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Chapecó
2014
INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR
ITQ SC/013
DELAINE DUTRA DA SILVA RUFATO
ENSINO PRESENCIAL
CURSO LIVRE DE TEOLOGIA
ALCOOLISMO:
O que a igreja tem a ver com isso?
ALCOOLISMO:
O que a igreja tem a ver com isso?
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como
requisito parcial para conclusão do Curso Livre em
Teologia ministrado pelo ITQ SC/013 Instituto Teológico
Quadrangular.
Orientadora: Graça Regina Silveira
DELAINE DUTRA DA SILVA RUFATO
Chapecó,01 de Dezembro de 2014.
Prof. TITULAÇÃO E NOME DO PROFESSOR
Orientador
Bel Comunicação Social/Especialista em Comunicação
Integrada e Jornalismo
GABRIELA VOLKWEIS STOCCO
Examinadora
CLT/ ITQSC013
TEREZA ALVES DOS SANTOS BASSO
Examinadora
DELAINE DUTRA DA SILVA RUFATO
ALCOOLISMO:
O que a igreja tem a ver com isso?
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi
julgado adequado para a Conclusão do
Curso Livre em Teologia ministrado pelo
Instituto Teológico Quadrangular e aprovado
em sua forma fina com nota _____ pela
Comissão Examinadora formada pelos
professores:
Dedico este trabalho ao meu amigo, ex-
paciente da Unidade de Acolhimento e agora
irmão em Cristo Alvaristo dos Santos.
AGRADECIMENTOS
A Deus por me abençoar e prover condições muito além das minhas
expectativas.
Ao meu esposo Pr. Amarildo Junior Rufato pela parceria, companheirismo,
compreensão, apoio e amor.
Ao meu filho Nicolas Rufato (In memoriam), obrigada pelos ensinamentos de
empatia e amor ao próximo.
Aos meus pais e pastores Rev. Valdelirio Farias da Silva e Pra. Geni Dutra
da Silva, por terem me criado em um lar cristão e pela contribuição financeira que
deram para a realização deste curso.
Ao Pr. Adelar Francisco Vieira e Pra. Ana Cláudia Vieira, meus pastores,
meus mentores, por terem visto em mim potencial e ministério.
A minha professora e orientadora Graça Regina Silveira, pela confiança em
mim depositada, pela prontidão, pelos comentários críticos e sábios.
A minha família que incentivou, apoiou e acreditou em mim. Aos familiares
que ajudaram respondendo o questionário: minha tia e Pra Ivone dos Santos, minha
prima e Pra. Claudete Maciel e meu primo Leandro Dutra.
Aos amigos e irmãos da IEQ do bairro Santa Maria – Chapecó (minha igreja
local), que sempre deram uma palavra de ânimo e conforto e que contribuíram
respondendo o questionário.
A minha líder de célula Tereza Alves Basso, por ser um exemplo de
mudança e perseverança na vida cristã.
A todos os professores com quem tive aula nesses três anos, pelo
conhecimento da palavra de Deus que me proporcionaram.
Aos colegas, especialmente aos “sobreviventes” desses três anos:
Claudiomir Martins, Delso Dalci Boita, Odirlei Diel e Zenaide Rodrigues de Atayde
Silveira, pela cumplicidade e amizade.
A todos que de alguma forma fazem parte da minha vida, amo vocês.
“Quanto lhe for possível, não deixe de fazer o
bem a quem dele precisa.” Provérbios 3:27
RESUMO
Observando a sociedade de um modo amplo, vemos claramente o aumento do uso e
abuso de bebidas alcoólicas. Ao olhar para o tema alcoolismo, não imaginamos o
tamanho de sua abrangência, pois apenas ver algumas situações deste problema é
bem mais fácil do que ir a fundo e investigá-lo. O objetivo geral é saber o que a
igreja tem feito para ajudar a comunidade na qual está inserida e qual é o seu papel
diante desta realidade. A metodologia utilizada é quantitativa por levantamento de
campo utilizando um questionário de observação participativa de cunho fechado e
uma questão de cunho aberto. A pesquisa detectou que a grande maioria dos
líderes da Igreja do Evangelho Quadrangular do bairro Santa Maria – Chapecó/SC
possuem familiares com problemas de alcoolismo, mas também que todos
concordam que a igreja deve ter um grupo de ajuda a estas pessoas e aos
familiares, fazendo assim a diferença na sociedade.
Palavras-chave: Alcoolismo. Alcoólatra. Família. Igreja. Dons.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Consumo de álcool na adolescência........................................................14
Figura 2 – O alcóolatra e a família ............................................................................20
Figura 3 – O papel da igreja .....................................................................................47
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – A família contemporânea.......................................................................19
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................10
1.1 Questão de Pesquisa ........................................................................................12
1.2 Objetivo Geral....................................................................................................12
1.3 Objetivos Específicos .......................................................................................12
1.4 Justificativa........................................................................................................12
2. ALCOOLISMO, O QUE A IGREJA TEM A VER COM ISSO? ............................13
2.1 TRAJETÓRIA DO ALCOOLISMO E DADOS ATUAIS .......................................13
2.2 AÇÕES E TRATAMENTOS DO ALCOOLISMO .................................................15
2.3 MOTIVOS QUE LEVAM O INDIVÍDUO AO ALCOOLISMO ...............................17
2.4 O ALCOÓLATRA E A FAMILIA...........................................................................18
2.5 CONSUMO DE BEBIDA ALCOOLICA PELOS MEMBROS DA IGREJA ...........22
2.6 IGREJA: UM ORGANISMO VIVO .......................................................................26
2.7 PARA QUE SERVEM OS DONS E TALENTOS DA IGREJA .............................29
3 METODOLOGIA ....................................................................................................32
3.1 Tipologia da Pesquisa .........................................................................................32
3.2 Delimitação da Pesquisa.....................................................................................32
3.2 Coleta e Análise de dados...................................................................................32
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES...........................................................................33
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES .............................................45
REFERÊNCIAS.........................................................................................................49
APÊNDICES .............................................................................................................51
APÊNDICE A – Instrumento de pesquisa utilizado na coleta de dados .............52
ANEXOS ...................................................................................................................53
ANEXO I – DONS ESPIRITUAIS .............................................................................54
ANEXO II – DEPOIMENTO ALVARISTO DOS SANTOS ........................................55
10
1 INTRODUÇÃO
O ser humano passa por diversas mudanças no decorrer de sua vida,
algumas boas, outras más, dependendo da cultura e das condições sociais onde
vive. A relação do indivíduo com sua família e sua comunidade irá influenciar a
sociedade na qual está envolvido.
O homem é um ser social, vive em sociedade, e esta interação é necessária
para que ele possa se desenvolver, ter amigos, superar seus medos e conquistar
aquilo que sonha, mas há o perigo dele ser influenciado e tornar-se escravo de
atitudes e comportamentos que só irão fazer mal a si mesmo, a sua família e a
comunidade onde vive.
Cada pessoa é responsável pelas transformações, direções e decisões que
toma sobre sua vida, e isso se aprende dentro de um ambiente familiar, pois é a
família que deve oferecer e favorecer ao sujeito, condições para que ele possa
organizar a sua vida e responsabilizar-se por seus relacionamentos.
Porém, quando a família não é estruturada, os problemas surgem e ocorre
uma desorganização, então, os problemas deixam de ser apenas familiares e se
tornam problemas sociais, como é o alcoolismo atualmente.
Ao abordar este tema, ressaltamos a importância do apoio social, a busca
por alternativas de reinserção, acolhimento, solidariedade, tanto para o alcoolista
como para a família dele.
O primeiro tópico aborda a trajetória do alcoolismo, e traz dados dos
levantamentos e estudos realizados recentemente.
Na sequência temos as principais ações que estão sendo realizadas e as
opções de tratamentos disponíveis.
O terceiro tópico contempla os motivos, razões que levam o indivíduo a se
tornar um dependente químico.
A questão do relacionamento de um alcoólatra com sua família encontra-se
descrita no tópico quarto.
O quinto tópico relata um tema de discussão atual: cristão pode beber?
Ressaltamos no sexto tópico a importância da igreja se posicionar como um
organismo vivo, que influencia a sociedade.
No sétimo tópico analisaremos para que servem os dons, talentos e
habilidades dados à igreja.
11
No mundo pós-moderno, onde o individualismo e o egocentrismo se
destacam, ainda há pessoas preocupadas umas com as outras, igrejas tem
descoberto o verdadeiro evangelho e seguido o ide de Jesus.
É um desafio muito grande para a igreja, que até pouco tempo atrás estava
tão acomodada, sair do seu conforto e conhecer as realidades existentes. Este
trabalho tem por objetivo enfatizar o assunto alcoolismo, especialmente no que diz
respeito ao alcoólatra e sua relação familiar, e o que a igreja tem oferecido a eles.
A igreja também é uma instituição social, pois ela socializa e influencia o ser
humano através dos padrões divinos estabelecidos na Bíblia Sagrada.
A igreja não são os prédios, mas são as pessoas que a frequentam e fazem
parte do corpo de Cristo. A igreja é considerada como família de Deus.
Sabe-se que o apoio da família é de fundamental importância na
recuperação de um alcoólatra.
12
1.1 QUESTÃO DE PESQUISA
O que a Igreja do Evangelho Quadrangular, do bairro Santa Maria de
Chapecó/SC, com tantos dons e talentos, tem feito para ajudar o alcoólatra e sua
família?
1.2 OBJETIVO GERAL
Verificar o que a Igreja do Evangelho Quadrangular, do bairro Santa Maria
de Chapecó/SC, com tantos dons e talentos, tem feito para ajudar o alcoólatra e sua
família.
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Analisar os dados referentes ao alcoolismo, ações e opções de tratamento.
Investigar os motivos que levam uma pessoa a se tornar alcoólatra.
Descobrir como é o relacionamento do alcoólatra com sua família.
Investigar se há consumo de bebida alcoólica pelos membros da igreja.
Definir o papel da igreja como organismo vivo na sociedade.
Analisar os dons, talentos e habilidades dados à igreja.
1.4 JUSTIFICATIVA
Este trabalho tem por finalidade entender os motivos que levam uma pessoa
a se tornar um alcoólatra, o que sua família faz para ajudá-lo e entender que a igreja
tem o dever e a obrigação de sair das quatro paredes e se inserir na sociedade de
tal forma que consiga ajudar tanto o alcoólatra como sua família, segundo os
princípios e valores bíblicos; explorando suas habilidades, dons e talentos recebidos
de Deus, e que devem ser usados não somente dentro da igreja, mas especialmente
fora, mostrando à comunidade o verdadeiro evangelho. Consiste num estudo que
tem relevância social e implicações práticas, pois apresenta caminhos para derrubar
as barreiras que afastam a igreja da sociedade.
13
2 ALCOOLISMO, O QUE A IGREJA TEM A VER COM ISSO?
Ao observamos a história do alcoolismo, verificamos que não é um
problema recente, porém, nas últimas décadas o crescimento de indivíduos
alcoolistas foi tanto, que atualmente é considerado pela Organização Mundial da
Saúde como uma doença, e também como a “droga” mais usada, e a que tem dado
grandes gastos aos cofres públicos, tanto para prevenir como para tratar a
dependência.
2.1 TRAJETÓRIA DO ALCOOLISMO E DADOS ATUAIS
Ao descobrir a agricultura, o homem descobriu também a bebida alcoólica,
ou seja, a fermentação de grãos. Isso se comprova já no primeiro livro da Bíblia
Sagrada, em Gênesis 9:20,21: Noé era agricultor; ele foi a primeira pessoa que fez
uma plantação de uvas. Um dia Noé bebeu muito vinho, ficou bêbado e se deitou nu
dentro de sua barraca. 1
A história nos mostra que as pessoas sempre se embriagaram, mas a partir
de 1830, após a Revolução Industrial, a ingestão de álcool em grande quantidade
passou a ser considerada uma doença e surgiram campanhas e associações contra
as bebidas alcoólicas.
Existem duas definições de drogas: as lícitas e as ilícitas. As drogas lícitas
são substâncias que podem ser produzidas, comercializadas e consumidas
sem problema algum. Apesar de trazerem prejuízos aos órgãos do corpo são
liberadas por lei e aceitas pela sociedade. É considerada droga lícita qualquer
substância que contenha álcool, nicotina, cafeína, medicamentos sem prescrição
médica, anorexígenos, anabolizantes e outros.
A propaganda de bebidas alcoólicas atrai tanto jovens como adultos. O vício
do álcool, de forma prematura, desencadeia um efeito dominó que por certo acabará
desembocando em outros tipos de drogas as chamadas ilícitas (substâncias
proibidas de serem produzidas, comercializadas e consumidas), como: maconha,
cocaína, crack, LSD, inalantes, heroína, morfina, anfetaminas e outras.
__________________________
1
BÍBLIA, 2008, p. 18.
14
As estatísticas mostram que os jovens estão entrando no vicio do álcool
cada vez mais cedo. Nas décadas de 80 e 90, era comum o jovem começar a provar
qualquer tipo de bebida alcoólica entre 14 e 15 anos de idade, hoje começam a
beber aos 10 e 11 anos de idade, quando seus organismos ainda estão em fase de
formação, tornando-os vulneráveis a utilização de outros tipos de drogas.
Figura 1 – Consumo de álcool na adolescência
2
Os noticiários de rádio e televisão revelam que 70% dos acidentes de
trânsito tem como causa a ingestão de bebidas alcoólicas, dos quais 50%
ocasionam vitimas fatais e 50% deixam as pessoas envolvidas com sequelas às
vezes irreparáveis, ocasionando um gasto excessivo aos cofres públicos. Os
homicídios, também tem como foco principal o uso de álcool onde cerca de 70% dos
crimes contra a vida são cometidos por pessoas alcoolizadas.
O alcoolismo é uma doença que afeta a saúde física, o bem estar emocional
e o comportamento do indivíduo. Em longo prazo, o uso abusivo do álcool pode
trazer várias consequências como: o câncer na língua, boca, esôfago, laringe, fígado
e vesícula biliar, hepatite, cirrose, gastrite, úlcera, desnutrição, problemas cardíacos
e de pressão arterial, se usado durante a gestação há risco de malformação
congênita, além de danos cerebrais irreversíveis, alteração do humor, raiva,
comportamento violento, depressão, perda de memória, problemas familiares e
conjugais, baixa produtividade no trabalho, depressão e até mesmo suicídio.
__________________________
2
Fonte: http://prasempremoreirinha.blogspot.com.br/2012/03/consequencias-do-uso-de-
alcool.html#more> Acesso em 14.abr.2014
15
O álcool é a droga que mais mata, por dois motivos principais: as doenças
crônicas que se desencadeiam e os acidentes de trânsito.
Segundo dados do II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, citados
pela jornalista Jaqueline Pimentel no portal determinantes sociais da saúde:
O brasileiro está bebendo mais e de forma mais nociva. Esta é uma das
conclusões do II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad)
divulgado em abril deste ano, que estima que 11,7 milhões de pessoas
sejam dependentes de álcool no país... Em 2012 houve crescimento de
20% do consumo frequente de álcool, quando o individuo bebe uma vez por
semana ou mais, em relação ao estudo de 2006... Entre os participantes do
estudo 52% são mulheres e 48% homens. 3
Esta pesquisa reflete de forma clara o aumento do consumo, por homens e
mulheres, em todas as regiões do país. E um dado preocupante é o aumento de
consumo de álcool pelas mulheres, que chegam a beber quatro doses de bebida
num período de duas horas, uma vez por semana ou mais.
As consequências do uso de álcool afeta a sociedade de forma direta e
indireta, potencializando os custos em hospitais, sistema judiciário e previdenciário,
além da perda de produtividade do trabalho e o aumento do desemprego.
Em todo o mundo, nota-se o aumento do consumo de bebidas alcoólicas, e
uma preocupação é quanto às pessoas entre 20 e 49 anos, que são as principais
afetadas em relação a mortes associadas ao uso do álcool, traduzindo como uma
maior perda de pessoas economicamente ativas.
2.2 AÇÕES E TRATAMENTOS DO ALCOOLISMO
Alcoólatra é a palavra usada para designar o indivíduo que bebe
abusivamente e, por isso, tem sérios problemas decorrentes do uso do álcool; e
alcoolista é o termo usado para definir o indivíduo que tem afinidade com o álcool.
Devido ao crescimento de casos de alcoolistas em nosso país, ações estão
sendo tomadas e projetos estão sendo criados, tanto para prevenir como para
combater o abuso do álcool.
__________________________
3
Fonte: http://dssbr.org/site/2013/06/ii-levantamento-nacional-de-alcool-e-drogas-mostra-o-consumo-
de-alcool-crescente-e-desigual-pela-populacao-brasileira/ > Acesso em 15.mai.2014
16
O problema é que, na maioria dos casos, o indivíduo não consegue perceber
o quanto está envolvido com a bebida, então o primeiro passo no tratamento é
ajudá-lo a reconhecer seu problema e a necessidade de tratar-se.
O tipo de tratamento vai depender da gravidade e dos recursos disponíveis
na comunidade, que pode ser: a desintoxicação (o processo de retirar o álcool do
sistema de uma pessoa com segurança); tomar medicamentos receitados pelo
médico para ajudar a evitar o retorno à bebida uma vez que já parou; e
aconselhamento individual e/ou em grupo.
A indicação de internação, pelo menos como fase inicial de desintoxicação,
costuma ser a regra. Depois de controlados os sintomas agudos da crise de
abstinência, seja por meio de internação ou através de tratamento ambulatorial, os
pacientes devem ser encaminhados para programas de reabilitação.
Entre as formas de tratamento mais indicadas, estão:
 Casas de Recuperação e/ou Comunidades Terapêuticas;
 AA (Alcoólicos Anônimos), programas baseados nos 12 passos
fundamentados na aceitação da doença, enfrentamento e prevenção à
recaída;
 CAPS AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas), que é
especializado em atender os dependentes de álcool e drogas. Criado
pelo Ministério da Saúde, que tem por base o tratamento do paciente
em liberdade, buscando sua reinserção social, oferecendo atendimento
diário, plano terapêutico, tratamento ambulatorial e psicológico.
Alcoolismo não é mais tema só de saúde, é uma questão social e precisa ser
tratado com esta dimensão, dentro dos responsáveis pelas políticas públicas. As
principais ações e projetos criados no combate ao alcoolismo são:
 Distribuição de folders explicativos, divulgando inclusive onde
encontrar ajuda;
 Propagandas no rádio, televisão e internet, mostrando os efeitos e
consequências do álcool;
 Criação de leis que fiscalizam a venda de bebidas alcoólicas para
menores de idade;
 Criação do Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo (20 de fevereiro);
 Parcerias com Hospitais e Organizações não governamentais (ONGs);
 Leis de trânsito mais severas, com maior fiscalização nas estradas.
