O documento discute a relação entre a verdade bíblica e a ciência humana, e fornece um resumo do livro bíblico de Gênesis. O livro de Gênesis pode ser dividido em duas seções: a História Primitiva, que registra a Criação, a Queda do homem, o Dilúvio e a Dispersão; e a História Patriarcal, que registra as vidas de Abraão, Isaque, Jacó e José. O documento também explica o significado da palavra "gene" e discute os principais movimentos da
Lição 13 - Sobre A Família E A Sua Natureza - CPAD
O Livro de Gênesis: A Criação e os Primeiros Patriarcas
1. 1
A VERDADE BÍBLICA
E
A CIÊNCIA HUMANA
A VERDADEBÍBLICA E A CIÊNCIA
HUMANA ESTÃO
INTERLIGADASE DEPENDEMDE
ESTUDOS E INTERPRETAÇÕES.
VEJAMOS O PRIMEIRO LIVRO
DE GÊNESIS, CUJA PALAVRA DO
TÍTULO BÍBLICO ORIGINOU A
PALAVRA GENE:
2. 2
O QUE É O LIVRO DE GÊNESIS
Autor: O autor do Livro de Gênesis não é identificado.
Tradicionalmente, tem-se sempre achado que o autor foi
Moisés. Não há nenhuma razão determinante para negar a
autoria mosaica de Gênesis.
Quando foi escrito: O livro de Gênesis não afirma quando foi
escrito. A data de sua autoria é provavelmente entre 1440 e
1400 AC, entre o tempo quando Moisés conduziu os israelitas
para fora do Egito e a sua morte.
Propósito: O livro de Gênesis tem sido por vezes chamado de
“semente-enredo” de toda a Bíblia. A maioria das principais
doutrinas da Bíblia é introduzida de forma “semente” no livro
de Gênesis.Junto com a Queda do homem, a promessa de Deus
de salvação ou redenção é registrada (Gênesis 3:15). As
doutrinas da criação, imputação do pecado, justificação,
expiação, depravação, ira, graça, soberania, responsabilidade e
muitas outras são abordadas neste livro de origens chamado
Gênesis.
Muitas das grandes questões da vida são respondidas em
Gênesis:
(1) De onde é que eu vim ? (Deus nos criou - Gênesis 1:1)
(2) Por que estou aqui ? (Nós estamos aqui para ter um
relacionamento com Deus - Gênesis 15:6)
(3) Para onde vou ? (Temos um destino após a morte - Gênesis
25:8). Gênesis é atraente aos cientistas, ao historiador, ao
teólogo, à dona de casa, ao agricultor, ao viajante e ao homem
ou mulher de Deus. É um começo adequado para a história de
Deus do Seu plano para a humanidade, a Bíblia.
Versículos-chave:
Gênesis 1:1: “No princípio, criou Deus os céus e a terra. ”
3. 3
Gênesis 3:15: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua
descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu
lhe ferirás o calcanhar. ”
Gênesis 12:2-3: “de ti farei uma grande nação, e te abençoarei,
e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os
que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em
ti serão benditas todas as famílias da terra. ”
Gênesis 50:20: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim;
porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora,
que se conserve muita gente em vida. ”
Resumo: O livro de Gênesis pode ser dividido em duas seções:
História Primitiva e História Patriarcal:
A História Primitiva registra (1) Criação (Gênesis 1-2), (2) a
Queda do homem (Gênesis 3-5), (3) o Dilúvio (Gênesis 6-9) e (4)
a Dispersão (Gênesis capítulos 10-11).
A História Patriarcal registra as vidas de quatro grandes
homens: (1) Abraão (Gênesis 12-25:8), (2) Isaque (Gênesis 21:1-
35-29); (3) Jacó (Gênesis 25:21-50: 14) e (4) José(Gênesis 30:22-
50:26).
Deus criou um universo que era bom e livre do pecado. Deus
criou o homem para ter um relacionamento pessoal com Ele.
Adão e Eva pecaram e, assim, trouxeram o mal e a morte ao
mundo. O mal aumentou de forma constante em todo o mundo
até que houve apenas uma família emque Deus encontrou algo
de bom. Deus enviou o Dilúvio para acabar com o mal, mas
salvou Noé, sua família e os animais da Arca. Após o Dilúvio, a
humanidade começou novamente a se multiplicar e a se
espalhar por todo o mundo.
Deus escolheu Abraão, através de quem Ele criaria um povo
escolhido e eventualmente o Messias prometido. A linhagem
escolhida foi passada para o filho de Abraão, Isaque, e então ao
4. 4
filho de Isaque, Jacó. Deus mudou o nome de Jacó para Israel, e
os seus doze filhos tornaram-se os antepassados das doze tribos
de Israel. Em Sua soberania, Deus fez com que o filho de Jacó,
José, fosse enviado para o Egito como resultado das ações
desprezíveis dos seus irmãos. Este ato, projetado para o mal
pela perversidade dos irmãos, foi por Deus destinado para o
bem e eventualmente resultou em Jacó e sua família sendo
salva por José de uma fome devastadora, pois este havia
adquirido grande poder no Egito.
Prenúncios: Muitos temas do Novo Testamento têm suas
raízes em Gênesis. Jesus Cristo é a Semente da mulher que irá
destruir o poder de Satanás (Gênesis 3:15). Tal como acontece
com José, o plano de Deus para o bem da humanidade através
do sacrifício de Seu Filho foi concebido para o bem, apesar de
que aqueles que o crucificaram tiveram más intenções. Noé e
sua família são os primeiros de muitos remanescentes
retratados na Bíblia. Apesar de desvantagens esmagadoras e
circunstâncias difíceis, Deus sempre preserva um grupo
remanescente dos fiéis para Si. O remanescente de Israel
retornou a Jerusalém depois do cativeiro babilônico; Deus
preservou um remanescente através de todas as perseguições
descritas em Isaías e Jeremias; uns remanescentes de 7.000
sacerdotes foram escondidos da ira de Jezabel; Deus promete
que um grupo remanescente de judeus um dia receberá o seu
verdadeiro Messias (Romanos 11). A fé demonstrada por
Abraão seriao dom de Deus e abase de salvaçãopara os judeus
e gentios (Efésios 2:8-9, Hebreus 11).
Aplicação Prática: O tema predominante de Gênesis é a
existência eterna de Deus e a Sua criação do mundo. Não há
nenhum esforço por parte do autor de defender a existência de
Deus; elesimplesmente afirma que Deus é, sempre foi esempre
5. 5
será o Todo-Poderoso sobre todos. Da mesma forma, temos
confiança nas verdades de Gênesis, apesar das afirmações
daqueles que o negam. Todas as pessoas, independentemente
da cultura, nacionalidade ou língua, terão que prestar contas
diante do Criador. Não obstante, por causa do pecado,
introduzido ao mundo pela Queda, somos separados de Deus.
No entanto, através de uma pequena nação, Israel, o plano
redentor de Deus para a humanidade foi revelado e feito
acessível a todos. Alegramo-nos com esse plano.
Deus criou o universo, a terra e todo ser vivo. Nós podemos
confiar que Ele pode lidar com as preocupações em nossas
vidas. Deus pode tomar uma situação desesperadora (como
Abraão e Sara ainda sem filhos) e fazer coisas incríveis se
simplesmente confiarmos e obedecermos. Coisas terríveis e
injustas podem acontecer em nossas vidas, como aconteceram
com José, mas Deus sempre vai fazer surgir um bem maior se
tivermos fé Nele e em Seu plano soberano. “Sabemos que todas
as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados segundo o seu propósito”
(Romanos 8:28).
O QUE É GENE
O significadode gene na genéticaclássicaéaunidade funcional
da hereditariedade onde estão presentes os ácidos nucleicos,
portadores de informações genéticas que proporcionam a
diversidade entre os indivíduos. A palavra gene foi criada em
1909 pelo botânico dinamarquês Wilhelm Ludvig Johannsen.
Gene é uma sequência de nucleotídeos distintos que fazem
parte de um cromossomo. Cadagene codificauma determinada
sequência de uma cadeia polipeptídica (união de aminoácidos
que formam a proteína). O gene é formado por uma sequência
de DNA (ácido desoxirribonucleico) e RNA (ácido ribonucleico),
6. 6
sendo este último responsável pela síntese de proteínas da
célula.
Genética é a ciência que estuda os genes. Os genes são
classificados em: gene dominante (responsável pela atribuição
de determinada característica no descendente), gene recessivo
(manifesta-se na ausência de gene dominante), gene estrutural
(contém a informação que determina a estrutura dos seres
vivos), gene operador (atua no funcionamento de outros genes)
e gene regulador (controla a síntese e transcrição de outros
genes).
Genoma é o conjunto de genes de um indivíduo. Cada ser
humano possui um único genoma, estimando-se que seja
composto por cerca de 25 000 genes. Esse resultado foi obtido
através de um trabalho conjunto denominado Projeto Genoma
Humano, que tem a função de mapear o genoma humano, ou
seja, identificar todos os nucleotídeos que o compõem.
No princípio criou Deus o céu e a terra.
E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do
abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
E disse Deus: Haja luz; e houve luz.
E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e
as trevas.
E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde
e a manhã, o dia primeiro. Gênesis 1:1-5
MOVIMENTOS DOS CORPOS CELESTES
Foram os movimentos provocados por DEUS em todos os
corposcelestesdouniverso, quederam forma aos mesmos.
7. 7
Ao todo, existem catorze movimentos da Terra que deram
a forma atual da mesma. Alguns interferem diretamente
na vida em sociedade, outros, nem tanto.
O planeta Terra não é estático no universo, assim como
acontece com todos os corpos celestes. Ele realiza uma série de
movimentos envolvendo a órbita em torno de si mesmo, ao
redor do sol, em conjunto com a Via Láctea e com o próprio
universo. Portanto, estudar esses movimentos significa
entender uma parte da dinamicidade do espaço sideral.
Os principais movimentos da Terra, istoé, aqueles que possuem
um efeito direto mais notório em nossas vidas, são a rotação e
a translação.
A rotação é o movimento que a Terra realiza em torno de si
mesma, circulando ao redor do seu eixo imaginário central
durante um período aproximado de 24 horas, com uma
velocidade de 1.666 km/hora. A rotação ocorre no sentido anti-
horário, ou seja, de oeste para leste, o que faz com que o
movimento aparente do sol seja de leste (nascente) para oeste
(poente). A principal consequência desse movimento é a
sucessão dos dias e das noites.
A translação é o movimento elíptico que a Terra executa ao
redor do sol, com uma duração de 365 dias, 5 horas e 48
minutos em uma velocidade de 107.000 km/hora. Quando a
Terra termina uma volta completa em relação ao sol, dizemos
que se passou um ano. A principal consequência desse
movimento é a origem das estações do ano, que ocorrem pelo
fato de o eixo do planeta apresentar uma inclinação de 23º27',
ocasionando a sucessão dos solstícios e dos equinócios.
