SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 42
Baixar para ler offline
Subjetividade e
contextos multilíngues
contextos multilíngues
Cibele Krause-Lemke
Eugênia Neves
Francisca Reis
Milan Puh
Rafael Barreto do Prado
OBJETIVOS
 Conceituar o termo subjetividade em
algumas áreas (Filosofia, Psicanálise,
Antropologia e Linguística)
Antropologia e Linguística)
 Analisar como aparece o conceito de
subjetividade em textos que tratam de
políticas linguísticas e em alguns textos
acadêmicos
QUESTÕES
I – Como as políticas linguísticas
articulam o trabalho com o conceito de
subjetividade?
II – Como articulam a relação entre
II – Como articulam a relação entre
sujeito e comunidade?
III – Como a comunidade se relaciona
com as decisões políticas sobre a
língua?
SUBJETIVIDADE
 Houaiss: Realidade psíquica, emocional e
cognitiva do ser humano, passível de
manifestar-se simultaneamente nos âmbitos
individual e coletivo, e comprometida com a
apropriação intelectual dos objetos externos.
apropriação intelectual dos objetos externos.
 Aurélio: Diz-se do que é válido para um só
sujeito e que só a ele pertence, pois integra o
domínio das atividades psíquicas, sentimentais,
emocionais, volitivas, etc. deste sujeito.
Subjetivo
adj (lat subjectivu) Filos 1 Pertencente ou relativo ao
sujeito. 2 Que está somente no sujeito, no eu; que se
passa ou existe no espírito. 3 Que exprime ou manifesta
apenas as ideias ou preferências da própria pessoa;
pessoal, individual. 4 Diz-se de uma explicação que se
SUBJETIVIDADE
pessoal, individual. 4 Diz-se de uma explicação que se
baseia em mera concepção do espírito, como ponto de
partida, supondo aprioristicamente nessa concepção um
princípio metafísico, donde são deduzidas as conclusões. 5
Diz-se da voz ativa, em contraste com a voz objetiva, que
é a passiva. sm O que é subjetivo. Antôn: objetivo.
SUBJETIVIDADE
 Filosofia
 Psicanálise
 Antropologia
 Linguística
 Linguística
UM PERCURSO NA FILOSOFIA
Husserl (1859-1938)
 perpétua apropriação do vivido.
 relação entre o eu transcendental
x eu mundano (empírico).
x eu mundano (empírico).
 tempo: presença, retenção e
protensão.
UM PERCURSO NA PSICANÁLISE
Lacan (1901-1981)
 Castração
 Lei proibitiva do pai.
 Entrada na ordem do simbólico.
 Intermedia o sujeito e o real.
 O assujeitamento ao grande
Outro.
UM PERCURSO NA ANTROPOLOGIA
 Lévi-Strauss (1908-2009)
 Subj. e objetividade: faces de uma mesma
moeda.
 O inconsciente é como o estômago, apenas dá
“forma”, estrutura a partir de suas leis.
“forma”, estrutura a partir de suas leis.
 “Não é constituir, mas dissolver o homem”
(Pensameno Selvagem, p.247)
 A idéia de que a liberdade do sujeito é
ilusória.
UM PERCURSO NAANTROPOLOGIA
 Geertz (1926 – 2006) (Tempo e Conduta
em Bali,1973a; Um Jogo Absorvente: Notas
sobre a Briga de Galos Balinesa, 1973b)
Culturas como sistemas públicos de
Culturas como sistemas públicos de
símbolos, significados, textos e práticas
Cultura molda e encaixa o sujeito no
mundo
Cultura assujeita o indivíduo, retirando-
o do mundo animal
UM PERCURSO NA LINGUÍSTICA
 Benveniste (1902-1976)
 Resgata a subjetividade
 Locutor se propõe como sujeito.
 O homem se constitui como sujeito
 O homem se constitui como sujeito
na/pela linguagem.
 A consciência de si mesmo.
 “Eu” e “tu,você,ele,eles” revelam a
subjetividade na linguagem.
UM PERCURSO NA LINGUÍSTICA
 Pêcheux (1938 — 1983)
 Contribuição: sujeito histórico.
 Condições materiais de produção.
O outro: a presença do outro é
 O outro: a presença do outro é
inseparável, é constitutiva, é
condição histórica de produçăo.
 Lugar social do indivíduo.
A noção de subjetividade nos
textos de Claudine Moïse
SUJEITO
1. lugar
2. identidade
3. o sujeito se define pelo lugar que
busca dentro do grupo – um lugar
de pertencimento
4. exclusão e inclusão
SUJEITO 4. exclusão e inclusão
5. O sujeito fica preso na
reivindicação
6. o sujeito justifica sua não-ação
nas políticas, às vezes, dizendo que
elas não são adaptadas às
minorias.
A noção de subjetividade nos
textos de Claudine Moïse
Indivíduos Viver em sociedade
Corpo social Unificado, identificado e
Corpo social Unificado, identificado e
identificável
Identidade Marcas do modelo republicano
A noção de subjetividade nos
textos de Claudine Moïse
Língua
Francesa
• Perda e sentimento de ameaça
• Caracterizada pela igualdade,
unificação e homogeneidade
• Unidade republicana
• Unidade republicana
• Pureza da língua
• Medo subjetivo
• Manter a unidade contra toda a
pluralidade
• Identidade nacional
• Multilinguismo declarado
• Crise de valores
Diferenças entre contextos
Multilíngues e Plurilíngues
 Segundo o Marco Comum Europeu:
 Multilinguismo significa a coexistência
de diferentes línguas em uma dada
de diferentes línguas em uma dada
sociedade, instituição ou contexto.
O que poderia caracterizar o
conceito de multilinguismo
 A 1: vocês sabem falar que tipo de língua?↑
 A 6: Ucraniana i (:) ºbrasilera?º
 A 1: Português?, é (::) inglês e espanhol?
 A 6: [°português°] (faz que não com a
cabeça)
 A 3: Um pouquinho com certeza, de cada uma?
 A 6: [° um pouco°]
Diferenças entre Multilinguismo e
Plurilínguismo
 Plurilinguismo é o desenvolvimento
de repertórios linguísticos a partir de
todas as línguas de um determinado
todas as línguas de um determinado
contexto.
(MCER, 2002, pg.20)
O que poderia caracterizar o
