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ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL
DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO AGRÁRIA
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e
Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno
Licenciatura em Produção Animal
Autor:
Belote Carlos Maria Matsinhe
Vilankulo, Outubro de 2015
Belote Carlos Maria Matsinhe
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico de
frangos de corte na época de inverno
Supervisor:
Prof. Dr. Alcides Perez Bello
(Professor Associado)
UEM – ESUDER
Vilankulo
2015
Trabalho de Culminação de Curso a
Apresentar ao Departamento de
Produção Agrária da Universidade
Eduardo Mondlane – Escola Superior
de Desenvolvimento Rural para a
obtenção do grau de Licenciatura em
Engenharia de Produção Animal
DECLARAÇÃO DE HONRA
Eu Belote Carlos Maria Matsinhe, estudante da Escola Superior de Desenvolvimento Rural,
declaro por minha honra que este trabalho de culminação do curso de licenciatura em
Produção Animal é da minha autoria e resultado da minha investigação pessoal, estando
indicados no texto e nas referências bibliográficas as fontes utilizadas. Esta é a primeira vez
que submeto para obtenção do grau de licenciatura, nesta instituição de ensino superior.
Vilankulo, ___ de Outubro de 2015
_________________________________________
(Belote Carlos Maria Matsinhe)
Aprovação do Júri
Este trabalho foi aprovado no dia ______ de ______________________ de 2015 por nós,
membros do júri examinador da Escola Superior de Desenvolvimento Rural da Universidade
Eduardo Mondlane, com a nota de ___________ Valores.
______________________________
(Presidente do Júri)
______________________________
(Arguente)
______________________________
(Supervisor)
i
DEDICATÓRIA
A Deus
A Carlos Sambula Matsinhe, meu pai, e Maria Lucinda Adelino, minha
mãe, pelo amor, confiança, apoio e dedicação impulsionando-me a seguir em
frente e por serem meus exemplos de vida
A Rosana Adelino Chivale, minha tia, pelo carinho, atenção e por
sempre me incentivar e apoiar
A Fael Carlos Maria Matsinhe, meu irmão, por estar presente em todos
os momentos e por acreditar em meu esforço
Dedico
ii
AGRADECIMENTOS
Antes de tudo quero agradecer a Deus, que com sua bondade guiou-me pelo caminho do
bem, dando-me saúde e força para caminhar, e que me levará até outras conquistas iluminado
por sua luz.
Agradeço à minha família, meu pai Carlos e meu irmão Fael, pelo amor e apoio
imprescindível para meu contínuo caminho na educação e construção do saber. Em especial, a
minha mãe, Maria Lucinda, por todos os anos de dedicação e carinho. Amo demais.
Obrigado ao meu supervisor, Prof. Dr. Alcides Perez Bello (Professor Associado), pela
oportunidade de ingressar no campo da educação continuada, pela confiança, paciência e
orientação prestada para a realização deste trabalho.
A todo corpo docente da Escola Superior de Desenvolvimento Rural em particular aos
docentes do Departamento de Produção Agrária: dra. Rosa, dr. Abdul, dr. Lisboa, dr.
Lampeao, Msc. Mataca, dra. Renilda. A todos os docentes que me apoiaram durante a
formação, muito obrigado.
Ao Sr. Castigo Abrantes e seus trabalhadores pela troca de experiencia e por me ceder
as suas infra-estruturas e materiais para a execução do experimento, endereço a minha maior
gratidão.
Aos colegas do grupo e amigos: George, Flávio, Licumba, Nelson e Erasmo, que
estivemos sempre juntos em todo esse percurso, muito obrigado.
Aos meus amigos, que de perto ou de longe torceram por mim.
A todos, que directa ou indirectamente se envolveram na execução deste trabalho,
minha gratidão.
iii
LISTAS DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
a.C. Antes de cristo
A1 Ração inicial
A2 Ração de crescimento
ANOVA Análise de variância
CA Conversão alimentar
CMD Consumo médio diário de ração
Cra Consumo de ração
CT Custo total
DCC Delineamento completamente casualisado
EP Erro padrão
GMD Ganho médio diário de peso
GP Ganho de peso
IEP Índice de eficiência produtiva
IIAM Instituto de Investigação Agraria de Moçambique
kg Quilograma
kg PV/m2
Quantidade de carne produzida por metro quadrado
km2
Quimloetro quadrado
m/s Metro por segundo
MAE Ministério de Administração Estatal
MB Margem bruta
PEDD Plano Estratégico de Desenvolvimento Distrital
pH Pontecial de hidrogénio
ppm Parte por milhão
PVf Peso vivo final
PVi Peso vivo inicial
R Receita
RBC Rácio beneficio/custo
V viabilidade
iv
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Lista de tabelas
Conteúdo pág.
Tabela no
1: Classificação biológica da galinha doméstica........................................................4
Tabela no
2: Características zootécnicas de frangos de corte da linhagem Cobb 500................5
Tabela no
3: Faixa de temperaturas de conforto para frangos de corte ......................................6
Tabela no
4: Velocidade de ar suportada por frangos de corte ...................................................8
Tabela no
5: Plano experimental ..............................................................................................14
Tabela no
6: Composição nutricional da ração comercial usada durante o período
experimental….. .......................................................................................................................14
Tabela no
7: Efeito da densidade populacional sobre os principais parâmetros de desempenho
zootécnico de frangos de corte ................................................................................................22
Tabela no
8: Análise da viabilidade económica em um ano utilizando as diferentes densidades
populacionais ...........................................................................................................................26
Lista de figuras
Conteúdo pág.
Figura no
1: Instalações usadas na execução do experimento ..................................................16
Figura no
2: Equipamentos usados na execução do experimento ............................................16
Figura no
3: Oscilação da temperatura mínima do aviário durante o período experimental ...20
Figura no
4: Oscilação da temperatura máxima do aviário durante o período experimental....21
v
LISTAS DE APÊNDICES E ANEXOS
Lista de apêndices
Conteúdo pág.
Apêndice no
1: Análise descritivas das temperaturas registradas durante o período
experimental ................................................................................................................................I
Apêndice no
2: Análises descritivas dos pesos vivos dos tratamentos ...................................... II
Apêndice no
3: Análise de variância dos parâmetros de desempenho zootécnico ..................III
Apêndice no
4: Análise económica............................................................................................ V
Apêndice no
5: Imagens capturadas durante o período experimental.......................................VI
Lista de anexos
Conteúdo pág.
Anexo no
1: Localização do distrito Vilankulo ..................................................................... VIII
Anexo no
2: Distribuição geográfica do distrito de Vilankulo .................................................IX
vi
GLOSSÁRIO
Ad libitum – é uma expressão latina que significa “a vontade”.
Conforto térmico – pode ser definido como uma situação em que o balanço térmico é nulo,
ou seja, o calor produzido pelo organismo animal, juntamente com que ele ganha do
ambiente, é igual ao calor perdido por meio da radiação, conversão, condução, evaporação e
do calor contido nas substâncias corporais eliminadas.
Custo fixo – é um factor de produção que tem custos independentes do nível de actividade da
empresa. Qualquer que seja a quantidade produzida ou vendida, mesmo que seja zero, os
custos se mantem os mesmos.
Densidade populacional – é o número médio de médio de indivíduos divididos pela área em
que ocupam.
Hipertermia – é a elevação da temperatura do corpo relacionada a incapacidade do corpo de
promover a perda de calor para o ambiente em que se encontra ou, ainda reduzir a sua
produção.
Homeotermia – é a manutenção aproximadamente constante da temperatura interna do
corpo.
Repetições – consistem no número de vezes em que o tratamento aparece no experimento.
Temperatura crítica inferior – valor de temperatura ambiental abaixo do qual o animal
acciona os seus mecanismos termorreguladores para auxiliar a dissipação do calor para o
ambiente, que se encontra frio.
Temperatura crítica superior – valor de temperatura ambiental acima do qual o animal
acciona os seus mecanismos Termorreguladores para auxiliar a dissipação do calor para o
ambiente, que se encontra quente.
Termorregulação – é o conjunto de sistemas de regulação da temperatura corporal. Esta
regulação é exercida graças a coordenação entre a produção e libertação de calor orgânico
interno.
Tratamentos – é a condição imposta à parcela experimental, cujo efeito deseja-se medir ou
comparar em um experimento.
vii
Unidade experimental – é a menor unidade de um experimento em que se aplica o
tratamento ou a combinação deste.
Vasoconstrição – é o processo de contracção dos vasos sanguíneos, em consequência da
contracção do músculo liso presente na parede desses mesmos vasos.
viii
RESUMO
O presente trabalho foi conduzido na unidade de produção “Abrantes Castigo”, no
distrito de Vilankulo, teve como objectivo geral, avaliar o efeito da densidade populacional
sobre o desempenho zootécnico de frangos de corte na época de inverno. Para tal foram
utilizados 1176 pintos-de-um-dia da linhagem Cobb 500 especializados para corte criados até
aos 35 dias, os pintos foram distribuídos em 6 unidades experimentais com 14 m2
cada, de
acordo com o delineamento completamente causalizado, os tratamentos foram as densidades
populacionais (12 aves/m2
, 14 aves/m2
e 16 aves/m2
), cada tratamento foi repetido duas vezes.
Foram determinados os principais parâmetros de desempenho zootécnico e de viabilidade
económica. Para a análise dos dados foram usadas técnicas de estatística descritiva, na
comparação do efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico empregou-
se o F (ANOVA) e no caso de diferença significativa, foi utilizado o teste de comparações
múltiplas de Duncan. O software utilizado para a obtenção dos cálculos estatísticos foi o
STATISTICA Versão 8.1. A margem de erro utilizada na decisão dos testes estatísticos foi de
5,0%. Com o aumento da densidade populacional houve uma redução significativa (P ≤ 0,05)
do peso vivo final, ganho total de peso, ganho médio diário, consumo total de ração e
consumo médio diário de ração. A produção de carne por unidade de área de instalação, ao
final do ciclo se elevou significativamente (P ≤ 0,05) quando foi aumentada a densidade
populacional das aves. Não foi observado efeito significativo (P ≥ 0,05) da densidade
populacional sobre a conversão alimentar, viabilidade e índice de eficiência produtiva. Foram
obtidos benefícios económicos superiores aos 20% nas três densidades, a melhor eficiência
económica se obteve na densidade populacional de 12 aves/m2
. Recomenda-se o uso da
densidade populacional de 12 aves/m2
no inverno pois essa densidade é mais viável
economicamente quando comparado com a densidade populacional de 14 e 16 aves/m2
.
Palavras-chaves: Densidade populacional, desempenho zootécnico, frangos de corte.
ÍNDICE
Conteúdo pág.
I. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................1
1.1. Contextualização .................................................................................................................1
1.2. Problema da Pesquisa..........................................................................................................2
1.3. Justificativa..........................................................................................................................2
1.4. Objectivos............................................................................................................................3
1.4.1. Geral .................................................................................................................................3
1.4.2. Específicos........................................................................................................................3
1.5. Hipóteses .............................................................................................................................3
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..............................................................................................4
2.1. Características e origens da galinha doméstica ...................................................................4
2.2. Considerações sobre frangos de Corte ................................................................................5
2.3. Factores ambientais que influenciam no desempenho zootécnico de frangos de corte.......6
2.4. Densidade Populacional na criação de frangos de corte......................................................9
III. METODOLOGIA...............................................................................................................13
3.1. Descrição da área de estudo...............................................................................................13
3.2. Amostra animal e Condução do experimento ...................................................................14
3.3. Instalações e equipamentos ...............................................................................................16
3.4. Métodos de colecta de dados.............................................................................................17
3.4.1. Temperatura....................................................................................................................17
3.4.2. Parâmetros de desempenho zootécnico..........................................................................17
3.4.3. Parâmetros de viabilidade económica ............................................................................18
3.5. Delineamento experimental e análise de dados.................................................................19
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................20
4.1. Temperatura.......................................................................................................................20
4.2. Desempenho zootécnico....................................................................................................22
4.2.1. Peso vivo ........................................................................................................................22
4.2.2. Ganho de peso ................................................................................................................23
4.2.3. Consumo de ração ..........................................................................................................23
4.2.4. Conversão alimentar.......................................................................................................24
4.2.5. Viabilidade .....................................................................................................................25
4.2.6. Quantidade produzida de carne por metro quadrado......................................................25
4.2.7. Índice de eficiência produtiva ........................................................................................26
4.3. Viabilidade económica ......................................................................................................26
4.3.1. Custos totais....................................................................................................................27
4.3.2. Receita ............................................................................................................................27
4.3.3. Rácio benefício/custo .....................................................................................................27
4.3.4. Margem bruta .................................................................................................................28
V. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES.............................................................................29
5.1. Conclusão ..........................................................................................................................29
5.2. Recomendações .................................................................................................................29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................30
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte
na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 1
I. INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
Avicultura é a criação de aves para produção de alimentos. Das espécies mais
exploradas, destaca-se o frango. A principal actividade é a produção de carne e ovos,
conhecida como exploração de ave de corte e ave de postura, respectivamente (LOPES,
2011).
A prática da actividade avícola em Moçambique surgiu na década de 60 na região sul e
posteriormente expandiu-se para o centro e norte do país, inicialmente esta actividade era
praticada apenas por pequenos produtores nas zonas urbanas e periurbanas. (NICOLAU,
2008). Esta actividade produtiva é vital, por ser, uma das principais fontes de proteína animal,
para o consumo, à disposição das famílias com baixa renda. A avicultura também é um dos
segmentos da agro-pecuária que mais contribui para a geração de emprego, em virtude do seu
curto ciclo de produção. (NICOLAU et al., 2011).
Actualmente a avicultura moçambicana está em desenvolvimento positivo devido a
acções do governo para reduzir a concorrência desleal das importações e garantir um produto
saudável, a diminuição de taxas de importação da matéria-prima para a produção de ração e
dos custos do pinto-de-um-dia, melhorias na biossegurança e construção de novos matadouros
modernos (INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO AGRARIA DE MOÇAMBIQUE (IIAM),
2012).
De acordo com LANA et al. (2001), a produção de frangos se desenvolveu muito nos
últimos anos devido a melhoria continua nas áreas de nutrição, sanidade e, também, à busca
de novos sistemas de criação, que objectivaram a maior produtividade no menor tempo
possível. A pressão de mercado para redução do custo do frango na plataforma levou as
empresas avícolas a aplicar novas estratégias numa tentativa de maximizar o desempenho
com o máximo retorno económico, desta forma, se utilizou de maneira intensa maiores
densidades populacionais.
Com o desenvolvimento positivo da avicultura moçambicana, cresce a demanda por
alternativas no sentido de maximizar o desempenho zootécnico e viabilidade económica da
criação de frangos de corte. Uma das alternativas é o uso de maiores densidades
populacionais na criação de frangos de corte. Desse modo torna-se relevante avaliar o efeito
da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico de frangos de corte.
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 2
1.2. Problema da Pesquisa
Apesar do desenvolvimento positivo que a avicultura moçambicana tem registado
actualmente, esta actividade produtiva ainda depende largamente da importação dos principais
insumos para a fabricação de rações, medicamentos, principais equipamentos, apresenta
custos relativamente altos para construção de novas instalações, esta actividade tem sofrido
grande pressão por parte do mercado para redução do preço pago pelo frango nacional.
Face a essa situação, muitos avicultores moçambicanos na tentativa de viabilizar
economicamente a sua produção têm adoptado alternativas de maneio, como a optimização do
uso das instalações (aviários), essa optimização, está relacionada com a densidade
populacional, aumenta-se o número de aves criadas por metro quadrado pois acredita-se que
com essa prática pode-se obter maior quantidade de carne produzida por metro quadrado (kg
PV/m2
), oque é benéfico do ponto de vista económico, visto que, pode resultar no maior
rendimento económico.
Com base no exposto sugere-se a seguinte pergunta: Até que ponto o aumento
densidade populacional na época de inverno influencia no desempenho zootécnico e
viabilidade económica de frangos de corte?
1.3. Justificativa
É fundamental avaliar cada vez mais o uso de maiores densidades populacionais, em
função da necessidade de um crescimento sustentado em custos reduzidos e em alta
tecnologia de produção. A criação em alta densidade populacional, apesar de bastante
comentada, tem resultado em muitas dúvidas, principalmente em locais de clima quente,
porém deve ser encarada como uma alternativa a mais para o criador de frangos melhorar seus
rendimentos produtivos (OLIVEIRA, 2001).
De acordo com ALBUQUERQUE et al. (2006), a alta densidade populacional em um
sistema de criação é uma alternativa para viabilizar economicamente a produção, pois, apesar
de gerar frangos com menor peso ao abate, em virtude do menor consumo de ração , pode
promover aumento da remuneração aos produtores pois a produção de carne por área é maior.
A criação em alta densidade visa ao aumento da produção, com o mínimo de investimentos
em construção e optimização dos custos fixos.
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 3
Avaliar o efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico de
frangos de corte, é bastante importante, pois muitos avicultores na tentativa de viabilizar
economicamente a produção, fazem o uso de altas densidades sem nenhuma base científica de
estudos feito em Moçambique, para saber qual é o limite do uso dessa prática de maneio
segundo as condições ambientais que o país apresenta, oque muita das vezes acaba piorando
ainda mais o desempenho zootécnico e inviabiliza economicamente a criação.
A obtenção de resultados deste trabalho será uma mais-valia aos produtores avícolas
moçambicanos pois saberão quais as densidades populacionais a usar para poder obter bom
desempenho zootécnico, reduzir os custos de produção e viabilizar economicamente a criação
de frangos de corte.
1.4. Objectivos
1.4.1. Geral
 Avaliar o efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico de frangos
de corte na época de inverno.
1.4.2. Específicos
 Determinar os principais parâmetros de desempenho zootécnico de frangos de corte
em diferentes densidades populacionais;
 Comparar os principais parâmetros de desempenho zootécnico de frangos de corte em
diferentes densidades populacionais;
 Analisar a viabilidade económica da criação de frangos de corte em diferentes
densidades populacionais.
1.5. Hipóteses
 Hipótese nula (H0): O aumento da densidade populacional na criação de frangos de
corte na época de inverno não reduz seu desempenho zootécnico e viabilidade
económica.
 Hipótese alternativa (H1): O aumento da densidade populacional na criação de
frangos de corte na época de inverno reduz seu desempenho zootécnico e viabilidade
económica.
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 4
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Características e origens da galinha doméstica
As aves são animais que possuem penas e são, pela evolução dos vertebrados,
descendentes dos répteis (ALBINO & TAVERNARI, 2010), devido à presença de escamas
nas canelas e outras semelhanças de natureza anatómica (LANA, 2000).
