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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE AGRONOMIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HORTICULTURA
AGROBIODIVERSIDADE DO SOLO EM PLANTAS CULTIVADAS
CRISTIANE DE LIMA WESP
Engenheira Agrônoma/UPF
Mestre em Zootecnia/UFRGS
Porto Alegre (RS), Brasil
Dezembro de 2010
SUMÁRIO
2
Páginas
1. INTRODUÇÃO ......................................................................... 3
2. AGROBIODIVERSIDADE ........................................................ 6
3. BIODIVERSIDADE DO SOLO ................................................. 8
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................... 18
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................ 19
3
1. INTRODUÇÃO
A agricultura se tornou uma atividade extremamente especializada
nos últimos anos. Tal fato é conseqüência de uma série de pressões políticas e
econômicas e à crescente demanda de mercado por alimentos e fibras
(Russele & Franzluebbers, 2007). Deste modo, grandes transformações
ocorreram nos sistemas de produção agrícola no último século, principalmente
a partir da II Guerra Mundial. A agricultura, que se apresentava diversificada e
caracterizada por intensivo trabalho manual, onde as atividades agrícolas e
pecuárias eram conduzidas em relação interdependente, passou a ser
extremamente intensificada, pelo uso crescente de maquinários, genótipos
melhorados e insumos agrícolas (Sulc & Tracy, 2007; Franzluebbers, 2007). As
propriedades rurais, caracterizadas por possuírem tamanho reduzido e escala
diversificada de produção, destinada ao mercado local, passaram a produzir
alimentos em intensiva e alta escala produtiva. Desde então, o tamanho das
propriedades vem aumentando, os números de propriedades decaindo, os
mercados agrícolas adquiriram caráter internacional e o enfoque produtivo, na
maioria das vezes, destina-se a uma ou duas culturas agrícolas apenas (Sulc &
Tracy, 2007; McRae et al., 1989).
Baseado nisto, crescente preocupação está emergindo, referente ao
prejuízo que tal especialização dos sistemas produtivos pode causar na
estabilidade e resiliência das paisagens agrícolas, visto que a intensificação
das operações e a ampliação da escala de produção parecem alterar
principalmente, a ciclagem de energia e de nutrientes do ecossistema natural
(Gates, 2003). Assim, apesar desses sistemas colaborarem relativamente com
o aumento da oferta global de alimentos e proporcionarem relativo sucesso
4
econômico em curto prazo (Matson et al, 1997; Evenson & Gollen, 2003), por
outro lado, trazem conseqüências negativas ao âmbito biológico, ambiental, e
até mesmo econômico e social dos sistemas de produção agrícola (Russelle &
Franzluebbers, 2007; Sulc & Tracy, 2007). Dentre essas conseqüências
negativas, pode-se citar o cultivo excessivo de monoculturas, a redução da
matéria orgânica e a degradação das características físicas do solo, a
contaminação de recursos hídricos, os surtos de pragas e doenças agrícolas, o
desenvolvimento de plantas resistentes a herbicidas, o êxodo de populações
rurais e a perda acelerada da biodiversidade, bem como, do conhecimento
tradicional associado à mesma (Tiessen, 1982; Pimentel et al., 1995; Brummer,
1998; Porter et al., 2001; Altieri, 2004; Trainer et al., 2005; Machado et al.,
2008).
É importante salientar que grande parte da população pobre do mundo
(75%), encontra-se em áreas connsideradas agrícolas. Assim, são
especialmente vulneráveis aos riscos ecológicos e econômicos associados às
interferências causadas na agricultura (WRI, 2005). A crescente demanda
mundial por alimentos e fibras, faz necessária a busca de novas soluções,
tanto para a produção desses bens, como também, para o bem-estar social
dos povos que residem em paisagens agrícolas. Sendo assim, a proteção dos
recursos naturais básicos dos quais a atividade agrícola é dependente (água,
solo, flora e fauna) assume extrema importância (MEA, 2005).
Deste modo, a conservação da biodiversidade existente em paisagens
agrícolas (também denominada agrobiodiversidade) e a adoção de práticas
baseadas na manutenção e preservação da mesma, têem sido propostas
principalmente a partir da década de 1980, como alternativas aos sistemas de
5
produção demasiadamente intensificados e especializados, gerados pelos
avanços tecnológicos advindos pós II Guerra Mundial e Revolução Verde
(Altieri, 2004; Sulc & Tracy, 2007; Machado et al., 2008). Tais práticas
conservacionistas visam a sustentabilidade da produção agrícola, bem como, a
promoção da utilização de bens e serviços ecológicos, com menos efeitos
prejudiciais ao meio ambiente, e conseqüentemente, à biodiversidade do
planeta (Collins & Qualset, 1999; McNeely & Scherr, 2003; MEA, 2005).
Avaliar o potencial de utilização e conservação da biodiversidade em
paisagens agrícolas exige cooperação e comunicação entre as partes
interessadas. Sendo assim, a interdisciplinariedade de conhecimentos entre
agricultores, ecologistas, biólogos, antropólogos, agrônomos, veterinários e
economistas torna-se necessária e fundamental, tanto para a preservação das
espécies etnobiológicas inseridas no contexto da agrobiodiversidade (e do
conhecimento associado à essas), como também, para a busca de alternativas
sustentáveis de produção nesses ecossistemas (Brush, 2004; Banks, 2004;
Robertson & Swinton, 2005; Jackson et al., 2007). Deste modo, a
sustentabilidade de sistemas agrícolas deve ter como premissa básica “o
manejo adequado dos recursos, de modo a satisfazer as necessidades do
homem, contudo, mantendo e/ou melhorando a qualidade do ambiente e dos
recursos naturais” (Hungria et al., 1997; Primavesi, 1997; Ambrosano, et al.
2000).
6
2. AGROBIODIVERSIDADE
O conceito de agrobiodiversidade, em um sentido amplo, refere-se a
variedade e variabilidade de organismos vivos que contribuem de alguma
forma para a alimentação e a agricultura, bem como, os seus conhecimentos
associados (Qualset et al., 1995). Segundo a FAO (2005), a agrobiodiversidade
é o resultado dos processos de seleção natural, somados a seleção cuidadosa
e inventiva realizada por agricultores, pecuaristas e pescadores ao longo de
milênios. Desta forma, o homem exerce papel importante na manutenção da
agrobiodiversidade, pois seus conhecimentos locais e culturais são parte
integrante do manejo da agrobiodiversidade, já que essa requer uma constante
interação do homem com o ambiente (Machado et al., 2008).
Na literatura encontram-se sinônimos para o termo “agrobiodiversidade”.