conceito de plurilinguismo
 (a professora está trabalhando conteúdos
referentes aos alimentos).
 Aluna 1: berenjena
 Aluna 2: que que é esse outro?
 Aluna 1: ervilha?
 Aluna 2: ардиха, то нима по украінскі!!
ардиха, то нима по украінскі!!
ардиха, то нима по украінскі!!
ардиха, то нима по украінскі!!
{isto não tem em ucraniano}
 Profa: arvejas o guisantes
 Alunas: o guisantes? (aluna repete em tom de
dúvida)
O que poderia caracterizar o
conceito de plurilinguismo
 Aluna1: барабоя
барабоя
барабоя
барабоя {batata}
 Profa: batatas, patatas fritas
patatas fritas
patatas fritas
patatas fritas
 Aluna 2: abobrinha
 Aluno: XXX
 Profa: abobrinha? ¡Es calabacín!
Es calabacín!
Es calabacín!
Es calabacín! Esto es
Esto es
Esto es
Esto es
bien distinto.
bien distinto.
bien distinto.
bien distinto.
 Aluno: no(:)ssa ! ...
 Profa: ¿en ucraniano
en ucraniano
en ucraniano
en ucraniano tem abobrinha?
O que poderia caracterizar o
conceito de plurilinguismo
 Aluna 1: não¯
 Aluna 2: não! é abóbora!
 Aluna 1: nós somo ucraniano, mas só em
algumas coisa.
algumas coisa.
 Profa: eu também não sei (...) ¯
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS
 Oliveira (2004)
 Política Linguística:
 Política Linguística:
 Conjunto de decisões que um grupo de
poder toma sobre o lugar e a forma das
línguas na sociedade, e a
implementação destas decisões.
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS
 Planificação linguística:
 são propostas para modificar a realidade linguística –
do status de uma língua em relação a outra ou de
aspectos de sua forma – e se referem ao futuro da
relação entre as línguas.
relação entre as línguas.
 Politologia linguística:
 Conceito criado por Louis-Jean Calvet (2002) é a
ciência ou ótica que estuda as políticas linguísticas,
os processos de planificação linguística e, portanto,
também as políticas historiográficas das línguas (...).
(Oliveira, 2004, p. 38).
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS
 Existe política linguística mesmo sem os
planejamentos legislativos (Moïse)
 Políticas linguísticas que funcionam
 Políticas linguísticas que funcionam
atreladas a determinadas ideologias
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS DO TIMOR
LESTE
 Perspetivas antagônicas sobre a escolha
da língua oficial (Hull, 2000):
 Só o Português
 Só o Tétum
 Só o Tétum
 Inglês
 Malaio indonésio
Cada locutor é dono de sua vontade
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS DO TIMOR
LESTE
 Definição do Tétum e Português como
línguas oficiais
 As línguas são eleitas pelos
representantes dos partidos políticos e a
instituição religiosa
instituição religiosa
 O locutor deixa de ser um sujeito individual
para ser um sujeito social/coletivo a quem é
atribuída a responsabilidade dos atos ilocutórios
veiculados pelo enunciado de outros locutores;
 A ideia é pertencente a um sistema de normas
que deriva da estrutura de uma ideologia
política. (Pêcheux,1990)
DOCUMENTOS – TIMOR LESTE
 Promover e valorizar as línguas e a
cultura timorenses.(Art.16 p.13).
 O ensino-aprendizagem das línguas oficiais
deve ser estruturado, de forma que todas os
outros componentes curriculares do ensino
outros componentes curriculares do ensino
básico e do ensino secundário contribuam,
sistematicamente, para o desenvolvimento das
capacidades ao nível da compreensão e
produção de enunciados, orais e escritos, em
português e tétum. (Lei base ed. Art. 35) .
ENSINO DE LÍNGUA – TIMOR LESTE
 Aprendizagem baseada na experiência
das crianças.
 O desenvovimento equivalente das duas
línguas por enriquecimento mútuo.
línguas por enriquecimento mútuo.
 Iniciação à leitura em Tétum.
 “(...) ninguém pode ser ‘eu em meu
lugar’, mas no que ‘nós’ incluímos
outros sujeitos em nossa subjetividade”
(MORIN).
DOCUMENTOS – CROÁCIA
 Currículo nacional croata – Língua e comunicação
• A meta principal desta área é desenvolver as
competências linguísticas básicas. Elas
subentendem a compentência linguística, social-
linguística e pragmática que são desenvolvidas através
das ações linguísticas de recepção, produção,
das ações linguísticas de recepção, produção,
interação e mediação.
• Conforme a idade e o conhecimento prévio, os alunos
precisam:
• aprender e desenvolver as estratégias cognitivas
e afetivas da produção e recepção linguística de
conteúdo, isto é, de seu sentido, incluindo as
mediações entre os falantes de diferentes línguas.
Documentos – Croácia
• desenvolver uma atitude positiva em respeito à
aprendizagem da língua e a consciência da importância da
aprendizagem da língua;
• desenvolver e aplicar os conhecimentos sobre as condições
socioculturais do uso da língua para poder comunicar-se
com outras pessoas de diferentes idades, sexos, camada social
com outras pessoas de diferentes idades, sexos, camada social
e tribo;
• desenvolver e aplicar os conhecimentos do uso consciente
das fontes linguísticas, o que inclui a realização de
diferentes “papeis” e atos de fala, reconhecimento e a
escolha dos gêneros textuais, escolha do registro e discurso
adequado etc.
Documentos – Croácia
 Curriculo nacional croata – Língua e cultura
 Conforme a idade e o conhecimento prévio, os alunos precisam:
• desenvolver a consciência da existência de diferentes idiomas e
seus significados condicionados pelo significado que provém do aviso
