1. Caso Coca-Cola vs. Dolly
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O Caso Coca-Cola vs. Dolly envolve processos judiciais movidos pela Coca-Cola e também pela Dolly
no Brasil. Ambas alegam terem sido vítimas de campanhas difamatórias no ano de 2003.
Laerte Codonho, proprietário da Dolly, afirmou que a Coca-Cola usara práticas de concorrência desleal e
acusou-a de sonegação de impostos e de usar folhas de coca em seu produto principal, além de outras
acusações.[1] A Dolly chegou mesmo a publicar uma matéria paga de meia página na edição norte-
americana do The Wall Street Journal em dezembro de 2003, contendo uma carta aberta endereçada ao
presidente mundial da Coca-Cola, Douglas Daft, pedindo que as denúncias fossem investigadas e que
fossem tomadas providências.[2]
Acusações
Acusações de sonegação fiscal
Referências
Ligações externas
A Dolly acusou a Coca-Cola de praticar dumping com seu guaraná Simba, de fazer pressão a
fornecedores para que eles não negociassem com a Dolly, de sonegação fiscal e de divulgar um e-mail
falso sobre alegados danos à saúde provocados pelos refrigerantes Dolly.[1] As acusações se baseavam
essencialmente em declarações do ex-diretor da Spal-Panamco, Luiz Eduardo Capistrano Amaral, que
teve gravadas uma série de conversas com Laerte Codonho sem seu conhecimento. Nos vídeos,
Capistrano admite que "a missão era tirar você (Dolly) do mercado", e quando questionado sobre se o e-
mail afirmando que a Dolly causava câncer foi usado pela área de vendas da Coca-Cola, este responde
"Pôxa, caramba, isso é mais ou menos óbvio".[2] Laerte Codonho afirmou ainda que durante a conversa
Capistrano lhe terá dito "É melhor vender (a Dolly) agora, enquanto ainda vale alguma coisa".[1] Os
vídeos foram amplamente divulgados no "Programa 100% Brasil", exibido em 2003 pela emissora
RedeTV!. Para além de ter entrado com um pedido de investigação contra a Coca-Cola na Secretaria de
Direito Econômico (SDE) e com uma ação judicial de reparação de danos contra a Coca-Cola e a Spal-
Panamco, a Dolly procurou ainda levar o assunto à Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos
Deputados do Brasil, o que mereceu uma forte reação por parte dos representantes da Coca-Cola, que
acusaram Laerte Codonho de chantagem e de querer desviar a ótica para o campo político.[1]
A Coca-Cola entrou igualmente com duas ações judiciais de reparação de danos por difamação contra a
Ragi Referigerantes e a Dettal Participações, empresas vinculadas à marca Dolly, bem como contra
Laerte Codonho e a Rede TV!.[3] Para além disso, a Coca-Cola rebateu publicamente todas as alegações
da Dolly. Segundo Rodrigo Caracas, diretor jurídico da Coca-Cola, uma marca de guaraná produzida pela
multinacional, o Kuat, foi igualmente vítima do mesmo e-mail falso, que reafirmou não ser da autoria da
Índice
Acusações
2. Coca-Cola. Caracas esclareceu ainda que dos três fornecedores citados pela Dolly apenas a Dulcini
fornece produtos à Coca-Cola, mas que não existe exclusividade e que este não foi pressionado a nada,
citando o depoimento prestado por este à SDE. Relativamente à acusação de dumping, Caracas afirmou
que a mesma era infundada dado que, segundo a AC Nielsen, entre 1997 e 2003 os preços da marca
Simba estiveram acima dos da Dolly. A Coca-Cola entregou ainda à comunicação social cópia de parte
do processo da SDE, onde é dito que três dos cinco vídeos apresentados pela Dolly continham cortes e
que por isso não podiam ser usados como prova.[1] Em depoimento à polícia, Capistrano negou ter
cometido qualquer delito e afirmou ter sido atraído por Codonho com uma oferta de emprego, e que este
o pretendia usar para ameaçar a Coca-Cola, com o objetivo de receber 100 milhões de dólares para evitar
um escândalo.[1] Seu advogado pôs igualmente em dúvida as gravações, alegando que as mesmas
poderiam ter sido editadas.[2]
Em abril de 2004, a Coca-Cola admitiu ter detetado, após a denuncia de Laerte Codonho, a existência de
um esquema na distribuição de seus produtos pela Spal-Panamco (atualmente Femsa) que resultava na
sonegação de ICMS. Segundo a multinacional, os produtos saíam da fábrica em São Paulo como
destinados ao Mato Grosso do Sul, onde o ICMS é menor, mas na verdade eram vendidos em São Paulo,
o que resultava na sonegação de parte do valor do imposto. O caso ficou conhecido como "Operação
Pangaia" e envolveu cifras superiores a 10 milhões de reais, que foram quitadas pela Femsa no final de
2003.[1]
1. «Clippings Mensais: Abril 2004» (http://www.abir.org.br/article.php3?id_article=194).
Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas. 30 de
abril de 2004. Consultado em 26 de abril de 2012. Cópia arquivada em 19 de fevereiro de
2009 (http://web.archive.org/web/20090219224918/http://www.abir.org.br/article.php3?id_art
icle=194)
2. «Clippings Mensais: Dezembro 2003» (http://abir.org.br/article.php3?id_article=110).
Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas. 19 de
dezembro de 2003. Consultado em 26 de abril de 2012. Cópia arquivada em 19 de
fevereiro de 2009 (http://web.archive.org/web/20090219205118/http://abir.org.br/article.php
3?id_article=110)
3. «RedeTV! e empresas ligadas ao refrigerante Dolly são condenadas a pagar R$ 1 mi à
Coca-Cola» (http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/04/10/redetv-e-empre
sas-ligadas-ao-refrigerante-dolly-sao-condenadas-a-pagar-r-1-mi-a-coca-cola.htm).
UOL.com.br. 10 de abril de 2012. Consultado em 26 de abril de 2012
Coletânea de vídeos sobre o caso no site oficial da empresa Dolly (http://web.archive.org/w
eb/20090227221804/http://www.dolly.com.br/php/apag_imprensa_pro.htm)
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