O documento discute se os estudos do futuro são ciência ou arte. Ele argumenta que os estudos do futuro têm características limitadas de ciência descritiva devido à natureza aberta do futuro. Em vez disso, os estudos do futuro são melhor vistos como uma "árvore de possibilidades" que explora cenários futuros alternativos. Os estudos do futuro envolvem projetar o futuro de forma sistemática usando métodos de ciência do design para atingir fins aceitáveis.
1. Future studies: science or art?
(2001)
Ilkka Niiniluoto
Department of Philosophy,
University of Helsinki
2. Abstract
Tentativa de esclarecer a natureza dos estudos do futuro
○ Ciência descritiva?
○ Ciência do design?
Distinção entre
○ scientia (forma de conhecimento)
○ ars (forma de skill)
3. Conhecimento descritivo sobre o Futuro
Modelo mais comum de pesquisa científica é descritivo:
○ Estudos sistemáticos e explicações na forma de “leis”
○ Explicam fenômenos passados e futuros (física, astronomia,
psicologia, economia)
Fenômenos explicáveis por esse método são pouco relevantes
nos estudos do futuro...
4. Conhecimento descritivo sobre o Futuro
Formulações de outros estudiosos:
○ Lukasiewicz - assumindo mundo determinístico => presente
determina completamente o futuro (pouco plausível)
○ Teoria do caos - um sistema determinístico pode ser “sensível” a
mínimas variações no estado inicial => futuro incomputável
Conclusão: EF possui apenas algumas características limitadas da
ciência descritiva
5. Futuro como uma Árvore Aberta
Visão alternativa:
○ Objeto dos EF não é o futuro, mas o presente
○ Autor faz distinção entre objeto e evidências da pesquisa
■ Conhecimento do presente é evidência para declarações sobre o
futuro (assim como para declarações sobre o passado)
Visão mais promissora (segundo autor):
○ Caracterizar o objeto dos EF como uma árvores de
possibilidades
6. Futuro como uma Árvore Aberta
Nessa visão: futuro é aberto em certo grau:
○ Sua configuração depende de eventos aleatórios e de escolhas
humanas
○ Tarefa do futurista é investigar árvore como um todo
■ Ramos definem cenários que queremos realizar ou evitar
7. Futuro como uma Árvore Aberta
Futurista deve:
i. construir futuros alternativos possíveis
ii. avaliar a probabilidade de futuros possíveis
iii. avaliar quão desejável / preferível é cada futuro alternativo
Autor: vários métodos foram desenvolvidos para i) e ii), ainda
assim é tarefa difícil com informação incompleta
○ Bertrand Jouvenel: aplicar “the art of guessing”
8. Futuros preferíveis
Flechtheim: EF comprometida com melhoria da liberdade e
bem-estar da humanidade
○ Engajar-se no diálogo político e transformar a sociedade (iii)
Conflito: Como EF pode ter essa tarefa de atribuição de valor e
ainda manter status de disciplina científica?
○ Filosofia: Aristóteles, Platão, Kant => há recursos racionais e
lógicos para justificar atribuição de valor
○ Mas é controverso...
9. Projetando o Futuro (Designing the Future)
Chave para EF está nas ciências do design ou ciências do
artificial (Herbert Simon)
○ Meios ótimos são buscados de maneira sistemática para
atingir fins aceitáveis
○ Atividade valorada, mas guiada por regras de ação
○ Atividade de planejamento construtivo, distinta da pesquisa
científica (que busca novos conhecimentos)
○ Forma de tecnologia social, comparável ao planejamento
urbano
10. Projetando o Futuro (Designing the Future)
Os fins aceitáveis podem ser controversos
○ Futurista pode estudar fins alternativos (e.g. conservadores,
emancipatórios, utópicos caso condições mudem)
Conclusão Final:
EF é uma mistura de pesquisa teórica e empírica,
metodologia, filosofia e ação política. Na essência,
uma ciência do design que tenta ajudar a planejar o
nosso futuro de maneira racional.