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Atmosferas explosivas
Os elevados níveis de não conformidades verificados durante
inspeções e auditorias de instalações elétricas em atmosferas
explosivas mostram que a simples aquisição de equipamentos
com certificação“Ex”não é suficiente para garantir a segurança
PERIGO NÃO
APARENTE EM ÁREAS“EX”
Por Luciana Freitas
A
qualificação de técnicos e engenheiros envolvidos
com atividades de montagem, instalação e inspe-
ção inicial das instalações “Ex” representa um fator
crítico de segurança das instalações em atmosferas
explosivas. Isto se deve ao fato de que as instalações
“Ex” necessitam ser feitas de forma adequada, de acordo com os
requisitos indicados nas respectivas normas técnicas brasileiras
de instalação em atmosferas explosivas: ABNT NBR IEC 60079-14
ou ABNT NBR IEC 61892-7.
A devida qualificação e certificação das competências pessoais
“Ex” de técnicos e engenheiros é necessária de forma que estes
profissionais possuam os devidos conhecimentos, a fim de que as
instalações sejam feitas de forma correta, sem que haja falhas de
montagem ou de instalação que possam invalidar os requisitos de
proteção e de segurança dos equipamentos elétricos, de instru-
mentação, de automação e de telecomunicações “Ex”.
O fato é que de pouco adianta que tais equipamentos “Ex”
sejam certificados se estes não são devidamente instalados,
inspecionados, mantidos ou reparados, ao longo de todo o tempo
em que permanecem em áreas com riscos de explosões, sob o
ponto de vista do ciclo total de vida das instalações “Ex”.
Os altos níveis de não conformidades verificados durante as
inspeções e auditorias das instalações elétricas e de instrumentação
em atmosferas explosivas mostram que a simples aquisição de
equipamentos com certificação “Ex” não é suficiente para garantir
a segurança destas instalações e das pessoas que nelas trabalham.
Enquanto a fabricação de novos equipamentos “Ex” possui nor-
malmente um processo bem controlado e submetido a sistemas
de certificação e a regulamentos legais, os níveis requeridos de
competência para as atividades de estudos de classificação de
áreas, seleção e especificação de equipamentos “Ex”, projeto,
montagem, inspeção e manutenção para atmosferas explosivas
não são processos tão bem controlados.
Essas falhas na estruturação frequentemente levam as pessoas
responsáveis envolvidas em tais atividades a deficiências básicas
nos conhecimentos requeridos nas atividades “Ex”, o que
compromete os níveis de segurança de toda a cadeia de atividades
e consequentemente das instalações “Ex”, em grande quantidade
de plantas de indústrias de petróleo, gás, álcool, alimentos,
petroquímica, química e farmacêutica.
Todos os profissionais necessitam ser devidamente treinados,
em termos de suas experiências e habilidades, e competências
pessoais em atmosferas explosivas, de forma a serem devidamente
certificados, a fim de que possam executar, de forma autônoma e
segura, os serviços e as atividades para as quais são designados e
responsáveis. “É necessário se capacitar engenheiros e instaladores
na área Ex para que os equipamentos dos projetos estejam ade-
quados às áreas classificadas, possam ser instalados corretamente
e também para que o acesso às áreas classificadas seja realizado de
forma segura e consciente”, afirma Joelmir Zafalon, engenheiro e
coordenador de Projetos na Conex Eletromecânica.
A terceirização de serviços também requer programas de ava-
liação de conformidade para a determinação dos níveis mínimos
de conhecimentos, qualificação e competências dos profissionais
envolvidos. Há elevados índices de rotatividade no setor de pres-
tação de serviços industriais envolvendo atmosferas explosivas.
