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Preparação de Esqueletos de Pequenos e Médios Animais mantendo-se as
Articulações Naturais
Preparation of Small and Medium Animal Skeletons while maintaining Natural Joints
Elisângela Medeiros Melo de Lima1
*; Fernanda Ferreira Fernandes1
; Rosicleiri
Veríssimo Silveira; Alan Peres Ferraz de Melo1
Departamento de Biologia e Zootecnia/Laboratório de Anatomia Animal/Universidade
Estadual Paulista/Unesp Campus de Ilha Solteira -cep15385-000-SP/Brasil
*elisangela.medeiros@unesp.br
Resumo
A preparação de esqueletos com macerações convencionais em que se desarticula todo o
animal e depois monta-se utilizando arames e cola é muito dificultosa e algumas vezes inviável
em animais menores. Desenvolvemos uma técnica alternativa com maceração do esqueleto
inteira em peróxido de hidrogênio sem sua desarticulação. A pele, musculatura e vísceras do
animal foram removidas utilizando bisturi e lâmina porém sem desarticular os elementos
ósseos do animal. Foi utilizado peróxido de hidrogênio 200 volumes a 50% para auxiliar na
remoção dos tecidos, encéfalo e perióesteo. O esqueleto articulado foi fixado durante 5 dias em
formaldeído a 10 %, lavado em água corrente e colocado em solução 1:5 de peróxido de
hidrogênio continuando-se a remoção manual dos tecidos remanescente com bisturi. Após o
esqueleto limpo, e mantidas as cápsulas articulares e as cartilagens articulares, este foi
colocado na posição desejada com o auxilio de suportes e fita adesiva, sendo deixado 24 horas
para secar à sombra. Após seco os suportes foram retirados e o esqueleto se manteve em
posição. Este tipo de trabalho pode ser realizado em atividade de aulas práticas ou extraclasse
,com alunos de graduação em ciências biológicas, medicina veterinária e afins, pois possibilita
o estudo da morfologia animal, o aprendizado da osteotécnica e pode enriquecer o acervo
didático da instituição.
Palavras-Chave: Esqueleto; Osteotécnica; Maceração
Abstract
The preparation of skeletons with conventional macerations in which the entire animal is
dismantled and then assembled using wires and glue is very difficult and sometimes impossible
for smaller animals. We developed an alternative technique with maceration of the entire
skeleton in hydrogen peroxide without its disarticulation. The animal's skin, musculature and
viscera were removed using a scalpel and blade but without disarticulating the animal's bone
elements. Hydrogen peroxide 200 volumes at 50% was used to assist in the removal of tissues,
brain and periosteum. The articulated skeleton was fixed for 5 days in 10% formaldehyde,
washed in running water and placed in a 1: 5 solution of hydrogen peroxide, continuing the
manual removal of the remaining tissues with a scalpel. After the skeleton was cleaned, and the
joint capsules and articular cartilages were maintained, it was placed in the desired position with
the aid of supports and adhesive tape, being left for 24 hours to dry in the shade. After drying,
the supports were removed and the skeleton remained in position. This type of work can be
carried out in practical or extra-class activities, with undergraduate students in biological
sciences, veterinary medicine and the like, as it allows the study of animal morphology, the
learning of osteotechnics and can enrich the didactic collection of the institution.
2
1. Introdução
Esqueletos de animais são ferramentas fundamentais para o ensino, a pesquisa e extensão
sendo úteis em diversas disciplinas dos cursos de graduação das áreas biológicas e ambientais,
não apenas a anatomia, mas também fisiologia, morfofisiologia, zoologia, ecologia,
paleontologia assim como em projetos de extensão em educação ambiental proporcionando
aulas práticas mais interessantes e produtivas.
Existem diversas técnicas de maceração de esqueletos tais como cozimento, utilização de
insetos que se alimentam da matéria orgânica, entre outras. Cada técnica tem suas
particularidades, vantagens e desvantagens (Pascual et al, 2020) necessitando de estruturas
mínimas adequadas para sua realização e cuidados específicos como por exemplo a técnica de
maceração biológica com colônias de Dermestes que, segundo Franco et al, 2001, quando mal
alocadas, podem escapar e danificar coleções de peles e animais taxidermizados.
A preparação dos esqueletos requer tempo e dedicação independente da técnica utilizada e o
procedimento pode proporcionar um aprendizado sobre a biologia do animal em questão.
O objetivo deste trabalho é descrever o passo a passo da preparação de esqueletos de
pequenos e médios vertebrados por uma técnica alternativa, apresentada aqui, com maceração
em peróxido de hidrogênio mantendo-se as estruturas das articulações naturais.
Esta técnica de maceração sem desarticular o esqueleto desenvolvemos e aprimoramos em
nosso laboratório em virtude das dificuldades de preparação e montagem de esqueletos
pequenos através de outras técnicas pois muitas vezes torna-se muito difícil recuperar os ossos
menores e mais frágeis, como as falanges por exemplo.
2. Materiais e Métodos
2.1 O animal
Os animais utilizados na realização deste trabalho tiveram óbito por causas diversas no
Centro de Conservação de Fauna Silvestre de Ilha Solteira e foram doados ao laboratório
de Anatomia Animal da Universidade Estadual Paulista- Unesp de Ilha Solteira e sua
utilização para fins de ensino e pesquisa estão de acordo com a INSTRUÇÃO
NORMATIVA Nº 154, DE 01 DE MARÇO DE 2007 sobre coleções biológicas científicas.
