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Mesa-Redonda
      Jornalismo Científico e sua importância na disseminação
                     da ciência e tecnologia para a comunidade



                 Guilherme Ferreira Viana

                         Jornalista

        Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)



Especialista em Jornalismo & Mídia / Famecos (PUCRS / Uniron)

Graduação em Comunicação Social / Jornalismo pela PUC Minas
Estrutura


As atividades de comunicação social na Embrapa são coordenadas pela ACS
(Assessoria de Comunicação Social), Unidade Central da Empresa localizada em
Brasília-DF.


Entre as suas finalidades básicas estão o planejamento, a execução e a
coordenação de ações de comunicação social, cujo objetivo é reforçar o
conhecimento e o entendimento da sociedade sobre o papel e a
importância da Embrapa para o desenvolvimento sustentável do
agronegócio brasileiro.
Estrutura


Em cada Unidade de Pesquisa – são 44 Unidades distribuídas em todas as regiões

e biomas brasileiros, além de escritórios na América do Norte, Europa, Ásia,

África e América Latina – a Empresa mantém jornalistas, relações públicas,

profissionais de marketing e das ciências da informação e outros

profissionais de comunicação.



O objetivo é APRIMORAR O RELACIONAMENTO E DIVULGAR RESULTADOS

DE PESQUISA (CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO) da Embrapa para a

SOCIEDADE, por meio da IMPRENSA e de outras AÇÕES DE COMUNICAÇÃO.
Estrutura
Estrutura
Missão




Desta forma, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO, matérias-primas do
jornalismo científico, permeiam o dia a dia de comunicadores em busca de
cumprimento da missão da Embrapa:




“Viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a
sustentabilidade da agricultura, em benefício da sociedade brasileira”
Em 2009, segundo pesquisa do Cybermetrics Lab,
maior organismo público pertencente ao Conselho
Superior de Investigações Científicas (CSIC) da
Espanha, a Embrapa está entre as instituições de
pesquisa mais acessadas na internet em todo o
mundo. Do total de duas mil organizações que
compõem o ranking, 49 são brasileiras. A lista
nacional, liderada pelo Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais - Inpe (44º no mundo), destaca a
Embrapa na segunda colocação e 88ª no ranking
internacional, seguida pela Fundação Oswaldo Cruz
(112º no mundo).
MAS...


Como DEMOCRATIZAR essas informações (pesquisas, inovações,
 conceitos de ciência e tecnologia) e torná-las ACESSÍVEIS ao
                        público leigo?




        MAIOR DESAFIO DO JORNALISMO CIENTÍFICO
Histórico e Conjuntura

Em 37 anos completados em 2010, a Embrapa exibe uma contribuição
formidável à ciência, à tecnologia e à inovação brasileiras.


Sua cultura de gestão valoriza a interação com a sociedade e sua
competência em comunicação é hoje reconhecida internacionalmente.


Essa trajetória bem-sucedida, apesar da timidez da divulgação da
pesquisa agropecuária na imprensa brasileira, é marcada pela média
mensal superior a 500 inserções na mídia, constituindo-se num dos
exemplos mais importantes de visibilidade para a ciência e a tecnologia
geradas no País.
Histórico e Conjuntura


Como documento orientador das ações implantadas pelos comunicadores
nas Unidades, há uma política de Comunicação Empresarial, com
diretrizes e valores continuamente atualizados frente aos novos desafios,
no campo da ciência e da tecnologia.


Outro estímulo à disseminação da ciência e tecnologia é a capacitação
permanente dos profissionais de comunicação.


Programas de pós-graduação são estimulados pela Empresa.
Histórico e Conjuntura



Por outro lado, diversos desafios são impostos às organizações públicas
(entre as quais se inclui a Embrapa) onde a ausência de uma cultura de
comunicação cria dificuldades para a prevalência de uma comunicação
que seja EFICAZ E TRANSPARENTE.


