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AVALIAÇÃO DE DISPONIBLIDADE DE
CROMO E CHUMBO EM SOLOS
CONSTRUÍDOS DE ÁREAS
RECUPERADAS NA MINERAÇÃO DE
CARVÃO
SOUZA, Fernando Basquiroto – fbs@unesc.net
ALEXANDRE, Nadja Zim – nza@unesc.net
BACK, Marcos – mba@unesc.net
Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC)
XI Simpósio Nacional de Recuperação de Áreas Degradadas - SINRAD
Introdução
• No Sul de Santa Catarina, especificamente na Região
Carbonífera, a mineração de carvão a céu aberto ocorreu
desrespeitando as legislações ambientais, e deixando uma
série de passivos a serem recuperados;
Introdução
• No ano de 2000 a União Federal e as Empresas foram condenadas a
recuperar essas áreas degradas;
• Porém, com as recuperações vieram uma série de preocupações quanto
a presença de metais pesados nestas áreas;
Introdução
• A avaliação quanto a contaminação de solos por metais
pesados é uma parte integrante do processo de recuperação
ambiental;
• Especialmente na decisão quanto ao uso futuro da área e
quando esse uso pode ser para agropecuária;
• Dessa forma, buscou-se avaliar a disponibilidade de Chumbo e
Cromo nos solos construídos de áreas recuperadas na
mineração de carvão.
Metodologia
Localização do município de Treviso, onde encontra-se área de estudo.
Metodologia
• A recuperação ambiental ocorreu
pela conformação topográfica e
isolamento de rejeitos da
mineração de carvão, com
posterior construção do solo e
revegetação;
Metodologia
• Para avaliar a disponibilidade de cromo e chumbo nos solos
construídos, coletou-se em pontos igualmente espaçados pela
área, numa profundidade de até 20cm;
• Os materiais coletados foram acondicionados em sacos de
polietileno, sendo então encaminhadas para o Laboratório do I-
Parque/UNESC;
• Digestão com solução ácida HCl 0,05M e H2SO4 0,0125M e
determinação de chumbo e cromo extraíveis por Espectrofotometria
de Absorção Atômica;
• Os resultados obtidos foram comparados por meio de testes
estatísticos, utilizando o software de estatística R (R CORE
TEAM, 2015);
Resultados e Discussão
• Solos construídos apresentaram pH que podem variar entre muito
baixo a alto; teor de fósforo baixo a alto; concentração de potássio
entre média e alta; valores de matéria orgânica entre baixos e altos;
teores de cálcio e magnésio são geralmente altas; e saturação de
bases entre muito baixas a altas;
• Já os solos naturais, coletados como controle, demonstraram
pH muito baixos a baixos; concentrações de fósforo baixas;
teores de potássio entre médias e altas; teores de matéria orgânica
baixos a médios; valores de cálcio e magnésio baixos a altos;
e saturação de bases muito baixas;
Resultados e Discussão
Tabela 1 – Características Gerais do Solo Construído.
Parâmetro Média Desvio Padrão Mínimo Máximo
Teor de Argila 28,3 6,2 20,0 42,0
pH em água 6,2 0,8 4,9 7,3
Fósforo (ppm) 12,2 6,6 3,4 24,9
Potássio (ppm) 92,8 20,5 68,2 141,1
Matéria Orgânica (%) 2,1 1,3 0,3 4,8
Cálcio (cmolc/l) 6,4 2,5 1,5 9,1
Magnésio (cmolc/l) 6,4 1,6 2,5 8,0
Acidez Total (cmolc/l) 2,7 1,5 1,1 6,0
Soma de Bases (cmolc/l) 13,1 4,1 4,2 19,6
Capacidade de Troca Catiônica (cmolc/l) 15,8 2,9 10,2 19,6
Saturação de Bases (%) 80,8 15,4 41,2 93,7
Resultados e Discussão
Tabela 1 – Características Gerais dos solos naturais locais.
