Portugal na primeira metade do séc. XVIII: o reinado de D. João V e a sociedade do antigo regime
1. Portugal na
primeira
metade do
séc. XVIII
ANO LETIVO 2021/2022
ANA FERNANDES Nº2
LINDA LETÍCIA ABRANTES Nº16
LUNA CORREIA Nº19
DISCIPLINA DE HISTÓRIA 8ºC
2. Reinado de D. João V
Características do
reinado de D. João V
A sociedade Portuguesa
do antigo regime
Sociedade Portuguesa
O barroco em Portugal
A arte Barroca
A economia Portuguesa
do séc. XVII
Medidas tomadas pelo
conde da Ericeira
Conclusão
Bibliografia
Portugal na primeira metade
do séc. XVIII
3. REINADO DE
D.JOÃO V D. João V foi o principal protagonista do absolutismo em
Portugal. Baseando-se no modelo do rei Luís XIV de França,
governou Portugal seguindo a monarquia absolutista.
Porém, introduziu no seu reino o seu próprio modelo: o
Absolutismo Joanino, modelo esse com características
próprias de D. João V. O Absolutismo surgiu na Europa
Ocidental nos séculos XVI, XVII e XVIII e a sua ideia
principal é a concentração de todos os poderes numa única
pessoa: o rei.
4. Características do reinado de
D. João V
1- A primeira metade do século XVIII, em Portugal,
corresponde a um periodo de afirmação da monarquia
absoluta de direito divino. D. João V , que governou
entre 1706 e 1750, beneficiou de condições financeiras
muito favoráveis para impor uma imagem de grande
luxo e opulência, devido às remessas de ouro brasileiro
que, a partir de 1699, começaram a chegar ao reino. O
monarca, que cobrava um quinto sobre toda a produção
de ouro, dispunha, assim, de meios monetários para
imitar o rei francês, Luís XIV.
2- D. João V criou uma corte faustosa, promoveu
numerosos espetáculos e festividades públicos, como
representações teatrais e musicais, procissões e
casamentos de príncipes, de forma a impressionar
toda a população e garantir a sua obediência. Todas
estas cerimónias públicas transmitiam uma imagem
de magnificência do rei. Também a construção de
obras monumentais, como o convento de Mafra, ou o
aqueduto das Águas Livres, em Lisboa,
demonstravam a riqueza e o poder do monarca.
3- Exercendo o seu poder de forma absoluta, D. João
V chefiava pessoalmente o governo. Contudo, ao
contrário do que se verificou em França, D. João V
não conseguiu impor uma efetiva autoridade do
Estado, pois não foi capaz de reduzir a influência dos
grandes senhores, nem de centralizar a administração
do reino e diminuir o poder da Inquisição.
5. SOCIEDADE
PORTUGUESA
DO ANTIGO
REGIME A Sociedade do Antigo Regime, fortemente
estratificada, organizava-se por Ordens ou Estados:
Clero, Nobreza e 3.º Estado (Povo). Cada categoria
social era definida pelo nascimento, funções e
estatuto jurídico. O Clero e a Nobreza eram grupos
privilegiados, isentos do pagamento de impostos. O
3.º Estado não tinha privilégios e arcava com o
pagamento de todos os tributos. O centro da vida
política do reino encontrava-se na corte do Rei,
local onde o seu poder devia ser afirmado.
6. SOCIEDADE
PORTUGUESA
Nos séculos XVI e XVIII, a sociedade portuguesa continuava a
ser estratificada e hierarquizada. Assim, o clero e a nobreza
mantinham-se as ordens privilegiadas e o terceiro estado a
ordem não privilegiada. O clero possuía numerosas propriedades,
não pagava impostos, recebia a dízima, pelo que acumulava
grande riqueza, e era julgado em tribunais próprios. A nobreza
possuía, também, grande número de terras e desempenhava
cargos importantes na administração do reino . Além disso,
alguns nobres participavam no comércio ultramarino. A sua
riqueza derivava dos rendimentos das suas propriedades, dos
pagamentos pelas funções que desempenhava, dos lucros do
comércio e das pensões pagas pelo rei. O terceiro estado constituía
a maioria da população. Nesta ordem social, o grupo mais
importante era a burguesia, essencialmente ligada ao comércio. A
concorrência dos nobres mercadores e a perseguição da
Inquisição aos cristãos-novos (na sua maioria burgueses)
contribuíram para que a burguesia portuguesa não se tornasse
tão poderosa como a de outros países europeus. A sua principal
aspiração era ascender à nobreza e comprar uma grande
propriedade, símbolo de prestígio social.