Algumas das principais dificuldades enfrentadas por quem faz jornalismo
na Empresa está na PARTICIPAÇÃO NO PROCESSO DE TOMADA DE
DECISÕES E NO CONVENCIMENTO DOS PESQUISADORES QUE É DE
INTERESSE PÚBLICO OS RESULTADOS DE SUAS PESQUISAS.
Histórico e Conjuntura                      RECEIO

                                         em relação ao
                                       conhecimento do
Como exemplo, na própria Embrapa,    jornalista / assessor?
podemos citar a dificuldade de
convencimento, pelos jornalistas              ou

(leiam assessores de imprensa), de
                                            BUSCA
pesquisadores com diversos anos de
casa em mostrar para a sociedade     por uma comunicação
os resultados de suas pesquisas.       mais dirigida, em
                                     revistas segmentadas
                                      e/ou especializadas
                                     (técnico-científicas)?
Histórico e Conjuntura
No dia a dia de uma empresa de CT&I, quando um clima de confiança entre fonte e
assessor é estabelecido, podemos refletir sobre dois aspectos:


1) Assessores de imprensa: privilégio à informação (!)


2) Quais as melhores formas de abordagem e acompanhamento, pelo assessor, da
fonte (pesquisador) quando é entrevistada por um jornalista de veículo? (dar
autonomia ao jornalista??)


Exemplo: Série “É bom pra quê?” do Fantástico do último domingo (26/09) em
reportagem veiculada sobre plantas medicinas / Drauzio Varella (artigo Wilson
Bueno; pesquisador Osmar Lameira)
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1621018-15605,00-
E+BOM+PARA+QUE+MOSTRA+A+IMPORTANCIA+DOS+TESTES+PARA+USO+DOS+FITOTERAPICOS.html
Histórico e Conjuntura



Na verdade, a palavra-chave é CAPACITAÇÃO dos profissionais de
comunicação (assessores e jornalistas de veículos) e das próprias fontes
(medias trainnings), gerando CREDIBILIDADE junto a suas fontes e ao público
interessado, transformando ciência e tecnologia em assuntos discutíveis,
palatáveis, inteligíveis.


Na Embrapa Milho e Sorgo, por exemplo, tem-se buscado criar uma



                 CULTURA DE COMUNICAÇÃO PARA CT&I
Cultura de Comunicação para CT&I




    Neste contexto, os jornalistas da Embrapa Milho e Sorgo vêm tentando
   estabelecer algumas práticas para democratizar esse conhecimento.




                         Quais são elas?
Cultura de Comunicação para CT&I


Literalmente, traduzir conhecimento. Uma espécie de alfabetização da
ciência deve ser prática comum entre os jornalistas que lidam com CT&I.


Na Embrapa e em qualquer outra instituição de CT&I, descobrir pautas
científicas e mostrar seus benefícios para a sociedade deve ser um
estímulo ao dia a dia do jornalista.


Para isso, cada intervenção com o pesquisador deve ser feita de forma acertada,
de forma que haja um clima de confiança e comprometimento entre fonte e
entrevistado.
Cultura de Comunicação para CT&I



Escrever diversas vezes, ler, reler, colocar-se no ponto de vista de quem vai ler a
matéria...




... Os fundamentos do jornalismo são mais contundentes e devem ser
seguidos ainda mais à risca no jornalismo científico!
Cultura de Comunicação para CT&I

Essa divulgação científica deve ser formal, engessada, em uma única via?




NÃO!




Para participar e se interessar por esses temas, temos que provocar e
mobilizar a sociedade.


A Embrapa Milho e Sorgo vem implantando algumas ações...
Papo com Ciência


Para aproximar Embrapa e sociedade, a área de comunicação empresarial
iniciou uma ação denominada “Papo com Ciência”, que consiste em uma série
de palestras, feitas com uma linguagem simples e objetiva, sobre temas ligados à
CT&I.




Aquecimento global, mudanças climáticas, transgênicos... temas
apresentados pelos pesquisadores cuja linguagem foi considerada plenamente
acessível pelos participantes, por meio de questionários respondidos.
Papo com Ciência
Programa Embrapa & Escola


Popularização da ciência. É com esse espírito que a Embrapa Milho e Sorgo
recebe, há quase 10 anos, estudantes do ensino infantil ao médio das redes
pública e particular de Sete Lagoas e região.


