1. C. WRIGHT MILLS
Laura Borges e Nara Melo
Teoria Política Contemporânea
Prof. Dr. Ricardo W. Caldas
2. A elite do poder é composta de homens cuja posição lhes
permite transcender o ambiente comum dos homens comuns,
e tomar decisões de grande consequência.
"Imediatamente abaixo da elite estão os políticos
profissionais dos níveis medio de poder...De mistura com
eles estão as celebridades profissionais, vivendo de
serem exibidas constantemente, possuem o poder de
distrair a atenção do publico."
3. • O aspecto militar nos Estados Unidos: generais e almirantes tidos como homens enormemente
poderosos, capazes de influenciar nas decisões do congresso. No centro da história deve haver
uma elite do poder tomando decisões.
• Nos EUA, o poder é constituído por uma hierarquia do Estado, empresas e exército
• Dentro da sociedade americana, a base do poderio nacional está hoje nos domínios econômico,
político e militar –as demais instituições são subordinadas a essas três– e estão constantemente
legitimando seu poder dentro da sociedade, por ex: os homens da família que devem ir à guerra.
• Estado aplica uma fidelidade nacionalista dentro das escolas.
• Economia: dominada por grandes empresas ligadas entre si.
• A ordem política: organização centralizada e executiva, presente em toda a estrutura social.
• A ordem militar: mais ampla e cara facetas do governo, eficiência de um domínio burocrático.
Todas essas instituições estão interligadas, isso se mostra presente na crise moderna da
sociedade capitalista.
4. • A elite não é constituída somente por aqueles que possuem o máximo em sua
roda.
• Nem todo poder está ligado ou é exercido por meio das instituições, mas somente
por meio delas o poder será mais ou menos contínuo e importante.
• Grandes famílias ricas são ligadas a empresas multimilionárias. A empresa
moderna é tida como principal fonte de riqueza no capitalismo.
• O poder sobre os bens de consumo e o capital produtivo são determinados pela
posição dentro da economia política.
• É necessário imaginar a relação dos ricos com as formas de propriedade e
Estado, pois essas relações determinam as oportunidades dos homens comuns
de conseguir riquezas.
• Prestígio também é algo importante, pois assim como riqueza e poder, é
cumulativo, quanto mais temos mais podemos conseguir.
5. • Há uma divisão qualitativa dentro da própria elite.
• A maioria dos membros da elite possuem estratos sociais semelhantes,
mantendo-se uma rede de ligações informais.
• Por seu contexto histórico, nos Estados Unidos não houve uma nobreza ou
aristocracia antes da era capitalista, ou seja, a burguesia monopolizou a
riqueza, o prestígio e o poder.
• Nenhum grupo herdou posições importantes, mas isso não significa a
inexistência de extratos superiores nos EUA, o aumento de fortuna possibilitou
uma superioridade.
• Burguesia americana na história moderna como se não tivesse oposição.
Contexto histórico dos Estados Unidos(laissez-faire).
6. • O humanista acredita que a elite é constituída por pessoas de caráter e
energia superiores, são mais nobres, eficientes e melhores. O resto da
população é massa.
• A ideia da elite ser constituída por homens e mulheres de caráter mais
apurado é uma ideologia feita pela própria elite.
• Ideia de contra-elite: indivíduos superiores condenados e uma situação
inferior Ideia usada pela massa para celebrar imagens utópicas de uma
elite do futuro.
• A medida em que a elite floresce como classe social, selecionará e formará
certos tipos de personalidade, rejeitando outros.
• A elite é um conjunto de altas rodas cujos membros são selecionados , e a
que permite acesso íntimo aos que comandam as hierarquias constitucionais
impessoais da sociedade moderna.
7. • A ideia de elite impotente vs. elite onipotente.
• A ideia de elite onipotente vêm como uma ideia de força oculta e como
causa histórica, realizando-se numa espécie de destino providencial.
• Em contrapartida, a ideia de elite impotente projeta uma elite dispersa e
descentralizada, que anula sua possível característica como força
histórica. "Embora possa haver homens no poder, não há uma elite de
poder".
• Se os ocupantes no poder não são onipotentes, tampouco serão
impotentes. A compreensão do grau de poder da elite leva em conta a
gradação de poder exercida por esta.
8. • Segundo o autor, se o poder de decisão fosse tido igualmente entre todos, não
haveria uma elite no poder; mas se o poder fosse conferido e monopolizado por
um grupo específico, não haveria gradação de poder e haveria apenas o
pequeno grupo no comando e o grupo dominado abaixo deste, como vimos
em Mosca e Pareto.
• A situação da sociedade americana não encontra-se em nenhum dos dois
extremos: dentro de cada instituição da sociedade moderna, há uma gradação
de poder.
• Com essa gradação de poder, a definição da elite depende do nível que se
estabelece a linha demarcatória. "Por elite no poder entendemos os ciclos
políticos, econômicos e militares que, como um complexo de igrejinhas
interligadas, partilham as decisões de consequências pelo menos nacionais. Na
medida que os acontecimentos nacionais podem ser decididos, é a elite do
poder quem os decide." (MILLS, p. 28)
9. • Para entender a elite no poder, o autor salienta três pontos:
I - Analisando a psicologia das várias elites, podemos encontrar uma base psicológica
e social para a sua unidade. Essa unidade se dá com base no background dos seus
componentes, na medida que suas vivências e carreiras são semelhantes.
II - Além da unidade psicológica e social, estão as estruturas das hierarquias
institucionais. A forma com que as hierarquias institucionais funcionam estabelece, em
grande parte, o modus operandi das elites que as controlam: se as hierarquias são
dispersas e desunidas, assim serão as pessoas à frente destas.
III - Mesmo com esses dois pontos, a formação das elites pode não se basear
totalmente na psicologia de seus integrantes e na estrutura de suas instituições. Em
alguns casos, a elite é a unidade de uma coordenação mais explícita, por meio de uma
junção de interesses.
10. • A definição de elite do poder como os tomadores de decisões não implica que os
membros da elite sejam os fazedores da história (nem que não o sejam).
• Ao acreditar na ideia de que são os acontecimentos que moldam as grandes
decisões, e não os homens, estamos reduzindo a tomada de decisões à mero destino
ou acaso. Ao isolar o homem da criação do processo histórico, a imagem que se tem
é de que o percurso da história é um processo independente formado à revelia dos
homens.
• "O curso dos acontecimentos em nossa época depende mais de uma série de
decisões humanas do que de qualquer destino inevitável" (MILLS, p. 31).
• Quanto menor o ciclo da elite, mais centralizados serão os meios de decisão, e maior
serão suas consequências.
• No entanto, é errôneo pensar que a história não se modele por uma série de
pequenas decisões não conscientes, que podem gerar consequências não previstas.
11. • Acreditar também que "nós" enquanto indivíduos podemos modelar o
percurso da história é irresponsável, pois retira dos homens que tem acesso
aos meios de poder a responsabilidade por decisões importantes.
• Os meios de poder, tanto institucionais como de comunicação, são por onde a
elite se articula e governa. Por isso, Mills acredita que a definição da elite no
poder é composta por quem ocupa as posições de comando que dispõem
desses meios.
• A conclusão de Mills é que a elite americana não é onipotente nem impotente.
Não há nenhum fator que possa eliminar a responsabilidade do grupo que
toma as decisões, mas também não há como negar que esse grupo
enfrentam escolhas e que essas escolhas reverberam em consequências
históricas.