Para a realização desta atividade em instituição que não possua autorização para fiel
depositário de cadáveres de animais silvestres convém a utilização de animais domésticos
como por exemplo Gallus gallus (galinha), Anas platyrhynchos (pato) e Sylvilagus
floridanus (coelho). Interessante ainda, sempre que puder, utilizar animais que tiverem
óbito por causas naturais, descartando-se também os que tiveram óbito por doenças infecto
contagiosas e os fraturados. Galinhas de descarte de granja poedeira são uma boa opção
evitando-se a realização de eutanásia de animais apenas para este fim. Caso se utilize um
cão ou gato que foi eutanasiado em centro de controle de zoonoses é recomendável obter
uma cópia da doação do cadáver com descrição da causa da indicação de eutanásia.
Esta técnica de preparação de esqueleto mantendo-se as articulações naturais
conseguimos realizar em pequenos e médios animais. Os animais muito pequenos, como
pequenas aves, um beija flor por exemplo ou um camundongo, são mais difíceis de se
fazer requerendo maior habilidade e instrumentais mais delicados. Animais grandes demais
são inviáveis devido ao custo com os reagentes devendo ser macerados pelas metodologias
convencionais, desarticulando-se e montandando-se posteriormente com os ossos todos
separados.
3
Esqueletos de uma Athene cunicularia (coruja buraqueira) que pesava
aproximadamente 130g até um Leopardus pardalis (jaguatirica) que pesava em torno de 12
kg, já fizemos em nosso laboratório através da técnica aqui apresentada.
No presente trabalho utilizamos um réptil crocodiliano da família Alligatoridae da
espécie Caiman latirostris conhecido popularmente como jacaré do papo amarelo. O
animal chegou ao laboratório congelado, já eviscerado, causa do óbito desconhecida.
Outros esqueletos feitos por esta técnica no laboratório de Anatomia Animal
disponibilizamos apenas a imagem do trabalho concluído, todos animais provenientes do
referido Centro de Conservação de Fauna Silvestre.
2.2 Utensílios e Reagentes
 bisturi cabo nº03 com lâmina nº11 e cabo nº04 com lâmina nº24.
 Pinça anatômica e pinça dente de rato
 Pipeta pasteur
 Peróxido de hidrogênio 200 volumes 50%
 Formaldeído 10%
 Verniz Spray transparente
 Luvas de procedimento descartáveis (látex)
 Outros: fita crepe, barbante, fio de nylon, cola instantânea, sucatas
 Base de MDF ou tronco de madeira
2.3 Retirada da Pele, Evisceração e descarne
Durante todo o processo é aconselhado a utilização de luvas de procedimento
descartáveis pois há o contato com material biológico e com produtos químicos.
Se o animal estiver no freezer é necessário iniciar o procedimento de descongelamento
antes do horário da aula. Primeiramente foi retirada a pele, depois a musculatura mantendo
todos os ossos articulados. Em animais que estão com as vísceras, essas podem ser
retiradas em conjunto e demonstradas para os alunos durante a aula prática.
Foi retirado o máximo possível do tecido muscular, tendo-se muito cuidado para se
manterem íntegros os tecidos das articulações como cápsulas articulares e alguns
ligamentos.
Todo o tecido retirado do animal foi descartado na composteira da Universidade que é
projetada adequadamente para este fim. A realização desta atividade foi realizada em
vários momentos trabalhando-se por etapas de forma que trabalhou-se de 1 a 3 horas em
cada aula. Inicialmente procedeu-se a retirada da pele e a carcaça foi congelada, outro
momento foi retirada a musculatura e o animal novamente congelado, visto que foi
acompanhado por alunos da disciplina de morfofisiologia dos animais do curso de
licenciatura em ciências biológicas da Unesp de Ilha Solteira.
Nesta técnica apenas no processo do peróxido de hidrogênio, antes da fixação em
formaldeído, é necessário um acompanhamento diário principalmente em aves pequenas
pois o tempo excessivo no peróxido de hidrogênio pode dissolver as estruturas das
articulações que objetivamos manter, assim como desgastar os ossos.
4
Figura1: Animal inteiro já esviscerado e descongelado
Figura 2: Animal já descarnado
2.4 Maceração em Peróxido de Hidrogênio
Após o descarne utilizou-se pipetas de pasteur descartáveis para gotejar peróxido de
hidrogênio 200V 50% sobre todo o esqueleto e deixado reagir por 10 a 15 minutos. Na
sequência o esqueleto foi lavado em água corrente para retirar o excesso de espuma gerada
pela reação do peróxido e colocado imerso numa solução 1:5 de peróxido de hidrogênio
200V 50% e água e deixado por 24 horas. Deve-se tomar o cuidado com esta proporção
principalmente se o esqueleto for muito pequeno e delicado para não danificar os ossos.
No dia seguinte o esqueleto foi retirado da solução de peróxido e continuou-se a
limpeza com bisturi do restante dos tecidos sobre os ossos, que após reagirem com o
peróxido ficam esbranquiçados e evidenciados.
