O documento discute a amostragem e análise química de água, abordando tópicos como planejamento de amostragem, coleta e preservação de amostras, técnicas analíticas e indicadores de qualidade da água.
1. Aula 4 – Hidrosfera
Prof. Julio C. J. Silva
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Instituto de Ciências Exatas
Depto. de Química
Juiz de Fora, 2o semestre, 2019
QUI 163 – Química do Meio Ambiente
2. • Definição do problema
– Estudo ambiental (pesquisa)
– Monitoramento ambiental
• Dados x legislação/parâmetros de qualidade
• FEAM
• IGAM
• CETESB
– Estudos ambientais Métodos/Informações
Normas Monitoramento
Análise Química
13. Incerteza de medição
3 - Gráfico de contribuição da Incerteza
Calibração da Balança (F)
Resolução da Balança (F)
Calibração da Pipeta
Variação de Temperatura
Calibração da Balança (F + R)
Resolução da Balança (F)
Amostragem
Reprodutibilidade
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
14. Ensaio de Proficiência
• Determinação de Metais em matriz de Água por ICP-MS - PEP
002/2007 (SENAI-CETIND-BA)
• Resultados – Arsênio (z-scores)
Lab/ICP-MS
16. Questões para uma boa
amostragem
• Estudo prévio do problema (literatura)
• Local de amostragem
• Frequência de amostragem
• Quantidade de amostra para análise
• Tipo de amostrador (coleta)
• Preservação da amostra (antes/depois)
• Estabilidade
24. • Evitar contaminação de três fontes primárias:
• Aparelhos (Branco instrumental)
• Reagentes (Branco de calibração)
• Laboratório (Branco da amostra)
• Principais erros sistemáticos no preparo das amostras:
• Contaminação
• Ambiente de trabalho (ar)
• Impurezas nos reagentes
• Materiais
• Perdas de elementos
• Volatilização
• Adsorção
• Decomposição incompleta da amostra
• Amostragem
Branco analítico
25. • Ambiente de trabalho (ar)
• Teores de alguns elementos no ambiente de trabalho
Fontes de contaminação
26. • Ambiente de trabalho (ar)
• Teores de alguns elementos no ambiente de trabalho
Fontes de contaminação
Richter, R. Clean Chemistry. Techniques for Modern Laboratories. Monroe, Milestone Press, 2003.
27. • Impurezas em materiais
Fontes de contaminação
Tolg r Tschopel. Anal. Sci., 3 (1987)199-208
[ ] = µg Kg-1
32. Amostras de água
• Amostragem de Soluções Homogêneas de Líquidos e Gases
– A coleta de amostra representativa de água é bastante
simples. O maior problema é a estocagem sem riscos de
contaminação e a preservação. É recomendável manter as
amostras congeladas ou em meio ácido no caso de
amostras filtradas para determinação de elementos-
traço. Em alguns casos usa-se dicromato de potássio para
complexação de íons garantindo boas condições para
análise posterior.
– A estocagem das amostras de água exige cuidados,
especialmente com os problemas relacionados com as
possíveis perdas pela adsorção de íons nas paredes do
frasco ou a contaminação por íons presentes no frasco.
– O frasco deve ser lavado várias vezes com a amostra a
ser coletada.
– Aparelhos específicos para coleta de água são bastante
conhecidos. O amostrador de VAN DORN é o mais
comum.
36. Amostragem ambiental
• Borossilicato ou vidro ?
Pandey et al., Current Science, 86, 2004, 1426-1432
Cheam e Agemian, Analyst, 105, 1980, 737-743
37. • Preservação e armazenamento:
– Preservantes: usados para manter a integridade das amostras
do momento em que elas foram coletadas até o momento em
que elas serão analisadas.
– Preservantes de amostras pode envolver a adição de compostos
químicos como ácidos ou a simples filtragem e refrigeração da
amostra.
