As deformações nas rochas ocorrem devido a forças de tensão e podem resultar em dobras ou falhas. Dobras formam-se quando as rochas apresentam comportamento dúctil sob tensão compressiva, arqueando as camadas rochosas. Falhas resultam quando as rochas se comportam de forma frágil, fraturando sob qualquer tipo de tensão. Ambos os tipos de deformação refletem a dinâmica interna da Terra.
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Resumo – Deformações – Dobras e Falhas 11.º ano
A Terra é um planeta dotado de grande dinamismo. Uma das formas que a Terra tem de mostrar
esse dinamismo é através da ocorrência de processos contínuos, muito lentos e graduais, que
provocam modificações nas formações rochosas – as deformações.
As deformações:
– são alterações que se devem a forças de tensão exercidas sobre as rochas, provocadas pela
mobilidade da litosfera e pelo peso de camadas suprajacentes;
Nota: Define-se tensão como sendo uma força exercida por unidade de área. Esta força leva a
modificações nas condições de pressão e temperatura, que passam a ser diferentes daquelas em
que a rocha se formou.
– quando ocorrem, podem provocar alteração de volume ou alteração da forma das rochas ou,
como é comum, alterar simultaneamente o volume e a forma das rochas;
– podem ocorrer em todos os tipos de rochas.
Mecanismos de deformação
Através do estudo laboratorial do comportamento dos materiais e da observação direta das rochas,
concluiu-se que:
o tipo de tensões a que as rochas ficam sujeitas são a tensão de compressão, tensão de
distensão (ou tensão de torção) e tensão de cisalhamento;
o tipo de comportamento que as rochas apresentam, quando estão sob o efeito de tensões,
pode ser frágil ou dúctil:
frágil – quando entram facilmente em rutura, originando falhas;
dúctil – quando dificilmente entram em rutura e experimentam deformações permanentes,
originando dobras.
Os mecanismos de deformação das rochas estão associados, normalmente, a diferentes tipos de
limites tectónicos:
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Os materiais rochosos podem apresentar diversos tipos de deformações em resposta às tensões
que suportam:
Deformação elástica:
– é um tipo de deformação reversível;
– é proporcional ao esforço aplicado;
– quando a força de tensão é retirada, o material volta ao estado inicial;
– as rochas possuem um limite de elasticidade; quando este limite é ultrapassado, as rochas
passam a manifestar um comportamento plástico ou entram em ruptura;
– as deformações sofridas por uma mola ou por um elástico quando são sujeitos a tensões
são um exemplo deste tipo de deformação.
Deformação plástica:
– é um tipo de deformação irreversível;
– o material, depois de ultrapassado o limite de elasticidade, fica permanentemente
deformado;
– se o limite de plasticidade não for ultrapassado não há ruptura do material;
– origina uma deformação contínua pois, neste caso, não se verifica descontinuidade entre
as partes contíguas do material deformado, tal como
acontece nas dobras;
– as deformações evidenciadas pelo barro ou pela plasticina quando moldados são exemplo
deste tipo de deformação.
Deformação por rutura:
– é uma deformação irreversível;
– ocorre quando o limite de plasticidade da rocha é ultrapassado;
– a rocha entra em rutura formando uma deformação descontínua, pois não há
continuidade entre as partes contíguas do material deformado, tal como acontece
nas falhas;
– acontece, por exemplo, com o pau de giz quando sujeito a tensão.
Os comportamentos apresentados pelas rochas:
– são influenciados pelas condições em que as deformações se processam;
– são, geralmente, frágeis, pois as rochas são materiais pouco plásticos que entram
facilmente em rutura, principalmente quando estão próximas da superfície;
– podem tornar-se dúcteis, quando estão sob ação de temperaturas e pressões elevadas em
zonas mais profundas;
– em situações extremas de pressão e temperatura, são semelhantes ao comportamento de
fluidos muito viscosos;
– dependem dos seguintes fatores:
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tipo de tensão:
– pode ser confinante/litostática ou dirigida/não litostática:
confinante ou litostática – resulta do peso das camadas suprajacentes e aumenta a
ductilidade da rocha pelo que se torna mais resistente à rutura;
dirigida ou não litostática – ocorre quando um corpo está sujeito a forças de
intensidade diferente em diversas direções.
Temperatura
– o aumento da temperatura, aumenta a plasticidade;
– como aumenta com a profundidade, tal como a pressão, as rochas mais profundas
possuem um comportamento mais dúctil;
– um bom exemplo é o do vidro, que é sólido à temperatura ambiente mas funde a
temperaturas elevadas.
conteúdo em fluidos:
– faz aumentar a plasticidade das rochas;
– tal como um ramo de árvore húmido flete mais facilmente do que um ramo seco, também
um maior conteúdo em fluidos faz aumentar a ductilidade das rochas.
tempo de atuação:
– se as forças atuarem sobre as rochas durante mais tempo, em princípio, aumenta a
plasticidade.
composição e estrutura da rocha:
– alguns aspetos estruturais fazem aumentar a plasticidade das rochas, como por exemplo a
xistosidade.
Deformações mais frequentes nas rochas
As deformações que se verificam nas rochas podem apresentar diversos aspetos, sendo os mais
comuns as dobras e as falhas.
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Dobras
– são deformações que consistem no arqueamento ou encurvamento das camadas rochosas
inicialmente planas;
– podem ser macro ou microscópicas;
– resultam de tensões compressivas quando o material tem comportamento dúctil;
– caracterizam-se geometricamente pela forma da superfície de referência como, por
exemplo, os planos de estratificação;
– possuem formas mais ou menos regulares e consideram-se dobras cilíndricas aquelas que
são geradas pelo deslocamento de uma reta – geratriz – paralelamente a si própria;
– formam-se no interior da crusta ou do manto de forma lenta e gradual;
– afloram à superfície devido aos movimentos tectónicos e à erosão;
Numa dobra, a posição das camadas rochosas no espaço, ou seja, a atitude dessas camadas, pode
ser definida pela direção e pela inclinação das camadas.
– a geometria das dobras caracteriza-se pelos seguintes elementos:
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De acordo com a sua disposição espacial e com a idade das rochas que as constituem, podem ser
classificadas em:
Disposição espacial
Antiforma
Sinforma
Neutra
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Idade das rochas do núcleo
Anticlinal
Sinclinal
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Falhas
– são deformações descontínuas em que se verifica a fratura das rochas, acompanhada de
deslocamento dos blocos fraturados um em relação ao outro;
– ocorrem quando o limite de plasticidade dos materiais rochosos é ultrapassado;
– resultam de tensões compressivas, distensivos ou de cisalhamento quando as rochas têm
comportamento frágil;
– caracterizam-se pelos seguintes elementos:
– de acordo com a inclinação do plano de falha e com o movimento dos lábios, classificam-se em:
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– a posição das falhas no espaço pode definir-se de acordo com a direção e a inclinação do plano
de falha:
Direção: é o ângulo formado por uma linha horizontal do plano de falha com a linha N-S
geográfica.
Inclinação: é o ângulo definido entre o plano de falha e uma superfície horizontal.
– podem surgir associadas e com configurações geográficas designadas por fossas
tectónicas ou grabens e maciços tectónicos ou horsts:
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