O encéfalo foi retido com o auxílio de uma pinça dente de rato através do forame
magno sem desarticular o crânio. Para isto foi feita uma incisão na nuca para acessar o
5
forame e injetamos o peróxido de hidrogênio concentrado e deixamos reagir por alguns
minutos. Logo em seguida retiramos o encéfalo macerado e lavamos o local em água
corrente para auxiliar a limpeza da cavidade craniana. Deve-se haver o cuidado para não
lesionar a medula espinhal nem desarticular o atlas.
O esqueleto foi colocado novamente na mesma solução de peróxido de hidrogênio e o
procedimento de limpeza manual retirando-se os tecidos ainda presentes sobre as vértebras
continuou sendo feito no dia seguinte. Realizamos um monitoramento diário para não
lesionar as cartilagens articulares para que não se soltasse nenhuma vértebra ou costela
lembrando sempre que o objetivo é manter o esqueleto inteiro articulado.
Se as cartilagens começarem a amolecer demais é necessário retirar o esqueleto do
peróxido imediatamente e transferir para a etapa do formaldeído.
Após 24 horas, o esqueleto foi retirado da solução de peróxido e continuou-se a
limpeza com bisturi do restante dos tecidos sobre os ossos.
Figura
3:
Gotejamento de Peróxido de Hidrogênio no esqueleto esqueleto já descarnado
6
Figura 4. Esqueleto após 24 horas em solução de Peróxido de Hidrogênio 200V 50% 1:5 em água
2.5 Formaldeído 10%
Após a retirada de grande parte do tecido que ainda recobre os ossos, o esqueleto foi
colocado em solução de formaldeído a 10% e deixado durante 5 dias. Não há um tempo ideal
para a permanência no formaldeído, porém o mínimo para fixar os tecidos que não serão
retirados como cápsulas articulares, alguns ligamentos e medula espinhal. Sugiro no mínimo 3
dias e máximo de 15 dias dependendo do tamanho do esqueleto.
A fixação em formaldeído é fundamental para preservar os tecidos que permanecerão.
Estes tecidos articulares se decompõem em macerações convencionais e o mesmo acontece no
peróxido de hidrogênio se não for feita esta etapa da fixação em formaldeído. Importante
lembrar que a retirada do encéfalo deve ser feita antes da etapa do formaldeído.
Após 5 dias o esqueleto foi retirado do formaldeído e lavado com água corrente em
abundância para retirar excesso de formol. Os tecidos remanescentes sobre os ossos mudam de
aspecto. Algum osso que tenha ficado ainda com sangue e medula óssea em seu interior se
apresentará escurecido porém isto não é problema porque o esqueleto voltará para a solução de
peróxido de hidrogênio até a finalização do trabalho e irá clarear mais.
Figura 5: Esqueleto após 5 dias em solução de formaldeído a 10%
2.6 De volta ao Peróxido de Hidrogênio
Nos dias seguintes continuou-se a limpeza manual com bisturi retirando todo o perióesteo
do esqueleto permaneceu dentro da solução de peróxido de hidrogênio. Se a mesma solução de
peróxido ainda estiver limpa pode ser reutilizada. Caso esteja muito gasta deve ser descartada e
colocada uma solução nova observando a proporção de 1:5 peróxido de hidrogênio 220v 50% e
água.
7
2.7 Secagem e Finalização
Após o esqueleto estar totalmente livre do periósteo foi feita a secagem na posição
adequada
O esqueleto foi retirado da solução da peróxido de hidrogênio e colocado na posição
escolhida. O esqueleto tinha as articulações móveis e poderia ser deixado em qualquer posição.
Para tanto utilizamos sucatas como papelão, fio de nylon e também fita adesiva. A posição
escolhida deve ser bem pensada pois, após seco, o tecido da articulação enrijece e fica fixo na
posição deixada. Flexão dos membros, abertura das falanges, ângulo do pescoço, etc devem ser
planejados com antecedência. Pode-se buscar uma foto do animal na internet para ajudar nesta
escolha.
Escolhemos deixar a boca do animal entreaberta, para isto colocamos um suporte de
papelão ente a maxila e a mandíbula.
Não utilizamos nenhuma base para colocar o esqueleto, ficou sobre a bancada e depois de
seco foi possível leva-lo para qualquer lugar e colocado sobre uma superfície plana.
Se a ideia for colocar o esqueleto em uma base de mdf ou um tronco por exemplo,
preferencialmente deverá ser colocado para secar já na base que será utilizada para que fique
ajustado corretamente ao local.
A secagem é à sombra, o esqueleto deve ser colocado em um local limpo, livre de poeira e
tranquilo onde não haja movimentação e que ninguém mexa até estar totalmente seco. Em 24
horas o esqueleto estava pronto para retirar os suportes. Após 24 retirou-se os suporte e o
esqueleto ficou firme na posição.
Se por algum motivo desejar mudar a posição do esqueleto depois que ele já estiver seco
deve-se umedecer algodão em água e colocar sobre a articulação que se deseja mover e
aguardar de 10 a 30 minutos para amolecer. Reposiciona a articulação e deixa secar
novamente. Porém esta mudança deve ser feita o quanto antes, quanto mais tempo passar do
esqueleto já seco menos sucesso haverá em reposicionar. Sugiro não mexer mais na posição de
esqueletos secos há mais de 24 horas para não danificar o tecido da articulação. Caso algum
osso venha a se soltar durante o processo deve ser limpo separadamente e colado com cola
instantânea ao final da secagem. Com esqueleto pronto passamos verniz transparente em spray
nas articulações. O tempo de preparação do esqueleto foi de 20 dias para a realização de todo o
procedimento.