As etapas de inspeção e manutenção das instalações “Ex”
podem ser consideradas um dos elos mais importantes na
corrente de ações de segurança que englobam as instalações
“Ex”, desde as etapas iniciais de projeto e de seleção dos
equipamentos até os serviços de montagem e manutenção,
passando pelo processo da certificação de conformidade dos
equipamentos e oficinas de reparos e de competências pessoais
“Ex”. “Essas inspeções fazem com que as não conformidades
existentes nas instalações sejam prontamente identificadas e
corrigidas, de forma a assegurar que os equipamentos “Ex”
continuem apresentando suas funções e tipos de proteção
para os quais foram fabricados e certificados”, declara Rober-
val Bulgarelli, mestre em Proteção de Sistemas Elétricos de
Potência (Poli/USP), engenheiro sênior e consultor técnico da
Petrobras, IEC 1906 Award, coordenador do Subcomitê SC-31
do Cobei e representante do Brasil no TC 31 da IEC e no IECEx.
Instalações elétricas, de instrumentação e mecânicas para áreas
classificadas possuem características especiais de projeto, a fim de
torná-las adequadas para atmosferas contendo gases inflamáveis
ou poeiras combustíveis. É essencial, por razões de segurança,
que durante toda a vida útil de tais instalações, a integridade
destas características especiais e dos tipos de proteção “Ex” dos
equipamentos seja preservada.
Sob o ponto de vista de segurança das instalações industriais
“Ex” e das pessoas que nelas trabalham, bem como da preserva-
ção da vida e do meio ambiente, ao longo do ciclo total de vida
das instalações “Ex”, a Norma ABNT NBR IEC 60079-17 pode ser
considerada como sendo a Norma“Ex”mais importante.
Isto se deve ao fato de a aplicação adequada e periódica
desta norma assegurar que as instalações industriais em atmos-
feras explosivas estejam sempre de acordo com os requisitos de
proteção proporcionados pelos equipamentos “Ex”, bem como
estejam adequados em termos dos agentes agressivos presen-
tes no ambiente industrial, tais como poeira, sujeira, salinidade,
ataques químicos corrosivos e instalações marítimas.
Como um dos principais problemas que podem ser verificados
nas instalações de equipamentos elétricos, eletrônicos, de
instrumentação, de automação, de telecomunicações e mecânicos
“Ex”, está a falta de implantação de um sistema de inspeções.
“Estas inspeções “Ex” necessitam ser executadas por empresas de
prestação de serviços competentes e certificadas, bem como por
profissionais competentes”, sustenta Bulgarelli.
Por meio de notícias veiculadas nos meios de comunicação,
podem ser observados diversos casos de vazamentos, incêndios e
explosões ocorridos no Brasil e no mundo, envolvendo instalações
em atmosferas explosivas. Estes tipos de acidentes podem ser
observados, por exemplo, em plataformas de pro-
Um prensa-cabo, por exemplo, se não for especificado corretamente nem instalado por profissional devidamente
capacitado, se apresenta como uma não conformidade, que compromete a segurança da instalação.
Estellito
Jr.
Capa
46 47
Atmosferas explosivas
dução “offshore”, em refinarias de petróleo, em terminais de
armazenamento de petróleo e de derivados, em instalações da
indústria sucroalcooleira.
As causas destes acidentes geralmente estão relacionadas
com falhas ou deficiências na execução das atividades de pro-
jeto, montagem, inspeção, manutenção, reparo ou auditoria das
instalações e equipamentos“Ex”.
Estellito Rangel Junior, engenheiro eletricista e primeiro repre-
sentante brasileiro no Technical Committee 31 da IEC, que elabora
as normas sobre atmosferas explosivas, destaca a ocorrência de
diversas explosões onde a instalação elétrica em área classificada
foi colocada como uma das possíveis causas.“A mais emblemática
foi a explosão na plataforma P-36 da Petrobras, que explodiu após
vazamento de gás em um vaso de processo, instalado em uma
das pernas da plataforma, onde estavam instalados equipamentos
elétricos para uso em área não classificada, que provavelmente
foram a fonte de ignição”, relembra.
Maikel Ricardo Murpf, engenheiro eletricista e gerente do
Departamento Técnico da Alpha Equipamentos Elétricos destaca
a frequência das ocorrências, tanto em atmosfera explosiva
de gás como em atmosfera explosiva de poeira combustível.
“O que falta é maior divulgação destes acidentes por parte
da mídia para que a população e órgãos competentes voltem
sua atenção para os problemas que estão ocorrendo nas ins-
talações industriais do País”, ressalta.