As aves tiveram sua origem cerca de 150 milhões de anos atrás, a partir do
Archaeopteryx, a “ave” mais primitiva conhecida pelo homem. Já a galinha doméstica (Gallus
gallus domesticus) surgiu a partir do processo de domesticação do Gallus bankiva, mais
comumente conhecido como galinha Vermelha do Mato (Red Jungle Fowl), que é
considerado ser a galinha ancestral das aves comerciais de hoje. Esta ave ainda é encontrada
nas florestas do Sudoeste Asiático e vive a maior parte do tempo no chão e subindo em
árvores (CRAWFORD, 1990).
Aproximadamente a 3.200 a.C. foram efectuadas na Índia as primeiras descrições sobre
a domesticação das galinhas, com duas finalidades principais: adorno e exporte (briga ou
rinha de galos); as que não mais serviam para estes fins eram então abatidas para o consumo.
Em seguida, a galinha passou para a China, por volta de 1.400 a.C., e a outros países orientais.
Depois passou da Pérsia para a Grécia, de onde se disseminou pela Europa e África (LANA,
2000).
Tabela no
1: Classificação biológica da galinha doméstica.
Categoria Nome científico
Reino Animal
Filo Chordata
Subfilo Vertebrata
Classe Aves
Subclasse Neormithes
Superordem Neognathe
Ordem Galliforme
Subordem Galli
Família Phasianinal
Gênero Gallus
Espécie Domesticus
Fonte: LANA (2000)
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 5
2.2. Considerações sobre frangos de Corte
Frangos de corte ou „Broilers‟ são frangos com 6 a 8 semanas de idade, de ambos os
sexos, com pesos entre 1,3 e 2,3 Kg, de carne tenra e suave, pele macia e cartilagens flexíveis.
A produção de frangos de corte tem crescido rapidamente em todo o mundo, com melhorias
na qualidade do produto final e redução nos custos de exploração derivados da intensificação
do nível de produção (GARCÊS, 2006).
O frango de corte que se conhece actualmente é o resultado de sucessivos
melhoramentos genéticos que foi sofrendo através dos cruzamentos de várias linhagens puras
criadas. Os cruzamentos das raças puras deram origem ao que se conhece como linhagens
puras que são actualmente cruzadas para dar origens aos híbridos de corte (GARCÊS, 2006).
2.2.1. Linhagem Cobb 500
A linhagem Cobb é desenvolvida principalmente no Brasil, com o objectivo de atender
o mercado interno e externo (MENDES & SALDANHA, 2004). Esta linhagem mundialmente
famosa é resultado de 30 anos de desenvolvimento por meio de uma combinação entre
selecção de linhagens puras e tecnologias modernas (www.aviculturaindustrial.com.br).
As principais características produtivas da linhagem Cobb 500 são: maior eficiência
alimentar, frangos de desempenho superior, alto rendimento de carne, particularmente de
peito, capacidade de apresentar bons resultados sob nutrição de baixo custo, menor custo de
produção da carne, alto nível de uniformidade, desempenho produtivo competitivo
(www.aviguia.com.br).
Tabela no
2: Características zootécnicas de frangos de corte da linhagem Cobb 500.
Idade
(semana)
Peso
vivo, g
Ganho médio
diário, g
Conversão
alimentar, kg/kg
Consumo
médio diário, g
Consumo
acumulado, g
1 164 23,4 0,856 - 140
2 430 30,7 1,059 61 455
3 843 40,1 1,261 107 1063
4 1397 49,9 1,446 157 2020
5 2017 57,6 1,611 187 3249
6 2626 62,5 1,760 201 4621
Fonte: COBB-VANTRESS (2009)
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 6
2.3. Factores ambientais que influenciam no desempenho zootécnico de frangos de corte
Os factores ambientais que mais influenciam no desempenho zootécnico de frangos de
corte são: Temperatura, humidade relativa, ventilação, iluminação (OLIVEIRA et al., 2006).
Estes factores exercem influência sobre o desempenho das aves porque afectam os
mecanismos de transferência de calor e, assim, a regulação do balanço térmico entre o animal
e o ambiente para manutenção da homeotermia (PERISSINOTTO et al., 2007).
2.3.1. Temperatura
A temperatura ambiente é considerada o factor ambiental de maior efeito no
desempenho zootécnico de frangos de corte, já que exerce grande influência no consumo de
ração e, com isto, afecta directamente o ganho de peso e a conversão alimentar destes
animais. Aves submetidas a temperaturas ambientais fora da zona de termo neutralidade
respondem com comportamentos alimentares e atitudes físicas características (CORDEIRO,
2007).
SALGADO et al. (2007), afirmam que o excesso de frio e, principalmente, o excesso de
calor, resultam em menor produtividade, afectando também o crescimento e a saúde das aves,
o que, em situação extrema, pode ocasionar um acréscimo da mortalidade dos lotes.
Nos ambientes frios, quando a temperatura ambiental está abaixo da temperatura crítica
inferior, os animais activam, para manter o calor, através do centro termorregulador,
localizado no sistema nervoso central, certos processos fisiológicos, como vasoconstrição,
redução da frequência respiratória, elevação da taxa metabólica, maior isolamento da pele
com erecção das penas e produção de calor através da ocorrência de tremor muscular e arrepio
(HAFEZ, 1973).
Tabela no
3: Faixa de temperaturas de conforto para frangos de corte.
Idade (semana) Faixa de temperatura (o
C)
1 32-34
2 28-32
3 26-28
4 24-26
5 18-24
Fonte: OLIVEIRA et al. (2006).
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 7
2.3.2. Humidade relativa
A humidade relativa passa a ter importância no conforto térmico das aves, quando a
temperatura ambiental atinge 25ºC. Altas taxas de humidade relativa, associadas a altas
temperaturas, fazem com que menos humidade seja removida das vias aéreas, tornando a
respiração cada vez mais ofegante. Com isso a ave não consegue manter uma frequência
respiratória alta o suficiente para remover o excesso de calor interno, causando hipertermia,
seguida de prostração e morte (MOURA, 2001).
Na fase inicial de aquecimento dos frangos, níveis abaixo de 40% de humidade relativa
são comuns, pois o excesso de calor fornecido pelos aquecedores consome o oxigénio do
ambiente, reduzindo muito a humidade relativa na altura das campânulas, além de favorecer a
dispersão de vírus e bactérias em razão do aumento da concentração de poeiras (MOURA,
2001).
Durante os 10 primeiros dias de cria, a humidade relativa deve permanecer em torno de
65-70%, o que ajudará a prevenir a desidratação das mucosas dos pintos, bem como reduzir os
riscos de doenças cardíaca e pulmonar. À partir dos 11 dias em diante a humidade relativa
poderá se situar em torno de 50-70% (AGROCERES, 2004).
2.3.3. Ventilação
A ventilação apresenta função relevante, principalmente por razões higiénicas, fazendo-
se a renovação do ar para evitar concentrações de gases indesejáveis dentro do aviário. Deve-
se conhecer a velocidade e principalmente a direcção dos ventos nos aviários, levando-se em
conta a orientação dos volumes para favorecer a ventilação nos períodos quentes ou controlá-
la nos períodos frios e na fase inicial da vida da ave (TINÔCO, 2001).
O sistema de ventilação mínima (higiénico) é utilizado em períodos frios durante as
primeiras fases de vida das aves, com o objectivo de manter a qualidade do ar dentro das
instalações, garantindo, assim, boas condições para máxima taxa de crescimento das aves. Um
dos gases mais nocivos para os primeiros dias de vida da ave é a amónia. Com a
movimentação de ar realizada de forma correta, os níveis de amónia podem ser mantidos em
teores adequados, abaixo de 10 ppm no interior do aviário, porque o excesso de amónia pode
reduzir em até 20% o ganho de peso de aves com 7 dias de idade (BAKKER, 2005).
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 8
Tabela no
4: Velocidade de ar suportada por frangos de corte.
Período (dias) Velocidade do ar (m/s)
1 - 7 0,076 - 0,200
8 - 14 0,152 - 0,300
15 - 21 0,508
22 – Em diante 1,500
Fonte: BAKKER (2005).
2.3.4. Iluminação
O programa de luz tem como finalidade de regular o consumo de ração pelas aves, por
isso sua utilização deve ser bem planeada para não comprometer a curva de crescimento
normal das aves e elevar a mortalidade, e consequentemente a conversão alimentar
(HEINZEN, 2006).
Outra função do programa de luz é reduzir problemas metabólicos nas aves. Sabe-se que
a alta taxa de crescimento do frango de corte actual é resultante do melhoramento genético e
das condições de produção, como nutrição e maneio. Do ponto de vista genético, busca-se
uma ave capaz de ganhar peso de forma muito rápida com o objectivo de atingir o peso de
abate em um curto intervalo de tempo. No entanto, uma das dificuldades observadas no início
do período de produção, é que o frango moderno produz muita massa muscular em prejuízo
do desenvolvimento esquelético, coração e sistema circulatório. Assim, as aves ganham peso
muito rápido, apresentando predisposição ao desenvolvimento de problemas de patas, ascite e
baixa viabilidade (DONALD et al., 2001).
O fotoperíodo contínuo compreende um programa de luz contínuo (24h luz:0h escuro).
Os programas contínuos, de longa duração, propiciam condições para o máximo consumo e
ganho de peso pelo acesso aos comedouros. Programas de luz intermitentes caracterizam-se
por apresentar períodos intercalados de luminosidade e escuridão em 24 horas. Frangos
submetidos aos programas intermitentes apresentam maior produtividade, menor incidência
de morte súbita, e de problemas de patas quando comparados aos programas contínuos
(ABREU et al., 2006).
Um programa de luz empregado incorrectamente pode prejudicar o ganho médio diário
e comprometer o desempenho de todo o lote (LIBONI et al., 2013).
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 9
2.4. Densidade Populacional na criação de frangos de corte
A avicultura é uma das actividades de produção animal que mais se desenvolveu nos
últimos anos. Isso se deve, basicamente, a melhoria continua nas áreas de nutrição, sanidade
e, também, à busca de novos sistemas de criação, que objectivam a maior produtividade no
menor tempo possível. Actualmente a pressão de mercado para redução do custo do frango na
plataforma tem levado as empresas avícolas a aplicar novas estratégias numa tentativa de
maximizar o desempenho com o máximo retorno económico. Desta forma, têm-se utilizado
de maneira intensa maiores densidades populacionais no sentido de reduzir custos com mão-
de-obra e com investimentos em novas instalações e logística (LANA et al., 2001)
As diferentes densidades populacionais na produção de frangos de corte podem variar
de acordo com a região do país, em função da temperatura, tipo de aviário utilizado, época do
ano. Em aviários abertos, a densidade de alojamento deve ser de 30 a 34 kg PV/m2
, sendo
reduzida para 27 kg PV/m2
na época mais quente do ano (LANA, 2000).
De acordo com TINÔCO (2004), a alta densidade é entendida como colocação de mais
aves por m2
, podendo ao final da produção chegar até 40 kg PV/m2
. Considerando alta taxa de
alojamento de 15 a 18 aves/m2
em aviários com climatização menos avançada ou comedouros
e bebedouros manuais e de 18 a 22 aves/m2
em aviários com climatização, comedouros e
bebedouros automáticos.
A alta densidade em um sistema de criação é uma alternativa para viabilizar
economicamente a produção, pois, apesar de gerar frangos com menor peso ao abate, em
virtude do menor consumo de ração, pode promover aumento da remuneração aos produtores
pois a produção de carne por área é maior. A criação em alta densidade visa ao aumento da
produção, com o mínimo de investimentos em construção e optimização dos custos fixos
(LANA et al, 2001).
Porém, isso tem sido feito sem a necessária readequação de equipamentos, nutrição,
maneio e ambiente em que as aves se encontram. A densidade populacional é um dos factores
de maneio que se relacionam, sobretudo, com a optimização das instalações e do processo de
produção de frangos. Vários pontos negativos se mostram ao utilizarmos altas densidades
populacionais de frangos, como problemas com sanidade, velocidade no crescimento das
aves, rendimento de carcaça e problemas com a cama (HERNANDES, 1997).
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 10
De acordo com FEDDES et al. (2002), altas densidades populacionais podem causar
estresse às aves de diferentes formas tais como:
 Altas temperaturas ambientais e dificuldade de dissipação de calor do corpo;
 Redução da qualidade do ar e aumento dos níveis de amónia na atmosfera;
 Dificuldades de acesso a comedouro e bebedouros.
2.4.1. Efeito da densidade populacional no desempenho de frangos de corte
De acordo com MOREIRA et al. (2004), o aumento da densidade populacional de 10 a
16 aves/m2
causa redução no ganho de peso, principalmente na fase final de criação, apesar de
não haver diferenças entre 13 e 16 aves/m2
. Com o aumento da densidade, há maior produção
de kg PV/m2
, o que possibilita incrementos na renda bruta da criação. Este aumento da
densidade não afecta o rendimento de carcaça e cortes nobres (peito e pernas), além de não
influenciar as características de qualidade (perda de peso por cozimento, força de
cisalhamento, maciez) e pH da carne de peito.
Estudando o desempenho de frangos de corte sexados criados em diferentes densidades
populacionais, durante as estações fria e quente do ano, GRAÇAS et al. (1990) verificaram
não haver influência da densidade populacional no ganho de peso na época fria. Na época
quente houve tendência de decréscimo do ganho de peso e do consumo de ração, com o
aumento da densidade populacional e aumento linear de kg PV/m2
com a elevação da
densidade populacional, mostrando viável a criação de até 18 aves/m2
de piso.
HELLMEISTER FILHO et al. (1996) observaram efeito significativo da densidade de
criação no peso médio de ambos os sexos, sendo que os frangos criados nas densidades de 6 e
10 aves/m2
apresentaram valores maiores em relação ao ganho em peso, comparados com
outras densidades. A produção de carne por área foi maior nas densidades de 10, 14 e 18
aves/m2
, e a lotação de 14 aves/m2
apresentou o menor peso médio, porém melhor conversão
alimentar e índice de eficiência produtiva equivalente ao da densidade populacional de 10
aves/m2
, mostrando que a conversão alimentar não é factor limitante para a criação em altas
densidades, assim como a mortalidade também não é.
Estudando os efeitos de duas densidades populacionais (12 e 18 aves/m2
) sobre o
desempenho de frangos de corte, STRINGHINI (1998) constatou uma redução no ganho de
peso e no consumo de ração das aves com o aumento da densidade populacional. O aumento
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 11
da densidade populacional permitiu uma maior produção de kg PV/m2
, em virtude de uma
maior quantidade de aves abatidas
O desempenho de frangos de corte mantidos sob diferentes taxas de lotação (11, 14, 19
e 28 aves/m2
) indicou ganhos de peso e índices de conversão alimentar afectados de maneira
diferente pelos tratamentos após a 6ª semana de idade. Os parâmetros crescimento, conversão
alimentar e viabilidade, foram acentuadamente depreciados nos grupos mantidos sob a maior
densidade populacional (STANLEY & KRUEGER, 1981).
A redução do espaço no interior dos aviários pode contribuir para a redução do
desempenho devido à maior disputa pelo acesso aos comedouros e bebedouros, e, também
pode levar a uma redução da qualidade de ar ocasionado pelo aumento da concentração de
gases no interior dos aviários. Em consequência disso normalmente ocorre a redução da
qualidade de carcaça juntamente com a queda da eficiência alimentar (FEDDES et al., 2002).
BROGNONI (1999) conduziu um trabalho para verificar o desempenho de frangos de
corte em diferentes densidades populacionais, no verão, e concluiu que as maiores densidades
proporcionaram desempenhos zootécnicos inferiores, não afectando o rendimento de carcaça
e apresentando um maior rendimento económico. LUCHESI (1998) também já havia
constatado um maior rendimento económico, tanto no inverno como no verão, com o aumento
da densidade populacional de 10 para 20 aves/m2
.
2.4.2. Factores que determinam o limite da densidade populacional
De acordo com ARRUDA (2013), qualquer tipo de recomendação quanto à densidade
populacional deve ser baseada em dados científicos. No entanto, a definição de limites traz
algumas dificuldades devido a vários factores entre eles:
 A diminuição da saúde animal depende de vários factores, portanto é difícil
estabelecer um limite de densidade onde a mesma não será afectada;
 Os limites podem variar dependendo dos parâmetros utilizados para avaliar saúde e
bem-estar animal;
 As condições das instalações em que as aves estão alojadas e o maneio adoptado têm
grande impacto no bem-estar, desta forma a simples redução da densidade não garante
que o mesmo não será afectado;
 As exigências e as respostas podem ser diferentes para diferentes linhagens genéticas
comerciais;
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 12
 Os estudos existentes não são suficientes para se estabelecer um limite, e também são
realizados em situações exclusivamente experimentais, os resultados podem ser
superficiais aos resultados que seriam obtidos em situações comerciais.
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corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 13
III. METODOLOGIA
3.1. Descrição da área de estudo
O presente trabalho foi conduzido na unidade de produção “Abrantes Castigo” situada
no bairro quinto congresso a 800 m da estrada nacional n0
240 a redores da vila municipal do
distrito de Vilanculos, província de Inhambane. A unidade ocupa uma área de
aproximadamente 1350 m2
, dedica-se a criação e comercialização de frangos de corte vivos
assim como congelados em pequena escala, possui 5 aviários convencionais. O estágio foi
realizado de Março a Maio de 2015, o período experimental foi de 3 de Abril a 7 de Maio,
perfazendo 35 dias.
3.1.1. Perfil do distrito de Vilankulo
O Distrito de Vilanculos, localiza-se na região sul de Moçambique a Norte da Província
de Inhambane, com uma superfície de cerca de 5.867 km2
incluindo as ilhas de Benguerrua e
Magaruque o que corresponde a l8% da área total da província. A sede do Distrito localiza-se
na Autarquia da Vila de Vilanculos. Tendo como limites a Norte o Distrito de Inhassoro, a Sul
com o Distrito de Massinga, a Oeste com os Distritos de Mabote e a Este com o Oceano
Índico (PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DISTRITAL (PEDD), 2005).
3.1.1.1. Clima e solos
O clima do distrito é dominado por zonas do tipo tropical seco, no interior e húmido, à
medida que se caminha para a costa, com duas estações: a quente ou chuvosa que vai de
Outubro a Março e a fresca ou seca de Abril a Setembro. A zona litoral apresenta solos
acidentados e permeáveis, é favorável para a agricultura e pecuária, apresentando
temperaturas médias entre os 18o
C e os 33o
C. A precipitação média anual na época das
chuvas é de 1500 mm, com maior incidência nos meses de Fevereiro e Março. (MINISTÉRIO
DE ADMINISTRAÇÃO ESTATAL (MAE), 2005).