7. Em Portugal, o ouro que chegou do Brasil, a partir do final do
século XVII, permitiu a construção de numerosas obras barrocas.
A marca dos artistas portugueses fez-se sentir, principalmente,
nos altares de talha dourada e nos painéis de azulejo que
embelezavam igrejas, salões, escadarias e jardins. No nosso país,
como em outros países europeus, realizavam-se bailes e
espetáculos na corte, onde a música (especialmente a ópera) e o
teatro eram componentes importantes. A construção de coches
embelezados com talha dourada, o mobiliário e a ourivesaria
eram também sinais da riqueza que caracterizava a corte. O
barroco, arte espetacular, rica e faustosa, serviu, quer a Igreja
Católica, para atrair um maior número de fiéis, quer os reis
absolutos, que assim impressionavam os seus súbditos.
O BARROCO EM
PORTUGAL
8. A arte
Barroca
ESCULTURA
Na escultura destacaram-se a teatralidade e o dramatismo das figuras,
procurando comover o observador. O ondulado do vestuário
contribuiu, também, para dar a ideia de movimento às figuras. Entre
os escultores destacou-se, em especial, Bernini.
PINTURA
Na pintura , os artistas juntaram no mesmo quadro áreas escuras e
áreas de grande luminosidade, utilizando cores intensas que real-
çavam esse contraste. A pintura, nos tetos, de anjos e santos
movimentando-se nos céus, dão ao espetador a ideia de que o espaço se
prolonga para além do edifício. Esta ilusão de infinito foi conseguida
através da técnica da perspetiva. Velásquez, Rubens e Rembrandt são
alguns dos principais pintores do barroco.
ARQUITETURA
Na arquitetura, construíram-se igrejas e palácios onde predominavam
linhas curvas e contracurvas, quer nas fachadas, quer nos interiores,
transmitindo a ideia de movimento. Mantinham-se, no entanto,
alguns elementos renascentistas como as colunas, os frontões e os arcos
de volta perfeita. Quase todos os espaços dos edifícios eram ricamente
decorado. Dois dos arquitetos barrocos mais famosos foram os italianos
Bernini e Borromini.
Na primeira metade do século XVII, a Igreja Católica,
no âmbito da Contarreforma, procurou também
utilizar a arte para consolidar a fé dos seus Fieis. Fol
assim que surgiu, em Roma, o barroco, expressão
artística que abandonou, por exemplo, a simplicidade
das linhas horizontais e a simetria que tinham marcado
a arte renascentista. Esta nova expressão artística
difundiu-se, no século XVII, por quase toda a Europa
9. O tratado de Methuen
Em 1703, Portugal e a Inglaterra assinaram o tratado de Methuen. Com este acordo, os lanifícios ingleses
entrariam livremente em Portugal, enquanto os vinhos portugueses pagariam taxas alfandegárias inferiores
(menos um terço) às que os vinhos franceses pagavam ao entrar em Inglaterra. Abandonou-se, assim,
temporariamente, o apoio às manufaturas, favorecendo-se os interesses dos grandes viticultores, e,
progressivamente, aumentou a exportação de vinhos, especialmente de vinho do Porto, para Inglaterra. O
ouro do Brasil que chegava a Portugal permitiu pagar as importações de produtos estrangeiros, o que
contribuiu para impedir o desenvolvimento das manufaturas e da agricultura portuguesas, com exceção da
produção vinícola. O défice da balança comercial agravava-se. Era o fracasso do mercantilismo em Portugal
na primeira metade do século XVIIl. Portugal voltava a estar dependente de Inglaterra.
ECONOMIA
PORTUGUESA DO
SEC. XVII
Concedeu empréstimos e privilégios a estrangeiros para instalarem
Medidas tomadas pelo conde da Ericeira
Na segunda metade do século XVII, Portugal enfrentou uma crise
económica, provocada pela crise comercial e pela fraca produção
agricola e
manufatureira. Foi então que D. Luis de Menezes, conde da Ericeira e
vedor da Fazenda do rei D. Pedro II, pôs em prática algumas medidas
mercantilistas.
em Portugal as suas empresas.