SÉRIE NBR IEC 60079
As normas brasileiras sobre atmosferas explosivas relacionadas
com o segmento “Ex” vêm sendo publicadas no Brasil desde o
final dos anos 1960. Em 1969, por exemplo, foi publicado pela
ABNT, o projeto experimental de Norma P NB-158 – Instalações
Elétricas em Ambientes com Líquidos, Gases ou Vapores Inflamá-
veis, a qual seria posteriormente publicada em 1977 como norma
ABNT NBR 5418 – Instalações elétricas em atmosferas explosivas.
Foram publicadas pela ABNT, nos últimos 10 anos, mais de 60
normas técnicas brasileiras sobre atmosferas explosivas das sé-
ries NBR IEC 60079 e NBR ISO/IEC 80079, com o mesmo nível de
conteúdo técnico, forma e apresentação em relação às respectivas
normas internacionais das séries IEC 60079 e ISO/IEC 80079.
Ao longo destes últimos 10 anos, foram publicadas pela ABNT
diversas novas normas sobre requisitos de instalações “Ex”, que
não existiam até então na normalização brasileira. Muitas des-
tas normas representaram publicações inéditas na normalização
brasileira, contribuindo para a elevação do nível de qualidade,
desempenho e certificação das empresas de prestação de servi-
ços, de competências pessoais e de equipamentos “Ex”, resul-
tando em níveis mais elevados de segurança e confiabilidade
das instalações industriais “Ex” e das pessoas envolvidas nestas
instalações industriais com risco de explosão.
Por ocasião da publicação desta reportagem, alguns projetos
de normas do Subcomitê SC-31 do Cobei ainda se encontravam
em processo de elaboração do texto-base ou em fase de consulta
pública nacional, através do CB-03 da ABNT. Nos casos de algu-
ma norma NBR IEC ainda não haver sido publicada pela ABNT, é
aplicável a respectiva norma internacional IEC.
De modo geral, as normas técnicas da série ABNT NBR IEC
60079 têm sido traduzidas sem desvios de conteúdo técnico, e
estão assim, harmonizadas com as normas técnicas internacionais
da série IEC 60079 pelas Comissões de Estudo dos Subcomitês
SC-31 do Cobei. Assim, o Brasil dispõe das mesmas informações
técnicas utilizadas em diversos países ao redor do mundo. Isso tem
acontecido devido ao esforço e dedicação de diversos profissionais
envolvidos com fabricação de equipamentos, projetos, prestação
de serviços e treinamentos em atmosferas explosivas do Brasil.
Contudo, Estellito Rangel Junior explica que o “alinhamento”,
infelizmente, vem sendo feito mediante tradução ao “pé da letra”
do texto das normas IEC, o que tem proporcionado aos brasi-
leiros textos contendo partes conflitantes às disposições legais
vigentes em nosso país. Isto porque enquanto a composição
das Comissões de Estudo da ABNT deve obrigatoriamente conter
representantes dos fabricantes, dos usuários e dos organismos
neutros interessados na norma, a IEC não tem este requisito na
composição dos seus Maintenance Teams, onde os países enviam
como representantes aqueles que contam com o necessário pa-
trocínio financeiro para comparecer às reuniões, o que resulta,
na prática, em mínima participação de usuários.
Desta forma, os textos IEC são elaborados por pessoas de diver-
sos países, que em muitos casos não se limitam a estabelecer os
critérios de ensaios e desempenho de produtos, missão principal
de uma norma internacional. É comum os textos IEC estabelecerem
orientações em temas, como por exemplo, a responsabilidade
técnica por serviços, que no Brasil é regulamentada tanto pelas
Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho quanto por
entidades de classe, como o CREA; e então, ao serem traduzidos,
induzem os usuários a erros que podem causar problemas com
a fiscalização legal. “Conforme expresso no terceiro parágrafo da
introdução de todas as normas IEC, elas são apresentadas para
servirem de base para as normalizações técnicas dos países, não
para serem traduzidas integralmente”, esclarece Rangel Junior.