e comunicação (idioma social/socioleto/dialeto, jargão, idioleto etc.) e
desenvolver as estratégias para superar os possíveis mal-
entendidos;
entendidos;
• desenvolver a consciência da possível função de língua como
meio de abuso (manipulação) e de dominação e,
consequentemente, analisar e julgar os textos reconhecendo as
intenções do autor;
• desenvolver o conhecimento sobre a interrelação da língua e
cultura, mas também, desenvolver a consciência de que a língua e a
cultura são suscetíveis às mudanças e influências alheias e que a
percepção humana é condicionada pelo pertencimento a uma certa
cultura e camada social.
DOCUMENTOS – BRASIL
 PCN (E.M.)
 “Aprende-se a valorizar determinada manifestação,
porque socialmente ela representa o poder econômico e
simbólico de certos grupos sociais que autorizam sua
legitimidade”.
 “Considera-se que a compreensão das significações
 “Considera-se que a compreensão das significações
dadas, em diferentes esferas, às várias manifestações
contribua para formação geral do aluno, dando a ele a
possibilidade de aprender a optar pelas escolhas,
limitadas por princípios sociais, e de ter o interesse e o
desejo de conservá-las e/ou transformá-las”.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E SUBJETIVIDADE
 Pertencimento – “ser bom o suficiente”
 Imposição da NC (oculta)
 Desconsideração do vivido
Modelo de língua
 Modelo de língua
H: -José
 A 1: Cê fala quantas línguas, José?
 H: Eu falo só portugueis
 A 1: Só portugueis? Onde cê mora?
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E
SUBJETIVIDADE
 A 1: Só portugueis? Onde cê mora?
 A2: [Não entende nada em
ucraniano?]
 H: i(::) muito mal –
 A 1: Onde cê mora?
 A2: [ (:)mal?]
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E
SUBJETIVIDADE
 A1 : Onde você mora?
 H: Eu moro xxx
 A 2: Prudentópolis?
 H: É (::)
 A 1: Beleza, brigada
A SUBJETIVIDADE EM TEXTOS
ACADÊMICOS
 Ex 1: “A subjetividade de
sujeitos escolarizados é
constituída pelas representações
da LM, que é atravessada pelas
da LM, que é atravessada pelas
regras prescritas nas gramáticas
normativas e pelo léxico
estabelecido pelos dicionários”.
(In: Ghiraldelo, 2003, pg. 63)
A SUBJETIVIDADE EM TEXTOS
ACADÊMICOS
 Ex: 2 “Percorrendo o caminho da
subjetividade, os psicanalistas tentam, como
vimos, explicar os chamados fracassos na
aquisição de uma segunda língua, que, na
maioria das vezes, geram mutismo, silêncio,
maioria das vezes, geram mutismo, silêncio,
afirmando que eles devem, não raro, ao medo
de permitir a esse estrangeiro (o outro pela
língua do outro) que nele se aloje,
desequilibrando sua própria subjetividade
(“estranho país de fronteiras e de
alteridades”). (In: Coracini, 2003, pg. 157)
A SUBJETIVIDADE EM TEXTOS
ACADÊMICOS
 EX 3: “Ora, se considerarmos o sujeito enquanto
constitutivamente cindido, heterogêneo, polifônico,
atravessado pelo inconsciente, e portanto, pouco afeito
ao controle de si e do outro, já que é habitado por
outros, - sujeito psicanalítico, em que o outro é visto
como inerente à própria identidade do sujeito (ou à
como inerente à própria identidade do sujeito (ou à
própria subjetividade) e que a manifestação do
inconsciente se dá via simbólico... então
compreendemos que a primeira língua é habitada pelo
já-dito. (...). (In: Coracini, 2003, pg. 150)
A MODO DE FECHAMENTO
 Processos de assujeitamento x produção
Língua da
Comunidade
Língua da escola
Processos de
regulação
FECHAMENTO
 Processos de assujeitamento x
produção
 Política Linguística – estabelece
 Política Linguística – estabelece
normas de uso sem considerar o
contexto
 Político-linguístico – sistematiza os
usos a partir do contexto
FECHAMENTO
Projeto Político-
linguístico
Debate
Consideração
do vivido
Assujeitament
o
construído
BIBLIOGRAFIA
• BENVENISTE, E. Problemas de Linguística Geral I, 4a ed.-Campinas, SP: Pontes,1995
• CHEMAMA, R. Dicionário de psicanálise. Artes médicas, Porto alegre, 1995.
• CORACINI, M. J. Identidade e Discurso. Campinas: Editora da Unicamp; Chapecó: Argos
Editora Universitária, 2003.
• HUSSERL, E. Meditações Cartesianas. São Paulo: Madras ed. 2001.
• LACAN, J. Os escritos técnicos de Freud. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 1986.
• LÉVI-STRAUSS, C. Antropologia estrutural. Trad. Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Cosac-
Naify, 2008.
Naify, 2008.
• Mariani, B. Subjetividade e imaginário lingüístico. Linguagem em (Dis)curso, Tubarão, v. 3,
Número Especial, p. 55-72, 2003.
• MOÏSE, C. “Aménagement linguistique, politique linguistique et place du sujet”. Em: Entre les
langues, Traverses, no 1, Université Paul Valéry, Montpellier III, 2000, pp. 69-89.
• _______ . “La francophonie, d’uu discours à l’ autre...pour quel aménagement?”Em: Collection
Sociolinguistique, L’Harmattan, 2003, pp.155-171.
• _______ . “Le poids de La langue française, entre sentiment de menace et dynamiques
langagières”.
• OLIVEIRA, G. M. Política Linguística, Política Historiográfica: epistemologia e escrita da
História da(s) Língua(s) a propósito da língua portuguesa no Brasil Meridional (1754-1830).
Tese de doutorado. Or. Ataliba T. de Castilho. IEL-Unicamp: Campinas, 2003.
• PÊCHEUX, M. O discurso: estrutura ou acontecimento. Trad. Eni P. Orlandi. 4ª ed. Campinas:
Pontes Editores, 2006.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Subjetividade em contextos multilíngues