A aplicação destas medidas permitiu o desenvolvimento das manufaturas
portuguesas, defendendo-se, assim, a produção nacional da concorrência
estrangeira, principalmente inglesa, o que resultou, durante algum tempo,
numa diminuição do défice da balança comercial. No entanto, esse
desenvolvimento foi contrariado por outros interesses: os Ingleses reagiram
às medidas de proteção dos tecidos nacionais, reduzindo as importações de
vinhos, especialmente de vinho do Porto, o que prejudicou os grandes
produtores deste vinho. As leis pragmáticas não eram respeitadas,
continuando os portugueses mais ricos a preferir os tecidos estrangeiros.
Na segunda metade do século XVII, Portugal voltou a enfrentar grandes dificuldades
económicas, quer devido aos elevados gastos com a Guerra da Restauração, quer à
diminuição dos lucros do comércio do açúcar e do tabaco brasileiros Estes produtos
passaram a ter a concorrência do açúcar e do tabaco trazidos pelos Holandeses e, depois,
pelos Ingleses e Franceses, da América para a Europa, e vendidos a preços mais baixos que
os dos Portugueses. Ao ocuparem parte do Brasil, os Holandeses aprenderam a produzir
açúcar e tabaco, tendo-os cultivado nas Antilhas.
Esta produção generalizou-se rapidamente aos territórios franceses e ingleses da América.
Deste modo, a partir de 1670, o país enfrentou uma grave crise comercial, agravando-se o
défice da balança comercial portuguesa.
Dado que, em Portugal, a produção agrícola era fraca e as manufaturas poucas, era com a
venda dos produtos coloniais que o país conseguia dinheiro para pagar o elevado volume de
produtos importados. Portugal enfrentou, assim, uma grave crise económica na segunda
metade do século XVII.
10. MEDIDAS TOMADAS PELO
CONDE DA ERICEIRA
Apoiou o desenvolvimento
da produção de têxteis,
criando manufaturas na
Covilhà, Guarda, Fundão e
Portalegre a partir de
oficinas artesanais já
existentes e mandou vir
técnicos e equipamento do
estrangeiro.
Publicou leis pragmáticas
contra o uso e importação
de tecidos e diversos artigos
de vestuário, considerados
de luxo.
Concedeu empréstimos e
privilégios a estrangeiros
para instalarem em
Portugal as suas empresas.
11. CONCLUSÃO
O Reino de Portugal, com a ascensão da Casa de Bragança, a quarta e última
dinastia, após a Restauração da Independência, em 1640 e até ao final do governo
do Marquês de Pombal, em 1777, viveu um período de transição. Durante a União
Ibérica, o Império português manteve a ampla influência que havia caracterizado o
período das Descobertas. De 1640 para 1777, a riqueza de Portugal e o império
diminuiram. O Caso dos Távora, o catastrófico terramoto de 1755 em Lisboa, e a
ascensão de Dª. Maria I, a primeira Rainha Reinante de Portugal, culminaram o
referido período histórico.
A uso sumptuário do ouro proveniente do Brasil, o regime absolutista, o movimento
para a Independência do Brasil, o Tratado de Methuen e o terremoto de Lisboa
contribuiram para o colapso da posição de Portugal na Europa e no mundo. O fim
da Dinastia de Avis, e a União Ibérica obrigaram Portugal a depender de suas
colônias, primeiro a Índia e, em seguida, o Brasil. A mudança da Índia para o Brasil
foi a consequência da pressão dos holandeses, e do Império Britânico. Uma mudança
semelhante ocorreu depois que o Brasil ganhou sua independência, o que teve como
consequência a de Portugal se concentrar mais em suas possessões na África.
O início do século XVIII, conhecido como a Era Pombalina depois de Sebastião José de Carvalho e
Melo, Marquês de Pombal, foi um período de ditadura e de amplas reformas. O Marquês de Pombal
foi nomeado por D. José I, que tinha pouca inclinação para o governo. Ele iniciou muitas reformas
destinadas a modernizar o país e atacou o poder dos privilegiados da nobreza e do clero,
nomeadamente no Caso dos Távora e a expulsão dos Jesuítas. Ele também foi o líder da
reconstrução de Lisboa após o terremoto de 1755. No entanto, os historiadores também argumentam
que a forma "iluminada" de Pombal agir, foi, a longo alcance, essencialmente um mecanismo para
melhorar a autocracia, em detrimento da liberdade individual e, especialmente, de um aparelho para
esmagar a oposição, suprimindo a crítica, e promover a exploração econômica colonial, bem como a
intensificação do livro de censura e a consolidação do controle pessoal e lucro.
Logo após a morte de do Rei Dom José I, em 1777, no entanto, sua filha Dª. Maria I demitiu Pombal, e
proibiu-lhe de estar dentro de 20 milhas de sua pessoa.