A atual Diretiva ABNT Parte 2 proíbe que sejam citados
nas normas brasileiras, documentos legais, como por exem-
plo, a NR-10; porém não garante que um texto traduzido
atenda aos requisitos legais, o que coloca, em certos casos,
os profissionais sob risco de receberem sanções dos fiscais
governamentais, o que é injustificável.
CICLO TOTAL DE VIDA DAS INSTALAÇÕES
É sabido que muitas instalações em áreas classificadas são fa-
lhas, não garantindo a segurança durante seu ciclo total de vida,
pois falta conhecimento sobre a necessidade da classificação de
áreas, os equipamentos e seus tipos de proteções, instalação
correta dos equipamentos, inspeções e manutenções. Assim, é
necessário o treinamento de pessoas em todas as atividades
dentro do ciclo total de vida das instalações elétricas“Ex”.
Com relação aos produtos, é necessário que a manuten-
ção e conservação sejam efetuadas conforme orientações do
fabricante. “Para esta atividade, hoje há normas específicas
que determinam os requisitos normativos, assim garantem a
segurança de toda a instalação”, afirma Marcos Herrera, en-
genheiro e gerente de Engenharia da Melfex.
Sob o ponto de vista de segurança industrial, pode ser ve-
rificado que somente a certificação dos equipamentos “Ex”
não é suficiente para garantir a segurança das instalações em
atmosferas explosivas, nem das pessoas que nelas trabalham.
Este fato pode ser verificado levando em consideração a gran-
de quantidade de não conformidades que são encontradas nas
inspeções das instalações “Ex” existentes e os graves acidentes
e explosões que ocorrem neste tipo de instalações.
Para a elevação dos níveis de conformidade normativa e de se-
gurança industrial das instalações “Ex”, as empresas de prestação de
serviços “Ex” (incluindo classificação de áreas, projeto, montagem,
inspeção, manutenção e reparos de equipamentos e instalações
“Ex”), precisam treinar seus profissionais.
O‘alinhamento’das normas, infelizmente, vem
sendo feito mediante tradução ao‘pé da letra’
do texto da IEC, o que tem proporcionado aos
brasileiros textos contendo partes conflitantes
às disposições legais vigentes em nosso País
Estellito Rangel Junior, engenheiro eletricista e primeiro representante brasileiro no
Technical Committee 31 da IEC, que elabora as normas sobre atmosferas explosivas
Placa padronizada para áreas classificadas, com fundo vermelho e triângulo de fundo amarelo e letras pretas“Ex”. Referência do
desenho de classificação de áreas da região, importante tanto para o pessoal de operação, quanto de manutenção.
Estellito
Jr.
Capa
48 49
Atmosferas explosivas
Fazendo-se uma analogia com uma “corrente”, onde a resistência
do conjunto é determinada pelo seu elo mais fraco, a segurança
de instalações elétricas, de instrumentação ou mecânicas em
atmosferas explosivas depende também da correta realização dos
serviços de projeto, montagem, inspeção, manutenção e reparos,
dos quais depende também a devida competência dos executantes
e pessoas responsáveis pela execução destas atividades “Ex”.
Na visão de Murpf, a certificação de produtos para atmosfera
explosiva está evoluída e consolidada no Brasil e logicamente
sempre é possível melhorar, principalmente porque ainda
existem pessoas (fabricantes, usuários, instaladores etc.) que
ainda não compreenderam a seriedade com que o assunto
(atmosfera explosiva) deve ser tratado. “Vemos que o projeto,
instalação e manutenção das instalações elétricas em ambiente
explosivo têm muito que evoluir no País. É fácil perceber nas
instalações que visitamos, diversas irregularidades no que
tange à instalação de produtos Ex”, conta.
Divulgação
As etapas de inspeção e manutenção das instalações“Ex”podem
ser consideradas um dos elos mais importantes na corrente de
ações de segurança que englobam as instalações“Ex”

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Instalações em áreas classificadas - principais erros.

  • 1.
