Marcos 16.16) Também este texto foi interpretado por Lutero fora de seu contexto original. Ele lê e conclui, que este texto ensinaria a necessidade do batismo infantil para a salvação. Em seu livro “O rebatismo”,7 Lutero justifica o batismo infan- til. Lá encontramos o exemplo de seu método hermenêutico: Ele inicia corretamente, dizendo que, para ser salvo é necessá- 7 glaubensstimme.de/doku.php?id=autoren:l:luther:v:luther_- _von_der_wiedertaufe 13
  • 14. rio 1) a fé e 2) o batismo. Porém ele continua, fabricando arti- ficialmente a afirmação, de que este texto estivesse afirmando a necessidade da “fé no batismo”. Isso de maneira nenhuma é o caso. A fé à qual este texto se refere, em seu contexto origi- nal, é a fé na pessoa de Cristo, e não, “fé no batismo”. Contrariando o ensino da Bíblia como um todo, ele acaba che- gando à conclusão de que o batismo teria força salvadora, e portanto precisa ser realizado o mais rápido possível, para sal- var a criança. Segundo a doutrina luterana, a criança enquanto não estiver batizada ainda não está salva, ou seja, está perdida. Eles acre- ditam que ela recebe a salvação pelo batismo. Estas duas afir- mações contrárias ao que a Bíblia ensina: Jesus, porém, disse: Deixai os meninos [as crianças], e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus. (Mateus 19.14) A igreja luterana necessita muito fazer as pessoas acreditarem que crianças não batizadas estão perdidas, para pressionar as pessoas a se submeterem a este ritual, levarem suas crianças e prometerem que a criança será educada na fé luterana, ou seja, que será membro luterano durante toda sua vida, como vemos na seguinte liturgia batismal: E vocês, comunidade cristã, membros da igreja de Jesus Cristo, vocês prometem orientar e sustentar N. (...), através de suas palavras e dos seus atos, para que siga a Jesus Cristo e se torne membro fiéil de sua Igreja? Se vocês estão dispostos e dispostas a assumir esse compromisso, respondam: Sim, com o auxílio de Deus. 8 Sem o sistema do batismo infantil não seria possível estabele- cer uma religião estatal. Por isso não é de estranhar que Lute- ro tivesse defendido com tanto afinco aquelas ideias, e com- 8 luteranos.com.br/conteudo/culto-de-batismo-forma-breve 14
  • 15. batido mortalmente os que defendiam o batismo como ensi- nado na Bíblia (1Pe 3.21): depois da conversão. O reformador ensina as pessoas a batizarem o recém-nascido o mais rápido possível, para mais tarde inculcarem na criança a necessidade de que ela “creia no batismo”. Isto, segundo Lu- tero, seria necessário para completar o ciclo de Marcos 16.16. Jesus Cristo, por outro lado, nunca ensinou a “crer no batis- mo”, mas a crer em Sua pessoa! Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna. (João 6.47) No luteranismo as pessoas são levadas a confiar num ritual. Em harmonia com o Catecismo Menor (no artigo “Sacramen- to do santo batismo”), os pastores luteranos prometem aos pais da criança que seu filho tem a salvação garantida. Muito diferente, o ensino bíblico em seu contexto original. Quando Jesus pronunciou as palavras de Marcos 16.16, Ele es- perava que as pessoas encontrassem a salvação, pela fé pesso- al n´Ele e por testemunhassem isso no batismo. E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. (Atos 8.36-37) 7) Sacerdotes ímpios – invertendo Lucas 10.16 O próximo exemplo de como os teólogos luteranos usam do texto bíblico para seus fins pessoais, temos no seguinte versí- culo: Quem vos ouve a vós, a mim me ouve; e quem vos rejeita a vós, a mim me rejeita; e quem a mim me rejeita, rejeita aquele que me enviou. (Lucas 10.16) 15