Alfabetização dos surdo
Alfabetização dos surdoAlfabetização dos surdo
Alfabetização dos surdoPriscila Macedo
 
Lingua e linguagem perini
Lingua e linguagem periniLingua e linguagem perini
Lingua e linguagem periniSâmara Lopes
 
Aula 2 constituição do campo sociolinguístico
Aula 2   constituição do campo sociolinguísticoAula 2   constituição do campo sociolinguístico
Aula 2 constituição do campo sociolinguísticoMarina Panciarelli
 
Parte 1 linguística geral apresentação 2012
Parte 1   linguística geral  apresentação 2012Parte 1   linguística geral  apresentação 2012
Parte 1 linguística geral apresentação 2012Mariana Correia
 
Aspecto social da comunicação
Aspecto social da comunicaçãoAspecto social da comunicação
Aspecto social da comunicaçãoEwerton Gindri
 
Nocoes de analise do discurso
Nocoes de analise do discursoNocoes de analise do discurso
Nocoes de analise do discursoMaxwel Lima
 
Enunciação em Bakthin.pptx
Enunciação em Bakthin.pptxEnunciação em Bakthin.pptx
Enunciação em Bakthin.pptxElymarTargino1
 
Parte 1 linguística geral apresentação
Parte 1   linguística geral apresentaçãoParte 1   linguística geral apresentação
Parte 1 linguística geral apresentaçãoMariana Correia
 
Parte 2 linguística geral saussure - apresentação 2012
Parte 2   linguística geral saussure - apresentação 2012Parte 2   linguística geral saussure - apresentação 2012
Parte 2 linguística geral saussure - apresentação 2012Mariana Correia
 
Sociedade, ideologia e língua(s)
Sociedade, ideologia e língua(s)Sociedade, ideologia e língua(s)
Sociedade, ideologia e língua(s)fromgaliza
 
TEXTO 05 - Linguagem e interdisciplinaridade. FIORIN.pdf
TEXTO 05 - Linguagem e interdisciplinaridade. FIORIN.pdfTEXTO 05 - Linguagem e interdisciplinaridade. FIORIN.pdf
TEXTO 05 - Linguagem e interdisciplinaridade. FIORIN.pdfBonfim Queiroz Lima
 
TEXTO 05 - Linguagem e interdisciplinaridade. FIORIN.pdf
TEXTO 05 - Linguagem e interdisciplinaridade. FIORIN.pdfTEXTO 05 - Linguagem e interdisciplinaridade. FIORIN.pdf
TEXTO 05 - Linguagem e interdisciplinaridade. FIORIN.pdfBonfim Queiroz Lima
 
Esquema de estudo sobre leitura e produçaõ de textos e as novas ti csl
Esquema de estudo sobre leitura e produçaõ de textos e as novas ti cslEsquema de estudo sobre leitura e produçaõ de textos e as novas ti csl
Esquema de estudo sobre leitura e produçaõ de textos e as novas ti cslEveline Sol
 
Introdução à linguística - linguagem, língua e linguística
Introdução à linguística - linguagem, língua e linguísticaIntrodução à linguística - linguagem, língua e linguística
Introdução à linguística - linguagem, língua e linguísticaMaria Glalcy Fequetia Dalcim
 
anlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.ppt
anlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.pptanlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.ppt
anlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.pptadrianomcosta3
 
Parte 2 a lingua_para_chomsky, Ivani Viotti
Parte 2 a lingua_para_chomsky, Ivani ViottiParte 2 a lingua_para_chomsky, Ivani Viotti
Parte 2 a lingua_para_chomsky, Ivani ViottiMariana Correia
 
UMA CONSCIÊNCIA SÓCIO-HISTÓRICA CONSTITUÍDA PELA LINGUAGEM
UMA CONSCIÊNCIA SÓCIO-HISTÓRICA CONSTITUÍDA PELA LINGUAGEMUMA CONSCIÊNCIA SÓCIO-HISTÓRICA CONSTITUÍDA PELA LINGUAGEM
UMA CONSCIÊNCIA SÓCIO-HISTÓRICA CONSTITUÍDA PELA LINGUAGEMFatima Andreia Tamanini
 
