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1

EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO RUÍDO EM MARMORIA
LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE UBERABA/MG

Clailon Breno Silva
Aluno da Universidade de Uberaba (UNIUBE) na modalidade de pós-graduação do curso de
especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. Uberaba, Brasil.
E-mail: clailon@hotmail.com

RESUMO: Tem como objetivo identificar os Níveis de Pressão Sonora (NPS) em
uma marmoraria localizada no município de Uberaba/MG. O estudo é quantitativo,
descritivo e correlacionado. A coleta dos dados ocorreu em 10/04/2013, em um
intervalo de vinte minutos, no ambiente de produção, utilizando-se um dosímetro
marca INSTRUTHERM, modelo DOS-500, para registrar o NPS durante as
atividades laborais de um funcionário. Observaram-se as fontes geradoras que
produziram os ruídos. Os resultados obtidos atingiram altos valores e ultrapassaram
o limite estabelecido em legislação (85 dB(A) em exposição máxima de 8 horas).
Portanto, caracterizando o ambiente estudado como sendo altamente favorável do
trabalhador vir a obter a Perda Induzida por Ruído/PAIR, sugeriram-se várias
medidas a fim de evitar tal dano.

Palavras-chave: Marmoraria. Ruído. Exposição ocupacional. Uberaba/MG.

OCCUPATIONAL NOISE AT MARBLE QUARRYING LOCATED IN UBERABA/MG

ABSTRACT: Aims to identify the Sound Pressure Levels (SPL) in a marble factory
located in Uberaba / MG. The study is descriptive, correlated. Data collection took
place on 04.10.2013, in a range from twenty minutes to the production environment,
using a dosimeter Instrutherm brand, model, OF-500, to register the NPS during the
work activities of an employee. Observed the sources that produced the noise. The
results reached high values and exceeded the limit established by law (85 dB (A)
maximum exposure of 8 hours). Therefore, characterizing the environment being
studied as highly favorable worker come to get the Noise Induced Loss / PAIR,
suggested a number of measures to prevent such damage.

Key words: Marble quarrying. Noise. Occupational exposure. Uberaba city.
2

1 INTRODUÇÃO

1.1 O som e o ruído

Ondas sonoras são ondas mecânicas que necessitam de um meio material
para sua propagação.
Som, para o ouvido humano, é um dispositivo que tem a capacidade de
receber as ondas sonoras e transformá-las nas sensações denominadas sons.
Também chamado de onda mecânica longitudinal tridimensional ou sensação
auditiva percebida pelo ser humano.
Ruído também são ondas mecânicas e sons, entretanto, para o ouvido
humano, são desagradáveis, perturbadoras, e até causadoras de lesões, caso o
indivíduo esteja exposto a elevados níveis.

1.1.1 Tipos de ruído, Nível de Pressão Sonora e Dose Diária de Ruído

Ruído Contínuo ou Intermitente: para os fins de aplicação de limites de
tolerância, que não seja ruído de impacto.
Ruído de impacto: aquele que apresenta picos de energia acústica de
duração inferior a um segundo e intervalos superiores a um segundo.
Nível sonoro equivalente (Leq): em decibéis ponderados em dB (A), nível
obtido a partir do valor médio quadrático da pressão sonora, referente a todo o
intervalo de medição.
Nível de ruído ambiente (La): Nível de Pressão Sonora equivalente
ponderada em “A” no local e horário considerados quando da ausência do ruído
gerado pela fonte sonora.
Nível de Pressão Sonora: é a variação média de pressão em relação à
pressão atmosférica; medida em Pascal (Pa) ou Newton por metro quadrado (N/m2).
Dose Diária de Ruído: É a exposição a níveis diferentes de ruído em
tempos variados, ou seja, relação entre o tempo real de exposição a um específico
nível de pressão sonora e o tempo total permitido para o mesmo.
3

1.1.2 Unidade de medida

A intensidade do som é medida em uma unidade denominada 1 Bel, tendo
em vista a homenagem feita ao cientista inglês Graham Bell, que desenvolveu
trabalhos na área de telegrafia.
Uma unidade de decibel é equivalente a 1dB ou 0,1 Bel, e no plural decibéis.

1.1.3 Modalidades de avaliação do ruído, equipamentos e circuitos de resposta
Dosimetria: avaliação do ruído ao longo de uma jornada de trabalho
utilizando o instrumento audiodosímetro/dosímetro.
Dosímetro: medidor de uso individual de dose e intensidade sonora/Nível de
Pressão Sonora que integra os valores dos níveis de ruído e o respectivo tempo de
exposição, fornecendo ao final da medição o valor da dose em percentual.
Apresenta um microfone que é afixado próximo à zona auditiva do funcionário, a fim
de mensurar a dosagem do ruído que recebe durante a jornada de trabalho.
Decibelímetro: medidor de nível sonoro para registro das avaliações e
emissão de relatórios. O microfone é uma peça primordial no circuito e sua função é
de transformar o sinal de pressão mecânica em um sinal elétrico. A ponderação em
“A” é a mais utilizada, originando Níveis de Pressão Sonora.
Circuitos de Resposta: “slow” – resposta lenta referente à avaliação de
níveis de ruídos contínuos/intermitentes com ponderação em dB (A) e “fast” –
resposta rápida referente à avaliação de ruído de impacto com ponderação em
dB(C).