  • 16. Os pastores luteranos quando leem este texto “Quem vos ouve a vós, a mim me ouve” se sentem muito importantes e acham que são representantes de Cristo na terra, como se este texto se referisse a obreiros luteranos! Comprovei sufici- entemente neste blog, que os pastores luteranos, por força da teologia luterana, não podem ser crentes-em-Cristo. Portanto este texto não pode se referir aos funcionários eclesiásticos, sacerdotes e teólogos, mas sim, a todos os que representam a Jesus verdadeiramente: os seus seguidores! Ser um instrumen- to para levar a Palavra de Deus, não depende de ser um funci- onário eclesiástico ou teólogo! Pelo contrário, foram exata- mente os sacerdotes e doutores da Lei que mataram Jesus (Mt 20.18). Cristo os combatia, pois, já naquele tempo, eram seus piores inimigos (Mt 21.44-46). Como os textos citados anteriormente, também este é utiliza- do por Lutero para construir uma religião estatal sacerdotalis- ta, subordinando o povo à autoridade eclesiástica. A igreja do próprio Jesus, porém, segue princípios absoluta- mente contrários aos de Lutero (Mt 20.25-26). Ele combateu a hipocrisia dos líderes religiosos. Líderes cristãos, pastores, presbíteros e diáconos, somente representam Cristo enquanto são fiéis a Ele e aos Seus ensinos, em palavras e ações. Eles se destacam pela sua fé notória e seu comportamento irrepreen- sível (1Tm 3.2-10): Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo. (Atos 6.3a) Convém, pois, que o bispo [o pastor] seja irrepreensível (…) Da mesma sorte os diáconos (…) sirvam, se forem irrepreensíveis. (1 Timóteo 3.2,8,10) 16
  • 17. 8) Teologia moral – invertendo 1 Coríntios 9.20-21 Lutero em seu livro “Da Liberdade Cristã”, usa o seguinte tex- to bíblico em sua argumentação: E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (...), para ganhar os que estão sem lei. (1Co 9.20-21) Também estes versículos são utilizados por Lutero ignorando completamente seu contexto original, fazendo aquilo que de- nominamos na teologia de “usar o texto por pretexto”, ou seja, para sublinhar as próprias ideias. Lendo o texto com um mínimo de atenção, notamos que o as- sunto do qual trata, evidentemente, é a questão da “missão”. Perceba que a mensagem do Apóstolo Paulo neste texto é, que devemos fazer o máximo que estiver ao nosso alcance, para ganhar pessoas para a fé em Jesus Cristo, adaptando-nos cul- turalmente. Devido à sua ideologia de religião social e sua teologia do ser- vo arbítrio, a religião luterana não possui uma teologia de missão. Por causa disso, o reformador somente conseguiu ver neste texto uma fonte para uma “teologia moral” confusa, como muita coisa no luteranismo. Ele cria um estatuto moral para seus seguidores, que ninguém realmente entende: Um cristão é senhor livre sobre todas as coisas e não está sujeito a ninguém. Um cristão é servidor de todas as coisas e sujeito a todos. 9 Lutero, a exemplo de um prestidigitador, faz desaparecer o sentido original do texto, colocando um outro significado, completamente novo, criado por ele próprio. Assim ele elimi- nou a desconfortável mensagem gloriosa de Paulo, que é de- 9 luteranos.com.br/conteudo/martim-lutero-da-liberdade-crista 17
  • 18. safiar os crentes a saírem de sua zona de conforto e pregar o evangelho, ganhar as pessoas para Jesus Cristo. 9) Sacerdócio geral – invertendo 1 Pedro 2.9 Os exemplos de como os reformadores utilizaram os textos bíblicos para fins próprios, se amontoam: Mas vós sois ... o sacerdócio real ... a luz; (1 Pedro 2.9a) Alegando restaurar o sacerdócio de todos os cristãos, o refor- mador lança mão deste versículo, passando ao largo do seu significado original. Lutero “usa e abusa” deste texto, para re- solver uma necessidade sua, para criar o sistema eclesiástico luterano. Todo o N.T. ensina a adoração espiritual. A fé ensinada por Cristo não é sacerdotalista. Leia o N.T. e verá que nem Jesus, nem os apóstolos jamais ordenaram sacerdotes. O sentido original do texto bíblico citado, é ensinar o sacerdó- cio de todos os seguidores de Cristo. Se todos os crentes são sacerdotes, estão ligados diretamente a Deus, então o sacerdó- cio individual, ao modo do A.T. e das outras religiões, fica anu- lado. Lutero, porém, não conseguiu se desvencilhar do sistema reli- gioso romano. Ele sempre acreditou num sistema sacerdotal de duas classes, de sacerdotes e leigos. Ele utilizou este texto para encarar uma necessidade muito urgente, de criar uma outra religião ao lado da católica. A religião romana, que a Re- forma Protestante dividiu, segue o sistema da “sucessão apos- tólica”, pela qual o Papa consagra os bispos e os bispos consa- gram os padres. Caso Lutero não encontrasse uma solução para o problema da ordenação eclesiástica, sua nova religião não poderia ordenar novos sacerdotes. 18
