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PANORAMA DA DIGITALIZAÇÃO NO BRASIL:
Núcleo de Inovação e Empreendedorismo
Aprendizados recentes | Versão 2018
SOBRE OS AUTORES
AUTORES Hugo Tadeu é Professor e Pesquisador da Fundação Dom Cabral,
atuando no Núcleo de Inovação e Empreendedorismo. Professor do
mestrado profissional em administração, MBA Executivo, Pós-MBA e
programas para grandes organizações. Pós-Doutor em Simulação
Empresarial pela Sauder School of Business – University of British
Columbia – Canadá.
Rodrigo Penna foi Bolsista de Iniciação Científica da Fundação Dom
Cabral, atuando no Núcleo de Inovação e Empreendedorismo.
Estudante de Engenharia pelo CEFET-MG. Atualmente é estagiário da
MRV Engenharia.
APRENDIZADOS RECENTES
O número de empresas interessadas em compreender os avanços
da digitalização, na estruturação de modelos de negócio e
resultados possíveis dessas iniciativas tem crescido muito no
Brasil. Logo, além da estratégia, recursos e entendimento
tecnológico, a digitalização deve criar valor para os negócios e
clientes. Após alguns anos e o surgimento de temas como a
quarta revolução industrial e a sua influência na gestão surgiu a
necessidade de profundidade das análises sobre o mundo digital.
Logo, devido a esse contexto, a Fundação Dom Cabral (FDC)
realizou uma pesquisa on-line com 118 executivos de empresas
relevantes e organizou os dados neste documento inédito.
Portanto, o objetivo deste relatório é analisar as experiências
desses executivos, identificando aspectos de gestão e
tecnológicos. Com os resultados, busca-se um conjunto de
informações importantes para promover o debate e crescimento
das empresas brasileiras.
APRENDIZADOS
SUMÁRIO EXECUTIVO
• Os entrevistados indicam que a digitalização está entre as 3 (três) principais iniciativas estratégicas das empresas
brasileiras, com alguns pontos de análise: (1) não haveria clareza da estratégia digital; (2) não existiriam práticas
regulares para incentivar essas parcerias e (3) dificuldade em estabelecer políticas claras para a digitalização.
• Quando os entrevistados foram questionados sobre a existência de alinhamento estratégico para a digitalização,
57% dos respondentes sugerem que não esse não é um tema explícito. Complementando, os investimentos em
digitalização não têm um processo formal estabelecido e alinhado com a estratégia das empresas (38%).
• Os entrevistados sugerem um aspecto importante: buscam entender profundamente as necessidades dos clientes
para avançar com as estratégias digitais (70%). Todavia, o acompanhamento dos concorrentes para inovar de forma
mais barata e com riscos menores (20%) é seguido da busca pela fronteira do desenvolvimento tecnológico (20%).
• Ao analisar a cultura digital das empresas pesquisadas, é possível entender alguns elementos importantes:
flexibilidade para novos temas nunca antes priorizados ou discutidos (45%), troca de experiências entre áreas da
empresa (40%) e comunicação entre os diversos níveis hierárquicos (30%).
SUMÁRIO EXECUTIVO
• Constatou-se que existe abertura para novas tecnologias, sendo as mesmas aceitas e discutidas (47%). Porém, a
liberdade para novas tecnologias não é explicitamente aceita (33%), seguida de casos específicos de alguma
abertura (19%). No entanto, essa abertura pode estar associada a tecnologias de melhorias de processos, dado o
baixo investimento em digitalização.
• A maior parte dos entrevistados sugeriu que a contratação de fornecedores externos é predominante na captura de
novas ideias para o avanço da digitalização (60%). Seguido disso, o compartilhamento entre áreas de negócio (50%),
brainstorming (40%) e road mapping tecnológico são iniciativas adotadas.