Gêneros de discurso e gêneros de texto ppt
Gêneros de discurso e gêneros de texto pptGêneros de discurso e gêneros de texto ppt
Gêneros de discurso e gêneros de texto pptpnaicdertsis
 

Semelhante a Subjetividade em contextos multilíngues (20)

Alfabetização dos surdo
Alfabetização dos surdoAlfabetização dos surdo
Alfabetização dos surdo
 
Lingua e linguagem perini
Lingua e linguagem periniLingua e linguagem perini
Lingua e linguagem perini
 
Aula 2 constituição do campo sociolinguístico
Aula 2   constituição do campo sociolinguísticoAula 2   constituição do campo sociolinguístico
Aula 2 constituição do campo sociolinguístico
 
Parte 1 linguística geral apresentação 2012
Parte 1   linguística geral  apresentação 2012Parte 1   linguística geral  apresentação 2012
Parte 1 linguística geral apresentação 2012
 
Aspecto social da comunicação
Aspecto social da comunicaçãoAspecto social da comunicação
Aspecto social da comunicação
 
Nocoes de analise do discurso
Nocoes de analise do discursoNocoes de analise do discurso
Nocoes de analise do discurso
 
Enunciação em Bakthin.pptx
Enunciação em Bakthin.pptxEnunciação em Bakthin.pptx
Enunciação em Bakthin.pptx
 
Parte 1 linguística geral apresentação
Parte 1   linguística geral apresentaçãoParte 1   linguística geral apresentação
Parte 1 linguística geral apresentação
 
Capitulo 1
Capitulo 1Capitulo 1
Capitulo 1
 
Parte 2 linguística geral saussure - apresentação 2012
Parte 2   linguística geral saussure - apresentação 2012Parte 2   linguística geral saussure - apresentação 2012
Parte 2 linguística geral saussure - apresentação 2012
 
Sociedade, ideologia e língua(s)
Sociedade, ideologia e língua(s)Sociedade, ideologia e língua(s)
Sociedade, ideologia e língua(s)
 
TEXTO 05 - Linguagem e interdisciplinaridade. FIORIN.pdf
TEXTO 05 - Linguagem e interdisciplinaridade. FIORIN.pdfTEXTO 05 - Linguagem e interdisciplinaridade. FIORIN.pdf
TEXTO 05 - Linguagem e interdisciplinaridade. FIORIN.pdf
 
TEXTO 05 - Linguagem e interdisciplinaridade. FIORIN.pdf
TEXTO 05 - Linguagem e interdisciplinaridade. FIORIN.pdfTEXTO 05 - Linguagem e interdisciplinaridade. FIORIN.pdf
TEXTO 05 - Linguagem e interdisciplinaridade. FIORIN.pdf
 
Filo 1 3
Filo 1 3Filo 1 3
Filo 1 3
 
Esquema de estudo sobre leitura e produçaõ de textos e as novas ti csl
Esquema de estudo sobre leitura e produçaõ de textos e as novas ti cslEsquema de estudo sobre leitura e produçaõ de textos e as novas ti csl
Esquema de estudo sobre leitura e produçaõ de textos e as novas ti csl
 
Introdução à linguística - linguagem, língua e linguística
Introdução à linguística - linguagem, língua e linguísticaIntrodução à linguística - linguagem, língua e linguística
Introdução à linguística - linguagem, língua e linguística
 
anlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.ppt
anlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.pptanlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.ppt
anlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.ppt
 
Parte 2 a lingua_para_chomsky, Ivani Viotti
Parte 2 a lingua_para_chomsky, Ivani ViottiParte 2 a lingua_para_chomsky, Ivani Viotti
Parte 2 a lingua_para_chomsky, Ivani Viotti
 
UMA CONSCIÊNCIA SÓCIO-HISTÓRICA CONSTITUÍDA PELA LINGUAGEM
UMA CONSCIÊNCIA SÓCIO-HISTÓRICA CONSTITUÍDA PELA LINGUAGEMUMA CONSCIÊNCIA SÓCIO-HISTÓRICA CONSTITUÍDA PELA LINGUAGEM
UMA CONSCIÊNCIA SÓCIO-HISTÓRICA CONSTITUÍDA PELA LINGUAGEM
 
Gêneros de discurso e gêneros de texto ppt
Gêneros de discurso e gêneros de texto pptGêneros de discurso e gêneros de texto ppt
Gêneros de discurso e gêneros de texto ppt
 