  • 19. Para resolver isso, o reformador criou um novo sistema eclesi- ástico, onde continuam existindo os “fornecedores” e os “con- sumidores” da graça. Ele conseguiu criar a estrutura de duas classes, tão importante numa religião estatal, com um simples truque: Ele disse: “nós não precisamos mais da ordenação Pa- pal, porque todos os crentes são sacerdotes, está na Bíblia!” Esta afirmação, porém, gerou um novo problema: Se todos os crentes são sacerdotes, de onde os pastores luteranos obteri- am a autoridade? Esse problema foi resolvido por Lutero usando um novo truque, inventado por ele. Ele disse, mais tarde: “Todos são sacerdotes, mas somente alguns, os pastores ordenados, têm autorização para exercer o sacerdócio”. Me espanta o fato, de algumas pessoas se deixarem iludir tão fa- cilmente com jogos de palavras. Aquela foi uma solução geni- al, para atingir o objetivo, de se livrar do Papa. O que faz lembrar uma piadinha acerca dos tempos da segre- gação racial norte-americana, quando os negros eram obriga- dos a sentar na parte de trás dos ônibus: O prefeito de uma cidade, por não concordar com a segregação, disse nos meios de comunicação: “a partir de hoje, não existirão mais brancos ou pretos. Eu decreto que a partir de agora, todos serão azuis”. No dia seguinte um negro entrou no ônibus e tentou ir à parte da frente, o que o cobrador impediu. O negro retru- cou, perguntando: “sim, mas não somos agora todos azuis?”. Ao que o cobrador respondeu: “azul claro: na frente, azul es- curo: atrás”. Mudaram-se as palavras, mas não mudou o siste- ma. Exatamente isso aconteceu no caso que estamos expla- nando. O Papa é um personagem central no catolicismo, pela necessi- dade de ordenar os sacerdotes. Como a igreja de Lutero não tinha um supremo pontífice, a solução que encontrou foi, em minhas palavras: “não precisamos de Papa, pois, todos os cris- tãos são sacerdotes”. Mais tarde ele retorna ao sistema origi- 19
  • 20. nal de duas classes com o referido truque, de dizer: “Todos são sacerdotes, mas somente alguns poucos, ordenados, estão autorizados a exercer o sacerdócio”. Veja como a Confissão de Augsburgo expressa isso: ARTIGO 14: DA ORDEM ECLESIÁSTICA. Da ordem eclesiástica se ensina que sem chamado regular, ninguém deve publicamente ensinar ou pregar ou administrar os sacramentos na igreja. 10 O observador atento possivelmente notou, que, na verdade, tudo permaneceu como antes. Antes se tinha as duas classes, sacerdotes e leigos. Agora se tem “sacerdotes autorizados” e “sacerdotes não-autorizados”. Alguns leigos, entendendo seu status bíblico de sacerdote, co- meçaram a pregar em alguns lugares, no tempo da Reforma. Então, Lutero proibiu fortemente, mandou perseguir e matar, todos os leigos que ousassem pregar. Ele acusava oficialmente, os leigos que expunham a Bíblia, de “possessos pelo diabo”, “amotinantes” e “assassinos”.11 O modelo bíblico de igreja deixado no N.T. é muito diferente. Nele não existem duas classes de pessoas. Todos os crentes re- cebem o Espírito Santo e seus dons e se edificam mutuamen- te, uns aos outros: A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração. (Colossenses 3.16) Por isso exortai-vos uns aos outros, e edificai-vos uns aos outros, como também o fazeis. (1 Tessalonicenses 5.11) 10 luteranos.com.br/textos/a-confissao-de-augsburgo 11 LUTHER, Martin. Brief von den Schleichern und Winkelpredigern. 1530. glaubensstimme.de/doku.php? id=autoren:l:luther:b:brief_von_den_schleichern 20
  • 21. No modelo bíblico, o pastor não é sacerdote, mas supervisor. Esta é a tradução da palavra “bispo”, ou seja, supervisor. Ele supervisiona e organiza o trabalho que todos os crentes fa- zem, que cada crente, conforme seus dons, faz (Ef 4.16). 