• 33% dos executivos entrevistados responderam que equipes exclusivas, mas que não respondem diretamente ao
cargo mais alto das empresas, referem-se às estratégias digitais. Em seguida, não haveria equipes dedicadas (33%) e
profissionais de outras áreas com dedicação parcial (19%). Essas respostas indicam uma estrutura organizacional
ainda tradicional para a digitalização.
• As empresas pesquisadas são seguidoras (61%), logo após a lentidão da adoção de novas tecnologias (33%) e a
busca pela liderança. Ou seja, esse comportamento indica um desempenho menos focado na transformação digital
e inovação, buscando mais a manutenção do status quo atual, tanto da estratégia quanto da operação do negócio.
AMOSTRA
Uma pesquisa on-line foi realizada com 118 executivos em cargos de tomada de decisão, isto é, C-Level, diretoria e
gerência (Figura 1). Já na Figura 2, observa-se uma amostra bem diversificada em áreas de atuação, apesar da grande
concentração das atividades dos entrevistados em funções estratégicas (43%), seguido de operações (19%).
Figura 1. Perfil dos entrevistados
C-level Diretor Gerente
0.00%
5.00%
10.00%
15.00%
20.00%
25.00%
30.00%
35.00%
40.00%
45.00%
0.00%
5.00%
10.00%
15.00%
20.00%
25.00%
30.00%
35.00%
40.00%
45.00%
50.00%
Figura 2. Área de atuação
HAVERIA UMA ESTRATÉGIA DIGITAL?
A estratégia digital é considerada uma das 5 (cinco) prioridades estratégicas das empresas pesquisadas, representando
o maior percentual das respostas (65%). Houve casos de a estratégia digital estar dentro das 3 (três) maiores
prioridades das empresas (25%) e, em menor importância, a estratégia digital é a principal escolha das empresas (10%).
Dos entrevistados, não haveria clareza da estratégia digital (47%).
Figura 3. Importância relativa da estratégia digital Figura 4. Clareza da estratégia digital
É a principal
estratégia da
empresa
Está dentro das
3 maiores
prioridades da
empresa
Está dentro das
5 prioridades da
empresa
Não faz parte
das prioridades
explicitas da
empresa
0.00%
10.00%
20.00%
30.00%
40.00%
50.00%
60.00%
70.00%
Sim, com
objetivos e
metas bem
definidas
Sim, porém não
possui metas
quantitativas ou
qualitativas
bem definidas
Não, porém
existem
algumas
recomendações
em outras
estratégias
Não, não temos
qualquer tipo
de estratégia
digital
0.00%
10.00%
20.00%
30.00%
40.00%
50.00%
60.00%
PARCERIAS SÃO IMPORTANTES?
Para 57% das empresas pesquisadas, as parcerias para a digitalização são importantes. No entanto, não existiriam
práticas regulares para incentivar essas parcerias. Esse resultado advém da dificuldade de estabelecer políticas claras
para a digitalização, conforme os resultados da Figura 6, envolvendo a amplitude de iniciativas como open innovation,
cocriação e investimentos.
Figura 5. Parcerias para a digitalização Figura 6. Políticas claras para a digitalização
Sim, temos
muitas e sempre
buscamos novas
parcerias para
aumentar nosso
network
Sim, temos
algumas, mas
não temos
práticas
regulares de
incentivo a essas
parcerias
Não, porém
existem algumas
ações informais
Não, nossa
inovação é 100%
liderada
internamente e
não absorvemos
conhecimento de
outras
instituições
0.00%
10.00%
20.00%
30.00%
40.00%
50.00%
60.00%
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5.00%
10.00%
15.00%
20.00%
25.00%
30.00%
35.00%
40.00%
45.00%
50.00%
EXISTIRIA ALINHAMENTO ESTRATÉGICO?
Quando os entrevistados foram questionados sobre a existência de alinhamento estratégico para a digitalização, 57%
dos respondentes sugerem que não este não é um tema explícito. Complementando, os investimentos em digitalização
não têm um processo formal estabelecido e alinhado com a estratégia das empresas (38%).