O movimento de translação também é chamado de revolução.
8. 8
Movimento de translação terrestre
Além desses dois movimentos principais, a Terra possui outros
três importantes movimentos que não possuemuma influência
muito notória sobre a humanidade, mas que são importantes
por originarem outros movimentos. Essas variações são
a precessão, a nutação e o deslocamento do periélio.
A precessão – ou precessão dos equinócios – é o movimento
giratório realizado pela projeção de eixo de rotação terrestre no
sentido horário, com uma duração cíclica de 25.770 anos. A
principal consequência é a antecipação dos equinócios e a
mudança da posição aparente dos astros celestes no céu.
A nutação é uma pequena variação periódica no eixo
rotacional terrestre que ocorre a cada 18,6 anos em função da
influência da gravidade da Lua sobre a Terra. Não há
consequências relevantes.
O deslocamento do periélio é a variação da órbita terrestre
ao redor do sol. Como sabemos, o periélio é o ponto da órbita
em que o planeta se encontra mais próximo ao corpo solar.
Assim, essa diferença varia ao longo do tempo em função da
9. 9
influência da órbita de outros planetas, com uma repetição
cíclica de 21 mil anos.
Além desses cinco movimentos apresentados, a Terra realiza
outros nove movimentos de menor importância que envolvem
derivações desses ciclos e transformações ocorridas em
conjunto com o universo.
Um desses movimentos é a obliquidade da eclíptica, que é a
variação entre o plano da órbita da Terra e o plano da Linha do
Equador, ou seja, a variação do eixo de inclinação. Esse
movimento possui um ciclo de 42 mil anos e faz com que o
ângulo desse eixo varie entre 22º e 24º30'.
Há também a variação da excentricidade da órbita, em que
o eixo de translação da Terra ora é mais circular, ora é mais
elíptico, possuindo uma duração cíclica de 92 mil anos. Há
indícios de que esse movimento seja o responsável pelas
grandes glaciações da Terra.
Já o movimento do centro de massa Terra-Lua indica a
órbita que o centro de massa do sistema Terra-Lua realiza ao
redor do sol. Da mesma forma, o movimento em torno do
centro de massa do Sistema Solar é o movimento realizado
pela Terra ao redor do centro de massa do sol e todos os
planetas que circundam ao seu redor.
Outro movimento interessante éo movimento das marés, em
que há uma contração e uma descontração cíclicas do globo
terrestre por influência da gravidade da Lua. A mais conhecida
influência desse movimento é a variação das marés.
A Terra também realiza alguns movimentos imprevisíveis, com
pequenas variações em suas órbitas, fenômeno ocasionado
pela influência dos demais planetas solares, notadamente
Vênus e Júpiter. Esses movimentos são chamados
de perturbações planetárias.
10. 10
Como o Sol também se desloca, observa-se que, concomitante
ao movimento de translação, a Terra também realiza
um movimento helicoidal em direção ao próprio sol.
Da mesma forma ocorre em relação à ViaLáctea,que apresenta
um giro ao redor de seu centro com duração de 250 milhões de
anos. A Terra, assimcomo todo o sistema solar, faz parte dessa
movimentação, que é chamada de rotação junto com a
galáxia. No entanto, como o universo continua expandindo-se,
a galáxia também se movimenta, levando todos os seus corpos
celestes consigo, o que faz com que seja considerado o
movimento de translação junto com a galáxia.
Imagem da Via Láctea
Em resumo, os 14 movimentos da Terra são:
1) Rotação
2) Translação
3) Precessão
4) Nutação
5) Deslocamento do periélio
6) Obliquidade da eclíptica
7) Variação da excentricidade da órbita
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8) Movimento de centro de massa Terra-Lua
9) Movimento em torno do centro de massa do Sistema Solar
10) Movimento das Marés
11) Perturbações Planetárias
12) Movimento Helicoidal
13) Rotação junto com a galáxia
14) Translação junto com a galáxia
O QUE É O SOL:
Portanto o que seobserva éque o SOL não tinha a queima atual,
portanto não estava formado, então vejamos:
Massa: 332.83 vezes a da Terra, Diâmetro: 1.390.000 km,
Temperatura: 6000 C, Composição Química: Hidrogênio, Hélio,
Nitrogênio, Carbono, neon, Ferro, Silício, Magnésio e enxofre
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O Sol é a estrela mais próxima denós eao seu redorgiram 8 planetas, centenas deasteroides,
dezenas de satélites, um grande número de cometas e cinco planetas -anões.
O Sol é uma estrela devido à grande quantidade de massa que
tem, de aproximadamente 334.672 vezes a massa da Terra e é
constituído principalmente de hidrogênio e hélio.
Onde fica o Sol
O Sol ocupa uma posição na periferia da Via-Láctea, a 27 mil
anos luz do seu centro. Isso corresponde a 2/3 do raio total da
Galáxia.
A posição atual do Sol é conhecida como Braço de Orion.
Da mesma forma como a Terra gira ao redor do Sol, este
também orbita ao redor do centro da Galáxia. O ano solaré de
aproximadamente 200 milhões de anos terrestres e sua
13. 13
velocidade orbital é de 250 km/segundos. Sendo a idade do Sol
de aproximadamente 4.6 bilhões de anos,é correto afirmarque
até agora o Sol já realizou cerca de 22 revoluções completas ao
redor da Via-Láctea.
A magnitude de uma estrela é medida supondo que estivesse a
uma distância de 32.6 anos-luz. Se o Sol fosse colocado a esta
distância, seu brilho seria semelhante ao de uma estrela de
magnitude igual a cinco. Assim, o Sol é uma estrela de quinta
magnitude.
A formação do Sol
Os estudos mais recentes ainda não explicamexatamente como
o Sol se formou, mas uma das teorias mais aceitas diz que antes
de existir o Sol e os planetas, o que existia no lugar do sistema
solar era uma gigantesca nuvem de gases e poeira, bem maior
que o sistema solar.
Os gases dessa nuvem seriam os que conhecemos: oxigênio,
nitrogênio e principalmente hidrogênio e hélio. A poeira seria
formada por todos os outros elementos químicos: ferro,
alumínio, urânio, etc.
Por algum motivo ainda não explicado, essa nuvem encontrou
condições adequadas para se aglomerar e se juntar em
pequenos blocos, e que começaram a se juntar em blocos cada
vez maiores.
Acredita-se que o bloco que se formou primeiro no centro da
nuvem ficou tão grande e pesado que sua força gravitacional se
tornou forte o suficiente para reter os gases com muita
facilidade.
Continuando a atrair os gases devido à formação gravitacional,
esse bloco aumentou tanto de tamanho e massa que acabou se
transformado no Sol. Os blocos menores que se formaram ao
redor do bloco central deram então origem aos planetas.
14. 14
Algumas pessoas pensamque os planetas são pequenas bolhas
expelidas pelo Sol, pois os cientistas do século 19 e início do
século 20 pensavam assim. Atualmente sabe-se que isso não é
verdade e a teoria apresentada, de gás e poeira, é a mais aceita
entre a comunidade científica.
Pela Lei da Gravitação Universal de Isaac Newton (1642-1727) é
possível calcular a massa solar que é estimada em 334.672
vezes a massa da Terra, com um raio de 700 mil km.
A densidade média é 1.4 g/cm3, já que a matéria não é
homogênea em seu interior. No centro solar a densidade é
muito maior, enquanto que nas camadas externas é muito
inferior.
O seu eixo de rotação tem uma inclinação em relação ao plano
da eclíptica de 7° 15''.
Apesar da massa estelar ser centenas de milhares de vezes
maior que a da Terra, a gravidade na superfície solaré somente
28 vezes maior que a gravidade terrestre.
A superfície não é solida, mas sim em estado de plasma e gás e
apresenta temperatura da ordem de 5.770 graus Kelvin.
O fato de o Sol ser basicamente um corpo constituído por um
fluído (plasma e gás), provoca o fenômeno conhecido
como rotação diferenciada.
A velocidade dessa rotação varia nas diferentes latitudes com
um valor máximo no equador (2 km/segundo) correspondendo
a 25,03 dias e uma mínima nos polos com um período de 30
dias.
Essas informações só foram possíveis graças à observação das
manchas solares, vistas mais adiante.
O Sol representa 99.867% de toda a massa do Sistema Solar. O
restante está dividido entre os planetas, asteroides, satélites e
cometas.
15. 15
Como o Sol funciona
Quando só as reações químicas eram conhecidas para a
produção de fogo e calor, acreditava-seque o Sol funcionava de
maneira similar, até que os cientistas calcularam sua massa e
quantidade de energia necessária para mantê-lo aquecido.
Constatou-se que se assimfosse, o Sol não duraria mais de 100
anos.
Como o Sol é muito mais velho que 1 século, o mecanismo de
geração de calor deveria ser outro, descoberto na primeira
metade do século XX, a partir do estudo da energia atômica.
Sabemos que quando um gás é comprimido, este tende a se
aquecer. Para comprovar isso, experimente encher um pneu de
bicicleta usando uma pequena bomba manual. Tanto o bico do
pneu como a extremidade próxima da bomba se aquecem.
Isso ocorre por que o gás que está dentro da bomba é
comprimido pela força que você faz para encher o pneu.
Quando o pneu está quase cheio e você faz mais força, o gás
fica ainda mais quente.
Sabemos também que a pressão aumenta com a profundidade.
Se mergulharmos 2 ou 3 metros dentro de uma piscina
percebemos claramente o aumento da pressão em nossos
ouvidos.
No Sol, a pressão é milhões de vezes maior que a pressão na
Terra. Para se ter uma ideia, no Sol pode-se afundar até 50
vezes o diâmetro da Terra sem que cheguemos ao seu centro.
O hidrogênio, combustível principal do Sol, ao ser submetido à
essa gigantesca pressão, chega a atingirtemperaturas de até 15
milhões de graus. Nestas condições o núcleo do hidrogênio se
funde e se transforma em hélio, liberando uma enorme
quantidade de energia. Esse processo se chama fusão nuclear e
produz milhões de vezes mais energia que as reações nucleares
16. 16
produzidas na Terra.
Aqui na terra recebemos somente uma pequena fração de toda
a energia que o Sol produz.
Foi somente no século XX que os cientistas atingiram
conhecimentos teóricos suficientes para elaborar uma teoria a
respeito de toda a energia que o Sol irradia.
A estrutura externa do Sol
O Sol é formado por três principais camadas: A fotosfera, a
crosfera e a coroa solar.
Aparentemente a olho nu ou com instrumentos de baixa
precisão a superfície do Sol é bastante uniforme, mas na
realidade ela é formada por pequenas estruturas hexagonais,
os grânulos, de forma irregular e separadas por zonas mais
escuras.
E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja
separação entre águas e águas.
E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que
estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a
expansão; e assim foi.