Figura 6: Esqueleto colocado na posição para secagem
8
3. Resultados e Discussão
Esta técnica consiste na maceração mecânica manual através da retirada da pele, vísceras e
musculatura utilizando bisturi, combinada com a maceração química em peróxido de
hidrogênio com posterior fixação em formaldeído para preservar a medula espinhal e
cartilagens articulares.
Após o término da maceração o esqueleto estará inteiro, com o esterno e costelas, membros
e todas as vértebras, sendo a finalização apenas a secagem na posição adequada.
O tempo de preparo do esqueleto depende da dedicação do técnico ou do grupo de alunos
que estejam desempenhando a atividade. Para atividade proposta como trabalho extra classe
para alunos de graduação sugerimos um prazo de um bimestre apesar de um mês ser suficiente
para confecção de um esqueleto através desta técnica.
No laboratório de Anatomia Animal da Unesp Câmpus de Ilha Solteira temos vários
esqueletos de pequenos e médios animais preparados através desta técnica desenvolvida e
aprimorada por nós em virtude das nossas dificuldades em montagem de pequenos esqueletos
por métodos convencionais de maceração.
A vantagens desta técnica para preparação de pequenos e médios animais são inúmeras
como a facilidade no acabamento não sendo necessário colar ou parafusar os ossos, salvo
algum que se solte. Não é necessário haver estruturas de maceração como local para
cozimento ou colônias de dermestídeos, sendo possível realizar esta técnica em qualquer
laboratório de anatomia. Não há odor forte durante a maceração no peróxido de hidrogênio
podendo ser preparado juntamente com os alunos de graduação durante aulas práticas ou extra
classe. E por fim, propiciar a anatomia perfeita do animal, com a caixa torácica e falanges
completas mesmo em espécimes menores, podendo ainda manter o animal em qualquer posição
natural.
A participação de alunos de graduação nesta atividade em aulas práticas propiciou a
aprendizagem desta osteotécnica assim como possibilitou o estudo da morfofisiologia do
animal em questão.
Cada técnico deverá avaliar a viabilidade da confecção do esqueleto através desta
metodologia considerando os recursos que possui.
Figura 7: Esqueleto de jacaré finalizado
9
Figura 8: Esqueletos de Macaco Prego e Sagui feitos por esta técnica
Figura 9 – Esqueleto de Tamanduá Mirim feito por esta técnica
4.Conclusão
Este método de preparação de esqueletos pode ser feito com pequenos e médios animais.
Desde aves, repteis e mamíferos. Para grandes animais acaba sendo inviável devido ao custo e
a impossibilidade de imergir um esqueleto de um animal grande, um equino inteiro, por
exemplo, em uma cuba. De um pequeno pássaro até o tamanho de um canídeo médio é possível
realizar esta técnica.
Esta metodologia de preparação de esqueleto pode ser uma proposta de atividade para alunos
de graduação em ciências biológicas, bacharelado e/ou licenciaturas e áreas afins como
medicina veterinária e zootecnia pois permite o conhecimento mais aprofundado da
morfofisiologia da espécie animal que se está trabalhando assim como propicia o
enriquecimento da coleção didática do laboratório da instituição de ensino superior com os
esqueletos resultados do trabalho dos alunos.
10
Os esqueletos feitos através desta técnica são utilizados em práticas de ensino, pesquisa e
extensão, exposições em feiras de ciências, enriquecendo as coleções didáticas do laboratório
da Universidade.
5. Agradecimentos
Ao professor Felipe Chinaglia Montefeltro e ao Centro de Controle de Fauna Silvestre de
Ilha Solteira-SP pela doação dos cadáveres dos animais.
Aos estagiários do laboratório de Anatomia Animal da Unesp Câmpus Ilha Solteira e aos
alunos das disciplinas de morfofisiologia dos animais e da disciplina zoologia dos vertebrados
que participaram da atividade proposta de preparação de esqueleto através desta osteotécnica.
Aos colegas que me incentivaram a submissão deste trabalho.
6. Referências Bibliográficas
1- INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 154, DE 01 DE MARÇO DE 2007. Disponível em
01/07/2020)
2- Betancourt GC, Pellitero JMS, Cuellar LN. Ensamblaje artesanal de un esqueleto canino
mediantes variantes de la osteotecnia - REDVET Rev. Electrón. vet.
http://www.veterinaria.org/revistas/redvet 2014 Volumen 15 Nº 09 -
http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n090914.html Ensamblaje artesanal de un
esqueleto canino mediantes variantes de la osteotecnia.