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 14
3.2. Amostra animal e Condução do experimento
Para a realização do experimento foram utilizados 1176 pintos-de-um-dia da linhagem
comercial Cobb 500 especializados para corte, fornecidos pela empresa Higest. Os mesmos
foram criados até aos 35 dias de idade, a distribuição dos pintos às unidades experimentais
está ilustrada na tabela a seguir.
Tabela no
5: Plano experimental.
Tratamento Densidade (ave/m2
) Área (m2
) Número de aves Repetições
T1 12 14 168 2
T2 14 14 196 2
T3 16 14 224 2
Durante o período experimental, os frangos foram alimentados ad libitum com dois
tipos de ração (tabela no
6), tendo em conta os requisitos nutricionais da fase de criação e as
normas da empresa.
Tabela no
6: Composição nutricional da ração comercial usada durante o período
experimental.
Nutriente Ração inicial (A1) Ração crescimento (A2)
Proteína bruta % 20,5 18,0
Energia metabolizável, kcal/kg 3000,0 3100,0
Gordura bruta, % 5,0 4,5
Fibra bruta,% 5,0 5,0
Ca assimilável, % 5,0 5,0
Fonte: Higest Moçambique (2015).
A ração A1 foi fornecida de 1 a 19 dias e a ração A2 dos 20 dias até aos 35 dias.
As actividades realizadas e o maneio das aves foram semelhantes em todas as unidades
experimentais. Para melhor organização e facilidade de execução das actividades, o
experimento foi dividido em fases, nomeadamente: pré-alojamento e alojamento, fase inicial,
fase de crescimento e final.
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corte na época de inverno
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3.2.1. Pré-alojamento e alojamento
O pré-alojamento iniciou dois dias antes da chegada dos pintos e consistiu na colocação
da cama de serradura, montagem das cortinas, divisão das parcelas experimentais nos
aviários, preparação das fontes de calor feitas a partir de aquecedores a carvão e a distribuição
dos bebedouros infantis contendo água com açúcar (1kg para 20 litros de agua, fornecida
apenas no primeiro dia). O maneio do alojamento foi feito imediatamente logo a chegada dos
pintos na unidade de produção e consistiu no descarregamento dos pintos do carro para os
aviários, contagem, distribuição nas unidades experimentais, primeira pesagem e foram
ajudados a beberem a água para conhecerem a fonte, foi feita a monitoria da temperatura e
seus respectivos ajustes.
3.2.2. Fase inicial
A fase inicial compreendeu os primeiros catorze dias de vida das aves, as principais
actividades realizadas durante essa fase foram a administração de água com vitaminas (10 g
para 20 l de agua) e ração, fez-se o monitoramento da temperatura e sua regulação,
diminuição da cama de serradura contendo muito esterco para evitar o empastamento da cama
e níveis elevados de amónia, regulação dos bebedouros e comedouros a medida que as aves
cresciam de modo a garantir o seu conforto e minimizar o desperdício de ração, para garantir
a renovação do ar as cortinas começaram a ser abertas parcialmente de dia no final da segunda
semana. Nessa fase as aves foram vacinadas contra Newcastle aos 7 dias e Gumboro aos 14
dias através da água de bebida.
3.2.3. Fase de crescimento e final
Nesta fase as principais actividades de maneio realizadas foram, abertura das cortinas
durante o dia e de noite para permitir circulação de ar no aviário. Continuou-se a fornecer
ração e agua ad libitum, houve regulação dos bebedouros e comedouros consoante o
crescimento das aves. Diminuição da cama de serradura contendo muito esterco para evitar o
empastamento da cama e excesso da amónia nos aviários.
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 16
3.3. Instalações e equipamentos
O presente trabalho foi conduzido em dois aviários com orientação sudoeste-noroeste
construídos a base de material convencional, possuem piso de betão, murete de caniço de 50
cm de altura, completado com rede de arame ate ao tecto de chapas de zinco, contem cortinas
de lona plástica e pedilúvio. Cada aviário usado apresenta uma área de 42 m2
, cada aviário foi
dividido em três partes iguais totalizando 6 unidades experimentais cada uma com 14 m2
.
Os principais equipamentos usados para a realização do experimento foram:
aquecedores à carvão, balança electrónica (5 gramas de precisão), bebedouros infantis (4
litros) e automáticos, comedouro tipo bandeja, comedouros tubulares, Pás, Termómetro (1ºC
de precisão), Vassouras.
3.4. Métodos de colecta de dados
3.4.1. Temperatura
As temperaturas foram colhidas à partir de um termómetro localizado no centro do
aviário duas vezes ao dia (8:00h e 16:00h).
3.4.2. Parâmetros de desempenho zootécnico
a) Parâmetros medidos
Os parâmetros de desempenho zootécnico medidos foram:
 Peso vivo inicial (PVi) – para determinação do peso vivo inicial foram pesadas 3%
das aves de cada unidade experimental no primeiro dia.
 Peso vivo final (PVf) – para a sua determinação foram pesadas 3% das aves de cada
unidade experimental aos 35 dias.
 Consumo de ração (Cra) – para a determinação foram medidas as quantidades de
ração fornecidas e descontando-se as sobras em cada unidade experimental.
b) Parâmetros calculados
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 17
Os parâmetros de desempenho zootécnico calculados foram:







3.4.3. Parâmetros de viabilidade económica

Os custos de produção em cada densidade populacional foram obtidos mediante a
multiplicação do preço de unidade de produto ou serviço pela quantidade total utilizada
durante o período experimental. Os calculos dos custos foram feitos de acordo com os preços
dos produtos nos meses de Abril e Maio (período experimental) Os principais custos de
produção foram os seguintes:





Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 18


 Quantidade total de vacina

 do frango
Para a determinação da receita levou-se em conta o preço pago pelo kg PV do frango no
mês de Maio de 2015.


3.5. Delineamento experimental e análise de dados
O tipo de delineamento experimental usado para realização do experimento foi o
delineamento completamente causalizado (DCC), composto por três tratamentos (12 aves/m2
,
14 aves/m2
e 16 aves/m2
) e duas repetições.
Para análise estatística dos dados, foram obtidas a média, desvio-padrão, coeficiente de
variação, mínimo, máximo, amplitude, assimetria e curtose (técnicas de estatística descritiva).
Na comparação do efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico
empregou-se o F (ANOVA) e no caso de diferença significativa, foi utilizado o teste de
comparações múltiplas de Duncan (técnicas de estatística inferencial). O software utilizado
para a obtenção dos cálculos estatísticos foi o STATISTICA Versão 8.1. A margem de erro
utilizada na decisão dos testes estatísticos foi de 5,0%, os requisitos teóricos (normalidade,
homogeneidade de variação e independência das variáveis) para desenvolver o teste de F
foram comprovados previamente à realização da análise.
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
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IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Temperatura
Os resultados mostram que as temperaturas dos aviários apresentaram pequenas
oscilações durante todo período experimental. A temperatura mínima (Figura no
3), na
primeira e segunda semana esteve abaixo da temperatura de conforto (31°C, 25°C), na
terceira semana a temperatura coincidiu com a temperatura de conforto (26°C), na quarta e
quinta semana a temperatura esteve dentro dos parâmetros de conforto aceitáveis (26°C,
25°C). Quanto a temperatura máxima (Figura no
4), esta manteve-se acima da temperatura de
conforto na primeira semana (35°C), na segunda e terceira semana a temperatura coincidiu
com a de conforto (32°C, 28°C), na quarta e quinta a temperatura esteve acima da temperatura
de conforto máximo (30°C, 29°C).
Figura no
3: Oscilação da temperatura mínima do aviário durante o período
experimental.
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
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Figura no
4: Oscilação da temperatura máxima do aviário durante o período
experimental.
De acordo com OLIVEIRA et al. (2006), o intervalo de temperatura considerado
confortável para a criação de frangos de corte na primeira semana de vida situa-se entre 32 a
34°C, na segunda semana de vida, a faixa recomendada está entre 28 a 32°C e na terceira
semana entre 26 a 28°C, na quarta semana está entre 24 a 26 o
C e 18 a 24o
C na quinta semana.
Dificilmente estes valores ideais de temperatura são encontrados em condições comerciais de
produção.
As temperaturas mais baixas na primeira e segunda semana foram registadas no
momento em que se os aquecedores ficavam com pouco carvão e no momento da sua retirada
para a renovação do carvão, ainda nessas semanas as temperaturas altas foram registradas
logo que se introduziam os aquecedores de volta ao aviário. Da terceira a quinta semana as
oscilações dependeram da temperatura ambiental.
Durante o período experimental, quando registava-se temperaturas abaixo da
temperatura de conforto, as aves afluíam em massa aos comedouros e o consumo de ração
aumentava, o inverso aconteceu quando a temperatura se situou acima da temperatura de
conforto.
Segundo RUTZ (1994), ao se baixar a temperatura ambiental, aumenta-se o consumo de
ração e ao se elevar a temperatura o consumo de ração é reduzido, na tentativa de manter a
homeotermia.
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
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4.2. Desempenho zootécnico
O efeito da densidade populacional sobre os principais parâmetros de desempenho
zootécnico encontra-se na tabela a seguir.
Tabela no
7: Efeito da densidade populacional sobre os principais parâmetros de
desempenho zootécnico de frangos de corte.
Parâmetro Zootécnico
Densidade populacional
EP12 ave/ m2
14 ave/ m2
16 ave/ m2
Peso vivo inicial, g 40,83a
40,83a
40,56a
± 0,75
Peso vivo final, g 2174,72a
1981,67b
1882,50c
± 26,20
Ganho de peso total, g 2133,89a
1940,83b
1841,94c
± 26,30
Ganho de peso médio diário, g 60,97a
55,45b
52,63c
± 0,75
Consumo de ração total, g 4357,50a
4015,00b
3780,00c
± 34,19
Consumo de ração médio diário, g 124,50a
114,71b
108,00c
± 0,98
Conversão alimentar, kg/kg 2,06a
2,08a
2,05a
± 0,03
Viabilidade, % 97,00a
97,15a
96,85a
± 0,30
Carne produzida por m2
, kg 25,32c
26,96b
29,18a
± 0,07
Índice de eficiência produtiva, % 290,13a
262,46a
253,82a
± 7,20
a,b,c = Letras diferentes na mesma linha diferem para P ≤ 0,05.
4.2.1. Peso vivo
Não houve diferença estatística significativa (P ≥ 0,05) no peso vivo inicial dos pintos.
O peso vivo final foi afectado significativamente (P ≤ 0,05) pela densidade populacional, isto
é, houve uma redução do peso vivo final com o aumento da densidade populacional. A
redução desta variável com o aumento da densidade populacional está de acordo com
MORTARI et al. (2002), que ao determinarem a influência da densidade de 10, 12, 14 e 16
aves/m2
no peso vivo de frangos de corte da linhagem Cobb, durante a época de inverno,
concluíram que o peso vivo foi influenciado pela densidade a partir dos 35 dias, isto é, houve
uma redução linear do peso vivo (1588g, 1544g, 1541g, 1480g) a medida que a densidade
populacional aumentou.
Estes resultados de peso vivo final elevados quando comparados com os encontrados
por MORTARI et al. (2002), podem ser explicados pelo maneio usado durante o período
experimental, as aves foram submetidas a 24 horas de luz durante todo período experimental,
e receberam antibióticos e vitaminas até aos 21 dias de idade. O baixo peso vivo obtido nas
densidades maiores pode ser explicado pelo menor consumo de ração e maior estresse
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 22
causado pela superlotação que as aves tiveram quando comparado com aves submetidas na
menor densidade populacional.
MOREIRA et al. (2004), estudaram em aviários convencionais, o efeito das densidades
de 10, 13 e 16 aves/m² em frangos produzidos até 35 dias de idade, os autores observaram
queda significativa no peso vivo quando aumentaram a densidade populacional.
A redução do espaço no interior dos aviários pode contribuir para a redução do
desempenho devido a redução da qualidade de ar ocasionado pelo aumento da concentração
de gases no interior dos aviários (FEDDES et al., 2002).
4.2.2. Ganho de peso
Os resultados mostram que houve efeito significativo (P ≤ 0,05) da densidade
populacional sobre o ganho de peso total e ganho de peso médio diário, houve uma redução
do ganho de peso total e ganho médio diário de peso à medida que a densidade populacional
aumentou. Esses resultados se assemelham dos obtidos por LUCHESI (1998), que,
trabalhando com densidades variando de 10 a 20 aves/m2
, observaram que frangos criados na
menor densidade tiveram um maior peso final e maior ganho de peso diário do que aqueles
criados nas maiores densidades.
Estes resultados diferem dos obtidos por GRAÇAS et al. (1990), que verificaram não
haver influência da densidade populacional no ganho de peso na época fria.
Os resultados de ganho de peso total e ganho de peso médio diário estão ligados com o
peso vivo, não houve diferença significativa do peso vivo inicial, mas houve diferença no
peso vivo final em todas as densidades populacionais e considerando que o ganho de peso é a
subtracção do peso inicial no peso final, daí se explicam esses resultados.
4.2.3. Consumo de ração
Os resultados mostram que houve efeito significativo (P ≤ 0,05) da densidade
populacional sobre o consumo de ração total e consumo médio diário, isto é, o consumo da
ração reduziu de forma linear com o aumento da densidade populacional. A redução do
consumo de ração com o aumento da densidade populacional está de acordo com MORTARI
et al. (2002), os quais avaliaram o efeito da densidade populacional (10, 12, 14 e 16 aves/m2
)
sobre o consumo de ração e constataram queda linear do consumo de ração (2940g, 2836g,
2793g, 2540g) a medida que se aumentou a densidade populacional.
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
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De acordo GOLDFLUS et al. (1997), o aumento gradativo nas taxas de adensamento
durante o período de criação reduz a ingestão alimentar das aves.
Os valores de consumo de ração são maiores quando comparados com os obtidos por
MORTARI et al. (2002) aos 35 dias devido ao programa de luz contínuo que foi usado
durante todo período experimental que garante que as aves tenham em disposição a ração
durante 24 h/dia.
Os programas de luz contínuos, de longa duração, proporcionam condições para o
máximo consumo e ganho de peso pelo maior acesso aos comedouros (ABREU et al., 2006).
A redução no consumo de ração nas maiores densidades pode ser explicada pelo
estresse das aves provocado pela superlotação (altas temperaturas ambientais e dificuldade de
dissipação de calor do corpo, redução da qualidade do ar e aumento dos níveis de amónia na
atmosfera; dificuldades de acesso a comedouro e bebedouros).
De acordo com FEDDES et al. (2002), a redução do espaço no interior dos aviários
pode contribuir para a redução do desempenho devido à maior disputa pelo acesso aos
comedouros e bebedouros, e, também pode levar a uma redução da qualidade de ar
ocasionado pelo aumento da concentração de gases no interior dos aviários.
4.2.4. Conversão alimentar
Os resultados referentes a conversão alimentar mostram que este parâmetro zootécnico
não foi estatisticamente (P ≥ 0,05) afectado pela densidade populacional. Os resultados
obtidos neste experimento estão de acordo com ALBUQUERQUE et al. (2006), que ao
avaliarem o efeito de diferentes densidades populacionais (10 e 15 aves/m2
) e do sexo sobre o
desempenho e uniformidade em frangos de corte, concluíram que não há diferença
significativa da conversão alimentar (1,80 kg/kg, 1,78 kg/kg) com o aumento da densidade
populacional.
OLIVEIRA (2001), avaliou a utilização de forro de bambu e seus efeitos sobre os
índices de conforto térmico e parâmetros zootécnicos de frangos de corte criados em
diferentes densidades populacionais (10, 12, 16 e 18 aves/m2
) e concluiu que a densidade
populacional de 10 aves/m2
apresentou conversão alimentar (2,13 kg/kg) estatisticamente
superior que as densidades populacionais de 12, 16 e 18 aves/m2
, estas por sua vez
apresentaram conversões alimentares (2,02 kg/kg, 1,96 kg/kg, 1,94 kg/kg) estatisticamente
iguais.
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 24
MIZUBUTI et al. (1994), ao trabalharem com as densidades de 10, 12 e 14 aves/m2
,
não observaram significância estatística para a conversão alimentar das aves nas diferentes
densidades.
Estes resultados não difeririam entre si pois a medida que se aumentou a densidade
populacional o peso vivo e o consumo de ração ambos tiveram uma redução linear.
4.2.5. Viabilidade
Os resultados relativos a viabilidade de criação mostram que este parâmetro não foi
significamente afectado pela densidade populacional (P ≥ 0,05). Estes resultados estão de
acordo com SANTOS et al. (2005), que ao avaliarem o efeito de densidade populacional (10,
16 e 22 aves/m2
) e da reutilização da cama sobre o desempenho de frangos de corte e
produção de cama, concluíram que ao utilizarem cama nova não há diferença estatística da
viabilidade (94,44%, 92,75%, 87,77%) em diferentes densidades populacionais.
FEDDES et al. (2002), de forma geral, não encontraram prejuízos a medida que
aumentaram a densidade populacional.
4.2.6. Quantidade de produzida carne por metro quadrado
A quantidade de carne produzida por metro quadrado foi significamente afectada pela
densidade populacional (P ≤ 0,05), houve um aumento de carne produzida directamente
proporcional ao aumento da densidade populacional. Os resultados estão de acordo com os
obtidos por MOREIRA et al. (2004), que obtiveram maior peso vivo por metro quadrado com
aumento da densidade populacional. Os resultados também estão de acordo com GOLDFLUS
et al. (1997), que em avaliação dos efeitos das densidades de 10 e 22 aves/m2
, observaram que
houve aumento linear na produção de quilograma de carne por área de piso com o aumento da
densidade.
A maior quantidade de carne nas densidades populacionais maiores deve-se pelo facto
de se alojar maior numero de aves por metro quadrado comparativamente as densidades
menores.
Segundo SHIMIDT (2008). A quantidade de carne produzida por metro quadrado
aumenta com o aumento da densidade de lotação. Com o aumento da densidade, há maior
produção de kg PV/m2.
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 25
4.2.7. Índice de eficiência produtiva
Os resultados mostram que o índice de eficiência produtiva não foi estatisticamente
afectada pela densidade populacional (P ≥ 0,05). Este resultado não esta de acordo com
HELLMEISTER FILHO et al. (1998), que verificaram diminuição no índice de eficiência
produtiva (238,4%, 237,2% e 222,1%) quanto maior a densidade populacional empregada
(10, 14 e 18 aves/m2
).
Este parâmetro não foi afectado signicamente pela densidade populacional porque não
houve efeito significativo da densidade populacional sobre o a viabilidade e a conversão
alimentar.