Parâmetro Média Desvio Padrão Mínimo Máximo
Teor de Argila 40,8 8,9 35,0 54,0
pH em água 4,8 0,5 4,2 5,3
Fósforo (ppm) 3,6 1,6 2,4 5,9
Potássio (ppm) 92,9 4,0 89,6 98,1
Matéria Orgânica (%) 3,1 1,1 1,7 4,2
Cálcio (cmolc/l) 2,3 1,6 1,0 4,5
Magnésio (cmolc/l) 1,0 0,5 0,4 1,5
Acidez Total (cmolc/l) 16,8 8,2 7,6 27,4
Soma de Bases (cmolc/l) 3,6 2,0 2,1 6,4
Capacidade de Troca Catiônica (cmolc/l) 20,4 7,9 11,3 29,5
Saturação de Bases (%) 20,1 11,9 7,1 32,7
Resultados e Discussão
Tabela 1 - Estatística descritiva das concentrações de chumbo e cromo extraíveis nos solos construídos.
Parâmetro Média Desvio Padrão Mínimo Máximo
Chumbo (mg/kg) 0,44 0,44 0,02 1,30
Cromo (mg/kg) 0,08 0,05 0,03 0,19
Tabela 2 - Estatística descritiva das concentrações de chumbo e cromo extraíveis nos solos naturais locais.
Parâmetro Média Desvio Padrão Mínimo Máximo
Chumbo (mg/kg) 1,93 1,47 1,00 4,10
Cromo (mg/kg) 0,10 0,08 0,03 0,21
Resultados e Discussão
• Ao compararmos os solos construídos aos solos naturais, por
meio do teste de Tukey (α = 5%), temos um valor-p de 0,0055
para chumbo e 0,6994 para cromo;
• Desta forma, há diferenças entre as concentrações de chumbo
da área recuperada e dos solos naturais, entretanto, as
concentrações de chumbo na área recuperada são
inferiores àquelas encontradas nos solos naturais da região;
• As concentrações de chumbo e cromo encontradas tanto
na área recuperada quanto nos solos naturais encontram-
se muito inferiores daquelas encontradas na literatura
científica
Resultados e Discussão
• A baixa concentração desses metais também pode estar
associada ao tratamento que os solos construídos
receberam (calagem e adubação), elevando o pH e
tornando tais metais indisponíveis;
• Outro fator que pode contribuir para tais valores baixos é a
presença de matéria orgânica.
Resultados e Discussão
Tabela 1 – Comparação das concentrações de chumbo obtidas e das referências bibliográficas.
Referência
Concentração
Mínima (mg/kg)
Concentração
Máxima (mg/kg)
Solo Construído 0,02 1,30
Solo Natural Local 1,00 4,10
Riley, Zachara e Wobber (1992) 1 6.900
Xing e Chen (1999) 0,68 1.143
Loska, Wiechula e Korus (2004) 18 213
Fadigas et al. (2006) 3 40
Melo et al. (2006) 1,7 14,2
Pentari et al. (2006) 59,6 63
Dayani, Mohammadi e Khorasgani (2010) 3,2 620
Hugen (2010) 6,3 18,3
Kabata-Pendias (2011) 3 90
Campos et al. (2015) 0,5 19,9
Ge et al. (2015) 13,2 80,9
Licina et al. (2017) 19,6 64
Li et al. (no prelo) 12,5 58,9
Resultados e Discussão
Tabela 1 – Comparação das concentrações de cromo obtidas e das referências bibliográficas.
Referência
Concentração
Mínima (mg/kg)
Concentração
Máxima (mg/kg)
Solo Construído 0,03 0,19
Solo Natural Local 0,03 0,21
Riley, Zachara e Wobber (1992) 0,005 3.950
Xing e Chen (1999) 0,33 272
Loska, Wiechula e Korus (2004) 14 82
Fadigas et al. (2006) 19 65
Melo et al. (2006) 3 23
Pentari et al. (2006) 99,7 312,0
Hugen (2010) 34,4 394,9
Kabata-Pendias (2011) 2 1.100
Campos et al. (2015) - < 23
Ge et al. (2015) 1,1 16,3
Licina et al. (2017) 68,7 129
Li et al. (no prelo) 15,1 143,0
Considerações Finais
• Os solos construídos analisados não apresentaram indícios de
contaminação por chumbo e cromo, sendo que seus níveis
estão abaixo ou iguais aos solos naturais locais;
• Entretanto, uma avaliação com outros metais pesados e
uma avaliação de risco é imprescindível para que tais solos
sejam utilizados para outros usos futuros, como agropecuária.
E muito obrigado pela atenção!

