A empresa Gapso usa modelagem matemática para gerar economias de custos para grandes clientes como Petrobras e ALL. O programa da Gapso para a Petrobras reduziu as horas voadas de helicópteros em 14%, gerando economia de US$ 24 milhões. Para a ALL, o programa da Gapso aumentou a produtividade em 7% ao otimizar o uso de vagões.
Boas práticas de programação com Object Calisthenics
Caçadores de Custos
1. Caçadores de custos - Portal EXAME - Negócios Economia Marketing F... http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0866/pme/m00815...
Imprimir Fechar
Caçadores de custos
| 20.04.2006
Com programas sofisticados de modelagem matemática, os cariocas da Gapso vendem
economia de despesas para grandes clientes
Eduardo Monteiro
Por João Paulo Gomes
EXAME
Todos os dias, 46 helicópteros transportam 1 500 técnicos e
engenheiros entre as 65 plataformas e embarcações da Petrobras
espalhadas na bacia de Campos, no Rio de Janeiro. O vaivém
transformou-se numa equação complicada nas telas dos computadores
da Gapso, empresa carioca especializada em modelagem matemática
para gerar ganhos de produtividade. O programa criado pela Gapso
define trajetos que permitem levar a maior quantidade de gente com o
menor número de traslados possível. Desde janeiro, houve redução de
Frederico Guth: A 14% nas horas voadas, o que deve gerar uma economia de 24 milhões
concorrência mundial é
implacável e a necessidade
de dólares para a Petrobras até o fim do ano. Vendendo economias
de cortar custos é maior como essa, a Gapso conquistou clientes entre algumas das maiores
empresas do Brasil, como as operadoras de logística ALL e Vale do Rio
Doce, e vem dobrando de tamanho a cada ano.
A história da Gapso mostra que é possível, sim, cruzar a ponte entre o conhecimento acadêmico e
o empreendedorismo. Em 2001, o matemático Oscar Cohen, de 47 anos, então professor do curso
de engenharia da PUC do Rio de Janeiro, percebeu que cedo ou tarde aumentaria o interesse das
empresas brasileiras pela competitividade que a matemática pode proporcionar. "A concorrência
mundial é im placável e a necessidade de cortar custos é cada vez maior", diz o engenheiro
Frederico Guth, sócio da Gapso.
Ao fundar a empresa, Cohen deu vida a um conceito muitas vezes esquecido pelos próprios
profissionais de exatas -- o de que a matemática, longe de ser um conjunto de abstrações, pode
ser aplicada no mundo real. A idéia de expressar a realidade em linguagem matemática para
aumentar a eficiência ganhou força na Segunda Guerra Mundial, quando foi utilizada pelos Aliados
para planejar ataques de bombardeiros e rotas de navios. Mas só nas últimas décadas, com a
maior capacidade de processamento dos computadores, esse tipo de tecnologia tornou-se mais
facilmente aplicável em empresas. Com o auxílio da computação, modelos matemáticos com
origem em séculos passados podem ser aplicados em praticamente tudo -- linhas de produção,
plantações de cana-de-açúcar, hospitais.
Um dos primeiros trabalhos da Gapso foi para a curitibana ALL, que administra 16 000
quilômetros de ferrovias em São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Argentina. O desafio
era achar a melhor combinação de cargas para aproveitar o máximo da capacidade dos vagões.
Depois de passar semanas estudando a operação das ferrovias, Cohen desenvolveu um programa
que mostrou, por exemplo, que era possível aproveitar encomendas antes desprezadas por causa
do baixo valor do frete. Bastava usar os vagões que voltavam vazios depois de longas viagens.
Implantado há três anos, o programa já rendeu aumento de 7% de produtividade à ALL em
comparação com 2002. "Deixamos de gastar 20 milhões de dólares nesse período", diz Carlos
Henrique Correa, responsável pela área de tecnologia da ALL. "É como se ganhássemos 400 novos
vagões."
Em 2002, Cohen tornou-se sócio de Guth, vindo do mercado financeiro. "Na época, fazíamos
projetos de todo tipo", diz Guth. "Precisávamos de um foco." A área de logística, que passa por
uma grande expansão no Brasil e no mundo, foi a escolhida. A Gapso mirou nas empresas de
1 de 2 14/2/2008 19:56