17
A política mais usada atualmente é a de Redução de Danos, conforme
explica a médica psiquiatra e psicoterapeuta Alessandra Maria Julião, na cartilha
para profissionais de saúde:
As estratégias de RD podem ser aplicadas de forma a contribuir para que a
pessoa consiga atingir submetas aproximadas rumo à moderação ou à
abstinência... O tratamento que objetiva o beber moderado é uma proposta
séria, que tem sido estudada há mais de 30 anos. Quando aplicado de
forma responsável, pode trazer benefícios como redução das complicações
decorrentes do uso pesado do álcool, redução das recaídas e da
quantidade ingerida durante os dias da recaída.
4
Há uma grande preocupação quanto às recaídas que os pacientes em
tratamento têm. Por isso procura-se conscientizá-los do limite que eles devem ter ao
beber, ou até mesmo de que devem recusar bebida.
2.3 MOTIVOS QUE LEVAM O INDIVÍDUO AO ALCOOLISMO
A tendência em fugir dos problemas, a curiosidade, e as influências do meio
social, são algumas das razões que propiciam ao indivíduo tornar-se dependente.
Segundo Collins, há cinco fatores que torna o indivíduo propenso ao
alcoolismo, vejamos o que ele cita:
1.
Fisiologia e hereditariedade: Os filhos e filhas de pais alcoólatras têm
uma probabilidade quatro vezes maior de se tornarem dependentes
da bebida na idade adulta;
2.
Influências ambientais: A família em que somos criados, o lugar onde
vivemos e a sociedade ou grupo étnico ao qual pertencemos podem
aumentar ou diminuir a probabilidade de surgimento do alcoolismo.
3.
Pressões sobre o indivíduo: O alcoolismo geralmente se inicia
durante o estressante período da adolescência... A pessoa que
começou a beber como uma forma de relaxar e lidar com o estresse
é agora um viciado;
4.
Influências agravantes: Em algum momento do processo que leva à
dependência, ocorrem alterações endócrinas e bioquímicas que
tornam muito difícil largar o vício;
5. Influências espirituais: O caminho da dependência é mais fácil de
encontrar quando as pessoas carecem de valores espirituais,
religiosos e morais.5
__________________________
4
JULIÃO, 2008. p. 37.
5
COLLINS, 2004. p. 577 a 581.
18
Analisando esses fatores entendemos o porquê de muitos buscarem a
solução no alcoolismo, no início parece ser legal, divertido, mas com o passar do
tempo, a pessoa está tão envolvida que não percebe que se tornou um alcoólatra. O
ambiente familiar e social contribuem muito neste processo, tanto para se tornar
dependente como para sair da dependência.
Beber é uma “desculpa” que alguns encontram para afogar suas mágoas,
enturmar-se, esquecer os problemas, tomar coragem, passar o tempo.
Uns dizem: “eu bebo porque todos bebem”, ou “bebo só socialmente para
acompanhar os amigos”, ou então “bebo porque faz bem para a saúde”. Tem
também aqueles que bebem para relaxar após um dia estressante de trabalho ou
para comemorar uma conquista, fazendo um brinde.
Outro fator que leva especialmente os jovens a beberem, é ouvir músicas
que abordam o uso de bebida de álcool. Para a juventude hoje, divertir-se é encher a
cara. É um sinal de amadurecimento. As bebedeiras nas rodas de amigos são
comuns. As festas são regadas a bebidas alcoólicas e drogas.
2.4 O ALCOÓLATRA E A FAMÍLIA
A família é a base da sociedade, é onde acontecem os primeiros laços
afetivos. É de grande importância para a construção de uma sociedade estruturada,
saudável e equilibrada.
Se a base for desestruturada, automaticamente estaremos construindo uma
sociedade doente e desequilibrada. A influência exercida pela família determina o
estilo de uma sociedade.
Numa família bem estruturada os membros se comunicam, há apoio,
motivação, respeito, confiança, humor, brincadeiras, responsabilidades, equilíbrio,
valorização, lazer, e quando algum membro está em dificuldade, procura ajuda para
resolver.
O alcoolismo é um vício progressivo, há um desejo obsessivo de beber, e os
problemas de comportamento desestruturam a vida familiar, social e profissional do
indivíduo.
Conviver com um familiar que tem problema com bebida alcoólica não é
nada fácil, pois o indivíduo não reconhece que é alcoólatra e que precisa de ajuda.
O ambiente familiar pode fazer toda a diferença na busca por esse reconhecimento.
19
Silveira cita em seu livro O Drama do alcoolismo: “O bar, às vezes, tem-se
tornado um lugar de refúgio para muitos alcoólatras que não encontram no lar um
ambiente de compreensão”. 6
Nesses últimos anos, especialmente a partir da década de 1960, temos
ouvido falar em crise da instituição família e novos “tipos” de famílias estão se
formando como vemos no quadro a seguir:
Quadro 1 – A família contemporânea 7
__________________________
6
SILVEIRA, 1979, p 18.
7
Fonte: http://conselheiros6.nute.ufsc.br/wp-content/uploads/avea/textos/capitulo-2.pdf > Acesso
22.ago.2014
20
Todos esses “tipos” de famílias têm problemas com o álcool, e estudos
recentes mostram que o consumo de bebidas alcoólicas por homossexuais é maior
que dos heterossexuais, pois está relacionado à vida noturna que levam e a
aceitação social, e abusam do álcool como forma de desinibição, conforme
reportagem no blog para ladys.8
A cura, a transformação e regeneração do indivíduo são desejadas pela
família do alcoólatra. Collins cita o que acontece com a família:
Inicialmente, os parentes tentam proteger, controlar e responsabilizar o
dependente. Em seguida, tentam assumir as responsabilidades do
alcoólatra, passando a viver uma vida de constante tensão, medo,
insegurança e vergonha. Muitas vezes o constrangimento é tanto que a
família se afasta dos outros. Como resultado, pode ocorrer solidão e
isolamento social.
9
Quando um membro da família é viciado, todos sofrem. A família no intuito
de ajudar acaba superprotegendo ou aceitando a situação, esquecendo-se de
enfrentar a realidade e buscar ajuda corretamente. A família torna-se codependente,
ou seja, se sente sobrecarregada por assumir funções que o dependente químico
deixou aos poucos, e culpa-se por não conseguir ajudar o familiar.
Algumas pessoas quando abusam do consumo de álcool ficam falantes, se
divertem, enquanto outras ficam agressivas, tornando-se desagradáveis.
Figura 2 – A família do alcoólatra 10
__________________________
8
Fonte: http://blogparaladys.blogspot.com.br/2011/01/os-10-maiores-problemas-de-saude.html >
Acesso 23.ago.2014
9
COLLINGS, 2004 p. 586
10
Fonte: http://pt.slideshare.net/carlasalgueiro/alcoolismo-8535230?related=4 >Acesso 03.jun.2014
21
A saúde emocional da família abala-se, causando vários sentimentos, entre
eles o de culpa (principalmente as crianças pensam “será que é culpa minha que
meu pai bebe e fica bravo?”), a baixa autoestima (especialmente a esposa que deixa
de cuidar de si).
Muitas mulheres mantém o casamento por causa dos filhos, aguentam
humilhações, tapas na cara, socos e pontapés, brigas, palavras de ofensa, pois
apesar de tudo, o marido trabalha e traz dinheiro para o sustento.
Porém quando os filhos chegam à vida adulta, ela se sente livre para se
divorciar e viver sozinha, pois os filhos já se tornaram independentes.
Mas este também é um longo processo, são anos, e há aquelas que mesmo
depois dos filhos crescerem continua no casamento, pois tem medo de perderem o
conforto que o marido proporciona.
São situações para nos fazerem pensar, o que vale a pena: ser considerada
uma traidora ou uma heroína?
Amor e ódio são sentimentos que sobressaem no relacionamento, pois
apesar de todo o sofrimento há esperança.
Não podemos esquecer-nos do grande aumento de mulheres que são
alcoólatras, como podemos verificar na reportagem do site clicrbs, um estudo
realizado no Brasil no ano de 2010:
O número de mulheres que ingerem álcool tem aumentado
progressivamente ao longo dos anos, de acordo com uma pesquisa
realizada em todas as capitais brasileiras e divulgada na última semana pelo
Ministério da Saúde. Segundo o estudo, o percentual da população adulta
que bebe álcool em excesso passou de 16,2% em 2006 para 18% em 2010,
sendo que, o maior índice foi entre as mulheres: a taxa passou de 8,2 para
10,6% nos quatro anos... No estudo, o Ministério da Saúde considerou o
consumo excessivo de álcool quando a mulher ingere quatro ou mais doses
em uma mesma ocasião por mês. 11
Segundo esta pesquisa os fatores que levam a mulher a beber podem ser:
genéticos, psicológicos ou externos, como perda emprego, desilusão amorosa,
beber para driblar a fome (quer emagrecer), estresse ou jornada dupla de trabalho.
__________________________
11
Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticia/2011/05/pesquisa-revela-aumento-no-numero-de-mulheres-
alcoolatras-no-brasil-3290806.html) >Acesso 08.ago.2014
22
Quanto aos filhos temos duas situações: os que veem o exemplo do pai ou
da mãe alcoólatra e decide que ele será diferente, que sua vida não será de
dependência, e aqueles que por serem considerados vulneráveis acabam indo pelo
mesmo caminho, se entregando ao alcoolismo.
Atualmente há uma grande preocupação de como é o desenvolvimento dos
filhos em um ambiente familiar onde há dependência química, e o atendimento a
eles para fazer uma estratégia de prevenção.
O site mdemulher, traz uma reportagem publicada em 15/04/2011 por
Rafaella Sousa, de como a mãe pode ajudar o filho e amenizar os danos que um pai
alcoólatra pode causar na vida de uma criança:
Cerca de 17 milhões de brasileiros sofrem com o alcoolismo e afetam a vida
de 51 milhões de pessoas. “Ansiedade, depressão e distúrbios de
comportamento são mais comuns em filhos de alcoolistas. Eles têm de
quatro a seis vezes mais probabilidade de desenvolver problemas com o
álcool”, diz Carina Nasser, psicóloga, de São Paulo.
12
A família tende a concentrar-se no problema, esquecendo-se de oferecer
assistência aos filhos. As crianças acabam experimentando um sentimento de
tristeza e solidão. Outros são hiperativos ou tem distúrbio de conduta; alguns tem
déficit de atenção e problemas de relacionamento na escola, com os amigos e com a
própria família. Muitas crianças se sentem rejeitadas, e com o emocional abalado
tendem a buscar soluções que preencham este vazio.
Por isso os profissionais de saúde e educadores infantis devem estar
atentos aos possíveis sinais emocionais e problemas de comportamentos de filhos
de alcoolistas, não só devido aos prejuízos emocionais, mas especialmente para
evitar que eles venham a desenvolver uma dependência química.
2.5 CONSUMO DE BEBIDA ALCOOLICA PELOS MEMBROS DA IGREJA
Há uma grande discussão sobre a liberação ou não do consumo de álcool
na igreja, mas há também a questão do papel social da igreja.
__________________________
12
Fonte: http://mdemulher.abril.com.br/familia/reportagem/filhos/proteja-sua-familia-alcoolismo-
625087.shtml >Acesso 07.jul.2014
23
E nós como novas criaturas, transformadas e renovadas pelo Senhor,
cheias de dons, talentos e habilidades recebidas de Deus, o que podemos fazer
para mudar esta realidade, e mostrar que somos realmente a imagem e
semelhança de Deus, que carregamos as marcas de Cristo, que somos o reflexo de
seu caráter e ajudar a sociedade no combate, prevenção e tratamento do
alcoolismo?
Ao abordar este tema, muitos questionamentos vieram, como: se a bíblia
condena a bebedeira, porque muitas igrejas, que se dizem a família de Deus,
liberam o consumo de bebida alcoólica aos membros.
Renner cita em sua monografia a Igreja Evangélica Congregacional do
Brasil, os problemas enfrentados sobre a liberação de bebida alcoólica:
A igreja não conseguiu pregar do púlpito uma vida puritana e desde então
para conseguir manter os trabalhos pastorais a igreja realiza promoções
com bebida alcoólicas. As famílias de origem alemã tem justificado tal ação
por fazer parte da sua cultura e tradição, não tendo como tirar a bebida
alcoólica das promoções. E porque também as outras igrejas históricas do
município utilizam a mesma em suas promoções... Atualmente o pastor
encontra dificuldades na transformação do conceito do papel que a igreja
deve desempenhar.
13
Ao “entrar” para a igreja, o indivíduo traz consigo suas culturas e tradições.
Isso tem sido uma barreira quando se prega o evangelho verdadeiro, e o líder se vê
numa situação difícil. Mas não podemos esquecer que a missão da igreja é a
transformação do indivíduo através da palavra de Deus.
Outro questionamento foi quanto à Igreja Católica. Sabemos que nos últimos
tempos aconteceram muitas mudanças nesta igreja tradicional, e surgiram novas
paróquias ou comunidades católicas com pensamentos diferentes em vários
aspectos.
Esses novos líderes vem se perguntando quanto à questão da bebida
alcoólica em suas rotinas, como podemos ver no relato encontrado no blog
sagradafamília, do fundador e moderador geral da comunidade católica sagrada
família, Fasanella diz:
__________________________
13
RENNER, 2008. p.22 e 23
24
Na história de nossa comunidade, praticamente desde seus inícios,
abolimos de nossas convivências e festas a bebida alcoólica. Os resultados
de sua presença nas festas era sempre negativo. Como somos uma
comunidade que tem por carisma o resgate da família, não é coerente que
tenhamos em nosso meio a tal da “mardita!” que tantos males faz nas
famílias!!! Será que, nós como Igreja, sejam paróquias ou comunidades,
perdemos a capacidade de acreditar no poder do Espírito Santo e sua
criatividade para atrair e congregar os filhos de Deus em torno de sua igreja,
que precisamos usar de subterfúgios, pouco “católicos” e por vezes até
imorais?! e chegamos a pensar, por exemplo, que nossas festas
beneficentes tem que ser regadas a álcool e jogatinas – tipo bingo!!! 14
Que bom que estão com essa consciência hoje, pois a família é a base do
indivíduo, e quando ela está bem estruturada, vemos os reflexos na sociedade.
A questão: o evangélico e o álcool é tema de vários debates em nosso meio.
Informações encontradas no blog o diário mostra o posicionamento de alguns líderes
como o Bispo Edir Macedo (Igreja Universal do Reino de Deus) que afirmou “beber
cerveja”, e o ex-reverendo Presbiteriano Caio Fábio (que não é mais evangélico) diz
que “gosta de beber cerveja e outras bebidas alcoólicas”, o pastor Silas Malafaia
(Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo), comenta os relatos dos líderes acima
e expõe algumas razões pela qual os evangélicos não devem ingerir bebida
alcoólica:
Fomos separados para Deus. Como reis e sacerdotes do Altíssimo, não
devemos ingerir bebidas alcoólicas para não dar lugar à nossa carne e ao
pecado... Somos templo do Espírito Santo... Para evitar problemas e mau
testemunho, há muitas coisas com aparência de mal de que o cristão deve
abster-se.
15
Se nós somos realmente transformados quando nos convertemos porque
darmos brecha ao inimigo?
No youtube encontramos vídeos do pastor Lucinho16
da Igreja Batista da
Lagoinha, que é totalmente contra o consumo, e outra opinião é a do Bispo Walter
McAlister17
(Bp Primaz da Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida), respondendo ao
questionamento: posso ingerir bebida alcoólica?
_________________
14
Fonte: http://www.sagradafamilia.net.br/blog-italo/?p=8 >Acesso 11.jun.2014
15
Fonte: http://blogs.odiario.com/inforgospel/2013/10/10/pastor-silas-responde-evangelicos-geral-nao-
ingerem-bebidas-alcoolicas-confira/A >Acesso 13.jul.2014
16
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=qCOmxN4i4JY >Acesso 01.ago.2014
17
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=067t3gX_Hd8 >Acesso 01.ago.2014
25
No blog da Igreja Quadrangular de José Bonifácio/SP encontramos um
artigo sobre o assunto, postado por João Victor Rodrigues da Cruz:
O uso tão frequente do vinho pelos judeus antigos, não nos habilita a imitá-
los, hoje vivemos numa cultura na qual o consumo de bebida alcoólica não
é vista como edificante. Eu acredito que a ingestão de vinho
esporadicamente não seja pecado; mas, alguns aspectos precisam ser
analisados, por exemplo: a conveniência; saúde; passado ligado ao
alcoolismo, etc. Quando somos sensíveis ao Espírito Santo, Ele nos
direciona, testificando em nosso coração a necessidade de tomarmos ou
não vinho.
18
Por que mesmo sendo “proibido” o consumo de bebida alcoólica, temos
tantos cristãos ingerindo-a? Muitos defendem a “liberdade cristã” como um motivo,
uma desculpa para consumir bebidas alcoólicas.
O profeta Isaías fez uma alerta aos sacerdotes e profetas que tomavam
vinho:
Mas também estes cambaleiam por causa do vinho e não podem ter-se em
pé por causa da bebida forte; o sacerdote e o profeta cambaleiam por causa
da bebida forte, são vencidos pelo vinho, não podem ter-se em pé por
causa da bebida forte; erram na visão, tropeçam no juízo.
19
A Bíblia Sagrada nos alerta e nos ensina, em todas as áreas da nossa vida,
o Rei Salomão foi um exemplo neste tema alcoolismo e nos deixou grandes
ensinamentos, como podemos verificar no livro de Provérbios: “O vinho é
escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido
não é sábio”. 20
No dia 19 de julho de 2014, o presidente do grupo de jovens da IEQ do
bairro Santa Maria, em Chapecó, Matheus Vieira, trouxe uma palestra para o grupo
com o tema alcoolismo, causas e consequências.
Ao final perguntou quantos já haviam consumido algum tipo de bebida
alcoólica, e dos 26 jovens, entre 14 e 24 anos, que estavam presentes apenas 3
disseram que nunca ingeriram qualquer tipo de bebida alcoólica. Alguns relataram
problemas de alcoolismo na família.
