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partidas. No entanto, o amigo voltou a insistir:
- Vem connosco! Vai ser divertido!
O Chico que gostava tanto de brincar com os amigos, também não
percebia o que se estava a passar, por que se sentia assim e perguntou ao
Zé:
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Ele ganhou balanço, deu um chuto na bola com toda a força e respondeu:
- Sabes, é a sopa especial que faz a minha mãe! Como-a todos os dias e
fico cheio de força…Tens de a provar!
O Chico ficou a pensar no que o Zé lhe tinha dito. Chegou a casa e
perguntou à mãe:
- Hoje a sopa do jantar é especial, mãe?
Surpreendida, a mãe respondeu-lhe:
- Claro que é! E está uma delícia!
A partir desse dia, as bochechas do Chico voltaram a ter a sua cor
encarnadinha, ele tornou a correr e a brincar com os seus amigos e passou a
comer sempre um belo prato de sopa.
Biblioteca Escolar
2017/2018
ANA OOM (escritora)
Núcleo de Iniciação
Nome:
_________________________
_________________________
RAQUEL PINHEIRO
(ilustradora)
O Chico era um menino ruivo, de ar reguila, com bochechas encarnadinhas
e cara cheia de sardas. Fazia muitos disparates e os amigos riam à
gargalhada com as partidas que ele se lembrava de pregar.
Sempre que eram horas de comer e o prato da sopa chegava à mesa, o
Chico preparava-se para pregar uma partida à mãe. Fechava a boca e nada,
não havia uma colher que ele engolisse. A mãe desesperava:
- Não vais começar, Chico!
Mas era sempre a mesma coisa e ele dizia:
- Não quero comer a sopa!
Um dia, a mãe decidiu comprar-lhe uma colher
colorida. Talvez assim, o Chico deixasse de fazer
estas fitas. Escolheu a verde, a cor preferida do
Chico e, à hora do jantar, pô-la na mesa.
- Olha, Chico, já viste a colher que te comprei? É
ideal para comeres a sopa…
Pôs a colher no prato, encheu-a de sopa e levou-a
diretamente à boca do Chico. Apesar do entusiasmo
com a nova colher, ele cerrou os lábios com toda a força e não havia nada que
entrasse ou saísse da sua boca.
A mãe ainda insistiu:
- Vá, esta é pelo pai…esta é pela avó Luísa…
Mas ele continuava de boca fechada. A mãe chegou a
prometer-lhe:
-Se comeres a sopa toda, ainda te conto uma história…a dos monstros, a
tua preferida!
O Chico adorava histórias e acabou por abrir a boca.
- Mas eu não gosto desta sopa! – disse ele.
-Prometo que, se comeres tudo hoje, amanhã faço-te uma sopa cheia de
massinhas de letras… - prometeu a mãe.
Nada, nem uma colher de sopa entrou na boca do Chico. Mesmo assim, no
dia seguinte, a mãe fez a sopa de massinhas, depois fez uma sopa de
cenoura, que estava uma delícia, e ainda tentou com outra variedade, sopa de
legumes, muito cremosa, irresistível.
Nenhuma convenceu o Chico e, cansada de se zangar, a mãe acabou por
deixar de insistir. Ele estava tão satisfeito! Nunca mais ia comer sopa.
Passados uns dias, o Chico foi brincar para casa do seu amigo Zé. Os dois
costumavam jogar à bola e passavam grande parte do tempo no jardim, mas,
nessa tarde, o Chico estava sem vontade de correr.
- Estou cansado! Vou ficar aqui a ver-te rematar
à baliza. – disse ele e sentou-se na relva.
- E se formos jogar às escondidas com os outros
rapazes? – perguntou o Zé.