Entre esses, destacam-se os termos “biodiversidade agrícola” e “recursos
genéticos associados à alimentação e agricultura”. A agrobiodiversidade
consiste em um sub-grupo vital da biodiversidade, portanto, abrange a
variedade e variabilidade de animais, plantas e microrganismos que são direta
ou indiretamente utilizados para alimentação e agricultura, incluindo os cultivos,
a pecuária, a silvicultura e a pesca. Em síntese, a agrobiodiversidade
compreende a diversidade de recursos genéticos (variedades e raças) e
espécies utilizadas para alimentação, forragem, fibra, combustível e produtos
farmacêuticos. Inserida neste contexto, está também a diversidade de espécies
“não colhidas” que apoiam a produção (microorganismos do solo, predadores e
polinizadores), bem como, todas as espécies presentes no meio-ambiente que
de alguma forma auxiliam e apoiam os agroecossistemas existentes (agrícolas,
7
florestais, pastoris e aquáticos), colaborando para a diversidade desses (FAO,
2005).
O termo “biodiversidade” assume caráter mais abrangente, e segundo
Artigo 2 da Convenção sobre Diversidade Biológica (Brasil, 2002), pode ser
entendido como a variabilidade dos organismos vivos de todas as origens,
abrangendo os ecossistemas terrestres, marinhos, aquáticos e outros, incluindo
seus complexos; e compreendendo a diversidade dentro de espécies, entre
espécies e de ecossistemas. Dentro deste conceito é importante ressaltar a
inclusão da espécie humana como componente fundamental do sistema e
altamente dependente dos serviços e bens ambientais oferecidos pela natureza
(Lamin-Guedes & Soares, 2007). Sendo assim, a agrobiodiversidade pode ser
considerada um recorte da biodiversidade, pois agrega os três níveis de
complexidade relacionados a essa (diversidade entre espécies, dentro de
espécies e de ecossistemas), além disso, essa sofre constante interação do
homem com o ambiente, assumindo as intervenções humanas papel decisivo
para a compreensão da agrobiodiversidade (Machado et al., 2008). Desta
forma, assumem grande importância as diferentes práticas de manejo
realizadas pelo homem nos diversos agroecossistemas e os saberes e
conhecimentos agrícolas tradicionais associados a esses, os quais englobam
além do conhecimento prático de manejo, os saberes relacionados à utilização
das espécies etnobiológicas tanto para o uso culinário, medicinal, como em
festividades e cerimônias religiosas. Assim, a agrobiodiversidade é resultado
da interação de quatro níveis de complexidade: sistemas de cultivo; espécies,
variedades e raças; diversidade humana; e diversidade cultural. Em resumo, a
agrobiodiversidade pode ser entendida como o processo de relações e
8
interações do manejo da diversidade entre e dentro de espécies, os
conhecimentos tradicionais relacionadas a essas e o manejo dos múltiplos
agroecossistemas (Machado et al., 2008).
3. BIODIVERSIDADE DO SOLO
Apesar de grande parte da biodiversidade agrícola estar relacionada a
variedade e variabilidade de espécies de plantas e animais, o solo também
exerce papel fundamental na manutenção da agrobiodiversidade, já que serve
de sustento para uma infinita variedade de organismos. Esses, têm sido cada
vez mais associados à qualidade ambiental, tanto por seu papel fundamental
na manutenção dos ecossistemas como por sua sensibilidade a variações nos
muitos fatores que compõem os ambientes (Silveira & Freitas, 2007).
Um solo vivo pressupõe a presença de variadas formas de organismos
interagindo entre si e com os componentes minerais e orgânicos do solo. Essa
dinâmica biológica exerce uma função essencial na agregação do solo, de
modo a torná-lo grumoso e permeável para o ar e para a água. Além disso, são
esses organismos que mobilizam os nutrientes e os disponibilizam para as
plantas (Primavesi, 2008). Sendo assim, o solo é considerado um recurso
complexo, dinâmico e vivo, que desempenha uma vasta gama de funções vitais
(SASC, 2009).
De maneira geral, os microrganismos presentes no solo estão
envolvidos em vários processos de grande interesse agronômico. Dentre esses
processos, podem ser destacados a decomposição e ressíntese da matéria
orgânica, a ciclagem de nutrientes, as transformações bioquímicas específicas
(nitrificação, desnitrificação, oxidação e redução do enxofre), a fixação
9
biológica do nitrogênio, o estoque de carbono, a ação antagônica aos
patógenos, a produção de substâncias promotoras ou inibidoras de
crescimento, entre outros (Andreola & Fernandes, 2007).
Em síntese, o solo serve de habitat e reservatório genético para uma
infinita variedade de organismos, proporcionando uma plataforma de
importância imensurável para as atividades humanas e para o abastecimento
de matérias-primas (SASC, 2009).
As interações realizadas na biota do solo têm grandes efeitos sobre a
qualidade das culturas (as quais afetam a nutrição humana e animal), sobre a
incidência de plantas invasoras e/ou pragas e doenças (as quais afetam os
níveis de produção) e sobre os organismos benéficos à produção agrícola
(ciclo de nutrientes e/ou predadores de espécies praga). Portanto, os
microrganismos do solo desempenham papel fundamental na gênese do solo e
ainda atuam como reguladores de nutrientes, pela decomposição da matéria
orgânica e ciclagem dos elementos, atuando como fonte e dreno desses para o
crescimento das plantas (Brussaard et al., 2007; Andreola & Silveira, 2007)..
A maior parte da biodiversidade dos sistemas agrícolas reside no solo,
visto que, esse é considerado um dos compartimentos mais ricos em espécies
dentre os ecossistemas terrestres. A diversidade de espécies presentes neste
ambiente é dividida no que se define por micro, meso e macrofauna do solo
(Giller et al., 1996). Estima-se que em 1 g de solo estejam presentes milhares
de espécies de bactérias (Torsvik et al., 1994), cerca de 1.500,000 espécies
fungicas (Hawksworth, 1991), 100,000 espécies de protozoários, 500,000
espécies de nematóides (Hawksworth & Mound, 1991) e 3000 espécies de
minhocas (Lee, 1985). Além desses, outros grupos de organismos habitam a
10
biota do solo, como os colêmbolos, ácaros e enquitreídeos, componentes da
mesofauna, bem como, a ampla diversidade de espécies de formigas, cupins,
besouros e aranhas, as quais compõe a macrofauna do solo (Giller et al.,
1996).
Estudos demonstram que tanto a composição, como a diversidade de
espécies de plantas presentes em um agroecossistema, exercem influência
sobre a abundância e diversidade de organismos do solo (Johnson
et al, 2003; Wardle, 2005). Porém, os mecanismos pelos quais esses afetam as
comunidades e níveis tróficos na cadeia alimentar do solo permanecem
essencialmente inexplorados (Wardle et al., 2003).
Segundo Beare et al., (1992), uma flora variada de bactérias e fungos
pode realizar a degradação completa de material orgânico de restos de plantas
e animais; mas na prática eles raramente agem sozinhos. É a diversidade
microbiana e de espécies da fauna edáfica envolvidas nesse processo, que
permite decompor estruturalmente e quimicamente os tecidos complexos de
uma planta ou restos de animais.