Resultados diferentes também foram encontrados por SANTOS et al. (2005), que ao
avaliarem os efeitos de densidade populacional e da reutilização da cama sobre o desempenho
de frangos de corte e produção de cama, concluíram que ao utilizarem cama nova, o índice de
eficiência produtiva diminuía (283,81%, 267,53%, 253,00%) com aumento da densidade
populacional (10, 16, 22 aves/m2
).
4.3. Viabilidade económica
Foram simuladas os resultados da análise de viabilidade económica (tabela no
8) da
unidade de produção (179 m2
) para 8 ciclos num período de 1 ano.
Tabela no
8: Análise da viabilidade económica em um ano1
utilizando as diferentes
densidades populacionais.
Densidade populacional
12 aves/m2
14 aves/m2
16 aves/m2
Custos totais, MZN 2443669,12 2674032,88 2899822,96
Diferença, MZN - 230363,76 456153,84
Receita, MZN 3081760,00 3281680,00 3552320,00
Diferença, MZN - 199920,00 470560,00
Rácio Benefício/Custo, MZN 1,26 1,23 1,22
Margem bruta, MZN 638090,88 607647,12 652497,04
Diferença, MZN - -30443,76 14406,16
1-
8 Ciclos de criação em um área de criação 179 m2
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 26
4.3.1. Custos totais
O aumento da densidade populacional provocou uma elevação nos custos totais de
produção de frangos de corte. Quando comparado a densidade populacional inicial com as
demais densidades, mostra-se um aumento de 230363,76 MZN (9,4%) quando se passa de 12
para 14 aves/m2
e um aumento de 456153,84 MZN (18,7%) quando se passa de 12 para 16
aves/m2
. Resultados semelhantes foram obtidos por MORTARI et al. (2002), que avaliaram o
efeito da densidade populacional (10, 12, 14, 16 aves/m2
) sobre custos totais de produção na
época de inverno, e tiveram como resultado o aumento dos custos totais de produção, de
13,14% quando se aumentou a densidade de 12 para 14 aves/m2
e 24,86% quando se
aumentou a densidade de 12 para 16 aves/m2
.
Os custos dos pintos, rações, vacinas, vitaminas, agua, foram os que influenciaram para
o aumento dos custos totais a medida que se elevou a densidade populacional, visto que estes
custos mostraram-se variáveis.
4.3.2. Receita
As diferentes densidades populacionais influenciaram na receita, houve um aumento da
receita a medida que se aumentou a densidade populacional, quando a densidade populacional
passou de 12 para 14 aves/m2
houve um aumento da receita em 199920,00 MZN (6,49%) e
aumento de 470560,00 MZN (15,27%) quando a densidade passou de 12 para 16 aves/m2
.
Este resultado está de acordo com MORTARI et al. (2002), que avaliaram a receita de frangos
de corte criados em diferentes densidades populacional, no inverno e tiveram como resultado
o aumento da receita em 13,47 % quando se aumentou a densidade de 12 para 14 aves/m2
e
24,48% quando se aumentou a densidade de 12 para 16 aves/m2
.
O aumento da receita com o aumento da densidade populacional é devido a obtenção de
maior kg PV/m2
nas maiores densidades populacionais.
4.3.3. Rácio benefício/custo
O rácio benefício/custo foi afectado pela densidade populacional, isto é, a medida que a
densidade populacional (12, 14, 16 aves/m2
) aumentou, o rácio benefício/custo (1,26, 1,23,
1,22) tendeu a decrescer. Estes valores de rácio benefício custo mostram que por 1 MZN
investido obtêm-se 1,26 MZN, 1,23 MZN, 1,22 MZN para as densidades populacionais de 12,
14 e 16 aves/m2
respectivamente.
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
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4.3.4. Margem bruta
Os resultados mostram que a margem bruta foi influenciada pela densidade
populacional, isto é houve uma diminuição de -30443,76 MZN (- 4,77%) quando a densidade
populacional passou de 12 para 14 aves/m2
e quando a densidade passou de 12 para 16
aves/m2
houve um aumento de 14406,16 MZN (2,26 %).
LUCHESI (1998), avaliou o efeito da densidade populacional (10, 12, 14, 16, 18 e 20
aves/m2
) sobre o desempenho zootécnico e viabilidade económica de frangos de corte no
inverno e verão e concluiu que a margem bruta em 100m2
cresceu com o aumento da
densidade populacional, melhorando 66,7% quando passa de 10 para 20 aves/m2, embora os
parâmetros zootécnicos sejam influenciados de forma negativa.
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corte na época de inverno
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V. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
5.1. Conclusão
Nas condições em que o presente experimento foi conduzido é possível concluir o seguinte:
 Com o aumento da densidade populacional houve uma redução significativa do peso
vivo final, ganho total de peso, ganho médio diário, consumo total de ração e consumo
médio diário de ração.
 A produção de carne por unidade de área de instalação, ao final do ciclo se elevou
significativamente com o aumento densidade populacional das aves.
 Não foi observado efeito significativo da densidade populacional sobre a conversão
alimentar, viabilidade e índice de eficiência produtiva.
 Foram obtidos benefícios económicos superiores aos 20% nas três densidades, a
melhor eficiência económica se obteve na densidade populacional de 12 aves/m2
.
5.2. Recomendações
Para a unidade de produção Abrantes Castigo e outros avicultores recomenda-se:
 O uso da densidade populacional de 12 aves/m2
na criação de frangos de corte na
época de inverno pois essa densidade populacional é economicamente viável quando
comparado com a densidade populacional de 14 e 16 aves/m2
.
 Diminuir a altura da murrete do aviário de 50 cm para 25 cm, para poder permitir
maior circulação do ar, reduzir as altas temperaturas e níveis altos de amónia presentes
na superficie do aviário.
Para estudantes e outros pesquisadores recomenda-se:
 A avaliação do efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e
viabilidade económica da criação de frangos de corte no verão. Para se saber qual é a
densidade economicamente viável na criação de frangos de corte no verão.
 Pesquisar outras alternativas de maneio de modo a maximizar o desempenho
zootécnico e viabilizar economicamente a criação de frangos, contribuindo desse
modo para o maior desenvolvimento da avicultura moçambicana.
Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de
corte na época de inverno
Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 29
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APENDICES
E
ANEXOS
II
APÊNDICES
Apêndice no
1: Análise descritivas das temperaturas registradas durante o período
experimental.
Tabela no
9: Temperatura (O
C ) do aviário I.
Período
(semana) H N Méd DP CV, % Mín. Máx. Ampl. Assim Curt.
8:00 7 32,86 1,07 3,25 31 34 3 -0,77 0,26
1 16:00 7 33,26 1,38 4,15 31 35 4 -0,70 -0,33
8:00 7 28,57 1,13 3,97 27 30 3 0,24 -1,23
2 16:00 7 28,43 1,81 6,38 26 31 5 0,043 -1,37
8:00 7 27,14 2,19 8,08 26 32 6 2,40 5,97
3 16:00 7 27,86 1,21 4,36 26 30 4 0,37 1,79
8:00 7 27,57 1,13 4,11 26 29 3 0,24 -1,23
4 16:00 7 27,14 1,07 3,94 26 28 2 -0,37 -2,8
8:00 7 26,71 0,95 3,56 26 28 2 0,76 -1,69
5 16:00 7 26,57 0,98 3,67 25 28 3 -0,28 0,04
Tabela no
10: Temperatura (O
C) do aviário II.
Período
(semana) H N Méd DP CV, % Mín. Máx. Ampl. Assim. Curt.
8:00 7 32,86 1,07 3,25 31 34 3 -0,77 0,26
1 16:00 7 33 1,15 3,50 31 34 3 -0,91 -0,15
8:00 7 29,29 1,50 5,10 28 32 4 1 0,47
2 16:00 7 28,57 2,72 9,66 25 32 7 0,16 -1,47
8:00 7 27,14 1,46 5,39 26 30 4 1,45 1,95
3 16:00 7 27,86 1,21 4,36 26 30 4 0,37 1,78
8:00 7 27,86 1,35 4,83 26 30 4 0,35 -0,30
4 16:00 7 27,29 0,95 3,49 26 28 2 -0,76 -1,69
8:00 7 27,43 0,79 2,87 26 28 2 -1,11 0,27
5 16:00 7 28,14 0,69 2,45 27 29 2 -0,17 0,34
III
Apêndice no
2: Análises descritivas do peso vivo dos tratamentos.
Tabela no
11: Peso vivo da densidade de 12 aves/m2
.
Período
(semana) N Med, g DP
CV,
% Mín. Máx. Ampl. Assim. Curt.
0 18 40,83 3,54 8,69 35 45 10 -0,25 -0,78
1 18 190,56 7,05 3,70 180 205 25 0,06 -0,42
2 18 511,11 25,00 4,89 460 565 105 -0,13 0,35
3 18 1012,78 63,92 6,311 850 1135 285 -0,61 1,56
4 18 1542,50 196,69 12,75 1100 1900 800 -0,28 0,42
5 18 2174,72 87,05 4,00 2050 2410 360 1,01 1,65
Tabela no
12: Peso vivo da densidade de 14 aves/m2
.
Período
(semana) N Méd, g DP
CV,
% Mín. Máx. Ampl. Assim. Curt.
0 18 40,83 2,57 6,30 35 45 10 0,32 0,92
1 18 187,22 7,90 4,22 175 200 25 0,06 -1,03
2 18 448,89 60,16 13,40 320 530 210 -0,60 -0,43
3 18 871,94 81,89 9,39 670 980 310 -0,89 0,76
4 18 1367,79 86,21 6,30 1200 1510 310 -0,11 -0,47
5 18 1981,67 91,78 4,63 1800 2200 400 0,52 1,03
Tabela no
13: Peso vivo da densidade de 16 aves/m2
.
Período
(semana) N Méd, g DP
CV,
% Mín. Máx. Ampl. Assim. Curt.
0 18 40,56 3,38 8,34 35 45 10 -0,13 -0,53
1 18 180,56 9,84 5,45 150 190 40 -2,05 4,98
2 18 416,11 57,61 13,85 300 515 215 -0,25 -0,15
3 18 762,22 100,72 13,21 520 890 370 -1,07 0,52
4 18 1237,78 152,12 12,29 1010 1520 510 0,07 -1,03
5 18 1882,50 145,12 7,71 1620 2100 480 -0,15 -0,37
IV
Apêndice no
3: Análise de variância dos parâmetros de desempenho zootécnico.
Tabela no
14: Peso inicial.
FV GL SQ QM F cal p
Densidade 2 0,93 0,46 0,045 0,955602
Erro 51 519,44 10,19
Total 53 520,37
Tabela no
15: Peso Final.
FV GL SQ QM F cal p
Densidade 2 794990 397495 32,18 0,000000
Erro 51 630036 12354
Total 53 1425026
Tabela no
16: Ganho de peso total.
FV GL SQ QM F cal p
Densidade 2 793686 396843 31,87 0,000000
Erro 51 635047 12452
Total 53 1428733
Tabela no
17: Ganho de peso médio diário.
FV GL SQ QM F cal p
Densidade 2 647,9 324,0 31,87 0,000000
Erro 51 518,4 10,2
Total 53 1166,3
Tabela no
18: Consumo total de ração.
FV GL SQ QM F cal p
Densidade 2 337358 168679 72,16 0,002906
Erro 3 7012 2337
Total 5 344371
Tabela no
19: Consumo médio diário de ração.
FV GL SQ QM F cal p
Densidade 2 275,39 137,70 72,16 0,002906
Erro 3 5,72 1,91
Total 5 281,12
V
Tabela no
20: Conversão alimentar.
FV GL SQ QM F cal p
Densidade 2 0,00096 0,00048 0,20 0,826200
Erro 3 0,00709 0,00236
Total 5 0,00805
Tabela no
21: Viabilidade.
FV GL SQ QM F cal p
Densidade 2 0,09 0,05 0,3 0,790362
Erro 3 0,53 0,18
Total 5 0,62
Tabela no
22: quilograma de peso vivo por m2
.
FV GL SQ QM F cal p
Densidade 2 16,365 8,182 447,1 0,000193
Erro 3 0,055 0,018
Total 5 16,419
Tabela no
23: Índice de eficiência produtiva.
FV GL SQ QM F cal p
Densidade 2 1439.5 719.7 6.936 0.074972
Error 3 311.3 103.8
Total 5 1750.8
VI
Apêndice no
4: Análise económica
Tabela no
24: Análise económica para um ciclo na área instalada de unidade (179 m2
).
MZN/U
Densidades em estudo
12 aves/m2
14 aves/m2
16 aves/m2
U Custos U Custos U Custos
Pintos 24,00 2148,00 51552,00 2511,00 60264,00 2848,00 68352,00
Ração A1, kg 23,00 2901,60 66736,80 3320,34 76367,73 3552,57 81709,20
Ração A2, kg 23,50 6458,40 151772,40 6741,29 158420,29 7212,80 169500,83
Agua, m3
17,70 25,74 455,60 27,67 489,75 29,60 524,00
Energia,
kWh 2,27 10,50 23,84 10,50 23,84 10,50 23,84
Salario 4000,00 2,00 8000,00 2,00 8000,00 2,00 8000,00
Cama, m3
350,00 9,00 3150,00 9,00 3150,00 9,00 3150,00
Carvão, saco 250,00 23,00 5750,00 27,00 6750,00 31,00 7750,00
Vacinas,
dose 3,50 2148,00 7518,00 2511,00 8788,50 2848,00 9968,00
Vitaminas,
kg 1500,00 7,00 10500,00 8,00 12000,00 9,00 13500,00
Costos totais 305458,64 334254,11 362477,87
Receita 85,00 4532,00 385220,00 4826,00 410210,00 5224,00 444040,00
Margem
bruta 79761,36 75955,89 81562,13
Diferencia - -3805,47 1800,77
VII
VIII
ANEXOS
Anexo no
1: localização do distrito Vilankulo.
IX
Anexo no
2: Distribuição geográfica do distrito de Vilankulo.
X
CONTACTOS
Celeluar: +258845676016 (Whatsapp & Chamadas)
Email: belotematsinhe@gmail.com

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Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte

  • 1. ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO AGRÁRIA Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Licenciatura em Produção Animal Autor: Belote Carlos Maria Matsinhe Vilankulo, Outubro de 2015
  • 2. Belote Carlos Maria Matsinhe Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico de frangos de corte na época de inverno Supervisor: Prof. Dr. Alcides Perez Bello (Professor Associado) UEM – ESUDER Vilankulo 2015 Trabalho de Culminação de Curso a Apresentar ao Departamento de Produção Agrária da Universidade Eduardo Mondlane – Escola Superior de Desenvolvimento Rural para a obtenção do grau de Licenciatura em Engenharia de Produção Animal
  • 3. DECLARAÇÃO DE HONRA Eu Belote Carlos Maria Matsinhe, estudante da Escola Superior de Desenvolvimento Rural, declaro por minha honra que este trabalho de culminação do curso de licenciatura em Produção Animal é da minha autoria e resultado da minha investigação pessoal, estando indicados no texto e nas referências bibliográficas as fontes utilizadas. Esta é a primeira vez que submeto para obtenção do grau de licenciatura, nesta instituição de ensino superior. Vilankulo, ___ de Outubro de 2015 _________________________________________ (Belote Carlos Maria Matsinhe) Aprovação do Júri Este trabalho foi aprovado no dia ______ de ______________________ de 2015 por nós, membros do júri examinador da Escola Superior de Desenvolvimento Rural da Universidade Eduardo Mondlane, com a nota de ___________ Valores. ______________________________ (Presidente do Júri) ______________________________ (Arguente) ______________________________ (Supervisor)
  • 4. i DEDICATÓRIA A Deus A Carlos Sambula Matsinhe, meu pai, e Maria Lucinda Adelino, minha mãe, pelo amor, confiança, apoio e dedicação impulsionando-me a seguir em frente e por serem meus exemplos de vida A Rosana Adelino Chivale, minha tia, pelo carinho, atenção e por sempre me incentivar e apoiar A Fael Carlos Maria Matsinhe, meu irmão, por estar presente em todos os momentos e por acreditar em meu esforço Dedico
  • 5. ii AGRADECIMENTOS Antes de tudo quero agradecer a Deus, que com sua bondade guiou-me pelo caminho do bem, dando-me saúde e força para caminhar, e que me levará até outras conquistas iluminado por sua luz. Agradeço à minha família, meu pai Carlos e meu irmão Fael, pelo amor e apoio imprescindível para meu contínuo caminho na educação e construção do saber. Em especial, a minha mãe, Maria Lucinda, por todos os anos de dedicação e carinho. Amo demais. Obrigado ao meu supervisor, Prof. Dr. Alcides Perez Bello (Professor Associado), pela oportunidade de ingressar no campo da educação continuada, pela confiança, paciência e orientação prestada para a realização deste trabalho. A todo corpo docente da Escola Superior de Desenvolvimento Rural em particular aos docentes do Departamento de Produção Agrária: dra. Rosa, dr. Abdul, dr. Lisboa, dr. Lampeao, Msc. Mataca, dra. Renilda. A todos os docentes que me apoiaram durante a formação, muito obrigado. Ao Sr. Castigo Abrantes e seus trabalhadores pela troca de experiencia e por me ceder as suas infra-estruturas e materiais para a execução do experimento, endereço a minha maior gratidão. Aos colegas do grupo e amigos: George, Flávio, Licumba, Nelson e Erasmo, que estivemos sempre juntos em todo esse percurso, muito obrigado. Aos meus amigos, que de perto ou de longe torceram por mim. A todos, que directa ou indirectamente se envolveram na execução deste trabalho, minha gratidão.