Subjetividade em contextos multilíngues

  • 1. Subjetividade e contextos multilíngues contextos multilíngues Cibele Krause-Lemke Eugênia Neves Francisca Reis Milan Puh Rafael Barreto do Prado
  • 2. OBJETIVOS Conceituar o termo subjetividade em algumas áreas (Filosofia, Psicanálise, Antropologia e Linguística) Antropologia e Linguística) Analisar como aparece o conceito de subjetividade em textos que tratam de políticas linguísticas e em alguns textos acadêmicos
  • 3. QUESTÕES I – Como as políticas linguísticas articulam o trabalho com o conceito de subjetividade? II – Como articulam a relação entre II – Como articulam a relação entre sujeito e comunidade? III – Como a comunidade se relaciona com as decisões políticas sobre a língua?
  • 4. SUBJETIVIDADE Houaiss: Realidade psíquica, emocional e cognitiva do ser humano, passível de manifestar-se simultaneamente nos âmbitos individual e coletivo, e comprometida com a apropriação intelectual dos objetos externos. apropriação intelectual dos objetos externos. Aurélio: Diz-se do que é válido para um só sujeito e que só a ele pertence, pois integra o domínio das atividades psíquicas, sentimentais, emocionais, volitivas, etc. deste sujeito.
  • 5. Subjetivo adj (lat subjectivu) Filos 1 Pertencente ou relativo ao sujeito. 2 Que está somente no sujeito, no eu; que se passa ou existe no espírito. 3 Que exprime ou manifesta apenas as ideias ou preferências da própria pessoa; pessoal, individual. 4 Diz-se de uma explicação que se SUBJETIVIDADE pessoal, individual. 4 Diz-se de uma explicação que se baseia em mera concepção do espírito, como ponto de partida, supondo aprioristicamente nessa concepção um princípio metafísico, donde são deduzidas as conclusões. 5 Diz-se da voz ativa, em contraste com a voz objetiva, que é a passiva. sm O que é subjetivo. Antôn: objetivo.
  • 6. SUBJETIVIDADE Filosofia Psicanálise Antropologia Linguística Linguística
  • 7. UM PERCURSO NA FILOSOFIA Husserl (1859-1938) perpétua apropriação do vivido. relação entre o eu transcendental x eu mundano (empírico). x eu mundano (empírico). tempo: presença, retenção e protensão.
  • 8. UM PERCURSO NA PSICANÁLISE Lacan (1901-1981) Castração Lei proibitiva do pai. Entrada na ordem do simbólico. Intermedia o sujeito e o real. O assujeitamento ao grande Outro.
  • 9. UM PERCURSO NA ANTROPOLOGIA Lévi-Strauss (1908-2009) Subj. e objetividade: faces de uma mesma moeda. O inconsciente é como o estômago, apenas dá “forma”, estrutura a partir de suas leis. “forma”, estrutura a partir de suas leis. “Não é constituir, mas dissolver o homem” (Pensameno Selvagem, p.247) A idéia de que a liberdade do sujeito é ilusória.
  • 10. UM PERCURSO NAANTROPOLOGIA Geertz (1926 – 2006) (Tempo e Conduta em Bali,1973a; Um Jogo Absorvente: Notas sobre a Briga de Galos Balinesa, 1973b) Culturas como sistemas públicos de Culturas como sistemas públicos de símbolos, significados, textos e práticas Cultura molda e encaixa o sujeito no mundo Cultura assujeita o indivíduo, retirando- o do mundo animal
  • 11. UM PERCURSO NA LINGUÍSTICA Benveniste (1902-1976) Resgata a subjetividade Locutor se propõe como sujeito. O homem se constitui como sujeito O homem se constitui como sujeito na/pela linguagem. A consciência de si mesmo. “Eu” e “tu,você,ele,eles” revelam a subjetividade na linguagem.
  • 12. UM PERCURSO NA LINGUÍSTICA Pêcheux (1938 — 1983) Contribuição: sujeito histórico. Condições materiais de produção. O outro: a presença do outro é O outro: a presença do outro é inseparável, é constitutiva, é condição histórica de produçăo. Lugar social do indivíduo.
  • 13. A noção de subjetividade nos textos de Claudine Moïse SUJEITO 1. lugar 2. identidade 3. o sujeito se define pelo lugar que busca dentro do grupo – um lugar de pertencimento 4. exclusão e inclusão SUJEITO 4. exclusão e inclusão 5. O sujeito fica preso na reivindicação 6. o sujeito justifica sua não-ação nas políticas, às vezes, dizendo que elas não são adaptadas às minorias.
  • 14. A noção de subjetividade nos textos de Claudine Moïse Indivíduos Viver em sociedade Corpo social Unificado, identificado e Corpo social Unificado, identificado e identificável Identidade Marcas do modelo republicano
  • 15. A noção de subjetividade nos textos de Claudine Moïse Língua Francesa • Perda e sentimento de ameaça • Caracterizada pela igualdade, unificação e homogeneidade • Unidade republicana • Unidade republicana • Pureza da língua • Medo subjetivo • Manter a unidade contra toda a pluralidade • Identidade nacional • Multilinguismo declarado • Crise de valores
  • 16. Diferenças entre contextos Multilíngues e Plurilíngues Segundo o Marco Comum Europeu: Multilinguismo significa a coexistência de diferentes línguas em uma dada de diferentes línguas em uma dada sociedade, instituição ou contexto.
  • 17. O que poderia caracterizar o conceito de multilinguismo A 1: vocês sabem falar que tipo de língua?↑ A 6: Ucraniana i (:) ºbrasilera?º A 1: Português?, é (::) inglês e espanhol? A 6: [°português°] (faz que não com a cabeça) A 3: Um pouquinho com certeza, de cada uma? A 6: [° um pouco°]
  • 18. Diferenças entre Multilinguismo e Plurilínguismo Plurilinguismo é o desenvolvimento de repertórios linguísticos a partir de todas as línguas de um determinado todas as línguas de um determinado contexto. (MCER, 2002, pg.20)