10) Pastores ímpios – invertendo Mateus 23.2 Chegamos ao décimo exemplo. Eu poderia citar muitos mais. Mas peço paciência, para mais este último. Meu objetivo, com estes exemplos tomados de documentos de importância cen- tral do luteranismo, é comprovar, que todo o luteranismo se funda em afirmações que se utilizam de vers culos bíblicos ti ĩ - rados do contexto original. Veja como os reformadores na Confissão de Augsburgo, se uti- lizaram também do seguinte texto bíblico, aplicando um ou- tro significado, diferente do que Jesus tinha em mente: Dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. (Mateus 23.2) Leiamos o que dizem na Confissão de Augsburgo, em seu arti- go 8: Além disso, ainda que a igreja cristã, propriamente falando, outra coisa não é senão a congregação de todos os crentes e santos, todavia, já que nesta vida continuam entre os piedosos muitos falsos cristãos e hipócritas, também, pecadores manifestos, os sacramentos, não obstante, são eficazes, embora os sacerdotes que os administram não sejam piedosos. Conforme o próprio Cristo indica: “Na cadeira de Moisés estão sentados os fariseus, etc.” São condenados, por isso, os donatistas e todos os outros que pensam de maneira diversa.12 Lutero e seus companheiros se utilizaram o texto de Ma- teus 23.2, na Confissão de Augsburgo para justificar o fato de os pastores luteranos serem “não-piedosos”, não-crentes, ím- 12 ielb.org.br/downloads/conteudo/513/confissao-de-augsburgo- 21
  • 22. pios. Também este texto não foi utilizado pelos reformadores como deveria. Vamos percebendo que fazer isso era pratica- mente um hábito deles. Vejamos o significado original do texto. Em Mateus 23 (no ca- pítulo todo), Jesus lamenta e condena a hipocrisia dos líderes religiosos, e os condena oito vezes, ou seja, nos versos 13, 14, 15, 16, 23, 25, 27 e 28. O salvador não concorda de modo ne- nhum com sua hipocrisia e pecado, mas critica isso veemen- temente. Veja o que o mestre diz: Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando. (Mateus 23.13) Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia. (Mateus 23.27) Os reformadores, ignorando a mensagem de Jesus, usam este texto – pasmem! – para justificar o fato dos obreiros luteranos serem “não-piedosos”, afirmando EXATAMENTE O CONTRÁRIO do que Jesus disse! Obreiros ímpios não eram de modo nenhum, aceitos na igreja no N.T. (1Tm 3.2; Tt 1.7). Seria absurdo afirmar a possibilidade de obreiros “não-piedosos”, não-crentes, dirigirem uma igreja bíblica. Jesus ensinou seus seguidores a rejeitarem o procedi- mento dos fariseus e escribas, dizendo que tudo que eles fazi- am era “pra se aparecer”: … não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem; Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los; E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; (Mateus 23.3b-5b) A igreja de Cristo é a Sua noiva, santa e pura, e necessita de obreiros exemplares. 22
  • 23. Concluindo Espero, amado leitor, que tenhas conseguido entender a dife- rença entre algo “ser bíblico” (estar em sintonia com o signifi- cado pretendido da Palavra de Deus) e alguém “usar a Bíblia” (para comprovar coisas que na verdade não são ensinadas nela, ou pior, sejam às vezes até contrárias a seu ensino origi- nal). Neste artigo vimos que as mais importantes doutrinas produ- zidas por Lutero não são bíblicas, mas foram forjadas por ele mesmo, usando os textos bíblicos de modo não apropriado, fortemente distorcidos, com a finalidade de garantir uma aura de autoridade para seu movimento. Usar a Bíblia para defender uma doutrina humana é um “crime de lesa-majesta- de” contra a autoridade de Deus. Amado leitor, não os imite! Evite “usar a Bíblia” e busque “ser bíblico”. Leia a Bíblia por seu significado puro, aprenda e pra- tique o que Jesus Cristo ensinou originalmente. Deus lhe abençoe, em Cristo! - - - Ilustração: pixabay.com Visite meu blog: www.jonastopfer.de Estou trabalhando duro para ampliar este site. Mais de 100 artigos estão sendo redigidos. Para isso preciso da sua ajuda. Do valor arrecadado, 20% é destinado a três famílias de missi- onários em Ruanda e na Índia. Peça meu endereço de paypal ou o número da minha conta pelo formulário. Depois de ter digitado seu nome e sua cidade, escreva no comentário algo do tipo: “Por favor, me passe seu endereço de paypal / o número da sua conta bancária na Europa / no Brasil, para que eu lhe deposite o valor de nnn,nn euros / dólares / reais”. Muito obrigado! Sugiro que leia os artigos na sequência original. Se este artigo lhe ajudou, escreva um pequeno testemunho e me envie. Use o formulário para comentários e sugestões. 23