O documento discute três maneiras de viver enquanto estamos no mundo: (1) com autenticidade, evitando a hipocrisia; (2) em dependência de Deus, confiando em Sua providência; (3) testemunhando sobre Jesus diante do mundo, mesmo sob oposição.
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CUIDADOS ENQUANTO ESTAMOS NO MUNDO
TEXTO: LUCAS 12.1-12
I – VIVERMOS COM AUTENTICIDADE (v.1-3)
1. Havia um número muito grande de pessoas acompanhando Jesus, entre a multidão,
os seus discípulos. O ensino era para todos, mas particularmente, para os
discípulos.
2. O primeiro ensino de Jesus aos discípulos é que eles deveriam acautelar-se do
fermento dos fariseus, que é a hipocrisia.
3. O fermento no presente caso significa, a „influência corruptora do mal‟. Os
próprios fariseus representavam a influência corruptora do mal (Lc 11.37-44).
4. Jesus estava dizendo aos discípulos que eles não podiam viver a vida daqueles que
eles viram sempre; daqueles que ensinaram a eles os preceitos da Lei e dos
profetas. Daqueles que tinham como conduzir pessoas a Deus, mas na verdade, as
afastavam de Deus (11.52).
5. Jesus acusa os fariseus de viverem hipocritamente (12.1). Eles viviam com
aparência de santidade, de seguidores dos preceitos do Senhor, mas eram pessoas
que fechavam para si mesmas a porta da salvação (11.52).
6. A vida cristã aparente será desmascarada a seu tempo (v.2, 3). A coisa secreta da
casa vira à luz. Tudo que está „escondidinho‟ um dia será plenamente conhecido.
7. Verdade implícita: o evangelho de Jesus, na instrumentalização da Palavra, exporá
a falsa religião e a motivação hipócrita (Craig Evans) (Ver Hb 4.12,13).
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II – VIVERMOS DEPENDENDENTES DE DEUS (v.4-7).
1. Jesus continua o discurso chamando os discípulos de „amigos meus‟. Jesus confere
aos confere aos discípulos este tratamento também em João 15.15 (O amigo serve
voluntariamente; o escravo serve sob exigência – Shedd).
2. Para os amigos temos coragem de dizer algumas coisas que outros não dizem.
Jesus tratava os seus discípulos em um nível de amizade com amabilidade, mas
sem condescendência (ou seja, „sem passar a mão na cabeça‟).
3. “Não temais os que matam o corpo” (v.4). A princípio Pedro não entendeu esse
ensino (Lc 22. 54-60), mas ficou muito claro que ele aprendeu posteriormente (At
4.20). Não somos muito diferentes de Pedro: muitas vezes não entendemos
algumas coisas a princípio. Queira Deus que não deixemos passar o tempo da
compreensão.
4. “Temam aquele que mata (o corpo e alma) e tem poder para lançar no inferno”
(v.5). O ensino era para os discípulos; o ensino é para os crentes de hoje. “O temor
a Deus está um pouco fora de moda estes dias” (Morris). Os que não temem a Deus
serão castigados para a eternidade.
5. Jesus passa então a falar aos discípulos do cuidado amoroso de Deus para com os
seus, comparando ao seu cuidado amoroso com os pardais. Ou seja, Deus provê às
suas criaturas o bem necessário.
6. Nenhum discípulo deve cair em desespero (Pode até cair devido à fragilidade
humana). Deus não nos resgatou para uma vida de prostração. Assim sendo,
devemos buscar uma vida de dependência.
7. Deus, que é onisciente, conhece todas as coisas: “Até os cabelos de vossa cabeça
estão contados” (v.7). Deus, tem especial cuidado com os homens: “Bem mais
valeis do que muitos pardais” (v.7b). O homem, diferente de qualquer outro ser
criado, foi feito de modo todo especial. Na sua forma especial está a imagem e
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semelhança de Deus (Gn. 1.26). Sendo tão especiais para Deus, devemos colocar
as nossas ansiedades sob sua Divina Providência.
8. Viver dependentes de Deus implica em confiança e esperança. Diz o salmista:
“Esperei confiantemente pelo Senhor... (Sl 40.1 a).
III - VIVERMOS UMA VIDA DE TESTEMUNHO DIANTE DO MUNDO (v.8-12).
1. A vida cristã autêntica e vida dependente de Deus nos habilitam à confissão e ao
testemunho diante do mundo. Sem as duas coisas faladas antes ficamos
desmoralizados ao testemunhar.
2. Como se dá a vida de testemunho? Confissão. A vida cristã é movida pela nossa
confissão do senhorio de Cristo. Duas coisas pelo menos confissão de que Ele nos
salvou e que é Senhor sobre nós.
3. Ao confessarmos Jesus neste mundo, Ele há de nos confessar diante dos anjos de
Deus. “E digo-vos que todo aquele que me confessar diante dos homens, também
o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus” (v.8).
4. Mas o que é confessar? (Homologései = ter uma mesma palavra). Tem o
significado de concordar sobre algo. Declarar acerca de uma pessoa aquilo que se
sabe ser verdadeiro. Pedro tinha essa determinação em confessar (At. 4.19,20).
5. Confessar o que a respeito de Cristo? Algumas confissões: 1ª ) Para Nicodemos,
Jesus era “Mestre vindo da parte de Deus” (João 3.2); 2ª) Para os samaritanos,
Ele era “verdadeiramente o Salvador do mundo (João 4.42); 3ª) Para Marta, Ele
era “o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo”(João 11.27).
6. A respeito da confissão, temos também a instrução do apóstolo Paulo aos
Romanos: “Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu
coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo” (Rm 10.9).
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7. Mas Jesus fala também da não-confissão, ou do amedrontamento, da
covardia, do desastre de o negarmos: Ele também nos negará diante dos anjos de
Deus. Disse Jesus: “Mas quem me negar diante dos homens, será negado diante
dos anjos de Deus” (v.9).
8. O que todo discípulo precisa saber: nunca negar a Jesus por temor aos homens. Os
discípulos não deveriam temer quando fossem levados às autoridades (v.11). O
Espírito Santo agiria neles, ensinando-lhes o que deveriam falar (v.12).
9. A negação é o que aconteceu com as cinco virgens néscias: “Em verdade vos digo
que não vos conheço” (Mt.25.12).
10. Jesus esperava que os seus discípulos testemunhassem Dele diante do mundo (Jo
17.18). Jesus espera que a igreja seja a Sua testemunha no mundo.
CONCLUSÃO
Enquanto estamos no mundo sem sermos do mundo, precisamos viver de modo
autêntico a vida cristã, sabendo que não há nada que fique para sempre oculto.
Enquanto estamos no mundo, devemos viver na dependência de Deus, sabendo que
nada podemos sem a sua provisão.
Enquanto estamos no mundo, devemos testemunhar do evangelho do Reino, sob
dias bons e dias maus. O mundo sempre nos fará oposição (João 17.14).
Mesmo diante da oposição do mundo, não devemos deixar de acreditar no poder do
Reino de Deus, que atua através da igreja.
Pr. Eli da Rocha Silva
Igreja Batista em Jardim Helena 26/02/2012