__________________________
18
http://igrejaquadrangularjb.blogspot.com.br/2012/01/bebida-alcoolica-e-conveniente.html >Acesso
22.jul.2014
19
BÍBLIA, 2007, p. 615
20
BÍBLIA, 2007, p. 569
26
Quando os primeiros cristãos viveram pela primeira vez a experiência de
serem cheios do Espírito, como lemos em Atos 2, muitas pessoas chegaram a
pensar que eles estivessem “bêbados”.21
Se tivermos que nos embriagar que seja a
embriaguez do Espírito Santo, como diz o apóstolo Paulo em Efésios 5:18: “Não se
embriaguem, pois a bebida levará vocês à desgraça; mas encham-se do Espírito de
Deus.”22
Encerramos este tópico com o versículo de Efésios 5:15: “Portanto, prestem
atenção na sua maneira de viver. Não vivam como os ignorantes, mas como
sábios.”23
2.6 IGREJA: UM ORGANISMO VIVO
Quando Deus criou Adão e Eva e ordenou que se multiplicassem, deu-se
início a primeira instituição: a família, que são pessoas que vivem juntas, mantendo
relações entre si bem definidas.
A sociedade desenvolveu-se a partir da família, pois assim como criamos
laços e mantemos relações e convivência com a nossa família, criamos
relacionamentos uns com os outros, gerando troca de informações e cultura,
amizade, trabalho, etc.
A igreja, a família de Deus, é formada por pessoas, que vivem em família, e
fazem parte da sociedade. A igreja está influenciando a sociedade ou a sociedade
está influenciando a igreja? A igreja é um organismo ou uma organização? Como a
igreja se relaciona com a sociedade?
São questionamentos importantes a serem feitos, pois é nosso dever olhar
para a sociedade e descobrir de que forma podemos nos manifestar como filhos de
Deus e fazer a diferença. Quando Cristo instituiu sua igreja, Ele tinha em mente um
organismo vivo, um corpo que seria o seu corpo, formado por todos nós que somos
os membros, sendo Ele próprio a Cabeça.
__________________________
21
BÍBLIA, 2008, p. 1374.
22
BÍBLIA, 2008, p. 1528.
23
BÍBLIA, 2008, p. 1528.
27
Como organismo é que a igreja local nasce, cresce e se multiplica em outras
igrejas, cada membro é um discípulo que gera outros discípulos, cada um fazendo a
sua parte, seja pregando, ensinando, acompanhando, exortando, orando e
corrigindo quando necessário, existe comunhão e relacionamento entre os membros,
exigindo mutualidade de sentimentos e atitudes. Só desaparecerá da face da Terra
quando for arrebatada na volta de Cristo.
Mas a igreja também é uma organização, uma vez que, perante a lei dos
homens tem que ser organizada em pessoa jurídica, com estatutos, sede, diretoria e
outras exigências legais. Tem uma denominação, patrimônio, regimento interno e
existência física. Como organização é visível, local, humana, imperfeita (tem
defeitos, problemas e pode até cometer erros), é temporária (pode vir a
desaparecer).
Lopes cita em seu livro Pentecostes, o fogo que não se apaga:
Muitas igrejas têm conteúdo, mas lhes falta ousadia. São ortodoxas, mas
não têm paixão pelas almas. Têm conhecimento, mas não têm ardor
evangelístico. Têm programa e organização, mas não saem das quatro
paredes. Outras igrejas têm conteúdo, boa teologia e excelente música, mas
toda a sua atividade é voltada para dentro. Elas não transpiram, não
reverberam sua influência para o mundo. São verdadeiros guetos. São sal
no saleiro. Nada fazem e pouca ou nenhuma influência exercem na
sociedade em que estão inseridas.
24
A palavra grega ekklesia, traduzida como "igreja" significa literalmente
“chamada para fora”, e assim se refere a um grupo de pessoas chamado para sair
pecado do mundo para servir ao Senhor, ou ainda, pode-se compreender esse
grupo chamado para alcançar os perdidos que estão lá fora. O verdadeiro cristão é
desafiado a influenciar a sociedade através das ações.
Num contexto mais atual, a igreja tem se posicionado como organismo vivo
ao formar as células. Mas o que é uma célula? Biologicamente falando, célula é um
organismo vivo.
Cada célula do nosso corpo tem uma função específica, mas todas
desempenham uma atividade comunitária, trabalhando de maneira integrada.
__________________________
24
LOPES, 1999. p 15
28
A célula é composta por três componentes essenciais: a membrana
plasmática, o citoplasma e o núcleo. Vamos ver qual é a função de cada
componente:
 A membrana plasmática é uma película fina, delicada e elástica que
envolve o conteúdo da célula. Regula a passagem e a troca de
substâncias. Ela tem a capacidade de selecionar as substâncias que
entram e saem, de acordo com as necessidades da célula.
 O citoplasma é a maior porção da célula. Nele ficam as organelas
celulares, estruturas que desempenham funções vitais diversas, como
digestão, respiração, excreção e circulação.
 O núcleo é a semente da célula. É o portador dos fatores hereditários e
o regulador das atividades metabólicas da célula. A divisão (mitose e
meiose) é comandada pelo núcleo da célula.
Podemos estabelecer um comparativo da célula biológica com a célula
espiritual:
 A membrana plasmática é a palavra de Deus, pois é ela que define o
que é bom e o que é ruim, o que entra e o que deve sair da nossa
vida, ela molda, protege e exorta.
 O citoplasma são as pessoas que participam da reunião de célula, são
elas que fazem o fluxo, a circulação, sem a participação das pessoas
a célula não se desenvolve.
 O núcleo é Jesus, pois Ele é a parte vital, é por Ele que a célula se
reúne.
Existe célula sem núcleo? Não exatamente sem o núcleo, pois ele está
espalhado junto com o citoplasma, biologicamente elas são chamadas de
anucleadas ou procarióticas. Uma célula sem o núcleo definido vive, mas por pouco
tempo. Porém não existe célula sem citoplasma e sem membrana plasmática.
Fica o questionamento: como assim, uma célula sem um núcleo definido,
pois está espalhada com o citoplasma? Espiritualmente o que seria isso?
Entendemos então que são aquelas células onde as pessoas que participam
acreditam que Deus é um objeto, um animal, uma força, um pensamento positivo.
29
Enfim são aqueles que não têm um Deus definido, tem a fé espalhada, não
sabem quem é Deus verdadeiramente, não o conhecem porque não tem
relacionamento. São pessoas sem vida.
Por isso existe a necessidade da célula ser organizada, e as funções de
cada um ser definidas, para que haja crescimento e vida. E quando houver a
multiplicação, a reprodução seja total, que os membros da célula continuem a serem
organismos vivos na sociedade.
E se a célula é um organismo vivo, por que não termos uma célula de ajuda
ao alcoólatra e sua família?
2.7 PARA QUE SERVEM OS DONS E TALENTOS DA IGREJA
Talento é aquilo que sabemos fazer como ninguém, que nos rende elogios.
Esse talento nos permite desenvolver outras qualidades durante toda a vida, para
que possamos realizar tudo com excelência. Porém, quando não conhecemos o
nosso talento, não é possível desenvolvê-lo, ou seja, ele se transforma em um
recurso inutilizado ou subutilizado.
Dons espirituais são bênçãos ou habilidades que nos são dadas pelo poder
do Espírito Santo. Deus nos dá esses dons para que possamos servir a outras
pessoas e ajudar a edificar Seu reino. Ele nos ordenou a procurar com zelo e
desenvolver nossos dons espirituais. (ver anexo I)
Todas as pessoas que creram no Senhor Jesus, se arrependeram e foram
batizadas, tem o Espírito Santo habitando no seu interior. Como resultado dessa
habitação existe algumas evidências na vida do cristão: o fruto do Espírito e as
manifestações do Espírito. Deus não vem morar dentro de nós para ficarmos
quietos e inertes. Ele vai operar em nós e através de nós para crescimento e
edificação.
Deus tem um supremo propósito de nos fazer semelhantes a seu filho
Jesus. Semelhantes em caráter e em poder. E tudo que Ele produz em nós é
através de seu Espírito. O Espírito que habita em nós nos faz produzir o fruto do
Espírito (para o caráter) e manifestar os dons do Espírito (para o poder).
30
Há um grande problema quando as pessoas se importam apenas com a
formação de caráter e rejeitam os dons. Devemos buscar equilíbrio, pois
precisamos dos dons aliados ao caráter. O Espírito Santo nos dá diferentes dons
para que possamos usá-los para nos completarmos no corpo de Cristo.
Quando não reconhecemos o dom espiritual que Deus nos deu e não o
desenvolvemos, a igreja se enfraquece, pois, como um corpo, algum outro membro
deverá realizar a sua função, porém nunca realizará da forma como nós poderíamos
fazer, pois esse membro não recebeu o dom que nós recebemos.
Observamos em Efésios 4:10-13 que o objetivo dos dons espirituais é o
aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço e para a edificação
do corpo de Cristo, para que todos possamos ser um em Cristo e possamos ter o
mesmo caráter que Ele.
Para quem já aceitou a Jesus Cristo como Senhor e Salvador, é bem
provável que já ouviu alguém falar assim: "Ah, minha igreja é fria, pouca gente se
envolve", "O pastor da minha igreja não é muito dedicado" ou qualquer outra frase
que aponte erros dos outros. Porém, devemos nos perguntar: "O que estamos
fazendo com os dons espirituais que Deus nos deu?".
Da mesma forma que as pessoas que acusamos, nós recebemos um dom
espiritual de Deus que ninguém pode tirar e que precisa ser desenvolvido para o
aperfeiçoamento do nosso caráter e para a edificação de todos os irmãos que
congregam conosco.
Hoje o número de membros cresceu nas igrejas, e tem profissionais de
diversas áreas: médicos, engenheiros, advogados, assistentes sociais, dentistas,
cabeleireiros, enfermeiros, psicólogos, terapeutas. É muita gente com potencial na
casa de Deus que pode ajudar a igreja a interagir com a comunidade.
É necessário pararmos de nos omitir na vida da igreja e crer que Deus nos
capacita para exercitarmos nosso dom. Devemos assumir o nosso papel no corpo de
Cristo para que pessoas sejam evangelizadas e tenham suas vidas transformadas
pelo poder de Deus. Mas como podemos assumir nosso papel no corpo de Cristo se
não sabemos qual é?
Na apostila de Dons e Ministérios, Josadak Lima mostra passos práticos
para descobrir os dons espirituais:
31
 Passo 1: Procure conhecer mais a respeito dos seus dons.
 Passo 2: Envolva-se no maior número possível de áreas onde possa
exercer seus dons.
 Passo 3: Observe se você está se realizando ao desempenhar seus
dons.
 Passo 4: Adote avaliação dos resultados.
 Passo 5: Confirmação da igreja – Observe os testemunhos. 25
Ao colocarmos esses passos em prática na nossa vida espiritual,
descobriremos onde nossos dons podem ser melhor desenvolvidos.
Murdock cita no livro A lei do reconhecimento “14 fatos que você deve saber
sobre seus dons e talentos”:
1. Jesus queria que reconhecêssemos que Deus nos dá dons
maravilhosos.
2. O Espírito Santo é quem lhe dá os dons, os talentos e as habilidades
que você possui.
3. O Espírito Santo nos dá diferentes tipos de dons, relacionados à
nossa missão na terra.
4. Seus dons foram dados para ajudar os homens de Deus a cumprirem
as instruções e a visão divinas.
5. Seu dom lhe foi concedido para solucionar os problemas daqueles
que estão próximos a você.
6. Quando seu dom predominante tornar-se sua semente na vida dos
outros, Deus lhe garantirá uma recompensa generosa.
7. Poucos reconheceram seu dom predominante.
8. A obsessão com as próprias falhas sempre o impedirá de enxergar
seu dom predominante.
9. Seu dom predominante funcionará bem em um ambiente hostil.
10. A perspectiva dos outros pode distorcer a consciência que temos de
nosso dom predominante.
11. A admiração dos outros por dons diferentes nos cegam em relação
ao nosso dom predominante.
12. Seu dom será removido se você não utilizá-lo.
13. Aquilo que você faria com prazer todos os dias de sua vida é uma
pista para descobrir seu dom predominante.
14. A importância não está na semelhança com o outro dom, mas na
diferença. 26
Todos esses pontos, colocados assim dessa forma, nos dão uma visão bem
ampla sobre nossos dons, pois eles nos foram dados para serem usados.
Colocarmo-nos à disposição, a serviço do reino de Deus aqui na terra, nos torna
pessoas felizes e realizadas.
__________________________
25
LIMA, 2010. p 52 e 53
26
MURDOCK, 2008. p 134-139.
32
3 METODOLOGIA
3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA
 De abordagem Quantitativa: Essa pesquisa classifica-se quanto aos seus
objetivos como analisar todos os dados conhecidos e revertidos em
quantias por meio de porcentagem, média, mediana, e depois analisados
numérico/quantitativamente.
 Quanto ao Procedimento Técnico de coleta de dados configura-se em
pesquisa de levantamento de campo, pois se utiliza da interrogação
direta de pessoas.
3.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
 Quanto ao tempo se referem ao mês de Agosto do ano de 2014.
 Quanto ao espaço, à análise limitou-se a coletar os dados de líderes da
Igreja do Evangelho Quadrangular do bairro Santa Maria, Chapecó/SC e
também três líderes da minha família.
 Quanto às unidades de análise temos um total de 23 entrevistados, sendo
12 do sexo feminino e 11 do sexo masculino.
3.3 COLETA E ANÁLISE DE DADOS
 A pesquisa contou com entrevista por meio de questionário de observação
participativa.
 A entrevista realizou-se por meio de questionário, contendo 10 questões,
sendo 9 questões de cunho fechado e 1 questão de cunho aberto.
33
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Esta pesquisa teve por objetivo analisar a questão do alcoolismo dentro da
liderança da Igreja do Evangelho Quadrangular do bairro Santa Maria –
Chapecó/SC. Verificar se há casos de alcoolismo nas famílias dos líderes e quem
são esses familiares. Observar se há consumo de bebida alcoólica pelos próprios
membros, e qual a opinião deles sobre liberar ou não o consumo nas igrejas
evangélicas. Também se avaliou se os líderes estariam dispostos a colocar seus
dons e talentos a serviço do Reino de Deus, colaborando em um grupo de ajuda, um
serviço à comunidade. Foram feitas as mesmas perguntas, tanto para os líderes da
igreja, como para meus familiares.
Questão: Idade:__________
Objetivo: Mapear a faixa etária dos entrevistados.
Observa-se que a liderança da IEQ do bairro Santa Maria – Chapecó/SC
entrevistada, é na sua maioria jovens de 21 a 30 anos (30%) e adultos entre 51 a 60
anos (30%); 25% têm menos de 20 anos de idade; 5% têm entre 31 e 40 anos; 5%
entre 41 e 50 anos; e 5% têm entre 61 e 80 anos de idade.
34
Três familiares, com faixas etárias diferentes.
Questão: Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
Objetivo: Identificar quantidade de mulheres e homens
Os líderes entrevistados da IEQ do bairro Santa Maria – Chapecó/SC são
50% do sexo feminino e 50% do sexo masculino.
35
Quanto aos meus familiares foram entrevistados duas do sexo feminino
(67%) e um do sexo masculino (33%).
Questão: Há quanto tempo é cristão: ________________
Objetivo: Verificar há quantos anos os entrevistados fazem parte do corpo de Cristo.
Entre a liderança da IEQ do bairro Santa Maria – Chapecó/SC entrevistada,
a maioria 60% está na igreja entre 1 e 10 anos; 35% entre 11 e 20 anos; 5% há
mais de 30 anos, e não houve nenhuma pessoa que relatasse ser cristã num tempo
de 21 a 30 anos.
36
Dos meus familiares um é cristão há 12 anos, outro há 30 anos e o outro há
mais de 30 anos.
Questão: Na sua família há algum caso de alcoolismo? Se sim, que tipo de
parentesco tem com você?
Objetivo: Analisar o grau de parentesco com o líder se é pai, mãe, irmão, tio, filho
ou outro familiar.
Analisando o gráfico verificamos que 78% dos entrevistados tem familiares
que são dependentes químicos.
37
Observa-se que dos líderes da IEQ do bairro Santa Maria – Chapecó/SC
entrevistados, a maioria, 26% relataram que o próprio pai é alcoólatra; 22% disseram
que tem irmãos com problemas de alcoolismo; 18% não possuem nenhum familiar
com problema de alcoolismo; 13% falaram que tem tios alcoólatras; 5% é a mãe que
é alcoólatra; 4% é o avô; 4% é o sogro; 4% é filho e 4% é o sobrinho. Alguns líderes
relataram existir mais de um familiar com problemas de alcoolismo.
Dos meus familiares entrevistados, 67% relataram que os tios tem
problemas com alcoolismo, e 33% relatou não haver nenhum familiar com problemas
com o alcoolismo.
38
Questão: Este familiar já fez algum tratamento para o alcoolismo?
Objetivo: Verificar se essas pessoas procuram/aceitam ajuda.
Analisando o gráfico, observamos que 53% dos líderes da IEQ do bairro
Santa Maria – Chapeco/SC, relataram que o familiar que tem problema com o
alcoolismo nunca fez nenhum tipo de tratamento; 21% disseram que este familiar
acabou falecendo por consequencia do alcoolismo e que estes não aceitavam a
ajuda que a família oferecia; 16% falaram que quando o familiar percebeu que
estava perdendo muitas coisas por ser alcoólatra, deixou o vício por conta própria; e
10% relataram que estes familiares já fizeram tratamento para o alcoolismo.
39
Dos meus familiares que relataram que têm tios com problemas de
alcoolismo, disseram que dos dois, um fez tratamento (50%) e o outro nunca fez
nenhum tipo de tramento (50%).
Questão: Você já consumiu algum tipo de bebida alcoólica?
Objetivo: Verificar se o líder já teve contato com bebida alcoólica, tanto antes de se
converter, como depois.
90% dos entrevistados relataram já ter consumido algum tipo de bebida
alcóolica, e 10% nunca ingeriram nenhuma substância de álcool.
40
Dos meus familiares entrevistados, 67% nunca consumiram bebida
alcóolica, e 33% já consumiu algum tipo de bebida alcóolica.
Questão: Quanto a liberar o consumo de bebida alcoólica nas igrejas evangélicas,
você é?
Objetivo: Saber a opinião dos líderes quanto a essa questão, se são contra ou a
favor, ou então a favor, desde que os membros saibam beber moderadamente.
41
De acordo com o gráfico 95% dos líderes da IEQ do bairro Santa Maria –
Chapecó/SC foram contra a liberação do consumo de bebida alcoólica na igreja, e
5% disseram ser a favor, desde que os membros saibam beber moderadamente.
Os meus três familiares entrevistados foram contra a liberação do consumo
de bebida alcoólica na igreja.
Questão: Você concorda que a igreja, tendo como papel social se inserir na
sociedade, deve ter um grupo de ajuda? (tipo os AA ou CAPSAD, por exemplo).