E chamou Deus à expansão Céus, e foi a tarde e a manhã, o dia
segundo. Gênesis 1:6-8
O que seobserva nos Versículos 6 ao 8 do Capítulo 1 de Gênesis,
é que não havia se formado a atmosfera, espaço necessário
para a vida na Terra.
ATMOSFERA TERRESTRE
17. 17
Imagem da Terra vista do Apollo 17.
Quando visto de uma certa altitude, como aqui de um avião, o céu varia de cor
A atmosfera terrestre é uma camada de gases que envolve a
Terra e é retida pela força da gravidade. A atmosfera terrestre
protege a vida na Terra absorvendo a radiação
ultravioleta solar, aquecendo a superfície por meio da
18. 18
retenção de calor (efeito estufa), e reduzindo os extremos de
temperatura entre o dia e a noite. Visto do espaço, o
planeta Terra aparece como uma esfera de coloração azul
brilhante. Esse efeito cromático é produzido pela dispersão da
luz solar sobre a atmosfera, e que existe também em outros
planetas do sistema solar dotados de atmosfera.
O ar seco contém, em volume, cerca de 78,09% de nitrogênio,
20,95% de oxigênio, 0,93% de argônio, 0,039% de gás
carbônico e pequenas quantidades de outros gases. O ar
contém uma quantidade variável de vapor de água, em média
1%.
A atmosfera tem uma massa de aproximadamente 5 x 1018 kg,
sendo que três quartos dessa massa estão situados nos
primeiros 11 km desde a superfície. A atmosfera terrestre se
torna cada vez mais tênue conforme se aumenta a altitude, e
não há um limite definido entre a atmosfera terrestre e
o espaço exterior. Apenas em altitudes inferiores a 120 km a
atmosfera terrestre passa a ser bem percebida durante
a reentrada atmosférica de um ônibusespacial,porexemplo.
A linha Kármán, a 100 km de altitude, é considerada
frequentemente como o limite entre atmosfera e o espaço
exterior.
Composição da atmosfera terrestre.
Quantidade média de vapor de água na atmosfera
19. 19
A atmosfera terrestre é composta principalmente
de nitrogênio, oxigênio e argônio. Os gases restantes são
muitas vezes referidos como gases traços, entre os quais estão
incluídos os gases do efeito estufa, como vapor de água,
o dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e o ozônio. O
ar filtrado pode conter vestígios de muitos outros compostos
químicos. Muitas substâncias naturais podem estar presente
em quantidades ínfimas em uma amostra de ar não purificada,
incluindo poeira, pólen e esporos, gotículas de água
líquida, cinzas vulcânicas e meteoroides. Vários poluentes
industriais também podem estar presentes, tais como
o cloro (elementar ou em compostos), compostos
de flúor, mercúrio elementar e compostos de enxofre, tais
como dióxido de enxofre (SO2, que pode causar a chuva
ácida).
Composição da atmosfera ( isenta de água), por volume
ppmv: partes por milhão por volume (nota: a fração de
volume é igual à fração molar para apenas gases ideais)
Gás Volume
Nitrogênio (N2) 780.840 ppmv (78,084%)
Oxigênio (O2) 209.460 ppmv (20,946%)
Argônio (Ar) 9.340 ppmv (0,9340%)
Dióxido de
carbono (CO2)
390 ppmv (0,0390%)[2]
Neônio (Ne) 18,18 ppmv (0,001818%)
Hélio (He) 5,24 ppmv (0,000524%)
Metano (CH4) 1,79 ppmv (0,000179%)[3]
20. 20
Criptônio (Kr) 1,14 ppmv (0,000114%)
Hidrogênio (H2) 0,55 ppmv (0,000055%)
Óxido nitroso (N2O) 0,3 ppmv (0,00003%)
Monóxido de
carbono (CO)
0,1 ppmv (0,00001%)
Xenônio (Xe) 0,09 ppmv (9x10−6%)
Ozônio (O3) 0,0 a 0,07 ppmv (0% a 7x10−6%)
Dióxido de
nitrogênio (NO2)
0,02 ppmv (2x10−6%)
Iodo (I) 0,01 ppmv (10−6%)
Amônio (NH3) Traços
Gases não incluídos na alta atmosfera (amostra isenta de
água):
Vapor de água (H2O)
~0.40% em toda a atmosfera,
normalmente entre 1%-4% na
superfície
Vapor de água
21. 21
Figura de monitoramentoda concentração devaporna atmosfera causada pelo fenômeno El
Niño
O vapor d'água na atmosfera encontra-se principalmente nas
camadas mais baixas da atmosfera (75% de todo o vapor d'água
está abaixo dos quatro mil metros de altitude) e exerce o
importante papel de regulador da ação do Sol sobre a
superfície terrestre. A quantidade de vapor varia muito em
função das condições climáticas das diferentes regiões
do planeta; os níveis de evaporação e precipitação são
compensados até chegara um equilíbrio na baixa atmosfera: o
vapor de água contido nas camadas inferiores está muito
próximo ao seu ponto de saturação. A água torna-se líquida
quando a sua concentração chega a 4% na baixa atmosfera.
O ar, em algumas áreas, como desertos, pode estar
praticamente isento de vapor de água, enquanto em outras
pode chegar a ao nível de saturação, algo muito comum nas
regiões equatoriais, onde a precipitação pluvial é constante
todo o ano.
Camadas da atmosfera.
A temperatura da atmosfera terrestre varia entre camadas em
altitudes diferentes. Portanto, a relação matemática entre
temperatura e altitude também varia, sendo uma das bases da
classificação das diferentes camadas da atmosfera.
A atmosfera está convencionalmente estruturada em cinco
camadas, três das quais são relativamente quentes, separadas
por duas camadas relativamente frias. Os contatos entre essas
camadas são áreas de descontinuidade, e recebem o sufixo
"pausa" após o nome da camada subjacente.
Troposfera
A Troposfera é a camada atmosférica que se estende da
superfície da Terra até a base da estratosfera. Esta camada
responde por cerca de oitenta por cento do peso atmosférico e
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é a única camada em que os seres vivos podem respirar
normalmente. A sua espessura média é de aproximadamente
12 km, atingindo até 17 km nos trópicos e reduzindo-se para em
torno de sete quilômetros nos polos. Praticamente todos
os fenómenos meteorológicos estão confinados a esta
camada.
Na base da troposfera encontra-se a camada limite
planetária (CLP) (também chamada de camada limite
atmosférica - CLA), a camada mais baixa da troposfera, com
uma altura média de 1 km, na qual os efeitos da superfície são
importantes, como o ciclo diurno de aquecimento e
resfriamento. O que distingue a CLP de outras regiões da
troposfera é a turbulência atmosférica e seu efeito de
mistura, resultando na chamada camada de mistura (CM).
Acima da CLP, o escoamento atmosférico é laminar (não
turbulento), e o ar desliza em camadas, à exceção do
movimento turbulento que é encontrado dentro das
nuvens convectivas do tipo cumulonimbus, de grande
desenvolvimento vertical.
Em geral, a base das nuvens e a uma inversão térmica de
altitude podem ser encontradas junto ao topo da CLP,
limitando-a. Os poluentes atmosféricos são difundidos pela
turbulência dentro da CLP e transportados a longas distâncias,
até encontrar uma região de ocorrência de nuvens de grande
desenvolvimento vertical que possam lhes transportar até a
troposfera superior. Uma camada de transição existe entre a
CLP e a atmosfera livre, na qual ocorre a intrusão de ar frio e
seco da atmosfera livre dentro da CLP. O ar da CLP sobre os
continentes nas latitudes tropicais em geral é quente e úmido.
Os fluxos de calor, umidade e de poluentes ocorrem na base da
CLP a partir da superfície e, por isso, o fluxo turbulento de calor
23. 23
diminui verticalmente. Em geral, durante o dia, a CLP é uma
camada convectiva, durante a noite, é estável junto à superfície
que se resfria por perda radiativa do calor acumulado durante
o dia.
Tropopausa
A tropopausa é o nome dado à camada intermediária entre a
troposfera e a estratosfera, situada a uma altura média em
torno de 17 km sobre a linha do Equador. A distância da
tropopausa em relação ao solo varia conforme as condições
climáticas da troposfera, da temperatura do ar, da latitude,
entre outros fatores. Se existe na troposfera uma agitação
climática com muitas correntes de convecção, a tropopausa
tende a subir. Isto se deve por causa do aumento do volume do
ar na troposfera, este aumentando, aquela aumentará, por
consequência, empurrará a tropopausa para cima.
Estratosfera
24. 24
Gráfico queilustra distribuiçãodas camadas da atmosfera segundoa pressão, temperatura,
altitude e densidade
Na estratosfera a temperatura aumenta com a altitude e se
caracteriza pelos movimentos horizontais do ar. Situa-se
aproximadamente entre 7 e 17 até 50 km de altitude
aproximadamente, compreendida entre a troposfera e a
mesosfera. Apresenta pequena concentração de vapor de
água, e a temperatura cresce conforme maior a altitude até a
região limítrofe, denominada estratopausa. Muitos aviões a
jato circulam na estratosfera devido à sua estabilidade. É nesta
camada que está situada a camada de ozônio, e onde começa
a dispersão da luz solar (que origina o azul do céu).
Estratopausa
A estratopausa é a região limítrofe entre a estratosfera e a
mesosfera e onde a temperatura para de aumentar conforme a
elevação da altitude, marcando o início da mesosfera.
Mesosfera
Na mesosfera a temperatura diminui com a altitude. Esta é a
camada atmosférica onde há uma substancial queda de
temperatura, chegando até a -90°C em seu topo. A mesosfera
está situada entre a estratopausa em sua parte inferior
e mesopausa em sua parte superior, entre 50 a 80/85 km de
altitude. É na mesosfera que ocorre o fenómeno da
aeroluminescência das emissões da hidroxila e é nela que se dá
a combustão dos meteoroides.
Mesopausa
A mesopausa é a região da atmosfera que determina o limite
entre uma atmosfera com massa molecular constante de outra
onde predomina a difusão molecular.
Termosfera
Na termosfera a temperatura aumenta com a altitude, e está
localizada acima da mesopausa. Sua temperatura aumenta
25. 25
rapidamente com a altitude até onde a densidade
das moléculas é tão pequena que se movem em trajetórias
aleatórias, chocando-se raramente. A temperatura média da
termosfera é de 1.500°C, mas a densidade é tão pequena que a
temperatura não é sentida normalmente. Sua espessura varia
entre 350 a 800 km dependendo da atividade solar, embora
sua espessura seja tão pequena quanto 80 km em épocas de
pouca atividade solar. É a camada onde ocorrem as auroras e
onde orbita o ônibus espacial.
Termopausa
A termopausa ou exobase é a região limítrofe entre
a termosfera e a exosfera. Fisicamente, toda a radiação solar
incidente atua abaixo da termopausa, mas pode ser
negligenciado quando é considerado a exosfera, onde a
atmosfera é tão tênue que fenômenos decorridos aí
praticamente não são percebidos.