O Programa Embrapa & Escola tem como objetivos divulgar as tecnologias
geradas para a agricultura tropical visando a aumentar a oferta de alimentos, a
desenvolver melhores produtos, a reduzir o custo de produção para os
agricultores e, principalmente, a aliar a produção de alimentos com a
conservação dos recursos naturais.
Programa Embrapa & Escola
Publicações para públicos segmentados

Temas como melhoramento genético e educação ambiental, por exemplo, vêm
sendo democratizados com a publicação de cartilhas e jogos voltados para o público
infanto-juvenil.


As formas de apresentação estimulam o interesse e a curiosidade das crianças e
adolescentes pela ciência.


A cartilha “Vamos descobrir o Milho” apresenta, de forma didática, por meio de
desenhos, o trabalho de melhoramento genético feito pelo pesquisador no
processo de desenvolvimento de cultivares de milho. Um jogo da memória, em
forma de baralho, acompanha a cartilha.


Todas essas peças foram lançadas este ano pela Embrapa Milho e Sorgo.
Publicações para públicos segmentados
Informativos especializados em CT&I

O Grão em Grão foi criado pensando-se em ocupar uma lacuna que existia na
comunicação externa da Embrapa Milho e Sorgo. Ele começou eminentemente
técnico, mostrando resultados ou o andamento de trabalhos e pesquisas feitas por
pesquisadores e analistas da Unidade.



O primeiro número foi em outubro de 2007. Na edição número 8, de junho de
2008, foi acrescentada a editoria “institucional”, que objetiva publicar ações e
atividades desta natureza. Mantém-se a editoria “notícias”, com assuntos
exclusivamente técnicos.


Hoje, ele está em sua 26ª edição.
Informativos especializados em CT&I


A recepção do informativo tem sido bastante positiva. Os retornos via e-mail,
telefone ou pessoal são elogiosos, o que permite concluir que o objetivo inicial
(criar um canal direto de comunicação com o público externo para
divulgar CT&I) está sendo atingido.



Atualmente, o Grão em Grão é enviado a mais de 5.000 e-mails, divididos
em grupos diversos como membros de sociedades científicas, instituições
de ensino, políticos, imprensa, associações e cooperativas.
Informativos especializados em CT&I
Informativos especializados em CT&I
                                      “A partir da divulgação do sorgo
                                      sacarino pelos jornalistas, via Grão
                                      em Grão, vejo que a cultura em
                                      questão se tornou alvo frequente
                                      de incentivos e demandas.
                                      Realmente passei a atender desde
                                      produtores a formadores de opinião
                                      do segmento, como empresários e
                                      políticos, a partir dessa primeira
                                      divulgação, feita em maio de
                                      2009.”


                                      Rafael Augusto da Costa Parrella
                                      Pesquisador / Embrapa Milho e
                                      Sorgo
Informativos especializados em CT&I
Tendências para o Jornalismo Científico


Independência crescente da “grande mídia” na cobertura e divulgação de CT&I:
cada vez mais as empresas investem na criação de newsletters, jornais eletrônicos, hot
sites, blogs e em posts em redes sociais, como o Twitter, para divulgarem suas ações e
resultados de pesquisa. Ou seja, espaços próprios para divulgação de CT&I.


DISCUSSÃO - Atualmente, os próprios cadernos (impressos) especializados em CT&I da
chamada grande mídia vêm dando preferência para assuntos relacionados à saúde,
comportamento e outros temas de interesse humano, em detrimento da abordagem de
resultados de pesquisa relacionados à “ciência pura”. Na mídia televisiva, por exemplo,
o público tem que se adaptar aos horários – pouco versáteis – dos programas que
divulgam CT&I: Globo Ciência, Globo Universidade, Globo Ecologia.
Tendências para o Jornalismo Científico




                Realização: SBPC e Labjor   Realização: Labjor
                (Laboratório de Estudos
                Avançados em Jornalismo)
Conclusões


De qualquer forma, em meio a novas vertentes, espaços, linguagens e
abordagens, o jornalismo científico deve buscar a qualidade, a seriedade e a
responsabilidade ética.


Atrair a curiosidade do receptor, seja leitor, telespectador, ouvinte ou internauta,
mostrando o impacto que o jornalismo científico tem em nosso cotidiano, com a
possibilidade de avanços sociais, é a saída mais plausível para ganhar mais espaço
nos meios de comunicação.