Figura 7. Alinhamento estratégico Figura 8. Investimentos em digitalização
Sim, esse
alinhamento é
explícito e foi
feito buscando
coerência entre
outras áreas da
empresa
Sim, porém esse
alinhamento
não é tão
explícito
Não, porém a
estratégia digital
não é elaborada
de forma
completamente
isolada
Não, a
estratégia digital
não existe ou é
completamente
independente
0.00%
10.00%
20.00%
30.00%
40.00%
50.00%
60.00%
Sim, todo
investimeno é
alinhado com a
estratégia da
empresa
Sim, porém esse
alinhamento não
é seguido à risca
Não, não existe
qualquer
processo formal
de alinhamento
com a estratégia
da empresa
Não, o
alinhamento é
inexistente
0.00%
5.00%
10.00%
15.00%
20.00%
25.00%
30.00%
35.00%
40.00%
45.00%
AFINAL, ENTENDEMOS OS CLIENTES?
Os entrevistados sugerem um aspecto importante: buscam entender profundamente as necessidades dos clientes para
avançar com as estratégias digitais (70%). Todavia, o acompanhamento dos concorrentes para inovar de forma mais
barata e com riscos menores (20%) é seguido da busca pela fronteira do desenvolvimento tecnológico (20%). Seria
importante a busca pelo equilíbrio dessas iniciativas.
Figura 9. Entendimento dos clientes
Buscamos entender
profundamente as
necessidades dos clientes
Acompanhamos os nossos
concorrentes para depois
inovar de formais mais barata
e menor risco
Estamos na fronteira do
desenvolvimento tecnológico.
Criamos novas tecnologias e
depois as aplicamos para
endereçar as necessidades
dos clientes
0.00%
10.00%
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30.00%
40.00%
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70.00%
80.00%
QUAL A CULTURA DIGITAL?
Ao analisar a cultura digital das empresas pesquisadas, é possível entender alguns elementos importantes:
flexibilidade para novos temas nunca antes priorizados ou discutidos (45%), troca de experiências entre áreas da
empresa (40%) e comunicação entre os diversos níveis hierárquicos (30%). Apesar dessas iniciativas, a digitalização faz
parte dos valores da empresa (25%), mas é o menor percentual das respostas.
Figura 10. Cultura digital
Sim, essa tolerância é
discutida e
incentivada. Além
disso, ainda existe
uma política de
reconhecimento dos
funcionários
Sim, porém essa
tolerância não é
totalmente discutida e
incentivada
Não, porém temos
uma política de
reconhecimento
eficaz
Não, não possuímos
políticas de
reconhecimento,
tampouco à tolerância
a erros
0.00%
10.00%
20.00%
30.00%
40.00%
50.00%
60.00%
HAVERIA FLEXIBILIDADE?
Constatou-se que existe abertura para novas tecnologias, sendo as mesmas aceitas e discutidas (47%). Porém, a
liberdade para novas tecnologias não é explicitamente aceita (33%), seguida de casos específicos de alguma abertura
(19%). No entanto, essa abertura pode estar associada a tecnologias de melhorias de processos, dado o baixo
investimento em digitalização.
Figura 11. Flexibilidade para novas tecnologias
Sim, existe uma
abertura e novas
tecnologias são bem
aceitas e discutidas
Sim, porém a
liberdade para novas
tecnologias não é
explicitamente aceita
Não, porém existem
casos específicos de
alguma abertura
Não, a flexibilidade é
totalmente suprimida
0.00%
10.00%
20.00%
30.00%
40.00%
50.00%
60.00%
COMO CAPTURAR NOVAS IDEIAS?
A maior parte dos entrevistados sugeriu que a contratação de fornecedores externos é predominante na captura de
novas ideias para o avanço da digitalização (60%). Seguido disso, o compartilhamento entre áreas de negócio (50%),
brainstorming (40%) e road mapping tecnológico são iniciativas adotadas. De uma forma geral, as iniciativas digitais
ainda apresentam formas tradicionais de captura de ideias.