Exosfera
A camada mais externa da atmosfera da Terra seestende desde
a termopausa para o espaço exterior. Aqui, as partículas estão
tão distantes que podem viajar centenas de quilômetros sem
colidir umas com as outras. Uma vez que as partículas colidem
raramente, a exosfera não se comporta como um fluido. Essas
partículas que se movem livremente seguem trajetórias
retilíneas e podem migrar para dentro ou para fora
da magnetosfera ou da região de atuação do vento solar. A
exosfera é composta principalmente de hidrogênio e hélio.
Não existe um limite definido entre o espaço exterior e a
atmosfera. Presume-se que esta tenha cerca de mil quilômetros
de espessura, 99% da densidade está concentrada nas camadas
mais inferiores e cerca 80% da massa atmosférica está numa
faixa de 11 km desde a superfície. À medida que se vai subindo,
26. 26
o ar vai se tornando cada vez mais rarefeito, perdendo sua
homogeneidade e composição. Na exosfera, zona em que foi
arbitrado limítrofe entre a atmosfera e o espaço
interplanetário, algumas moléculas de gás acabamescapando à
ação do campo gravitacional.
O limite onde os efeitos atmosféricos são notáveis durante
a reentrada atmosférica, fica em torno de 120 km de altitude.
A altitude de 100 quilômetros, conhecida como a linha
Kármán, também é usadafrequentemente como o limite entre
atmosfera e o espaço exterior.
Outras camadas
Além das cinco camadas principais determinadas pela
temperatura, outras camadas são determinadas por várias
outras propriedades.
Ozonosfera
A ozonosfera ou camada de ozônio está contida dentro
da estratosfera. Nesta, a concentração da camada de ozônio é
de cerca de 2 a 8 partes por milhão, que é muito maior do que
o ozônio na atmosfera próxima à superfície, mas ainda é muito
pequeno quando comparado com os principais componentes
da atmosfera. Está localizada principalmente na parte inferior
da estratosfera, entre 15 a 35 km de altitude, embora a
espessuravarie sazonalmente e geograficamente. Cerca de 90%
do ozônio em nossa atmosfera está contida na estratosfera.
Ionosfera
27. 27
As auroras polares ocorrem na ionosfera
A ionosfera, a parte da atmosfera ionizada pela radiação
solar, estende-se de 50 a 1.000 km de altitude e, normalmente,
engloba tanto a termosfera quanto a exosfera. A ionosfera
representa a fronteira interna da magnetosfera. Tem
importância prática, e influencia, por exemplo, a propagação
radioelétrica sobre a Terra. É responsável pelas auroras. É
dividida em subcamadas que se diferem pela quantidade de
energia eletromagnética recebida pelo sol ou de ficarem mais
ativas quando os raios solares incidem perpendicularmente no
meio.
Homosfera e heterosfera
A homosfera e a heterosfera são definidas pelo fato de que os
gases atmosféricos estão ou não bem misturados. No
homosfera, a composição química da atmosfera não depende
do peso molecular; os gases são misturados pela turbulência.
A homosfera inclui a troposfera, a estratosfera e a mesosfera.
Acima da turbopausa, a cerca de 100 km de altitude
(essencialmente a altitude da mesopausa), a composição varia
com a altitude. Isso ocorre porque a distância que as partículas
podem se mover sem colidir uma com as outras é grande em
comparação com o tamanho dos movimentos turbulentos que
fazem a mistura. Isso permite que os gases estratifiquem-se
28. 28
pelo peso molecular; os mais pesados, como
o oxigênio e nitrogênio, estão presentes apenas próximos da
parte inferior da heterosfera. A parte superior do heterosfera é
composta quase que totalmente por hidrogênio, o elemento
mais leve.
Camada limite planetária
A camada limite planetária é a parte da troposfera que está
mais próxima da superfície terrestre, e é diretamente afetada
por ela, principalmente através da difusão turbulenta.
Durante o dia, a camada limite planetária é geralmente bem
misturada, enquanto à noite, torna-se estavelmente
estratificada, com ocasiões de mistura fraca ou intermitente. A
profundidade da camada limite planetária varia de 100 m,
durante noites claras e calmas, para 3.000 m ou mais durante a
tarde nas regiões secas.
Propriedades físicas
As camadas mais altas da atmosfera terrestre.
A pressão atmosférica média ao nível do mar é de cerca de
1 atmosfera (atm) = 101,3 kPa (quilopascais) = 14,7 psi (libras
por polegada quadrada) = 760 mmHg (milímetros de
mercúrio). A massa atmosférica total é de 5,1480 ×
1018kg, cerca de 2,5% inferior ao que seria calculado
ingenuamente a partir da pressão média ao nível do mar e da
área da Terra, de cerca de 51.007,2 mega-hectares. este desvio
29. 29
nos cálculos é devido ao terreno montanhoso da superfície
terrestre. A pressão atmosférica é o peso total do ar por
unidade de área, no ponto onde a pressão é medida. Assim, a
pressão do ar varia com a localização e momento, porque a
quantidade de ar acima da superfície da Terra varia.
Se a densidade atmosférica se mantiver constante com a altura,
aatmosfera iriaterminar abruptamente a8,50 km. Ao vez disso,
a densidade da atmosfera diminui com a altura, caindo em 50%
a uma altitude de cerca de 5,6 km. Como resultado, a pressão
atmosférica decresce exponencialmente com a altura,
continuando a diminuir 50% a cada 5,6 km até atingir a
mesopausa. No entanto, a partir da mesopausa, mudanças nos
valores da gravidade , temperatura, peso molecular médio em
toda a coluna atmosférica, a dependência da pressão
atmosférica à altitude é modelado por equações separadas
para cada uma das camadas acima. Mesmo na exosfera, a
atmosfera ainda está presente. Isto pode ser visto pelos efeitos
do arrasto atmosférico em satélites.
Em resumo, as equações da pressão em função da altitude
podem ser usadas diretamente para estimar a espessura da
atmosfera:
50% da atmosfera, em massa, está a uma altitude inferior a
5,6 km.
90% da atmosfera, em massa, está a uma altitude inferior a
16 km.
99,99997% da atmosfera, em massa, está abaixo de 100 km de
altitude, embora nas camadas rarefeitas acima,
existem auroras e outros fenômenos atmosféricos.
Densidade e massa
30. 30
Temperatura e densidade em função da altitudedo modelo atmosférico padrãoNRLMSISE-
00
A densidade do ar ao nível do mar é cerca de 1,2 kg/m³. A
densidade não deve ser medida diretamente, mas é calculada a
partir de medições de temperatura, pressãoe umidade, usando
a equação de estado para o ar (uma forma da lei dos gases
ideais). A densidade atmosférica diminui com o aumento da
altitude. Esta variação pode ser aproximadamente modelada
utilizando a equação barométrica. Modelos mais sofisticados
são usados para prever a decaimento orbital dos satélites.
A massa média da atmosfera é de cerca de 5 quatrilhões
(5x1015) de toneladas, ou cerca de 1/1.200.000 a massa da
Terra. Segundo o Centro Nacional de Pesquisas
Atmosféricas dos Estados Unidos, "A massa média total da
atmosfera é de 5,1480 × 1021g, comuma variação anual, devido
às diferentes concentrações de vapor de água, que varia entre
1,2 a 1,5 × 1018g, dependendo dos dados da pressão
atmosférica superfície ou de vapor de água utilizados, pouco
menor do que a estimativa anterior. A massa média de vapor
d'águaé estimada em 1,27 × 1019g,e massadaatmosfera isenta
de ar como 5,1352±0,0003 × 1018kg."
Fenômenos ópticos
A radiação (ou luz) solar é a energia que a Terra recebe do
sol.A Terra também emite radiação de volta para o espaço, mas
em comprimentos de onda mais longos, que não podemos ver.
31. 31
Parte da radiação emitida e é absorvida ou refletida pela
atmosfera.
Dispersão
Quando a luz passa através da atmosfera, os fótons interagem
através da dispersão. Se a luz não interagir com a atmosfera,
então ocorre a radiação direta e é o que nós vemos quando
olhamos diretamente para o sol. A radiação indireta é a luz que
é dispersa na atmosfera. Por exemplo, em um dia nublado,
quando não conseguimos ver a nossa própria sombra, não há
radiação direta, toda aluz visívelé produto de radiaçãoindireta.
Devido a um fenômeno óptico conhecido como dispersão de
Rayleigh, comprimentos de onda mais curtos (azul) se
dispersammais facilmente do que comprimentos de onda mais
longos (vermelho). É por isso que o céu parece azul, resultado
de radiação indireta que dá preferência aos comprimentos de
onda que tendem ao azul. Também por isso, o pôr-do-sol é
vermelho, porque o Sol está próximo do horizonte, e os raios
solares têm que atravessar uma atmosfera mais espessa para
chegar a nossa visão. Grande parte da luz azul é espalhada e
neutralizada, deixando apenas a luz vermelha em um pôr-do-
sol.
Absorção
A opacidade, ou transmitância, da atmosfera terrestre em
diferentes comprimentos de onda, incluindo o espectro visível
32. 32
Diferentes moléculas absorvem radiações com diferentes
comprimentos de onda. Por exemplo, o oxigênio e
o ozônio absorvem quase todos os comprimentos de onda
mais curtos do que 300 nanômetros (radiação ultravioleta e
radiações mais energéticas). A água absorve vários
comprimentos de onda acima de 700 nm
(radiação infravermelha e radiações menos energéticas).
Quando uma molécula absorve um fóton, aumenta aenergia da
molécula. Podemos deduzir isso como o aquecimento da
atmosfera, mas também a atmosfera se resfria emitindo
radiação.
O espectro de absorção combinado dos gases na atmosfera
deixa "janelas" de baixa opacidade, permitindo a transmissão
de apenas determinadas faixas de luz. A janela óptica vai de
cerca de 300 nm (ultravioleta-C), até 1.100 nm (infravermelho)
Está janela inclui o espectro visível, de comprimento de onda
de 400 a 700 nm. Há também janelas de infravermelho e
de rádio, cujo comprimento de onda varia de um centímetro a
11 metros.
A temperatura média da atmosfera Na superfície terrestre é de
14°C. ou 15°C, dependendo da referência.
Emissão
A emissão é o oposto da absorção, que é quando um corpo
emite radiação. Corpos tendem a emitir quantidades e
comprimentos de onda de radiação em função de sua curva de
emissão de seu "corpo negro". Portanto, corpos quentes
tendem a emitir mais radiação com comprimentos de onda
mais curtos. Corpos mais frios emitem menos radiação, com
comprimentos de onda mais longos. Por exemplo, a
temperatura da superfíciesolaré de aproximadamente 6000 K,
33. 33
mas seupico de radiação estásituado próximo ao comprimento
de onda de cerca de 500 nm, e é visível ao olho
humano. A temperatura da superfície terrestre é de 290 K,
então seu pico de radiação tem o comprimento de onda
próximo de 10.000 nm, e é demasiado longo para ser visível aos
seres humanos.
