O documento discute três conceitos principais: 1) A pedagogia da virtualidade proposta por Gomez, que defende uma educação emancipadora nas redes apoiada na filosofia de Freire; 2) A cibercultura descrita por Lévy, que modifica a relação com o saber no ciberespaço; 3) A geração Alpha descrita por Tapscott, nascida no século 21 imersa na tecnologia e capaz de influenciar o futuro.
1. FRAGMENTO 1 – GOMEZ. Margarita Victoria. Pedagogia da Virtualidade: redes, cultura digital e
educação. São Paulo: Edições Loyola, 2015.
Gomez (2004) propõe uma nova concepção de educação realizada no ciberespaço. A Pedagogia da Virtualidade está
apoiada na apropriação tecnológica em razão dos princípios da educação popular, que tem por objetivo o
encaminhamento para a conformação de uma sociedade aberta e democrática que, por sua vez, deve sustentar-se na
ética e na vontade política dos sujeitos. No contexto da natureza política da educação aliada ao uso criativo da
Internet, fica demonstrada a possibilidade de uma ação transformadora, por meio de um sistema que facilite o espaço
de intervenção, a partir de uma ótica sócio-histórica com a qual sejam potencializados os recursos pedagógicos,
sobretudo com um suporte em rede que esteja apoiado, na sua programação, em situações reais.
Esta autora discorre sobre a dimensão emancipadora da educação em rede, que permite educar para a solidariedade
humana. Para que isto ocorra, é preciso que os educadores sejam formados para irem além da apropriação das
tecnologias da informação e comunicação e tornarem-se capazes de refletir e discutir sobre o melhor uso delas na
educação virtual.
A pedagogia da virtualidade é uma proposta baseada na filosofia freiriana e no conceito de rizoma, que propõe uma
reflexão sobre a prática educativa no ciberespaço e desenvolve um conceito de educação em rede emancipadora.
FRAGMENTO 2 – LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
Na atualidade, a linguagem, a comunicação, o poder e os dispositivos comunicacionais atualizam a cultura no que
se denomina cibercultura. A cibercultura modifica a relação como saber e seu modo de organizá-lo por parte do
aluno e do professor, pois o ciberespaço suporta tecnologias intelectuais que amplificam, exteriorizam e modificam
numerosas funções cognitivas humanas (LEVY, 1999, p.157)
Em suas obras, Pierre Lévy buscou conceituar o ciberespaço como o novo meio de comunicação que emerge da
interconexão mundial dos computadores – a rede – “não apenas em relação à infraestrutura material, mas quanto ao
oceano de informações que a comunicação digital abriga, assim como quanto aos humanos que navegam, habitam e
se alimentam desse universo” (LEVY, 1999, p. 17). O autor destaca que a cibercultura seria, então, a cultura dotada
de técnicas, valores, pensamentos e atitudes das pessoas que se articulam nesse novo espaço. Para Lemos (1999, p.
11), a cibercultura é também a modalidade sociocultural que “surge da relação simbiótica entre a sociedade, a cultura
e as novas tecnogias
FRAGMENTO 3 - Tapscott, Don. A hora da geração digital: como os jovens que cresceram usando a internet
estão mudando tudo, das empresas aos governos. Agir Negócios, 2010.
Para Tapscott, (2010, p.28), para classificar as gerações de modo geral, os sociólogos, dividem os indivíduos em seis
grupos: Veteranos, Baby Boomers, Geração X, Geração Y, Geração Z e Geração Alpha, não havendo um consenso
entre os autores, para delimitar o fim e o início de uma geração.
Alpha é uma geração que nasceu totalmente no século XXI, composta por crianças que desde pequenas estão inseridas
em uma rotina cercada pela tecnologia, cheias de possibilidades, que conseguem influenciar a sociedade do futuro
com suas interações. São crianças com pensamentos e habilidades mais rápidas se comparados à geração passada,
pois nascem com a tela posicionada a sua frente, o mundo virtual o engendrou. As crianças são frutos dos efeitos
distintos que a tecnologia e suas potencialidades proporcionam para seus nativos. Esta geração já nasce conectada
em rede, diante do olhar do infans está a tela do tablet, do smartphone e do iphone. A tendência indica que sejam
muito mais independentes, e adaptados às novas tecnologias. Os indivíduos determinados pelo fenômeno tecnológico
estão se desenvolvendo outra forma de vida, devido a sua mentalidade digital, líquida e coletiva no ciberespaço.