  • 19. O que poderia caracterizar o conceito de plurilinguismo (a professora está trabalhando conteúdos referentes aos alimentos). Aluna 1: berenjena Aluna 2: que que é esse outro? Aluna 1: ervilha? Aluna 2: ардиха, то нима по украінскі!! ардиха, то нима по украінскі!! ардиха, то нима по украінскі!! ардиха, то нима по украінскі!! {isto não tem em ucraniano} Profa: arvejas o guisantes Alunas: o guisantes? (aluna repete em tom de dúvida)
  • 20. O que poderia caracterizar o conceito de plurilinguismo Aluna1: барабоя барабоя барабоя барабоя {batata} Profa: batatas, patatas fritas patatas fritas patatas fritas patatas fritas Aluna 2: abobrinha Aluno: XXX Profa: abobrinha? ¡Es calabacín! Es calabacín! Es calabacín! Es calabacín! Esto es Esto es Esto es Esto es bien distinto. bien distinto. bien distinto. bien distinto. Aluno: no(:)ssa ! ... Profa: ¿en ucraniano en ucraniano en ucraniano en ucraniano tem abobrinha?
  • 21. O que poderia caracterizar o conceito de plurilinguismo Aluna 1: não¯ Aluna 2: não! é abóbora! Aluna 1: nós somo ucraniano, mas só em algumas coisa. algumas coisa. Profa: eu também não sei (...) ¯
  • 22. POLÍTICAS LINGUÍSTICAS Oliveira (2004) Política Linguística: Política Linguística: Conjunto de decisões que um grupo de poder toma sobre o lugar e a forma das línguas na sociedade, e a implementação destas decisões.
  • 23. POLÍTICAS LINGUÍSTICAS Planificação linguística: são propostas para modificar a realidade linguística – do status de uma língua em relação a outra ou de aspectos de sua forma – e se referem ao futuro da relação entre as línguas. relação entre as línguas. Politologia linguística: Conceito criado por Louis-Jean Calvet (2002) é a ciência ou ótica que estuda as políticas linguísticas, os processos de planificação linguística e, portanto, também as políticas historiográficas das línguas (...). (Oliveira, 2004, p. 38).
  • 24. POLÍTICAS LINGUÍSTICAS Existe política linguística mesmo sem os planejamentos legislativos (Moïse) Políticas linguísticas que funcionam Políticas linguísticas que funcionam atreladas a determinadas ideologias
  • 25. POLÍTICAS LINGUÍSTICAS DO TIMOR LESTE Perspetivas antagônicas sobre a escolha da língua oficial (Hull, 2000): Só o Português Só o Tétum Só o Tétum Inglês Malaio indonésio Cada locutor é dono de sua vontade
  • 26. POLÍTICAS LINGUÍSTICAS DO TIMOR LESTE Definição do Tétum e Português como línguas oficiais As línguas são eleitas pelos representantes dos partidos políticos e a instituição religiosa instituição religiosa O locutor deixa de ser um sujeito individual para ser um sujeito social/coletivo a quem é atribuída a responsabilidade dos atos ilocutórios veiculados pelo enunciado de outros locutores; A ideia é pertencente a um sistema de normas que deriva da estrutura de uma ideologia política. (Pêcheux,1990)
  • 27. DOCUMENTOS – TIMOR LESTE Promover e valorizar as línguas e a cultura timorenses.(Art.16 p.13). O ensino-aprendizagem das línguas oficiais deve ser estruturado, de forma que todas os outros componentes curriculares do ensino outros componentes curriculares do ensino básico e do ensino secundário contribuam, sistematicamente, para o desenvolvimento das capacidades ao nível da compreensão e produção de enunciados, orais e escritos, em português e tétum. (Lei base ed. Art. 35) .
  • 28. ENSINO DE LÍNGUA – TIMOR LESTE Aprendizagem baseada na experiência das crianças. O desenvovimento equivalente das duas línguas por enriquecimento mútuo. línguas por enriquecimento mútuo. Iniciação à leitura em Tétum. “(...) ninguém pode ser ‘eu em meu lugar’, mas no que ‘nós’ incluímos outros sujeitos em nossa subjetividade” (MORIN).
  • 29. DOCUMENTOS – CROÁCIA Currículo nacional croata – Língua e comunicação • A meta principal desta área é desenvolver as competências linguísticas básicas. Elas subentendem a compentência linguística, social- linguística e pragmática que são desenvolvidas através das ações linguísticas de recepção, produção, das ações linguísticas de recepção, produção, interação e mediação. • Conforme a idade e o conhecimento prévio, os alunos precisam: • aprender e desenvolver as estratégias cognitivas e afetivas da produção e recepção linguística de conteúdo, isto é, de seu sentido, incluindo as mediações entre os falantes de diferentes línguas.
  • 30. Documentos – Croácia • desenvolver uma atitude positiva em respeito à aprendizagem da língua e a consciência da importância da aprendizagem da língua; • desenvolver e aplicar os conhecimentos sobre as condições socioculturais do uso da língua para poder comunicar-se com outras pessoas de diferentes idades, sexos, camada social com outras pessoas de diferentes idades, sexos, camada social e tribo; • desenvolver e aplicar os conhecimentos do uso consciente das fontes linguísticas, o que inclui a realização de diferentes “papeis” e atos de fala, reconhecimento e a escolha dos gêneros textuais, escolha do registro e discurso adequado etc.