Por causa de sua temperatura, a atmosfera emite radiação
infravermelha. Por exemplo, em noites claras, a superfície da
Terra se esfria mais rapidamente do que em noites nubladas.
Isso ocorre porque as nuvens são fortes absorvedoras e
emissoras de radiação infravermelha. É também por isso, a
noite torna-se mais fria emaltitudes mais elevadas.A atmosfera
age como um "cobertor", que limita a quantidade de radiação
que a Terra perde para o espaço.
O efeito estufa está diretamente relacionado a esta absorção e
emissão em vigor. Alguns compostos químicos na atmosfera
absorvem e emitem radiação infravermelha, mas não
interagem com a luz solarno espectro visível.Os exemplos mais
comuns destes produtos químicos são o gás carbônico e a
água. Se houver excesso de gases do efeito estufa, o Sol
aquece a superfície da Terra, mas os gases bloqueiam a
radiação infravermelha de sair de volta para o espaço. Este
desequilíbrio faz com que a Terra se aqueça e,
consequentemente causa alterações climáticas.
Índice de refração
O índice de refração do ar é ligeiramente maior do que 1.
Variações sistemáticas no índice de refração podem levar à
curvatura dos raios de luz ao longo de grandes percursos óptico.
Por exemplo, em algumas circunstâncias, os observadores a
bordo dos navios pode ver outros navios ao longo
34. 34
do horizonte apenas porque a luz é refratada na mesma
direção da curvatura da superfície da Terra.
O índice de refração do ar depende da temperatura, dando
origem a efeitos de refração, quando o gradiente de
temperatura é grande. Um exemplo desses efeitos é
a miragem.
Dinâmica atmosférica
Uma vista idealizada das três grandes células de circulação atmosférica
Exemplo de Mapeamento da temperatura da superfície da Terra
As camadas superiores do planeta refletem em torno de 40% da
radiação solar. Dos 60% restantes, aproximadamente 17% são
absorvidos pelas camadas inferiores, sendo que
o ozônio interage e absorve os raios ultravioleta. O dióxido
de carbono e o vapor de água absorvem os
raios infravermelhos. Restam 43% da energia solar, e esta
35. 35
alcança a superfície do planeta, que por sua vez reflete dez por
cento das radiações solares de volta para o espaço. Além dos
efeitos descritos, existe ainda a influência do vapor de água e
sua concentração variável. Estes, juntamente com a inclinação
dos raios solares em função da latitude, agemde forma decisiva
na penetrância da energia solar, que por sua vez tem
aproximadamente 33% da energia absorvida por toda a
superfície atingida durante o dia, sendo uma parte muito
pequena desta reirradiada durante a noite. Existe ainda a
influência e interação dos oceanos com a atmosfera em sua
autorregulação. Estes mantêm um equilíbrio dinâmico entre os
fenômenos climáticos das diferentes regiões da Terra.
Todos os mecanismos relatados acima atuando em conjunto,
geram uma transição suave de temperaturas em todo o
planeta. A exceção à regra ocorre onde são menores a
quantidade de água a espessura da troposfera, como nos
desertos e cordilheiras de grande altitude.
36. 36
Mapeamento de velocidade dos ventos
Na baixa atmosfera, o ar se desloca tanto no sentido horizontal
quanto no sentido vertical, sempre compensando as mudanças
na pressão atmosférica decorridas pelas diferenças de
temperatura; ao aquecer-se, uma massa de ar aquecida sobe,
e ao esfriar-se, desce, gerando assim, umsistema oscilatório de
variação da pressão atmosférica que pode adquirir
características próprias.
Uma dos maiores determinantes na distribuição do calor e
umidade na atmosfera é a circulação do ar, pois esta ativa a
evaporação média, dispersa as massas de ar quente ou frio,
conforme a região e o momento. Por consequência caracteriza
o próprio tempo meteorológico e o clima típico de uma
determinada região.
A circulação atmosférica é o movimento em larga escala da
atmosfera, e os meios (juntamente com a circulação
37. 37
oceânica), pelo qual o calor é distribuído ao redor da Terra. A
estrutura de grande escala da circulação atmosférica varia de
ano para ano, mas aestrutura básicapermanece razoavelmente
constante, uma vez que é determinado pela taxa de rotação da
Terra (força de Coriolis) e pela diferença de radiação solar
entre a linha do Equador e os polos.
A evolução da atmosfera terrestre
Podemos compreender razoavelmente a história da atmosfera
da Terra até há um bilhão anos atrás. Regredindo no tempo,
podemos somente especular, pois, é uma área ainda em
constante pesquisa.
Primeira atmosfera
A primeira atmosfera era composta principalmente
por hélio e hidrogênio. O calor provindo da crosta
terrestre ainda em forma de plasma, e o Sol, a dissiparam.
Segunda atmosfera
Há evidências de que existia água em estado líquido na
superfície terrestre há pelo menos 3,8 bilhões de anos,
comprovados pela coleta de sedimentos que datam daquela
época.
400 milhões de anos mais tarde, praticamente não
havia oxigênio livre e era composta quase que integralmente
por nitrogênio e compostos de carbono. Era aproximadamente
100 vezes mais densa do que a atmosfera atual, embora a
existência de vida, que é comprovada a partir de 3,5 bilhões de
anos, já interferia na composição da antiga atmosfera. O sol
emitia cerca de 30% menos radiação do que atualmente, mas
as evidências geológicas comprovam que existiam oceanos
líquidos sobre a superfície terrestre naquela época. Esta
discrepância, conhecida como o paradoxo do jovem Sol
38. 38
fraco, pode evidenciar que o efeito estufa naquela época era
muito maior do que atualmente.
De fato, as evidências geológicas mostram que a temperatura
na superfície terrestre praticamente se manteve constante por
bilhões de anos, com a exceção de uma era glacial ocorrida há
2,4 bilhões de anos
Surgiram organismos fotossintéticos que evoluiriam e
começaram a converter dióxido de carbono em oxigênio.No fim
do período arqueano, as primeiras evidências da presença de
oxigênio começaram a se desenvolver, provavelmente de algas
fotossintetizantes, descobertas em fósseis estromatólitos tão
antigos quanto 2,7 bilhões de anos. As proporções
dos isótopos de carbono daquela época são praticamente as
mesmas de hoje em dia, sugerindo que as estruturas
fundamentais do ciclo docarbono jáestavamestabelecidas há
pelo menos 4 bilhões de anos.
Terceira atmosfera
Concentração de oxigênio na atmosfera terrestre ao longo dos
últimos um bilhão de anos
Com a acreção dos continentes há cerca de 3,5 bilhões de
anos. O movimento das placas tectônicas rearranjou
39. 39
continuamente os continentes e também moldaram a evolução
do clima, permitindo a transferência do gás carbônico
atmosféricos para grandes depósitos orgânicos continentais.
Embora a produção de oxigênio por organismos seja tão antiga
quanto 3 bilhões de anos, o oxigênio livre na atmosfera não
existiaaté pelo menos há 1,7 bilhões/mil milhões de anos; o que
pode ser verificado pela formação de óxido de ferro em
sedimentos e o fim da sedimentação do ferro em estado
elementar. Foi o fim da atmosfera redutiva para a atmosfera
oxidante. A partir de então, a quantidade de oxigênio na
atmosfera terrestre manteve-se estável em5% até 600 milhões
de anos atrás, mas alcançou um pico de 35% há 300 milhões de
anos. Desde então, a quantidade de oxigênio na atmosfera
sofreu flutuações até se estabilizar em 21% atualmente.
E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar;
e apareça a porção seca; e assim foi.
E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das
águas chamou Mares; e viu Deus que era bom. Gênesis 1:9,10
O que seobserva nos Versículos 9 e 10 do Capítulo 1 de Gênesis,
é que não haviam se formados os continentes, espaços
necessários para a vida terrestre.
O QUE SÃO OS CONTINENTES
40. 40
Continente é uma grande massa de terra cercada por água. Na
gigantesca massa de água salgada (formada principalmente
pelos oceanos) pela qual são cobertos mais de 10%
da superfície terrestre, é muito fácil notar aqui e ali o
aparecimento de territórios contínuos muito extensos, o que
torna pouco conveniente para os geógrafos dar a essas massas
o nome de ilhas. Assim, essas extensões de terras são definidas
como continentes.
O conceito que os geógrafos usam para definir uma massa
continental pode variar segundo os critérios que esses
especialistas adotam em cada caso, podendo
ser físicos,culturais, políticosou históricos.A definiçãofísica
de maior disseminação considera a divisão em quatro
continentes: América, Eurafrásia, Austrália e Antártida.
Mas, seguindo-se critérios tanto culturais como políticos,
costuma-se considerar a Europa, a Ásia e a África,
a América, e a Oceania.
Historicamente, o Velho Mundo é constituído pelos mesmos
três continentes que constituem a
Eurafrásia: Europa, Ásia e África. Essa classificação é baseada
41. 41
numa verdadeira afirmação de que as três massas terrestres se
unem geograficamente: Ásia e Europa (Eurásia),
cujos acidentes que ligam os continentes são o Cáucaso,
o mar Cáspio e a cordilheira dos Urais, no momento em que
a África e a Ásia são comunicadas pelo istmo do
Suez. No Novo Mundo são agrupados ambos os
subcontinentes americanos que o istmo do Panamá une; e
no Novíssimo Mundo (Oceania) são reunidas a grande ilha
australiana, as ilhas da Tasmânia, Nova Zelândia, Nova
Guiné, e
os arquipélagos da Melanésia, Micronésia e Polinésia.
Etimologia
A origem etimológica do nome "continente" é derivada das
palavras latinas continens e entis, que significam "contínuo,
ininterrupto" (e, "abstinente, moderado"), estando no
particípio presente de continere, significando "conter,
abranger", verbo oriundo de cum, con e tenere, tendo o
significado de "ter". Esta é a fonte do eruditismo em cinco
línguas europeias: em língua
portuguesa, espanhola e italiana, continente (século XV);
em língua inglesa continent, (século XIV);
o vocábulo inglês continent é uma palavra que foi emprestada
do vocábulo francês continent (século XII). Na acepção
geográfica que se considera abaixo, os substantivos das quatro
línguas europeias têm o mesmo significado: em português,
espanhol e italiano, continente (século XVI); em
francês, continent (1532); em inglês, continent (1590); e
em língua alemã Kontinent (entre os séculos XVI e XVII). O
vocábulo português e espanhol continente foi documentado
entre os séculos XII e XIV, significado "gesto, atitude, parte",
cujo sentido atualmente está obsoleto.
42. 42
Classificação e estatísticas
Tipologias
Existem dois tipos de continentes:
físicos: é qualquer massa de terra mais extensa que
a Groenlândia.
políticos: é um conjunto de países em uma certa região do
mundo que podem conter arquipélagos ou ilhas fora de seu
território.