Objetivo: Verificar se os líderes concordam que a igreja deve se posicionar como
um organismo vivo na sociedade.
42
Tanto os líderes da IEQ do bairro Santa Maria – Chapecó/SC como meus
familiares entrevistados, isto é, 100% concordam que a igreja deve ser um
organismo vivo na sociedade.
Questão: Se a igreja tivesse um grupo de ajuda e você fosse convidado a participar,
colocando seus dons, talentos e habilidades a serviço do reino de Deus, você
participaria?
Objetivo: Analisar se os líderes estão dispostos a cumprirem o ide de Jesus.
Do total de 23 entrevistados, 96% disseram que participariam do grupo de
ajuda, colocando seus dons, talentos e habilidades a serviço do reino de Deus 4%
disseram que não participariam.
43
Questão: Dê sua opinião sobre este assunto
Objetivo: Analisar a opinião dos entrevistados sobre a questão do alcoolismo e o
papel social da igreja.
Opinião 1: Quanto à questão de liberar ou não o consumo de álcool, nas igrejas, é
uma questão de princípios, pois uma instituição sem regras é uma instituição falida,
e cabe a igreja como um todo dar o exemplo de Cristo. E a palavra de DEUS, deve
ser sempre a fonte onde devemos nos basear, e como fundamento da minha opinião
cito 1 Coríntios 6:12 “Tudo me é permitido”, mas nem tudo convém. “Tudo me é
permitido”, mas eu não deixarei que nada me domine. (Tradução da Bíblia Online).
Esta passagem da Bíblia é muito utilizada, para exemplificar a imoralidade sexual,
mas cabe também neste caso específico, pois todo o tipo de vício é uma prisão,
armadilhas do inimigo, para nos afastar de Deus.
Opinião 2: Gosto de degustar alguns tipos de bebida, vinho é uma delas, mas sei
quando e onde posso beber, e que quantia eu posso beber. Mas a grande maioria
das pessoas não tem essa noção então é melhor evitar mesmo. Quanto à igreja
oferecer suporte, deveria ser regra nas igrejas, afinal é um dos principais motivos
que trazem as pessoas a Cristo! A igreja deveria ser um centro de auxílio à
comunidade, ter grupos de ajuda para pessoas envolvidas com álcool e drogas,
alfabetização, sopão solidário; sair das quatro paredes e pôr reino de Deus em ação.
Opinião 3: Acredito que se a igreja possui uma estrutura física (espaço), estrutura de
pessoas pode contribuir com a sociedade tendo um grupo de apoio, para pessoas
com problemas com álcool ou de apoio a suas famílias.
44
Diante dos resultados da pesquisa apresentados, temos alguns
apontamentos a serem observados:
 Os 10% que disseram nunca ter ingerido bebida alcoólica são
adolescentes e estão na igreja há menos de 10 anos
 Dos 90% que disseram já ter tido contato com bebida alcoólica,
relataram que ainda hoje gostam de beber, especialmente o vinho
(em pequena quantidade), alegando que faz bem para a saúde
 Observamos também alguns detalhes: minha tia que é cristã há mais
de 30 anos (desde a adolescência) e minha prima há 30 anos (desde
criança), nunca consumiram nenhum tipo de bebida alcoólica, já meu
primo (que foi criado em um lar não cristão) relatou ter consumido
bebida alcoólica na adolescência, antes de se converter
verdadeiramente.
 Alguns entrevistados são contra a liberação de bebida alcóolica na
igreja, porque avaliaram que “é uma porta de entrada para a
dependência”, e também que beber “traz a tona o passado”.
 Todos concordam que a igreja deve possuir um grupo de ajuda, tanto
para o alcoólatra quanto para a família do alcoólatra.
 Das instituições e serviços de ajuda existentes em Chapecó/SC, a
Casa de Recuperação Renascer foi a mais lembrada pelos
entrevistados.
45
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
O alcoolismo, considerado hoje pela OMS como uma doença, necessita de
tratamento e por isso há uma grande cobrança de garantia de estrutura de
assistência em saúde junto aos gestores públicos, proposição de legislação para
tornar mais restrito o acesso a bebidas e busca de parcerias com organismos da
sociedade para impulsionar o debate sobre a gravidade do problema e necessidade
de adoção de medidas urgentes.
Entende-se que a missão da Igreja é de contribuir no processo de cura.
Jesus deixa evidente o seu objetivo de libertar, e sarar os doentes, em Marcos 2:17,
quando disse: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os
doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores”. 27
Quando nascemos de novo e somos transformados em filhos de Deus,
nosso caráter começa a ser moldado com base no caráter de Cristo e recebemos o
Espírito Santo e os dons para demonstrar esta mudança de vida.
O Espírito Santo nos concede dons para termos um relacionamento frutífero
e edificante uns para com os outros e com Deus.
Na parábola dos talentos28
, descrita em Mateus 25:14-30, Jesus sugere para
os discípulos e para todo povo de Deus, como utilizar seus dons.
O mesmo deve continuar na igreja hoje, formando departamentos e
oferecendo oportunidades para os membros participarem de forma ativa do Reino de
Deus, pode ser ela uma atividade simples como ajuda na limpeza e manutenção da
igreja ou no louvor e discipulado, como também no aconselhamento e orientação a
sociedade.
A igreja deve oportunizar para aqueles que precisam de ajuda este
momento de compartilhar. E também oferecer o espaço físico da igreja para todos
que quiserem voluntariamente, se tratar do alcoolismo semanalmente, tornando-se
uma “igreja terapêutica”.
__________________
27
BÍBLIA, 2005, p. 1083.
28
BÍBLIA, 2007, p.837, 838.
46
Compartilhar é um complemento importante para a cura emocional, e na
vida espiritual entregar-se incondicionalmente a Deus para ser liberto. Deixar claro
que a igreja tem interesse em ajudar os alcoólatras, e que pessoas da comunidade
podem recorrer a ela.
O verdadeiro apoio está na família de Deus. É função da igreja ajudar não só
o alcoólatra, mas a família dele também. Devemos ser um lugar de apoio, onde as
pessoas tenham oportunidade de vivenciar um relacionamento familiar curado,
genuíno, verdadeiro.
Ressaltamos a citação de Bezerra, na apostila de Missão Integral da Igreja:
Cabe aos líderes de igrejas, pastores e responsáveis por ministérios,
pensarem em alternativas comunitárias, educativas e produtivas, para
encaminhar pessoas que, naturalmente, têm menos oportunidade do que
outras. A comunidade evangélica, com raríssimas exceções, está alienada,
com as portas trancadas. Quando analisamos a proposta evangélica para a
atualidade, nos assustamos. Os projetos são “cultualistas” (tudo gira em
torno do culto; se a igreja está cheia aos domingos, os pastores se dão por
satisfeitos); “ritualistas” (nos conformamos com o “ritual”, e não enfatizamos
a reflexão nem a prática da Palavra de Deus). Construímos um muro
altíssimo, às vezes intransponível, entre a igreja e aqueles que precisam de
Jesus.
29
Infelizmente, essa é a realidade de muitas igrejas atuais, e quando alguma
denominação faz algo diferente, em prol da sociedade, há críticas por parte de
outras denominações evangélicas. É hora de investir em discipulado, orientação,
aconselhamento, treinamento da liderança da igreja, para que estes façam a
propagação do reino de Deus, e levem o verdadeiro evangelho a todas as pessoas.
Burke cita em seu livro Proibida a entrada de pessoas perfeitas, como dever
ser a atuação de um líder diante de um trabalho de ajuda e aconselhamento às
pessoas:
Os líderes precisam criar um clima seguro para que o trabalho restaurador
de Deus comece a agir na vida delas. Será preciso ter tempo e paciência.
As pessoas vão aparecer e sumir, andarão em direção à luz da liberdade e
depois mergulharão de volta nas trevas. Mas elas precisam ver a igreja
como um farol sempre presente para conduzi-las ao porto seguro da graça
de Deus. 30
__________________
29
BEZERRA, 2011, p 66
30
BURKE, 2006, p 56
47
A confiança é uma das bases do relacionamento, tanto com Deus como
com as outras pessoas. Se um indivíduo chegar num grupo de ajuda e não sentir
confiança no líder, provavelmente não voltará a participar. Por isso é necessário
que o líder seja treinado, estimulado em seus dons espirituais, para criar um
ambiente transparente e seguro, para que o grupo possa crescer e se desenvolver.
Outro ponto importante na criação de um grupo de ajuda é o diálogo. É
necessário confrontar comportamentos ilegais ou imorais, mas com amor, afinal
nós falamos, mas quem convence é o Espírito Santo, e esse processo de mudança
é necessário para que a própria pessoa reconheça seus erros e pecados e aceite a
Jesus.
Muitos dizem que o alcoolismo não tem cura, outros dizem que já tentaram,
mas não conseguiram ficar sem tomar “um trago”. Entendemos que é de libertação
que a pessoa precisa, pois mesmo depois de buscar ajuda em tratamentos, clínicas
e medicações continuam amarradas, envolvidas pelo vício de tal forma que não tem
mais forças.
Quando nós, como líderes, permitimos que o indivíduo fale de seus
problemas e dificuldades, podemos caminhar junto com ele em direção à luz, à
saída, à cura, a uma nova vida diante da sociedade, pois oferecemos a ele a graça
de Deus, o amor incondicional, que o ama do jeito que ele está, e transforma-o em
Seu filho.
A imagem abaixo nos faz mudar alguns conceitos.
Figura 3 – O papel da igreja 31
__________________________
31
Fonte: http://www.padrelucimar.com/wp-content/uploads/8-A-Igreja-precisa-ser-mais-HOSPITAL-
E-NOS-TRIBUNAL.jpg >Acesso 20.ago.2014
48
Muitas vezes somos tachados de “julgadores”, “acusadores”, que não
aceitam pessoas que não tem “nosso perfil”. Um dia nós também éramos
“perdidos”, “do mundo”, mas alguém teve misericórdia de nós e nos mostrou o
caminho a seguir. E hoje o que estamos fazendo? Estamos levando outros à
Cristo? Estamos desenvolvendo os dons que recebemos?
Por isso, a proposta é que a igreja crie um grupo de ajuda a estas famílias
que sofrem com o alcoolismo. Um grupo onde haja confiança, apoio, respeito,
solidariedade, cumplicidade.
Lembrando que há cursos online (internet) de capacitação com diploma,
universidades oferecem este recurso a todos que querem ajudar a sociedade. E
também que os pastores incentivem e treinem seus líderes para colocar em prática
os dons espirituais, ministeriais, motivacionais e naturais, fazendo, acima de tudo, a
propagação do reino de Deus.
E ainda, já que existem políticas que pedem apoio à sociedade, fazer a
divulgação deste grupo de ajuda nos serviços já existentes, como AA, CAPS AD,
Casas de Recuperação, interagindo com essas instituições, com o objetivo de levar
a palavra de Deus, a libertação.
A Igreja do Evangelho Quadrangular, do bairro Santa Maria, Chapecó/SC
teve uma experiência com um grupo de célula, com reuniões semanais na Unidade
de Acolhimento (braço do CAPSAD) de novembro de 2013 a junho de 2014.
As reuniões eram conduzidas de maneira que tanto os pacientes quanto os
funcionários do local participavam, com dinâmicas, músicas, mensagem, oração,
confraternização, conversas.
Foi um tempo muito bom e muito produtivo, pois de todos os pacientes que
passaram pela Unidade desde sua inauguração (agosto de 2013), apenas um está
recuperado, e este paciente foi o que aceitou a Jesus nas reuniões de célula,
batizou-se em dezembro de 2013, e está servindo a Deus, totalmente liberto do
vício do alcoolismo, como podemos verificar em seu depoimento no anexo II.
Infelizmente, as reuniões tiveram que ser canceladas, porque não
tínhamos um projeto consistente e de acordo com as exigências na prefeitura.
Por isso o desejo de fazer este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
com este tema, para que se abram portas para levar o evangelho a todas as
pessoas.
49
REFERÊNCIAS
ANJOS, Kayke Moreira dos. Álcool na adolescência. 2012. Blog. Disponível em:
<http://prasempremoreirinha.blogspot.com.br/2012/03/consequencias-do-uso-de-
alcool.html#more>. Acesso em 14.abr. 2014.
BARRETO, Lucinho. Pastor da Igreja Batista da Lagoinha. Um cristão pode
beber?. Internet. Publicado em 27/09/2012. Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=qCOmxN4i4JY. Acesso em 01.ago.2014
BEZERRA, Cícero. Professor e Mestre. Missão Integral da Igreja. SGEC.
Curitiba/PR, 2011.
BÍBLIA, português. Bíblia da Liderança Cristã, com notas e artigos de John C.
Maxwell. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2007.
BÍBLIA, português. Bíblia de estudo Plenitude para jovens. Nova Tradução na
Linguagem de Hoje. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2008.
BÍBLIA, português. Bíblia de estudo Temas em concordância. Nova Versão
Internacional. Rio de Janeiro, RJ: Editora Central Gospel. 2005.
BLOG PARA LADYS. Os dez maiores problemas de saúde
http://blogparaladys.blogspot.com.br/2011/01/os-10-maiores-problemas-de-
saude.html > Acesso 23.ago.2014
BURKE, John. Proibida a entrada de pessoas perfeitas. São Paulo: Editora Vida,
2006.
COLLINS, Gary R. Aconselhamento Cristão. Edição Século 21. São Paulo: Vida
Nova, 2004.
COSTA, Ileno Izídio da. Professor e coordenador de cursos de especialização em
saúde mental. Capítulo 2: O sujeito, os contextos e a abordagem psicossocial
no uso de drogas. Internet. 2014. Disponível em:
http://conselheiros6.nute.ufsc.br/wp-content/uploads/avea/textos/capitulo-2.pdf.
Acesso em 22.ago.2014.
CRUZ, Joao Victor Rodrigues Da. Evangelista. A bebida alcoólica, é
conveniente?. Internet. Publicado em 05/01/2012. Disponível em:
http://igrejaquadrangularjb.blogspot.com.br/2012/01/bebida-alcoolica-e-
conveniente.html. Acesso em 22.jul.2014
DIAS, Lucimar Geraldo Martins. Padre. Artigo do site Espaço Família. Publicado em
março/2014. Disponível em: http://www.padrelucimar.com/wp-content/uploads/8-A-
Igreja-precisa-ser-mais-HOSPITAL-E-NOS-TRIBUNAL.jpg. Acesso em 20.ago.2014
50
FASANELLA, Italo Juliani Passanezi. Fundados e Moderador Geral da Comunidade
Católica Sagrada Família. Bebida alcoólica e igreja. Blog oficial. Internet. Publicado
em 04/08/2008. Disponível em http://www.sagradafamilia.net.br/blog-italo/?p=8.
Acesso em 11.jun.2014
FULINI, Ana Cristina. Terapeuta. Pesquisa revela aumento no número de
mulheres alcoólatras no Brasil. Artigo. Internet. Publicado em 02/05/2011.
Disponível em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticia/2011/05/pesquisa-revela-aumento-
no-numero-de-mulheres-alcoolatras-no-brasil-3290806.html). > Acesso em
08.ago.2014
INFORGOSPEL. Internet. Pastor Silas responde o porque “Evangélicos em geral
náo ingerem bebidas alcoólicas”. Direitos reservados a Editora Central Gospel
Ltda. Publicado em 10/10/2013. Disponível em:
http://blogs.odiario.com/inforgospel/2013/10/10/pastor-silas-responde-evangelicos-
geral-nao-ingerem-bebidas-alcoolicas-confira/A. > Acesso em 13. jul.2014
JULIÃO, Maria Alessandra. Drogas e Redução de Danos: uma cartilha para
Profissionais de Saúde. São Paulo. 2008.
LIMA, Josadak. Dons e Ministérios. SGEC. Curitiba, PR. 2010.
LOPES, Hernandes Dias. Pentecostes: o fogo que não se apaga. São Paulo:
Editora Candeia, 1999.
McALISTER, Walter. Bispo Primaz da Alianca das Igrejas Cristá Nova Vida. Posso
ingerir bebida alcoólica? Internet. Publicado em 21/11/2013. Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=067t3gX_Hd8. Acesso em 01.ago.2014
MURDOCK, Mike. A lei do reconhecimento. Editora Central Gospel: Rio de
Janeiro, RJ. 2008.
PIMENTEL, Jaqueline. Jornalista. II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas
mostra o consumo de álcool crescente e desigual pela população brasileira
[Internet]. Rio de Janeiro: Portal DSS Brasil; 2013 Jun 13. Disponível em:
<http://dssbr.org/site/2013/06/ii-levantamento-nacional-de-alcool-e-drogas-mostra-o-
consumo-de-alcool-crescente-e-desigual-pela-populacao-brasileira/> Acesso em 15
mai.2014.
RENNER, Rogélio Renato. A igreja terapêutica. Monografia. Londrina/PR. 2008.
SALGUEIRO, Carla. Alcoolismo. Slideshare. Internet. Publicado em 07/07/2011.
Disponível em: http://pt.slideshare.net/carlasalgueiro/alcoolismo-8535230?related=4.
Acesso em 03.jun.2014
SILVEIRA, Ajax Walter César. Doutor. O Drama do Alcoolismo. Casa Publicadora
Brasileira: São Paulo, SP. 1979.
SOUSA, Rafaella. Jornalista. Artigo Proteja sua família do alcoolismo. Internet.
Publicado em 15/04/2011. São Paulo/SP. Disponível em:
http://mdemulher.abril.com.br/familia/reportagem/filhos/proteja-sua-familia-
alcoolismo-625087.shtml. Acesso em 07.jul.2014
51
APÊNDICES
52
APÊNDICE A
Questionário do Trabalho de Conclusão de Curso Livre de Teologia, elaborado para
líderes da Igreja do Evangelho Quadrangular do bairro Santa Maria – Chapecó/SC
1 - Idade:__________
2 - Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
3 - Há quanto tempo é cristão: ________________
4 – Na sua família há algum caso de alcoolismo? Se sim, que tipo de parentesco tem
com você?
( )Sim ( )Não
( )Pai ( )Mãe ( )Irmão ( )Tio ( )Filho
( )Outro: _____________________________________
5 – Este familiar já fez algum tratamento para o alcoolismo?
( )Sim ( )Não
6 – Você já consumiu algum tipo de bebida alcoólica?
( )Sim ( )Não
7 – Quanto a liberar o consumo de bebida alcoólica nas igrejas evangélicas, você é?