  • 6. iii LISTAS DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS a.C. Antes de cristo A1 Ração inicial A2 Ração de crescimento ANOVA Análise de variância CA Conversão alimentar CMD Consumo médio diário de ração Cra Consumo de ração CT Custo total DCC Delineamento completamente casualisado EP Erro padrão GMD Ganho médio diário de peso GP Ganho de peso IEP Índice de eficiência produtiva IIAM Instituto de Investigação Agraria de Moçambique kg Quilograma kg PV/m2 Quantidade de carne produzida por metro quadrado km2 Quimloetro quadrado m/s Metro por segundo MAE Ministério de Administração Estatal MB Margem bruta PEDD Plano Estratégico de Desenvolvimento Distrital pH Pontecial de hidrogénio ppm Parte por milhão PVf Peso vivo final PVi Peso vivo inicial R Receita RBC Rácio beneficio/custo V viabilidade
  • 7. iv LISTA DE ILUSTRAÇÕES Lista de tabelas Conteúdo pág. Tabela no 1: Classificação biológica da galinha doméstica........................................................4 Tabela no 2: Características zootécnicas de frangos de corte da linhagem Cobb 500................5 Tabela no 3: Faixa de temperaturas de conforto para frangos de corte ......................................6 Tabela no 4: Velocidade de ar suportada por frangos de corte ...................................................8 Tabela no 5: Plano experimental ..............................................................................................14 Tabela no 6: Composição nutricional da ração comercial usada durante o período experimental….. .......................................................................................................................14 Tabela no 7: Efeito da densidade populacional sobre os principais parâmetros de desempenho zootécnico de frangos de corte ................................................................................................22 Tabela no 8: Análise da viabilidade económica em um ano utilizando as diferentes densidades populacionais ...........................................................................................................................26 Lista de figuras Conteúdo pág. Figura no 1: Instalações usadas na execução do experimento ..................................................16 Figura no 2: Equipamentos usados na execução do experimento ............................................16 Figura no 3: Oscilação da temperatura mínima do aviário durante o período experimental ...20 Figura no 4: Oscilação da temperatura máxima do aviário durante o período experimental....21
  • 8. v LISTAS DE APÊNDICES E ANEXOS Lista de apêndices Conteúdo pág. Apêndice no 1: Análise descritivas das temperaturas registradas durante o período experimental ................................................................................................................................I Apêndice no 2: Análises descritivas dos pesos vivos dos tratamentos ...................................... II Apêndice no 3: Análise de variância dos parâmetros de desempenho zootécnico ..................III Apêndice no 4: Análise económica............................................................................................ V Apêndice no 5: Imagens capturadas durante o período experimental.......................................VI Lista de anexos Conteúdo pág. Anexo no 1: Localização do distrito Vilankulo ..................................................................... VIII Anexo no 2: Distribuição geográfica do distrito de Vilankulo .................................................IX
  • 9. vi GLOSSÁRIO Ad libitum – é uma expressão latina que significa “a vontade”. Conforto térmico – pode ser definido como uma situação em que o balanço térmico é nulo, ou seja, o calor produzido pelo organismo animal, juntamente com que ele ganha do ambiente, é igual ao calor perdido por meio da radiação, conversão, condução, evaporação e do calor contido nas substâncias corporais eliminadas. Custo fixo – é um factor de produção que tem custos independentes do nível de actividade da empresa. Qualquer que seja a quantidade produzida ou vendida, mesmo que seja zero, os custos se mantem os mesmos. Densidade populacional – é o número médio de médio de indivíduos divididos pela área em que ocupam. Hipertermia – é a elevação da temperatura do corpo relacionada a incapacidade do corpo de promover a perda de calor para o ambiente em que se encontra ou, ainda reduzir a sua produção. Homeotermia – é a manutenção aproximadamente constante da temperatura interna do corpo. Repetições – consistem no número de vezes em que o tratamento aparece no experimento. Temperatura crítica inferior – valor de temperatura ambiental abaixo do qual o animal acciona os seus mecanismos termorreguladores para auxiliar a dissipação do calor para o ambiente, que se encontra frio. Temperatura crítica superior – valor de temperatura ambiental acima do qual o animal acciona os seus mecanismos Termorreguladores para auxiliar a dissipação do calor para o ambiente, que se encontra quente. Termorregulação – é o conjunto de sistemas de regulação da temperatura corporal. Esta regulação é exercida graças a coordenação entre a produção e libertação de calor orgânico interno. Tratamentos – é a condição imposta à parcela experimental, cujo efeito deseja-se medir ou comparar em um experimento.
  • 10. vii Unidade experimental – é a menor unidade de um experimento em que se aplica o tratamento ou a combinação deste. Vasoconstrição – é o processo de contracção dos vasos sanguíneos, em consequência da contracção do músculo liso presente na parede desses mesmos vasos.
  • 11. viii RESUMO O presente trabalho foi conduzido na unidade de produção “Abrantes Castigo”, no distrito de Vilankulo, teve como objectivo geral, avaliar o efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico de frangos de corte na época de inverno. Para tal foram utilizados 1176 pintos-de-um-dia da linhagem Cobb 500 especializados para corte criados até aos 35 dias, os pintos foram distribuídos em 6 unidades experimentais com 14 m2 cada, de acordo com o delineamento completamente causalizado, os tratamentos foram as densidades populacionais (12 aves/m2 , 14 aves/m2 e 16 aves/m2 ), cada tratamento foi repetido duas vezes. Foram determinados os principais parâmetros de desempenho zootécnico e de viabilidade económica. Para a análise dos dados foram usadas técnicas de estatística descritiva, na comparação do efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico empregou- se o F (ANOVA) e no caso de diferença significativa, foi utilizado o teste de comparações múltiplas de Duncan. O software utilizado para a obtenção dos cálculos estatísticos foi o STATISTICA Versão 8.1. A margem de erro utilizada na decisão dos testes estatísticos foi de 5,0%. Com o aumento da densidade populacional houve uma redução significativa (P ≤ 0,05) do peso vivo final, ganho total de peso, ganho médio diário, consumo total de ração e consumo médio diário de ração. A produção de carne por unidade de área de instalação, ao final do ciclo se elevou significativamente (P ≤ 0,05) quando foi aumentada a densidade populacional das aves. Não foi observado efeito significativo (P ≥ 0,05) da densidade populacional sobre a conversão alimentar, viabilidade e índice de eficiência produtiva. Foram obtidos benefícios económicos superiores aos 20% nas três densidades, a melhor eficiência económica se obteve na densidade populacional de 12 aves/m2 . Recomenda-se o uso da densidade populacional de 12 aves/m2 no inverno pois essa densidade é mais viável economicamente quando comparado com a densidade populacional de 14 e 16 aves/m2 . Palavras-chaves: Densidade populacional, desempenho zootécnico, frangos de corte.
  • 12. ÍNDICE Conteúdo pág. I. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................1 1.1. Contextualização .................................................................................................................1 1.2. Problema da Pesquisa..........................................................................................................2 1.3. Justificativa..........................................................................................................................2 1.4. Objectivos............................................................................................................................3 1.4.1. Geral .................................................................................................................................3 1.4.2. Específicos........................................................................................................................3 1.5. Hipóteses .............................................................................................................................3 II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..............................................................................................4 2.1. Características e origens da galinha doméstica ...................................................................4 2.2. Considerações sobre frangos de Corte ................................................................................5 2.3. Factores ambientais que influenciam no desempenho zootécnico de frangos de corte.......6 2.4. Densidade Populacional na criação de frangos de corte......................................................9 III. METODOLOGIA...............................................................................................................13 3.1. Descrição da área de estudo...............................................................................................13 3.2. Amostra animal e Condução do experimento ...................................................................14 3.3. Instalações e equipamentos ...............................................................................................16 3.4. Métodos de colecta de dados.............................................................................................17 3.4.1. Temperatura....................................................................................................................17 3.4.2. Parâmetros de desempenho zootécnico..........................................................................17 3.4.3. Parâmetros de viabilidade económica ............................................................................18 3.5. Delineamento experimental e análise de dados.................................................................19 IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................20 4.1. Temperatura.......................................................................................................................20
  • 13. 4.2. Desempenho zootécnico....................................................................................................22 4.2.1. Peso vivo ........................................................................................................................22 4.2.2. Ganho de peso ................................................................................................................23 4.2.3. Consumo de ração ..........................................................................................................23 4.2.4. Conversão alimentar.......................................................................................................24 4.2.5. Viabilidade .....................................................................................................................25 4.2.6. Quantidade produzida de carne por metro quadrado......................................................25 4.2.7. Índice de eficiência produtiva ........................................................................................26 4.3. Viabilidade económica ......................................................................................................26 4.3.1. Custos totais....................................................................................................................27 4.3.2. Receita ............................................................................................................................27 4.3.3. Rácio benefício/custo .....................................................................................................27 4.3.4. Margem bruta .................................................................................................................28 V. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES.............................................................................29 5.1. Conclusão ..........................................................................................................................29 5.2. Recomendações .................................................................................................................29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................30
  • 14. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 1 I. INTRODUÇÃO 1.1. Contextualização Avicultura é a criação de aves para produção de alimentos. Das espécies mais exploradas, destaca-se o frango. A principal actividade é a produção de carne e ovos, conhecida como exploração de ave de corte e ave de postura, respectivamente (LOPES, 2011). A prática da actividade avícola em Moçambique surgiu na década de 60 na região sul e posteriormente expandiu-se para o centro e norte do país, inicialmente esta actividade era praticada apenas por pequenos produtores nas zonas urbanas e periurbanas. (NICOLAU, 2008). Esta actividade produtiva é vital, por ser, uma das principais fontes de proteína animal, para o consumo, à disposição das famílias com baixa renda. A avicultura também é um dos segmentos da agro-pecuária que mais contribui para a geração de emprego, em virtude do seu curto ciclo de produção. (NICOLAU et al., 2011). Actualmente a avicultura moçambicana está em desenvolvimento positivo devido a acções do governo para reduzir a concorrência desleal das importações e garantir um produto saudável, a diminuição de taxas de importação da matéria-prima para a produção de ração e dos custos do pinto-de-um-dia, melhorias na biossegurança e construção de novos matadouros modernos (INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO AGRARIA DE MOÇAMBIQUE (IIAM), 2012). De acordo com LANA et al. (2001), a produção de frangos se desenvolveu muito nos últimos anos devido a melhoria continua nas áreas de nutrição, sanidade e, também, à busca de novos sistemas de criação, que objectivaram a maior produtividade no menor tempo possível. A pressão de mercado para redução do custo do frango na plataforma levou as empresas avícolas a aplicar novas estratégias numa tentativa de maximizar o desempenho com o máximo retorno económico, desta forma, se utilizou de maneira intensa maiores densidades populacionais. Com o desenvolvimento positivo da avicultura moçambicana, cresce a demanda por alternativas no sentido de maximizar o desempenho zootécnico e viabilidade económica da criação de frangos de corte. Uma das alternativas é o uso de maiores densidades populacionais na criação de frangos de corte. Desse modo torna-se relevante avaliar o efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico de frangos de corte.
  • 15. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 2 1.2. Problema da Pesquisa Apesar do desenvolvimento positivo que a avicultura moçambicana tem registado actualmente, esta actividade produtiva ainda depende largamente da importação dos principais insumos para a fabricação de rações, medicamentos, principais equipamentos, apresenta custos relativamente altos para construção de novas instalações, esta actividade tem sofrido grande pressão por parte do mercado para redução do preço pago pelo frango nacional. Face a essa situação, muitos avicultores moçambicanos na tentativa de viabilizar economicamente a sua produção têm adoptado alternativas de maneio, como a optimização do uso das instalações (aviários), essa optimização, está relacionada com a densidade populacional, aumenta-se o número de aves criadas por metro quadrado pois acredita-se que com essa prática pode-se obter maior quantidade de carne produzida por metro quadrado (kg PV/m2 ), oque é benéfico do ponto de vista económico, visto que, pode resultar no maior rendimento económico. Com base no exposto sugere-se a seguinte pergunta: Até que ponto o aumento densidade populacional na época de inverno influencia no desempenho zootécnico e viabilidade económica de frangos de corte? 1.3. Justificativa É fundamental avaliar cada vez mais o uso de maiores densidades populacionais, em função da necessidade de um crescimento sustentado em custos reduzidos e em alta tecnologia de produção. A criação em alta densidade populacional, apesar de bastante comentada, tem resultado em muitas dúvidas, principalmente em locais de clima quente, porém deve ser encarada como uma alternativa a mais para o criador de frangos melhorar seus rendimentos produtivos (OLIVEIRA, 2001). De acordo com ALBUQUERQUE et al. (2006), a alta densidade populacional em um sistema de criação é uma alternativa para viabilizar economicamente a produção, pois, apesar de gerar frangos com menor peso ao abate, em virtude do menor consumo de ração , pode promover aumento da remuneração aos produtores pois a produção de carne por área é maior. A criação em alta densidade visa ao aumento da produção, com o mínimo de investimentos em construção e optimização dos custos fixos.
  • 16. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 3 Avaliar o efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico de frangos de corte, é bastante importante, pois muitos avicultores na tentativa de viabilizar economicamente a produção, fazem o uso de altas densidades sem nenhuma base científica de estudos feito em Moçambique, para saber qual é o limite do uso dessa prática de maneio segundo as condições ambientais que o país apresenta, oque muita das vezes acaba piorando ainda mais o desempenho zootécnico e inviabiliza economicamente a criação. A obtenção de resultados deste trabalho será uma mais-valia aos produtores avícolas moçambicanos pois saberão quais as densidades populacionais a usar para poder obter bom desempenho zootécnico, reduzir os custos de produção e viabilizar economicamente a criação de frangos de corte. 1.4. Objectivos 1.4.1. Geral  Avaliar o efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico de frangos de corte na época de inverno. 1.4.2. Específicos  Determinar os principais parâmetros de desempenho zootécnico de frangos de corte em diferentes densidades populacionais;  Comparar os principais parâmetros de desempenho zootécnico de frangos de corte em diferentes densidades populacionais;  Analisar a viabilidade económica da criação de frangos de corte em diferentes densidades populacionais. 1.5. Hipóteses  Hipótese nula (H0): O aumento da densidade populacional na criação de frangos de corte na época de inverno não reduz seu desempenho zootécnico e viabilidade económica.  Hipótese alternativa (H1): O aumento da densidade populacional na criação de frangos de corte na época de inverno reduz seu desempenho zootécnico e viabilidade económica.
  • 17. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 4 II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Características e origens da galinha doméstica As aves são animais que possuem penas e são, pela evolução dos vertebrados, descendentes dos répteis (ALBINO & TAVERNARI, 2010), devido à presença de escamas nas canelas e outras semelhanças de natureza anatómica (LANA, 2000). As aves tiveram sua origem cerca de 150 milhões de anos atrás, a partir do Archaeopteryx, a “ave” mais primitiva conhecida pelo homem. Já a galinha doméstica (Gallus gallus domesticus) surgiu a partir do processo de domesticação do Gallus bankiva, mais comumente conhecido como galinha Vermelha do Mato (Red Jungle Fowl), que é considerado ser a galinha ancestral das aves comerciais de hoje. Esta ave ainda é encontrada nas florestas do Sudoeste Asiático e vive a maior parte do tempo no chão e subindo em árvores (CRAWFORD, 1990). Aproximadamente a 3.200 a.C. foram efectuadas na Índia as primeiras descrições sobre a domesticação das galinhas, com duas finalidades principais: adorno e exporte (briga ou rinha de galos); as que não mais serviam para estes fins eram então abatidas para o consumo. Em seguida, a galinha passou para a China, por volta de 1.400 a.C., e a outros países orientais. Depois passou da Pérsia para a Grécia, de onde se disseminou pela Europa e África (LANA, 2000). Tabela no 1: Classificação biológica da galinha doméstica. Categoria Nome científico Reino Animal Filo Chordata Subfilo Vertebrata Classe Aves Subclasse Neormithes Superordem Neognathe Ordem Galliforme Subordem Galli Família Phasianinal Gênero Gallus Espécie Domesticus Fonte: LANA (2000)
  • 18. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 5 2.2. Considerações sobre frangos de Corte Frangos de corte ou „Broilers‟ são frangos com 6 a 8 semanas de idade, de ambos os sexos, com pesos entre 1,3 e 2,3 Kg, de carne tenra e suave, pele macia e cartilagens flexíveis. A produção de frangos de corte tem crescido rapidamente em todo o mundo, com melhorias na qualidade do produto final e redução nos custos de exploração derivados da intensificação do nível de produção (GARCÊS, 2006). O frango de corte que se conhece actualmente é o resultado de sucessivos melhoramentos genéticos que foi sofrendo através dos cruzamentos de várias linhagens puras criadas. Os cruzamentos das raças puras deram origem ao que se conhece como linhagens puras que são actualmente cruzadas para dar origens aos híbridos de corte (GARCÊS, 2006). 2.2.1. Linhagem Cobb 500 A linhagem Cobb é desenvolvida principalmente no Brasil, com o objectivo de atender o mercado interno e externo (MENDES & SALDANHA, 2004). Esta linhagem mundialmente famosa é resultado de 30 anos de desenvolvimento por meio de uma combinação entre selecção de linhagens puras e tecnologias modernas (www.aviculturaindustrial.com.br). As principais características produtivas da linhagem Cobb 500 são: maior eficiência alimentar, frangos de desempenho superior, alto rendimento de carne, particularmente de peito, capacidade de apresentar bons resultados sob nutrição de baixo custo, menor custo de produção da carne, alto nível de uniformidade, desempenho produtivo competitivo (www.aviguia.com.br). Tabela no 2: Características zootécnicas de frangos de corte da linhagem Cobb 500. Idade (semana) Peso vivo, g Ganho médio diário, g Conversão alimentar, kg/kg Consumo médio diário, g Consumo acumulado, g 1 164 23,4 0,856 - 140 2 430 30,7 1,059 61 455 3 843 40,1 1,261 107 1063 4 1397 49,9 1,446 157 2020 5 2017 57,6 1,611 187 3249 6 2626 62,5 1,760 201 4621 Fonte: COBB-VANTRESS (2009)
  • 19. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 6 2.3. Factores ambientais que influenciam no desempenho zootécnico de frangos de corte Os factores ambientais que mais influenciam no desempenho zootécnico de frangos de corte são: Temperatura, humidade relativa, ventilação, iluminação (OLIVEIRA et al., 2006). Estes factores exercem influência sobre o desempenho das aves porque afectam os mecanismos de transferência de calor e, assim, a regulação do balanço térmico entre o animal e o ambiente para manutenção da homeotermia (PERISSINOTTO et al., 2007). 2.3.1. Temperatura A temperatura ambiente é considerada o factor ambiental de maior efeito no desempenho zootécnico de frangos de corte, já que exerce grande influência no consumo de ração e, com isto, afecta directamente o ganho de peso e a conversão alimentar destes animais. Aves submetidas a temperaturas ambientais fora da zona de termo neutralidade respondem com comportamentos alimentares e atitudes físicas características (CORDEIRO, 2007). SALGADO et al. (2007), afirmam que o excesso de frio e, principalmente, o excesso de calor, resultam em menor produtividade, afectando também o crescimento e a saúde das aves, o que, em situação extrema, pode ocasionar um acréscimo da mortalidade dos lotes. Nos ambientes frios, quando a temperatura ambiental está abaixo da temperatura crítica inferior, os animais activam, para manter o calor, através do centro termorregulador, localizado no sistema nervoso central, certos processos fisiológicos, como vasoconstrição, redução da frequência respiratória, elevação da taxa metabólica, maior isolamento da pele com erecção das penas e produção de calor através da ocorrência de tremor muscular e arrepio (HAFEZ, 1973). Tabela no 3: Faixa de temperaturas de conforto para frangos de corte. Idade (semana) Faixa de temperatura (o C) 1 32-34 2 28-32 3 26-28 4 24-26 5 18-24 Fonte: OLIVEIRA et al. (2006).