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Metais Pesados em Solos de Áreas Recuperadas

  • 1. AVALIAÇÃO DE DISPONIBLIDADE DE CROMO E CHUMBO EM SOLOS CONSTRUÍDOS DE ÁREAS RECUPERADAS NA MINERAÇÃO DE CARVÃO SOUZA, Fernando Basquiroto – fbs@unesc.net ALEXANDRE, Nadja Zim – nza@unesc.net BACK, Marcos – mba@unesc.net Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) XI Simpósio Nacional de Recuperação de Áreas Degradadas - SINRAD
  • 2. Introdução • No Sul de Santa Catarina, especificamente na Região Carbonífera, a mineração de carvão a céu aberto ocorreu desrespeitando as legislações ambientais, e deixando uma série de passivos a serem recuperados;
  • 3.
  • 4. Introdução • No ano de 2000 a União Federal e as Empresas foram condenadas a recuperar essas áreas degradas; • Porém, com as recuperações vieram uma série de preocupações quanto a presença de metais pesados nestas áreas;
  • 5.
  • 6. Introdução • A avaliação quanto a contaminação de solos por metais pesados é uma parte integrante do processo de recuperação ambiental; • Especialmente na decisão quanto ao uso futuro da área e quando esse uso pode ser para agropecuária; • Dessa forma, buscou-se avaliar a disponibilidade de Chumbo e Cromo nos solos construídos de áreas recuperadas na mineração de carvão.
  • 8. Localização do município de Treviso, onde encontra-se área de estudo.
  • 9. Metodologia • A recuperação ambiental ocorreu pela conformação topográfica e isolamento de rejeitos da mineração de carvão, com posterior construção do solo e revegetação;
  • 10. Metodologia • Para avaliar a disponibilidade de cromo e chumbo nos solos construídos, coletou-se em pontos igualmente espaçados pela área, numa profundidade de até 20cm; • Os materiais coletados foram acondicionados em sacos de polietileno, sendo então encaminhadas para o Laboratório do I- Parque/UNESC; • Digestão com solução ácida HCl 0,05M e H2SO4 0,0125M e determinação de chumbo e cromo extraíveis por Espectrofotometria de Absorção Atômica; • Os resultados obtidos foram comparados por meio de testes estatísticos, utilizando o software de estatística R (R CORE TEAM, 2015);
  • 11. Resultados e Discussão • Solos construídos apresentaram pH que podem variar entre muito baixo a alto; teor de fósforo baixo a alto; concentração de potássio entre média e alta; valores de matéria orgânica entre baixos e altos; teores de cálcio e magnésio são geralmente altas; e saturação de bases entre muito baixas a altas; • Já os solos naturais, coletados como controle, demonstraram pH muito baixos a baixos; concentrações de fósforo baixas; teores de potássio entre médias e altas; teores de matéria orgânica baixos a médios; valores de cálcio e magnésio baixos a altos; e saturação de bases muito baixas;
  • 12. Resultados e Discussão Tabela 1 – Características Gerais do Solo Construído. Parâmetro Média Desvio Padrão Mínimo Máximo Teor de Argila 28,3 6,2 20,0 42,0 pH em água 6,2 0,8 4,9 7,3 Fósforo (ppm) 12,2 6,6 3,4 24,9 Potássio (ppm) 92,8 20,5 68,2 141,1 Matéria Orgânica (%) 2,1 1,3 0,3 4,8 Cálcio (cmolc/l) 6,4 2,5 1,5 9,1 Magnésio (cmolc/l) 6,4 1,6 2,5 8,0 Acidez Total (cmolc/l) 2,7 1,5 1,1 6,0 Soma de Bases (cmolc/l) 13,1 4,1 4,2 19,6 Capacidade de Troca Catiônica (cmolc/l) 15,8 2,9 10,2 19,6 Saturação de Bases (%) 80,8 15,4 41,2 93,7