1.1.4 Histórico do ruído

Desde a década de 1980, a saúde do trabalhador é uma importante área
quando se trata de levantamentos de ocorrências envolvendo perdas auditivas em
indivíduos expostos ao ruído.
Em vários anos, o agente ruído foi considerado, e ainda é, um fator de risco
que envolve problemas auditivos nos ambientes laborais pelo fato de que é um
agente físico frequente em quase todas as atividades econômicas.
4

A exposição ao ruído não abstém apenas aos ambientes de trabalho,
ocasião em que se torna um grande problema de saúde pública, haja vista o impacto
ocupacional e ambiental quando da geração de riscos para a audição, como as
perdas auditivas.
Na fase adulta, uma das principais causas de perda auditiva é a exposição
ao ruído.
Desde 1980, a incidência de perda auditiva tem aumentado, porém segundo
profissionais da área da fonoaudiologia, os indivíduos não apresentam as
características clássicas da Perda Auditiva Induzida por Ruído/PAIR, comprovando
assim que há possibilidade da existência de outros fatores que podem causar
perdas.
A PAIR deixou de ser uma doença ligada exclusivamente ao trabalho em
virtude da existência de outras atividades que as pessoas realizam fora do ambiente
laboral, como aquelas envolvendo lazer (boates e shows).
O avanço tecnológico marcou o fim do século XX, contudo, foi fator
preponderante no aumento dos índices de poluição. Dentro destes índices, as
causas da poluição envolvendo ruído são as provenientes de veículos automotores,
atividades laborais e de lazer, contabilizando dados que levam a poluição sonora ser
uma das maiores causas de poluição no mundo, perdendo apenas para a poluição
do ar e água.
No Brasil não há material comprobatório do quantitativo exato de pessoas
que possam estar expostos ao ruído, no entanto, a perda auditiva tem se tornado
uma das mais frequentes doenças relacionadas ao trabalho.

1.2 O sistema auditivo humano

O ouvido humano é dividido em três partes: ouvido interno, médio e externo,
o qual pode ser verificado na FIGURA 01 abaixo, contudo serão descritos
primeiramente.
Externo: Integra o pavilhão auricular e o canal auditivo que recolhem e
encaminham as ondas sonoras até ao tímpano
Médio: Denominado de caixa timpânica, pela qual a energia das ondas
sonoras é transmitida, do ouvido externo até à janela oval na cóclea, esta já no
5

ouvido interno. Essa transmissão de energia é efectuada através de três ossos
minúsculos (o martelo, a bigorna e o estribo), que vibram, solidários com o tímpano.
Interno: Encontram-se o pavilhão auricular e os nervos auditivos. Os sons

recebidos na cóclea são transformados em impulsos eléctricos que "caminham" até
ao cérebro pelo nervo auditivo, onde são depois descodificados e interpretados.

FIGURA 01 - Conjunto esquemático da macro-anatomia da parte sensorial do sistema auditivo.
Fonte: Matéria Técnica – Revista Áudio e Vídeo

1.3 Modalidades de perda auditiva

Hipoacusia neurossensorial é quando há lesão na cóclea; o som chega ao
ouvido interno, mas não é percebido como tal.
Hipoacusia de condução é a dificuldade da chegada do som ao ouvido
interno por obstáculo no conduto auditivo.
Nosoacusia é a patologia otológica ou de condições médicas que afetam a
audição.
Socioacusia é a condição decorrente do hábitat natural do individuo,
contando também com as atividades de lazer.
Presbiacusia é aquela relacionada com a idade do indivíduo.
6

Perda Auditiva Induzida por Ruído/PAIR, relacionada ao trabalho, é uma
diminuição gradual da acuidade auditiva decorrente da exposição elevada de Níveis
de Pressão Sonora. Há também como sinonímia o termo Perda Auditiva
Neurossensorial por Exposição Continuada a Níveis Elevados de Pressão Sonora de
Origem Ocupacional. Das características: neurossensorial; quase sempre bilateral
(perdas similares em ambos os ouvidos e irreversíveis); não ultrapassa 40 dB em
freqüência baixas
“O ruído pode ocasionar três efeitos de natureza distinta: o
trauma acústico, considerado um acidente; a alteração
temporária da audição, um fenômeno que é inicialmente
reversível; e a Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR), uma
doença crônica.” (FIORINI, 1997).

2 DO OBJETIVO
Este trabalho teve como objetivo avaliar o Nível de Pressão Sonora de uma
marmoraria localizada no município de Uberaba/MG e identificar as fontes que os
produzem, para possíveis correlações e conseqüências.

3 DO DESENVOLVIMENTO

3.1 DO LOCAL DOS TRABALHOS EFETUADOS

A marmoraria é o local onde há o processamento final de rochas
ornamentais, como ardósia, mármore e granito, utilizando-se de mão-de-obra e
equipamentos para corte e acabamento.
Nos estabelecimentos de marmorarias, dentre vários riscos e fatores
presentes e que possam estar correlacionados aos trabalhadores, os ruídos serão
os de maiores frequências, podendo atingir valores acima do limite estabelecido na
Norma Regulamentadora 15, oriunda do Ministério do Trabalho e Emprego, como
sendo de 85 dB (A) para uma máxima exposição diária permissível de oito horas.
7

“Nesta atividade, os trabalhadores estão expostos a agentes
ambientais como poeira contendo sílica e ruído, que podem
causar doenças como silicose e câncer, e a perda auditiva
induzida pelo ruído (PAIR), além de riscos de acidentes e
ergonômicos.” (BEDRIKOW, 2008).

O ruído inerente a esses ambientes é denominado ruído ambiental, visto que
são analisados de todas as fontes sonoras, situadas próximas ou afastadas e para
este estudo serão considerados apenas os dados relativos ao Nível de Pressão
Sonora.
O estudo ocorreu em uma marmoraria localizada na Avenida Barão do Rio
Branco, Bairro São Benedito, Uberaba/MG. Este estabelecimento comercial
desempenha duas atividades principais, a saber:


Corte: primeira operação no posto de trabalho, onde se realiza os cortes das
placas nas dimensões desejadas, utilizando-se de uma máquina de corte.