Figura 12. Captura de ideias
0.00%
10.00%
20.00%
30.00%
40.00%
50.00%
60.00%
70.00%
QUAIS ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS?
33% dos executivos entrevistados responderam que equipes exclusivas, mas que não respondem diretamente ao cargo
mais alto das empresas, referem-se às estratégias digitais. Em seguida, não haveria equipes dedicadas (33%) e
profissionais de outras áreas com dedicação parcial (19%). Essas respostas indicam uma estrutura organizacional ainda
tradicional para a digitalização.
Figura 13. Estruturas organizacionais
0.00%
5.00%
10.00%
15.00%
20.00%
25.00%
30.00%
35.00%
EMPRESA LÍDER OU SEGUIDORA?
Como ilustra a Figura 14, as empresas pesquisadas são seguidoras (61%), logo após a lentidão da adoção de novas
tecnologias (33%) e a busca pela liderança. Ou seja, esse comportamento indica um desempenho menos focado na
transformação digital e inovação, buscando mais a manutenção do status quo atual, tanto da estratégia quanto da
operação do negócio.
Figura 14. Empresa líder ou seguidora
Líder Seguidora Lenta na adoção de novas
tecnologias
0.00%
10.00%
20.00%
30.00%
40.00%
50.00%
60.00%
70.00%
POR QUE SER DIGITAL?
A Figura 15 traz uma lição. As empresas pesquisadas buscam ser digitais pelos seguintes aspectos: ganhos de
produtividade, agilidade decisória, entendimento dos clientes, retorno sobre o investimento e experimentação. Por
isto, é preciso entender como as novas tecnologias digitais podem impactar os negócios e avançar em aplicações com
resultados percebidos.
Figura 15. Por que ser digital?
0.00%
10.00%
20.00%
30.00%
40.00%
50.00%
60.00%
FINALMENTE, QUAL O ENTENDIMENTO?
A Figura 16 apresenta os pesos atribuídos quanto ao entendimento dos entrevistas a respeito das tecnologias digitais.
Na ordem, tem-se um entendimento decrescente em Big Data, Analytics, Artificial Inteligence, Cloud Computing,
Machine Learning, Data Security, Cyber Physical, Growth Hacking, Quantum Computing e Blockchain. Esse resultado
sugere um maior entendimento nas tecnologias com aplicação atual e resultados testados.
Figura 16. Entendimento digital
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
CONCLUSÃO
Os resultados da pesquisa destacam diversos aprendizados, sendo eles:
• Existência de grande concentração dos respondentes em funções estratégicas.
• Deve-se ter uma maior clareza para os avanços das novas tecnologias digitais nos negócios.
• As parcerias poderiam ser mais estimuladas para gerar negócios digitais.
• Não existe uma clareza estratégica para a adoção das novas tecnologias digitais e como avançar na
execução desse assunto.
No entanto, a principal conclusão é que os entrevistados desejam obter resultados como ganhos de
produtividade, agilidade decisória e maior entendimento dos clientes com as novas tecnologias digitais.
O ponto central da pesquisa associa-se aos próprios entrevistados. Os mesmos precisam de maior
entendimento sobre as novas tecnologias, sobre estruturas de negócio, casos de uso e resultados tangíveis.
Por isto, os avanços da digitalização e novas estruturas de gestão são um tema tão relevante, demandando
análises estruturadas e sugestões para as empresas.
