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AFINAL, O QUE É SER EMPREENDEDOR? FERNANDO DOLABELA



O empreendedor é fruto de características genéticas favoráveis?
É possível aprender como ser empreendedor?
O empregado pode ser empreendedor?
O que faço: procuro um emprego ou abro a minha própria empresa?
Afinal, o que é ser empreendedor?
Qual é a importância do empreendedorismo para um país?
Por que se fala tanto em empreendedorismo hoje no Brasil?
Na verdade, por que se fala tanto em empreendedorismo em todo o mundo?
Tantas perguntas têm uma só resposta: o empreendedor é essencial ao
processo de desenvolvimento das comunidades e países. Essa é uma conclusão
que se espalhou pelo mundo e chegou até aos últimos recantos comunistas,
onde as empresas estatais dominam o cenário. Há cerca de três anos estive em
Cuba para dar cursos e palestras sobre empreendedorismo. Fiquei surpreso
com o grande interesse despertado pelo assunto num lugar onde a última coisa
que se incentiva é a criação de empresas. Por incrível que pareça, lá existe uma
grande preocupação em formar uma cultura empreendedora. Os cubanos
perceberam que o empreendedorismo está sendo incluído em todos os modelos
de desenvolvimento que têm como alvos centrais a qualidade de vida e a
distribuição de riqueza e de poder.
E o Brasil, como lida como isso? Bem, felizmente. Podemos dizer que há uma
verdadeira revolução silenciosa acontecendo nos bastidores do ensino
universitário e do mundo empresarial no Brasil. O ensino do empreendedorismo
na universidade nasceu na década de 80. A Fundação Getúlio Vargas de São
Paulo e da Universidade de São Paulo foram pioneiras. Duas décadas depois,
está-se disseminando nos campi brasileiros projetos apoiados pelo CNPq,
Softex, Sebrae e Confederação Nacional da Indústria.
A mudança salta aos olhos. Hoje, o quadro nas universidades é bem diferente
comparado a quando entrei na área, há dez anos. Naquele tempo, era
necessário sensibilizar, explicar o que era e dizer porque o empreendedorismo
deveria estar no currículo. Em muitos ambientes havia a crença de que não era
tema universitário e muito menos objeto de ensino.
Que diferença! Agora é difícil conter a demanda: instituições de ensino públicas
e privadas estão incluindo em seus currículos o ensino de empreendedorismo,
motivadas por pedidos dos alunos. Surpresa: a demanda vem de diversos
cursos, além de administração de empresas, informática ou economia.
Estudantes de Filosofia, Letras, Educação Física, Farmácia, Música e muitos
outros também querem aprender sobre empreendedorismo.
Por quê? Para abrir empresas? De novo, a resposta surpreende: mesmo quem
pretende ser empregado, quer ser empreendedor. Por estarem afinados com as
tendências do mundo contemporâneo, os estudantes universitários percebem
que o saber só tem valor para quem sabe aplicá-lo, independente da área de
atuação. É este o tema central do empreendedorismo: como transformar
conhecimento em valor, em algo que possa beneficiar a todos.


Fonte:www.vocesa. com.br

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  • 1. AFINAL, O QUE É SER EMPREENDEDOR? FERNANDO DOLABELA O empreendedor é fruto de características genéticas favoráveis? É possível aprender como ser empreendedor? O empregado pode ser empreendedor? O que faço: procuro um emprego ou abro a minha própria empresa? Afinal, o que é ser empreendedor? Qual é a importância do empreendedorismo para um país? Por que se fala tanto em empreendedorismo hoje no Brasil? Na verdade, por que se fala tanto em empreendedorismo em todo o mundo? Tantas perguntas têm uma só resposta: o empreendedor é essencial ao processo de desenvolvimento das comunidades e países. Essa é uma conclusão que se espalhou pelo mundo e chegou até aos últimos recantos comunistas, onde as empresas estatais dominam o cenário. Há cerca de três anos estive em Cuba para dar cursos e palestras sobre empreendedorismo. Fiquei surpreso com o grande interesse despertado pelo assunto num lugar onde a última coisa que se incentiva é a criação de empresas. Por incrível que pareça, lá existe uma grande preocupação em formar uma cultura empreendedora. Os cubanos perceberam que o empreendedorismo está sendo incluído em todos os modelos de desenvolvimento que têm como alvos centrais a qualidade de vida e a distribuição de riqueza e de poder. E o Brasil, como lida como isso? Bem, felizmente. Podemos dizer que há uma verdadeira revolução silenciosa acontecendo nos bastidores do ensino universitário e do mundo empresarial no Brasil. O ensino do empreendedorismo na universidade nasceu na década de 80. A Fundação Getúlio Vargas de São Paulo e da Universidade de São Paulo foram pioneiras. Duas décadas depois, está-se disseminando nos campi brasileiros projetos apoiados pelo CNPq, Softex, Sebrae e Confederação Nacional da Indústria. A mudança salta aos olhos. Hoje, o quadro nas universidades é bem diferente comparado a quando entrei na área, há dez anos. Naquele tempo, era necessário sensibilizar, explicar o que era e dizer porque o empreendedorismo deveria estar no currículo. Em muitos ambientes havia a crença de que não era
  • 2. tema universitário e muito menos objeto de ensino. Que diferença! Agora é difícil conter a demanda: instituições de ensino públicas e privadas estão incluindo em seus currículos o ensino de empreendedorismo, motivadas por pedidos dos alunos. Surpresa: a demanda vem de diversos cursos, além de administração de empresas, informática ou economia. Estudantes de Filosofia, Letras, Educação Física, Farmácia, Música e muitos outros também querem aprender sobre empreendedorismo. Por quê? Para abrir empresas? De novo, a resposta surpreende: mesmo quem pretende ser empregado, quer ser empreendedor. Por estarem afinados com as tendências do mundo contemporâneo, os estudantes universitários percebem que o saber só tem valor para quem sabe aplicá-lo, independente da área de atuação. É este o tema central do empreendedorismo: como transformar conhecimento em valor, em algo que possa beneficiar a todos. Fonte:www.vocesa. com.br