Acabamento: consiste no acabamento final da peça cortada, utilizando-se de
lixadeiras, esmeridalheiras, água e máquina meia-esquadrilha.
As pedras ornamentais que são processadas na empresa são mármore,

granito e ardósia.
As atividades acima mencionadas, a empresa conta com um quadro de
pessoal de cinco pessoas, sendo um serrador, três “acabamentistas” e um ajudante
de serviços gerais.
Para a caracterização dos setores que compõem as principais atividades
efetuadas na marmoraria e com intuito de melhor demonstrá-los ao longo do
presente estudo, apenas dois setores serão levados em consideração, visto que,
são os que possuem maior incidência de ruído e tempo de exposição, podendo ser
verificado conforme descrito na TABELA 01 abaixo.
8

TABELA 01 - Caracterização dos Setores/Principais Atividades/Equipamentos
SETOR

ATIVIDADE

EQUIPAMENTO UTILIZADO

Setor I

Corte

Máquina de corte

Setor II

Acabamento

Lixadeiras, esmeridalheiras e máquina
meia-esquadrilha.

Fonte: Arquivo pessoal do autor, 2013.

A área de produção onde a medição foi realizada tem uma área real de
aproximadamente 100 (cem) metros quadrados. No local não foram identificadas
paredes de concreto, mas tão somente material metálico.

3.1.1 DO CICLO DE TRABALHO
Os turnos de trabalhos são desempenhados em uma carga horária de 44h
(quarenta e quatro horas) /semanais, sendo 8h (oito horas) de segunda a sexta e 4h
(quatro horas) aos sábados. O horário de descanso é 20min (vinte minutos) no
período da tarde.
Os funcionários não desempenham as atividades de forma ininterrupta, ou
seja, não há de forma continuada a utilização de equipamentos, seja para corte ou
acabamento.

3.2 DA METODOLOGIA E INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA AVALIAÇÃO DO
RISCO AMBIENTAL
É um trabalho de cunho prático e levantamento de dados na marmoraria
identificada anteriormente.
A avaliação ocupacional de ruído foi realizada por meio de dosimetria de
grupos homogêneos (exposição), durante a jornada de trabalho de uma pessoa. Os
procedimentos foram gerados em concordância com a NR-15 da Portaria
9

3.214/1978 e Norma de Higiene Ocupacional 01 (NH0-01), da Fundação Jorge
Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho/FUNDACENTRO.
A avaliação ocupacional de ruído foi realizada com um dosímetro de ruído
digital portátil, marca INSTRUTHERM, modelo DOS-500, tipo 2, conforme consta
nas especificações da Norma de Higiene Ocupacional 01/FUNDACENTRO.
O instrumento já se encontrava calibrado antes da medição, contudo a
calibração é realizada por empresa terceirizada. Os equipamentos são certificados
em laboratórios credenciados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia (INMETRO).
Os levantamentos dos dados foram realizados Setor I (Corte) e Setor II
(Acabamento) em 10/04/2013, no período de 13h30min até 13h50m, totalizando
vinte minutos de medição, e desenvolvidas a nível auditivo do trabalhador
(Serrador/Acabamentista), com aparelho operando na curva de compensação “A” e
modo “SLOW”.

4 DOS RESULTADOS E DISCUSSÕES

O trabalhador entrevistado possui ensino fundamental incompleto e não
frequentou curso na área de segurança no trabalho.
A empresa não dispõe de programa para capacitação dos empregados e
durante a efetuação das atividades não há uso de Equipamento de Proteção
Individual/EPI, contudo há cumprimento por parte do estabelecimento da Norma
Regulamentadora 06, oriunda do Ministério do Trabalho e Emprego, no seu item 6.3,
quando trata da obrigação em fornecer de forma gratuita o referido equipamento.
Os resultados gerais da medição, área envolvida, funcionário exposto, data e
hora das amostras, dB(A) médio e período estão descritos na TABELA 02 abaixo.
10

TABELA 02 - Resultados da Análise
Grupos de amostragem

Área de produção

Atividades e Locais

Setor I (Corte) e Setor II (Acabamento)

Funcionários Expostos

01 (um)

Data Medição

10/04/2013 (quarta-feira)

dB(A) médio
Amostra

13:30:40 às 13:50:40 (20 minutos)

Fonte: Arquivo pessoal do autor, 2013.

4.1 GRÁFICO DA DOSIMETRIA [dB (A) x tempo (mim)]

Na FIGURA 02, segue representação gráfica apontando os níveis de
decibéis em função do tempo de avaliação.

Fonte: Software do dosímetro.
11

A TABELA 03 dispões dos tempos e respectivos valores de dB(A)
encontrados durante as medições

TABELA 03 – Dados Medição [Tempo x dB(A)]
TEMPO

dB(A)

13:30:40

77,00

13:31:40

85,30

13:32:40

92,70

13:33:40

93,60

13:34:40

102,80

13:35:40

107,40

13:36:40

107,80

13:37:40

104,20

13:38:40

85,70

13:39:40

89,70

13:40:40

86,70

13:41:40

93,70

13:42:40

90,20

13:43:40

91,10

13:44:40

86,90

13:45:40

85,60

13:46:40

94,90

13:47:40

87,10

13:48:40

82,40

13:49:40

89,80

13:50:40

90,10

Fonte: Arquivo pessoal do autor, 2013.