Sabe-se também que o manejo agrícola realizado pelo homem, de forma
consciente ou inadvertidamente, afeta a biodiversidade do solo, e
conseqüentemente a agrobiodiversidade, podendo ocasionar consequências
positivas ou negativas, dependendo das práticas de manejo adotadas
(Brussaard et al., 2007). Desse modo, o uso de práticas agrícolas, como as que
permitem a cobertura vegetal do solo, a incorporação de restos vegetais, a
adubação orgânica, a rotação de culturas, e outras, incluindo dentro desse
contexto o plantio direto, podem resultar na melhoria da qualidade do solo, e
11
conseqüentemente em melhores índices produtivos associados à qualidade
ambiental e à sustentabilidade (Andreola & Fernandes, 2007).
A expansão dos monocultivos está entre os principais fatores
responsáveis pela perda da agrobiodiversidade (Machado et al., 2008). A
introdução de monoculturas em áreas extensas, além de eliminar a
biodiversidade de plantas acima do solo, também contribui efetivamente para a
redução da matéria orgânica e da biota desse (Baggio e Medrado, 2003). A
ausência de cobertura vegetal e de matéria orgânica nos solos é fator decisivo
para o agravamento das secas e das inundações resultantes das mudanças
climáticas, as quais agravam a destruição da biodiversidade e dos
ecossistemas naturais (Machado et al., 2008). Assim, com a redução dos
teores de matéria orgânica do solo, a maior parte da vida microbiana não
sobrevive, pois fica sem alimento. Sem a ação da matéria orgânica e dos
microrganismos, o solo desagrega, compacta e endurece e sua capacidade de
produção fica cada vez mais dependente do pacote químico da agricultura
convencional (Primavesi, 2008).
Na tentativa de reverter este cenário, buscam-se práticas agroecológicas
modernas que, desenvolvidas por diferentes linhas de pesquisa, apresentam-
se como alternativas para fundamentar um novo paradigma, baseado no
desenvolvimento sustentável, com custos sociais, econômicos e ambientais
mínimos (Vasconcellos, 2007).
Neste contexto, os sistemas mais diversificados de produção
apresentam processos ecológicos mais completos do que aqueles altamente
simplificados, como os sistemas convencionais e em particular os monocultivos
(Darolt, 2000, Primavesi, 1997).
12
A diversificação dos sistemas de produção agrícolas surge como uma
das alternativas para a busca de sistemas produtivos sustentáveis. Tal
diversificação pode ser adquirida pela integração entre o cultivo das culturas de
grãos e a produção de animais ruminantes (Sulc & Tracy, 2007; Russelle &
Franzluebbers, 2007; Allen et al., 2007; Franzluebbers, 2007). Sistemas que
integram lavoura e pecuária podem aprimorar a eficiência do ecossistema
agrícola na ciclagem de nutrientes e na utilização de recursos naturais
renováveis, além de melhorar a qualidade do solo, favorecendo a sua
macrofauna pelo incremento dos gêneros Oligochaeta (minhocas) e Coleoptera
(besouros coprófagos). Este sistema também pode proporcionar estabilidade e
retorno econômico aceitável ao produtor rural, já que permite aumento da
eficiência do uso da terra, proporcionando maiores produções, em menor
tempo e área (Altieri, 2004; Franzluebbers & Stuedemann, 2007; Macedo,
2009).
Apesar de parecer recente, o conceito de integrar a lavoura com a
pecuária, na verdade é um conceito re-emergente, já que este não consiste em
nova tecnologia. Combinações entre plantas de lavoura e a produção animal
datam de 8 a 10 milênios atrás (Smith, 1995; Halstead, 1996). Os sistemas que
integram a produção vegetal e animal, como o sistema de integração lavoura-
pecuária (SILP), ocupam importante posição no cenário internacional. Eles
apresentam ampla gama de possibilidades de uso e são explorados, em
diferentes níveis, por milhões de produtores rurais em diferentes países do
globo, muitos dos quais buscam, por intermédio desse sistema, atingir
patamares de desenvolvimento agrícola frente ao constante aumento
populacional e aos riscos inerentes ligados à produção de apenas uma
13
atividade rural (Tutwiler & Thomson, 1998). Segundo Keulen & Schiere (2004),
sistemas de produção integrados contribuem com cerca de metade da área
destinada à produção pecuária no mundo, ou seja, 2,5 bilhões de hectares, os
quais são responsáveis pela produção de mais de 50% da carne e 90% do leite
consumidos mundialmente.
A biomassa microbiana do solo é a fração viva da matéria orgânica,
responsável por processos bioquímicos e biológicos no solo e sensivelmente
alterada pelas condições impostas pelo meio (Balota et al., 2008). As bactérias
e os fungos são responsáveis por cerca de 90% da biomassa microbiana do
solo (Brandão, 1992). De acordo com Cattelan & Vidor (1990), a biomassa
microbiana é estimulada a crescer em áreas com maior deposição de resíduos
orgânicos no solo. Em SILP, sob plantio direto, ocorre aporte diferenciado de
resíduos vegetais em relação aos sistemas puros de produção de grãos, tanto
na superfície quanto no perfil do solo pelas raízes (Salton et al., 2002). Isto
ocorre, pois a presença do animal é capaz de alterar a ciclagem de nutrientes
existente, maximizando o aporte de matéria orgânica, o estoque de carbono, a
agregação e aeração do solo, fatores que contribuem para o aumento da
biomassa microbiana e conseqüentemente para a qualidade do solo.
Desta forma, em SILP as excreções dos animais, na forma de esterco e
urina, irão influenciar a dinâmica do C orgânico no solo, que passa a ser o
suprimento mais importante de nutrientes para as pastagens, as quais servem
de suprimento básico para a alimentação animal em SILP (Haynes & Williams,
1999). O acúmulo desse material no solo implicará aumento da matéria
orgânica, com conseqüente estímulo à biomassa microbiana (Rezende et al.,
2004). Além disso, em sistemas de manejo do solo em que são incluídas
14
gramíneas para pastejo, ocorre maior presença de raízes, que promovem
aumento na proporção de solo rizosférico. Assim, quanto maior a quantidade
dessas raízes, aliado ao corte da parte aérea via bocado animal, que provoca
alta exsudação de compostos orgânicos (Tisdall & Oades, 1982), maior é o
favorecimento da biomassa microbiana, que utiliza esses compostos como
fonte de C. Desse modo, nesses sistemas de manejo onde a produção vegetal
está integrada com a produção animal, há a adição de resíduos provenientes
de ambas as partes. Enquanto os resíduos vegetais são provenientes da
cultura de interesse comercial e da pastagem, cujo maior ou menor aporte será
em função da intensidade de pastejo adotada, os resíduos animais são
provenientes da excreção animal.
Além dos SILP, a diversificação da agricultura pode ser alcançada ainda
com um manejo que utilize o policultivo, os sistemas agroflorestais, as rotações
de culturas, os cultivos de cobertura, o cultivo mínimo, o uso de composto e
esterco, a adubação verde, a utilização de húmus de minhoca e outras práticas
que podem colaborar com a diversidade da micro, meso e macrofauna do solo.
Esse tipo de manejo potencializa a reciclagem de nutrientes, melhora o
microclima local, diminui patógenos e insetos-praga, elimina determinados
contaminantes e conserva melhor a fertilidade do solo e a qualidade da água
(Primavesi, 1997; Darolt, 2000, Ambrosano et al., 2000).