Consequentemente, toda uma nação poderá ser beneficiada, já que ciência e
tecnologia devem ser compreendidas como molas propulsoras do progresso
social.
Muito obrigado pela atenção!

         Guilherme Viana


Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo


     www.cnpms.embrapa.br


   gfviana@cnpms.embrapa.br


(31) 3027-1272 / (31) 9733-4373

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Jornalismo Científico e sua importância na disseminação da ciência

  • 1. Mesa-Redonda Jornalismo Científico e sua importância na disseminação da ciência e tecnologia para a comunidade Guilherme Ferreira Viana Jornalista Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) Especialista em Jornalismo & Mídia / Famecos (PUCRS / Uniron) Graduação em Comunicação Social / Jornalismo pela PUC Minas
  • 2. Estrutura As atividades de comunicação social na Embrapa são coordenadas pela ACS (Assessoria de Comunicação Social), Unidade Central da Empresa localizada em Brasília-DF. Entre as suas finalidades básicas estão o planejamento, a execução e a coordenação de ações de comunicação social, cujo objetivo é reforçar o conhecimento e o entendimento da sociedade sobre o papel e a importância da Embrapa para o desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro.
  • 3. Estrutura Em cada Unidade de Pesquisa – são 44 Unidades distribuídas em todas as regiões e biomas brasileiros, além de escritórios na América do Norte, Europa, Ásia, África e América Latina – a Empresa mantém jornalistas, relações públicas, profissionais de marketing e das ciências da informação e outros profissionais de comunicação. O objetivo é APRIMORAR O RELACIONAMENTO E DIVULGAR RESULTADOS DE PESQUISA (CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO) da Embrapa para a SOCIEDADE, por meio da IMPRENSA e de outras AÇÕES DE COMUNICAÇÃO.
  • 6. Missão Desta forma, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO, matérias-primas do jornalismo científico, permeiam o dia a dia de comunicadores em busca de cumprimento da missão da Embrapa: “Viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura, em benefício da sociedade brasileira”
  • 7. Em 2009, segundo pesquisa do Cybermetrics Lab, maior organismo público pertencente ao Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) da Espanha, a Embrapa está entre as instituições de pesquisa mais acessadas na internet em todo o mundo. Do total de duas mil organizações que compõem o ranking, 49 são brasileiras. A lista nacional, liderada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - Inpe (44º no mundo), destaca a Embrapa na segunda colocação e 88ª no ranking internacional, seguida pela Fundação Oswaldo Cruz (112º no mundo).
  • 8. MAS... Como DEMOCRATIZAR essas informações (pesquisas, inovações, conceitos de ciência e tecnologia) e torná-las ACESSÍVEIS ao público leigo? MAIOR DESAFIO DO JORNALISMO CIENTÍFICO
  • 9. Histórico e Conjuntura Em 37 anos completados em 2010, a Embrapa exibe uma contribuição formidável à ciência, à tecnologia e à inovação brasileiras. Sua cultura de gestão valoriza a interação com a sociedade e sua competência em comunicação é hoje reconhecida internacionalmente. Essa trajetória bem-sucedida, apesar da timidez da divulgação da pesquisa agropecuária na imprensa brasileira, é marcada pela média mensal superior a 500 inserções na mídia, constituindo-se num dos exemplos mais importantes de visibilidade para a ciência e a tecnologia geradas no País.
  • 10. Histórico e Conjuntura Como documento orientador das ações implantadas pelos comunicadores nas Unidades, há uma política de Comunicação Empresarial, com diretrizes e valores continuamente atualizados frente aos novos desafios, no campo da ciência e da tecnologia. Outro estímulo à disseminação da ciência e tecnologia é a capacitação permanente dos profissionais de comunicação. Programas de pós-graduação são estimulados pela Empresa.