Na FIGURA 03, segue histograma que ilustra o maior nível de concentração
de pressão sonora em função da frequência.
12

FIGURA 03 – Histograma da dosimetria de ruído.

Fonte: Software do dosímetro.

Em dos altos valores encontrados e se comparados ao limite de tolerância
estabelecido em legislação (85 dB(A), exposição máxima de oito horas), atribuídos
em desfavor do funcionário em sua jornada de trabalho, concretiza-se na
possibilidade do mesmo vir a ter uma Perda Auditiva Induzida por Ruído
Ocupacional/PAIRO ou já apresentá-la, entretanto sem comprovação, visto que não
foi desenvolvido nenhum exame específico para tal finalidade.
De acordo com Pimentel, Souza e Álvares (2000), ruídos de 50 dB(A) tem
característica perturbadora, entretanto adaptável; ruídos de 55 dB(A) são excitantes
e causam estresse leve/desconforto; ruídos de 65 dB(A) ocorrem estresse gradativo
do organismo; ruídos de 80 dB(A) provocam liberação de morfinas biológicas no
corpo que causam dependência orgânica; ruídos de 100 dB(A) podem causar
perdas auditivas irreversíveis.
13

5 DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, a avaliação da exposição ao ruído através da utilização do
dosímetro permite um diagnóstico mais preciso acerca das condições de trabalho,
pois representa a real exposição ao ruído em que o empregado está submetido
durante sua jornada de trabalho.
Os resultados encontrados nas medições do ruído contrariam ao limite
estabelecido em legislação, não há utilização de nenhum equipamento de proteção
individual ou equipamento de proteção coletiva e a empresa não dispõe de curso de
capacitação na área de segurança do trabalho/saúde para os funcionários.
Entretanto, esses resultados e conclusões não devem ser interpretados de
forma definitiva, tendo em vista que há de se desenvolver programas de
monitoramento ambiental, pois os dados levantados são susceptíveis a sofrerem
modificações ao longo do tempo da atividade produtiva.
Diante do exposto, faz-se necessário o seguinte:



Detalhar todo o processo produtivo, para localização dos focos de

maior risco auditivo, o tipo de ruído, as características da função e os horários de
maior ritmo de produção;


Manter um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA–

NR9), para descrição (identificação e quantificação) dos riscos existentes no
trabalho para agir junto ao Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO-NR7), para a avaliação da saúde dos funcionários;


Acompanhamento/gerenciamento

audiométrico:

estabelece

os

procedimentos de avaliação e seguimento do trabalhador exposto ao ruído;


Proteção auditiva: análise para escolha do tipo mais adequado de

proteção auditiva individual para o trabalhador e também, caso seja possível,
aplicação de medidas de proteção coletiva, como enclausuramento de máquinas e
equipamentos, a fim de garantir a eliminação ou redução da exposição ao ruído;


Treinamento

e

programas

educacionais:

desenvolvimento

estratégias educacionais e divulgação dos resultados de cada etapa do programa.

de
14



Controle da exposição na fonte;



Alterações na dinâmica da empresa, como redução de jornada,

maiores tempo de descanso/pausa e mudança de função.


Ações educativas junto aos trabalhadores a fim de que compreendam

os problemas ligados à exposição ao ruído, de modo a evitá-los e garantir um maior
controle da PAIR.

6 REFERÊNCIAS BIBLIGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10152: Níveis de ruído
para conforto acústico. Rio de Janeiro, 1987.
______. NBR 10151: Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da
comunidade. São Paulo, 2000.
AZEVEDO, R. B. Estresse e Depressão: Aprenda a enfrentar os dois grandes
males do mundo atual. Know How Editorial [199-]
BONJORNO, J. R. et al. Física: História e cotidiano. Ensino Médio. 2.ed. São Paulo:
FTD, 2005.
BRASIL. Norma Regulamentadora 06: Equipamento de Proteção Individual - EPI.
Brasília/DF: Ministério do Trabalho e Emprego, 1978. Disponível em:
http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D36A2800001388130953C1EFB/NR06%20%28atualizada%29%202011.pdf. Acesso em: 13/03/2013.
______.Norma Regulamentadora 15: Atividades e operações insalubres.
Brasília/DF: Ministério do Trabalho e Emprego, 1978. Disponível em:
http://portal.mte.gov.br/legislacao/norma-regulamentadora-n-15-1.htm. Acesso em:
13/03/2013.
_______. Norma de Higiene Ocupacional 01: Avaliação da Exposição Ocupacional
ao Ruído. Brasília/DF: Ministério do Trabalho e Emprego, 2001. Disponível em:
http://www.fundacentro.gov.br/dominios/ctn/anexos/Publicacao/NHO01.pdf. Acesso
em: 13/03/2013.
FERNADES, F. D. M; MENDES, B. C. A.; NOAS, A. L. P. G. P.; (Org.). Tratado de
Fonoaudiologia. 2 ed. São Paulo: Roca, 2009.
GERGES, S. N. Y. Ruído: Fundamentos e controle. 2. ed. Florianópolis: NR, 2000.
GONZAGA, P. Perícia médica da Previdência Social. São Paulo: LTR, 2000.
MATÉRIA técnica – Ouvido humano. [S.I. : S.N., 200-?]. Disponível em:
http://www.hifishow.com.br/materiatecnica/ouvido_humano.aspx. Acesso em:
13/03/2013.
15

MAXIMO, A; ALVARENGA, B. Curso de física. São Paulo: Scipione, 2000.
PIMENTEL, F.; SOUZA F.; ALVARES, P. A poluição sonora urbana no trabalho e
na saúde. 2010. Disponível em: http://www.icb.ufmg.br/lpf . Acesso em: 13/03/2013.
SANTOS, A. M. A. et al. Marmorarias: manual de referência - recomendações de
segurança e saúde no trabalho. São Paulo: FUNDACENTRO, 2008.