http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n090914/091401.pdf 1 REDVET - Revista
electrónica de Veterinaria - ISSN 1695-7504
3- - Franco TCB, Barbosa DR, Santos RS. Utilização de Larvas de Coleópteros
(Dermestídeos) na preparação de material osteológico. Arqueologia em Conexão
número 7, setembro ,2001 Textos Científicos (Um mergulho na pesquisa)
4- - PascualX, Segrelles IES. Guía de Montaje de Um Esqueleto de Vertebrado
https://pt.slideshare.net/xpascual/guia-de-montaje-de-un-esqueleto-de-vertebrado
consultado em 29/06/2020

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Preparação de esqueletos de pequenos e médios animais mantendo

  • 1. 1 Preparação de Esqueletos de Pequenos e Médios Animais mantendo-se as Articulações Naturais Preparation of Small and Medium Animal Skeletons while maintaining Natural Joints Elisângela Medeiros Melo de Lima1 *; Fernanda Ferreira Fernandes1 ; Rosicleiri Veríssimo Silveira; Alan Peres Ferraz de Melo1 Departamento de Biologia e Zootecnia/Laboratório de Anatomia Animal/Universidade Estadual Paulista/Unesp Campus de Ilha Solteira -cep15385-000-SP/Brasil *elisangela.medeiros@unesp.br Resumo A preparação de esqueletos com macerações convencionais em que se desarticula todo o animal e depois monta-se utilizando arames e cola é muito dificultosa e algumas vezes inviável em animais menores. Desenvolvemos uma técnica alternativa com maceração do esqueleto inteira em peróxido de hidrogênio sem sua desarticulação. A pele, musculatura e vísceras do animal foram removidas utilizando bisturi e lâmina porém sem desarticular os elementos ósseos do animal. Foi utilizado peróxido de hidrogênio 200 volumes a 50% para auxiliar na remoção dos tecidos, encéfalo e perióesteo. O esqueleto articulado foi fixado durante 5 dias em formaldeído a 10 %, lavado em água corrente e colocado em solução 1:5 de peróxido de hidrogênio continuando-se a remoção manual dos tecidos remanescente com bisturi. Após o esqueleto limpo, e mantidas as cápsulas articulares e as cartilagens articulares, este foi colocado na posição desejada com o auxilio de suportes e fita adesiva, sendo deixado 24 horas para secar à sombra. Após seco os suportes foram retirados e o esqueleto se manteve em posição. Este tipo de trabalho pode ser realizado em atividade de aulas práticas ou extraclasse ,com alunos de graduação em ciências biológicas, medicina veterinária e afins, pois possibilita o estudo da morfologia animal, o aprendizado da osteotécnica e pode enriquecer o acervo didático da instituição. Palavras-Chave: Esqueleto; Osteotécnica; Maceração Abstract The preparation of skeletons with conventional macerations in which the entire animal is dismantled and then assembled using wires and glue is very difficult and sometimes impossible for smaller animals. We developed an alternative technique with maceration of the entire skeleton in hydrogen peroxide without its disarticulation. The animal's skin, musculature and viscera were removed using a scalpel and blade but without disarticulating the animal's bone elements. Hydrogen peroxide 200 volumes at 50% was used to assist in the removal of tissues, brain and periosteum. The articulated skeleton was fixed for 5 days in 10% formaldehyde, washed in running water and placed in a 1: 5 solution of hydrogen peroxide, continuing the manual removal of the remaining tissues with a scalpel. After the skeleton was cleaned, and the joint capsules and articular cartilages were maintained, it was placed in the desired position with the aid of supports and adhesive tape, being left for 24 hours to dry in the shade. After drying, the supports were removed and the skeleton remained in position. This type of work can be carried out in practical or extra-class activities, with undergraduate students in biological sciences, veterinary medicine and the like, as it allows the study of animal morphology, the learning of osteotechnics and can enrich the didactic collection of the institution.
  • 2. 2 1. Introdução Esqueletos de animais são ferramentas fundamentais para o ensino, a pesquisa e extensão sendo úteis em diversas disciplinas dos cursos de graduação das áreas biológicas e ambientais, não apenas a anatomia, mas também fisiologia, morfofisiologia, zoologia, ecologia, paleontologia assim como em projetos de extensão em educação ambiental proporcionando aulas práticas mais interessantes e produtivas. Existem diversas técnicas de maceração de esqueletos tais como cozimento, utilização de insetos que se alimentam da matéria orgânica, entre outras. Cada técnica tem suas particularidades, vantagens e desvantagens (Pascual et al, 2020) necessitando de estruturas mínimas adequadas para sua realização e cuidados específicos como por exemplo a técnica de maceração biológica com colônias de Dermestes que, segundo Franco et al, 2001, quando mal alocadas, podem escapar e danificar coleções de peles e animais taxidermizados. A preparação dos esqueletos requer tempo e dedicação independente da técnica utilizada e o procedimento pode proporcionar um aprendizado sobre a biologia do animal em questão. O objetivo deste trabalho é descrever o passo a passo da preparação de esqueletos de pequenos e médios vertebrados por uma técnica alternativa, apresentada aqui, com maceração em peróxido de hidrogênio mantendo-se as estruturas das articulações naturais. Esta técnica de maceração sem desarticular o esqueleto desenvolvemos e aprimoramos em nosso laboratório em virtude das dificuldades de preparação e montagem de esqueletos pequenos através de outras técnicas pois muitas vezes torna-se muito difícil recuperar os ossos menores e mais frágeis, como as falanges por exemplo. 2. Materiais e Métodos 2.1 O animal Os animais utilizados na realização deste trabalho tiveram óbito por causas diversas no Centro de Conservação de Fauna Silvestre de Ilha Solteira e foram doados ao laboratório de Anatomia Animal da Universidade Estadual Paulista- Unesp de Ilha Solteira e sua utilização para fins de ensino e pesquisa estão de acordo com a INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 154, DE 01 DE MARÇO DE 2007 sobre coleções biológicas científicas. Para a realização desta atividade em instituição que não possua autorização para fiel depositário de cadáveres de animais silvestres convém a utilização de animais domésticos como por exemplo Gallus gallus (galinha), Anas platyrhynchos (pato) e Sylvilagus floridanus (coelho). Interessante ainda, sempre que puder, utilizar animais que tiverem óbito por causas naturais, descartando-se também os que tiveram óbito por doenças infecto contagiosas e os fraturados. Galinhas de descarte de granja poedeira são uma boa opção evitando-se a realização de eutanásia de animais apenas para este fim. Caso se utilize um cão ou gato que foi eutanasiado em centro de controle de zoonoses é recomendável obter uma cópia da doação do cadáver com descrição da causa da indicação de eutanásia. Esta técnica de preparação de esqueleto mantendo-se as articulações naturais conseguimos realizar em pequenos e médios animais. Os animais muito pequenos, como pequenas aves, um beija flor por exemplo ou um camundongo, são mais difíceis de se fazer requerendo maior habilidade e instrumentais mais delicados. Animais grandes demais são inviáveis devido ao custo com os reagentes devendo ser macerados pelas metodologias convencionais, desarticulando-se e montandando-se posteriormente com os ossos todos separados.