  • 2. 6 Sumário Editorial Programe-se Prepare as Malas Panorama Serviços & Produtos Em Pauta Iluminação I: Fator de Controle Ótico – O novo parâmetro para Iluminação Direcional Automação em destaque: Automação das edificações e seu impacto no mercado imobiliário Especial de Normas: Treinamentos e reciclagem na NR-10 Guia de Compras: Luminárias Em Pauta Eletricidade: O que tem movimentado o mundo das instalações elétricas? Em Pauta Iluminação II: Logística Reversa e a Resolução Conmetro Nº 1/2016 – Mais uma conquista para o setor de iluminação Segurança elétrica: Eletricidade segura: quando será uma realidade? Evento: 19ª Feira Internacional da Construção (Construsul) Índice de Anunciantes 8 10 16 20 34 50 52 54 58 82 88 90 94 98 Capa Entrevista Estudo de Caso Comparativo entre um painel fotovoltaico fixo e outro orienta- do automaticamente Alberto Fossa é o novo vice-presi- dente do Comitê Internacional de Gestão de Energia (TC301) Índices de não conformidades em ins- talações Ex continuam altos e apon- tam para má qualificação EDIÇÃO 220 - AGOSTO DE 2016 Imagem: Divulgação 18 84 44 Freeimages.com
  • 3. Capa 44 45 Atmosferas explosivas Os elevados níveis de não conformidades verificados durante inspeções e auditorias de instalações elétricas em atmosferas explosivas mostram que a simples aquisição de equipamentos com certificação“Ex”não é suficiente para garantir a segurança PERIGO NÃO APARENTE EM ÁREAS“EX” Por Luciana Freitas A qualificação de técnicos e engenheiros envolvidos com atividades de montagem, instalação e inspe- ção inicial das instalações “Ex” representa um fator crítico de segurança das instalações em atmosferas explosivas. Isto se deve ao fato de que as instalações “Ex” necessitam ser feitas de forma adequada, de acordo com os requisitos indicados nas respectivas normas técnicas brasileiras de instalação em atmosferas explosivas: ABNT NBR IEC 60079-14 ou ABNT NBR IEC 61892-7. A devida qualificação e certificação das competências pessoais “Ex” de técnicos e engenheiros é necessária de forma que estes profissionais possuam os devidos conhecimentos, a fim de que as instalações sejam feitas de forma correta, sem que haja falhas de montagem ou de instalação que possam invalidar os requisitos de proteção e de segurança dos equipamentos elétricos, de instru- mentação, de automação e de telecomunicações “Ex”. O fato é que de pouco adianta que tais equipamentos “Ex” sejam certificados se estes não são devidamente instalados, inspecionados, mantidos ou reparados, ao longo de todo o tempo em que permanecem em áreas com riscos de explosões, sob o ponto de vista do ciclo total de vida das instalações “Ex”. Os altos níveis de não conformidades verificados durante as inspeções e auditorias das instalações elétricas e de instrumentação em atmosferas explosivas mostram que a simples aquisição de equipamentos com certificação “Ex” não é suficiente para garantir a segurança destas instalações e das pessoas que nelas trabalham. Enquanto a fabricação de novos equipamentos “Ex” possui nor- malmente um processo bem controlado e submetido a sistemas de certificação e a regulamentos legais, os níveis requeridos de competência para as atividades de estudos de classificação de áreas, seleção e especificação de equipamentos “Ex”, projeto, montagem, inspeção e manutenção para atmosferas explosivas não são processos tão bem controlados. Essas falhas na estruturação frequentemente levam as pessoas responsáveis envolvidas em tais atividades a deficiências básicas nos conhecimentos requeridos nas atividades “Ex”, o que compromete os níveis de segurança de toda a cadeia de atividades e consequentemente das instalações “Ex”, em grande quantidade de plantas de indústrias de petróleo, gás, álcool, alimentos, petroquímica, química e farmacêutica. Todos os profissionais necessitam ser devidamente treinados, em termos de suas experiências e habilidades, e competências