De maneira geral, a crescente preocupação com o impacto ambiental da
exploração agrícola tem estimulado a adoção de sistemas conservacionistas de
manejo do solo. O plantio direto, associado ao retorno de resíduos culturais,
tem evoluído sensivelmente dentro do conceito de sistema conservacionista.
Alguns pontos têm sido freqüentemente considerados como relevantes nesse
15
sistema: redução sensível das perdas de solo por erosão, aumento da matéria
orgânica e da fertilidade do solo e menor custo de produção em relação ao
preparo convencional (Sá, 2001).
Balota et al. (1998), em experimento que vinha sendo realizado há doze
anos, avaliaram durante três anos a biomassa e a atividade microbiana de um
solo submetido a diferentes sucessões de cultura nos sistemas de plantio direto
e convencional. Os autores verificaram que as sucessões praticamente não
alteraram a biomassa nem a atividade microbiana. Entretanto, observaram que
no sistema de plantio direto a biomassa microbiana foi bem maior que no
sistema convencional. Observaram também que no sistema de plantio direto
houve menor perda de carbono via respiração, indicando com isso a
possibilidade de aumento do estoque de carbono em longo prazo.
Scholles & Vargas (2000) utilizando diferentes preparos do solo
(convencional, reduzido e plantio direto), duas sucessões de culturas, duas
profundidades de amostragem do solo (0-5 e 5-15 cm) em quatro épocas,
verificaram que tanto a biomassa quanto a atividade microbiana apresentaram
maiores valores na camada de 0-5 cm, no sistema de plantio direto e reduzido
e na sucessão aveia preta + ervilhaca/milho + caupi (Vigna sinensis).
Fontaneli et al. (2000) avaliaram a nodulação da soja em quatro
sucessões de culturas em sistema de plantio direto. Após cinco anos,
verificaram abundante nodulação da soja independentemente do tipo de cultura
antecedente. Os autores atribuíram às populações naturalizadas de
Bradyrhizobium, em número adequado e eficiente, às condições favoráveis à
fixação biológica do nitrogênio, como temperatura e umidade adequadas do
solo, proporcionadas por este sistema conservacionista.
16
A associação micorrízica também sofre influência do pré-cultivo e do
manejo do solo. Oliveira & Sanders (1999) observaram que nos tratamentos
com solo nu e com distúrbio mecânico houve redução na densidade de esporos
de fungos micorrízicos arbusculares e na colonização radicular do feijoeiro. A
colonização foi maior nas parcelas anteriormente cultivadas com cereais,
especialmente no pré-cultivo com milho. Em geral, tem sido verificado que os
microrganismos simbiontes, rizóbio e fungos micorrízicos arbusculares,
mostram melhor adaptação ao sistema de plantio direto em relação ao sistema
convencional (Andreola & Fernandes, 2007).
Na rotação de culturas, o tipo (leguminosa ou não) e o destino (produção
de grãos, de forragem ou de cobertura do solo/adubação verde) da cultura
precedente, influenciam diferentemente a biomassa microbiana do solo. Isso
porque os resíduos culturais são diferentes, tanto em quantidade quanto em
qualidade. Assim, não há como dissociar a microbiota do solo da matéria
orgânica e, no sistema de rotação de culturas, esta e o fornecimento de
nutrientes. Isto é particularmente importante para a disponibilidade de N
(nutriente requerido em grande quantidade) para a cultura que a sucede, uma
vez que a disponibilidade é influenciada pela mineralização e imobilização do N
contido nos resíduos orgânicos. Esses dois processos ocorrem
simultaneamente e são levados a efeito pela comunidade microbiana do solo,
cuja atividade é alterada por vários fatores, com destaque para a relação
carbono/nitrogênio (C/N) (Andreola & Fernandes, 2007).
Dessa forma, os sistemas conservacionistas de manejo do solo
influenciam a distribuição horizontal e vertical da biota do solo (Arshad et al.,
1990). Da mesma forma, a taxa de adição e os tipos de resíduos culturais
17
mantidos na superfície do solo alteram a atividade da biomassa microbiana
desse, bem como, toda a sua biota (Franzluebbers et al., 1994). Nesse sentido,
a produtividade do ecossistema também depende da manutenção da
diversidade vegetal que fornece as condições necessárias para a diversidade
biológica nos solos (Primavesi, 2008). Desse modo, cria-se uma rede intrincada
de fatores que, se bem manejados pelo homem, possibilitam a existências de
sistemas produtivos e sustentáveis em longo prazo, com a preservação de
recursos naturais, associada à manutenção do homem no campo, o qual é
peça chave na criação e conservação da agrobiodiversidade, tanto do solo,
como dos agroecossistemas que de alguma forma dependem do solo para a
sua produtividade e sustentabilidade.
18
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As funções da biota do solo são múltiplas e trazem grandes benefícios à
qualidade ambiental e à sustentabilidade de sistemas produtivos. Tais funções
envolvem desde a preservação de água até o seqüestro de substâncias
tóxicas, com reflexos para o ambiente, as culturas, os negócios, enfim, para a
sociedade (Castro, 2007).
Considerando que a agricultura sustentável, nas nossas condições de
solo e clima, depende consideravelmente da reciclagem dos nutrientes da
matéria orgânica e considerando também, que a biota do solo desempenha um
papel de fundamental importância nesse processo, é possível inferir-se que a
criação de condições favoráveis à manutenção e diversidade das comunidades
existentes no solo (micro, meso e macrofauna) e suas atividades é de extrema
relevância para a preservação dos agroecossistemas (Andreola & Fernandes,
2007).
Os sistemas de produção menos agressivos ao ambiente remetem a
sistemas complexos, onde todos os fatores sejam eles bióticos ou abióticos,
bem como as suas interações, têm que ser considerados (Andreola &
Fernandes, 2007). Diante das necessidades de poupar recursos naturais,
reduzir custos econômicos e minimizar impactos ambientais, informações que
abordem soluções para amenizar as fontes finitas usadas na agricultura são
indispensáveis (Castro, 2007).