– Para cada tipo ou grupo de analito (composto ou elemento
químico que se tem o interesse de determinar a sua
concentração) é necessário se determinar, caso necessário, o
tipo de preservação que este determinado analito requer
Preservação e armazenamento:
39. Amostragem de água subterrânea:
Amostra de água subterrânea é definida como sendo a amostra
de água obtida de um aquífero, comumente através de poços
artesianos, onde o volume do poço tenha sido retirado pelo
menos de uma a duas vezes antes de se efetuar a amostragem.
Esta amostra deve ser representativa dos espaços intersticiais
da fase sólida (minerais, matéria orgânica, etc.) do aquífero.
Amostra de água superficial:
Amostra de água superficial é definida como sendo como a
amostra de água obtida de um corpo de água superficial para
análise química e sendo esta representativa de uma secção de um
lago, drenagem ou rio a ser amostrado.
Amostragem ambiental
• Preservação e armazenamento – Aspectos importantes
40. • Técnicas de Amostragem:
A técnica de amostragem a ser utilizada para a coleta da
amostra depende do objetivo da amostragem, do tipo de
elemento ou composto químico a ser determinado, entre outros
aspectos. Contudo, independentemente do objetivo do plano de
amostragem, os seguintes cuidados devem ser tomados:
As amostras não devem incluir partículas grandes, detritos,
folhas ou outro tipo de material acidental salvo quando se
tratar de amostra de sedimento; além de serem filtradas em
alguns casos como no caso dos metais dissolvidos.
Para minimizar a contaminação da amostra, convém recolhê-la
com a boca do frasco de coleta contra a corrente.
Coletar volume suficiente de amostra para eventual
necessidade de se repetir alguma análise no laboratório.
41. Fazer todas as determinações de campo de pH, condutividade
entre outros, em alíquotas de amostras separadas das que
serão enviadas ao laboratório evitando assim o risco de
contaminação.
Verificar a devida limpeza dos frascos e demais materiais de
coleta. Importante lembrar que em grande parte dos casos a
contaminação dos frascos não é visível nem mesmo ao
microscópio.
A parte interna dos frascos não podem ser tocadas com a
mão ou ficarem expostos a pó, fumaça e outras impurezas
• Técnicas de Amostragem:
42. Os coletores devem manter as mãos limpas e fazerem o uso de luvas
plásticas (látex).
Imediatamente após a coleta as amostras devem ser mantidas ao
abrigo da luz solar.
As amostras que exigem refrigeração para sua preservação devem
ser acondicionadas em caixas de isopor com gelo imediatamente
após a coleta.
• Técnicas de Amostragem:
Manter registros de todas as informações de campo, preenchendo
uma ficha de coleta por amostra, ou conjunto de amostras da
mesma característica (formulário).
Seguir critérios para preservação, armazenamento e transporte
definidos prioritariamente no plano de amostragem
43. Coleta de águas superficiais e subterrâneas:
Rios, lagos e barragens:
A amostragem em pequenos cursos de água deve ser feita
a montante e a jusante das fontes poluidoras, com a
inclusão opcional de pontos adicionais para avaliar o grau
de poluição ou assimilação de carga orgânica ao longo do
trecho em estudo (gradiente).
• Técnicas de Amostragem:
45. Água subterrânea:
As águas subterrâneas apresentam características
relacionadas com as estruturas geológicas por onde circulam.
• Técnicas de Amostragem:
46. INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
Devido às diferentes espécies aportadas, torna-se praticamente
impossível a determinação sistemática de todos os poluentes que possam
estar presentes nas águas superficiais, em tempo relativamente curto.
Selecionaram parâmetros físicos, químicos e bioensaios ecotoxicológicos de
qualidade de água, levando em conta os mais representativos
CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas
(Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005)
Parâmetros Físicos: temperatura, condutividade elétrica, sólidos totais,
sólidos dissolvidos, sólidos em suspensão, cor, turbidez, alcalinidade total,
alcalinidade bicarbonato, dureza de cálcio, dureza de magnésio.
47. INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
•Parâmetros Químicos: pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica
de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO), série de
nitrogênio (orgânico, amoniacal, nitrato e nitrito), fósforo total,
surfactantes aniônicos, óleos e graxas, cianetos, fenóis, cloretos,
ferro, potássio, sódio, sulfetos, magnésio, manganês, alumínio, zinco,
bário, cádmio, boro, arsênio, níquel, chumbo, cobre, cromo (III),
cromo (VI), selênio, mercúrio.
•Parâmetros microbiológicos: coliformes fecais, coliformes totais e
estreptococos totais.
•Bioensaios Ecotoxicológicos: ensaios de toxicidade aguda (0 a
96horas – efeito morte é o mais observado) e crônica (1/10 do ciclo
vital até a totalidade da vida do organismo) com Ceriodaphnia dubia,
visando a aprimorar as informações referentes à toxicidade
causada pelos lançamentos de substâncias tóxicas nos cursos de
água.
48. INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
Para facilitar a interpretação das informações sobre a qualidade da água
de forma abrangente e útil, para especialistas ou não.
A partir de um estudos feito em 1970 pela “National Sanitation Foundation”
dos Estados Unidos, a CETEB e o IGAM, adaptaram e desenvolveram o
Índice de Qualidade das Águas - IQA
Tal índice incorpora nove parâmetros considerados relevantes para a
avaliação da qualidade das águas
Tem como determinante principal a utilização das mesmas para
abastecimento público
IQA = Produto ponderado das Qualidades da Água, variando de 0 a 100
49. INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
Parâmetro Peso - wi
Oxigênio Dissolvido – OD (%OD Sat) 0,17
Coliformes fecais (NMP/100mL) 0,15
pH 0,12
Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO (mg/L) 0,10
Nitratos (mg/L NO3) 0,10
Fosfatos (mg/L PO4) 0,10
Variação na temperatura (0C) 0,10
Turbidez (NTU) 0,08
Resíduos Totais (mg/L) 0,08
qi = qualidade do parâmetro i obtido através obtido através da curva média
específica de qualidade
wi = peso atribuído ao parâmetro, em função de sua importância na qualidade, entre 0
e 1
50. INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
Nível de
Qualidade
Faixa
Excelente 90 < IQA 100
Bom 70 < IQA 90
Médio 50 < IQA 70
Ruim 25 < IQA 50
Muito Ruim 0 < IQA 25
O IQA reflete a interferência por esgotos sanitários e outros materiais
orgânicos, nutrientes e sólidos
54. Legislação Ambiental – Aspectos Gerais
A “QUÍMICA” DAS ÁGUAS NATURAIS é complexa e pode ser estudada
sobre diferentes aspectos
- DOCES pelo teor de sólidos
CLASSIFICAÇÃO - SALOBRAS
pela salinidade
- SALGADAS
(mundial)
(CONAMA)
55. Legislação Ambiental – Aspectos Gerais
Legislação do CONAMA
Conselho Nacional do Meio Ambiente
Criou a resolução sobre a qualidade dos recursos hídricos
- Data de 1986 (Conama 20)
- Alterado pela Resolução 357* de 2005 (vigente)
- Classificação para águas superficiais (critérios de qualidade)
- Ambas tinham os limites máximos para lançamentos de
efluentes em mananciais, originalmente AGORA: Resolução
CONAMA no 430 de 2011
(*) http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705 , acessado 12-04-16
58. Legislação Ambiental – Aspectos Gerais
Classificação da água em função dos seus usos – CONAMA 357
Classes estabelecidas de acordo com os níveis de
CONSTITUINTES E CONTAMINANTES nos corpos de água
59. REFERÊNCIAS
1 – BAIRD, C., Química Ambiental, Bookman, 2002, p. 483-524.