A seguir a lista dos continentes em sua definição mais
abrangente:
físicos: América, Eurafrásia, Austrália e Antártida[9]
políticos: América, Europa, Ásia, África, Oceania e Antárti
da[9]
Os continentes políticos nem sempre sãosomente os que foram
citados acima, sendo que a América é frequentemente dividida
em duas partes: a América do Norte e a América do Sul,
visto que muitas vezes a América Central e arquipélago
do Caribe são considerados ainda outras subdivisões do
continente.
O termo "Eurafrásia" é incomum, mas é o mais correto para se
referir à grande massa de terra que é subdividida em Europa,
África e Ásia, visto que a Ásia e a Europa se separam
pelos montes Urais e a África se separa da Ásia pelo Canal de
Suez; nenhuma dessas regiões são oceanos, e portanto, a
Eurafrásiaé o único continente físicoque pode existirna região.
Apesar disso, muitos consideram que a África e Ásia estão
suficientemente separados, pois pode-se perceber claramente
ao olhar no mapa que não há terra que junte os continentes e a
parte do Canal de Suez é mínima, diferente do que acontece
entre a Europa e a Ásia; por isso foi criado o
termo Eurásia (Europa e Ásia), para se referir a esses
43. 43
continentes políticos como um só continente físico separado da
África.
Modelos continentais
Na realidade não existe uma única forma de fixar o número de
continentes e depende de cada área cultural determinar se
duas grandes massas de terra unidas formam um ou dois
continentes, e concretamente, decidir os limites entre Europa e
Ásia (Eurásia) por uma parte, e América do Norte e América do
Sul (América) por outra. Os principais modelos sãoos seguintes:
Quatro continentes: Alguns sugerem que Europa, África e Ásia
deveriam ser considerados um único continente
chamado Eurafrásia. Este modelo se baseia em uma definição
estrita de continente como uma área de terra contínua, onde as
fronteiras artificiais como os canais de Suez e do Panamá não
seriam verdadeiras barreiras continentais.
Cinco continentes (modelo tradicional): Modelo no qual se
mostra somente com os continentes permanentemente
habitados (excluindo a Antártida)—como se vê nos 5 anéis do
logotipo olímpico.
44. 44
Cinco continentes: Modelo no qual se considera
a Antártida como um continente; além de
que Europa e Ásia formam somente um, a Eurásia.
Seis continentes (modelo tradicional): O modelo de seis
continentes tem uma base cultural e histórica e é ensinado
na América Latina e algumas partes da Europa
como Espanha, Portugal, Itália, Grécia e Bélgica.
Seis continentes (modelo geológico): Guarda uma relação
aproximada com as placas tectónicas continentais
(combinando a Eurásia).É o modelo preferido pelacomunidade
geográfica dos países da ex-União Soviética e Japão.
Sete continentes: Modelo convencional que se ensina
habitualmente na maioria dos países de língua inglesa e
na China. O conceito Oceania é geralmente substituído pelo
de continente australiano e América Central está incluída
dentro do continente norte-americano.
Os nomes de Austrália ou Australásia são utilizados às vezes
no lugar de Oceania. Utiliza-se "Oceania no" «Atlas de
Canadá»,[16] assim como no modelo ensinado na Ibero-
América.
Os continentes dos distintos modelos são os seguintes:
África: limita com a Ásia pelo canal de Suez e está separada
da Europa pelo estreito de Gibraltar e se estende do sudoeste
até o cabo da Boa Esperança;
América: está separada da Ásia pelo estreito de Bering, no
noroeste, e está dividida em dois ou três subcontinentes;
América do Norte: localizada no hemisfério nor-ocidental;
América Central: se estende do istmo de Panamá até
o istmo de Tehuantepec.
América do Sul: se estende do sul do canal até o cabo de
Horns;
45. 45
Ásia: separada da Áfricapelo canalde Suez, seestende do leste
e noroeste até o estreito de Bering e o oceano Índico;
Europa: separada da África pelo Mediterrâneo, se estende
desde os montes Urais até a península Ibérica;
Oceania: localizadaaosudeste da Ásia,entre os oceanos Índico
e Pacífico.
Antártida: rodeia o Polo Sul. Está separada da América
pelo estreito de Drake, da Oceania pelo limite entre os
oceanos Pacífico e Índico, e da África pelo limite entre este
último e o Atlántico.
Supercontinentes
Há também os Supercontinentes, que são os mesmos
continentes atuais, bilhões de anos no passado, quando tinham
outra forma. Visite o artigo principal acima para ler mais sobre
tal assunto.
Mapa da Terra com os continentes
Mapa físico da Terra.
46. 46
Aspectos estruturais
Em ambos os hemisférios em que é dividida a Terra são muito
desproporcionais as áreas dos oceanos e dos continentes. Da
área superior a 145 milhões de quilômetros quadrados que os
continentes ocupam, dois terços inferiores a essa superfície
estão localizados no hemisfério norte, e uma quantidade
inferior a 45 milhões no hemisfério sul. Essa desproporção é
oriunda do fato de que, no hemisfério boreal (norte), os
continentes vão se estendendo bastante à medida da sua
aproximação com o Círculo Polar Ártico, enquanto
no hemisfério austral (sul), há uma diminuição da distância
dos continentes em direção ao sul. Assim, no extremo sul
da América é ultrapassada em pouco a latitude de 50º ao sul
da linha do equador, que no hemisfério norte é
correspondente ao Canadá e ao centro da Europa e da Ásia.
Igualmente, a superfície dos continentes no hemisfério norte é
bem maior que a dos mares, enquanto no sul os mares são
desproporcionais, na fração de 8,5 até 1. Esse fato de que
a terra firme se opõe ao oceano é um dos traços importantes
da estrutura que forma a superfície do planeta, da qual são
ocupados somente três décimos pelos continentes.[21]
Os continentes tendem ao término formado em ponta em seu
extremo sul. Isso pode ser observado acima de tudo
na África e América do Sul, mas também numa grande
quantidade
de penínsulas (Kamchatka, Coréia, Indochina, Hindustão,
Arábia).[21]
A zona de contanto que existe entre os mares e continentes
tem grande variação. Em certos pontos que se localizam
nos litorais, a superfície do terreno faz uma descida brusca até
sua penetração no mar, de maneira que, a poucos quilômetros
47. 47
do litoral, o mar já é muito profundo. Nos demais lugares,existe
uma larga faixa marinha menos profunda, abaixo de 200m;
nesses, as massas submersas integram os continentes e são
denominadas plataformas continentais. O talude
continental afasta as plataformas continentais das áreas muito
profundas, de declives de grande acentuação, e suas dimensões
variam, com largura de quase noventa quilômetros.
A altitude relativamente moderada é apresentada pelos
continentes, apesar da elevação de certas cordilheiras a
milhares de metros superiores ao nível do mar. Se os
continentes, conservando suas dimensões, fossem
transformadas numa superfície plana, a média de sua altitude
seria reduzida para mais de 700m.
Evolucionismo continental
As massas terrestres transformaram-se e ainda se
transformam bastante. Durante milhares de anos, os mares e
os continentes se distribuíram de forma muito diferente do
que é hoje. Uma variedade de fatos foi demonstrada pelas
pesquisas: primeiro, que os continentes deslocam-se, elevam-
se e abatem-se muito; segundo, que não descarta-se a
existência na Terra de nenhuma zona que o mar não cobriu;
terceiro, que as erosões são desgastadas continuamente da
superfície, de tal modo que, se não fossem elevados, os
continentes teriam desaparecidos porque o mar cobriria; e
quartamente, que uma grande quantidade de terras se
levantou da água recentemente.
Livros que foram escritos
por geólogos, zoólogos e botânicos consideram que certas
depressões, que o mar cobriu no passado, constituíram, nos
demais tempos, a extensão dos continentes. Hádiversas teorias
sobre como se originou e se formou a superfície da Terra.
48. 48
Uma das de maior difusão traz a narração de que entre o
período carbonífero (era paleozóica) e o início do
período terciário (era cenozóica),a Europa encontrava-se em
união com a América do Norte; e que no hemisfério
sul notava-se a existência de um grande continente, que os
geólogos denominaram Gonduana, da qual eram
compreendidos a América do Sul, a África, a península da
Arábia, a Índia, a Antártida e a Austrália. Entre essas duas
gigantescas massas terrestres era estendida uma faixa
marítima. O continente de Gonduana começaria a ser
fragmentado no fim do período triássico(era mesozóica),com
o fato de que Madagáscar se desmembrou do conjunto da
África, e deu continuidade ao seu rompimento na época
do jurássico, com a Índia que se desmembrou da Austrália. No
final do período cretáceo, foram desmembradas a África e a
América do Sul; e quando começou o período terciário, com
o mar Vermelho que se formou, ocorreu o desligamento da
Arábia em relação à África; também ocorreu a formação
das depressões que se correspondem às águas salgadas dos
oceanos Atlântico e Índico, que então seriam mais novos que o
Pacífico.
O que primeiramente se explicou de maneira generalizada
sobre o fato de que os continentes se formaram e se evoluíram
é a da deriva continental, que o geólogo alemão Alfred
Wegener propôs em 1912. É a explicação da superfície
terrestre desde a diferente massa dos continentes, cuja
cota altimétrica é de 700m, e o fundo dos oceanos, cuja
cota batimétrica é de 3.800m. Ao atestar a veracidade de que
as massas continentais têmmais leveza que o fundo dos mares,
que se constitui de sima (silício e magnésio), Wegener pensou
na hipótese da flutuação dos continentes sobre os oceanos.
49. 49
De acordo com Wegener, na época da era paleozóica uma
espécie de gigantesca "embarcação" única, a Pangeia,
manteve-se em flutuação sobre o sima. Posteriormente, pela
ação da força centrífuga que se originou do fato de que a Terra
gira em torno de si mesma, essa "balsa" primitiva dividiu-se
em frações e cada um dos pedaços constituiu um dos escudos
que hoje em dia se conhecem. Assim, ainda se pode ter
percepção dessa formação original desde o período terciário,
porque os respectivos litorais têm formato quase semelhante,
com a fratura no formato de uma letra "S" que serve de
afastamento entre a África e a América do Sul. Os
continentes teriam feito a migração para oeste, transladando
lentamente a deriva continental, ao longo da qual a perda dos
fragmentos da parte posterior dos escudos continentais teria,
dessa forma, dado origem à Nova Zelândia, Madagáscar ou
às Antilhas, que seriam as partes que sofreram
desprendimento dos respectivos continentes a que
pertenceram.
Estrutura continental
Os continentes variam na sua estrutura formal. A África é o
continente que possui maior macicez. Num continente com
formato de trapézio no norte e de triângulo no sul, existe um
pequeno número de ilhas e penínsulas. Tem extensão entre
o cabo Branco (pararelo 37 N) e o das Agulhas (paralelo 34
S). Por estar localizado no centro geográfico da Terra, duas
terças partes que pertencem ao seu território são encontradas
em latitudes por entre os trópicos. Tem como limites: ao norte
com o mar Mediterrâneo, a leste com o mar Vermelho e
o Oceano Índico e a oeste com o Oceano Atlântico.
