A senhora Mary Bagot teve uma alucinação telepática de seu cachorro Judy enquanto estava em um hotel na França. Poucos dias depois, ela recebeu uma carta informando que Judy havia morrido na mesma hora em que ela a viu atravessando o salão do hotel. Sua filha confirmou em seu diário que a mãe havia visto o "fantasma" de Judy durante o jantar. O caso é considerado uma alucinação telepática em que o animal é o agente.
2. Primeira categoria
Alucinações telepáticas em que o animal é o
agente
Caso 12 (Visual)
O caso que segue foi extraído dos Proceedings of the
Society for Psychical Research, vol. XIV, pág. 285; ele é
relatado pela senhora Mary Bagot:
3. “Em 1883, estávamos hospedados no Hôtel des Anglais, em
Menton. Deixei em casa (em Norfolk) um cãozinho foxterrier preto-
amarelado chamado Judy, meu preferido, aos cuidados do nosso
jardineiro. Um dia, enquanto estava sentada à mesa do hotel,
percebi, de repente, meu cãozinho atravessando a sala e, sem
refletir, exclamei: “Olhe, como pode Judy estar aqui?!”. Não tinha
nenhum cão no hotel. Assim que pude subir para o quarto de minha
filha que estava doente e de cama, contei-lhe o caso. Alguns dias
depois, recebi uma carta na qual me informavam que Judy, após ter
saído pela manhã com o jardineiro para seu passeio diário e
comportando-se muito bem, tinha sido acometido por uma dor
repentina, perto da hora do almoço, e tinha morrido em
aproximadamente uma hora. Muito tempo se passou então e não
estou mais em condições de me lembrar exatamente se existia
alguma coincidência em relação às horas. No entanto, minha
impressão era a de que o cãozinho morreu precisamente na noite
em que o vi.”
4. A filha da senhora Bagot, a senhora Woodhouse, a pedido de
Fredrich Myers, enviou-lhe o diário que escreveu durante sua
permanência em Menton. Nestes termos ela fala de sua mãe: “24 de
março de 1883: mamãe, durante o jantar, viu o fantasma de Judy!”. A
mesma senhorita relata suas lembranças a este respeito; retiro do
caso as palavras que seguem:
5. “Lembro-me perfeitamente de que meu pai, minha mãe, minha
irmã (Senhora Algernon Law) e minha prima (Senhorita Dawnay)
entraram juntos no meu quarto e me contaram rindo que a mamãe
tinha visto Judy (um fox-terrier pretoamarelado) atravessar a sala
enquanto estava à mesa do hotel. Minha mãe estava tão certa de
que o tinha visto que meu pai, acredito, foi perguntar a um
funcionário do hotel se havia cães no local, o que lhe foi respondido
negativamente.”
Para outras informações a este respeito. remeto o leitor aos
Proceedings, loc. cit., e ao Journal of the S. P. R., vol. VIII, pág. 243.
6. Este fato é, em todos os aspectos análogo ao precedente, tanto
que dessa vez o fantasma do cãozinho se limitou a atravessar o
quarto sem dar o mínimo sinal de ter consciência do meio em que
se encontrava, nem da presença de sua dona – modalidade de
manifestação passiva, em conformidade com o que se produz nas
alucinações telepáticas propriamente ditas; enquanto que, no
exemplo anterior, o animal tinha se comportado de uma maneira
espontânea e ativa, como se fosse a presença espiritual, no local,
da pequena cachorrinha falecida.