  • 20. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 7 2.3.2. Humidade relativa A humidade relativa passa a ter importância no conforto térmico das aves, quando a temperatura ambiental atinge 25ºC. Altas taxas de humidade relativa, associadas a altas temperaturas, fazem com que menos humidade seja removida das vias aéreas, tornando a respiração cada vez mais ofegante. Com isso a ave não consegue manter uma frequência respiratória alta o suficiente para remover o excesso de calor interno, causando hipertermia, seguida de prostração e morte (MOURA, 2001). Na fase inicial de aquecimento dos frangos, níveis abaixo de 40% de humidade relativa são comuns, pois o excesso de calor fornecido pelos aquecedores consome o oxigénio do ambiente, reduzindo muito a humidade relativa na altura das campânulas, além de favorecer a dispersão de vírus e bactérias em razão do aumento da concentração de poeiras (MOURA, 2001). Durante os 10 primeiros dias de cria, a humidade relativa deve permanecer em torno de 65-70%, o que ajudará a prevenir a desidratação das mucosas dos pintos, bem como reduzir os riscos de doenças cardíaca e pulmonar. À partir dos 11 dias em diante a humidade relativa poderá se situar em torno de 50-70% (AGROCERES, 2004). 2.3.3. Ventilação A ventilação apresenta função relevante, principalmente por razões higiénicas, fazendo- se a renovação do ar para evitar concentrações de gases indesejáveis dentro do aviário. Deve- se conhecer a velocidade e principalmente a direcção dos ventos nos aviários, levando-se em conta a orientação dos volumes para favorecer a ventilação nos períodos quentes ou controlá- la nos períodos frios e na fase inicial da vida da ave (TINÔCO, 2001). O sistema de ventilação mínima (higiénico) é utilizado em períodos frios durante as primeiras fases de vida das aves, com o objectivo de manter a qualidade do ar dentro das instalações, garantindo, assim, boas condições para máxima taxa de crescimento das aves. Um dos gases mais nocivos para os primeiros dias de vida da ave é a amónia. Com a movimentação de ar realizada de forma correta, os níveis de amónia podem ser mantidos em teores adequados, abaixo de 10 ppm no interior do aviário, porque o excesso de amónia pode reduzir em até 20% o ganho de peso de aves com 7 dias de idade (BAKKER, 2005).
  • 21. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 8 Tabela no 4: Velocidade de ar suportada por frangos de corte. Período (dias) Velocidade do ar (m/s) 1 - 7 0,076 - 0,200 8 - 14 0,152 - 0,300 15 - 21 0,508 22 – Em diante 1,500 Fonte: BAKKER (2005). 2.3.4. Iluminação O programa de luz tem como finalidade de regular o consumo de ração pelas aves, por isso sua utilização deve ser bem planeada para não comprometer a curva de crescimento normal das aves e elevar a mortalidade, e consequentemente a conversão alimentar (HEINZEN, 2006). Outra função do programa de luz é reduzir problemas metabólicos nas aves. Sabe-se que a alta taxa de crescimento do frango de corte actual é resultante do melhoramento genético e das condições de produção, como nutrição e maneio. Do ponto de vista genético, busca-se uma ave capaz de ganhar peso de forma muito rápida com o objectivo de atingir o peso de abate em um curto intervalo de tempo. No entanto, uma das dificuldades observadas no início do período de produção, é que o frango moderno produz muita massa muscular em prejuízo do desenvolvimento esquelético, coração e sistema circulatório. Assim, as aves ganham peso muito rápido, apresentando predisposição ao desenvolvimento de problemas de patas, ascite e baixa viabilidade (DONALD et al., 2001). O fotoperíodo contínuo compreende um programa de luz contínuo (24h luz:0h escuro). Os programas contínuos, de longa duração, propiciam condições para o máximo consumo e ganho de peso pelo acesso aos comedouros. Programas de luz intermitentes caracterizam-se por apresentar períodos intercalados de luminosidade e escuridão em 24 horas. Frangos submetidos aos programas intermitentes apresentam maior produtividade, menor incidência de morte súbita, e de problemas de patas quando comparados aos programas contínuos (ABREU et al., 2006). Um programa de luz empregado incorrectamente pode prejudicar o ganho médio diário e comprometer o desempenho de todo o lote (LIBONI et al., 2013).
  • 22. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 9 2.4. Densidade Populacional na criação de frangos de corte A avicultura é uma das actividades de produção animal que mais se desenvolveu nos últimos anos. Isso se deve, basicamente, a melhoria continua nas áreas de nutrição, sanidade e, também, à busca de novos sistemas de criação, que objectivam a maior produtividade no menor tempo possível. Actualmente a pressão de mercado para redução do custo do frango na plataforma tem levado as empresas avícolas a aplicar novas estratégias numa tentativa de maximizar o desempenho com o máximo retorno económico. Desta forma, têm-se utilizado de maneira intensa maiores densidades populacionais no sentido de reduzir custos com mão- de-obra e com investimentos em novas instalações e logística (LANA et al., 2001) As diferentes densidades populacionais na produção de frangos de corte podem variar de acordo com a região do país, em função da temperatura, tipo de aviário utilizado, época do ano. Em aviários abertos, a densidade de alojamento deve ser de 30 a 34 kg PV/m2 , sendo reduzida para 27 kg PV/m2 na época mais quente do ano (LANA, 2000). De acordo com TINÔCO (2004), a alta densidade é entendida como colocação de mais aves por m2 , podendo ao final da produção chegar até 40 kg PV/m2 . Considerando alta taxa de alojamento de 15 a 18 aves/m2 em aviários com climatização menos avançada ou comedouros e bebedouros manuais e de 18 a 22 aves/m2 em aviários com climatização, comedouros e bebedouros automáticos. A alta densidade em um sistema de criação é uma alternativa para viabilizar economicamente a produção, pois, apesar de gerar frangos com menor peso ao abate, em virtude do menor consumo de ração, pode promover aumento da remuneração aos produtores pois a produção de carne por área é maior. A criação em alta densidade visa ao aumento da produção, com o mínimo de investimentos em construção e optimização dos custos fixos (LANA et al, 2001). Porém, isso tem sido feito sem a necessária readequação de equipamentos, nutrição, maneio e ambiente em que as aves se encontram. A densidade populacional é um dos factores de maneio que se relacionam, sobretudo, com a optimização das instalações e do processo de produção de frangos. Vários pontos negativos se mostram ao utilizarmos altas densidades populacionais de frangos, como problemas com sanidade, velocidade no crescimento das aves, rendimento de carcaça e problemas com a cama (HERNANDES, 1997).
  • 23. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 10 De acordo com FEDDES et al. (2002), altas densidades populacionais podem causar estresse às aves de diferentes formas tais como:  Altas temperaturas ambientais e dificuldade de dissipação de calor do corpo;  Redução da qualidade do ar e aumento dos níveis de amónia na atmosfera;  Dificuldades de acesso a comedouro e bebedouros. 2.4.1. Efeito da densidade populacional no desempenho de frangos de corte De acordo com MOREIRA et al. (2004), o aumento da densidade populacional de 10 a 16 aves/m2 causa redução no ganho de peso, principalmente na fase final de criação, apesar de não haver diferenças entre 13 e 16 aves/m2 . Com o aumento da densidade, há maior produção de kg PV/m2 , o que possibilita incrementos na renda bruta da criação. Este aumento da densidade não afecta o rendimento de carcaça e cortes nobres (peito e pernas), além de não influenciar as características de qualidade (perda de peso por cozimento, força de cisalhamento, maciez) e pH da carne de peito. Estudando o desempenho de frangos de corte sexados criados em diferentes densidades populacionais, durante as estações fria e quente do ano, GRAÇAS et al. (1990) verificaram não haver influência da densidade populacional no ganho de peso na época fria. Na época quente houve tendência de decréscimo do ganho de peso e do consumo de ração, com o aumento da densidade populacional e aumento linear de kg PV/m2 com a elevação da densidade populacional, mostrando viável a criação de até 18 aves/m2 de piso. HELLMEISTER FILHO et al. (1996) observaram efeito significativo da densidade de criação no peso médio de ambos os sexos, sendo que os frangos criados nas densidades de 6 e 10 aves/m2 apresentaram valores maiores em relação ao ganho em peso, comparados com outras densidades. A produção de carne por área foi maior nas densidades de 10, 14 e 18 aves/m2 , e a lotação de 14 aves/m2 apresentou o menor peso médio, porém melhor conversão alimentar e índice de eficiência produtiva equivalente ao da densidade populacional de 10 aves/m2 , mostrando que a conversão alimentar não é factor limitante para a criação em altas densidades, assim como a mortalidade também não é. Estudando os efeitos de duas densidades populacionais (12 e 18 aves/m2 ) sobre o desempenho de frangos de corte, STRINGHINI (1998) constatou uma redução no ganho de peso e no consumo de ração das aves com o aumento da densidade populacional. O aumento
  • 24. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 11 da densidade populacional permitiu uma maior produção de kg PV/m2 , em virtude de uma maior quantidade de aves abatidas O desempenho de frangos de corte mantidos sob diferentes taxas de lotação (11, 14, 19 e 28 aves/m2 ) indicou ganhos de peso e índices de conversão alimentar afectados de maneira diferente pelos tratamentos após a 6ª semana de idade. Os parâmetros crescimento, conversão alimentar e viabilidade, foram acentuadamente depreciados nos grupos mantidos sob a maior densidade populacional (STANLEY & KRUEGER, 1981). A redução do espaço no interior dos aviários pode contribuir para a redução do desempenho devido à maior disputa pelo acesso aos comedouros e bebedouros, e, também pode levar a uma redução da qualidade de ar ocasionado pelo aumento da concentração de gases no interior dos aviários. Em consequência disso normalmente ocorre a redução da qualidade de carcaça juntamente com a queda da eficiência alimentar (FEDDES et al., 2002). BROGNONI (1999) conduziu um trabalho para verificar o desempenho de frangos de corte em diferentes densidades populacionais, no verão, e concluiu que as maiores densidades proporcionaram desempenhos zootécnicos inferiores, não afectando o rendimento de carcaça e apresentando um maior rendimento económico. LUCHESI (1998) também já havia constatado um maior rendimento económico, tanto no inverno como no verão, com o aumento da densidade populacional de 10 para 20 aves/m2 . 2.4.2. Factores que determinam o limite da densidade populacional De acordo com ARRUDA (2013), qualquer tipo de recomendação quanto à densidade populacional deve ser baseada em dados científicos. No entanto, a definição de limites traz algumas dificuldades devido a vários factores entre eles:  A diminuição da saúde animal depende de vários factores, portanto é difícil estabelecer um limite de densidade onde a mesma não será afectada;  Os limites podem variar dependendo dos parâmetros utilizados para avaliar saúde e bem-estar animal;  As condições das instalações em que as aves estão alojadas e o maneio adoptado têm grande impacto no bem-estar, desta forma a simples redução da densidade não garante que o mesmo não será afectado;  As exigências e as respostas podem ser diferentes para diferentes linhagens genéticas comerciais;
  • 25. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 12  Os estudos existentes não são suficientes para se estabelecer um limite, e também são realizados em situações exclusivamente experimentais, os resultados podem ser superficiais aos resultados que seriam obtidos em situações comerciais.
  • 26. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 13 III. METODOLOGIA 3.1. Descrição da área de estudo O presente trabalho foi conduzido na unidade de produção “Abrantes Castigo” situada no bairro quinto congresso a 800 m da estrada nacional n0 240 a redores da vila municipal do distrito de Vilanculos, província de Inhambane. A unidade ocupa uma área de aproximadamente 1350 m2 , dedica-se a criação e comercialização de frangos de corte vivos assim como congelados em pequena escala, possui 5 aviários convencionais. O estágio foi realizado de Março a Maio de 2015, o período experimental foi de 3 de Abril a 7 de Maio, perfazendo 35 dias. 3.1.1. Perfil do distrito de Vilankulo O Distrito de Vilanculos, localiza-se na região sul de Moçambique a Norte da Província de Inhambane, com uma superfície de cerca de 5.867 km2 incluindo as ilhas de Benguerrua e Magaruque o que corresponde a l8% da área total da província. A sede do Distrito localiza-se na Autarquia da Vila de Vilanculos. Tendo como limites a Norte o Distrito de Inhassoro, a Sul com o Distrito de Massinga, a Oeste com os Distritos de Mabote e a Este com o Oceano Índico (PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DISTRITAL (PEDD), 2005). 3.1.1.1. Clima e solos O clima do distrito é dominado por zonas do tipo tropical seco, no interior e húmido, à medida que se caminha para a costa, com duas estações: a quente ou chuvosa que vai de Outubro a Março e a fresca ou seca de Abril a Setembro. A zona litoral apresenta solos acidentados e permeáveis, é favorável para a agricultura e pecuária, apresentando temperaturas médias entre os 18o C e os 33o C. A precipitação média anual na época das chuvas é de 1500 mm, com maior incidência nos meses de Fevereiro e Março. (MINISTÉRIO DE ADMINISTRAÇÃO ESTATAL (MAE), 2005).
  • 27. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 14 3.2. Amostra animal e Condução do experimento Para a realização do experimento foram utilizados 1176 pintos-de-um-dia da linhagem comercial Cobb 500 especializados para corte, fornecidos pela empresa Higest. Os mesmos foram criados até aos 35 dias de idade, a distribuição dos pintos às unidades experimentais está ilustrada na tabela a seguir. Tabela no 5: Plano experimental. Tratamento Densidade (ave/m2 ) Área (m2 ) Número de aves Repetições T1 12 14 168 2 T2 14 14 196 2 T3 16 14 224 2 Durante o período experimental, os frangos foram alimentados ad libitum com dois tipos de ração (tabela no 6), tendo em conta os requisitos nutricionais da fase de criação e as normas da empresa. Tabela no 6: Composição nutricional da ração comercial usada durante o período experimental. Nutriente Ração inicial (A1) Ração crescimento (A2) Proteína bruta % 20,5 18,0 Energia metabolizável, kcal/kg 3000,0 3100,0 Gordura bruta, % 5,0 4,5 Fibra bruta,% 5,0 5,0 Ca assimilável, % 5,0 5,0 Fonte: Higest Moçambique (2015). A ração A1 foi fornecida de 1 a 19 dias e a ração A2 dos 20 dias até aos 35 dias. As actividades realizadas e o maneio das aves foram semelhantes em todas as unidades experimentais. Para melhor organização e facilidade de execução das actividades, o experimento foi dividido em fases, nomeadamente: pré-alojamento e alojamento, fase inicial, fase de crescimento e final.
  • 28. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 15 3.2.1. Pré-alojamento e alojamento O pré-alojamento iniciou dois dias antes da chegada dos pintos e consistiu na colocação da cama de serradura, montagem das cortinas, divisão das parcelas experimentais nos aviários, preparação das fontes de calor feitas a partir de aquecedores a carvão e a distribuição dos bebedouros infantis contendo água com açúcar (1kg para 20 litros de agua, fornecida apenas no primeiro dia). O maneio do alojamento foi feito imediatamente logo a chegada dos pintos na unidade de produção e consistiu no descarregamento dos pintos do carro para os aviários, contagem, distribuição nas unidades experimentais, primeira pesagem e foram ajudados a beberem a água para conhecerem a fonte, foi feita a monitoria da temperatura e seus respectivos ajustes. 3.2.2. Fase inicial A fase inicial compreendeu os primeiros catorze dias de vida das aves, as principais actividades realizadas durante essa fase foram a administração de água com vitaminas (10 g para 20 l de agua) e ração, fez-se o monitoramento da temperatura e sua regulação, diminuição da cama de serradura contendo muito esterco para evitar o empastamento da cama e níveis elevados de amónia, regulação dos bebedouros e comedouros a medida que as aves cresciam de modo a garantir o seu conforto e minimizar o desperdício de ração, para garantir a renovação do ar as cortinas começaram a ser abertas parcialmente de dia no final da segunda semana. Nessa fase as aves foram vacinadas contra Newcastle aos 7 dias e Gumboro aos 14 dias através da água de bebida. 3.2.3. Fase de crescimento e final Nesta fase as principais actividades de maneio realizadas foram, abertura das cortinas durante o dia e de noite para permitir circulação de ar no aviário. Continuou-se a fornecer ração e agua ad libitum, houve regulação dos bebedouros e comedouros consoante o crescimento das aves. Diminuição da cama de serradura contendo muito esterco para evitar o empastamento da cama e excesso da amónia nos aviários.
  • 29. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 16 3.3. Instalações e equipamentos O presente trabalho foi conduzido em dois aviários com orientação sudoeste-noroeste construídos a base de material convencional, possuem piso de betão, murete de caniço de 50 cm de altura, completado com rede de arame ate ao tecto de chapas de zinco, contem cortinas de lona plástica e pedilúvio. Cada aviário usado apresenta uma área de 42 m2 , cada aviário foi dividido em três partes iguais totalizando 6 unidades experimentais cada uma com 14 m2 . Os principais equipamentos usados para a realização do experimento foram: aquecedores à carvão, balança electrónica (5 gramas de precisão), bebedouros infantis (4 litros) e automáticos, comedouro tipo bandeja, comedouros tubulares, Pás, Termómetro (1ºC de precisão), Vassouras. 3.4. Métodos de colecta de dados 3.4.1. Temperatura As temperaturas foram colhidas à partir de um termómetro localizado no centro do aviário duas vezes ao dia (8:00h e 16:00h). 3.4.2. Parâmetros de desempenho zootécnico a) Parâmetros medidos Os parâmetros de desempenho zootécnico medidos foram:  Peso vivo inicial (PVi) – para determinação do peso vivo inicial foram pesadas 3% das aves de cada unidade experimental no primeiro dia.  Peso vivo final (PVf) – para a sua determinação foram pesadas 3% das aves de cada unidade experimental aos 35 dias.  Consumo de ração (Cra) – para a determinação foram medidas as quantidades de ração fornecidas e descontando-se as sobras em cada unidade experimental. b) Parâmetros calculados
  • 30. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 17 Os parâmetros de desempenho zootécnico calculados foram:        3.4.3. Parâmetros de viabilidade económica  Os custos de produção em cada densidade populacional foram obtidos mediante a multiplicação do preço de unidade de produto ou serviço pela quantidade total utilizada durante o período experimental. Os calculos dos custos foram feitos de acordo com os preços dos produtos nos meses de Abril e Maio (período experimental) Os principais custos de produção foram os seguintes:     
  • 31. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 18    Quantidade total de vacina   do frango Para a determinação da receita levou-se em conta o preço pago pelo kg PV do frango no mês de Maio de 2015.   3.5. Delineamento experimental e análise de dados O tipo de delineamento experimental usado para realização do experimento foi o delineamento completamente causalizado (DCC), composto por três tratamentos (12 aves/m2 , 14 aves/m2 e 16 aves/m2 ) e duas repetições. Para análise estatística dos dados, foram obtidas a média, desvio-padrão, coeficiente de variação, mínimo, máximo, amplitude, assimetria e curtose (técnicas de estatística descritiva). Na comparação do efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico empregou-se o F (ANOVA) e no caso de diferença significativa, foi utilizado o teste de comparações múltiplas de Duncan (técnicas de estatística inferencial). O software utilizado para a obtenção dos cálculos estatísticos foi o STATISTICA Versão 8.1. A margem de erro utilizada na decisão dos testes estatísticos foi de 5,0%, os requisitos teóricos (normalidade, homogeneidade de variação e independência das variáveis) para desenvolver o teste de F foram comprovados previamente à realização da análise.