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Exposição ocupacional ao ruído em marmoria localizada no município de uberaba mg

  • 1. 1 EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO RUÍDO EM MARMORIA LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE UBERABA/MG Clailon Breno Silva Aluno da Universidade de Uberaba (UNIUBE) na modalidade de pós-graduação do curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. Uberaba, Brasil. E-mail: clailon@hotmail.com RESUMO: Tem como objetivo identificar os Níveis de Pressão Sonora (NPS) em uma marmoraria localizada no município de Uberaba/MG. O estudo é quantitativo, descritivo e correlacionado. A coleta dos dados ocorreu em 10/04/2013, em um intervalo de vinte minutos, no ambiente de produção, utilizando-se um dosímetro marca INSTRUTHERM, modelo DOS-500, para registrar o NPS durante as atividades laborais de um funcionário. Observaram-se as fontes geradoras que produziram os ruídos. Os resultados obtidos atingiram altos valores e ultrapassaram o limite estabelecido em legislação (85 dB(A) em exposição máxima de 8 horas). Portanto, caracterizando o ambiente estudado como sendo altamente favorável do trabalhador vir a obter a Perda Induzida por Ruído/PAIR, sugeriram-se várias medidas a fim de evitar tal dano. Palavras-chave: Marmoraria. Ruído. Exposição ocupacional. Uberaba/MG. OCCUPATIONAL NOISE AT MARBLE QUARRYING LOCATED IN UBERABA/MG ABSTRACT: Aims to identify the Sound Pressure Levels (SPL) in a marble factory located in Uberaba / MG. The study is descriptive, correlated. Data collection took place on 04.10.2013, in a range from twenty minutes to the production environment, using a dosimeter Instrutherm brand, model, OF-500, to register the NPS during the work activities of an employee. Observed the sources that produced the noise. The results reached high values and exceeded the limit established by law (85 dB (A) maximum exposure of 8 hours). Therefore, characterizing the environment being studied as highly favorable worker come to get the Noise Induced Loss / PAIR, suggested a number of measures to prevent such damage. Key words: Marble quarrying. Noise. Occupational exposure. Uberaba city.
  • 2. 2 1 INTRODUÇÃO 1.1 O som e o ruído Ondas sonoras são ondas mecânicas que necessitam de um meio material para sua propagação. Som, para o ouvido humano, é um dispositivo que tem a capacidade de receber as ondas sonoras e transformá-las nas sensações denominadas sons. Também chamado de onda mecânica longitudinal tridimensional ou sensação auditiva percebida pelo ser humano. Ruído também são ondas mecânicas e sons, entretanto, para o ouvido humano, são desagradáveis, perturbadoras, e até causadoras de lesões, caso o indivíduo esteja exposto a elevados níveis. 1.1.1 Tipos de ruído, Nível de Pressão Sonora e Dose Diária de Ruído Ruído Contínuo ou Intermitente: para os fins de aplicação de limites de tolerância, que não seja ruído de impacto. Ruído de impacto: aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a um segundo e intervalos superiores a um segundo. Nível sonoro equivalente (Leq): em decibéis ponderados em dB (A), nível obtido a partir do valor médio quadrático da pressão sonora, referente a todo o intervalo de medição. Nível de ruído ambiente (La): Nível de Pressão Sonora equivalente ponderada em “A” no local e horário considerados quando da ausência do ruído gerado pela fonte sonora. Nível de Pressão Sonora: é a variação média de pressão em relação à pressão atmosférica; medida em Pascal (Pa) ou Newton por metro quadrado (N/m2). Dose Diária de Ruído: É a exposição a níveis diferentes de ruído em tempos variados, ou seja, relação entre o tempo real de exposição a um específico nível de pressão sonora e o tempo total permitido para o mesmo.
  • 3. 3 1.1.2 Unidade de medida A intensidade do som é medida em uma unidade denominada 1 Bel, tendo em vista a homenagem feita ao cientista inglês Graham Bell, que desenvolveu trabalhos na área de telegrafia. Uma unidade de decibel é equivalente a 1dB ou 0,1 Bel, e no plural decibéis. 1.1.3 Modalidades de avaliação do ruído, equipamentos e circuitos de resposta Dosimetria: avaliação do ruído ao longo de uma jornada de trabalho utilizando o instrumento audiodosímetro/dosímetro. Dosímetro: medidor de uso individual de dose e intensidade sonora/Nível de Pressão Sonora que integra os valores dos níveis de ruído e o respectivo tempo de exposição, fornecendo ao final da medição o valor da dose em percentual. Apresenta um microfone que é afixado próximo à zona auditiva do funcionário, a fim de mensurar a dosagem do ruído que recebe durante a jornada de trabalho. Decibelímetro: medidor de nível sonoro para registro das avaliações e emissão de relatórios. O microfone é uma peça primordial no circuito e sua função é de transformar o sinal de pressão mecânica em um sinal elétrico. A ponderação em “A” é a mais utilizada, originando Níveis de Pressão Sonora. Circuitos de Resposta: “slow” – resposta lenta referente à avaliação de níveis de ruídos contínuos/intermitentes com ponderação em dB (A) e “fast” – resposta rápida referente à avaliação de ruído de impacto com ponderação em dB(C). 1.1.4 Histórico do ruído Desde a década de 1980, a saúde do trabalhador é uma importante área quando se trata de levantamentos de ocorrências envolvendo perdas auditivas em indivíduos expostos ao ruído. Em vários anos, o agente ruído foi considerado, e ainda é, um fator de risco que envolve problemas auditivos nos ambientes laborais pelo fato de que é um agente físico frequente em quase todas as atividades econômicas.