19
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE AGRONOMIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HORTICULTURA AGROBIODIVERSIDADE DO SOLO EM PLANTAS CULTIVADAS CRISTIANE DE LIMA WESP Engenheira Agrônoma/UPF Mestre em Zootecnia/UFRGS Porto Alegre (RS), Brasil Dezembro de 2010 SUMÁRIO
  • 2. 2 Páginas 1. INTRODUÇÃO ......................................................................... 3 2. AGROBIODIVERSIDADE ........................................................ 6 3. BIODIVERSIDADE DO SOLO ................................................. 8 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................... 18 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................ 19
  • 3. 3 1. INTRODUÇÃO A agricultura se tornou uma atividade extremamente especializada nos últimos anos. Tal fato é conseqüência de uma série de pressões políticas e econômicas e à crescente demanda de mercado por alimentos e fibras (Russele & Franzluebbers, 2007). Deste modo, grandes transformações ocorreram nos sistemas de produção agrícola no último século, principalmente a partir da II Guerra Mundial. A agricultura, que se apresentava diversificada e caracterizada por intensivo trabalho manual, onde as atividades agrícolas e pecuárias eram conduzidas em relação interdependente, passou a ser extremamente intensificada, pelo uso crescente de maquinários, genótipos melhorados e insumos agrícolas (Sulc & Tracy, 2007; Franzluebbers, 2007). As propriedades rurais, caracterizadas por possuírem tamanho reduzido e escala diversificada de produção, destinada ao mercado local, passaram a produzir alimentos em intensiva e alta escala produtiva. Desde então, o tamanho das propriedades vem aumentando, os números de propriedades decaindo, os mercados agrícolas adquiriram caráter internacional e o enfoque produtivo, na maioria das vezes, destina-se a uma ou duas culturas agrícolas apenas (Sulc & Tracy, 2007; McRae et al., 1989). Baseado nisto, crescente preocupação está emergindo, referente ao prejuízo que tal especialização dos sistemas produtivos pode causar na estabilidade e resiliência das paisagens agrícolas, visto que a intensificação das operações e a ampliação da escala de produção parecem alterar principalmente, a ciclagem de energia e de nutrientes do ecossistema natural (Gates, 2003). Assim, apesar desses sistemas colaborarem relativamente com o aumento da oferta global de alimentos e proporcionarem relativo sucesso
  • 4. 4 econômico em curto prazo (Matson et al, 1997; Evenson & Gollen, 2003), por outro lado, trazem conseqüências negativas ao âmbito biológico, ambiental, e até mesmo econômico e social dos sistemas de produção agrícola (Russelle & Franzluebbers, 2007; Sulc & Tracy, 2007). Dentre essas conseqüências negativas, pode-se citar o cultivo excessivo de monoculturas, a redução da matéria orgânica e a degradação das características físicas do solo, a contaminação de recursos hídricos, os surtos de pragas e doenças agrícolas, o desenvolvimento de plantas resistentes a herbicidas, o êxodo de populações rurais e a perda acelerada da biodiversidade, bem como, do conhecimento tradicional associado à mesma (Tiessen, 1982; Pimentel et al., 1995; Brummer, 1998; Porter et al., 2001; Altieri, 2004; Trainer et al., 2005; Machado et al., 2008). É importante salientar que grande parte da população pobre do mundo (75%), encontra-se em áreas connsideradas agrícolas. Assim, são especialmente vulneráveis aos riscos ecológicos e econômicos associados às interferências causadas na agricultura (WRI, 2005). A crescente demanda mundial por alimentos e fibras, faz necessária a busca de novas soluções, tanto para a produção desses bens, como também, para o bem-estar social dos povos que residem em paisagens agrícolas. Sendo assim, a proteção dos recursos naturais básicos dos quais a atividade agrícola é dependente (água, solo, flora e fauna) assume extrema importância (MEA, 2005). Deste modo, a conservação da biodiversidade existente em paisagens agrícolas (também denominada agrobiodiversidade) e a adoção de práticas baseadas na manutenção e preservação da mesma, têem sido propostas principalmente a partir da década de 1980, como alternativas aos sistemas de
  • 5. 5 produção demasiadamente intensificados e especializados, gerados pelos avanços tecnológicos advindos pós II Guerra Mundial e Revolução Verde (Altieri, 2004; Sulc & Tracy, 2007; Machado et al., 2008). Tais práticas conservacionistas visam a sustentabilidade da produção agrícola, bem como, a promoção da utilização de bens e serviços ecológicos, com menos efeitos prejudiciais ao meio ambiente, e conseqüentemente, à biodiversidade do planeta (Collins & Qualset, 1999; McNeely & Scherr, 2003; MEA, 2005). Avaliar o potencial de utilização e conservação da biodiversidade em paisagens agrícolas exige cooperação e comunicação entre as partes interessadas. Sendo assim, a interdisciplinariedade de conhecimentos entre agricultores, ecologistas, biólogos, antropólogos, agrônomos, veterinários e economistas torna-se necessária e fundamental, tanto para a preservação das espécies etnobiológicas inseridas no contexto da agrobiodiversidade (e do conhecimento associado à essas), como também, para a busca de alternativas sustentáveis de produção nesses ecossistemas (Brush, 2004; Banks, 2004; Robertson & Swinton, 2005; Jackson et al., 2007). Deste modo, a sustentabilidade de sistemas agrícolas deve ter como premissa básica “o manejo adequado dos recursos, de modo a satisfazer as necessidades do homem, contudo, mantendo e/ou melhorando a qualidade do ambiente e dos recursos naturais” (Hungria et al., 1997; Primavesi, 1997; Ambrosano, et al. 2000).
  • 6. 6 2. AGROBIODIVERSIDADE O conceito de agrobiodiversidade, em um sentido amplo, refere-se a variedade e variabilidade de organismos vivos que contribuem de alguma forma para a alimentação e a agricultura, bem como, os seus conhecimentos associados (Qualset et al., 1995). Segundo a FAO (2005), a agrobiodiversidade é o resultado dos processos de seleção natural, somados a seleção cuidadosa e inventiva realizada por agricultores, pecuaristas e pescadores ao longo de milênios. Desta forma, o homem exerce papel importante na manutenção da agrobiodiversidade, pois seus conhecimentos locais e culturais são parte integrante do manejo da agrobiodiversidade, já que essa requer uma constante interação do homem com o ambiente (Machado et al., 2008). Na literatura encontram-se sinônimos para o termo “agrobiodiversidade”. Entre esses, destacam-se os termos “biodiversidade agrícola” e “recursos genéticos associados à alimentação e agricultura”. A agrobiodiversidade consiste em um sub-grupo vital da biodiversidade, portanto, abrange a variedade e variabilidade de animais, plantas e microrganismos que são direta ou indiretamente utilizados para alimentação e agricultura, incluindo os cultivos, a pecuária, a silvicultura e a pesca. Em síntese, a agrobiodiversidade compreende a diversidade de recursos genéticos (variedades e raças) e espécies utilizadas para alimentação, forragem, fibra, combustível e produtos farmacêuticos. Inserida neste contexto, está também a diversidade de espécies “não colhidas” que apoiam a produção (microorganismos do solo, predadores e polinizadores), bem como, todas as espécies presentes no meio-ambiente que de alguma forma auxiliam e apoiam os agroecossistemas existentes (agrícolas,