  • 32. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 19 IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Temperatura Os resultados mostram que as temperaturas dos aviários apresentaram pequenas oscilações durante todo período experimental. A temperatura mínima (Figura no 3), na primeira e segunda semana esteve abaixo da temperatura de conforto (31°C, 25°C), na terceira semana a temperatura coincidiu com a temperatura de conforto (26°C), na quarta e quinta semana a temperatura esteve dentro dos parâmetros de conforto aceitáveis (26°C, 25°C). Quanto a temperatura máxima (Figura no 4), esta manteve-se acima da temperatura de conforto na primeira semana (35°C), na segunda e terceira semana a temperatura coincidiu com a de conforto (32°C, 28°C), na quarta e quinta a temperatura esteve acima da temperatura de conforto máximo (30°C, 29°C). Figura no 3: Oscilação da temperatura mínima do aviário durante o período experimental.
  • 33. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 20 Figura no 4: Oscilação da temperatura máxima do aviário durante o período experimental. De acordo com OLIVEIRA et al. (2006), o intervalo de temperatura considerado confortável para a criação de frangos de corte na primeira semana de vida situa-se entre 32 a 34°C, na segunda semana de vida, a faixa recomendada está entre 28 a 32°C e na terceira semana entre 26 a 28°C, na quarta semana está entre 24 a 26 o C e 18 a 24o C na quinta semana. Dificilmente estes valores ideais de temperatura são encontrados em condições comerciais de produção. As temperaturas mais baixas na primeira e segunda semana foram registadas no momento em que se os aquecedores ficavam com pouco carvão e no momento da sua retirada para a renovação do carvão, ainda nessas semanas as temperaturas altas foram registradas logo que se introduziam os aquecedores de volta ao aviário. Da terceira a quinta semana as oscilações dependeram da temperatura ambiental. Durante o período experimental, quando registava-se temperaturas abaixo da temperatura de conforto, as aves afluíam em massa aos comedouros e o consumo de ração aumentava, o inverso aconteceu quando a temperatura se situou acima da temperatura de conforto. Segundo RUTZ (1994), ao se baixar a temperatura ambiental, aumenta-se o consumo de ração e ao se elevar a temperatura o consumo de ração é reduzido, na tentativa de manter a homeotermia.
  • 34. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 21 4.2. Desempenho zootécnico O efeito da densidade populacional sobre os principais parâmetros de desempenho zootécnico encontra-se na tabela a seguir. Tabela no 7: Efeito da densidade populacional sobre os principais parâmetros de desempenho zootécnico de frangos de corte. Parâmetro Zootécnico Densidade populacional EP12 ave/ m2 14 ave/ m2 16 ave/ m2 Peso vivo inicial, g 40,83a 40,83a 40,56a ± 0,75 Peso vivo final, g 2174,72a 1981,67b 1882,50c ± 26,20 Ganho de peso total, g 2133,89a 1940,83b 1841,94c ± 26,30 Ganho de peso médio diário, g 60,97a 55,45b 52,63c ± 0,75 Consumo de ração total, g 4357,50a 4015,00b 3780,00c ± 34,19 Consumo de ração médio diário, g 124,50a 114,71b 108,00c ± 0,98 Conversão alimentar, kg/kg 2,06a 2,08a 2,05a ± 0,03 Viabilidade, % 97,00a 97,15a 96,85a ± 0,30 Carne produzida por m2 , kg 25,32c 26,96b 29,18a ± 0,07 Índice de eficiência produtiva, % 290,13a 262,46a 253,82a ± 7,20 a,b,c = Letras diferentes na mesma linha diferem para P ≤ 0,05. 4.2.1. Peso vivo Não houve diferença estatística significativa (P ≥ 0,05) no peso vivo inicial dos pintos. O peso vivo final foi afectado significativamente (P ≤ 0,05) pela densidade populacional, isto é, houve uma redução do peso vivo final com o aumento da densidade populacional. A redução desta variável com o aumento da densidade populacional está de acordo com MORTARI et al. (2002), que ao determinarem a influência da densidade de 10, 12, 14 e 16 aves/m2 no peso vivo de frangos de corte da linhagem Cobb, durante a época de inverno, concluíram que o peso vivo foi influenciado pela densidade a partir dos 35 dias, isto é, houve uma redução linear do peso vivo (1588g, 1544g, 1541g, 1480g) a medida que a densidade populacional aumentou. Estes resultados de peso vivo final elevados quando comparados com os encontrados por MORTARI et al. (2002), podem ser explicados pelo maneio usado durante o período experimental, as aves foram submetidas a 24 horas de luz durante todo período experimental, e receberam antibióticos e vitaminas até aos 21 dias de idade. O baixo peso vivo obtido nas densidades maiores pode ser explicado pelo menor consumo de ração e maior estresse
  • 35. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 22 causado pela superlotação que as aves tiveram quando comparado com aves submetidas na menor densidade populacional. MOREIRA et al. (2004), estudaram em aviários convencionais, o efeito das densidades de 10, 13 e 16 aves/m² em frangos produzidos até 35 dias de idade, os autores observaram queda significativa no peso vivo quando aumentaram a densidade populacional. A redução do espaço no interior dos aviários pode contribuir para a redução do desempenho devido a redução da qualidade de ar ocasionado pelo aumento da concentração de gases no interior dos aviários (FEDDES et al., 2002). 4.2.2. Ganho de peso Os resultados mostram que houve efeito significativo (P ≤ 0,05) da densidade populacional sobre o ganho de peso total e ganho de peso médio diário, houve uma redução do ganho de peso total e ganho médio diário de peso à medida que a densidade populacional aumentou. Esses resultados se assemelham dos obtidos por LUCHESI (1998), que, trabalhando com densidades variando de 10 a 20 aves/m2 , observaram que frangos criados na menor densidade tiveram um maior peso final e maior ganho de peso diário do que aqueles criados nas maiores densidades. Estes resultados diferem dos obtidos por GRAÇAS et al. (1990), que verificaram não haver influência da densidade populacional no ganho de peso na época fria. Os resultados de ganho de peso total e ganho de peso médio diário estão ligados com o peso vivo, não houve diferença significativa do peso vivo inicial, mas houve diferença no peso vivo final em todas as densidades populacionais e considerando que o ganho de peso é a subtracção do peso inicial no peso final, daí se explicam esses resultados. 4.2.3. Consumo de ração Os resultados mostram que houve efeito significativo (P ≤ 0,05) da densidade populacional sobre o consumo de ração total e consumo médio diário, isto é, o consumo da ração reduziu de forma linear com o aumento da densidade populacional. A redução do consumo de ração com o aumento da densidade populacional está de acordo com MORTARI et al. (2002), os quais avaliaram o efeito da densidade populacional (10, 12, 14 e 16 aves/m2 ) sobre o consumo de ração e constataram queda linear do consumo de ração (2940g, 2836g, 2793g, 2540g) a medida que se aumentou a densidade populacional.
  • 36. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 23 De acordo GOLDFLUS et al. (1997), o aumento gradativo nas taxas de adensamento durante o período de criação reduz a ingestão alimentar das aves. Os valores de consumo de ração são maiores quando comparados com os obtidos por MORTARI et al. (2002) aos 35 dias devido ao programa de luz contínuo que foi usado durante todo período experimental que garante que as aves tenham em disposição a ração durante 24 h/dia. Os programas de luz contínuos, de longa duração, proporcionam condições para o máximo consumo e ganho de peso pelo maior acesso aos comedouros (ABREU et al., 2006). A redução no consumo de ração nas maiores densidades pode ser explicada pelo estresse das aves provocado pela superlotação (altas temperaturas ambientais e dificuldade de dissipação de calor do corpo, redução da qualidade do ar e aumento dos níveis de amónia na atmosfera; dificuldades de acesso a comedouro e bebedouros). De acordo com FEDDES et al. (2002), a redução do espaço no interior dos aviários pode contribuir para a redução do desempenho devido à maior disputa pelo acesso aos comedouros e bebedouros, e, também pode levar a uma redução da qualidade de ar ocasionado pelo aumento da concentração de gases no interior dos aviários. 4.2.4. Conversão alimentar Os resultados referentes a conversão alimentar mostram que este parâmetro zootécnico não foi estatisticamente (P ≥ 0,05) afectado pela densidade populacional. Os resultados obtidos neste experimento estão de acordo com ALBUQUERQUE et al. (2006), que ao avaliarem o efeito de diferentes densidades populacionais (10 e 15 aves/m2 ) e do sexo sobre o desempenho e uniformidade em frangos de corte, concluíram que não há diferença significativa da conversão alimentar (1,80 kg/kg, 1,78 kg/kg) com o aumento da densidade populacional. OLIVEIRA (2001), avaliou a utilização de forro de bambu e seus efeitos sobre os índices de conforto térmico e parâmetros zootécnicos de frangos de corte criados em diferentes densidades populacionais (10, 12, 16 e 18 aves/m2 ) e concluiu que a densidade populacional de 10 aves/m2 apresentou conversão alimentar (2,13 kg/kg) estatisticamente superior que as densidades populacionais de 12, 16 e 18 aves/m2 , estas por sua vez apresentaram conversões alimentares (2,02 kg/kg, 1,96 kg/kg, 1,94 kg/kg) estatisticamente iguais.
  • 37. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 24 MIZUBUTI et al. (1994), ao trabalharem com as densidades de 10, 12 e 14 aves/m2 , não observaram significância estatística para a conversão alimentar das aves nas diferentes densidades. Estes resultados não difeririam entre si pois a medida que se aumentou a densidade populacional o peso vivo e o consumo de ração ambos tiveram uma redução linear. 4.2.5. Viabilidade Os resultados relativos a viabilidade de criação mostram que este parâmetro não foi significamente afectado pela densidade populacional (P ≥ 0,05). Estes resultados estão de acordo com SANTOS et al. (2005), que ao avaliarem o efeito de densidade populacional (10, 16 e 22 aves/m2 ) e da reutilização da cama sobre o desempenho de frangos de corte e produção de cama, concluíram que ao utilizarem cama nova não há diferença estatística da viabilidade (94,44%, 92,75%, 87,77%) em diferentes densidades populacionais. FEDDES et al. (2002), de forma geral, não encontraram prejuízos a medida que aumentaram a densidade populacional. 4.2.6. Quantidade de produzida carne por metro quadrado A quantidade de carne produzida por metro quadrado foi significamente afectada pela densidade populacional (P ≤ 0,05), houve um aumento de carne produzida directamente proporcional ao aumento da densidade populacional. Os resultados estão de acordo com os obtidos por MOREIRA et al. (2004), que obtiveram maior peso vivo por metro quadrado com aumento da densidade populacional. Os resultados também estão de acordo com GOLDFLUS et al. (1997), que em avaliação dos efeitos das densidades de 10 e 22 aves/m2 , observaram que houve aumento linear na produção de quilograma de carne por área de piso com o aumento da densidade. A maior quantidade de carne nas densidades populacionais maiores deve-se pelo facto de se alojar maior numero de aves por metro quadrado comparativamente as densidades menores. Segundo SHIMIDT (2008). A quantidade de carne produzida por metro quadrado aumenta com o aumento da densidade de lotação. Com o aumento da densidade, há maior produção de kg PV/m2.
  • 38. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 25 4.2.7. Índice de eficiência produtiva Os resultados mostram que o índice de eficiência produtiva não foi estatisticamente afectada pela densidade populacional (P ≥ 0,05). Este resultado não esta de acordo com HELLMEISTER FILHO et al. (1998), que verificaram diminuição no índice de eficiência produtiva (238,4%, 237,2% e 222,1%) quanto maior a densidade populacional empregada (10, 14 e 18 aves/m2 ). Este parâmetro não foi afectado signicamente pela densidade populacional porque não houve efeito significativo da densidade populacional sobre o a viabilidade e a conversão alimentar. Resultados diferentes também foram encontrados por SANTOS et al. (2005), que ao avaliarem os efeitos de densidade populacional e da reutilização da cama sobre o desempenho de frangos de corte e produção de cama, concluíram que ao utilizarem cama nova, o índice de eficiência produtiva diminuía (283,81%, 267,53%, 253,00%) com aumento da densidade populacional (10, 16, 22 aves/m2 ). 4.3. Viabilidade económica Foram simuladas os resultados da análise de viabilidade económica (tabela no 8) da unidade de produção (179 m2 ) para 8 ciclos num período de 1 ano. Tabela no 8: Análise da viabilidade económica em um ano1 utilizando as diferentes densidades populacionais. Densidade populacional 12 aves/m2 14 aves/m2 16 aves/m2 Custos totais, MZN 2443669,12 2674032,88 2899822,96 Diferença, MZN - 230363,76 456153,84 Receita, MZN 3081760,00 3281680,00 3552320,00 Diferença, MZN - 199920,00 470560,00 Rácio Benefício/Custo, MZN 1,26 1,23 1,22 Margem bruta, MZN 638090,88 607647,12 652497,04 Diferença, MZN - -30443,76 14406,16 1- 8 Ciclos de criação em um área de criação 179 m2
  • 39. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 26 4.3.1. Custos totais O aumento da densidade populacional provocou uma elevação nos custos totais de produção de frangos de corte. Quando comparado a densidade populacional inicial com as demais densidades, mostra-se um aumento de 230363,76 MZN (9,4%) quando se passa de 12 para 14 aves/m2 e um aumento de 456153,84 MZN (18,7%) quando se passa de 12 para 16 aves/m2 . Resultados semelhantes foram obtidos por MORTARI et al. (2002), que avaliaram o efeito da densidade populacional (10, 12, 14, 16 aves/m2 ) sobre custos totais de produção na época de inverno, e tiveram como resultado o aumento dos custos totais de produção, de 13,14% quando se aumentou a densidade de 12 para 14 aves/m2 e 24,86% quando se aumentou a densidade de 12 para 16 aves/m2 . Os custos dos pintos, rações, vacinas, vitaminas, agua, foram os que influenciaram para o aumento dos custos totais a medida que se elevou a densidade populacional, visto que estes custos mostraram-se variáveis. 4.3.2. Receita As diferentes densidades populacionais influenciaram na receita, houve um aumento da receita a medida que se aumentou a densidade populacional, quando a densidade populacional passou de 12 para 14 aves/m2 houve um aumento da receita em 199920,00 MZN (6,49%) e aumento de 470560,00 MZN (15,27%) quando a densidade passou de 12 para 16 aves/m2 . Este resultado está de acordo com MORTARI et al. (2002), que avaliaram a receita de frangos de corte criados em diferentes densidades populacional, no inverno e tiveram como resultado o aumento da receita em 13,47 % quando se aumentou a densidade de 12 para 14 aves/m2 e 24,48% quando se aumentou a densidade de 12 para 16 aves/m2 . O aumento da receita com o aumento da densidade populacional é devido a obtenção de maior kg PV/m2 nas maiores densidades populacionais. 4.3.3. Rácio benefício/custo O rácio benefício/custo foi afectado pela densidade populacional, isto é, a medida que a densidade populacional (12, 14, 16 aves/m2 ) aumentou, o rácio benefício/custo (1,26, 1,23, 1,22) tendeu a decrescer. Estes valores de rácio benefício custo mostram que por 1 MZN investido obtêm-se 1,26 MZN, 1,23 MZN, 1,22 MZN para as densidades populacionais de 12, 14 e 16 aves/m2 respectivamente.
  • 40. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 27 4.3.4. Margem bruta Os resultados mostram que a margem bruta foi influenciada pela densidade populacional, isto é houve uma diminuição de -30443,76 MZN (- 4,77%) quando a densidade populacional passou de 12 para 14 aves/m2 e quando a densidade passou de 12 para 16 aves/m2 houve um aumento de 14406,16 MZN (2,26 %). LUCHESI (1998), avaliou o efeito da densidade populacional (10, 12, 14, 16, 18 e 20 aves/m2 ) sobre o desempenho zootécnico e viabilidade económica de frangos de corte no inverno e verão e concluiu que a margem bruta em 100m2 cresceu com o aumento da densidade populacional, melhorando 66,7% quando passa de 10 para 20 aves/m2, embora os parâmetros zootécnicos sejam influenciados de forma negativa.
  • 41. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 28 V. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES 5.1. Conclusão Nas condições em que o presente experimento foi conduzido é possível concluir o seguinte:  Com o aumento da densidade populacional houve uma redução significativa do peso vivo final, ganho total de peso, ganho médio diário, consumo total de ração e consumo médio diário de ração.  A produção de carne por unidade de área de instalação, ao final do ciclo se elevou significativamente com o aumento densidade populacional das aves.  Não foi observado efeito significativo da densidade populacional sobre a conversão alimentar, viabilidade e índice de eficiência produtiva.  Foram obtidos benefícios económicos superiores aos 20% nas três densidades, a melhor eficiência económica se obteve na densidade populacional de 12 aves/m2 . 5.2. Recomendações Para a unidade de produção Abrantes Castigo e outros avicultores recomenda-se:  O uso da densidade populacional de 12 aves/m2 na criação de frangos de corte na época de inverno pois essa densidade populacional é economicamente viável quando comparado com a densidade populacional de 14 e 16 aves/m2 .  Diminuir a altura da murrete do aviário de 50 cm para 25 cm, para poder permitir maior circulação do ar, reduzir as altas temperaturas e níveis altos de amónia presentes na superficie do aviário. Para estudantes e outros pesquisadores recomenda-se:  A avaliação do efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e viabilidade económica da criação de frangos de corte no verão. Para se saber qual é a densidade economicamente viável na criação de frangos de corte no verão.  Pesquisar outras alternativas de maneio de modo a maximizar o desempenho zootécnico e viabilizar economicamente a criação de frangos, contribuindo desse modo para o maior desenvolvimento da avicultura moçambicana.