( )Contra
( )A favor
( )A favor, desde que os membros saibam beber moderadamente
8 – Você concorda que a igreja, tendo como papel social se inserir na sociedade,
deve ter um grupo de ajuda? (tipo os AA ou CAPSAD, por exemplo)
( )Sim
( )Não
( )Não precisa, isso é obrigação do governo
9 - Se a igreja tivesse um grupo de ajuda e você fosse convidado a participar,
colocando seus dons, talentos e habilidades a serviço do reino de Deus, você
participaria?
( )Sim
( )Não
10 – Dê sua opinião sobre este assunto
53
ANEXOS
54
ANEXO I – Dons Espirituais, postado por André Vinicius Bergamasco Guimaraes
(fonte: http://iurdfolhetos.blogspot.com.br/2013/10/dons-espirituais.html).
55
ANEXO II – Depoimento de Alvaristo dos Santos, ex-paciente da Unidade de
Acolhimento.

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Alcoolismo: o que a igreja tem a ver com isso?

  • 1. Chapecó 2014 INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR ITQ SC/013 DELAINE DUTRA DA SILVA RUFATO ENSINO PRESENCIAL CURSO LIVRE DE TEOLOGIA ALCOOLISMO: O que a igreja tem a ver com isso?
  • 2. ALCOOLISMO: O que a igreja tem a ver com isso? Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para conclusão do Curso Livre em Teologia ministrado pelo ITQ SC/013 Instituto Teológico Quadrangular. Orientadora: Graça Regina Silveira DELAINE DUTRA DA SILVA RUFATO
  • 3. Chapecó,01 de Dezembro de 2014. Prof. TITULAÇÃO E NOME DO PROFESSOR Orientador Bel Comunicação Social/Especialista em Comunicação Integrada e Jornalismo GABRIELA VOLKWEIS STOCCO Examinadora CLT/ ITQSC013 TEREZA ALVES DOS SANTOS BASSO Examinadora DELAINE DUTRA DA SILVA RUFATO ALCOOLISMO: O que a igreja tem a ver com isso? Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a Conclusão do Curso Livre em Teologia ministrado pelo Instituto Teológico Quadrangular e aprovado em sua forma fina com nota _____ pela Comissão Examinadora formada pelos professores:
  • 4. Dedico este trabalho ao meu amigo, ex- paciente da Unidade de Acolhimento e agora irmão em Cristo Alvaristo dos Santos.
  • 5. AGRADECIMENTOS A Deus por me abençoar e prover condições muito além das minhas expectativas. Ao meu esposo Pr. Amarildo Junior Rufato pela parceria, companheirismo, compreensão, apoio e amor. Ao meu filho Nicolas Rufato (In memoriam), obrigada pelos ensinamentos de empatia e amor ao próximo. Aos meus pais e pastores Rev. Valdelirio Farias da Silva e Pra. Geni Dutra da Silva, por terem me criado em um lar cristão e pela contribuição financeira que deram para a realização deste curso. Ao Pr. Adelar Francisco Vieira e Pra. Ana Cláudia Vieira, meus pastores, meus mentores, por terem visto em mim potencial e ministério. A minha professora e orientadora Graça Regina Silveira, pela confiança em mim depositada, pela prontidão, pelos comentários críticos e sábios. A minha família que incentivou, apoiou e acreditou em mim. Aos familiares que ajudaram respondendo o questionário: minha tia e Pra Ivone dos Santos, minha prima e Pra. Claudete Maciel e meu primo Leandro Dutra. Aos amigos e irmãos da IEQ do bairro Santa Maria – Chapecó (minha igreja local), que sempre deram uma palavra de ânimo e conforto e que contribuíram respondendo o questionário. A minha líder de célula Tereza Alves Basso, por ser um exemplo de mudança e perseverança na vida cristã. A todos os professores com quem tive aula nesses três anos, pelo conhecimento da palavra de Deus que me proporcionaram. Aos colegas, especialmente aos “sobreviventes” desses três anos: Claudiomir Martins, Delso Dalci Boita, Odirlei Diel e Zenaide Rodrigues de Atayde Silveira, pela cumplicidade e amizade. A todos que de alguma forma fazem parte da minha vida, amo vocês.
  • 6. “Quanto lhe for possível, não deixe de fazer o bem a quem dele precisa.” Provérbios 3:27
  • 7. RESUMO Observando a sociedade de um modo amplo, vemos claramente o aumento do uso e abuso de bebidas alcoólicas. Ao olhar para o tema alcoolismo, não imaginamos o tamanho de sua abrangência, pois apenas ver algumas situações deste problema é bem mais fácil do que ir a fundo e investigá-lo. O objetivo geral é saber o que a igreja tem feito para ajudar a comunidade na qual está inserida e qual é o seu papel diante desta realidade. A metodologia utilizada é quantitativa por levantamento de campo utilizando um questionário de observação participativa de cunho fechado e uma questão de cunho aberto. A pesquisa detectou que a grande maioria dos líderes da Igreja do Evangelho Quadrangular do bairro Santa Maria – Chapecó/SC possuem familiares com problemas de alcoolismo, mas também que todos concordam que a igreja deve ter um grupo de ajuda a estas pessoas e aos familiares, fazendo assim a diferença na sociedade. Palavras-chave: Alcoolismo. Alcoólatra. Família. Igreja. Dons.
  • 8. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Consumo de álcool na adolescência........................................................14 Figura 2 – O alcóolatra e a família ............................................................................20 Figura 3 – O papel da igreja .....................................................................................47
  • 9. LISTA DE QUADROS Quadro 1 – A família contemporânea.......................................................................19
  • 10. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................10 1.1 Questão de Pesquisa ........................................................................................12 1.2 Objetivo Geral....................................................................................................12 1.3 Objetivos Específicos .......................................................................................12 1.4 Justificativa........................................................................................................12 2. ALCOOLISMO, O QUE A IGREJA TEM A VER COM ISSO? ............................13 2.1 TRAJETÓRIA DO ALCOOLISMO E DADOS ATUAIS .......................................13 2.2 AÇÕES E TRATAMENTOS DO ALCOOLISMO .................................................15 2.3 MOTIVOS QUE LEVAM O INDIVÍDUO AO ALCOOLISMO ...............................17 2.4 O ALCOÓLATRA E A FAMILIA...........................................................................18 2.5 CONSUMO DE BEBIDA ALCOOLICA PELOS MEMBROS DA IGREJA ...........22 2.6 IGREJA: UM ORGANISMO VIVO .......................................................................26 2.7 PARA QUE SERVEM OS DONS E TALENTOS DA IGREJA .............................29 3 METODOLOGIA ....................................................................................................32 3.1 Tipologia da Pesquisa .........................................................................................32 3.2 Delimitação da Pesquisa.....................................................................................32 3.2 Coleta e Análise de dados...................................................................................32 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES...........................................................................33 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES .............................................45 REFERÊNCIAS.........................................................................................................49 APÊNDICES .............................................................................................................51 APÊNDICE A – Instrumento de pesquisa utilizado na coleta de dados .............52 ANEXOS ...................................................................................................................53 ANEXO I – DONS ESPIRITUAIS .............................................................................54 ANEXO II – DEPOIMENTO ALVARISTO DOS SANTOS ........................................55
  • 11. 10 1 INTRODUÇÃO O ser humano passa por diversas mudanças no decorrer de sua vida, algumas boas, outras más, dependendo da cultura e das condições sociais onde vive. A relação do indivíduo com sua família e sua comunidade irá influenciar a sociedade na qual está envolvido. O homem é um ser social, vive em sociedade, e esta interação é necessária para que ele possa se desenvolver, ter amigos, superar seus medos e conquistar aquilo que sonha, mas há o perigo dele ser influenciado e tornar-se escravo de atitudes e comportamentos que só irão fazer mal a si mesmo, a sua família e a comunidade onde vive. Cada pessoa é responsável pelas transformações, direções e decisões que toma sobre sua vida, e isso se aprende dentro de um ambiente familiar, pois é a família que deve oferecer e favorecer ao sujeito, condições para que ele possa organizar a sua vida e responsabilizar-se por seus relacionamentos. Porém, quando a família não é estruturada, os problemas surgem e ocorre uma desorganização, então, os problemas deixam de ser apenas familiares e se tornam problemas sociais, como é o alcoolismo atualmente. Ao abordar este tema, ressaltamos a importância do apoio social, a busca por alternativas de reinserção, acolhimento, solidariedade, tanto para o alcoolista como para a família dele. O primeiro tópico aborda a trajetória do alcoolismo, e traz dados dos levantamentos e estudos realizados recentemente. Na sequência temos as principais ações que estão sendo realizadas e as opções de tratamentos disponíveis. O terceiro tópico contempla os motivos, razões que levam o indivíduo a se tornar um dependente químico. A questão do relacionamento de um alcoólatra com sua família encontra-se descrita no tópico quarto. O quinto tópico relata um tema de discussão atual: cristão pode beber? Ressaltamos no sexto tópico a importância da igreja se posicionar como um organismo vivo, que influencia a sociedade. No sétimo tópico analisaremos para que servem os dons, talentos e habilidades dados à igreja.
  • 12. 11 No mundo pós-moderno, onde o individualismo e o egocentrismo se destacam, ainda há pessoas preocupadas umas com as outras, igrejas tem descoberto o verdadeiro evangelho e seguido o ide de Jesus. É um desafio muito grande para a igreja, que até pouco tempo atrás estava tão acomodada, sair do seu conforto e conhecer as realidades existentes. Este trabalho tem por objetivo enfatizar o assunto alcoolismo, especialmente no que diz respeito ao alcoólatra e sua relação familiar, e o que a igreja tem oferecido a eles. A igreja também é uma instituição social, pois ela socializa e influencia o ser humano através dos padrões divinos estabelecidos na Bíblia Sagrada. A igreja não são os prédios, mas são as pessoas que a frequentam e fazem parte do corpo de Cristo. A igreja é considerada como família de Deus. Sabe-se que o apoio da família é de fundamental importância na recuperação de um alcoólatra.
  • 13. 12 1.1 QUESTÃO DE PESQUISA O que a Igreja do Evangelho Quadrangular, do bairro Santa Maria de Chapecó/SC, com tantos dons e talentos, tem feito para ajudar o alcoólatra e sua família? 1.2 OBJETIVO GERAL Verificar o que a Igreja do Evangelho Quadrangular, do bairro Santa Maria de Chapecó/SC, com tantos dons e talentos, tem feito para ajudar o alcoólatra e sua família. 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Analisar os dados referentes ao alcoolismo, ações e opções de tratamento. Investigar os motivos que levam uma pessoa a se tornar alcoólatra. Descobrir como é o relacionamento do alcoólatra com sua família. Investigar se há consumo de bebida alcoólica pelos membros da igreja. Definir o papel da igreja como organismo vivo na sociedade. Analisar os dons, talentos e habilidades dados à igreja. 1.4 JUSTIFICATIVA Este trabalho tem por finalidade entender os motivos que levam uma pessoa a se tornar um alcoólatra, o que sua família faz para ajudá-lo e entender que a igreja tem o dever e a obrigação de sair das quatro paredes e se inserir na sociedade de tal forma que consiga ajudar tanto o alcoólatra como sua família, segundo os princípios e valores bíblicos; explorando suas habilidades, dons e talentos recebidos de Deus, e que devem ser usados não somente dentro da igreja, mas especialmente fora, mostrando à comunidade o verdadeiro evangelho. Consiste num estudo que tem relevância social e implicações práticas, pois apresenta caminhos para derrubar as barreiras que afastam a igreja da sociedade.
  • 14. 13 2 ALCOOLISMO, O QUE A IGREJA TEM A VER COM ISSO? Ao observamos a história do alcoolismo, verificamos que não é um problema recente, porém, nas últimas décadas o crescimento de indivíduos alcoolistas foi tanto, que atualmente é considerado pela Organização Mundial da Saúde como uma doença, e também como a “droga” mais usada, e a que tem dado grandes gastos aos cofres públicos, tanto para prevenir como para tratar a dependência. 2.1 TRAJETÓRIA DO ALCOOLISMO E DADOS ATUAIS Ao descobrir a agricultura, o homem descobriu também a bebida alcoólica, ou seja, a fermentação de grãos. Isso se comprova já no primeiro livro da Bíblia Sagrada, em Gênesis 9:20,21: Noé era agricultor; ele foi a primeira pessoa que fez uma plantação de uvas. Um dia Noé bebeu muito vinho, ficou bêbado e se deitou nu dentro de sua barraca. 1 A história nos mostra que as pessoas sempre se embriagaram, mas a partir de 1830, após a Revolução Industrial, a ingestão de álcool em grande quantidade passou a ser considerada uma doença e surgiram campanhas e associações contra as bebidas alcoólicas. Existem duas definições de drogas: as lícitas e as ilícitas. As drogas lícitas são substâncias que podem ser produzidas, comercializadas e consumidas sem problema algum. Apesar de trazerem prejuízos aos órgãos do corpo são liberadas por lei e aceitas pela sociedade. É considerada droga lícita qualquer substância que contenha álcool, nicotina, cafeína, medicamentos sem prescrição médica, anorexígenos, anabolizantes e outros. A propaganda de bebidas alcoólicas atrai tanto jovens como adultos. O vício do álcool, de forma prematura, desencadeia um efeito dominó que por certo acabará desembocando em outros tipos de drogas as chamadas ilícitas (substâncias proibidas de serem produzidas, comercializadas e consumidas), como: maconha, cocaína, crack, LSD, inalantes, heroína, morfina, anfetaminas e outras. __________________________ 1 BÍBLIA, 2008, p. 18.
  • 15. 14 As estatísticas mostram que os jovens estão entrando no vicio do álcool cada vez mais cedo. Nas décadas de 80 e 90, era comum o jovem começar a provar qualquer tipo de bebida alcoólica entre 14 e 15 anos de idade, hoje começam a beber aos 10 e 11 anos de idade, quando seus organismos ainda estão em fase de formação, tornando-os vulneráveis a utilização de outros tipos de drogas. Figura 1 – Consumo de álcool na adolescência 2 Os noticiários de rádio e televisão revelam que 70% dos acidentes de trânsito tem como causa a ingestão de bebidas alcoólicas, dos quais 50% ocasionam vitimas fatais e 50% deixam as pessoas envolvidas com sequelas às vezes irreparáveis, ocasionando um gasto excessivo aos cofres públicos. Os homicídios, também tem como foco principal o uso de álcool onde cerca de 70% dos crimes contra a vida são cometidos por pessoas alcoolizadas. O alcoolismo é uma doença que afeta a saúde física, o bem estar emocional e o comportamento do indivíduo. Em longo prazo, o uso abusivo do álcool pode trazer várias consequências como: o câncer na língua, boca, esôfago, laringe, fígado e vesícula biliar, hepatite, cirrose, gastrite, úlcera, desnutrição, problemas cardíacos e de pressão arterial, se usado durante a gestação há risco de malformação congênita, além de danos cerebrais irreversíveis, alteração do humor, raiva, comportamento violento, depressão, perda de memória, problemas familiares e conjugais, baixa produtividade no trabalho, depressão e até mesmo suicídio. __________________________ 2 Fonte: http://prasempremoreirinha.blogspot.com.br/2012/03/consequencias-do-uso-de- alcool.html#more> Acesso em 14.abr.2014
  • 16. 15 O álcool é a droga que mais mata, por dois motivos principais: as doenças crônicas que se desencadeiam e os acidentes de trânsito. Segundo dados do II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, citados pela jornalista Jaqueline Pimentel no portal determinantes sociais da saúde: O brasileiro está bebendo mais e de forma mais nociva. Esta é uma das conclusões do II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) divulgado em abril deste ano, que estima que 11,7 milhões de pessoas sejam dependentes de álcool no país... Em 2012 houve crescimento de 20% do consumo frequente de álcool, quando o individuo bebe uma vez por semana ou mais, em relação ao estudo de 2006... Entre os participantes do estudo 52% são mulheres e 48% homens. 3 Esta pesquisa reflete de forma clara o aumento do consumo, por homens e mulheres, em todas as regiões do país. E um dado preocupante é o aumento de consumo de álcool pelas mulheres, que chegam a beber quatro doses de bebida num período de duas horas, uma vez por semana ou mais. As consequências do uso de álcool afeta a sociedade de forma direta e indireta, potencializando os custos em hospitais, sistema judiciário e previdenciário, além da perda de produtividade do trabalho e o aumento do desemprego. Em todo o mundo, nota-se o aumento do consumo de bebidas alcoólicas, e uma preocupação é quanto às pessoas entre 20 e 49 anos, que são as principais afetadas em relação a mortes associadas ao uso do álcool, traduzindo como uma maior perda de pessoas economicamente ativas. 2.2 AÇÕES E TRATAMENTOS DO ALCOOLISMO Alcoólatra é a palavra usada para designar o indivíduo que bebe abusivamente e, por isso, tem sérios problemas decorrentes do uso do álcool; e alcoolista é o termo usado para definir o indivíduo que tem afinidade com o álcool. Devido ao crescimento de casos de alcoolistas em nosso país, ações estão sendo tomadas e projetos estão sendo criados, tanto para prevenir como para combater o abuso do álcool. __________________________ 3 Fonte: http://dssbr.org/site/2013/06/ii-levantamento-nacional-de-alcool-e-drogas-mostra-o-consumo- de-alcool-crescente-e-desigual-pela-populacao-brasileira/ > Acesso em 15.mai.2014
  • 17. 16 O problema é que, na maioria dos casos, o indivíduo não consegue perceber o quanto está envolvido com a bebida, então o primeiro passo no tratamento é ajudá-lo a reconhecer seu problema e a necessidade de tratar-se. O tipo de tratamento vai depender da gravidade e dos recursos disponíveis na comunidade, que pode ser: a desintoxicação (o processo de retirar o álcool do sistema de uma pessoa com segurança); tomar medicamentos receitados pelo médico para ajudar a evitar o retorno à bebida uma vez que já parou; e aconselhamento individual e/ou em grupo. A indicação de internação, pelo menos como fase inicial de desintoxicação, costuma ser a regra. Depois de controlados os sintomas agudos da crise de abstinência, seja por meio de internação ou através de tratamento ambulatorial, os pacientes devem ser encaminhados para programas de reabilitação. Entre as formas de tratamento mais indicadas, estão:  Casas de Recuperação e/ou Comunidades Terapêuticas;  AA (Alcoólicos Anônimos), programas baseados nos 12 passos fundamentados na aceitação da doença, enfrentamento e prevenção à recaída;  CAPS AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas), que é especializado em atender os dependentes de álcool e drogas. Criado pelo Ministério da Saúde, que tem por base o tratamento do paciente em liberdade, buscando sua reinserção social, oferecendo atendimento diário, plano terapêutico, tratamento ambulatorial e psicológico. Alcoolismo não é mais tema só de saúde, é uma questão social e precisa ser tratado com esta dimensão, dentro dos responsáveis pelas políticas públicas. As principais ações e projetos criados no combate ao alcoolismo são:  Distribuição de folders explicativos, divulgando inclusive onde encontrar ajuda;  Propagandas no rádio, televisão e internet, mostrando os efeitos e consequências do álcool;  Criação de leis que fiscalizam a venda de bebidas alcoólicas para menores de idade;  Criação do Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo (20 de fevereiro);  Parcerias com Hospitais e Organizações não governamentais (ONGs);  Leis de trânsito mais severas, com maior fiscalização nas estradas.