CAMPUS ALOYSIO FARIA
Av. Princesa Diana, 760
Alphaville Lagoa dos Ingleses
34.018-006 – Nova Lima (MG)
CAMPUS BELO HORIZONTE
Rua Bernardo Guimarães, 3.071
Santo Agostinho
30140-083 – Belo Horizonte (MG)
CAMPUS SÃO PAULO
Av. Dr. Cardoso de Melo, 1.184
Vila Olímpia – 15º andar
04548-004 – São Paulo (SP)
CAMPUS RIO DE JANEIRO
Praia de Botafogo, 300 – 3º andar
Botafogo
22250-040 – Rio de Janeiro (RJ)
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  • 1. PANORAMA DA DIGITALIZAÇÃO NO BRASIL: Núcleo de Inovação e Empreendedorismo Aprendizados recentes | Versão 2018
  • 2. SOBRE OS AUTORES AUTORES Hugo Tadeu é Professor e Pesquisador da Fundação Dom Cabral, atuando no Núcleo de Inovação e Empreendedorismo. Professor do mestrado profissional em administração, MBA Executivo, Pós-MBA e programas para grandes organizações. Pós-Doutor em Simulação Empresarial pela Sauder School of Business – University of British Columbia – Canadá. Rodrigo Penna foi Bolsista de Iniciação Científica da Fundação Dom Cabral, atuando no Núcleo de Inovação e Empreendedorismo. Estudante de Engenharia pelo CEFET-MG. Atualmente é estagiário da MRV Engenharia.
  • 3. APRENDIZADOS RECENTES O número de empresas interessadas em compreender os avanços da digitalização, na estruturação de modelos de negócio e resultados possíveis dessas iniciativas tem crescido muito no Brasil. Logo, além da estratégia, recursos e entendimento tecnológico, a digitalização deve criar valor para os negócios e clientes. Após alguns anos e o surgimento de temas como a quarta revolução industrial e a sua influência na gestão surgiu a necessidade de profundidade das análises sobre o mundo digital. Logo, devido a esse contexto, a Fundação Dom Cabral (FDC) realizou uma pesquisa on-line com 118 executivos de empresas relevantes e organizou os dados neste documento inédito. Portanto, o objetivo deste relatório é analisar as experiências desses executivos, identificando aspectos de gestão e tecnológicos. Com os resultados, busca-se um conjunto de informações importantes para promover o debate e crescimento das empresas brasileiras. APRENDIZADOS
  • 4. SUMÁRIO EXECUTIVO • Os entrevistados indicam que a digitalização está entre as 3 (três) principais iniciativas estratégicas das empresas brasileiras, com alguns pontos de análise: (1) não haveria clareza da estratégia digital; (2) não existiriam práticas regulares para incentivar essas parcerias e (3) dificuldade em estabelecer políticas claras para a digitalização. • Quando os entrevistados foram questionados sobre a existência de alinhamento estratégico para a digitalização, 57% dos respondentes sugerem que não esse não é um tema explícito. Complementando, os investimentos em digitalização não têm um processo formal estabelecido e alinhado com a estratégia das empresas (38%). • Os entrevistados sugerem um aspecto importante: buscam entender profundamente as necessidades dos clientes para avançar com as estratégias digitais (70%). Todavia, o acompanhamento dos concorrentes para inovar de forma mais barata e com riscos menores (20%) é seguido da busca pela fronteira do desenvolvimento tecnológico (20%). • Ao analisar a cultura digital das empresas pesquisadas, é possível entender alguns elementos importantes: flexibilidade para novos temas nunca antes priorizados ou discutidos (45%), troca de experiências entre áreas da empresa (40%) e comunicação entre os diversos níveis hierárquicos (30%).
  • 5. SUMÁRIO EXECUTIVO • Constatou-se que existe abertura para novas tecnologias, sendo as mesmas aceitas e discutidas (47%). Porém, a liberdade para novas tecnologias não é explicitamente aceita (33%), seguida de casos específicos de alguma abertura (19%). No entanto, essa abertura pode estar associada a tecnologias de melhorias de processos, dado o baixo investimento em digitalização. • A maior parte dos entrevistados sugeriu que a contratação de fornecedores externos é predominante na captura de novas ideias para o avanço da digitalização (60%). Seguido disso, o compartilhamento entre áreas de negócio (50%), brainstorming (40%) e road mapping tecnológico são iniciativas adotadas. • 33% dos executivos entrevistados responderam que equipes exclusivas, mas que não respondem diretamente ao cargo mais alto das empresas, referem-se às estratégias digitais. Em seguida, não haveria equipes dedicadas (33%) e profissionais de outras áreas com dedicação parcial (19%). Essas respostas indicam uma estrutura organizacional ainda tradicional para a digitalização. • As empresas pesquisadas são seguidoras (61%), logo após a lentidão da adoção de novas tecnologias (33%) e a busca pela liderança. Ou seja, esse comportamento indica um desempenho menos focado na transformação digital e inovação, buscando mais a manutenção do status quo atual, tanto da estratégia quanto da operação do negócio.
