SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 34
Baixar para ler offline
UMA HISTÓRIA,
DOIS MATIZES CONTRADITÓRIOS
TRATADO DE NÃO-PROLIFERAÇÃO
50 ANOS
DESCONSTRUINDO UM MITO
• É fisicamente IMPOSSÍVEL uma usina nuclear dar origem a uma explosão
nuclear similar a de uma arma nuclear
• Chernobyl e Fukushima: deflagrações químicas
DESCONSTRUINDO UM MITO
• Os maiores e imediatos efeitos da explosão das armas nucleares são
“convencionais”, ou seja, não estão associados à radiação nuclear
ARMAS ESTRATÉGICAS, TÁTICAS OU DE TEATRO
• estratégicas são utilizadas para fins estratégicos - Ameaçar infra-
estrutura industrial de um oponente, com objetivo de destruir sua estrutura
de comando e infraestrutura política, econômica e social
• são projetadas para atingir alvos cuja destruição anule a capacidade do
oponente conduzir a guerra
• táticas são para uso no campo de batalha - são projetadas para ameaçar
alvos estritamente de valor militar imediato.
• de teatro são intermediárias - destinadas a ameaçar alvos militares
localizados na retaguarda do campo de batalha, mas que não produzem
efeitos significativos sobre a infraestrutura do inimigo.
• Qual o alvo e a que distância ele está
PAÍSES QUE POSSUEM OU JÁ POSSUÍRAM
ARMAS DA OTAN EM
MEMBROS DO TNP
“NÃO NUCLEARES”
Os EUA estariam violando o TNP ao manter e modernizar
armas nucleares táticas em cinco membros da OTAN:
Alemanha, Bélgica, Itália, Turquia e Holanda.
TRATADO DE NÃO PROLIFERAÇÃO NUCLEAR (1968)
• Não proliferação “horizontal”: Salvaguardas internacionais IAEA
• Não proliferação “vertical”: Tratados bilaterais de desarmamento
• Ambiguidades, deficiências e assimetrias
• ambíguo na medida em que promove o "desarmamento dos desarmados" e
pouco ou nada estabelece para o efetivo "desarmamento dos armados".
• deficiente na medida que não impediu que alguns países além daqueles cinco
que detinham armas nucleares em 1968 (EUA, Rússia, França Grã-Bretanha e
China) as obtivessem (Índia, Paquistão, Israel, Coréia do Norte e África do Sul,
este último tendo abdicado de sua posse quando do fim do regime do
"apartheid").
• assimétrico, na medida em que divide os países em duas classes distintas:
aqueles que tem o "direito" de possuírem armas nucleares e aqueles que não tem
esse "direito" ("haves and not haves")
REGIME DE SALVAGUARDAS INTERNACIONAIS
• Salvaguardas abrangentes
• INFCIRC/153 + INFCIRC/540 (Protocolo Adicional)
• INFCIRC/435 (Brasil, Argentina, ABACC, IAEA)
• Nenhum aderente ao TNP “proliferou”
• Índia, Paquistão e Israel nunca aderiram
• África do Sul “proliferou” antes de aderir
• Coréia do Norte se retirou para “proliferar”
• Agreed Framework between the United States of America and the
Democratic People's Republic of Korea, 1994
• Irã: Joint Comprehensive Plan of Action (JCPOA)
• P5+1: China, França, Russia, Reino Unido, EUA + Alemanha e UE
• aplicação do Regime + restrições quantitativas (centrífugas e urânio)
TRATADOS DE DESARMAMENTO
• EUA x URSS (Rússia)
• SALT, SORT, START I e II, New START, INF, ABM, ...
• http://www.nti.org/treaties-and-regimes/treaties/
• Reduções quantitativas
• Sem restrições qualitativas
• Modernização de arsenais em curso
MUTUAL ASSURED DESTRUCTION (MAD)
• é uma doutrina de estratégia militar onde o uso maciço
de armas nucleares por um dos lados iria efetivamente
resultar na destruição de ambos, atacante e defensor
• É baseada na teoria da intimidação, através da qual o
desenvolvimento de armas cada vez mais poderosas é
essencial para impedir que o inimigo use as mesmas armas.
• A estratégia é efetivamente uma forma do Equilíbrio de
Nash, onde ambos os lados estão tentando evitar a pior das
consequências — a aniquilação nuclear.
MUTUAL ASSURED DESTRUCTION (MAD)
• A doutrina assume que cada lado tem armamento suficiente para
destruir o outro lado e que retaliaria com uma força igual ou maior
no caso de ataque.
• O resultado esperado é uma escalada imediata resultando na total destruição de
ambos os combatentes.
• Assume-se que as consequências de uma guerra nuclear de larga escala traria a
devastação do planeta, embora esta não seja uma premissa crítica dessa doutrina.
• A doutrina ainda assume que nenhum dos lados se atreveria a
lançar o primeiro ataque porque o outro lado lançaria mão de
defesa preventiva com suas forças, resultando na destruição de
ambas as partes.
• O custo desta doutrina é uma paz estável, mas bastante tensa.
TRATADOS DE DESARMAMENTO
MODERNIZAÇÃO DOS ARSENAIS EM CURSO
PRECISÃO E VELOCIDADE
DOS MÍSSEIS
• Fazer um míssil duas vezes mais
preciso tem o mesmo efeito que fazer
uma ogiva oito vezes mais potente
• Se esse míssil for hipersônico, o
oponente também não teria tempo
de responder
• Mísseis hipersônicos de grande precisão