  • 18. 17 A política mais usada atualmente é a de Redução de Danos, conforme explica a médica psiquiatra e psicoterapeuta Alessandra Maria Julião, na cartilha para profissionais de saúde: As estratégias de RD podem ser aplicadas de forma a contribuir para que a pessoa consiga atingir submetas aproximadas rumo à moderação ou à abstinência... O tratamento que objetiva o beber moderado é uma proposta séria, que tem sido estudada há mais de 30 anos. Quando aplicado de forma responsável, pode trazer benefícios como redução das complicações decorrentes do uso pesado do álcool, redução das recaídas e da quantidade ingerida durante os dias da recaída. 4 Há uma grande preocupação quanto às recaídas que os pacientes em tratamento têm. Por isso procura-se conscientizá-los do limite que eles devem ter ao beber, ou até mesmo de que devem recusar bebida. 2.3 MOTIVOS QUE LEVAM O INDIVÍDUO AO ALCOOLISMO A tendência em fugir dos problemas, a curiosidade, e as influências do meio social, são algumas das razões que propiciam ao indivíduo tornar-se dependente. Segundo Collins, há cinco fatores que torna o indivíduo propenso ao alcoolismo, vejamos o que ele cita: 1. Fisiologia e hereditariedade: Os filhos e filhas de pais alcoólatras têm uma probabilidade quatro vezes maior de se tornarem dependentes da bebida na idade adulta; 2. Influências ambientais: A família em que somos criados, o lugar onde vivemos e a sociedade ou grupo étnico ao qual pertencemos podem aumentar ou diminuir a probabilidade de surgimento do alcoolismo. 3. Pressões sobre o indivíduo: O alcoolismo geralmente se inicia durante o estressante período da adolescência... A pessoa que começou a beber como uma forma de relaxar e lidar com o estresse é agora um viciado; 4. Influências agravantes: Em algum momento do processo que leva à dependência, ocorrem alterações endócrinas e bioquímicas que tornam muito difícil largar o vício; 5. Influências espirituais: O caminho da dependência é mais fácil de encontrar quando as pessoas carecem de valores espirituais, religiosos e morais.5 __________________________ 4 JULIÃO, 2008. p. 37. 5 COLLINS, 2004. p. 577 a 581.
  • 19. 18 Analisando esses fatores entendemos o porquê de muitos buscarem a solução no alcoolismo, no início parece ser legal, divertido, mas com o passar do tempo, a pessoa está tão envolvida que não percebe que se tornou um alcoólatra. O ambiente familiar e social contribuem muito neste processo, tanto para se tornar dependente como para sair da dependência. Beber é uma “desculpa” que alguns encontram para afogar suas mágoas, enturmar-se, esquecer os problemas, tomar coragem, passar o tempo. Uns dizem: “eu bebo porque todos bebem”, ou “bebo só socialmente para acompanhar os amigos”, ou então “bebo porque faz bem para a saúde”. Tem também aqueles que bebem para relaxar após um dia estressante de trabalho ou para comemorar uma conquista, fazendo um brinde. Outro fator que leva especialmente os jovens a beberem, é ouvir músicas que abordam o uso de bebida de álcool. Para a juventude hoje, divertir-se é encher a cara. É um sinal de amadurecimento. As bebedeiras nas rodas de amigos são comuns. As festas são regadas a bebidas alcoólicas e drogas. 2.4 O ALCOÓLATRA E A FAMÍLIA A família é a base da sociedade, é onde acontecem os primeiros laços afetivos. É de grande importância para a construção de uma sociedade estruturada, saudável e equilibrada. Se a base for desestruturada, automaticamente estaremos construindo uma sociedade doente e desequilibrada. A influência exercida pela família determina o estilo de uma sociedade. Numa família bem estruturada os membros se comunicam, há apoio, motivação, respeito, confiança, humor, brincadeiras, responsabilidades, equilíbrio, valorização, lazer, e quando algum membro está em dificuldade, procura ajuda para resolver. O alcoolismo é um vício progressivo, há um desejo obsessivo de beber, e os problemas de comportamento desestruturam a vida familiar, social e profissional do indivíduo. Conviver com um familiar que tem problema com bebida alcoólica não é nada fácil, pois o indivíduo não reconhece que é alcoólatra e que precisa de ajuda. O ambiente familiar pode fazer toda a diferença na busca por esse reconhecimento.
  • 20. 19 Silveira cita em seu livro O Drama do alcoolismo: “O bar, às vezes, tem-se tornado um lugar de refúgio para muitos alcoólatras que não encontram no lar um ambiente de compreensão”. 6 Nesses últimos anos, especialmente a partir da década de 1960, temos ouvido falar em crise da instituição família e novos “tipos” de famílias estão se formando como vemos no quadro a seguir: Quadro 1 – A família contemporânea 7 __________________________ 6 SILVEIRA, 1979, p 18. 7 Fonte: http://conselheiros6.nute.ufsc.br/wp-content/uploads/avea/textos/capitulo-2.pdf > Acesso 22.ago.2014
  • 21. 20 Todos esses “tipos” de famílias têm problemas com o álcool, e estudos recentes mostram que o consumo de bebidas alcoólicas por homossexuais é maior que dos heterossexuais, pois está relacionado à vida noturna que levam e a aceitação social, e abusam do álcool como forma de desinibição, conforme reportagem no blog para ladys.8 A cura, a transformação e regeneração do indivíduo são desejadas pela família do alcoólatra. Collins cita o que acontece com a família: Inicialmente, os parentes tentam proteger, controlar e responsabilizar o dependente. Em seguida, tentam assumir as responsabilidades do alcoólatra, passando a viver uma vida de constante tensão, medo, insegurança e vergonha. Muitas vezes o constrangimento é tanto que a família se afasta dos outros. Como resultado, pode ocorrer solidão e isolamento social. 9 Quando um membro da família é viciado, todos sofrem. A família no intuito de ajudar acaba superprotegendo ou aceitando a situação, esquecendo-se de enfrentar a realidade e buscar ajuda corretamente. A família torna-se codependente, ou seja, se sente sobrecarregada por assumir funções que o dependente químico deixou aos poucos, e culpa-se por não conseguir ajudar o familiar. Algumas pessoas quando abusam do consumo de álcool ficam falantes, se divertem, enquanto outras ficam agressivas, tornando-se desagradáveis. Figura 2 – A família do alcoólatra 10 __________________________ 8 Fonte: http://blogparaladys.blogspot.com.br/2011/01/os-10-maiores-problemas-de-saude.html > Acesso 23.ago.2014 9 COLLINGS, 2004 p. 586 10 Fonte: http://pt.slideshare.net/carlasalgueiro/alcoolismo-8535230?related=4 >Acesso 03.jun.2014
  • 22. 21 A saúde emocional da família abala-se, causando vários sentimentos, entre eles o de culpa (principalmente as crianças pensam “será que é culpa minha que meu pai bebe e fica bravo?”), a baixa autoestima (especialmente a esposa que deixa de cuidar de si). Muitas mulheres mantém o casamento por causa dos filhos, aguentam humilhações, tapas na cara, socos e pontapés, brigas, palavras de ofensa, pois apesar de tudo, o marido trabalha e traz dinheiro para o sustento. Porém quando os filhos chegam à vida adulta, ela se sente livre para se divorciar e viver sozinha, pois os filhos já se tornaram independentes. Mas este também é um longo processo, são anos, e há aquelas que mesmo depois dos filhos crescerem continua no casamento, pois tem medo de perderem o conforto que o marido proporciona. São situações para nos fazerem pensar, o que vale a pena: ser considerada uma traidora ou uma heroína? Amor e ódio são sentimentos que sobressaem no relacionamento, pois apesar de todo o sofrimento há esperança. Não podemos esquecer-nos do grande aumento de mulheres que são alcoólatras, como podemos verificar na reportagem do site clicrbs, um estudo realizado no Brasil no ano de 2010: O número de mulheres que ingerem álcool tem aumentado progressivamente ao longo dos anos, de acordo com uma pesquisa realizada em todas as capitais brasileiras e divulgada na última semana pelo Ministério da Saúde. Segundo o estudo, o percentual da população adulta que bebe álcool em excesso passou de 16,2% em 2006 para 18% em 2010, sendo que, o maior índice foi entre as mulheres: a taxa passou de 8,2 para 10,6% nos quatro anos... No estudo, o Ministério da Saúde considerou o consumo excessivo de álcool quando a mulher ingere quatro ou mais doses em uma mesma ocasião por mês. 11 Segundo esta pesquisa os fatores que levam a mulher a beber podem ser: genéticos, psicológicos ou externos, como perda emprego, desilusão amorosa, beber para driblar a fome (quer emagrecer), estresse ou jornada dupla de trabalho. __________________________ 11 Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticia/2011/05/pesquisa-revela-aumento-no-numero-de-mulheres- alcoolatras-no-brasil-3290806.html) >Acesso 08.ago.2014
  • 23. 22 Quanto aos filhos temos duas situações: os que veem o exemplo do pai ou da mãe alcoólatra e decide que ele será diferente, que sua vida não será de dependência, e aqueles que por serem considerados vulneráveis acabam indo pelo mesmo caminho, se entregando ao alcoolismo. Atualmente há uma grande preocupação de como é o desenvolvimento dos filhos em um ambiente familiar onde há dependência química, e o atendimento a eles para fazer uma estratégia de prevenção. O site mdemulher, traz uma reportagem publicada em 15/04/2011 por Rafaella Sousa, de como a mãe pode ajudar o filho e amenizar os danos que um pai alcoólatra pode causar na vida de uma criança: Cerca de 17 milhões de brasileiros sofrem com o alcoolismo e afetam a vida de 51 milhões de pessoas. “Ansiedade, depressão e distúrbios de comportamento são mais comuns em filhos de alcoolistas. Eles têm de quatro a seis vezes mais probabilidade de desenvolver problemas com o álcool”, diz Carina Nasser, psicóloga, de São Paulo. 12 A família tende a concentrar-se no problema, esquecendo-se de oferecer assistência aos filhos. As crianças acabam experimentando um sentimento de tristeza e solidão. Outros são hiperativos ou tem distúrbio de conduta; alguns tem déficit de atenção e problemas de relacionamento na escola, com os amigos e com a própria família. Muitas crianças se sentem rejeitadas, e com o emocional abalado tendem a buscar soluções que preencham este vazio. Por isso os profissionais de saúde e educadores infantis devem estar atentos aos possíveis sinais emocionais e problemas de comportamentos de filhos de alcoolistas, não só devido aos prejuízos emocionais, mas especialmente para evitar que eles venham a desenvolver uma dependência química. 2.5 CONSUMO DE BEBIDA ALCOOLICA PELOS MEMBROS DA IGREJA Há uma grande discussão sobre a liberação ou não do consumo de álcool na igreja, mas há também a questão do papel social da igreja. __________________________ 12 Fonte: http://mdemulher.abril.com.br/familia/reportagem/filhos/proteja-sua-familia-alcoolismo- 625087.shtml >Acesso 07.jul.2014
  • 24. 23 E nós como novas criaturas, transformadas e renovadas pelo Senhor, cheias de dons, talentos e habilidades recebidas de Deus, o que podemos fazer para mudar esta realidade, e mostrar que somos realmente a imagem e semelhança de Deus, que carregamos as marcas de Cristo, que somos o reflexo de seu caráter e ajudar a sociedade no combate, prevenção e tratamento do alcoolismo? Ao abordar este tema, muitos questionamentos vieram, como: se a bíblia condena a bebedeira, porque muitas igrejas, que se dizem a família de Deus, liberam o consumo de bebida alcoólica aos membros. Renner cita em sua monografia a Igreja Evangélica Congregacional do Brasil, os problemas enfrentados sobre a liberação de bebida alcoólica: A igreja não conseguiu pregar do púlpito uma vida puritana e desde então para conseguir manter os trabalhos pastorais a igreja realiza promoções com bebida alcoólicas. As famílias de origem alemã tem justificado tal ação por fazer parte da sua cultura e tradição, não tendo como tirar a bebida alcoólica das promoções. E porque também as outras igrejas históricas do município utilizam a mesma em suas promoções... Atualmente o pastor encontra dificuldades na transformação do conceito do papel que a igreja deve desempenhar. 13 Ao “entrar” para a igreja, o indivíduo traz consigo suas culturas e tradições. Isso tem sido uma barreira quando se prega o evangelho verdadeiro, e o líder se vê numa situação difícil. Mas não podemos esquecer que a missão da igreja é a transformação do indivíduo através da palavra de Deus. Outro questionamento foi quanto à Igreja Católica. Sabemos que nos últimos tempos aconteceram muitas mudanças nesta igreja tradicional, e surgiram novas paróquias ou comunidades católicas com pensamentos diferentes em vários aspectos. Esses novos líderes vem se perguntando quanto à questão da bebida alcoólica em suas rotinas, como podemos ver no relato encontrado no blog sagradafamília, do fundador e moderador geral da comunidade católica sagrada família, Fasanella diz: __________________________ 13 RENNER, 2008. p.22 e 23
  • 25. 24 Na história de nossa comunidade, praticamente desde seus inícios, abolimos de nossas convivências e festas a bebida alcoólica. Os resultados de sua presença nas festas era sempre negativo. Como somos uma comunidade que tem por carisma o resgate da família, não é coerente que tenhamos em nosso meio a tal da “mardita!” que tantos males faz nas famílias!!! Será que, nós como Igreja, sejam paróquias ou comunidades, perdemos a capacidade de acreditar no poder do Espírito Santo e sua criatividade para atrair e congregar os filhos de Deus em torno de sua igreja, que precisamos usar de subterfúgios, pouco “católicos” e por vezes até imorais?! e chegamos a pensar, por exemplo, que nossas festas beneficentes tem que ser regadas a álcool e jogatinas – tipo bingo!!! 14 Que bom que estão com essa consciência hoje, pois a família é a base do indivíduo, e quando ela está bem estruturada, vemos os reflexos na sociedade. A questão: o evangélico e o álcool é tema de vários debates em nosso meio. Informações encontradas no blog o diário mostra o posicionamento de alguns líderes como o Bispo Edir Macedo (Igreja Universal do Reino de Deus) que afirmou “beber cerveja”, e o ex-reverendo Presbiteriano Caio Fábio (que não é mais evangélico) diz que “gosta de beber cerveja e outras bebidas alcoólicas”, o pastor Silas Malafaia (Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo), comenta os relatos dos líderes acima e expõe algumas razões pela qual os evangélicos não devem ingerir bebida alcoólica: Fomos separados para Deus. Como reis e sacerdotes do Altíssimo, não devemos ingerir bebidas alcoólicas para não dar lugar à nossa carne e ao pecado... Somos templo do Espírito Santo... Para evitar problemas e mau testemunho, há muitas coisas com aparência de mal de que o cristão deve abster-se. 15 Se nós somos realmente transformados quando nos convertemos porque darmos brecha ao inimigo? No youtube encontramos vídeos do pastor Lucinho16 da Igreja Batista da Lagoinha, que é totalmente contra o consumo, e outra opinião é a do Bispo Walter McAlister17 (Bp Primaz da Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida), respondendo ao questionamento: posso ingerir bebida alcoólica? _________________ 14 Fonte: http://www.sagradafamilia.net.br/blog-italo/?p=8 >Acesso 11.jun.2014 15 Fonte: http://blogs.odiario.com/inforgospel/2013/10/10/pastor-silas-responde-evangelicos-geral-nao- ingerem-bebidas-alcoolicas-confira/A >Acesso 13.jul.2014 16 Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=qCOmxN4i4JY >Acesso 01.ago.2014 17 Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=067t3gX_Hd8 >Acesso 01.ago.2014
  • 26. 25 No blog da Igreja Quadrangular de José Bonifácio/SP encontramos um artigo sobre o assunto, postado por João Victor Rodrigues da Cruz: O uso tão frequente do vinho pelos judeus antigos, não nos habilita a imitá- los, hoje vivemos numa cultura na qual o consumo de bebida alcoólica não é vista como edificante. Eu acredito que a ingestão de vinho esporadicamente não seja pecado; mas, alguns aspectos precisam ser analisados, por exemplo: a conveniência; saúde; passado ligado ao alcoolismo, etc. Quando somos sensíveis ao Espírito Santo, Ele nos direciona, testificando em nosso coração a necessidade de tomarmos ou não vinho. 18 Por que mesmo sendo “proibido” o consumo de bebida alcoólica, temos tantos cristãos ingerindo-a? Muitos defendem a “liberdade cristã” como um motivo, uma desculpa para consumir bebidas alcoólicas. O profeta Isaías fez uma alerta aos sacerdotes e profetas que tomavam vinho: Mas também estes cambaleiam por causa do vinho e não podem ter-se em pé por causa da bebida forte; o sacerdote e o profeta cambaleiam por causa da bebida forte, são vencidos pelo vinho, não podem ter-se em pé por causa da bebida forte; erram na visão, tropeçam no juízo. 19 A Bíblia Sagrada nos alerta e nos ensina, em todas as áreas da nossa vida, o Rei Salomão foi um exemplo neste tema alcoolismo e nos deixou grandes ensinamentos, como podemos verificar no livro de Provérbios: “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido não é sábio”. 20 No dia 19 de julho de 2014, o presidente do grupo de jovens da IEQ do bairro Santa Maria, em Chapecó, Matheus Vieira, trouxe uma palestra para o grupo com o tema alcoolismo, causas e consequências. Ao final perguntou quantos já haviam consumido algum tipo de bebida alcoólica, e dos 26 jovens, entre 14 e 24 anos, que estavam presentes apenas 3 disseram que nunca ingeriram qualquer tipo de bebida alcoólica. Alguns relataram problemas de alcoolismo na família. __________________________ 18 http://igrejaquadrangularjb.blogspot.com.br/2012/01/bebida-alcoolica-e-conveniente.html >Acesso 22.jul.2014 19 BÍBLIA, 2007, p. 615 20 BÍBLIA, 2007, p. 569
  • 27. 26 Quando os primeiros cristãos viveram pela primeira vez a experiência de serem cheios do Espírito, como lemos em Atos 2, muitas pessoas chegaram a pensar que eles estivessem “bêbados”.21 Se tivermos que nos embriagar que seja a embriaguez do Espírito Santo, como diz o apóstolo Paulo em Efésios 5:18: “Não se embriaguem, pois a bebida levará vocês à desgraça; mas encham-se do Espírito de Deus.”22 Encerramos este tópico com o versículo de Efésios 5:15: “Portanto, prestem atenção na sua maneira de viver. Não vivam como os ignorantes, mas como sábios.”23 2.6 IGREJA: UM ORGANISMO VIVO Quando Deus criou Adão e Eva e ordenou que se multiplicassem, deu-se início a primeira instituição: a família, que são pessoas que vivem juntas, mantendo relações entre si bem definidas. A sociedade desenvolveu-se a partir da família, pois assim como criamos laços e mantemos relações e convivência com a nossa família, criamos relacionamentos uns com os outros, gerando troca de informações e cultura, amizade, trabalho, etc. A igreja, a família de Deus, é formada por pessoas, que vivem em família, e fazem parte da sociedade. A igreja está influenciando a sociedade ou a sociedade está influenciando a igreja? A igreja é um organismo ou uma organização? Como a igreja se relaciona com a sociedade? São questionamentos importantes a serem feitos, pois é nosso dever olhar para a sociedade e descobrir de que forma podemos nos manifestar como filhos de Deus e fazer a diferença. Quando Cristo instituiu sua igreja, Ele tinha em mente um organismo vivo, um corpo que seria o seu corpo, formado por todos nós que somos os membros, sendo Ele próprio a Cabeça. __________________________ 21 BÍBLIA, 2008, p. 1374. 22 BÍBLIA, 2008, p. 1528. 23 BÍBLIA, 2008, p. 1528.