  • 6. AMOSTRA Uma pesquisa on-line foi realizada com 118 executivos em cargos de tomada de decisão, isto é, C-Level, diretoria e gerência (Figura 1). Já na Figura 2, observa-se uma amostra bem diversificada em áreas de atuação, apesar da grande concentração das atividades dos entrevistados em funções estratégicas (43%), seguido de operações (19%). Figura 1. Perfil dos entrevistados C-level Diretor Gerente 0.00% 5.00% 10.00% 15.00% 20.00% 25.00% 30.00% 35.00% 40.00% 45.00% 0.00% 5.00% 10.00% 15.00% 20.00% 25.00% 30.00% 35.00% 40.00% 45.00% 50.00% Figura 2. Área de atuação
  • 7. HAVERIA UMA ESTRATÉGIA DIGITAL? A estratégia digital é considerada uma das 5 (cinco) prioridades estratégicas das empresas pesquisadas, representando o maior percentual das respostas (65%). Houve casos de a estratégia digital estar dentro das 3 (três) maiores prioridades das empresas (25%) e, em menor importância, a estratégia digital é a principal escolha das empresas (10%). Dos entrevistados, não haveria clareza da estratégia digital (47%). Figura 3. Importância relativa da estratégia digital Figura 4. Clareza da estratégia digital É a principal estratégia da empresa Está dentro das 3 maiores prioridades da empresa Está dentro das 5 prioridades da empresa Não faz parte das prioridades explicitas da empresa 0.00% 10.00% 20.00% 30.00% 40.00% 50.00% 60.00% 70.00% Sim, com objetivos e metas bem definidas Sim, porém não possui metas quantitativas ou qualitativas bem definidas Não, porém existem algumas recomendações em outras estratégias Não, não temos qualquer tipo de estratégia digital 0.00% 10.00% 20.00% 30.00% 40.00% 50.00% 60.00%
  • 8. PARCERIAS SÃO IMPORTANTES? Para 57% das empresas pesquisadas, as parcerias para a digitalização são importantes. No entanto, não existiriam práticas regulares para incentivar essas parcerias. Esse resultado advém da dificuldade de estabelecer políticas claras para a digitalização, conforme os resultados da Figura 6, envolvendo a amplitude de iniciativas como open innovation, cocriação e investimentos. Figura 5. Parcerias para a digitalização Figura 6. Políticas claras para a digitalização Sim, temos muitas e sempre buscamos novas parcerias para aumentar nosso network Sim, temos algumas, mas não temos práticas regulares de incentivo a essas parcerias Não, porém existem algumas ações informais Não, nossa inovação é 100% liderada internamente e não absorvemos conhecimento de outras instituições 0.00% 10.00% 20.00% 30.00% 40.00% 50.00% 60.00% 0.00% 5.00% 10.00% 15.00% 20.00% 25.00% 30.00% 35.00% 40.00% 45.00% 50.00%
  • 9. EXISTIRIA ALINHAMENTO ESTRATÉGICO? Quando os entrevistados foram questionados sobre a existência de alinhamento estratégico para a digitalização, 57% dos respondentes sugerem que não este não é um tema explícito. Complementando, os investimentos em digitalização não têm um processo formal estabelecido e alinhado com a estratégia das empresas (38%). Figura 7. Alinhamento estratégico Figura 8. Investimentos em digitalização Sim, esse alinhamento é explícito e foi feito buscando coerência entre outras áreas da empresa Sim, porém esse alinhamento não é tão explícito Não, porém a estratégia digital não é elaborada de forma completamente isolada Não, a estratégia digital não existe ou é completamente independente 0.00% 10.00% 20.00% 30.00% 40.00% 50.00% 60.00% Sim, todo investimeno é alinhado com a estratégia da empresa Sim, porém esse alinhamento não é seguido à risca Não, não existe qualquer processo formal de alinhamento com a estratégia da empresa Não, o alinhamento é inexistente 0.00% 5.00% 10.00% 15.00% 20.00% 25.00% 30.00% 35.00% 40.00% 45.00%