  • 11. Histórico e Conjuntura Por outro lado, diversos desafios são impostos às organizações públicas (entre as quais se inclui a Embrapa) onde a ausência de uma cultura de comunicação cria dificuldades para a prevalência de uma comunicação que seja EFICAZ E TRANSPARENTE. Algumas das principais dificuldades enfrentadas por quem faz jornalismo na Empresa está na PARTICIPAÇÃO NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÕES E NO CONVENCIMENTO DOS PESQUISADORES QUE É DE INTERESSE PÚBLICO OS RESULTADOS DE SUAS PESQUISAS.
  • 12. Histórico e Conjuntura RECEIO em relação ao conhecimento do Como exemplo, na própria Embrapa, jornalista / assessor? podemos citar a dificuldade de convencimento, pelos jornalistas ou (leiam assessores de imprensa), de BUSCA pesquisadores com diversos anos de casa em mostrar para a sociedade por uma comunicação os resultados de suas pesquisas. mais dirigida, em revistas segmentadas e/ou especializadas (técnico-científicas)?
  • 13. Histórico e Conjuntura No dia a dia de uma empresa de CT&I, quando um clima de confiança entre fonte e assessor é estabelecido, podemos refletir sobre dois aspectos: 1) Assessores de imprensa: privilégio à informação (!) 2) Quais as melhores formas de abordagem e acompanhamento, pelo assessor, da fonte (pesquisador) quando é entrevistada por um jornalista de veículo? (dar autonomia ao jornalista??) Exemplo: Série “É bom pra quê?” do Fantástico do último domingo (26/09) em reportagem veiculada sobre plantas medicinas / Drauzio Varella (artigo Wilson Bueno; pesquisador Osmar Lameira) http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1621018-15605,00- E+BOM+PARA+QUE+MOSTRA+A+IMPORTANCIA+DOS+TESTES+PARA+USO+DOS+FITOTERAPICOS.html
  • 14. Histórico e Conjuntura Na verdade, a palavra-chave é CAPACITAÇÃO dos profissionais de comunicação (assessores e jornalistas de veículos) e das próprias fontes (medias trainnings), gerando CREDIBILIDADE junto a suas fontes e ao público interessado, transformando ciência e tecnologia em assuntos discutíveis, palatáveis, inteligíveis. Na Embrapa Milho e Sorgo, por exemplo, tem-se buscado criar uma CULTURA DE COMUNICAÇÃO PARA CT&I
  • 15. Cultura de Comunicação para CT&I Neste contexto, os jornalistas da Embrapa Milho e Sorgo vêm tentando estabelecer algumas práticas para democratizar esse conhecimento. Quais são elas?
  • 16. Cultura de Comunicação para CT&I Literalmente, traduzir conhecimento. Uma espécie de alfabetização da ciência deve ser prática comum entre os jornalistas que lidam com CT&I. Na Embrapa e em qualquer outra instituição de CT&I, descobrir pautas científicas e mostrar seus benefícios para a sociedade deve ser um estímulo ao dia a dia do jornalista. Para isso, cada intervenção com o pesquisador deve ser feita de forma acertada, de forma que haja um clima de confiança e comprometimento entre fonte e entrevistado.
  • 17. Cultura de Comunicação para CT&I Escrever diversas vezes, ler, reler, colocar-se no ponto de vista de quem vai ler a matéria... ... Os fundamentos do jornalismo são mais contundentes e devem ser seguidos ainda mais à risca no jornalismo científico!
  • 18. Cultura de Comunicação para CT&I Essa divulgação científica deve ser formal, engessada, em uma única via? NÃO! Para participar e se interessar por esses temas, temos que provocar e mobilizar a sociedade. A Embrapa Milho e Sorgo vem implantando algumas ações...
  • 19. Papo com Ciência Para aproximar Embrapa e sociedade, a área de comunicação empresarial iniciou uma ação denominada “Papo com Ciência”, que consiste em uma série de palestras, feitas com uma linguagem simples e objetiva, sobre temas ligados à CT&I. Aquecimento global, mudanças climáticas, transgênicos... temas apresentados pelos pesquisadores cuja linguagem foi considerada plenamente acessível pelos participantes, por meio de questionários respondidos.
  • 21. Programa Embrapa & Escola Popularização da ciência. É com esse espírito que a Embrapa Milho e Sorgo recebe, há quase 10 anos, estudantes do ensino infantil ao médio das redes pública e particular de Sete Lagoas e região. O Programa Embrapa & Escola tem como objetivos divulgar as tecnologias geradas para a agricultura tropical visando a aumentar a oferta de alimentos, a desenvolver melhores produtos, a reduzir o custo de produção para os agricultores e, principalmente, a aliar a produção de alimentos com a conservação dos recursos naturais.