aumenta a probabilidade de sucesso de
uma potência nuclear destruir totalmente
o arsenal de outra sem que essa tenha
como responder a tal ataque de surpresa
• Isso comprometeria a estratégia MAD e a doutrina de não primeiro uso,
amplificando a ameaça de uma guerra nuclear
quatro tipos de armas
nucleares táticas
lançadas por
aeronave
Four Big Need To Know:
Takeaways From US Nuclear
Posture Review
revised strategies, new weapons and
threats, and a worrying potential for
more "usable" nukes.
New, low-yield nuclear weapons
Tailored deterrence
Modernizing the Triad
Russia's Status-6 is a threat
“Additionally, in the near-term, the
United States will modify a small
number of existing SLBM warheads to
provide a low-yield option, and in the
longer term, pursue a modern nuclear-
armed sea-launched cruise missile
(SLCM).
Unlike DCA, a low-yield SLBM
warhead and SLCM will not require or
rely on host nation support to provide
deterrent effect. They will provide
additional diversity in platforms, range,
and survivability, and a valuable hedge
against future nuclear ‘break out’
scenarios”. (NPR 2018, Executive Summary, pg 8)
Problema de discriminação:
mistura de cabeças de combate
nuclear e convencional no mesmo
míssil e sistema de armas
Alguns Tridents com uma única ogiva
de baixo yield e outros com oito ogivas
MIRV: como o adversário saberá o que
estaria a caminho?
Se o adversário detecta, mesmo que
seja um único lançamento de míssil,
não tem escolha senão reagir como se
o adversário tivesse decidido escalar
para o nível nuclear estratégico.
Problema de discriminação:
mistura de armas nucleares
estratégicas e táticas no mesmo míssil
e sistema de armas existentes na
mesma plataforma
SLCM preenche um gap estratégico:
as armas nucleares de baixo yield atualmente
operacionais são lançadas por aeronaves que
necessitam de bases aéreas em países aliados
e são mais vulneráveis.
Opção menos arriscada:
mísseis de cruzeiro têm diferentes perfis de
voo e apenas carregam uma única ogiva
nuclear.
Putin threatens US arms race with new missiles declaration
President says Russia has new line of nuclear-capable weapons that
can breach US defences (The Guardian, 01/03/2018)
A nuclear-powered cruise missile with unlimited range
Nuclear-armed Hypersonic boost glide vehicles
A more capable heavy ICBM
A nuclear-armed underwater drone
Hypersonic cruise missiles and lasers
ARMAS NUCLEARES TÁTICAS
(PAQUISTÃO)
• Usadas no campo de batalha para compensar a superioridade
convencional da Índia
• Afinal, a OTAN até hoje possui armas nucleares táticas na Europa
e Turquia por essa motivação (também o caso de Israel)
• Armas táticas tem que ser mantidas em estado de prontidão para
emprego em curto prazo.
• na linha de frente, os comandantes no campo de batalha teriam
que ter autoridade para empregá-las - perigo de uso indevido
• Armas táticas seriam mais suscetíveis a roubos por qualquer um
dos inúmeros grupos terroristas
MIRVS ASIÁTICOS
http://www.jornal.ceiri.com.br/ninguem-esta-falando-da-mais-perigosa-ameaca-nuclear-de-hoje-
desenvolvimento-de-misseis-mirv-pela-china-e-india/
MODERNIZAÇÃO
MILITAR DA CHINA
China's Jin-class submarine
O TRATADO DE PROIBIÇÃO
DAS ARMAS NUCLEARES
HTTP://WWW.DEFESANET.COM.BR/NUCLEAR/NOT
ICIA/26354/LEONAM----ONU-APROVA-TRATADO-
DE-PROIBICAO-DE-ARMAS-NUCLEARES/
• Com o TPAN, as armas nucleares passam a ser "criminalizadas" de forma
equivalente às armas químicas e biológicas, abolidas por tratados específicos, dos
quais os países que atualmente possuem armas nucleares são signatários.
• Mas não podemos ser ingênuos: os instrumentos de pressão que dispõe os países
signatários do TPAN sobre os estados dotados de armas nucleares é limitado
• em especial quando se considera que esses países são aqueles de maior
poder político, militar e econômico do mundo, e que ainda controlam o
Conselho de Segurança da ONU.
• O TPAN sem dúvida é um significativo avanço
• Mas não oferece nenhum mecanismo concebível para garantir que uma
guerra iminente ou em curso permanecesse não nuclear.
• Na verdade, imediatamente após o início das hostilidades, se não mesmo no
período de preparação para a guerra em si, todas as potências nucleares
anteriores fariam uma rápida corrida armamentista para reconstruir suas
forças nucleares no mais curto espaço de tempo.
• Não haveria destruição mutuamente assegurada MAD em tal ambiente,
prevalecendo a síndrome “use them or lose them”
O TRATADO DE PROIBIÇÃO
DAS ARMAS NUCLEARES
HTTP://WWW.DEFESANET.COM.BR/NUCLEAR/NOT
ICIA/26354/LEONAM----ONU-APROVA-TRATADO-
DE-PROIBICAO-DE-ARMAS-NUCLEARES/
Nenhum estado membro do TNP proliferou
TNP não previne as maiores ameaças nucleares atuais
Perigoso recuo na diplomacia do desarmamento
TRATADO DE NÃO-PROLIFERAÇÃO:
50 ANOS