  • 42. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. <http://www.aviculturaindustrial.com.br/noticia/perfilcobb/20050512170305_13134> [acesso em: agosto de 2015] 2. <http://www.aviguia.com.br/figuracao/figuracao.asp?codemp=811> [acesso em: agosto de 2015] 3. ABREU, N. M. V. et al. (2006). Comunicado técnico: Influência da cortina e do programa de luz no desempenho produtivo de frangos de corte e no consumo de energia eléctrica. Disponível em < www.cnpsa.embrapa.br >. [Acesso em: Julho de 2015]. 4. AGROCERES ROSS MELHORAMENTO GENÉTICO DE AVES S.A. (2004) Manual de Manejo de Frangos AgRoss. Campinas. 5. ALBINO, L. F. T. & TAVERNARI, F. C. (2010). Produção e manejo de frangos de corte. Viçosa. Universidade Federal de Viçosa. Minas Gerais. Brasil. 6. ALBUQUERQUE, R. et al. (2006). Efeito de diferentes densidades populacionais e do sexo sobre o desempenho e uniformidade em frangos de corte. Brasil. J. vet. Res. anim. Sci., São Paulo. 5a ed. Vol. 43. pp.581-587. 7. ANDREWS, L.D. & GOODWIN, T.L. (1969) The effect of debeaking, floor space and diet energy levels on broiler growth. Poult. Sci. 1a ed. Vol.48. pp.191-196. 8. ARRUDA, J. N. T. (2013). Desempenho produtivo, rendimento de carcaça e bem- estar animal em frangos de corte de diferentes linhagens e densidades de alojamento. (Dissertação de Mestrado em zootecnia). Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de pós-graduação em Zootecnia. Dois Vizinhos. 80p. 9. BAKKER, W. (2005). Minimum ventilation to maximize broiler farm performance. In: CARIBBEAN POULTRY ASSOCIATION POULTRY & EGG SCHOOL. St Augustine. 10. BROGNONI, E. (1999). Desempenho e qualidade da cama de frangos de corte criados em diferentes densidades populacionais no verão. (Dissertação de Mestrado em Produção Animal) Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias. Universidade Estadual Paulista. Jaboticabal. 72p 11. Cobb-vantress. (2009). Suplemento de Crescimento e Nutrição para Frangos de Corte. Brasil. 8p. 12. CORDEIRO, M. B. (2007). Análise de imagens na avaliação do comportamento, do bem-estar e do desempenho de pintos de corte submetidos a diferentes sistemas de
  • 43. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 30 aquecimento. (Tese de Doutorado em Engenharia Agrícola). Universidade Federal de Viçosa. Viçosa. Minas Gerais. 13. CRAWFORD, R. D. (1990). Poultry Breeding and Genetics. Developments in Animal and Veterinary Sciences. Amsterdam. Elsevier Science Publishers. 1122p. 14. DONALD, j. et al (2001). Control de la luz en la producción de pollo de engorda. Industria Avícola. p.24-26. 15. FEDDES, J. J. R. et al (2002). Broiler performance, bodyweight variance, feed and water intake, and carcass quality at different stocking densities. Poultry Science. 6ª ed. Vol. 81. pp.774-779. 16. GARCÊS, A. (2006). Texto de apoio de avicultura e cunicultura. (Departamento de produção animal) Faculdade de Veterinária. Maputo. Universidade Eduardo Mondlane. 17. GOLDFLUS, F. et al. (1997). Efeitos de diferentes densidades populacionais nas estações fria e quente do ano sobre o desempenho de frangos de corte. Revista Brasileira de Zootecnia. 5a ed. Vol. 26. pp.948-954. 18. GRAÇAS, A.S. et al. (1990). Densidade populacional de frangos de corte em diferentes épocas do ano. Rev. Soc. Bras. Zoot. Vol. 19. pp.186-96. 19. HAFEZ, E. S. E. (1973). Adaptación de los animales domesticos. Barcelona. Labor. 563p. 20. HEINZEN, F.L. (2006). A realidade em uma pequena empresa da avicultura catarinense. Florianópolis, Ago. 21. HELLMEISTER FILHO, P. et al. (1996). Desempenho de frangos de corte criados em diferentes densidades. Fundação Apinco de Ciências e Tecnologia Avícolas. 11p. 22. HELLMEISTER FILHO, P. et al. (1998). Desempenho de frangos de corte criados em diferentes densidades. Revista. Sociedade Brasileira de Zootecnia. pp.137-142. 23. HERNANDES, R. (1997). Estudo de fracções nitrogenadas, glicídicas e de amónia liberada pela cama aviária submetida a diferentes densidades populacionais. (Trabalho de Graduação em Zootecnia). Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias. Universidade Estadual Paulista. Jaboticabal. 98p. 24. Higest Moçambique. (2015) Composição nutricional de rações. Moçambique. 25. INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO AGRARIA DE MOÇAMBIQUE. (2012). Análise de Custos e Rentabilidade da Produção Frangos no Sul de Moçambique – Estudo de Caso na Granja da Faculdade de Veterinária. Moçambique. 26p.
  • 44. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 31 26. LANA, G. R. Q. (2000). Avicultura. Recife. Universidade Federal Rural de Pernambuco. p.268. 27. LANA, G. R. Q. et al. (2001). Efeito da densidade e de programas de alimentação sobre o desempenho de frangos de corte. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa. 4a ed. Vol. 30. pp.1258-1265. 28. LIBONI, B. S. et al. (2013). Diferentes programas de luz na criação de frangos de corte. Revista Científica Electrónica de Medicina Veterinária. Associação Cultural e Educacional de Garça. São Paulo. 29. LOPES, J. C. (2011). Técnico em Avicultura. Brasil: Floriano. 30. LUCHESI, J. B. (1998). Custo-benefício da criação de frangos de corte em alta densidade no inverno e no verão. In: conferência apinco de ciência e tecnologia avícolas. Campinas. Anais. Campinas. Fundação Apinco de Ciências e Tecnologia Avícolas. pp.241-2488. 31. MINISTÉRIO DE ADMINISTRAÇÃO ESTATAL. (2005). Perfil Distrito de Vilankulo Província de Inhambane. Moçambique. 32. MIZUBUTI, I. Y. et al (1994). Desempenho de duas linhagens comerciais de frangos de corte, criadas sob diferentes densidades populacionais e diferentes tipos de cama. Revista Sociedade Brasileira de Zootecnia. Vol. 23. pp.476-84. 33. MOREIRA, J. et al. (2004). Efeito da densidade populacional sobre desempenho, rendimento de carcaça e qualidade da carne em frangos de corte de diferentes linhagens comerciais. Rev. Brasileira de Zootecnia. pp.1506-1519. 34. MORTARI, A. C. et al (2002). Desempenho de frangos de corte criados em diferentes densidades populacionais, no inverno, no sul do Brasil. Ciência Rural. pp.493-497. 35. MOURA, D. J. (2001). Ambiência na produção de aves em clima tropical. Piracicaba. Silv, I. J. O. Vol. II. 185p. 36. NICOLAU, Q. C. (2008). Analise das transformações técnicas produtivas da avicultura de corte em Moçambique. Liberalismo económico, Jaboticabal, São Paulo, Brasil. 37. NICOLAU, Q. C. et al. (2011). Cadeia produtiva avícola de corte de Moçambique: caracterização e competitividade, revista de ciências agrárias. São Paulo Brasil. pp.884-900.
  • 45. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 32 38. OLIVEIRA, J. E. et al. (2000). Efeito do isolamento térmico de telhado sobre o desempenho de frangos de corte alojados em diferentes densidades. Revista Brasileira de Zootecnia. 5a ed. Vol. I. pp.1427–1434. 39. OLIVEIRA, M. E. A. (2001). Utilização de forro de bambu e seus efeitos sobre os índices de conforto térmico e parâmetros zootécnicos de frangos de corte criados em diferentes densidades populacionais. (Tese de doutoramento em engenharia agrícola). Faculdade de Ciências Agronómicas. Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho”. Botucatu – São Paulo. 66p. 40. OLIVEIRA, R. F. M. et al. (2006). Efeitos da temperatura e da humidade relativa sobre o desempenho e o rendimento de cortes nobres de frangos de corte de 1 a 49 dias de idade. Revista Brasileira de Zootecnia. 3ª ed. Vol. 3. pp.797-803. 41. PERISSINOTTO, M. et al. (2007). Avaliação da produção de leite em bovinos utilizando diferentes sistemas de climatização. Revista de Ciências Agrárias. Lisboa.1a ed. Vol. 30. pp.135-142. 42. PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DISTRITAL (2005). Plano do Desenvolvimento Distrital. pp.9-13. 43. RUTZ, F. (1994). Aspectos fisiológicos que regulam o conforto térmico das aves. In: CONFERÊNCIA APINCO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA AVÍCOLAS, 1994, Santos. Anais. Santos. p. 99-110. 44. SALGADO, D. D. et al. (2007). Modelos estatísticos indicadores de comportamentos associados a bem-estar térmico para matrizes pesadas. Revista Engenharia Agrícola, Jaboticabal. 3a ed. Vol. 27. 45. SANTOS, T. M. B. et al. (2005). Efeitos de densidade populacional e da reutilização da cama sobre o desempenho de frangos de corte e produção de cama. Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias. Brasil. pp.45-52. 46. SHIMIDT, G.S. (2008). Evaluation of the Technical and Economic Impacts of High- Density Broiler Production in an Integrated System. Brazilian Journal of Poultry Science.3ª ed Vol.10. pp.149 -152. 47. STANLEY, V.G. & KRUEGER, W.F. (1981). The effect of stocking density on commercial broilers performance. Poult. Sci. Vol. 60. pp.1737-1738. 48. STRINGHINI, J.H. (1998). Nível de proteína e aminoácidos em rações para frangos de corte criados em duas densidades populacionais. Jaboticabal, Tese (Doutorado em
  • 46. Efeito da densidade populacional sobre o desempenho zootécnico e Viabilidade Economica de frangos de corte na época de inverno Belote Carlos Maria Matsinhe Trabalho de Culminação do Curso em Produção Animal Pág. 33 Produção Animal) Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista. 123p. 49. TINÔCO, I. F. F. (2001). Avicultura industrial: novos conceitos de materiais, Concepções e técnicas construtivas disponíveis para galpões avícolas brasileiros. Revista Brasileira de Ciência Avícola. Campinas. 1a ed. Vol. III. pp.1-26. 50. TINÔCO, I. F. F. (2004). A Granja de Frangos de Corte In: MENDES, A. A. et al. Produção de Frangos de Corte. Campinas: FACTA.
  • 48. II APÊNDICES Apêndice no 1: Análise descritivas das temperaturas registradas durante o período experimental. Tabela no 9: Temperatura (O C ) do aviário I. Período (semana) H N Méd DP CV, % Mín. Máx. Ampl. Assim Curt. 8:00 7 32,86 1,07 3,25 31 34 3 -0,77 0,26 1 16:00 7 33,26 1,38 4,15 31 35 4 -0,70 -0,33 8:00 7 28,57 1,13 3,97 27 30 3 0,24 -1,23 2 16:00 7 28,43 1,81 6,38 26 31 5 0,043 -1,37 8:00 7 27,14 2,19 8,08 26 32 6 2,40 5,97 3 16:00 7 27,86 1,21 4,36 26 30 4 0,37 1,79 8:00 7 27,57 1,13 4,11 26 29 3 0,24 -1,23 4 16:00 7 27,14 1,07 3,94 26 28 2 -0,37 -2,8 8:00 7 26,71 0,95 3,56 26 28 2 0,76 -1,69 5 16:00 7 26,57 0,98 3,67 25 28 3 -0,28 0,04 Tabela no 10: Temperatura (O C) do aviário II. Período (semana) H N Méd DP CV, % Mín. Máx. Ampl. Assim. Curt. 8:00 7 32,86 1,07 3,25 31 34 3 -0,77 0,26 1 16:00 7 33 1,15 3,50 31 34 3 -0,91 -0,15 8:00 7 29,29 1,50 5,10 28 32 4 1 0,47 2 16:00 7 28,57 2,72 9,66 25 32 7 0,16 -1,47 8:00 7 27,14 1,46 5,39 26 30 4 1,45 1,95 3 16:00 7 27,86 1,21 4,36 26 30 4 0,37 1,78 8:00 7 27,86 1,35 4,83 26 30 4 0,35 -0,30 4 16:00 7 27,29 0,95 3,49 26 28 2 -0,76 -1,69 8:00 7 27,43 0,79 2,87 26 28 2 -1,11 0,27 5 16:00 7 28,14 0,69 2,45 27 29 2 -0,17 0,34
  • 49. III Apêndice no 2: Análises descritivas do peso vivo dos tratamentos. Tabela no 11: Peso vivo da densidade de 12 aves/m2 . Período (semana) N Med, g DP CV, % Mín. Máx. Ampl. Assim. Curt. 0 18 40,83 3,54 8,69 35 45 10 -0,25 -0,78 1 18 190,56 7,05 3,70 180 205 25 0,06 -0,42 2 18 511,11 25,00 4,89 460 565 105 -0,13 0,35 3 18 1012,78 63,92 6,311 850 1135 285 -0,61 1,56 4 18 1542,50 196,69 12,75 1100 1900 800 -0,28 0,42 5 18 2174,72 87,05 4,00 2050 2410 360 1,01 1,65 Tabela no 12: Peso vivo da densidade de 14 aves/m2 . Período (semana) N Méd, g DP CV, % Mín. Máx. Ampl. Assim. Curt. 0 18 40,83 2,57 6,30 35 45 10 0,32 0,92 1 18 187,22 7,90 4,22 175 200 25 0,06 -1,03 2 18 448,89 60,16 13,40 320 530 210 -0,60 -0,43 3 18 871,94 81,89 9,39 670 980 310 -0,89 0,76 4 18 1367,79 86,21 6,30 1200 1510 310 -0,11 -0,47 5 18 1981,67 91,78 4,63 1800 2200 400 0,52 1,03 Tabela no 13: Peso vivo da densidade de 16 aves/m2 . Período (semana) N Méd, g DP CV, % Mín. Máx. Ampl. Assim. Curt. 0 18 40,56 3,38 8,34 35 45 10 -0,13 -0,53 1 18 180,56 9,84 5,45 150 190 40 -2,05 4,98 2 18 416,11 57,61 13,85 300 515 215 -0,25 -0,15 3 18 762,22 100,72 13,21 520 890 370 -1,07 0,52 4 18 1237,78 152,12 12,29 1010 1520 510 0,07 -1,03 5 18 1882,50 145,12 7,71 1620 2100 480 -0,15 -0,37
  • 50. IV Apêndice no 3: Análise de variância dos parâmetros de desempenho zootécnico. Tabela no 14: Peso inicial. FV GL SQ QM F cal p Densidade 2 0,93 0,46 0,045 0,955602 Erro 51 519,44 10,19 Total 53 520,37 Tabela no 15: Peso Final. FV GL SQ QM F cal p Densidade 2 794990 397495 32,18 0,000000 Erro 51 630036 12354 Total 53 1425026 Tabela no 16: Ganho de peso total. FV GL SQ QM F cal p Densidade 2 793686 396843 31,87 0,000000 Erro 51 635047 12452 Total 53 1428733 Tabela no 17: Ganho de peso médio diário. FV GL SQ QM F cal p Densidade 2 647,9 324,0 31,87 0,000000 Erro 51 518,4 10,2 Total 53 1166,3 Tabela no 18: Consumo total de ração. FV GL SQ QM F cal p Densidade 2 337358 168679 72,16 0,002906 Erro 3 7012 2337 Total 5 344371 Tabela no 19: Consumo médio diário de ração. FV GL SQ QM F cal p Densidade 2 275,39 137,70 72,16 0,002906 Erro 3 5,72 1,91 Total 5 281,12
  • 51. V Tabela no 20: Conversão alimentar. FV GL SQ QM F cal p Densidade 2 0,00096 0,00048 0,20 0,826200 Erro 3 0,00709 0,00236 Total 5 0,00805 Tabela no 21: Viabilidade. FV GL SQ QM F cal p Densidade 2 0,09 0,05 0,3 0,790362 Erro 3 0,53 0,18 Total 5 0,62 Tabela no 22: quilograma de peso vivo por m2 . FV GL SQ QM F cal p Densidade 2 16,365 8,182 447,1 0,000193 Erro 3 0,055 0,018 Total 5 16,419 Tabela no 23: Índice de eficiência produtiva. FV GL SQ QM F cal p Densidade 2 1439.5 719.7 6.936 0.074972 Error 3 311.3 103.8 Total 5 1750.8
  • 52. VI Apêndice no 4: Análise económica Tabela no 24: Análise económica para um ciclo na área instalada de unidade (179 m2 ). MZN/U Densidades em estudo 12 aves/m2 14 aves/m2 16 aves/m2 U Custos U Custos U Custos Pintos 24,00 2148,00 51552,00 2511,00 60264,00 2848,00 68352,00 Ração A1, kg 23,00 2901,60 66736,80 3320,34 76367,73 3552,57 81709,20 Ração A2, kg 23,50 6458,40 151772,40 6741,29 158420,29 7212,80 169500,83 Agua, m3 17,70 25,74 455,60 27,67 489,75 29,60 524,00 Energia, kWh 2,27 10,50 23,84 10,50 23,84 10,50 23,84 Salario 4000,00 2,00 8000,00 2,00 8000,00 2,00 8000,00 Cama, m3 350,00 9,00 3150,00 9,00 3150,00 9,00 3150,00 Carvão, saco 250,00 23,00 5750,00 27,00 6750,00 31,00 7750,00 Vacinas, dose 3,50 2148,00 7518,00 2511,00 8788,50 2848,00 9968,00 Vitaminas, kg 1500,00 7,00 10500,00 8,00 12000,00 9,00 13500,00 Costos totais 305458,64 334254,11 362477,87 Receita 85,00 4532,00 385220,00 4826,00 410210,00 5224,00 444040,00 Margem bruta 79761,36 75955,89 81562,13 Diferencia - -3805,47 1800,77
  • 53. VII
  • 54. VIII ANEXOS Anexo no 1: localização do distrito Vilankulo.
  • 55. IX Anexo no 2: Distribuição geográfica do distrito de Vilankulo.
  • 56. X CONTACTOS Celeluar: +258845676016 (Whatsapp & Chamadas) Email: belotematsinhe@gmail.com