  • 28. 27 Como organismo é que a igreja local nasce, cresce e se multiplica em outras igrejas, cada membro é um discípulo que gera outros discípulos, cada um fazendo a sua parte, seja pregando, ensinando, acompanhando, exortando, orando e corrigindo quando necessário, existe comunhão e relacionamento entre os membros, exigindo mutualidade de sentimentos e atitudes. Só desaparecerá da face da Terra quando for arrebatada na volta de Cristo. Mas a igreja também é uma organização, uma vez que, perante a lei dos homens tem que ser organizada em pessoa jurídica, com estatutos, sede, diretoria e outras exigências legais. Tem uma denominação, patrimônio, regimento interno e existência física. Como organização é visível, local, humana, imperfeita (tem defeitos, problemas e pode até cometer erros), é temporária (pode vir a desaparecer). Lopes cita em seu livro Pentecostes, o fogo que não se apaga: Muitas igrejas têm conteúdo, mas lhes falta ousadia. São ortodoxas, mas não têm paixão pelas almas. Têm conhecimento, mas não têm ardor evangelístico. Têm programa e organização, mas não saem das quatro paredes. Outras igrejas têm conteúdo, boa teologia e excelente música, mas toda a sua atividade é voltada para dentro. Elas não transpiram, não reverberam sua influência para o mundo. São verdadeiros guetos. São sal no saleiro. Nada fazem e pouca ou nenhuma influência exercem na sociedade em que estão inseridas. 24 A palavra grega ekklesia, traduzida como "igreja" significa literalmente “chamada para fora”, e assim se refere a um grupo de pessoas chamado para sair pecado do mundo para servir ao Senhor, ou ainda, pode-se compreender esse grupo chamado para alcançar os perdidos que estão lá fora. O verdadeiro cristão é desafiado a influenciar a sociedade através das ações. Num contexto mais atual, a igreja tem se posicionado como organismo vivo ao formar as células. Mas o que é uma célula? Biologicamente falando, célula é um organismo vivo. Cada célula do nosso corpo tem uma função específica, mas todas desempenham uma atividade comunitária, trabalhando de maneira integrada. __________________________ 24 LOPES, 1999. p 15
  • 29. 28 A célula é composta por três componentes essenciais: a membrana plasmática, o citoplasma e o núcleo. Vamos ver qual é a função de cada componente:  A membrana plasmática é uma película fina, delicada e elástica que envolve o conteúdo da célula. Regula a passagem e a troca de substâncias. Ela tem a capacidade de selecionar as substâncias que entram e saem, de acordo com as necessidades da célula.  O citoplasma é a maior porção da célula. Nele ficam as organelas celulares, estruturas que desempenham funções vitais diversas, como digestão, respiração, excreção e circulação.  O núcleo é a semente da célula. É o portador dos fatores hereditários e o regulador das atividades metabólicas da célula. A divisão (mitose e meiose) é comandada pelo núcleo da célula. Podemos estabelecer um comparativo da célula biológica com a célula espiritual:  A membrana plasmática é a palavra de Deus, pois é ela que define o que é bom e o que é ruim, o que entra e o que deve sair da nossa vida, ela molda, protege e exorta.  O citoplasma são as pessoas que participam da reunião de célula, são elas que fazem o fluxo, a circulação, sem a participação das pessoas a célula não se desenvolve.  O núcleo é Jesus, pois Ele é a parte vital, é por Ele que a célula se reúne. Existe célula sem núcleo? Não exatamente sem o núcleo, pois ele está espalhado junto com o citoplasma, biologicamente elas são chamadas de anucleadas ou procarióticas. Uma célula sem o núcleo definido vive, mas por pouco tempo. Porém não existe célula sem citoplasma e sem membrana plasmática. Fica o questionamento: como assim, uma célula sem um núcleo definido, pois está espalhada com o citoplasma? Espiritualmente o que seria isso? Entendemos então que são aquelas células onde as pessoas que participam acreditam que Deus é um objeto, um animal, uma força, um pensamento positivo.
  • 30. 29 Enfim são aqueles que não têm um Deus definido, tem a fé espalhada, não sabem quem é Deus verdadeiramente, não o conhecem porque não tem relacionamento. São pessoas sem vida. Por isso existe a necessidade da célula ser organizada, e as funções de cada um ser definidas, para que haja crescimento e vida. E quando houver a multiplicação, a reprodução seja total, que os membros da célula continuem a serem organismos vivos na sociedade. E se a célula é um organismo vivo, por que não termos uma célula de ajuda ao alcoólatra e sua família? 2.7 PARA QUE SERVEM OS DONS E TALENTOS DA IGREJA Talento é aquilo que sabemos fazer como ninguém, que nos rende elogios. Esse talento nos permite desenvolver outras qualidades durante toda a vida, para que possamos realizar tudo com excelência. Porém, quando não conhecemos o nosso talento, não é possível desenvolvê-lo, ou seja, ele se transforma em um recurso inutilizado ou subutilizado. Dons espirituais são bênçãos ou habilidades que nos são dadas pelo poder do Espírito Santo. Deus nos dá esses dons para que possamos servir a outras pessoas e ajudar a edificar Seu reino. Ele nos ordenou a procurar com zelo e desenvolver nossos dons espirituais. (ver anexo I) Todas as pessoas que creram no Senhor Jesus, se arrependeram e foram batizadas, tem o Espírito Santo habitando no seu interior. Como resultado dessa habitação existe algumas evidências na vida do cristão: o fruto do Espírito e as manifestações do Espírito. Deus não vem morar dentro de nós para ficarmos quietos e inertes. Ele vai operar em nós e através de nós para crescimento e edificação. Deus tem um supremo propósito de nos fazer semelhantes a seu filho Jesus. Semelhantes em caráter e em poder. E tudo que Ele produz em nós é através de seu Espírito. O Espírito que habita em nós nos faz produzir o fruto do Espírito (para o caráter) e manifestar os dons do Espírito (para o poder).
  • 31. 30 Há um grande problema quando as pessoas se importam apenas com a formação de caráter e rejeitam os dons. Devemos buscar equilíbrio, pois precisamos dos dons aliados ao caráter. O Espírito Santo nos dá diferentes dons para que possamos usá-los para nos completarmos no corpo de Cristo. Quando não reconhecemos o dom espiritual que Deus nos deu e não o desenvolvemos, a igreja se enfraquece, pois, como um corpo, algum outro membro deverá realizar a sua função, porém nunca realizará da forma como nós poderíamos fazer, pois esse membro não recebeu o dom que nós recebemos. Observamos em Efésios 4:10-13 que o objetivo dos dons espirituais é o aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço e para a edificação do corpo de Cristo, para que todos possamos ser um em Cristo e possamos ter o mesmo caráter que Ele. Para quem já aceitou a Jesus Cristo como Senhor e Salvador, é bem provável que já ouviu alguém falar assim: "Ah, minha igreja é fria, pouca gente se envolve", "O pastor da minha igreja não é muito dedicado" ou qualquer outra frase que aponte erros dos outros. Porém, devemos nos perguntar: "O que estamos fazendo com os dons espirituais que Deus nos deu?". Da mesma forma que as pessoas que acusamos, nós recebemos um dom espiritual de Deus que ninguém pode tirar e que precisa ser desenvolvido para o aperfeiçoamento do nosso caráter e para a edificação de todos os irmãos que congregam conosco. Hoje o número de membros cresceu nas igrejas, e tem profissionais de diversas áreas: médicos, engenheiros, advogados, assistentes sociais, dentistas, cabeleireiros, enfermeiros, psicólogos, terapeutas. É muita gente com potencial na casa de Deus que pode ajudar a igreja a interagir com a comunidade. É necessário pararmos de nos omitir na vida da igreja e crer que Deus nos capacita para exercitarmos nosso dom. Devemos assumir o nosso papel no corpo de Cristo para que pessoas sejam evangelizadas e tenham suas vidas transformadas pelo poder de Deus. Mas como podemos assumir nosso papel no corpo de Cristo se não sabemos qual é? Na apostila de Dons e Ministérios, Josadak Lima mostra passos práticos para descobrir os dons espirituais:
  • 32. 31  Passo 1: Procure conhecer mais a respeito dos seus dons.  Passo 2: Envolva-se no maior número possível de áreas onde possa exercer seus dons.  Passo 3: Observe se você está se realizando ao desempenhar seus dons.  Passo 4: Adote avaliação dos resultados.  Passo 5: Confirmação da igreja – Observe os testemunhos. 25 Ao colocarmos esses passos em prática na nossa vida espiritual, descobriremos onde nossos dons podem ser melhor desenvolvidos. Murdock cita no livro A lei do reconhecimento “14 fatos que você deve saber sobre seus dons e talentos”: 1. Jesus queria que reconhecêssemos que Deus nos dá dons maravilhosos. 2. O Espírito Santo é quem lhe dá os dons, os talentos e as habilidades que você possui. 3. O Espírito Santo nos dá diferentes tipos de dons, relacionados à nossa missão na terra. 4. Seus dons foram dados para ajudar os homens de Deus a cumprirem as instruções e a visão divinas. 5. Seu dom lhe foi concedido para solucionar os problemas daqueles que estão próximos a você. 6. Quando seu dom predominante tornar-se sua semente na vida dos outros, Deus lhe garantirá uma recompensa generosa. 7. Poucos reconheceram seu dom predominante. 8. A obsessão com as próprias falhas sempre o impedirá de enxergar seu dom predominante. 9. Seu dom predominante funcionará bem em um ambiente hostil. 10. A perspectiva dos outros pode distorcer a consciência que temos de nosso dom predominante. 11. A admiração dos outros por dons diferentes nos cegam em relação ao nosso dom predominante. 12. Seu dom será removido se você não utilizá-lo. 13. Aquilo que você faria com prazer todos os dias de sua vida é uma pista para descobrir seu dom predominante. 14. A importância não está na semelhança com o outro dom, mas na diferença. 26 Todos esses pontos, colocados assim dessa forma, nos dão uma visão bem ampla sobre nossos dons, pois eles nos foram dados para serem usados. Colocarmo-nos à disposição, a serviço do reino de Deus aqui na terra, nos torna pessoas felizes e realizadas. __________________________ 25 LIMA, 2010. p 52 e 53 26 MURDOCK, 2008. p 134-139.
  • 33. 32 3 METODOLOGIA 3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA  De abordagem Quantitativa: Essa pesquisa classifica-se quanto aos seus objetivos como analisar todos os dados conhecidos e revertidos em quantias por meio de porcentagem, média, mediana, e depois analisados numérico/quantitativamente.  Quanto ao Procedimento Técnico de coleta de dados configura-se em pesquisa de levantamento de campo, pois se utiliza da interrogação direta de pessoas. 3.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA  Quanto ao tempo se referem ao mês de Agosto do ano de 2014.  Quanto ao espaço, à análise limitou-se a coletar os dados de líderes da Igreja do Evangelho Quadrangular do bairro Santa Maria, Chapecó/SC e também três líderes da minha família.  Quanto às unidades de análise temos um total de 23 entrevistados, sendo 12 do sexo feminino e 11 do sexo masculino. 3.3 COLETA E ANÁLISE DE DADOS  A pesquisa contou com entrevista por meio de questionário de observação participativa.  A entrevista realizou-se por meio de questionário, contendo 10 questões, sendo 9 questões de cunho fechado e 1 questão de cunho aberto.
  • 34. 33 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Esta pesquisa teve por objetivo analisar a questão do alcoolismo dentro da liderança da Igreja do Evangelho Quadrangular do bairro Santa Maria – Chapecó/SC. Verificar se há casos de alcoolismo nas famílias dos líderes e quem são esses familiares. Observar se há consumo de bebida alcoólica pelos próprios membros, e qual a opinião deles sobre liberar ou não o consumo nas igrejas evangélicas. Também se avaliou se os líderes estariam dispostos a colocar seus dons e talentos a serviço do Reino de Deus, colaborando em um grupo de ajuda, um serviço à comunidade. Foram feitas as mesmas perguntas, tanto para os líderes da igreja, como para meus familiares. Questão: Idade:__________ Objetivo: Mapear a faixa etária dos entrevistados. Observa-se que a liderança da IEQ do bairro Santa Maria – Chapecó/SC entrevistada, é na sua maioria jovens de 21 a 30 anos (30%) e adultos entre 51 a 60 anos (30%); 25% têm menos de 20 anos de idade; 5% têm entre 31 e 40 anos; 5% entre 41 e 50 anos; e 5% têm entre 61 e 80 anos de idade.
  • 35. 34 Três familiares, com faixas etárias diferentes. Questão: Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Objetivo: Identificar quantidade de mulheres e homens Os líderes entrevistados da IEQ do bairro Santa Maria – Chapecó/SC são 50% do sexo feminino e 50% do sexo masculino.
  • 36. 35 Quanto aos meus familiares foram entrevistados duas do sexo feminino (67%) e um do sexo masculino (33%). Questão: Há quanto tempo é cristão: ________________ Objetivo: Verificar há quantos anos os entrevistados fazem parte do corpo de Cristo. Entre a liderança da IEQ do bairro Santa Maria – Chapecó/SC entrevistada, a maioria 60% está na igreja entre 1 e 10 anos; 35% entre 11 e 20 anos; 5% há mais de 30 anos, e não houve nenhuma pessoa que relatasse ser cristã num tempo de 21 a 30 anos.
  • 37. 36 Dos meus familiares um é cristão há 12 anos, outro há 30 anos e o outro há mais de 30 anos. Questão: Na sua família há algum caso de alcoolismo? Se sim, que tipo de parentesco tem com você? Objetivo: Analisar o grau de parentesco com o líder se é pai, mãe, irmão, tio, filho ou outro familiar. Analisando o gráfico verificamos que 78% dos entrevistados tem familiares que são dependentes químicos.
  • 38. 37 Observa-se que dos líderes da IEQ do bairro Santa Maria – Chapecó/SC entrevistados, a maioria, 26% relataram que o próprio pai é alcoólatra; 22% disseram que tem irmãos com problemas de alcoolismo; 18% não possuem nenhum familiar com problema de alcoolismo; 13% falaram que tem tios alcoólatras; 5% é a mãe que é alcoólatra; 4% é o avô; 4% é o sogro; 4% é filho e 4% é o sobrinho. Alguns líderes relataram existir mais de um familiar com problemas de alcoolismo. Dos meus familiares entrevistados, 67% relataram que os tios tem problemas com alcoolismo, e 33% relatou não haver nenhum familiar com problemas com o alcoolismo.
  • 39. 38 Questão: Este familiar já fez algum tratamento para o alcoolismo? Objetivo: Verificar se essas pessoas procuram/aceitam ajuda. Analisando o gráfico, observamos que 53% dos líderes da IEQ do bairro Santa Maria – Chapeco/SC, relataram que o familiar que tem problema com o alcoolismo nunca fez nenhum tipo de tratamento; 21% disseram que este familiar acabou falecendo por consequencia do alcoolismo e que estes não aceitavam a ajuda que a família oferecia; 16% falaram que quando o familiar percebeu que estava perdendo muitas coisas por ser alcoólatra, deixou o vício por conta própria; e 10% relataram que estes familiares já fizeram tratamento para o alcoolismo.
  • 40. 39 Dos meus familiares que relataram que têm tios com problemas de alcoolismo, disseram que dos dois, um fez tratamento (50%) e o outro nunca fez nenhum tipo de tramento (50%). Questão: Você já consumiu algum tipo de bebida alcoólica? Objetivo: Verificar se o líder já teve contato com bebida alcoólica, tanto antes de se converter, como depois. 90% dos entrevistados relataram já ter consumido algum tipo de bebida alcóolica, e 10% nunca ingeriram nenhuma substância de álcool.
  • 41. 40 Dos meus familiares entrevistados, 67% nunca consumiram bebida alcóolica, e 33% já consumiu algum tipo de bebida alcóolica. Questão: Quanto a liberar o consumo de bebida alcoólica nas igrejas evangélicas, você é? Objetivo: Saber a opinião dos líderes quanto a essa questão, se são contra ou a favor, ou então a favor, desde que os membros saibam beber moderadamente.
  • 42. 41 De acordo com o gráfico 95% dos líderes da IEQ do bairro Santa Maria – Chapecó/SC foram contra a liberação do consumo de bebida alcoólica na igreja, e 5% disseram ser a favor, desde que os membros saibam beber moderadamente. Os meus três familiares entrevistados foram contra a liberação do consumo de bebida alcoólica na igreja. Questão: Você concorda que a igreja, tendo como papel social se inserir na sociedade, deve ter um grupo de ajuda? (tipo os AA ou CAPSAD, por exemplo). Objetivo: Verificar se os líderes concordam que a igreja deve se posicionar como um organismo vivo na sociedade.