  • 3. 3 Esqueletos de uma Athene cunicularia (coruja buraqueira) que pesava aproximadamente 130g até um Leopardus pardalis (jaguatirica) que pesava em torno de 12 kg, já fizemos em nosso laboratório através da técnica aqui apresentada. No presente trabalho utilizamos um réptil crocodiliano da família Alligatoridae da espécie Caiman latirostris conhecido popularmente como jacaré do papo amarelo. O animal chegou ao laboratório congelado, já eviscerado, causa do óbito desconhecida. Outros esqueletos feitos por esta técnica no laboratório de Anatomia Animal disponibilizamos apenas a imagem do trabalho concluído, todos animais provenientes do referido Centro de Conservação de Fauna Silvestre. 2.2 Utensílios e Reagentes  bisturi cabo nº03 com lâmina nº11 e cabo nº04 com lâmina nº24.  Pinça anatômica e pinça dente de rato  Pipeta pasteur  Peróxido de hidrogênio 200 volumes 50%  Formaldeído 10%  Verniz Spray transparente  Luvas de procedimento descartáveis (látex)  Outros: fita crepe, barbante, fio de nylon, cola instantânea, sucatas  Base de MDF ou tronco de madeira 2.3 Retirada da Pele, Evisceração e descarne Durante todo o processo é aconselhado a utilização de luvas de procedimento descartáveis pois há o contato com material biológico e com produtos químicos. Se o animal estiver no freezer é necessário iniciar o procedimento de descongelamento antes do horário da aula. Primeiramente foi retirada a pele, depois a musculatura mantendo todos os ossos articulados. Em animais que estão com as vísceras, essas podem ser retiradas em conjunto e demonstradas para os alunos durante a aula prática. Foi retirado o máximo possível do tecido muscular, tendo-se muito cuidado para se manterem íntegros os tecidos das articulações como cápsulas articulares e alguns ligamentos. Todo o tecido retirado do animal foi descartado na composteira da Universidade que é projetada adequadamente para este fim. A realização desta atividade foi realizada em vários momentos trabalhando-se por etapas de forma que trabalhou-se de 1 a 3 horas em cada aula. Inicialmente procedeu-se a retirada da pele e a carcaça foi congelada, outro momento foi retirada a musculatura e o animal novamente congelado, visto que foi acompanhado por alunos da disciplina de morfofisiologia dos animais do curso de licenciatura em ciências biológicas da Unesp de Ilha Solteira. Nesta técnica apenas no processo do peróxido de hidrogênio, antes da fixação em formaldeído, é necessário um acompanhamento diário principalmente em aves pequenas pois o tempo excessivo no peróxido de hidrogênio pode dissolver as estruturas das articulações que objetivamos manter, assim como desgastar os ossos.