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

Crise de 1929
Crise de 1929Crise de 1929
Crise de 1929
 
3º ano - Revolução Russa 1917
3º ano - Revolução Russa 19173º ano - Revolução Russa 1917
3º ano - Revolução Russa 1917
 
Corrida armamentista completo
Corrida armamentista completoCorrida armamentista completo
Corrida armamentista completo
 
Corrida armamentista completo
Corrida armamentista completoCorrida armamentista completo
Corrida armamentista completo
 
Ditaduras na america latina
Ditaduras na america latinaDitaduras na america latina
Ditaduras na america latina
 
Guerra fria
Guerra friaGuerra fria
Guerra fria
 
Primeira Guerra Mundial
Primeira Guerra MundialPrimeira Guerra Mundial
Primeira Guerra Mundial
 
26. conflitos no oriente médio
26. conflitos no oriente médio26. conflitos no oriente médio
26. conflitos no oriente médio
 
Guerra fria
Guerra friaGuerra fria
Guerra fria
 
Conflito Entre Israel E Palestina
Conflito Entre Israel E PalestinaConflito Entre Israel E Palestina
Conflito Entre Israel E Palestina
 
Questão Palestina
Questão PalestinaQuestão Palestina
Questão Palestina
 
A 2ª Guerra Mundial
A 2ª Guerra MundialA 2ª Guerra Mundial
A 2ª Guerra Mundial
 
Guerra Do Vietna
Guerra Do VietnaGuerra Do Vietna
Guerra Do Vietna
 
Guerra do Vietnã
Guerra do VietnãGuerra do Vietnã
Guerra do Vietnã
 
Fases Da 2ª Guerra Mundial
Fases Da 2ª Guerra MundialFases Da 2ª Guerra Mundial
Fases Da 2ª Guerra Mundial
 