  • 10. AFINAL, ENTENDEMOS OS CLIENTES? Os entrevistados sugerem um aspecto importante: buscam entender profundamente as necessidades dos clientes para avançar com as estratégias digitais (70%). Todavia, o acompanhamento dos concorrentes para inovar de forma mais barata e com riscos menores (20%) é seguido da busca pela fronteira do desenvolvimento tecnológico (20%). Seria importante a busca pelo equilíbrio dessas iniciativas. Figura 9. Entendimento dos clientes Buscamos entender profundamente as necessidades dos clientes Acompanhamos os nossos concorrentes para depois inovar de formais mais barata e menor risco Estamos na fronteira do desenvolvimento tecnológico. Criamos novas tecnologias e depois as aplicamos para endereçar as necessidades dos clientes 0.00% 10.00% 20.00% 30.00% 40.00% 50.00% 60.00% 70.00% 80.00%
  • 11. QUAL A CULTURA DIGITAL? Ao analisar a cultura digital das empresas pesquisadas, é possível entender alguns elementos importantes: flexibilidade para novos temas nunca antes priorizados ou discutidos (45%), troca de experiências entre áreas da empresa (40%) e comunicação entre os diversos níveis hierárquicos (30%). Apesar dessas iniciativas, a digitalização faz parte dos valores da empresa (25%), mas é o menor percentual das respostas. Figura 10. Cultura digital Sim, essa tolerância é discutida e incentivada. Além disso, ainda existe uma política de reconhecimento dos funcionários Sim, porém essa tolerância não é totalmente discutida e incentivada Não, porém temos uma política de reconhecimento eficaz Não, não possuímos políticas de reconhecimento, tampouco à tolerância a erros 0.00% 10.00% 20.00% 30.00% 40.00% 50.00% 60.00%
  • 12. HAVERIA FLEXIBILIDADE? Constatou-se que existe abertura para novas tecnologias, sendo as mesmas aceitas e discutidas (47%). Porém, a liberdade para novas tecnologias não é explicitamente aceita (33%), seguida de casos específicos de alguma abertura (19%). No entanto, essa abertura pode estar associada a tecnologias de melhorias de processos, dado o baixo investimento em digitalização. Figura 11. Flexibilidade para novas tecnologias Sim, existe uma abertura e novas tecnologias são bem aceitas e discutidas Sim, porém a liberdade para novas tecnologias não é explicitamente aceita Não, porém existem casos específicos de alguma abertura Não, a flexibilidade é totalmente suprimida 0.00% 10.00% 20.00% 30.00% 40.00% 50.00% 60.00%
  • 13. COMO CAPTURAR NOVAS IDEIAS? A maior parte dos entrevistados sugeriu que a contratação de fornecedores externos é predominante na captura de novas ideias para o avanço da digitalização (60%). Seguido disso, o compartilhamento entre áreas de negócio (50%), brainstorming (40%) e road mapping tecnológico são iniciativas adotadas. De uma forma geral, as iniciativas digitais ainda apresentam formas tradicionais de captura de ideias. Figura 12. Captura de ideias 0.00% 10.00% 20.00% 30.00% 40.00% 50.00% 60.00% 70.00%