Nem assim o Chico mudou de ideias:
- Não, eu fico a ver…
O Zé estranhou, o Chico estava sem forças, não lhe apetecia fazer nada e
estava tão pálido que as suas sardas quase não se viam. Já nem pregava

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  • 1. partidas. No entanto, o amigo voltou a insistir: - Vem connosco! Vai ser divertido! O Chico que gostava tanto de brincar com os amigos, também não percebia o que se estava a passar, por que se sentia assim e perguntou ao Zé: - E tu, como é que tens tanta energia e nunca te cansas? Ele ganhou balanço, deu um chuto na bola com toda a força e respondeu: - Sabes, é a sopa especial que faz a minha mãe! Como-a todos os dias e fico cheio de força…Tens de a provar! O Chico ficou a pensar no que o Zé lhe tinha dito. Chegou a casa e perguntou à mãe: - Hoje a sopa do jantar é especial, mãe? Surpreendida, a mãe respondeu-lhe: - Claro que é! E está uma delícia! A partir desse dia, as bochechas do Chico voltaram a ter a sua cor encarnadinha, ele tornou a correr e a brincar com os seus amigos e passou a comer sempre um belo prato de sopa. Biblioteca Escolar 2017/2018 ANA OOM (escritora) Núcleo de Iniciação Nome: _________________________ _________________________ RAQUEL PINHEIRO (ilustradora)
  • 2. O Chico era um menino ruivo, de ar reguila, com bochechas encarnadinhas e cara cheia de sardas. Fazia muitos disparates e os amigos riam à gargalhada com as partidas que ele se lembrava de pregar. Sempre que eram horas de comer e o prato da sopa chegava à mesa, o Chico preparava-se para pregar uma partida à mãe. Fechava a boca e nada, não havia uma colher que ele engolisse. A mãe desesperava: - Não vais começar, Chico! Mas era sempre a mesma coisa e ele dizia: - Não quero comer a sopa! Um dia, a mãe decidiu comprar-lhe uma colher colorida. Talvez assim, o Chico deixasse de fazer estas fitas. Escolheu a verde, a cor preferida do Chico e, à hora do jantar, pô-la na mesa. - Olha, Chico, já viste a colher que te comprei? É ideal para comeres a sopa… Pôs a colher no prato, encheu-a de sopa e levou-a diretamente à boca do Chico. Apesar do entusiasmo com a nova colher, ele cerrou os lábios com toda a força e não havia nada que entrasse ou saísse da sua boca. A mãe ainda insistiu: - Vá, esta é pelo pai…esta é pela avó Luísa… Mas ele continuava de boca fechada. A mãe chegou a prometer-lhe: -Se comeres a sopa toda, ainda te conto uma história…a dos monstros, a tua preferida! O Chico adorava histórias e acabou por abrir a boca. - Mas eu não gosto desta sopa! – disse ele. -Prometo que, se comeres tudo hoje, amanhã faço-te uma sopa cheia de massinhas de letras… - prometeu a mãe. Nada, nem uma colher de sopa entrou na boca do Chico. Mesmo assim, no dia seguinte, a mãe fez a sopa de massinhas, depois fez uma sopa de cenoura, que estava uma delícia, e ainda tentou com outra variedade, sopa de legumes, muito cremosa, irresistível. Nenhuma convenceu o Chico e, cansada de se zangar, a mãe acabou por deixar de insistir. Ele estava tão satisfeito! Nunca mais ia comer sopa. Passados uns dias, o Chico foi brincar para casa do seu amigo Zé. Os dois costumavam jogar à bola e passavam grande parte do tempo no jardim, mas, nessa tarde, o Chico estava sem vontade de correr. - Estou cansado! Vou ficar aqui a ver-te rematar à baliza. – disse ele e sentou-se na relva. - E se formos jogar às escondidas com os outros rapazes? – perguntou o Zé. Nem assim o Chico mudou de ideias: - Não, eu fico a ver… O Zé estranhou, o Chico estava sem forças, não lhe apetecia fazer nada e estava tão pálido que as suas sardas quase não se viam. Já nem pregava