  • 31. Documentos – Croácia Curriculo nacional croata – Língua e cultura Conforme a idade e o conhecimento prévio, os alunos precisam: • desenvolver a consciência da existência de diferentes idiomas e seus significados condicionados pelo significado que provém do aviso e comunicação (idioma social/socioleto/dialeto, jargão, idioleto etc.) e desenvolver as estratégias para superar os possíveis mal- entendidos; entendidos; • desenvolver a consciência da possível função de língua como meio de abuso (manipulação) e de dominação e, consequentemente, analisar e julgar os textos reconhecendo as intenções do autor; • desenvolver o conhecimento sobre a interrelação da língua e cultura, mas também, desenvolver a consciência de que a língua e a cultura são suscetíveis às mudanças e influências alheias e que a percepção humana é condicionada pelo pertencimento a uma certa cultura e camada social.
  • 32. DOCUMENTOS – BRASIL PCN (E.M.) “Aprende-se a valorizar determinada manifestação, porque socialmente ela representa o poder econômico e simbólico de certos grupos sociais que autorizam sua legitimidade”. “Considera-se que a compreensão das significações “Considera-se que a compreensão das significações dadas, em diferentes esferas, às várias manifestações contribua para formação geral do aluno, dando a ele a possibilidade de aprender a optar pelas escolhas, limitadas por princípios sociais, e de ter o interesse e o desejo de conservá-las e/ou transformá-las”.
  • 33. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E SUBJETIVIDADE Pertencimento – “ser bom o suficiente” Imposição da NC (oculta) Desconsideração do vivido Modelo de língua Modelo de língua
  • 34. H: -José A 1: Cê fala quantas línguas, José? H: Eu falo só portugueis A 1: Só portugueis? Onde cê mora? VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E SUBJETIVIDADE A 1: Só portugueis? Onde cê mora? A2: [Não entende nada em ucraniano?] H: i(::) muito mal – A 1: Onde cê mora? A2: [ (:)mal?]
  • 35. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E SUBJETIVIDADE A1 : Onde você mora? H: Eu moro xxx A 2: Prudentópolis? H: É (::) A 1: Beleza, brigada
  • 36. A SUBJETIVIDADE EM TEXTOS ACADÊMICOS Ex 1: “A subjetividade de sujeitos escolarizados é constituída pelas representações da LM, que é atravessada pelas da LM, que é atravessada pelas regras prescritas nas gramáticas normativas e pelo léxico estabelecido pelos dicionários”. (In: Ghiraldelo, 2003, pg. 63)
  • 37. A SUBJETIVIDADE EM TEXTOS ACADÊMICOS Ex: 2 “Percorrendo o caminho da subjetividade, os psicanalistas tentam, como vimos, explicar os chamados fracassos na aquisição de uma segunda língua, que, na maioria das vezes, geram mutismo, silêncio, maioria das vezes, geram mutismo, silêncio, afirmando que eles devem, não raro, ao medo de permitir a esse estrangeiro (o outro pela língua do outro) que nele se aloje, desequilibrando sua própria subjetividade (“estranho país de fronteiras e de alteridades”). (In: Coracini, 2003, pg. 157)
  • 38. A SUBJETIVIDADE EM TEXTOS ACADÊMICOS EX 3: “Ora, se considerarmos o sujeito enquanto constitutivamente cindido, heterogêneo, polifônico, atravessado pelo inconsciente, e portanto, pouco afeito ao controle de si e do outro, já que é habitado por outros, - sujeito psicanalítico, em que o outro é visto como inerente à própria identidade do sujeito (ou à como inerente à própria identidade do sujeito (ou à própria subjetividade) e que a manifestação do inconsciente se dá via simbólico... então compreendemos que a primeira língua é habitada pelo já-dito. (...). (In: Coracini, 2003, pg. 150)
  • 39. A MODO DE FECHAMENTO Processos de assujeitamento x produção Língua da Comunidade Língua da escola Processos de regulação
  • 40. FECHAMENTO Processos de assujeitamento x produção Política Linguística – estabelece Política Linguística – estabelece normas de uso sem considerar o contexto Político-linguístico – sistematiza os usos a partir do contexto
  • 42. BIBLIOGRAFIA • BENVENISTE, E. Problemas de Linguística Geral I, 4a ed.-Campinas, SP: Pontes,1995 • CHEMAMA, R. Dicionário de psicanálise. Artes médicas, Porto alegre, 1995. • CORACINI, M. J. Identidade e Discurso. Campinas: Editora da Unicamp; Chapecó: Argos Editora Universitária, 2003. • HUSSERL, E. Meditações Cartesianas. São Paulo: Madras ed. 2001. • LACAN, J. Os escritos técnicos de Freud. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 1986. • LÉVI-STRAUSS, C. Antropologia estrutural. Trad. Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Cosac- Naify, 2008. Naify, 2008. • Mariani, B. Subjetividade e imaginário lingüístico. Linguagem em (Dis)curso, Tubarão, v. 3, Número Especial, p. 55-72, 2003. • MOÏSE, C. “Aménagement linguistique, politique linguistique et place du sujet”. Em: Entre les langues, Traverses, no 1, Université Paul Valéry, Montpellier III, 2000, pp. 69-89. • _______ . “La francophonie, d’uu discours à l’ autre...pour quel aménagement?”Em: Collection Sociolinguistique, L’Harmattan, 2003, pp.155-171. • _______ . “Le poids de La langue française, entre sentiment de menace et dynamiques langagières”. • OLIVEIRA, G. M. Política Linguística, Política Historiográfica: epistemologia e escrita da História da(s) Língua(s) a propósito da língua portuguesa no Brasil Meridional (1754-1830). Tese de doutorado. Or. Ataliba T. de Castilho. IEL-Unicamp: Campinas, 2003. • PÊCHEUX, M. O discurso: estrutura ou acontecimento. Trad. Eni P. Orlandi. 4ª ed. Campinas: Pontes Editores, 2006.