  • 4. 4 A exposição ao ruído não abstém apenas aos ambientes de trabalho, ocasião em que se torna um grande problema de saúde pública, haja vista o impacto ocupacional e ambiental quando da geração de riscos para a audição, como as perdas auditivas. Na fase adulta, uma das principais causas de perda auditiva é a exposição ao ruído. Desde 1980, a incidência de perda auditiva tem aumentado, porém segundo profissionais da área da fonoaudiologia, os indivíduos não apresentam as características clássicas da Perda Auditiva Induzida por Ruído/PAIR, comprovando assim que há possibilidade da existência de outros fatores que podem causar perdas. A PAIR deixou de ser uma doença ligada exclusivamente ao trabalho em virtude da existência de outras atividades que as pessoas realizam fora do ambiente laboral, como aquelas envolvendo lazer (boates e shows). O avanço tecnológico marcou o fim do século XX, contudo, foi fator preponderante no aumento dos índices de poluição. Dentro destes índices, as causas da poluição envolvendo ruído são as provenientes de veículos automotores, atividades laborais e de lazer, contabilizando dados que levam a poluição sonora ser uma das maiores causas de poluição no mundo, perdendo apenas para a poluição do ar e água. No Brasil não há material comprobatório do quantitativo exato de pessoas que possam estar expostos ao ruído, no entanto, a perda auditiva tem se tornado uma das mais frequentes doenças relacionadas ao trabalho. 1.2 O sistema auditivo humano O ouvido humano é dividido em três partes: ouvido interno, médio e externo, o qual pode ser verificado na FIGURA 01 abaixo, contudo serão descritos primeiramente. Externo: Integra o pavilhão auricular e o canal auditivo que recolhem e encaminham as ondas sonoras até ao tímpano Médio: Denominado de caixa timpânica, pela qual a energia das ondas sonoras é transmitida, do ouvido externo até à janela oval na cóclea, esta já no
  • 5. 5 ouvido interno. Essa transmissão de energia é efectuada através de três ossos minúsculos (o martelo, a bigorna e o estribo), que vibram, solidários com o tímpano. Interno: Encontram-se o pavilhão auricular e os nervos auditivos. Os sons recebidos na cóclea são transformados em impulsos eléctricos que "caminham" até ao cérebro pelo nervo auditivo, onde são depois descodificados e interpretados. FIGURA 01 - Conjunto esquemático da macro-anatomia da parte sensorial do sistema auditivo. Fonte: Matéria Técnica – Revista Áudio e Vídeo 1.3 Modalidades de perda auditiva Hipoacusia neurossensorial é quando há lesão na cóclea; o som chega ao ouvido interno, mas não é percebido como tal. Hipoacusia de condução é a dificuldade da chegada do som ao ouvido interno por obstáculo no conduto auditivo. Nosoacusia é a patologia otológica ou de condições médicas que afetam a audição. Socioacusia é a condição decorrente do hábitat natural do individuo, contando também com as atividades de lazer. Presbiacusia é aquela relacionada com a idade do indivíduo.
  • 6. 6 Perda Auditiva Induzida por Ruído/PAIR, relacionada ao trabalho, é uma diminuição gradual da acuidade auditiva decorrente da exposição elevada de Níveis de Pressão Sonora. Há também como sinonímia o termo Perda Auditiva Neurossensorial por Exposição Continuada a Níveis Elevados de Pressão Sonora de Origem Ocupacional. Das características: neurossensorial; quase sempre bilateral (perdas similares em ambos os ouvidos e irreversíveis); não ultrapassa 40 dB em freqüência baixas “O ruído pode ocasionar três efeitos de natureza distinta: o trauma acústico, considerado um acidente; a alteração temporária da audição, um fenômeno que é inicialmente reversível; e a Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR), uma doença crônica.” (FIORINI, 1997). 2 DO OBJETIVO Este trabalho teve como objetivo avaliar o Nível de Pressão Sonora de uma marmoraria localizada no município de Uberaba/MG e identificar as fontes que os produzem, para possíveis correlações e conseqüências. 3 DO DESENVOLVIMENTO 3.1 DO LOCAL DOS TRABALHOS EFETUADOS A marmoraria é o local onde há o processamento final de rochas ornamentais, como ardósia, mármore e granito, utilizando-se de mão-de-obra e equipamentos para corte e acabamento. Nos estabelecimentos de marmorarias, dentre vários riscos e fatores presentes e que possam estar correlacionados aos trabalhadores, os ruídos serão os de maiores frequências, podendo atingir valores acima do limite estabelecido na Norma Regulamentadora 15, oriunda do Ministério do Trabalho e Emprego, como sendo de 85 dB (A) para uma máxima exposição diária permissível de oito horas.