pessoais em atmosferas explosivas, de forma a serem devidamente certificados, a fim de que possam executar, de forma autônoma e segura, os serviços e as atividades para as quais são designados e responsáveis. “É necessário se capacitar engenheiros e instaladores na área Ex para que os equipamentos dos projetos estejam ade- quados às áreas classificadas, possam ser instalados corretamente e também para que o acesso às áreas classificadas seja realizado de forma segura e consciente”, afirma Joelmir Zafalon, engenheiro e coordenador de Projetos na Conex Eletromecânica. A terceirização de serviços também requer programas de ava- liação de conformidade para a determinação dos níveis mínimos de conhecimentos, qualificação e competências dos profissionais envolvidos. Há elevados índices de rotatividade no setor de pres- tação de serviços industriais envolvendo atmosferas explosivas. As etapas de inspeção e manutenção das instalações “Ex” podem ser consideradas um dos elos mais importantes na corrente de ações de segurança que englobam as instalações “Ex”, desde as etapas iniciais de projeto e de seleção dos equipamentos até os serviços de montagem e manutenção, passando pelo processo da certificação de conformidade dos equipamentos e oficinas de reparos e de competências pessoais “Ex”. “Essas inspeções fazem com que as não conformidades existentes nas instalações sejam prontamente identificadas e corrigidas, de forma a assegurar que os equipamentos “Ex” continuem apresentando suas funções e tipos de proteção para os quais foram fabricados e certificados”, declara Rober- val Bulgarelli, mestre em Proteção de Sistemas Elétricos de Potência (Poli/USP), engenheiro sênior e consultor técnico da Petrobras, IEC 1906 Award, coordenador do Subcomitê SC-31 do Cobei e representante do Brasil no TC 31 da IEC e no IECEx. Instalações elétricas, de instrumentação e mecânicas para áreas classificadas possuem características especiais de projeto, a fim de torná-las adequadas para atmosferas contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis. É essencial, por razões de segurança, que durante toda a vida útil de tais instalações, a integridade destas características especiais e dos tipos de proteção “Ex” dos equipamentos seja preservada. Sob o ponto de vista de segurança das instalações industriais “Ex” e das pessoas que nelas trabalham, bem como da preserva- ção da vida e do meio ambiente, ao longo do ciclo total de vida das instalações “Ex”, a Norma ABNT NBR IEC 60079-17 pode ser considerada como sendo a Norma“Ex”mais importante. Isto se deve ao fato de a aplicação adequada e periódica desta norma assegurar que as instalações industriais em atmos- feras explosivas estejam sempre de acordo com os requisitos de proteção proporcionados pelos equipamentos “Ex”, bem como estejam adequados em termos dos agentes agressivos presen- tes no ambiente industrial, tais como poeira, sujeira, salinidade, ataques químicos corrosivos e instalações marítimas. Como um dos principais problemas que podem ser verificados nas instalações de equipamentos elétricos, eletrônicos, de instrumentação, de automação, de telecomunicações e mecânicos “Ex”, está a falta de implantação de um sistema de inspeções. “Estas inspeções “Ex” necessitam ser executadas por empresas de prestação de serviços competentes e certificadas, bem como por profissionais competentes”, sustenta Bulgarelli. Por meio de notícias veiculadas nos meios de comunicação, podem ser observados diversos casos de vazamentos, incêndios e explosões ocorridos no Brasil e no mundo, envolvendo instalações em atmosferas explosivas. Estes tipos de acidentes podem ser observados, por exemplo, em plataformas de pro- Um prensa-cabo, por exemplo, se não for especificado corretamente nem instalado por profissional devidamente capacitado, se apresenta como uma não conformidade, que compromete a segurança da instalação. Estellito Jr.