  • 4. 4 Figura1: Animal inteiro já esviscerado e descongelado Figura 2: Animal já descarnado 2.4 Maceração em Peróxido de Hidrogênio Após o descarne utilizou-se pipetas de pasteur descartáveis para gotejar peróxido de hidrogênio 200V 50% sobre todo o esqueleto e deixado reagir por 10 a 15 minutos. Na sequência o esqueleto foi lavado em água corrente para retirar o excesso de espuma gerada pela reação do peróxido e colocado imerso numa solução 1:5 de peróxido de hidrogênio 200V 50% e água e deixado por 24 horas. Deve-se tomar o cuidado com esta proporção principalmente se o esqueleto for muito pequeno e delicado para não danificar os ossos. No dia seguinte o esqueleto foi retirado da solução de peróxido e continuou-se a limpeza com bisturi do restante dos tecidos sobre os ossos, que após reagirem com o peróxido ficam esbranquiçados e evidenciados. O encéfalo foi retido com o auxílio de uma pinça dente de rato através do forame magno sem desarticular o crânio. Para isto foi feita uma incisão na nuca para acessar o
  • 5. 5 forame e injetamos o peróxido de hidrogênio concentrado e deixamos reagir por alguns minutos. Logo em seguida retiramos o encéfalo macerado e lavamos o local em água corrente para auxiliar a limpeza da cavidade craniana. Deve-se haver o cuidado para não lesionar a medula espinhal nem desarticular o atlas. O esqueleto foi colocado novamente na mesma solução de peróxido de hidrogênio e o procedimento de limpeza manual retirando-se os tecidos ainda presentes sobre as vértebras continuou sendo feito no dia seguinte. Realizamos um monitoramento diário para não lesionar as cartilagens articulares para que não se soltasse nenhuma vértebra ou costela lembrando sempre que o objetivo é manter o esqueleto inteiro articulado. Se as cartilagens começarem a amolecer demais é necessário retirar o esqueleto do peróxido imediatamente e transferir para a etapa do formaldeído. Após 24 horas, o esqueleto foi retirado da solução de peróxido e continuou-se a limpeza com bisturi do restante dos tecidos sobre os ossos. Figura 3: Gotejamento de Peróxido de Hidrogênio no esqueleto esqueleto já descarnado
  • 6. 6 Figura 4. Esqueleto após 24 horas em solução de Peróxido de Hidrogênio 200V 50% 1:5 em água 2.5 Formaldeído 10% Após a retirada de grande parte do tecido que ainda recobre os ossos, o esqueleto foi colocado em solução de formaldeído a 10% e deixado durante 5 dias. Não há um tempo ideal para a permanência no formaldeído, porém o mínimo para fixar os tecidos que não serão retirados como cápsulas articulares, alguns ligamentos e medula espinhal. Sugiro no mínimo 3 dias e máximo de 15 dias dependendo do tamanho do esqueleto. A fixação em formaldeído é fundamental para preservar os tecidos que permanecerão. Estes tecidos articulares se decompõem em macerações convencionais e o mesmo acontece no peróxido de hidrogênio se não for feita esta etapa da fixação em formaldeído. Importante lembrar que a retirada do encéfalo deve ser feita antes da etapa do formaldeído. Após 5 dias o esqueleto foi retirado do formaldeído e lavado com água corrente em abundância para retirar excesso de formol. Os tecidos remanescentes sobre os ossos mudam de aspecto. Algum osso que tenha ficado ainda com sangue e medula óssea em seu interior se apresentará escurecido porém isto não é problema porque o esqueleto voltará para a solução de peróxido de hidrogênio até a finalização do trabalho e irá clarear mais. Figura 5: Esqueleto após 5 dias em solução de formaldeído a 10% 2.6 De volta ao Peróxido de Hidrogênio Nos dias seguintes continuou-se a limpeza manual com bisturi retirando todo o perióesteo do esqueleto permaneceu dentro da solução de peróxido de hidrogênio. Se a mesma solução de peróxido ainda estiver limpa pode ser reutilizada. Caso esteja muito gasta deve ser descartada e colocada uma solução nova observando a proporção de 1:5 peróxido de hidrogênio 220v 50% e água.
  • 7. 7 2.7 Secagem e Finalização Após o esqueleto estar totalmente livre do periósteo foi feita a secagem na posição adequada O esqueleto foi retirado da solução da peróxido de hidrogênio e colocado na posição escolhida. O esqueleto tinha as articulações móveis e poderia ser deixado em qualquer posição. Para tanto utilizamos sucatas como papelão, fio de nylon e também fita adesiva. A posição escolhida deve ser bem pensada pois, após seco, o tecido da articulação enrijece e fica fixo na posição deixada. Flexão dos membros, abertura das falanges, ângulo do pescoço, etc devem ser planejados com antecedência. Pode-se buscar uma foto do animal na internet para ajudar nesta escolha. Escolhemos deixar a boca do animal entreaberta, para isto colocamos um suporte de papelão ente a maxila e a mandíbula. Não utilizamos nenhuma base para colocar o esqueleto, ficou sobre a bancada e depois de seco foi possível leva-lo para qualquer lugar e colocado sobre uma superfície plana. Se a ideia for colocar o esqueleto em uma base de mdf ou um tronco por exemplo, preferencialmente deverá ser colocado para secar já na base que será utilizada para que fique ajustado corretamente ao local. A secagem é à sombra, o esqueleto deve ser colocado em um local limpo, livre de poeira e tranquilo onde não haja movimentação e que ninguém mexa até estar totalmente seco. Em 24 horas o esqueleto estava pronto para retirar os suportes. Após 24 retirou-se os suporte e o esqueleto ficou firme na posição. Se por algum motivo desejar mudar a posição do esqueleto depois que ele já estiver seco deve-se umedecer algodão em água e colocar sobre a articulação que se deseja mover e aguardar de 10 a 30 minutos para amolecer. Reposiciona a articulação e deixa secar novamente. Porém esta mudança deve ser feita o quanto antes, quanto mais tempo passar do esqueleto já seco menos sucesso haverá em reposicionar. Sugiro não mexer mais na posição de esqueletos secos há mais de 24 horas para não danificar o tecido da articulação. Caso algum osso venha a se soltar durante o processo deve ser limpo separadamente e colado com cola instantânea ao final da secagem. Com esqueleto pronto passamos verniz transparente em spray nas articulações. O tempo de preparação do esqueleto foi de 20 dias para a realização de todo o procedimento. Figura 6: Esqueleto colocado na posição para secagem