  • 23. Publicações para públicos segmentados Temas como melhoramento genético e educação ambiental, por exemplo, vêm sendo democratizados com a publicação de cartilhas e jogos voltados para o público infanto-juvenil. As formas de apresentação estimulam o interesse e a curiosidade das crianças e adolescentes pela ciência. A cartilha “Vamos descobrir o Milho” apresenta, de forma didática, por meio de desenhos, o trabalho de melhoramento genético feito pelo pesquisador no processo de desenvolvimento de cultivares de milho. Um jogo da memória, em forma de baralho, acompanha a cartilha. Todas essas peças foram lançadas este ano pela Embrapa Milho e Sorgo.
  • 25. Informativos especializados em CT&I O Grão em Grão foi criado pensando-se em ocupar uma lacuna que existia na comunicação externa da Embrapa Milho e Sorgo. Ele começou eminentemente técnico, mostrando resultados ou o andamento de trabalhos e pesquisas feitas por pesquisadores e analistas da Unidade. O primeiro número foi em outubro de 2007. Na edição número 8, de junho de 2008, foi acrescentada a editoria “institucional”, que objetiva publicar ações e atividades desta natureza. Mantém-se a editoria “notícias”, com assuntos exclusivamente técnicos. Hoje, ele está em sua 26ª edição.
  • 26. Informativos especializados em CT&I A recepção do informativo tem sido bastante positiva. Os retornos via e-mail, telefone ou pessoal são elogiosos, o que permite concluir que o objetivo inicial (criar um canal direto de comunicação com o público externo para divulgar CT&I) está sendo atingido. Atualmente, o Grão em Grão é enviado a mais de 5.000 e-mails, divididos em grupos diversos como membros de sociedades científicas, instituições de ensino, políticos, imprensa, associações e cooperativas.
  • 28. Informativos especializados em CT&I “A partir da divulgação do sorgo sacarino pelos jornalistas, via Grão em Grão, vejo que a cultura em questão se tornou alvo frequente de incentivos e demandas. Realmente passei a atender desde produtores a formadores de opinião do segmento, como empresários e políticos, a partir dessa primeira divulgação, feita em maio de 2009.” Rafael Augusto da Costa Parrella Pesquisador / Embrapa Milho e Sorgo
  • 30. Tendências para o Jornalismo Científico Independência crescente da “grande mídia” na cobertura e divulgação de CT&I: cada vez mais as empresas investem na criação de newsletters, jornais eletrônicos, hot sites, blogs e em posts em redes sociais, como o Twitter, para divulgarem suas ações e resultados de pesquisa. Ou seja, espaços próprios para divulgação de CT&I. DISCUSSÃO - Atualmente, os próprios cadernos (impressos) especializados em CT&I da chamada grande mídia vêm dando preferência para assuntos relacionados à saúde, comportamento e outros temas de interesse humano, em detrimento da abordagem de resultados de pesquisa relacionados à “ciência pura”. Na mídia televisiva, por exemplo, o público tem que se adaptar aos horários – pouco versáteis – dos programas que divulgam CT&I: Globo Ciência, Globo Universidade, Globo Ecologia.
  • 31. Tendências para o Jornalismo Científico Realização: SBPC e Labjor Realização: Labjor (Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo)
  • 32. Conclusões De qualquer forma, em meio a novas vertentes, espaços, linguagens e abordagens, o jornalismo científico deve buscar a qualidade, a seriedade e a responsabilidade ética. Atrair a curiosidade do receptor, seja leitor, telespectador, ouvinte ou internauta, mostrando o impacto que o jornalismo científico tem em nosso cotidiano, com a possibilidade de avanços sociais, é a saída mais plausível para ganhar mais espaço nos meios de comunicação. Consequentemente, toda uma nação poderá ser beneficiada, já que ciência e tecnologia devem ser compreendidas como molas propulsoras do progresso social.
  • 33. Muito obrigado pela atenção! Guilherme Viana Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo www.cnpms.embrapa.br gfviana@cnpms.embrapa.br (31) 3027-1272 / (31) 9733-4373