  • 7. 7 florestais, pastoris e aquáticos), colaborando para a diversidade desses (FAO, 2005). O termo “biodiversidade” assume caráter mais abrangente, e segundo Artigo 2 da Convenção sobre Diversidade Biológica (Brasil, 2002), pode ser entendido como a variabilidade dos organismos vivos de todas as origens, abrangendo os ecossistemas terrestres, marinhos, aquáticos e outros, incluindo seus complexos; e compreendendo a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas. Dentro deste conceito é importante ressaltar a inclusão da espécie humana como componente fundamental do sistema e altamente dependente dos serviços e bens ambientais oferecidos pela natureza (Lamin-Guedes & Soares, 2007). Sendo assim, a agrobiodiversidade pode ser considerada um recorte da biodiversidade, pois agrega os três níveis de complexidade relacionados a essa (diversidade entre espécies, dentro de espécies e de ecossistemas), além disso, essa sofre constante interação do homem com o ambiente, assumindo as intervenções humanas papel decisivo para a compreensão da agrobiodiversidade (Machado et al., 2008). Desta forma, assumem grande importância as diferentes práticas de manejo realizadas pelo homem nos diversos agroecossistemas e os saberes e conhecimentos agrícolas tradicionais associados a esses, os quais englobam além do conhecimento prático de manejo, os saberes relacionados à utilização das espécies etnobiológicas tanto para o uso culinário, medicinal, como em festividades e cerimônias religiosas. Assim, a agrobiodiversidade é resultado da interação de quatro níveis de complexidade: sistemas de cultivo; espécies, variedades e raças; diversidade humana; e diversidade cultural. Em resumo, a agrobiodiversidade pode ser entendida como o processo de relações e
  • 8. 8 interações do manejo da diversidade entre e dentro de espécies, os conhecimentos tradicionais relacionadas a essas e o manejo dos múltiplos agroecossistemas (Machado et al., 2008). 3. BIODIVERSIDADE DO SOLO Apesar de grande parte da biodiversidade agrícola estar relacionada a variedade e variabilidade de espécies de plantas e animais, o solo também exerce papel fundamental na manutenção da agrobiodiversidade, já que serve de sustento para uma infinita variedade de organismos. Esses, têm sido cada vez mais associados à qualidade ambiental, tanto por seu papel fundamental na manutenção dos ecossistemas como por sua sensibilidade a variações nos muitos fatores que compõem os ambientes (Silveira & Freitas, 2007). Um solo vivo pressupõe a presença de variadas formas de organismos interagindo entre si e com os componentes minerais e orgânicos do solo. Essa dinâmica biológica exerce uma função essencial na agregação do solo, de modo a torná-lo grumoso e permeável para o ar e para a água. Além disso, são esses organismos que mobilizam os nutrientes e os disponibilizam para as plantas (Primavesi, 2008). Sendo assim, o solo é considerado um recurso complexo, dinâmico e vivo, que desempenha uma vasta gama de funções vitais (SASC, 2009). De maneira geral, os microrganismos presentes no solo estão envolvidos em vários processos de grande interesse agronômico. Dentre esses processos, podem ser destacados a decomposição e ressíntese da matéria orgânica, a ciclagem de nutrientes, as transformações bioquímicas específicas (nitrificação, desnitrificação, oxidação e redução do enxofre), a fixação
  • 9. 9 biológica do nitrogênio, o estoque de carbono, a ação antagônica aos patógenos, a produção de substâncias promotoras ou inibidoras de crescimento, entre outros (Andreola & Fernandes, 2007). Em síntese, o solo serve de habitat e reservatório genético para uma infinita variedade de organismos, proporcionando uma plataforma de importância imensurável para as atividades humanas e para o abastecimento de matérias-primas (SASC, 2009). As interações realizadas na biota do solo têm grandes efeitos sobre a qualidade das culturas (as quais afetam a nutrição humana e animal), sobre a incidência de plantas invasoras e/ou pragas e doenças (as quais afetam os níveis de produção) e sobre os organismos benéficos à produção agrícola (ciclo de nutrientes e/ou predadores de espécies praga). Portanto, os microrganismos do solo desempenham papel fundamental na gênese do solo e ainda atuam como reguladores de nutrientes, pela decomposição da matéria orgânica e ciclagem dos elementos, atuando como fonte e dreno desses para o crescimento das plantas (Brussaard et al., 2007; Andreola & Silveira, 2007).. A maior parte da biodiversidade dos sistemas agrícolas reside no solo, visto que, esse é considerado um dos compartimentos mais ricos em espécies dentre os ecossistemas terrestres. A diversidade de espécies presentes neste ambiente é dividida no que se define por micro, meso e macrofauna do solo (Giller et al., 1996). Estima-se que em 1 g de solo estejam presentes milhares de espécies de bactérias (Torsvik et al., 1994), cerca de 1.500,000 espécies fungicas (Hawksworth, 1991), 100,000 espécies de protozoários, 500,000 espécies de nematóides (Hawksworth & Mound, 1991) e 3000 espécies de minhocas (Lee, 1985). Além desses, outros grupos de organismos habitam a
  • 10. 10 biota do solo, como os colêmbolos, ácaros e enquitreídeos, componentes da mesofauna, bem como, a ampla diversidade de espécies de formigas, cupins, besouros e aranhas, as quais compõe a macrofauna do solo (Giller et al., 1996). Estudos demonstram que tanto a composição, como a diversidade de espécies de plantas presentes em um agroecossistema, exercem influência sobre a abundância e diversidade de organismos do solo (Johnson et al, 2003; Wardle, 2005). Porém, os mecanismos pelos quais esses afetam as comunidades e níveis tróficos na cadeia alimentar do solo permanecem essencialmente inexplorados (Wardle et al., 2003). Segundo Beare et al., (1992), uma flora variada de bactérias e fungos pode realizar a degradação completa de material orgânico de restos de plantas e animais; mas na prática eles raramente agem sozinhos. É a diversidade microbiana e de espécies da fauna edáfica envolvidas nesse processo, que permite decompor estruturalmente e quimicamente os tecidos complexos de uma planta ou restos de animais. Sabe-se também que o manejo agrícola realizado pelo homem, de forma consciente ou inadvertidamente, afeta a biodiversidade do solo, e conseqüentemente a agrobiodiversidade, podendo ocasionar consequências positivas ou negativas, dependendo das práticas de manejo adotadas (Brussaard et al., 2007). Desse modo, o uso de práticas agrícolas, como as que permitem a cobertura vegetal do solo, a incorporação de restos vegetais, a adubação orgânica, a rotação de culturas, e outras, incluindo dentro desse contexto o plantio direto, podem resultar na melhoria da qualidade do solo, e
  • 11. 11 conseqüentemente em melhores índices produtivos associados à qualidade ambiental e à sustentabilidade (Andreola & Fernandes, 2007). A expansão dos monocultivos está entre os principais fatores responsáveis pela perda da agrobiodiversidade (Machado et al., 2008). A introdução de monoculturas em áreas extensas, além de eliminar a biodiversidade de plantas acima do solo, também contribui efetivamente para a redução da matéria orgânica e da biota desse (Baggio e Medrado, 2003). A ausência de cobertura vegetal e de matéria orgânica nos solos é fator decisivo para o agravamento das secas e das inundações resultantes das mudanças climáticas, as quais agravam a destruição da biodiversidade e dos ecossistemas naturais (Machado et al., 2008). Assim, com a redução dos teores de matéria orgânica do solo, a maior parte da vida microbiana não sobrevive, pois fica sem alimento. Sem a ação da matéria orgânica e dos microrganismos, o solo desagrega, compacta e endurece e sua capacidade de produção fica cada vez mais dependente do pacote químico da agricultura convencional (Primavesi, 2008). Na tentativa de reverter este cenário, buscam-se práticas agroecológicas modernas que, desenvolvidas por diferentes linhas de pesquisa, apresentam- se como alternativas para fundamentar um novo paradigma, baseado no desenvolvimento sustentável, com custos sociais, econômicos e ambientais mínimos (Vasconcellos, 2007). Neste contexto, os sistemas mais diversificados de produção apresentam processos ecológicos mais completos do que aqueles altamente simplificados, como os sistemas convencionais e em particular os monocultivos (Darolt, 2000, Primavesi, 1997).