  • 14. QUAIS ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS? 33% dos executivos entrevistados responderam que equipes exclusivas, mas que não respondem diretamente ao cargo mais alto das empresas, referem-se às estratégias digitais. Em seguida, não haveria equipes dedicadas (33%) e profissionais de outras áreas com dedicação parcial (19%). Essas respostas indicam uma estrutura organizacional ainda tradicional para a digitalização. Figura 13. Estruturas organizacionais 0.00% 5.00% 10.00% 15.00% 20.00% 25.00% 30.00% 35.00%
  • 15. EMPRESA LÍDER OU SEGUIDORA? Como ilustra a Figura 14, as empresas pesquisadas são seguidoras (61%), logo após a lentidão da adoção de novas tecnologias (33%) e a busca pela liderança. Ou seja, esse comportamento indica um desempenho menos focado na transformação digital e inovação, buscando mais a manutenção do status quo atual, tanto da estratégia quanto da operação do negócio. Figura 14. Empresa líder ou seguidora Líder Seguidora Lenta na adoção de novas tecnologias 0.00% 10.00% 20.00% 30.00% 40.00% 50.00% 60.00% 70.00%
  • 16. POR QUE SER DIGITAL? A Figura 15 traz uma lição. As empresas pesquisadas buscam ser digitais pelos seguintes aspectos: ganhos de produtividade, agilidade decisória, entendimento dos clientes, retorno sobre o investimento e experimentação. Por isto, é preciso entender como as novas tecnologias digitais podem impactar os negócios e avançar em aplicações com resultados percebidos. Figura 15. Por que ser digital? 0.00% 10.00% 20.00% 30.00% 40.00% 50.00% 60.00%
  • 17. FINALMENTE, QUAL O ENTENDIMENTO? A Figura 16 apresenta os pesos atribuídos quanto ao entendimento dos entrevistas a respeito das tecnologias digitais. Na ordem, tem-se um entendimento decrescente em Big Data, Analytics, Artificial Inteligence, Cloud Computing, Machine Learning, Data Security, Cyber Physical, Growth Hacking, Quantum Computing e Blockchain. Esse resultado sugere um maior entendimento nas tecnologias com aplicação atual e resultados testados. Figura 16. Entendimento digital 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
  • 18. CONCLUSÃO Os resultados da pesquisa destacam diversos aprendizados, sendo eles: • Existência de grande concentração dos respondentes em funções estratégicas. • Deve-se ter uma maior clareza para os avanços das novas tecnologias digitais nos negócios. • As parcerias poderiam ser mais estimuladas para gerar negócios digitais. • Não existe uma clareza estratégica para a adoção das novas tecnologias digitais e como avançar na execução desse assunto. No entanto, a principal conclusão é que os entrevistados desejam obter resultados como ganhos de produtividade, agilidade decisória e maior entendimento dos clientes com as novas tecnologias digitais. O ponto central da pesquisa associa-se aos próprios entrevistados. Os mesmos precisam de maior entendimento sobre as novas tecnologias, sobre estruturas de negócio, casos de uso e resultados tangíveis. Por isto, os avanços da digitalização e novas estruturas de gestão são um tema tão relevante, demandando análises estruturadas e sugestões para as empresas.
  • 19. CAMPUS ALOYSIO FARIA Av. Princesa Diana, 760 Alphaville Lagoa dos Ingleses 34.018-006 – Nova Lima (MG) CAMPUS BELO HORIZONTE Rua Bernardo Guimarães, 3.071 Santo Agostinho 30140-083 – Belo Horizonte (MG) CAMPUS SÃO PAULO Av. Dr. Cardoso de Melo, 1.184 Vila Olímpia – 15º andar 04548-004 – São Paulo (SP) CAMPUS RIO DE JANEIRO Praia de Botafogo, 300 – 3º andar Botafogo 22250-040 – Rio de Janeiro (RJ) ASSOCIADOS REGIONAIS A FDC trabalha em parceria com associados regionais em todo o Brasil. Consulte o associado mais próximo à sua região.