Slide aula da segunda guerra mundial
Slide aula da segunda guerra mundialSlide aula da segunda guerra mundial
Slide aula da segunda guerra mundial
 
Guerra Fria
Guerra FriaGuerra Fria
Guerra Fria
 
Guerra do Vietnã
Guerra do VietnãGuerra do Vietnã
Guerra do Vietnã
 
O apartheid
O apartheidO apartheid
O apartheid
 
Guerra da coreia
Guerra da coreiaGuerra da coreia
Guerra da coreia
 

Mais de Fundação Fernando Henrique Cardoso

O desafio de revitalizar a democracia enquanto ainda é tempo, com Larry Diamo...
O desafio de revitalizar a democracia enquanto ainda é tempo, com Larry Diamo...O desafio de revitalizar a democracia enquanto ainda é tempo, com Larry Diamo...
O desafio de revitalizar a democracia enquanto ainda é tempo, com Larry Diamo...Fundação Fernando Henrique Cardoso
 
Crescimento sustentado pós-pandemia: os desafios da recuperação verde - Joaqu...
Crescimento sustentado pós-pandemia: os desafios da recuperação verde - Joaqu...Crescimento sustentado pós-pandemia: os desafios da recuperação verde - Joaqu...
Crescimento sustentado pós-pandemia: os desafios da recuperação verde - Joaqu...Fundação Fernando Henrique Cardoso
 
Desafios para a Educação Pública Agora e Depois da Covid - 19: diagnóstico e ...
Desafios para a Educação Pública Agora e Depois da Covid - 19: diagnóstico e ...Desafios para a Educação Pública Agora e Depois da Covid - 19: diagnóstico e ...
Desafios para a Educação Pública Agora e Depois da Covid - 19: diagnóstico e ...Fundação Fernando Henrique Cardoso
 
China and the New Coronavirus: challenges of an interconnected world -
China and the New Coronavirus: challenges of an interconnected world - China and the New Coronavirus: challenges of an interconnected world -
China and the New Coronavirus: challenges of an interconnected world - Fundação Fernando Henrique Cardoso
 
Como os sistemas de saúde do mundo estão respondendo ao coronavírus - André M...
Como os sistemas de saúde do mundo estão respondendo ao coronavírus - André M...Como os sistemas de saúde do mundo estão respondendo ao coronavírus - André M...
Como os sistemas de saúde do mundo estão respondendo ao coronavírus - André M...Fundação Fernando Henrique Cardoso
 
O impacto da revolução digital no sistema financeiro - Murilo Portugal
O impacto da revolução digital no sistema financeiro - Murilo PortugalO impacto da revolução digital no sistema financeiro - Murilo Portugal
O impacto da revolução digital no sistema financeiro - Murilo PortugalFundação Fernando Henrique Cardoso
 
Vida Marinha e Desenvolvimento: o que aprendemos com as manchas de óleo nas p...
Vida Marinha e Desenvolvimento: o que aprendemos com as manchas de óleo nas p...Vida Marinha e Desenvolvimento: o que aprendemos com as manchas de óleo nas p...
Vida Marinha e Desenvolvimento: o que aprendemos com as manchas de óleo nas p...Fundação Fernando Henrique Cardoso
 
Vida Marinha e Desenvolvimento: o que aprendemos com as manchas de óleo nas p...
Vida Marinha e Desenvolvimento: o que aprendemos com as manchas de óleo nas p...Vida Marinha e Desenvolvimento: o que aprendemos com as manchas de óleo nas p...
Vida Marinha e Desenvolvimento: o que aprendemos com as manchas de óleo nas p...Fundação Fernando Henrique Cardoso
 
Perspectivas do Investimento Estrangeiro no Brasil, com Renato Baumann, da Se...
Perspectivas do Investimento Estrangeiro no Brasil, com Renato Baumann, da Se...Perspectivas do Investimento Estrangeiro no Brasil, com Renato Baumann, da Se...
Perspectivas do Investimento Estrangeiro no Brasil, com Renato Baumann, da Se...Fundação Fernando Henrique Cardoso
 