  • 12. 12 A diversificação dos sistemas de produção agrícolas surge como uma das alternativas para a busca de sistemas produtivos sustentáveis. Tal diversificação pode ser adquirida pela integração entre o cultivo das culturas de grãos e a produção de animais ruminantes (Sulc & Tracy, 2007; Russelle & Franzluebbers, 2007; Allen et al., 2007; Franzluebbers, 2007). Sistemas que integram lavoura e pecuária podem aprimorar a eficiência do ecossistema agrícola na ciclagem de nutrientes e na utilização de recursos naturais renováveis, além de melhorar a qualidade do solo, favorecendo a sua macrofauna pelo incremento dos gêneros Oligochaeta (minhocas) e Coleoptera (besouros coprófagos). Este sistema também pode proporcionar estabilidade e retorno econômico aceitável ao produtor rural, já que permite aumento da eficiência do uso da terra, proporcionando maiores produções, em menor tempo e área (Altieri, 2004; Franzluebbers & Stuedemann, 2007; Macedo, 2009). Apesar de parecer recente, o conceito de integrar a lavoura com a pecuária, na verdade é um conceito re-emergente, já que este não consiste em nova tecnologia. Combinações entre plantas de lavoura e a produção animal datam de 8 a 10 milênios atrás (Smith, 1995; Halstead, 1996). Os sistemas que integram a produção vegetal e animal, como o sistema de integração lavoura- pecuária (SILP), ocupam importante posição no cenário internacional. Eles apresentam ampla gama de possibilidades de uso e são explorados, em diferentes níveis, por milhões de produtores rurais em diferentes países do globo, muitos dos quais buscam, por intermédio desse sistema, atingir patamares de desenvolvimento agrícola frente ao constante aumento populacional e aos riscos inerentes ligados à produção de apenas uma
  • 13. 13 atividade rural (Tutwiler & Thomson, 1998). Segundo Keulen & Schiere (2004), sistemas de produção integrados contribuem com cerca de metade da área destinada à produção pecuária no mundo, ou seja, 2,5 bilhões de hectares, os quais são responsáveis pela produção de mais de 50% da carne e 90% do leite consumidos mundialmente. A biomassa microbiana do solo é a fração viva da matéria orgânica, responsável por processos bioquímicos e biológicos no solo e sensivelmente alterada pelas condições impostas pelo meio (Balota et al., 2008). As bactérias e os fungos são responsáveis por cerca de 90% da biomassa microbiana do solo (Brandão, 1992). De acordo com Cattelan & Vidor (1990), a biomassa microbiana é estimulada a crescer em áreas com maior deposição de resíduos orgânicos no solo. Em SILP, sob plantio direto, ocorre aporte diferenciado de resíduos vegetais em relação aos sistemas puros de produção de grãos, tanto na superfície quanto no perfil do solo pelas raízes (Salton et al., 2002). Isto ocorre, pois a presença do animal é capaz de alterar a ciclagem de nutrientes existente, maximizando o aporte de matéria orgânica, o estoque de carbono, a agregação e aeração do solo, fatores que contribuem para o aumento da biomassa microbiana e conseqüentemente para a qualidade do solo. Desta forma, em SILP as excreções dos animais, na forma de esterco e urina, irão influenciar a dinâmica do C orgânico no solo, que passa a ser o suprimento mais importante de nutrientes para as pastagens, as quais servem de suprimento básico para a alimentação animal em SILP (Haynes & Williams, 1999). O acúmulo desse material no solo implicará aumento da matéria orgânica, com conseqüente estímulo à biomassa microbiana (Rezende et al., 2004). Além disso, em sistemas de manejo do solo em que são incluídas
  • 14. 14 gramíneas para pastejo, ocorre maior presença de raízes, que promovem aumento na proporção de solo rizosférico. Assim, quanto maior a quantidade dessas raízes, aliado ao corte da parte aérea via bocado animal, que provoca alta exsudação de compostos orgânicos (Tisdall & Oades, 1982), maior é o favorecimento da biomassa microbiana, que utiliza esses compostos como fonte de C. Desse modo, nesses sistemas de manejo onde a produção vegetal está integrada com a produção animal, há a adição de resíduos provenientes de ambas as partes. Enquanto os resíduos vegetais são provenientes da cultura de interesse comercial e da pastagem, cujo maior ou menor aporte será em função da intensidade de pastejo adotada, os resíduos animais são provenientes da excreção animal. Além dos SILP, a diversificação da agricultura pode ser alcançada ainda com um manejo que utilize o policultivo, os sistemas agroflorestais, as rotações de culturas, os cultivos de cobertura, o cultivo mínimo, o uso de composto e esterco, a adubação verde, a utilização de húmus de minhoca e outras práticas que podem colaborar com a diversidade da micro, meso e macrofauna do solo. Esse tipo de manejo potencializa a reciclagem de nutrientes, melhora o microclima local, diminui patógenos e insetos-praga, elimina determinados contaminantes e conserva melhor a fertilidade do solo e a qualidade da água (Primavesi, 1997; Darolt, 2000, Ambrosano et al., 2000). De maneira geral, a crescente preocupação com o impacto ambiental da exploração agrícola tem estimulado a adoção de sistemas conservacionistas de manejo do solo. O plantio direto, associado ao retorno de resíduos culturais, tem evoluído sensivelmente dentro do conceito de sistema conservacionista. Alguns pontos têm sido freqüentemente considerados como relevantes nesse
  • 15. 15 sistema: redução sensível das perdas de solo por erosão, aumento da matéria orgânica e da fertilidade do solo e menor custo de produção em relação ao preparo convencional (Sá, 2001). Balota et al. (1998), em experimento que vinha sendo realizado há doze anos, avaliaram durante três anos a biomassa e a atividade microbiana de um solo submetido a diferentes sucessões de cultura nos sistemas de plantio direto e convencional. Os autores verificaram que as sucessões praticamente não alteraram a biomassa nem a atividade microbiana. Entretanto, observaram que no sistema de plantio direto a biomassa microbiana foi bem maior que no sistema convencional. Observaram também que no sistema de plantio direto houve menor perda de carbono via respiração, indicando com isso a possibilidade de aumento do estoque de carbono em longo prazo. Scholles & Vargas (2000) utilizando diferentes preparos do solo (convencional, reduzido e plantio direto), duas sucessões de culturas, duas profundidades de amostragem do solo (0-5 e 5-15 cm) em quatro épocas, verificaram que tanto a biomassa quanto a atividade microbiana apresentaram maiores valores na camada de 0-5 cm, no sistema de plantio direto e reduzido e na sucessão aveia preta + ervilhaca/milho + caupi (Vigna sinensis). Fontaneli et al. (2000) avaliaram a nodulação da soja em quatro sucessões de culturas em sistema de plantio direto. Após cinco anos, verificaram abundante nodulação da soja independentemente do tipo de cultura antecedente. Os autores atribuíram às populações naturalizadas de Bradyrhizobium, em número adequado e eficiente, às condições favoráveis à fixação biológica do nitrogênio, como temperatura e umidade adequadas do solo, proporcionadas por este sistema conservacionista.