  • 7. 7 “Nesta atividade, os trabalhadores estão expostos a agentes ambientais como poeira contendo sílica e ruído, que podem causar doenças como silicose e câncer, e a perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR), além de riscos de acidentes e ergonômicos.” (BEDRIKOW, 2008). O ruído inerente a esses ambientes é denominado ruído ambiental, visto que são analisados de todas as fontes sonoras, situadas próximas ou afastadas e para este estudo serão considerados apenas os dados relativos ao Nível de Pressão Sonora. O estudo ocorreu em uma marmoraria localizada na Avenida Barão do Rio Branco, Bairro São Benedito, Uberaba/MG. Este estabelecimento comercial desempenha duas atividades principais, a saber:  Corte: primeira operação no posto de trabalho, onde se realiza os cortes das placas nas dimensões desejadas, utilizando-se de uma máquina de corte.  Acabamento: consiste no acabamento final da peça cortada, utilizando-se de lixadeiras, esmeridalheiras, água e máquina meia-esquadrilha. As pedras ornamentais que são processadas na empresa são mármore, granito e ardósia. As atividades acima mencionadas, a empresa conta com um quadro de pessoal de cinco pessoas, sendo um serrador, três “acabamentistas” e um ajudante de serviços gerais. Para a caracterização dos setores que compõem as principais atividades efetuadas na marmoraria e com intuito de melhor demonstrá-los ao longo do presente estudo, apenas dois setores serão levados em consideração, visto que, são os que possuem maior incidência de ruído e tempo de exposição, podendo ser verificado conforme descrito na TABELA 01 abaixo.
  • 8. 8 TABELA 01 - Caracterização dos Setores/Principais Atividades/Equipamentos SETOR ATIVIDADE EQUIPAMENTO UTILIZADO Setor I Corte Máquina de corte Setor II Acabamento Lixadeiras, esmeridalheiras e máquina meia-esquadrilha. Fonte: Arquivo pessoal do autor, 2013. A área de produção onde a medição foi realizada tem uma área real de aproximadamente 100 (cem) metros quadrados. No local não foram identificadas paredes de concreto, mas tão somente material metálico. 3.1.1 DO CICLO DE TRABALHO Os turnos de trabalhos são desempenhados em uma carga horária de 44h (quarenta e quatro horas) /semanais, sendo 8h (oito horas) de segunda a sexta e 4h (quatro horas) aos sábados. O horário de descanso é 20min (vinte minutos) no período da tarde. Os funcionários não desempenham as atividades de forma ininterrupta, ou seja, não há de forma continuada a utilização de equipamentos, seja para corte ou acabamento. 3.2 DA METODOLOGIA E INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA AVALIAÇÃO DO RISCO AMBIENTAL É um trabalho de cunho prático e levantamento de dados na marmoraria identificada anteriormente. A avaliação ocupacional de ruído foi realizada por meio de dosimetria de grupos homogêneos (exposição), durante a jornada de trabalho de uma pessoa. Os procedimentos foram gerados em concordância com a NR-15 da Portaria
  • 9. 9 3.214/1978 e Norma de Higiene Ocupacional 01 (NH0-01), da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho/FUNDACENTRO. A avaliação ocupacional de ruído foi realizada com um dosímetro de ruído digital portátil, marca INSTRUTHERM, modelo DOS-500, tipo 2, conforme consta nas especificações da Norma de Higiene Ocupacional 01/FUNDACENTRO. O instrumento já se encontrava calibrado antes da medição, contudo a calibração é realizada por empresa terceirizada. Os equipamentos são certificados em laboratórios credenciados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO). Os levantamentos dos dados foram realizados Setor I (Corte) e Setor II (Acabamento) em 10/04/2013, no período de 13h30min até 13h50m, totalizando vinte minutos de medição, e desenvolvidas a nível auditivo do trabalhador (Serrador/Acabamentista), com aparelho operando na curva de compensação “A” e modo “SLOW”. 4 DOS RESULTADOS E DISCUSSÕES O trabalhador entrevistado possui ensino fundamental incompleto e não frequentou curso na área de segurança no trabalho. A empresa não dispõe de programa para capacitação dos empregados e durante a efetuação das atividades não há uso de Equipamento de Proteção Individual/EPI, contudo há cumprimento por parte do estabelecimento da Norma Regulamentadora 06, oriunda do Ministério do Trabalho e Emprego, no seu item 6.3, quando trata da obrigação em fornecer de forma gratuita o referido equipamento. Os resultados gerais da medição, área envolvida, funcionário exposto, data e hora das amostras, dB(A) médio e período estão descritos na TABELA 02 abaixo.
  • 10. 10 TABELA 02 - Resultados da Análise Grupos de amostragem Área de produção Atividades e Locais Setor I (Corte) e Setor II (Acabamento) Funcionários Expostos 01 (um) Data Medição 10/04/2013 (quarta-feira) dB(A) médio Amostra 13:30:40 às 13:50:40 (20 minutos) Fonte: Arquivo pessoal do autor, 2013. 4.1 GRÁFICO DA DOSIMETRIA [dB (A) x tempo (mim)] Na FIGURA 02, segue representação gráfica apontando os níveis de decibéis em função do tempo de avaliação. Fonte: Software do dosímetro.
  • 11. 11 A TABELA 03 dispões dos tempos e respectivos valores de dB(A) encontrados durante as medições TABELA 03 – Dados Medição [Tempo x dB(A)] TEMPO dB(A) 13:30:40 77,00 13:31:40 85,30 13:32:40 92,70 13:33:40 93,60 13:34:40 102,80 13:35:40 107,40 13:36:40 107,80 13:37:40 104,20 13:38:40 85,70 13:39:40 89,70 13:40:40 86,70 13:41:40 93,70 13:42:40 90,20 13:43:40 91,10 13:44:40 86,90 13:45:40 85,60 13:46:40 94,90 13:47:40 87,10 13:48:40 82,40 13:49:40 89,80 13:50:40 90,10 Fonte: Arquivo pessoal do autor, 2013. Na FIGURA 03, segue histograma que ilustra o maior nível de concentração de pressão sonora em função da frequência.