Democracias sob Tensão: uma pesquisa sobre o estado da democracia em 42 paíse...
Democracias sob Tensão: uma pesquisa sobre o estado da democracia em 42 paíse...Democracias sob Tensão: uma pesquisa sobre o estado da democracia em 42 paíse...
Democracias sob Tensão: uma pesquisa sobre o estado da democracia em 42 paíse...Fundação Fernando Henrique Cardoso
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Wilson Ferreira
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Wilson FerreiraDesafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Wilson Ferreira
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Wilson FerreiraFundação Fernando Henrique Cardoso
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Newton José ...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Newton José ...Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Newton José ...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Newton José ...Fundação Fernando Henrique Cardoso
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Luis Henriqu...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Luis Henriqu...Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Luis Henriqu...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Luis Henriqu...Fundação Fernando Henrique Cardoso
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Jerson Kelman
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil  - Jerson KelmanDesafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil  - Jerson Kelman
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Jerson KelmanFundação Fernando Henrique Cardoso
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Giovani Mach...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Giovani Mach...Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Giovani Mach...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Giovani Mach...Fundação Fernando Henrique Cardoso
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Giovani Mach...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Giovani Mach...Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Giovani Mach...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Giovani Mach...Fundação Fernando Henrique Cardoso
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Flávio Antôn...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Flávio Antôn...Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Flávio Antôn...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Flávio Antôn...Fundação Fernando Henrique Cardoso
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Filipe Domin...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Filipe Domin...Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Filipe Domin...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Filipe Domin...Fundação Fernando Henrique Cardoso
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Elbia Silva ...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Elbia Silva ...Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Elbia Silva ...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Elbia Silva ...Fundação Fernando Henrique Cardoso
 

Mais de Fundação Fernando Henrique Cardoso (20)

O desafio de revitalizar a democracia enquanto ainda é tempo, com Larry Diamo...
O desafio de revitalizar a democracia enquanto ainda é tempo, com Larry Diamo...O desafio de revitalizar a democracia enquanto ainda é tempo, com Larry Diamo...
O desafio de revitalizar a democracia enquanto ainda é tempo, com Larry Diamo...
 
Crescimento sustentado pós-pandemia: os desafios da recuperação verde - Joaqu...
Crescimento sustentado pós-pandemia: os desafios da recuperação verde - Joaqu...Crescimento sustentado pós-pandemia: os desafios da recuperação verde - Joaqu...
Crescimento sustentado pós-pandemia: os desafios da recuperação verde - Joaqu...
 
Desafios para a Educação Pública Agora e Depois da Covid - 19: diagnóstico e ...
Desafios para a Educação Pública Agora e Depois da Covid - 19: diagnóstico e ...Desafios para a Educação Pública Agora e Depois da Covid - 19: diagnóstico e ...
Desafios para a Educação Pública Agora e Depois da Covid - 19: diagnóstico e ...
 
China and the New Coronavirus: challenges of an interconnected world -
China and the New Coronavirus: challenges of an interconnected world - China and the New Coronavirus: challenges of an interconnected world -
China and the New Coronavirus: challenges of an interconnected world -
 
Como os sistemas de saúde do mundo estão respondendo ao coronavírus - André M...
Como os sistemas de saúde do mundo estão respondendo ao coronavírus - André M...Como os sistemas de saúde do mundo estão respondendo ao coronavírus - André M...
Como os sistemas de saúde do mundo estão respondendo ao coronavírus - André M...
 
O impacto da revolução digital no sistema financeiro - Murilo Portugal
O impacto da revolução digital no sistema financeiro - Murilo PortugalO impacto da revolução digital no sistema financeiro - Murilo Portugal
O impacto da revolução digital no sistema financeiro - Murilo Portugal
 
Vida Marinha e Desenvolvimento: o que aprendemos com as manchas de óleo nas p...
Vida Marinha e Desenvolvimento: o que aprendemos com as manchas de óleo nas p...Vida Marinha e Desenvolvimento: o que aprendemos com as manchas de óleo nas p...
Vida Marinha e Desenvolvimento: o que aprendemos com as manchas de óleo nas p...
 