  • 43. 42 Tanto os líderes da IEQ do bairro Santa Maria – Chapecó/SC como meus familiares entrevistados, isto é, 100% concordam que a igreja deve ser um organismo vivo na sociedade. Questão: Se a igreja tivesse um grupo de ajuda e você fosse convidado a participar, colocando seus dons, talentos e habilidades a serviço do reino de Deus, você participaria? Objetivo: Analisar se os líderes estão dispostos a cumprirem o ide de Jesus. Do total de 23 entrevistados, 96% disseram que participariam do grupo de ajuda, colocando seus dons, talentos e habilidades a serviço do reino de Deus 4% disseram que não participariam.
  • 44. 43 Questão: Dê sua opinião sobre este assunto Objetivo: Analisar a opinião dos entrevistados sobre a questão do alcoolismo e o papel social da igreja. Opinião 1: Quanto à questão de liberar ou não o consumo de álcool, nas igrejas, é uma questão de princípios, pois uma instituição sem regras é uma instituição falida, e cabe a igreja como um todo dar o exemplo de Cristo. E a palavra de DEUS, deve ser sempre a fonte onde devemos nos basear, e como fundamento da minha opinião cito 1 Coríntios 6:12 “Tudo me é permitido”, mas nem tudo convém. “Tudo me é permitido”, mas eu não deixarei que nada me domine. (Tradução da Bíblia Online). Esta passagem da Bíblia é muito utilizada, para exemplificar a imoralidade sexual, mas cabe também neste caso específico, pois todo o tipo de vício é uma prisão, armadilhas do inimigo, para nos afastar de Deus. Opinião 2: Gosto de degustar alguns tipos de bebida, vinho é uma delas, mas sei quando e onde posso beber, e que quantia eu posso beber. Mas a grande maioria das pessoas não tem essa noção então é melhor evitar mesmo. Quanto à igreja oferecer suporte, deveria ser regra nas igrejas, afinal é um dos principais motivos que trazem as pessoas a Cristo! A igreja deveria ser um centro de auxílio à comunidade, ter grupos de ajuda para pessoas envolvidas com álcool e drogas, alfabetização, sopão solidário; sair das quatro paredes e pôr reino de Deus em ação. Opinião 3: Acredito que se a igreja possui uma estrutura física (espaço), estrutura de pessoas pode contribuir com a sociedade tendo um grupo de apoio, para pessoas com problemas com álcool ou de apoio a suas famílias.
  • 45. 44 Diante dos resultados da pesquisa apresentados, temos alguns apontamentos a serem observados:  Os 10% que disseram nunca ter ingerido bebida alcoólica são adolescentes e estão na igreja há menos de 10 anos  Dos 90% que disseram já ter tido contato com bebida alcoólica, relataram que ainda hoje gostam de beber, especialmente o vinho (em pequena quantidade), alegando que faz bem para a saúde  Observamos também alguns detalhes: minha tia que é cristã há mais de 30 anos (desde a adolescência) e minha prima há 30 anos (desde criança), nunca consumiram nenhum tipo de bebida alcoólica, já meu primo (que foi criado em um lar não cristão) relatou ter consumido bebida alcoólica na adolescência, antes de se converter verdadeiramente.  Alguns entrevistados são contra a liberação de bebida alcóolica na igreja, porque avaliaram que “é uma porta de entrada para a dependência”, e também que beber “traz a tona o passado”.  Todos concordam que a igreja deve possuir um grupo de ajuda, tanto para o alcoólatra quanto para a família do alcoólatra.  Das instituições e serviços de ajuda existentes em Chapecó/SC, a Casa de Recuperação Renascer foi a mais lembrada pelos entrevistados.
  • 46. 45 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES O alcoolismo, considerado hoje pela OMS como uma doença, necessita de tratamento e por isso há uma grande cobrança de garantia de estrutura de assistência em saúde junto aos gestores públicos, proposição de legislação para tornar mais restrito o acesso a bebidas e busca de parcerias com organismos da sociedade para impulsionar o debate sobre a gravidade do problema e necessidade de adoção de medidas urgentes. Entende-se que a missão da Igreja é de contribuir no processo de cura. Jesus deixa evidente o seu objetivo de libertar, e sarar os doentes, em Marcos 2:17, quando disse: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores”. 27 Quando nascemos de novo e somos transformados em filhos de Deus, nosso caráter começa a ser moldado com base no caráter de Cristo e recebemos o Espírito Santo e os dons para demonstrar esta mudança de vida. O Espírito Santo nos concede dons para termos um relacionamento frutífero e edificante uns para com os outros e com Deus. Na parábola dos talentos28 , descrita em Mateus 25:14-30, Jesus sugere para os discípulos e para todo povo de Deus, como utilizar seus dons. O mesmo deve continuar na igreja hoje, formando departamentos e oferecendo oportunidades para os membros participarem de forma ativa do Reino de Deus, pode ser ela uma atividade simples como ajuda na limpeza e manutenção da igreja ou no louvor e discipulado, como também no aconselhamento e orientação a sociedade. A igreja deve oportunizar para aqueles que precisam de ajuda este momento de compartilhar. E também oferecer o espaço físico da igreja para todos que quiserem voluntariamente, se tratar do alcoolismo semanalmente, tornando-se uma “igreja terapêutica”. __________________ 27 BÍBLIA, 2005, p. 1083. 28 BÍBLIA, 2007, p.837, 838.
  • 47. 46 Compartilhar é um complemento importante para a cura emocional, e na vida espiritual entregar-se incondicionalmente a Deus para ser liberto. Deixar claro que a igreja tem interesse em ajudar os alcoólatras, e que pessoas da comunidade podem recorrer a ela. O verdadeiro apoio está na família de Deus. É função da igreja ajudar não só o alcoólatra, mas a família dele também. Devemos ser um lugar de apoio, onde as pessoas tenham oportunidade de vivenciar um relacionamento familiar curado, genuíno, verdadeiro. Ressaltamos a citação de Bezerra, na apostila de Missão Integral da Igreja: Cabe aos líderes de igrejas, pastores e responsáveis por ministérios, pensarem em alternativas comunitárias, educativas e produtivas, para encaminhar pessoas que, naturalmente, têm menos oportunidade do que outras. A comunidade evangélica, com raríssimas exceções, está alienada, com as portas trancadas. Quando analisamos a proposta evangélica para a atualidade, nos assustamos. Os projetos são “cultualistas” (tudo gira em torno do culto; se a igreja está cheia aos domingos, os pastores se dão por satisfeitos); “ritualistas” (nos conformamos com o “ritual”, e não enfatizamos a reflexão nem a prática da Palavra de Deus). Construímos um muro altíssimo, às vezes intransponível, entre a igreja e aqueles que precisam de Jesus. 29 Infelizmente, essa é a realidade de muitas igrejas atuais, e quando alguma denominação faz algo diferente, em prol da sociedade, há críticas por parte de outras denominações evangélicas. É hora de investir em discipulado, orientação, aconselhamento, treinamento da liderança da igreja, para que estes façam a propagação do reino de Deus, e levem o verdadeiro evangelho a todas as pessoas. Burke cita em seu livro Proibida a entrada de pessoas perfeitas, como dever ser a atuação de um líder diante de um trabalho de ajuda e aconselhamento às pessoas: Os líderes precisam criar um clima seguro para que o trabalho restaurador de Deus comece a agir na vida delas. Será preciso ter tempo e paciência. As pessoas vão aparecer e sumir, andarão em direção à luz da liberdade e depois mergulharão de volta nas trevas. Mas elas precisam ver a igreja como um farol sempre presente para conduzi-las ao porto seguro da graça de Deus. 30 __________________ 29 BEZERRA, 2011, p 66 30 BURKE, 2006, p 56
  • 48. 47 A confiança é uma das bases do relacionamento, tanto com Deus como com as outras pessoas. Se um indivíduo chegar num grupo de ajuda e não sentir confiança no líder, provavelmente não voltará a participar. Por isso é necessário que o líder seja treinado, estimulado em seus dons espirituais, para criar um ambiente transparente e seguro, para que o grupo possa crescer e se desenvolver. Outro ponto importante na criação de um grupo de ajuda é o diálogo. É necessário confrontar comportamentos ilegais ou imorais, mas com amor, afinal nós falamos, mas quem convence é o Espírito Santo, e esse processo de mudança é necessário para que a própria pessoa reconheça seus erros e pecados e aceite a Jesus. Muitos dizem que o alcoolismo não tem cura, outros dizem que já tentaram, mas não conseguiram ficar sem tomar “um trago”. Entendemos que é de libertação que a pessoa precisa, pois mesmo depois de buscar ajuda em tratamentos, clínicas e medicações continuam amarradas, envolvidas pelo vício de tal forma que não tem mais forças. Quando nós, como líderes, permitimos que o indivíduo fale de seus problemas e dificuldades, podemos caminhar junto com ele em direção à luz, à saída, à cura, a uma nova vida diante da sociedade, pois oferecemos a ele a graça de Deus, o amor incondicional, que o ama do jeito que ele está, e transforma-o em Seu filho. A imagem abaixo nos faz mudar alguns conceitos. Figura 3 – O papel da igreja 31 __________________________ 31 Fonte: http://www.padrelucimar.com/wp-content/uploads/8-A-Igreja-precisa-ser-mais-HOSPITAL- E-NOS-TRIBUNAL.jpg >Acesso 20.ago.2014
  • 49. 48 Muitas vezes somos tachados de “julgadores”, “acusadores”, que não aceitam pessoas que não tem “nosso perfil”. Um dia nós também éramos “perdidos”, “do mundo”, mas alguém teve misericórdia de nós e nos mostrou o caminho a seguir. E hoje o que estamos fazendo? Estamos levando outros à Cristo? Estamos desenvolvendo os dons que recebemos? Por isso, a proposta é que a igreja crie um grupo de ajuda a estas famílias que sofrem com o alcoolismo. Um grupo onde haja confiança, apoio, respeito, solidariedade, cumplicidade. Lembrando que há cursos online (internet) de capacitação com diploma, universidades oferecem este recurso a todos que querem ajudar a sociedade. E também que os pastores incentivem e treinem seus líderes para colocar em prática os dons espirituais, ministeriais, motivacionais e naturais, fazendo, acima de tudo, a propagação do reino de Deus. E ainda, já que existem políticas que pedem apoio à sociedade, fazer a divulgação deste grupo de ajuda nos serviços já existentes, como AA, CAPS AD, Casas de Recuperação, interagindo com essas instituições, com o objetivo de levar a palavra de Deus, a libertação. A Igreja do Evangelho Quadrangular, do bairro Santa Maria, Chapecó/SC teve uma experiência com um grupo de célula, com reuniões semanais na Unidade de Acolhimento (braço do CAPSAD) de novembro de 2013 a junho de 2014. As reuniões eram conduzidas de maneira que tanto os pacientes quanto os funcionários do local participavam, com dinâmicas, músicas, mensagem, oração, confraternização, conversas. Foi um tempo muito bom e muito produtivo, pois de todos os pacientes que passaram pela Unidade desde sua inauguração (agosto de 2013), apenas um está recuperado, e este paciente foi o que aceitou a Jesus nas reuniões de célula, batizou-se em dezembro de 2013, e está servindo a Deus, totalmente liberto do vício do alcoolismo, como podemos verificar em seu depoimento no anexo II. Infelizmente, as reuniões tiveram que ser canceladas, porque não tínhamos um projeto consistente e de acordo com as exigências na prefeitura. Por isso o desejo de fazer este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com este tema, para que se abram portas para levar o evangelho a todas as pessoas.
  • 50. 49 REFERÊNCIAS ANJOS, Kayke Moreira dos. Álcool na adolescência. 2012. Blog. Disponível em: <http://prasempremoreirinha.blogspot.com.br/2012/03/consequencias-do-uso-de- alcool.html#more>. Acesso em 14.abr. 2014. BARRETO, Lucinho. Pastor da Igreja Batista da Lagoinha. Um cristão pode beber?. Internet. Publicado em 27/09/2012. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=qCOmxN4i4JY. Acesso em 01.ago.2014 BEZERRA, Cícero. Professor e Mestre. Missão Integral da Igreja. SGEC. Curitiba/PR, 2011. BÍBLIA, português. Bíblia da Liderança Cristã, com notas e artigos de John C. Maxwell. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2007. BÍBLIA, português. Bíblia de estudo Plenitude para jovens. Nova Tradução na Linguagem de Hoje. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2008. BÍBLIA, português. Bíblia de estudo Temas em concordância. Nova Versão Internacional. Rio de Janeiro, RJ: Editora Central Gospel. 2005. BLOG PARA LADYS. Os dez maiores problemas de saúde http://blogparaladys.blogspot.com.br/2011/01/os-10-maiores-problemas-de- saude.html > Acesso 23.ago.2014 BURKE, John. Proibida a entrada de pessoas perfeitas. São Paulo: Editora Vida, 2006. COLLINS, Gary R. Aconselhamento Cristão. Edição Século 21. São Paulo: Vida Nova, 2004. COSTA, Ileno Izídio da. Professor e coordenador de cursos de especialização em saúde mental. Capítulo 2: O sujeito, os contextos e a abordagem psicossocial no uso de drogas. Internet. 2014. Disponível em: http://conselheiros6.nute.ufsc.br/wp-content/uploads/avea/textos/capitulo-2.pdf. Acesso em 22.ago.2014. CRUZ, Joao Victor Rodrigues Da. Evangelista. A bebida alcoólica, é conveniente?. Internet. Publicado em 05/01/2012. Disponível em: http://igrejaquadrangularjb.blogspot.com.br/2012/01/bebida-alcoolica-e- conveniente.html. Acesso em 22.jul.2014 DIAS, Lucimar Geraldo Martins. Padre. Artigo do site Espaço Família. Publicado em março/2014. Disponível em: http://www.padrelucimar.com/wp-content/uploads/8-A- Igreja-precisa-ser-mais-HOSPITAL-E-NOS-TRIBUNAL.jpg. Acesso em 20.ago.2014
  • 51. 50 FASANELLA, Italo Juliani Passanezi. Fundados e Moderador Geral da Comunidade Católica Sagrada Família. Bebida alcoólica e igreja. Blog oficial. Internet. Publicado em 04/08/2008. Disponível em http://www.sagradafamilia.net.br/blog-italo/?p=8. Acesso em 11.jun.2014 FULINI, Ana Cristina. Terapeuta. Pesquisa revela aumento no número de mulheres alcoólatras no Brasil. Artigo. Internet. Publicado em 02/05/2011. Disponível em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticia/2011/05/pesquisa-revela-aumento- no-numero-de-mulheres-alcoolatras-no-brasil-3290806.html). > Acesso em 08.ago.2014 INFORGOSPEL. Internet. Pastor Silas responde o porque “Evangélicos em geral náo ingerem bebidas alcoólicas”. Direitos reservados a Editora Central Gospel Ltda. Publicado em 10/10/2013. Disponível em: http://blogs.odiario.com/inforgospel/2013/10/10/pastor-silas-responde-evangelicos- geral-nao-ingerem-bebidas-alcoolicas-confira/A. > Acesso em 13. jul.2014 JULIÃO, Maria Alessandra. Drogas e Redução de Danos: uma cartilha para Profissionais de Saúde. São Paulo. 2008. LIMA, Josadak. Dons e Ministérios. SGEC. Curitiba, PR. 2010. LOPES, Hernandes Dias. Pentecostes: o fogo que não se apaga. São Paulo: Editora Candeia, 1999. McALISTER, Walter. Bispo Primaz da Alianca das Igrejas Cristá Nova Vida. Posso ingerir bebida alcoólica? Internet. Publicado em 21/11/2013. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=067t3gX_Hd8. Acesso em 01.ago.2014 MURDOCK, Mike. A lei do reconhecimento. Editora Central Gospel: Rio de Janeiro, RJ. 2008. PIMENTEL, Jaqueline. Jornalista. II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas mostra o consumo de álcool crescente e desigual pela população brasileira [Internet]. Rio de Janeiro: Portal DSS Brasil; 2013 Jun 13. Disponível em: <http://dssbr.org/site/2013/06/ii-levantamento-nacional-de-alcool-e-drogas-mostra-o- consumo-de-alcool-crescente-e-desigual-pela-populacao-brasileira/> Acesso em 15 mai.2014. RENNER, Rogélio Renato. A igreja terapêutica. Monografia. Londrina/PR. 2008. SALGUEIRO, Carla. Alcoolismo. Slideshare. Internet. Publicado em 07/07/2011. Disponível em: http://pt.slideshare.net/carlasalgueiro/alcoolismo-8535230?related=4. Acesso em 03.jun.2014 SILVEIRA, Ajax Walter César. Doutor. O Drama do Alcoolismo. Casa Publicadora Brasileira: São Paulo, SP. 1979. SOUSA, Rafaella. Jornalista. Artigo Proteja sua família do alcoolismo. Internet. Publicado em 15/04/2011. São Paulo/SP. Disponível em: http://mdemulher.abril.com.br/familia/reportagem/filhos/proteja-sua-familia- alcoolismo-625087.shtml. Acesso em 07.jul.2014
  • 53. 52 APÊNDICE A Questionário do Trabalho de Conclusão de Curso Livre de Teologia, elaborado para líderes da Igreja do Evangelho Quadrangular do bairro Santa Maria – Chapecó/SC 1 - Idade:__________ 2 - Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 3 - Há quanto tempo é cristão: ________________ 4 – Na sua família há algum caso de alcoolismo? Se sim, que tipo de parentesco tem com você? ( )Sim ( )Não ( )Pai ( )Mãe ( )Irmão ( )Tio ( )Filho ( )Outro: _____________________________________ 5 – Este familiar já fez algum tratamento para o alcoolismo? ( )Sim ( )Não 6 – Você já consumiu algum tipo de bebida alcoólica? ( )Sim ( )Não 7 – Quanto a liberar o consumo de bebida alcoólica nas igrejas evangélicas, você é? ( )Contra ( )A favor ( )A favor, desde que os membros saibam beber moderadamente 8 – Você concorda que a igreja, tendo como papel social se inserir na sociedade, deve ter um grupo de ajuda? (tipo os AA ou CAPSAD, por exemplo) ( )Sim ( )Não ( )Não precisa, isso é obrigação do governo 9 - Se a igreja tivesse um grupo de ajuda e você fosse convidado a participar, colocando seus dons, talentos e habilidades a serviço do reino de Deus, você participaria? ( )Sim ( )Não 10 – Dê sua opinião sobre este assunto
  • 55. 54 ANEXO I – Dons Espirituais, postado por André Vinicius Bergamasco Guimaraes (fonte: http://iurdfolhetos.blogspot.com.br/2013/10/dons-espirituais.html).
  • 56. 55 ANEXO II – Depoimento de Alvaristo dos Santos, ex-paciente da Unidade de Acolhimento.