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História das Ideias Económicas e do
Pensamento Contemporâneo
Docente: Lic. Adriano Uaieca
E-mail: adriano.uaieca@gmail.com
O Declínio do Império Romano na Idade Média
Nos dois últimas séculos da dominação romana, o Império não consegue mais
manter a mesma força militar e o elevado grau de coesão política e
ordenamento jurídico que no passado fizeram sua glória.
Há uma estagnação económica.
As antigas instituições entram em decadência e um novo conjunto de crenças
religiosas emerge, então sob influência do cristianismo.
Depois de séculos de perseguição implacável, em 313 o Imperador Constantino
legaliza o culto cristão. Ele próprio veio a aderir a nova religião.
O cristianismo converteu os europeus começando pela periferia do Império,
incluindo as áreas rebeladas dos povos bárbaros.
As legiões (6.000 homens) de bárbaros germanos e eslavos (povo originário da
Rússia que se espalhou pelo leste europeu) invadiam o império, suas crenças
cristãs atingiram Roma.
Cont.
Constantino chegou ao poder com o apoio dos
germanos e em contrapartida autorizou suas práticas
religiosas cristãs.
 A nova sociedade, que começa a se formar a partir de
então, é uma amálgama de tradições que reúne:
 as antigas instituições romanas;
os costumes dos bárbaros;
o credo da Bíblia; e
os aspectos da filosofia grega.
Cont.
A sociedade germânica organizou-se em vilas rurais
constituídas:
 grupos auto - suficientes de famílias;
 praticava - se entre eles certa democracia;
 observava - se igualdade de riquezas;
 predomina sentimento de solidariedade;
 vida económica era controlada;
 Não havia moeda e o comércio apenas era tolerado.
Cont.
A nítida divisão entre direito público e privado, como nos
romanos, não se observa e os direitos absolutos de propriedade,
perante os germânicos, são substituídos por noção de propriedade
relativa e mutável de acordo com interesses comunitários, pois as
leis romanas, apareciam como nova roupagem para os germânicos.
No período final do Império Romano, floresce a doutrina do
cristianismo em sua fase primitiva. Os evangelhos do Novo
Testamento difundem uma ética herdada da tradição judaica.
Cristo perpetuou e difundiu essa tradição ao pregar uma certa
indiferença em relação à sociedade e defender o caminho da salvação
da alma pela caridade e combate ao egoísmo dos homens ricos.
Cristo realça a dignidade fundamental do homem ao pregar a
igualdade de todos perante Deus.
Cont.
Essa doutrina, trouxe implicações em termos de uma nova visão dos
processos económicos; a escravidão é condenada e o trabalho
passa a ser vista como uma actividade digna.
O acúmulo de riquezas é reprovado e o cristão ideal, reforçado em
muitas passagens do Evangelho de Lucas, deve procurar repartir os
seus bens.
Os primeiros padres da Igreja Católicos (dessa época), seguindo os
preceitos do envangelho, defendem o regime comunista de sociedade.
No século III, Cipriano, bispo de Cartago -Tunísia, diz que é dever dos
cristãos partilhar os bens.
A ânsia da riqueza continua condenável: a ganância, a avareza, o
egoísmo, o amor às coisas materiais e outros “pecados“ económicos.
Cont.
 Entretanto, a atitude dos padres da igreja primitiva com relação à riqueza
começa a mudar.
 Clemente de Alexandria escreve sobre a salvarção do homem rico:
 a fortuna é uma dádiva de Deus;
 deve ser usada na caridade, para promover o bem-estar dos semelhantes,
como é o caso dos pobres;
 A riqueza não é condenável em si mesma, 0 importante é o uso que se faz
dela.
 O Estado ajuda a Igreja na salvação das almas e a autoridade do rei é tão-somente
a serviço da religião.
 Agostinho, defendeu que a escravidão não é uma instituição natural, pois Deus
criou os homens para dominarem os animais e não os outros homens.
Exercícios
 1. O Império romano após cerca de dois mil anos manteve o domínio.
Debruça-se sobre esta afirmação .
 2. Como se distingue o conceito de salvação das almas de Atenas relativamente
ao cristianismo.