Vida Marinha e Desenvolvimento: o que aprendemos com as manchas de óleo nas p...
Vida Marinha e Desenvolvimento: o que aprendemos com as manchas de óleo nas p...Vida Marinha e Desenvolvimento: o que aprendemos com as manchas de óleo nas p...
Vida Marinha e Desenvolvimento: o que aprendemos com as manchas de óleo nas p...
 
As reformas e a agenda parlamentar em 2020 - Marcos Mendes
As reformas e a agenda parlamentar em 2020 - Marcos MendesAs reformas e a agenda parlamentar em 2020 - Marcos Mendes
As reformas e a agenda parlamentar em 2020 - Marcos Mendes
 
Perspectivas do Investimento Estrangeiro no Brasil, com Renato Baumann, da Se...
Perspectivas do Investimento Estrangeiro no Brasil, com Renato Baumann, da Se...Perspectivas do Investimento Estrangeiro no Brasil, com Renato Baumann, da Se...
Perspectivas do Investimento Estrangeiro no Brasil, com Renato Baumann, da Se...
 
Democracias sob Tensão: uma pesquisa sobre o estado da democracia em 42 paíse...
Democracias sob Tensão: uma pesquisa sobre o estado da democracia em 42 paíse...Democracias sob Tensão: uma pesquisa sobre o estado da democracia em 42 paíse...
Democracias sob Tensão: uma pesquisa sobre o estado da democracia em 42 paíse...
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Wilson Ferreira
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Wilson FerreiraDesafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Wilson Ferreira
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Wilson Ferreira
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Newton José ...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Newton José ...Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Newton José ...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Newton José ...
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Luis Henriqu...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Luis Henriqu...Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Luis Henriqu...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Luis Henriqu...
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Jerson Kelman
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil  - Jerson KelmanDesafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil  - Jerson Kelman
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Jerson Kelman
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Giovani Mach...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Giovani Mach...Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Giovani Mach...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Giovani Mach...
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Giovani Mach...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Giovani Mach...Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Giovani Mach...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Giovani Mach...
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Flávio Antôn...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Flávio Antôn...Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Flávio Antôn...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Flávio Antôn...
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Filipe Domin...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Filipe Domin...Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Filipe Domin...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Filipe Domin...
 
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Elbia Silva ...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Elbia Silva ...Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Elbia Silva ...
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Elbia Silva ...
 

50 anos do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares - Leonam Guimarães