A África é separada,em respectivo, da Ásia e da Europa pelos
50. 50
estreitos de Bab al-Mandab (27km de largura)
e Gibraltar (13km).
A América está localizada muito distante do restante das
massas continentais. Tem extensão por aproximadamente 50%
da circunferência terrestre, entre o cabo Barrow (paralelo 72
N), e o cabo Horn, na Terra do Fogo (paralelo 52 S). Desse
ponto ao norte a esse outro ponto ao sul dista mais de
14.000km. A América tem como limites: ao norte com o oceano
Glacial Ártico e o estreito de Bering -- pelo qual é separada
a Ásia -- a oeste com o Oceano Pacífico e a leste com
o Oceano Atlântico.
A Ásia é o continente de maior extensão territorial do planeta.
Tendo como características seus grandes contrastes, nela tudo
adquire proporções exageradas: das montanhas de
maior altitude da Terra às mais profundas depressões, e do
desolamento dos desertos à maior densidade das florestas.
Tem como limites: ao norte com o oceano Glacial Ártico, ao
sul com o Oceano Índico, a leste como Pacífico e a oeste com
a Europa e os mares Vermelho, Mediterrâneo e Negro. O
conjunto da qual pertence sua massa terrestre se localiza
no hemisfério norte, do paralelo 77 N ao paralelo 1 N.
A Europa é o continente onde se encontram as
grandes planícies, cuja cota altimétrica é da ordem de 375m.
Tem extensão entre o paralelo 36 N e o paralelo 71 N. Sua
situação favorece em particular a vida do homem, pois a quase
totalidade do continente está situada no interior da zona
temperada. Tem como limites ao norte com o oceano Glacial
Ártico, ao sul com o Mar Mediterrâneo, a oeste com
o Oceano Atlântico e a leste com a Ásia (cordilheira
dos Urais e do Cáucaso.
51. 51
A Oceania é um continente que se compõe de um rosário
de ilhas (superior a dez mil), de quaisquer das dimensões, que
se espalham pelo Oceano Pacífico, do Velho até o Novo
Mundo. Exceto a Austrália, na topografia apresentada
geralmente pelas ilhas existe um sem-número
de montanhas que no passado geológico eram
verdadeiros vulcões. A Oceania se constitui dos restos que
pertenciam a um continente primitivo, que parcialmente
afundou, do qual somente é subsistente a Austrália. Este leque
de ilhas serve de cobertura, no sentido sudeste-noroeste, de
um espaço com uma distância superior a 13.000km.
A Antártica é uma massa continental pela qual é ocupada
quase a totalidade da calota polar que se encontra
no hemisfério sul, desde o paralelo 69 S. Maciço de baixa
articulação, cujo formato faz lembrar o da África e o
da Austrália, é o mais alto dos continentes, pois sua cota
altimétrica é superior aos dois mil metros. Devido ao clima
glacial, nela, praticamente, muitas poucas pessoas habitam. É
um continente que se encontra em isolamento; o cabo Horn,
extremidade sul da América do Sul, a mil quilômetros de
distância, é o único ponto de um continente que se encontra
nas proximidades da Antártida. Uma enorme barreira de gelo
cerca o litoral da Antártica.
O QUE SÃO OS MARES
52. 52
Componente vital da biosfera, o mar contém 97,2% de toda a água presente na Terra.
Mar é um grande corpo de águasalgada cercado por terra em
parte ou em totalidade. Mais amplamente, o mar — com
o artigo definido — é o sistema interconectado de águas dos
oceanos, considerado um oceano global ou o conjunto das
várias divisões oceânicas principais. Ele modera o clima da
Terra e desempenha importante papel nos ciclos hídrico, do
carbono e do nitrogênio. Embora tenha sido canal
para viagens e explorações desde a pré-história, seu estudo
científico contemporâneo, a oceanografia, data da expedição
Challenger britânica, durante a década de 1870. O mar é, por
convenção, dividido por até cinco grandes seções oceânicas,
entre elas as instituídas pela Organização Hidrográfica
Internacional, que são o Atlântico, Pacífico, Índico e Ártico,
mais o Antártico.
Emdecorrência do estado da deriva continental,o hemisfério
norte apresenta uma razoável proporção entre terra e mar
53. 53
(cerca de 2:3), enquanto que o sul é predominantemente
oceânico (1:4.7). A salinidade em alto mar é, em geral, de
aproximadamente 3.5% de massa, não obstante isso varie em
águas fechadas, proximamente a bocas de grandes rios ou a
grandes profundidades. Cerca de 85% dos sólidos em mar
aberto são cloreto de sódio. As correntes de mar
profundo surgem a partir de diferenças salinas e
de temperatura; os cursos de superfície, por sua vez, são
formados pelo atrito de ondas produzidas por ventos e marés.
Já as mudanças locais no nível do mar originam-se a partir
da gravidade da Lua e do Sol. A direção de tudo isso é
atribuída às massas de terra de superfície e submarinas e
à rotação da Terra, por meio da força inercial de Coriolis.
Antigas mudanças nos níveis marítimos provocaram a formação
de plataformas continentais, áreas rasas próximas à terra. As
águas dessas áreas, ricas em nutrientes, são abundantes
em vida, provendo aos humanos suprimentos essenciais
para alimento — sobretudo peixes, mas
também mariscos, mamíferos e macroalgas, por exemplo —
que são tanto colhidos em estado
selvagem quanto cultivados em viveiro. As áreas mais
diversificadas são cercadas por grandes recifes de
coral tropicais. A baleação já foi uma atividade comum, mas a
redução dos números de tais animais induziu o surgimento
de esforços internacionais de conservação e uma
consequente moratória à maior parte da caça comercial. A
oceanografia estabeleceu que nem toda forma de vida
marítima é restrita a águas de superfícieiluminadapeloSol;
mesmo a grandes profundidades e pressão, nutrientes que
fluem de fontes hidrotermais mantêm seu próprio e único
ecossistema. A vida pode ter tido início nesses locais,
54. 54
e microorganismos aquáticos são geralmente creditados
pelo grande evento de oxigenação da atmosfera terrestre.
Acredita-se que
tanto vegetais quanto animais teriam evoluído a partir dos
mares.
Tem-se o mar como um dos elementos essenciais do comércio,
do transporte, da extração mineral, da geração de força e
energia e do militarismo. Ele é, ainda, um fator determinante
na exposição de cidades e populações
a terremotos e vulcões de falhas geológicas próximas;
a tsunamis; e a ciclones produzidos em zonas tropicais. Sua
significância e dualidade — construída pela interpretação
humana de suas características, tanto benéficas quanto
perigosas — tiveram imensurável efeito no desenvolvimento
da cultura das sociedades, das mudanças socioculturais
do intercâmbio colombiano à Odisseia de Homero e
às divindades aquáticas; dos funerais vikings à Grande
Onda de Kanagawa de Hokusai e aos filmes blockbusters da
contemporaneidade; do Holandês Voador de Richard
Wagner à Tempestade de William Shakespeare e ao Leviatã.
Ele é, também, um local de atividades de lazer, estando
a natação, o mergulho, o surfe e o iatismo entre as mais
populares. O mar sofre, entretanto, constantes danos, como os
do fenômeno da absorção de dióxido de carbono atmosférico
em grandes quantidades, diminuindo seu pH num processo
denominado acidificação oceânica. O crescimento
populacionalhumano eo uso não sustentáveldos recursos
marítimos advindo da industrialização e da aquacultura
intensiva, por exemplo, têm contribuído para a intensificação
da poluição e de outros problemas ambientais.
Definição
55. 55
O sistema interconectado dos oceanos e suas várias divisões.
Após o fortalecimento do uso indiscriminado dos termos ao
longo do tempo, não restaram consideráveis diferenças de
definição entre "mar" e "oceano", embora o primeiro seja tido
como um menor corpo de água — com exceção do mar dos
Sargaços, criado pelo Giro do Atlântico Norte (p90) — cercado
por terras na escala de países, e o segundo, em comparação,
banhe múltiplos continentes. Mares são geralmente maiores
que lagos e contêm água salgada. Há, contudo, casos
peculiares no tocante à utilização do vocábulo, como o do mar
da Galileia, um lago de água doce que, por motivos históricos
e culturais, mantém seu nome. Não há, entretanto, uma
designação técnica universalmente aceita entre os
oceanógrafos. No campo do direito internacional,
a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do
Mar decretou que toda a totalidade do oceano é "o mar". Por
convenção, ele tem até cinco grandes seções oceânicas, entre
elas as instituídas pela Organização Hidrográfica
Internacional, que sãoo Atlântico, Pacífico,Índico e Ártico, mais
o Antártico.
Ciência física
56. 56
The Blue Marble em sua representação original (de ponta-cabeça), exibindo a confluência
entre os oceanos Índico e Atlântico no cabo da Boa Esperança.
A Terra é o único planeta conhecido aabrigarágua líquidaem
sua superfície e, portanto, o único a possuir mares,
embora Marte seja dotada dessa substância em
estado sólido nas suas calotas de gelo permanente e
em vapor na sua atmosfera, além da possibilidade aberta de
existência de planetas similares à Terra em outros sistemas,
onde também podem existirmares e oceanos.[12] A origem da
água na Terra ainda é incerta; porém, visto do espaçosideral,
o planeta parece uma "bola azul" com vários componentes,
entre oceanos, calotas de gelo e nuvens. A relação entre água e
terra no hemisfério Norte do globo é de cerca de 2:3, enquanto
que o valor no Sul é de 1:4.7. Estima-se que exista
1 335 000 000 km³ de mar, volume representativo de
aproximadamente 97.2 porcento da água conhecida, cobrindo
mais de setenta porcento da superfície. Ainda, cerca de 2.15%
da água terrestre está congelada e localiza-se nos mares que
57. 57
cobrem o oceano Ártico, nas calotas da Antártida e
adjacências, alémdas várias geleiras e depósitos de superfície
por todo o mundo. O restante, por volta de 0.65%, constitui
os reservatórios subterrâneos ou os vários estágios do ciclo
da água, abrigando a água doce encontrada e usada pela
maior parte das formas de vida: vapor no ar, nas nuvens e em
suas chuvas, além de lagos e rios espontaneamente formados
com os fluxos marítimos. Notando a tamanha dominância e
influência do mar sobre o planeta, o escritor britânico Arthur
C. Clarke uma vez disseque a Terra teria sido melhor nomeada
de "Oceano".