  • 12. 12 FIGURA 03 – Histograma da dosimetria de ruído. Fonte: Software do dosímetro. Em dos altos valores encontrados e se comparados ao limite de tolerância estabelecido em legislação (85 dB(A), exposição máxima de oito horas), atribuídos em desfavor do funcionário em sua jornada de trabalho, concretiza-se na possibilidade do mesmo vir a ter uma Perda Auditiva Induzida por Ruído Ocupacional/PAIRO ou já apresentá-la, entretanto sem comprovação, visto que não foi desenvolvido nenhum exame específico para tal finalidade. De acordo com Pimentel, Souza e Álvares (2000), ruídos de 50 dB(A) tem característica perturbadora, entretanto adaptável; ruídos de 55 dB(A) são excitantes e causam estresse leve/desconforto; ruídos de 65 dB(A) ocorrem estresse gradativo do organismo; ruídos de 80 dB(A) provocam liberação de morfinas biológicas no corpo que causam dependência orgânica; ruídos de 100 dB(A) podem causar perdas auditivas irreversíveis.
  • 13. 13 5 DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS Portanto, a avaliação da exposição ao ruído através da utilização do dosímetro permite um diagnóstico mais preciso acerca das condições de trabalho, pois representa a real exposição ao ruído em que o empregado está submetido durante sua jornada de trabalho. Os resultados encontrados nas medições do ruído contrariam ao limite estabelecido em legislação, não há utilização de nenhum equipamento de proteção individual ou equipamento de proteção coletiva e a empresa não dispõe de curso de capacitação na área de segurança do trabalho/saúde para os funcionários. Entretanto, esses resultados e conclusões não devem ser interpretados de forma definitiva, tendo em vista que há de se desenvolver programas de monitoramento ambiental, pois os dados levantados são susceptíveis a sofrerem modificações ao longo do tempo da atividade produtiva. Diante do exposto, faz-se necessário o seguinte:  Detalhar todo o processo produtivo, para localização dos focos de maior risco auditivo, o tipo de ruído, as características da função e os horários de maior ritmo de produção;  Manter um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA– NR9), para descrição (identificação e quantificação) dos riscos existentes no trabalho para agir junto ao Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO-NR7), para a avaliação da saúde dos funcionários;  Acompanhamento/gerenciamento audiométrico: estabelece os procedimentos de avaliação e seguimento do trabalhador exposto ao ruído;  Proteção auditiva: análise para escolha do tipo mais adequado de proteção auditiva individual para o trabalhador e também, caso seja possível, aplicação de medidas de proteção coletiva, como enclausuramento de máquinas e equipamentos, a fim de garantir a eliminação ou redução da exposição ao ruído;  Treinamento e programas educacionais: desenvolvimento estratégias educacionais e divulgação dos resultados de cada etapa do programa. de
  • 14. 14  Controle da exposição na fonte;  Alterações na dinâmica da empresa, como redução de jornada, maiores tempo de descanso/pausa e mudança de função.  Ações educativas junto aos trabalhadores a fim de que compreendam os problemas ligados à exposição ao ruído, de modo a evitá-los e garantir um maior controle da PAIR. 6 REFERÊNCIAS BIBLIGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10152: Níveis de ruído para conforto acústico. Rio de Janeiro, 1987. ______. NBR 10151: Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade. São Paulo, 2000. AZEVEDO, R. B. Estresse e Depressão: Aprenda a enfrentar os dois grandes males do mundo atual. Know How Editorial [199-] BONJORNO, J. R. et al. Física: História e cotidiano. Ensino Médio. 2.ed. São Paulo: FTD, 2005. BRASIL. Norma Regulamentadora 06: Equipamento de Proteção Individual - EPI. Brasília/DF: Ministério do Trabalho e Emprego, 1978. Disponível em: http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D36A2800001388130953C1EFB/NR06%20%28atualizada%29%202011.pdf. Acesso em: 13/03/2013. ______.Norma Regulamentadora 15: Atividades e operações insalubres. Brasília/DF: Ministério do Trabalho e Emprego, 1978. Disponível em: http://portal.mte.gov.br/legislacao/norma-regulamentadora-n-15-1.htm. Acesso em: 13/03/2013. _______. Norma de Higiene Ocupacional 01: Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído. Brasília/DF: Ministério do Trabalho e Emprego, 2001. Disponível em: http://www.fundacentro.gov.br/dominios/ctn/anexos/Publicacao/NHO01.pdf. Acesso em: 13/03/2013. FERNADES, F. D. M; MENDES, B. C. A.; NOAS, A. L. P. G. P.; (Org.). Tratado de Fonoaudiologia. 2 ed. São Paulo: Roca, 2009. GERGES, S. N. Y. Ruído: Fundamentos e controle. 2. ed. Florianópolis: NR, 2000. GONZAGA, P. Perícia médica da Previdência Social. São Paulo: LTR, 2000. MATÉRIA técnica – Ouvido humano. [S.I. : S.N., 200-?]. Disponível em: http://www.hifishow.com.br/materiatecnica/ouvido_humano.aspx. Acesso em: 13/03/2013.
  • 15. 15 MAXIMO, A; ALVARENGA, B. Curso de física. São Paulo: Scipione, 2000. PIMENTEL, F.; SOUZA F.; ALVARES, P. A poluição sonora urbana no trabalho e na saúde. 2010. Disponível em: http://www.icb.ufmg.br/lpf . Acesso em: 13/03/2013. SANTOS, A. M. A. et al. Marmorarias: manual de referência - recomendações de segurança e saúde no trabalho. São Paulo: FUNDACENTRO, 2008.