2 - http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf (Resolução CONAMA nº 357, de 17 de
março de 2005). Consultada em 04/12/12
3 - http://www.igam.mg.gov.br (Qualidade das Águas Superficiais do Estado de Minas Gerais em 2004:
Superficiais na Bacia do Rio Jequitinhonha em 2004. Belo Horizonte: IGAM Monitoramento das Águas,
2004, 116p).
4 - http://www.adna.com.pt/educacao-ambiental/tratamento-de-agua. Consultada em 03/12/12
5 - http://agua-molhada.blogspot.com.br/2010_06_01_archive.html. Consultada em 03/12/12
6 - Nascentes, C. C; Costa, L. M. Química Ambiental, Universidade Federal de Minas Gerais, 2011
7 - Rachel V. R. A. Rios, Lilian L. da Rocha, Tales G. Vieira, Rochel M. Lago and Rodinei Augusti,
On-line monitoring by membrane introduction mass spectrometry of chlorination of organics in water.
Mechanistic and kinetic aspects of chloroform formation, J. Mass Spectrom. 35, 618–624 (2000)
8 - http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705 , acessado 12-04-16
9 - Von Sperling, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Editora UFMG,
Belo Horizonte, 1996.
10 - http://site.sabesp.com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=47
60. Referências
• 1 - Baird, C. Química Ambiental; Tradução Maria Angeles Lobo Recio e
Liz Carlos M. Carrera, 2 ed, Porto Alegre, Bookman, 2002.
• 2 - Rocha, J. C; Rosa, A. H. e Cardoso, A. A, Introdução à Química
Ambiental, Porto Alegre Bookman, 2004.
• 3 - Sâmia, M. T., Gobbi, N., Fowler, H., G. Análise Ambiental: Uma visão
multidisciplinar, 2ª edição, São Paulo, Editora da UNESP, 1995
• 4 - Branco, S. M. O meio Ambiente em Debate, Coleção Polêmica, 22ª
edição, São Paulo, Editora Moderna, 1998
• 5 - http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/01/introd.pdf. Acessado
em 13/11/2012.
• 6 - GIRARD, J.E., Princípios de Química Ambiental. 2ª Ed., LTC/GEN,
2013.
• 5 – Artigos
61. Referências
-Cadore, S. Notas de aula. IQ, UNICAMP, 2004.
-Santos, M., Notas de aula. Depto Química, UFJF. 2009
-D. A. SKOOG, D. M. WEST, F. J. HOLLER e S. R. CROUCH –
Fundamentos de Química Analitica, 1a ed., Thomson, 2006.
- Baccan, N., Química Analítica Quantitativa Elementar. 3a Ed.
Edgard Blucher LTDA
- James N. Miller & Jane C. Miller. Statistics and Chemometrics for
Analytical Chemistry, fourth edition. Person Education.
- ANVISA - Guia para Qualidade em Química Analítica: Uma
Assistência a Acreditação – ANVISA, 1.ed. – Brasília, 2004.
- Lowinsohn, D., Notas de aula. Depto. de Química, UFJF. 2009.
62. Referências
• Geraldo Boaventura. Notas de Aula. UnB
• Otto Alcides Ohlweiler. Química Analítica Quantitativa. Volume 2.
livros Técncos e Científicos S.A.
• Edenir R. P. Filhos. Notas de Aula. UFSCar
(http://erpf.sites.uol.com.br)
• Harris, D.C. Análise Química Quantitativa, Editora LTC, 5a Ed., 2001
• Skoog, West, Holler, Crouch. Fundamentos de Química Analítica,
Editora Thomson, 8a Ed., 2006
• Bicudo, C.E.M., Bicudo, D.C. Amostragem em Limnologia, Edito Rima,
2004.
• Stoeppler, M. Sampling and Sample Preparation, Editora Springer,
1997
• Nobrega, J.A. http://www.escolaquimicaufam.com/minicursos.html