  • 4. Capa 46 47 Atmosferas explosivas dução “offshore”, em refinarias de petróleo, em terminais de armazenamento de petróleo e de derivados, em instalações da indústria sucroalcooleira. As causas destes acidentes geralmente estão relacionadas com falhas ou deficiências na execução das atividades de pro- jeto, montagem, inspeção, manutenção, reparo ou auditoria das instalações e equipamentos“Ex”. Estellito Rangel Junior, engenheiro eletricista e primeiro repre- sentante brasileiro no Technical Committee 31 da IEC, que elabora as normas sobre atmosferas explosivas, destaca a ocorrência de diversas explosões onde a instalação elétrica em área classificada foi colocada como uma das possíveis causas.“A mais emblemática foi a explosão na plataforma P-36 da Petrobras, que explodiu após vazamento de gás em um vaso de processo, instalado em uma das pernas da plataforma, onde estavam instalados equipamentos elétricos para uso em área não classificada, que provavelmente foram a fonte de ignição”, relembra. Maikel Ricardo Murpf, engenheiro eletricista e gerente do Departamento Técnico da Alpha Equipamentos Elétricos destaca a frequência das ocorrências, tanto em atmosfera explosiva de gás como em atmosfera explosiva de poeira combustível. “O que falta é maior divulgação destes acidentes por parte da mídia para que a população e órgãos competentes voltem sua atenção para os problemas que estão ocorrendo nas ins- talações industriais do País”, ressalta. SÉRIE NBR IEC 60079 As normas brasileiras sobre atmosferas explosivas relacionadas com o segmento “Ex” vêm sendo publicadas no Brasil desde o final dos anos 1960. Em 1969, por exemplo, foi publicado pela ABNT, o projeto experimental de Norma P NB-158 – Instalações Elétricas em Ambientes com Líquidos, Gases ou Vapores Inflamá- veis, a qual seria posteriormente publicada em 1977 como norma ABNT NBR 5418 – Instalações elétricas em atmosferas explosivas. Foram publicadas pela ABNT, nos últimos 10 anos, mais de 60 normas técnicas brasileiras sobre atmosferas explosivas das sé- ries NBR IEC 60079 e NBR ISO/IEC 80079, com o mesmo nível de conteúdo técnico, forma e apresentação em relação às respectivas normas internacionais das séries IEC 60079 e ISO/IEC 80079. Ao longo destes últimos 10 anos, foram publicadas pela ABNT diversas novas normas sobre requisitos de instalações “Ex”, que não existiam até então na normalização brasileira. Muitas des- tas normas representaram publicações inéditas na normalização brasileira, contribuindo para a elevação do nível de qualidade, desempenho e certificação das empresas de prestação de servi- ços, de competências pessoais e de equipamentos “Ex”, resul- tando em níveis mais elevados de segurança e confiabilidade das instalações industriais “Ex” e das pessoas envolvidas nestas instalações industriais com risco de explosão. Por ocasião da publicação desta reportagem, alguns projetos de normas do Subcomitê SC-31 do Cobei ainda se encontravam em processo de elaboração do texto-base ou em fase de consulta pública nacional, através do CB-03 da ABNT. Nos casos de algu- ma norma NBR IEC ainda não haver sido publicada pela ABNT, é aplicável a respectiva norma internacional IEC. De modo geral, as normas técnicas da série ABNT NBR IEC 60079 têm sido traduzidas sem desvios de conteúdo técnico, e estão assim, harmonizadas com as normas técnicas internacionais da série IEC 60079 pelas Comissões de Estudo dos Subcomitês SC-31 do Cobei. Assim, o Brasil dispõe das mesmas informações técnicas utilizadas em diversos países ao redor do mundo. Isso tem acontecido devido ao esforço e dedicação de diversos profissionais envolvidos com fabricação de equipamentos, projetos, prestação de serviços e treinamentos em atmosferas explosivas do Brasil. Contudo, Estellito Rangel Junior explica que o “alinhamento”, infelizmente, vem sendo feito mediante tradução ao “pé da letra” do texto das normas IEC, o que tem proporcionado aos brasi- leiros textos contendo partes conflitantes às disposições legais vigentes em nosso país. Isto porque enquanto a composição das Comissões de Estudo da ABNT deve obrigatoriamente conter representantes dos fabricantes, dos usuários e dos organismos neutros interessados na norma, a IEC não tem este requisito na composição dos seus Maintenance Teams, onde os países enviam como representantes aqueles que contam com o necessário pa- trocínio financeiro para comparecer às reuniões, o que resulta, na prática, em mínima participação de usuários. Desta forma, os textos IEC são elaborados por pessoas de diver- sos