  • 16. 16 A associação micorrízica também sofre influência do pré-cultivo e do manejo do solo. Oliveira & Sanders (1999) observaram que nos tratamentos com solo nu e com distúrbio mecânico houve redução na densidade de esporos de fungos micorrízicos arbusculares e na colonização radicular do feijoeiro. A colonização foi maior nas parcelas anteriormente cultivadas com cereais, especialmente no pré-cultivo com milho. Em geral, tem sido verificado que os microrganismos simbiontes, rizóbio e fungos micorrízicos arbusculares, mostram melhor adaptação ao sistema de plantio direto em relação ao sistema convencional (Andreola & Fernandes, 2007). Na rotação de culturas, o tipo (leguminosa ou não) e o destino (produção de grãos, de forragem ou de cobertura do solo/adubação verde) da cultura precedente, influenciam diferentemente a biomassa microbiana do solo. Isso porque os resíduos culturais são diferentes, tanto em quantidade quanto em qualidade. Assim, não há como dissociar a microbiota do solo da matéria orgânica e, no sistema de rotação de culturas, esta e o fornecimento de nutrientes. Isto é particularmente importante para a disponibilidade de N (nutriente requerido em grande quantidade) para a cultura que a sucede, uma vez que a disponibilidade é influenciada pela mineralização e imobilização do N contido nos resíduos orgânicos. Esses dois processos ocorrem simultaneamente e são levados a efeito pela comunidade microbiana do solo, cuja atividade é alterada por vários fatores, com destaque para a relação carbono/nitrogênio (C/N) (Andreola & Fernandes, 2007). Dessa forma, os sistemas conservacionistas de manejo do solo influenciam a distribuição horizontal e vertical da biota do solo (Arshad et al., 1990). Da mesma forma, a taxa de adição e os tipos de resíduos culturais
  • 17. 17 mantidos na superfície do solo alteram a atividade da biomassa microbiana desse, bem como, toda a sua biota (Franzluebbers et al., 1994). Nesse sentido, a produtividade do ecossistema também depende da manutenção da diversidade vegetal que fornece as condições necessárias para a diversidade biológica nos solos (Primavesi, 2008). Desse modo, cria-se uma rede intrincada de fatores que, se bem manejados pelo homem, possibilitam a existências de sistemas produtivos e sustentáveis em longo prazo, com a preservação de recursos naturais, associada à manutenção do homem no campo, o qual é peça chave na criação e conservação da agrobiodiversidade, tanto do solo, como dos agroecossistemas que de alguma forma dependem do solo para a sua produtividade e sustentabilidade.
  • 18. 18 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS As funções da biota do solo são múltiplas e trazem grandes benefícios à qualidade ambiental e à sustentabilidade de sistemas produtivos. Tais funções envolvem desde a preservação de água até o seqüestro de substâncias tóxicas, com reflexos para o ambiente, as culturas, os negócios, enfim, para a sociedade (Castro, 2007). Considerando que a agricultura sustentável, nas nossas condições de solo e clima, depende consideravelmente da reciclagem dos nutrientes da matéria orgânica e considerando também, que a biota do solo desempenha um papel de fundamental importância nesse processo, é possível inferir-se que a criação de condições favoráveis à manutenção e diversidade das comunidades existentes no solo (micro, meso e macrofauna) e suas atividades é de extrema relevância para a preservação dos agroecossistemas (Andreola & Fernandes, 2007). Os sistemas de produção menos agressivos ao ambiente remetem a sistemas complexos, onde todos os fatores sejam eles bióticos ou abióticos, bem como as suas interações, têm que ser considerados (Andreola & Fernandes, 2007). Diante das necessidades de poupar recursos naturais, reduzir custos econômicos e minimizar impactos ambientais, informações que abordem soluções para amenizar as fontes finitas usadas na agricultura são indispensáveis (Castro, 2007).
  • 19. 19 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALLEN, V.G.; BAKER, M.T.; SEGARA, E. et al. Integrated irrigated crop- livestock system in dry climates. Agronomy Journal, Madison, v.99, n.2, p.346-360, 2007. ALTIERI, M. Agroecologia: A dinâmica produtiva da agricultura sustentável. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS. 5 Ed., 2004. 120 p. ANDREOLA, F.; FERNANDES, S, A, P. A Microbiota do solo na agricultura orgânica e no manejo das culturas. In: SILVEIRA, A.P.D. da; FREITAS, S. dos S. Microbiota do solo e qualidade ambiental. Campinas: Instituto Agrônomico, 2007, cap. 2. p. 21-39. AMBROSANO, E.J.; MURAOKA, T.; AMBROSANO, G.M.B.; TRIVELIN, P.C.O; WUTKE, E.B.; TAMISO, L.G. O papel das leguminosas para adubação verde em sistemas orgânicos. In: Curso regional de agricultura orgânica: Adubação verde para agricultura orgânica. Piracicaba, p.17- 76, 2000. ARSHAD, M.A.; SCHINITZER, M.; ANGERS, D.A.; RIPMEESTER, J.A. Effects of till vs no-till on the quality of soil organic matter. Soil Biology & Biochemistry, v.22, p.595-599, 1990. BAGGIO, A.A.; MEDRADO, M.J.S. Sistemas Agroflorestais e Biodiversidade. In: SEMINÁRIO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, I. Anais... Campo Grande, MT, 2003. CD-ROM. BALOTA, E.L.; COLOZZI-FILHO, A.; ANDRADE, D.S.; HUNGRIA, M. Biomassa microbiana e sua atividade em solo sob diferentes sistemas de preparo e sucessão de culturas. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.28, n.4, p. 641-649, 1998. BANKS, J.E. Divided culture: integrating agriculture and conservation biology. Frontiers in Ecology and the Environment, v.2, p.537-545, 2004. BEARE, M.H.; PARMELEE, R.W.; HENDRIX, P.F.; CHENG, W. Microbial and faunalinteractions and effects on litter nitrogen and decomposition in agroecosystems. Ecological Monograph, n. 62 p 569-591, 1992. BRANDÃO, E.M. Os componentes da comunidade microbiana do solo. In: CARDOSO, E.J.B.N.; TSAI, S.M.; NEVES, M.C.P. (coords.) Microbiologia do solo. Campinas: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1992. p.1-15. BRASIL, MMA. A Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB, Cópia do Decreto Legislativo nº 2, de 5 de junho de 1992. MMA. Brasília, 2002, p.30 BRUMMER, E.C. Diversity, stability, and sustainable American agriculture. Agronomy Journal, Madison, v.90, p.1-2, 1998.
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