  • 1. UMA HISTÓRIA, DOIS MATIZES CONTRADITÓRIOS TRATADO DE NÃO-PROLIFERAÇÃO 50 ANOS
  • 2. DESCONSTRUINDO UM MITO • É fisicamente IMPOSSÍVEL uma usina nuclear dar origem a uma explosão nuclear similar a de uma arma nuclear • Chernobyl e Fukushima: deflagrações químicas
  • 3. DESCONSTRUINDO UM MITO • Os maiores e imediatos efeitos da explosão das armas nucleares são “convencionais”, ou seja, não estão associados à radiação nuclear
  • 4.
  • 5. ARMAS ESTRATÉGICAS, TÁTICAS OU DE TEATRO • estratégicas são utilizadas para fins estratégicos - Ameaçar infra- estrutura industrial de um oponente, com objetivo de destruir sua estrutura de comando e infraestrutura política, econômica e social • são projetadas para atingir alvos cuja destruição anule a capacidade do oponente conduzir a guerra • táticas são para uso no campo de batalha - são projetadas para ameaçar alvos estritamente de valor militar imediato. • de teatro são intermediárias - destinadas a ameaçar alvos militares localizados na retaguarda do campo de batalha, mas que não produzem efeitos significativos sobre a infraestrutura do inimigo. • Qual o alvo e a que distância ele está
  • 6.
  • 7. PAÍSES QUE POSSUEM OU JÁ POSSUÍRAM
  • 8. ARMAS DA OTAN EM MEMBROS DO TNP “NÃO NUCLEARES” Os EUA estariam violando o TNP ao manter e modernizar armas nucleares táticas em cinco membros da OTAN: Alemanha, Bélgica, Itália, Turquia e Holanda.
  • 9. TRATADO DE NÃO PROLIFERAÇÃO NUCLEAR (1968) • Não proliferação “horizontal”: Salvaguardas internacionais IAEA • Não proliferação “vertical”: Tratados bilaterais de desarmamento • Ambiguidades, deficiências e assimetrias • ambíguo na medida em que promove o "desarmamento dos desarmados" e pouco ou nada estabelece para o efetivo "desarmamento dos armados". • deficiente na medida que não impediu que alguns países além daqueles cinco que detinham armas nucleares em 1968 (EUA, Rússia, França Grã-Bretanha e China) as obtivessem (Índia, Paquistão, Israel, Coréia do Norte e África do Sul, este último tendo abdicado de sua posse quando do fim do regime do "apartheid"). • assimétrico, na medida em que divide os países em duas classes distintas: aqueles que tem o "direito" de possuírem armas nucleares e aqueles que não tem esse "direito" ("haves and not haves")
  • 10. REGIME DE SALVAGUARDAS INTERNACIONAIS • Salvaguardas abrangentes • INFCIRC/153 + INFCIRC/540 (Protocolo Adicional) • INFCIRC/435 (Brasil, Argentina, ABACC, IAEA) • Nenhum aderente ao TNP “proliferou” • Índia, Paquistão e Israel nunca aderiram • África do Sul “proliferou” antes de aderir • Coréia do Norte se retirou para “proliferar” • Agreed Framework between the United States of America and the Democratic People's Republic of Korea, 1994 • Irã: Joint Comprehensive Plan of Action (JCPOA) • P5+1: China, França, Russia, Reino Unido, EUA + Alemanha e UE • aplicação do Regime + restrições quantitativas (centrífugas e urânio)
  • 11. TRATADOS DE DESARMAMENTO • EUA x URSS (Rússia) • SALT, SORT, START I e II, New START, INF, ABM, ... • http://www.nti.org/treaties-and-regimes/treaties/ • Reduções quantitativas • Sem restrições qualitativas • Modernização de arsenais em curso
  • 12. MUTUAL ASSURED DESTRUCTION (MAD) • é uma doutrina de estratégia militar onde o uso maciço de armas nucleares por um dos lados iria efetivamente resultar na destruição de ambos, atacante e defensor • É baseada na teoria da intimidação, através da qual o desenvolvimento de armas cada vez mais poderosas é essencial para impedir que o inimigo use as mesmas armas. • A estratégia é efetivamente uma forma do Equilíbrio de Nash, onde ambos os lados estão tentando evitar a pior das consequências — a aniquilação nuclear.
  • 13. MUTUAL ASSURED DESTRUCTION (MAD) • A doutrina assume que cada lado tem armamento suficiente para destruir o outro lado e que retaliaria com uma força igual ou maior no caso de ataque. • O resultado esperado é uma escalada imediata resultando na total destruição de ambos os combatentes. • Assume-se que as consequências de uma guerra nuclear de larga escala traria a devastação do planeta, embora esta não seja uma premissa crítica dessa doutrina. • A doutrina ainda assume que nenhum dos lados se atreveria a lançar o primeiro ataque porque o outro lado lançaria mão de defesa preventiva com suas forças, resultando na destruição de ambas as partes. • O custo desta doutrina é uma paz estável, mas bastante tensa.