países, que em muitos casos não se limitam a estabelecer os critérios de ensaios e desempenho de produtos, missão principal de uma norma internacional. É comum os textos IEC estabelecerem orientações em temas, como por exemplo, a responsabilidade técnica por serviços, que no Brasil é regulamentada tanto pelas Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho quanto por entidades de classe, como o CREA; e então, ao serem traduzidos, induzem os usuários a erros que podem causar problemas com a fiscalização legal. “Conforme expresso no terceiro parágrafo da introdução de todas as normas IEC, elas são apresentadas para servirem de base para as normalizações técnicas dos países, não para serem traduzidas integralmente”, esclarece Rangel Junior. A atual Diretiva ABNT Parte 2 proíbe que sejam citados nas normas brasileiras, documentos legais, como por exem- plo, a NR-10; porém não garante que um texto traduzido atenda aos requisitos legais, o que coloca, em certos casos, os profissionais sob risco de receberem sanções dos fiscais governamentais, o que é injustificável. CICLO TOTAL DE VIDA DAS INSTALAÇÕES É sabido que muitas instalações em áreas classificadas são fa- lhas, não garantindo a segurança durante seu ciclo total de vida, pois falta conhecimento sobre a necessidade da classificação de áreas, os equipamentos e seus tipos de proteções, instalação correta dos equipamentos, inspeções e manutenções. Assim, é necessário o treinamento de pessoas em todas as atividades dentro do ciclo total de vida das instalações elétricas“Ex”. Com relação aos produtos, é necessário que a manuten- ção e conservação sejam efetuadas conforme orientações do fabricante. “Para esta atividade, hoje há normas específicas que determinam os requisitos normativos, assim garantem a segurança de toda a instalação”, afirma Marcos Herrera, en- genheiro e gerente de Engenharia da Melfex. Sob o ponto de vista de segurança industrial, pode ser ve- rificado que somente a certificação dos equipamentos “Ex” não é suficiente para garantir a segurança das instalações em atmosferas explosivas, nem das pessoas que nelas trabalham. Este fato pode ser verificado levando em consideração a gran- de quantidade de não conformidades que são encontradas nas inspeções das instalações “Ex” existentes e os graves acidentes e explosões que ocorrem neste tipo de instalações. Para a elevação dos níveis de conformidade normativa e de se- gurança industrial das instalações “Ex”, as empresas de prestação de serviços “Ex” (incluindo classificação de áreas, projeto, montagem, inspeção, manutenção e reparos de equipamentos e instalações “Ex”), precisam treinar seus profissionais. O‘alinhamento’das normas, infelizmente, vem sendo feito mediante tradução ao‘pé da letra’ do texto da IEC, o que tem proporcionado aos brasileiros textos contendo partes conflitantes às disposições legais vigentes em nosso País Estellito Rangel Junior, engenheiro eletricista e primeiro representante brasileiro no Technical Committee 31 da IEC, que elabora as normas sobre atmosferas explosivas Placa padronizada para áreas classificadas, com fundo vermelho e triângulo de fundo amarelo e letras pretas“Ex”. Referência do desenho de classificação de áreas da região, importante tanto para o pessoal de operação, quanto de manutenção. Estellito Jr.
  • 5. Capa 48 49 Atmosferas explosivas Fazendo-se uma analogia com uma “corrente”, onde a resistência do conjunto é determinada pelo seu elo mais fraco, a segurança de instalações elétricas, de instrumentação ou mecânicas em atmosferas explosivas depende também da correta realização dos serviços de projeto, montagem, inspeção, manutenção e reparos, dos quais depende também a devida competência dos executantes e pessoas responsáveis pela execução destas atividades “Ex”. Na visão de Murpf, a certificação de produtos para atmosfera explosiva está evoluída e consolidada no Brasil e logicamente sempre é possível melhorar, principalmente porque ainda existem pessoas (fabricantes, usuários, instaladores etc.) que ainda não compreenderam a seriedade com que o assunto (atmosfera explosiva) deve ser tratado. “Vemos que o projeto, instalação e manutenção das instalações elétricas em ambiente explosivo têm muito que evoluir no País. É fácil perceber nas instalações que visitamos, diversas irregularidades no que tange à instalação de produtos Ex”, conta. Divulgação As etapas de inspeção e manutenção das instalações“Ex”podem ser consideradas um dos elos mais importantes na corrente de ações de segurança que englobam as instalações“Ex”