 3. Os padres da igreja opõe-se quanto acúmulo da riqueza. Argumente.
FIM
OBRIGADO

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  • 2. O Declínio do Império Romano na Idade Média Nos dois últimas séculos da dominação romana, o Império não consegue mais manter a mesma força militar e o elevado grau de coesão política e ordenamento jurídico que no passado fizeram sua glória. Há uma estagnação económica. As antigas instituições entram em decadência e um novo conjunto de crenças religiosas emerge, então sob influência do cristianismo. Depois de séculos de perseguição implacável, em 313 o Imperador Constantino legaliza o culto cristão. Ele próprio veio a aderir a nova religião. O cristianismo converteu os europeus começando pela periferia do Império, incluindo as áreas rebeladas dos povos bárbaros. As legiões (6.000 homens) de bárbaros germanos e eslavos (povo originário da Rússia que se espalhou pelo leste europeu) invadiam o império, suas crenças cristãs atingiram Roma.
  • 3. Cont. Constantino chegou ao poder com o apoio dos germanos e em contrapartida autorizou suas práticas religiosas cristãs.  A nova sociedade, que começa a se formar a partir de então, é uma amálgama de tradições que reúne:  as antigas instituições romanas; os costumes dos bárbaros; o credo da Bíblia; e os aspectos da filosofia grega.
  • 4. Cont. A sociedade germânica organizou-se em vilas rurais constituídas:  grupos auto - suficientes de famílias;  praticava - se entre eles certa democracia;  observava - se igualdade de riquezas;  predomina sentimento de solidariedade;  vida económica era controlada;  Não havia moeda e o comércio apenas era tolerado.
  • 5. Cont. A nítida divisão entre direito público e privado, como nos romanos, não se observa e os direitos absolutos de propriedade, perante os germânicos, são substituídos por noção de propriedade relativa e mutável de acordo com interesses comunitários, pois as leis romanas, apareciam como nova roupagem para os germânicos. No período final do Império Romano, floresce a doutrina do cristianismo em sua fase primitiva. Os evangelhos do Novo Testamento difundem uma ética herdada da tradição judaica. Cristo perpetuou e difundiu essa tradição ao pregar uma certa indiferença em relação à sociedade e defender o caminho da salvação da alma pela caridade e combate ao egoísmo dos homens ricos. Cristo realça a dignidade fundamental do homem ao pregar a igualdade de todos perante Deus.
  • 6. Cont. Essa doutrina, trouxe implicações em termos de uma nova visão dos processos económicos; a escravidão é condenada e o trabalho passa a ser vista como uma actividade digna. O acúmulo de riquezas é reprovado e o cristão ideal, reforçado em muitas passagens do Evangelho de Lucas, deve procurar repartir os seus bens. Os primeiros padres da Igreja Católicos (dessa época), seguindo os preceitos do envangelho, defendem o regime comunista de sociedade. No século III, Cipriano, bispo de Cartago -Tunísia, diz que é dever dos cristãos partilhar os bens. A ânsia da riqueza continua condenável: a ganância, a avareza, o egoísmo, o amor às coisas materiais e outros “pecados“ económicos.
  • 7. Cont.  Entretanto, a atitude dos padres da igreja primitiva com relação à riqueza começa a mudar.  Clemente de Alexandria escreve sobre a salvarção do homem rico:  a fortuna é uma dádiva de Deus;  deve ser usada na caridade, para promover o bem-estar dos semelhantes, como é o caso dos pobres;  A riqueza não é condenável em si mesma, 0 importante é o uso que se faz dela.  O Estado ajuda a Igreja na salvação das almas e a autoridade do rei é tão-somente a serviço da religião.  Agostinho, defendeu que a escravidão não é uma instituição natural, pois Deus criou os homens para dominarem os animais e não os outros homens.
  • 8. Exercícios  1. O Império romano após cerca de dois mil anos manteve o domínio. Debruça-se sobre esta afirmação .  2. Como se distingue o conceito de salvação das almas de Atenas relativamente ao cristianismo.  3. Os padres da igreja opõe-se quanto acúmulo da riqueza. Argumente.