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E nem desfolhem na
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Não quero que uma
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Que se desfaz ao dobre
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Como o desterro de
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Onde fogo insensato a
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Só levo uma saudade —
é desses tempos
Que amorosa ilusão
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Ó minha virgem dos
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solitário
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À sombra de uma cruz, e
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Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro, no chão,
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“Era um sonho dantesco...
o tombadilho
Que das luzernas
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Tinir de ferros... estalar de
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  • 3.
  • 5. 1822- Independência do Brasil; 1836- Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhaes, em 1836; “cor local” – idealização da natureza e do indígena.
  • 6.
  • 7. “Desse modo, o indianismo serviu não apenas como passado místico e lendário (à maneira da tradição folclórica dos germanos, celtas ou escandinavos), mas como passado histórico, à maneira da Idade Média.”
  • 8. Prosaromântica Oguarani José deAlencar, Iracema (1865),oguarani (1857), senhora (1874). Ofilhodopescador (1843), Deteixeiraesouza. Joaquimmacedo, amoreninha(1844)
  • 9. Prosaromântica "Iracema, ícone do indianismo romântico, teve sua primeira publicação em 1865 e figura até hoje entre as principais obras literárias brasileiras. seu eixo temático principal versa sobre a criação de uma origem da nacionalidadebrasileira.
  • 10. Prosaromântica Oguarani Memórias deumsargento deMilícias,de1852,de Manuel Antônio deAlmeida Aescrava Isaura, Bernardo Guimarães, (1875)
  • 12. Quando em meu peito rebentar-se a fibra Que o espírito enlaça à dor vivente, Não derramem por mim nem uma lágrima Em pálpebra demente. E nem desfolhem na matéria impura A flor do vale que adormece ao vento: Não quero que uma nota de alegria Se cale por meu triste passamento. Lembrança de Morrer (1853)
  • 13. Eu deixo a vida como deixa o tédio Do deserto, o poento caminheiro — Como as horas de um longo pesadelo Que se desfaz ao dobre de um sineiro; Como o desterro de minh'alma errante, Onde fogo insensato a consumia: Só levo uma saudade — é desses tempos Que amorosa ilusão embelecia. Lembrança de Morrer (1853)
  • 14. Beijarei a verdade santa e nua, Verei cristalizar-se o sonho amigo.... Ó minha virgem dos errantes sonhos, Filha do céu, eu vou amar contigo! Descansem o meu leito solitário Na floresta dos homens esquecida, À sombra de uma cruz, e escrevam nelas — Foi poeta — sonhou — e amou na vida.— Lembrança de Morrer (1853)
  • 17. “Lá na última senzala, Sentado na estreita sala, Junto ao braseiro, no chão, Entoa o escravo seu canto E ao cantar correm-lhe em pranto Saudades do seu torrão.”
  • 18. “Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e Espantadas”