  • 13. Resultados e Discussão Tabela 1 – Características Gerais dos solos naturais locais. Parâmetro Média Desvio Padrão Mínimo Máximo Teor de Argila 40,8 8,9 35,0 54,0 pH em água 4,8 0,5 4,2 5,3 Fósforo (ppm) 3,6 1,6 2,4 5,9 Potássio (ppm) 92,9 4,0 89,6 98,1 Matéria Orgânica (%) 3,1 1,1 1,7 4,2 Cálcio (cmolc/l) 2,3 1,6 1,0 4,5 Magnésio (cmolc/l) 1,0 0,5 0,4 1,5 Acidez Total (cmolc/l) 16,8 8,2 7,6 27,4 Soma de Bases (cmolc/l) 3,6 2,0 2,1 6,4 Capacidade de Troca Catiônica (cmolc/l) 20,4 7,9 11,3 29,5 Saturação de Bases (%) 20,1 11,9 7,1 32,7
  • 14. Resultados e Discussão Tabela 1 - Estatística descritiva das concentrações de chumbo e cromo extraíveis nos solos construídos. Parâmetro Média Desvio Padrão Mínimo Máximo Chumbo (mg/kg) 0,44 0,44 0,02 1,30 Cromo (mg/kg) 0,08 0,05 0,03 0,19 Tabela 2 - Estatística descritiva das concentrações de chumbo e cromo extraíveis nos solos naturais locais. Parâmetro Média Desvio Padrão Mínimo Máximo Chumbo (mg/kg) 1,93 1,47 1,00 4,10 Cromo (mg/kg) 0,10 0,08 0,03 0,21
  • 15. Resultados e Discussão • Ao compararmos os solos construídos aos solos naturais, por meio do teste de Tukey (α = 5%), temos um valor-p de 0,0055 para chumbo e 0,6994 para cromo; • Desta forma, há diferenças entre as concentrações de chumbo da área recuperada e dos solos naturais, entretanto, as concentrações de chumbo na área recuperada são inferiores àquelas encontradas nos solos naturais da região; • As concentrações de chumbo e cromo encontradas tanto na área recuperada quanto nos solos naturais encontram- se muito inferiores daquelas encontradas na literatura científica
  • 16. Resultados e Discussão • A baixa concentração desses metais também pode estar associada ao tratamento que os solos construídos receberam (calagem e adubação), elevando o pH e tornando tais metais indisponíveis; • Outro fator que pode contribuir para tais valores baixos é a presença de matéria orgânica.
  • 17. Resultados e Discussão Tabela 1 – Comparação das concentrações de chumbo obtidas e das referências bibliográficas. Referência Concentração Mínima (mg/kg) Concentração Máxima (mg/kg) Solo Construído 0,02 1,30 Solo Natural Local 1,00 4,10 Riley, Zachara e Wobber (1992) 1 6.900 Xing e Chen (1999) 0,68 1.143 Loska, Wiechula e Korus (2004) 18 213 Fadigas et al. (2006) 3 40 Melo et al. (2006) 1,7 14,2 Pentari et al. (2006) 59,6 63 Dayani, Mohammadi e Khorasgani (2010) 3,2 620 Hugen (2010) 6,3 18,3 Kabata-Pendias (2011) 3 90 Campos et al. (2015) 0,5 19,9 Ge et al. (2015) 13,2 80,9 Licina et al. (2017) 19,6 64 Li et al. (no prelo) 12,5 58,9
  • 18. Resultados e Discussão Tabela 1 – Comparação das concentrações de cromo obtidas e das referências bibliográficas. Referência Concentração Mínima (mg/kg) Concentração Máxima (mg/kg) Solo Construído 0,03 0,19 Solo Natural Local 0,03 0,21 Riley, Zachara e Wobber (1992) 0,005 3.950 Xing e Chen (1999) 0,33 272 Loska, Wiechula e Korus (2004) 14 82 Fadigas et al. (2006) 19 65 Melo et al. (2006) 3 23 Pentari et al. (2006) 99,7 312,0 Hugen (2010) 34,4 394,9 Kabata-Pendias (2011) 2 1.100 Campos et al. (2015) - < 23 Ge et al. (2015) 1,1 16,3 Licina et al. (2017) 68,7 129 Li et al. (no prelo) 15,1 143,0
  • 19. Considerações Finais • Os solos construídos analisados não apresentaram indícios de contaminação por chumbo e cromo, sendo que seus níveis estão abaixo ou iguais aos solos naturais locais; • Entretanto, uma avaliação com outros metais pesados e uma avaliação de risco é imprescindível para que tais solos sejam utilizados para outros usos futuros, como agropecuária.
  • 20. E muito obrigado pela atenção!