  • 16. PRECISÃO E VELOCIDADE DOS MÍSSEIS • Fazer um míssil duas vezes mais preciso tem o mesmo efeito que fazer uma ogiva oito vezes mais potente • Se esse míssil for hipersônico, o oponente também não teria tempo de responder • Mísseis hipersônicos de grande precisão aumenta a probabilidade de sucesso de uma potência nuclear destruir totalmente o arsenal de outra sem que essa tenha como responder a tal ataque de surpresa • Isso comprometeria a estratégia MAD e a doutrina de não primeiro uso, amplificando a ameaça de uma guerra nuclear
  • 17.
  • 18.
  • 19. quatro tipos de armas nucleares táticas lançadas por aeronave
  • 20. Four Big Need To Know: Takeaways From US Nuclear Posture Review revised strategies, new weapons and threats, and a worrying potential for more "usable" nukes. New, low-yield nuclear weapons Tailored deterrence Modernizing the Triad Russia's Status-6 is a threat
  • 21. “Additionally, in the near-term, the United States will modify a small number of existing SLBM warheads to provide a low-yield option, and in the longer term, pursue a modern nuclear- armed sea-launched cruise missile (SLCM). Unlike DCA, a low-yield SLBM warhead and SLCM will not require or rely on host nation support to provide deterrent effect. They will provide additional diversity in platforms, range, and survivability, and a valuable hedge against future nuclear ‘break out’ scenarios”. (NPR 2018, Executive Summary, pg 8)
  • 22. Problema de discriminação: mistura de cabeças de combate nuclear e convencional no mesmo míssil e sistema de armas Alguns Tridents com uma única ogiva de baixo yield e outros com oito ogivas MIRV: como o adversário saberá o que estaria a caminho? Se o adversário detecta, mesmo que seja um único lançamento de míssil, não tem escolha senão reagir como se o adversário tivesse decidido escalar para o nível nuclear estratégico.
  • 23. Problema de discriminação: mistura de armas nucleares estratégicas e táticas no mesmo míssil e sistema de armas existentes na mesma plataforma SLCM preenche um gap estratégico: as armas nucleares de baixo yield atualmente operacionais são lançadas por aeronaves que necessitam de bases aéreas em países aliados e são mais vulneráveis. Opção menos arriscada: mísseis de cruzeiro têm diferentes perfis de voo e apenas carregam uma única ogiva nuclear.
  • 24. Putin threatens US arms race with new missiles declaration President says Russia has new line of nuclear-capable weapons that can breach US defences (The Guardian, 01/03/2018) A nuclear-powered cruise missile with unlimited range Nuclear-armed Hypersonic boost glide vehicles A more capable heavy ICBM A nuclear-armed underwater drone Hypersonic cruise missiles and lasers
  • 25.
  • 26.
  • 27.
  • 28. ARMAS NUCLEARES TÁTICAS (PAQUISTÃO) • Usadas no campo de batalha para compensar a superioridade convencional da Índia • Afinal, a OTAN até hoje possui armas nucleares táticas na Europa e Turquia por essa motivação (também o caso de Israel) • Armas táticas tem que ser mantidas em estado de prontidão para emprego em curto prazo. • na linha de frente, os comandantes no campo de batalha teriam que ter autoridade para empregá-las - perigo de uso indevido • Armas táticas seriam mais suscetíveis a roubos por qualquer um dos inúmeros grupos terroristas
  • 31.
  • 32. O TRATADO DE PROIBIÇÃO DAS ARMAS NUCLEARES HTTP://WWW.DEFESANET.COM.BR/NUCLEAR/NOT ICIA/26354/LEONAM----ONU-APROVA-TRATADO- DE-PROIBICAO-DE-ARMAS-NUCLEARES/ • Com o TPAN, as armas nucleares passam a ser "criminalizadas" de forma equivalente às armas químicas e biológicas, abolidas por tratados específicos, dos quais os países que atualmente possuem armas nucleares são signatários. • Mas não podemos ser ingênuos: os instrumentos de pressão que dispõe os países signatários do TPAN sobre os estados dotados de armas nucleares é limitado • em especial quando se considera que esses países são aqueles de maior poder político, militar e econômico do mundo, e que ainda controlam o Conselho de Segurança da ONU.
  • 33. • O TPAN sem dúvida é um significativo avanço • Mas não oferece nenhum mecanismo concebível para garantir que uma guerra iminente ou em curso permanecesse não nuclear. • Na verdade, imediatamente após o início das hostilidades, se não mesmo no período de preparação para a guerra em si, todas as potências nucleares anteriores fariam uma rápida corrida armamentista para reconstruir suas forças nucleares no mais curto espaço de tempo. • Não haveria destruição mutuamente assegurada MAD em tal ambiente, prevalecendo a síndrome “use them or lose them” O TRATADO DE PROIBIÇÃO DAS ARMAS NUCLEARES HTTP://WWW.DEFESANET.COM.BR/NUCLEAR/NOT ICIA/26354/LEONAM----ONU-APROVA-TRATADO- DE-PROIBICAO-DE-ARMAS-NUCLEARES/
  • 34. Nenhum estado membro do TNP proliferou TNP não previne as maiores ameaças nucleares atuais Perigoso recuo na diplomacia do desarmamento TRATADO DE NÃO-PROLIFERAÇÃO: 50 ANOS