  • 8. 8 3. Resultados e Discussão Esta técnica consiste na maceração mecânica manual através da retirada da pele, vísceras e musculatura utilizando bisturi, combinada com a maceração química em peróxido de hidrogênio com posterior fixação em formaldeído para preservar a medula espinhal e cartilagens articulares. Após o término da maceração o esqueleto estará inteiro, com o esterno e costelas, membros e todas as vértebras, sendo a finalização apenas a secagem na posição adequada. O tempo de preparo do esqueleto depende da dedicação do técnico ou do grupo de alunos que estejam desempenhando a atividade. Para atividade proposta como trabalho extra classe para alunos de graduação sugerimos um prazo de um bimestre apesar de um mês ser suficiente para confecção de um esqueleto através desta técnica. No laboratório de Anatomia Animal da Unesp Câmpus de Ilha Solteira temos vários esqueletos de pequenos e médios animais preparados através desta técnica desenvolvida e aprimorada por nós em virtude das nossas dificuldades em montagem de pequenos esqueletos por métodos convencionais de maceração. A vantagens desta técnica para preparação de pequenos e médios animais são inúmeras como a facilidade no acabamento não sendo necessário colar ou parafusar os ossos, salvo algum que se solte. Não é necessário haver estruturas de maceração como local para cozimento ou colônias de dermestídeos, sendo possível realizar esta técnica em qualquer laboratório de anatomia. Não há odor forte durante a maceração no peróxido de hidrogênio podendo ser preparado juntamente com os alunos de graduação durante aulas práticas ou extra classe. E por fim, propiciar a anatomia perfeita do animal, com a caixa torácica e falanges completas mesmo em espécimes menores, podendo ainda manter o animal em qualquer posição natural. A participação de alunos de graduação nesta atividade em aulas práticas propiciou a aprendizagem desta osteotécnica assim como possibilitou o estudo da morfofisiologia do animal em questão. Cada técnico deverá avaliar a viabilidade da confecção do esqueleto através desta metodologia considerando os recursos que possui. Figura 7: Esqueleto de jacaré finalizado
  • 9. 9 Figura 8: Esqueletos de Macaco Prego e Sagui feitos por esta técnica Figura 9 – Esqueleto de Tamanduá Mirim feito por esta técnica 4.Conclusão Este método de preparação de esqueletos pode ser feito com pequenos e médios animais. Desde aves, repteis e mamíferos. Para grandes animais acaba sendo inviável devido ao custo e a impossibilidade de imergir um esqueleto de um animal grande, um equino inteiro, por exemplo, em uma cuba. De um pequeno pássaro até o tamanho de um canídeo médio é possível realizar esta técnica. Esta metodologia de preparação de esqueleto pode ser uma proposta de atividade para alunos de graduação em ciências biológicas, bacharelado e/ou licenciaturas e áreas afins como medicina veterinária e zootecnia pois permite o conhecimento mais aprofundado da morfofisiologia da espécie animal que se está trabalhando assim como propicia o enriquecimento da coleção didática do laboratório da instituição de ensino superior com os esqueletos resultados do trabalho dos alunos.
  • 10. 10 Os esqueletos feitos através desta técnica são utilizados em práticas de ensino, pesquisa e extensão, exposições em feiras de ciências, enriquecendo as coleções didáticas do laboratório da Universidade. 5. Agradecimentos Ao professor Felipe Chinaglia Montefeltro e ao Centro de Controle de Fauna Silvestre de Ilha Solteira-SP pela doação dos cadáveres dos animais. Aos estagiários do laboratório de Anatomia Animal da Unesp Câmpus Ilha Solteira e aos alunos das disciplinas de morfofisiologia dos animais e da disciplina zoologia dos vertebrados que participaram da atividade proposta de preparação de esqueleto através desta osteotécnica. Aos colegas que me incentivaram a submissão deste trabalho. 6. Referências Bibliográficas 1- INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 154, DE 01 DE MARÇO DE 2007. Disponível em 01/07/2020) 2- Betancourt GC, Pellitero JMS, Cuellar LN. Ensamblaje artesanal de un esqueleto canino mediantes variantes de la osteotecnia - REDVET Rev. Electrón. vet. http://www.veterinaria.org/revistas/redvet 2014 Volumen 15 Nº 09 - http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n090914.html Ensamblaje artesanal de un esqueleto canino mediantes variantes de la osteotecnia. http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n090914/091401.pdf 1 REDVET - Revista electrónica de Veterinaria - ISSN 1695-7504 3- - Franco TCB, Barbosa DR, Santos RS. Utilização de Larvas de Coleópteros (Dermestídeos) na preparação de material osteológico. Arqueologia em Conexão número 7, setembro ,2001 Textos Científicos (Um mergulho na pesquisa) 4- - PascualX, Segrelles IES. Guía de Montaje de Um Esqueleto de Vertebrado https://pt.slideshare.net/xpascual/guia-de-montaje-de-un-esqueleto-de-vertebrado consultado em 29/06/2020