O estudo científico da água no planeta e seu ciclo é chamado
de hidrologia; já a hidrodinâmica dedica-se à física da
substância em movimento. As pesquisas mais recentes sobre o
mar em particular são fruto da oceanografia. Elas foram
iniciadas a partir de inquietações acerca das formas
de corrente oceânica, expandindo-se, após, enquanto
campo multidisciplinar. Essa vertente científica estuda, por
exemplo, as propriedades da água do mar;
das ondas, marés e correntes; mapeia litorais e analisa solos
oceânicos; além de investigar a vida marinha. O subcampo
que lida com o movimento dos mares, suas forças e forças nele
atuantes é conhecido como oceanografia física. Já a biologia
marinha (ou oceanografia biológica) debruça-se sobre
as plantas, animais e outros organismos habitantes
dos ecossistemas marinhos. Nesse grupo de subcampos,
também está a oceanografia química, relacionada ao
comportamento de elementos e moléculas nos oceanos, em
particular o ciclo do carbono e o papel do dióxido de
carbono na crescente acidificação das águas do mar.
As geografias marinha e marítima dissertam sobre as formas e
58. 58
formações dos grandes corpos de água, enquanto que a
geologia marinha (ou oceanografia geológica) provê as
evidências da deriva continental e da composição e estrutura
da Terra, clarificando o processo de sedimentação e assistindo
o estudo do vulcanismo e da sismologia.
Água do mar
Médias globais da salinidade da superfície oceânica, produzidas pelo satélite SMOS,
da Agência Espacial Europeia, em 2011. O índice salino varia de 32‰(azul) a 38‰
(vermelho).
A água do mar é, via de regra, salgada. Embora o índice de
salinidade possa variar, cerca de 90% das águas oceânicas têm
34–35 g (1.2 oz)de sólidosdissolvidos por litro,o que produz
uma medida salina de 3.4 e 3.5%. Para a fácil descrição de
pequenas diferenças, contudo, os oceanógrafos indicam
usualmente esse índice em permilagem (‰) ou parte por
mil em vez de percentagem. Tais estimativas acerca das águas
de superfície no hemisfério norte são geralmente próximas à
marca de 34‰, enquanto que 35‰ é a média do hemisfério
sul.[14] Os solutos oceânicos vêm tanto do afluxo dos rios
quanto do fundo do mar,[26] sendo estável a sua composição
relativa: sódio (Na) e cloreto (Cl) perfazem cerca de 85% e o
restante divide-se
entre magnésio (Mg), cálcio (Ca), sulfato (SO₄), carbonato (
CO₃) e brometos. Na ausência de poluição, a água do mar não
seria danosa para o consumo oral, exceto por possuir gosto
59. 59
acentuadamente salgado; similarmente, não é possível usá-la
para irrigação da maior parte das plantas sem
anterior dessalinização.
Variações de salinidade podemser causadas pormuitos fatores:
o movimento de correntes entre os mares; o afluxo de água
doce de rios e geleiras; a precipitação; a formação e o
derretimento de bancos de gelo; e a evaporação, que por sua
vez é afetada pela temperatura, ventos e ondas. Por exemplo,
o nível superior do mar Báltico possui pouca salinidade (de 10
a 15‰) em decorrência da parca evaporação nas baixas
temperaturas do ambiente em que ele se insere; também, pela
grande quantidade de afluxo de rios que ele recebe; e ainda
porque sua conexão com o mar do Norte tende a criar uma
densa camada subaquática que dificilmente se mistura com as
águas de superfície.[32] Como caso contrastante, o mar
Vermelho, entre o Saara e o deserto da Arábia, tem alto
índice de produção de vapor e pouca precipitação, além de
poucos e sazonais afluxos e estreitas conexões com grandes
corpos de água próximos, notadamente o canal de Suez ao
norte e o Bab-el-Mandeb ao sul; tais características são
determinantes para sua salinidade de cerca de 40%.
Médias globais detemperatura da superfíciemarítima em 2009,indo de -2 °C (lilás claro) a 30
°C (bege).
60. 60
A temperatura da água marítima depende, sobretudo, da
quantidade de radiação solar absorvida. Nos trópicos, onde a
luz do Sol recai de forma mais direta, essa medida nas camadas
aquáticas de superfície pode chegar a mais de 30 °C. Na
proximidade dos polos, esse índice equilibra-se com o do gelo
marítimo em seu ponto de fusão. Sua taxa de salinidade torna
essa escala menor que a das áreas de água doce, que é
usualmente de cerca de -1.8 °C. Essas diferenças de
temperatura contribuem para a contínua circulação da água no
mar. Por exemplo, correntes quentes de superfície esfriam à
medida que se movem para longe dos trópicos; ao ficarem mais
adensadas,elas afundam, misturando-se. Por outro lado, aágua
fria do mar profundo move-se em direção ao equador antes de
fluir para a superfície tendo temperatura entre -2 e 5 °C em
todas as partes do globo terrestre.[34]
Nas baixas temperaturas dos mares
de congelamento, cristais de gelo começam a se formar a
partir da superfície, quebram-se depois em pequenos pedaços
e se aglutinamem discosplanos que, por sua vez, formam uma
espessa suspensão conhecida como frazil. Em calmas
condições, frazis congelam-se e formam chapas finas e planas
chamadas "nilas", que engrossam-se como novos construtos de
gelo acima do mar. Já em águas turbulentas, os frazis unem-se
para constituir discos planos maiores, com nome popular de
"panquecas de gelo". Estes deslizam sobre ou sob outros,
gerando blocos de gelo à deriva. Durante esses processos,
água salgada e ar prendem-se em meio às formações sólidas.
Nilas desenvolvem-se emambientes comsalinidadegirando em
torno de 12–15‰ e são acinzentadas de início, dotando-se de
61. 61
viço com o tempo; após um ano, elas ganham cor azulada e
evidenciam índice de salino de cerca de 4–6‰.
Médias globais dos níveis de oxigênio dissolvido nos mares em 2009,de 0.15(violeta claro)
a 0.45 (bege) mols de O₂ por metro cúbico.
A quantidade de luz do dia que penetra o mar depende
do ângulo do Sol, do clima, e da turbidez. Grande porção
da luz que alcança a superfície marítima é refletida e seus
comprimentos de onda de espectro vermelho são absorvidos
nos primeiros metros de profundidade dessa superfície. Já os
amarelos e verdes atingem maiores distâncias mar adentro; os
azuis e violetas, contudo, podem penetrar mil metros (3 300
pés) ou mais. A quantidade de oxigênio presente na água
marinha depende primariamente de sua temperatura e
dos organismos fotossintéticos nela viventes, em
particular álgas, fitoplânctons e plantas como a erva
marinha. Durante o dia, suas atividades de fotossíntese
produzem tal gás, que se dissolve no meio aquoso salino e é
consumido por animais. A saturação desse oxigênio é mais
baixadurante a noite e muito mais em mar profundo. Abaixo da
profundidade de cerca de 200 m (660 pés), há insuficiência de
luz para desenvolvimento fotossintético e
consequentemente hipóxia. Ainda mais abaixo, bactérias
62. 62
anaeróbias desmembram a matéria orgânica caída das
camadas superiores, produzindo sulfeto de
hidrogênio (H₂S). Projeta-se que o aquecimento
global reduzirá o oxigênio, tanto das camadas de superfície
quanto das profundas, em decorrência do decréscimo de
solubilidade advindo do aumento de temperatura e
da estratificação oceânica.
Ondas
Médias globais de altura das ondas de superfície em 1992, de 0 m (púrpura) a 6 m
(branco). Nota-se os grandes swells nas porções marítimas do sul.
Dinâmica de movimento dos fluidos durante a passagem das ondas.
As ondas oceânicas são oscilações causadas
pelo atrito do ar que se movimenta sobre a superfície
marítima. Talatrito transfere energiae causaa instabilidadena
água, perpendicular à direção do vento. O topo da onda é
conhecido como "crista" e a base é chamada de "vale". A
63. 63
distância entre duas cristas é o comprimento. Tais ondas
são mecânicas; à medida que se aproximam de um
determinado ponto, as moléculas de água de uma determinada
posição elevam-se e, à passagem, baixam, traçando um
caminho mais ou menos circular. A energia transita pela
superfície e não representa um movimento horizontal da
própria água.O estado do oceano é determinado pelo tamanho
de tais ondas, que, na superfície livre, depende da velocidade
do vento e do fetch, que é a distância a que o vento sopra sobre
a água. As ondas menores são chamadas de capilares. Com o
bater de ventos mais fortes e prolongados nas cristas elevadas
das capilares, ondas maiores e irregulares se formam. Em tal
estágio, essas ondulações alcançam sua altura máxima quando
o ritmo no qual elas viajam chega próximo ao correspondente
de velocidade do vento e, com o tempo, elas se separam
naturalmente,[nota 5] formando um grupo de longas e poderosas
ondas com direções e comprimentos semelhantes.
Tais swells são particularmente comuns nos Roaring
Forties do hemisfério Sul, onde o vento sopra continuamente.
Quando as rajadas diminuem, as capilares desaparecem
facilmente em decorrência da tensão superficial da água,
embora swells possam ser lentamente reduzidos pela
gravidade ou por interferências destrutivas somente a partir
de outras ondas. As interferências construtivas, no entanto,
podem causar vagalhões individuais muito maiores que as
formações normais. A maioria das ondulações é menor que 3 m
(10 pés) em altura, e não é incomum que fortes tempestades
dupliquem ou tripliquem esse tamanho;[43] construções nas
águas distantes da costa, tais como plataformas eólicas e de
petróleo, usam essas medidas na computação de ondas
centenárias, um tipo especial ao qual tais equipamentos não
64. 64
são projetados para resistir. Já foram documentados vagalhões
que atingiram alturas de mais de 25 metros (82 pés).
Quando as ondas entramemáguas rasas,elas desacelerame sua amplitude(altura) aumenta.
Quando as ondas aproximam-se da beira da costa, movendo-
se em direção às águas rasas, elas mudam de
comportamento. No confronto a partir de um determinado
ângulo, elas podem desviar ou envolver rochas
e promontórios. Quando tais ondulações alcançam o ponto
onde suas moléculas oscilantes mais profundas entram em
contato com o solo oceânico, o atrito inicia seu processo de
desaceleração. Este fenômeno "puxa" as cristas para perto uma
da outra e aumenta suas alturas. No momento em que a razão
da altura com o comprimento de onda excede 1:7, ela é
"quebrada", tombando numa massa de água espumante. Uma
camada dessa água corre na área de praia e então se retrai de
volta ao mar por influência da gravidade.
A tsunami é uma inusual forma de onda causadapor repentinos
e poderosos eventos, tais quais terremotos
submarinos, deslizamentos de
terra, impactos de meteorito e erupções vulcânicas, por
exemplo. Tais fenômenos podem elevar ou rebaixar
temporariamente a superfície marítima em determinada área
afetada. A energia potencial da porção de água deslocada se
65. 65
transforma em energia cinética, criando uma onda rasa que se
movimenta numa velocidade proporcional à raiz quadrada da
profundidade da água. Dessa forma, tsunamis se deslocam
muito mais rapidamente em oceano aberto que numa
plataforma continental. Apesar de possuírem velocidade de
mais de 970 km/h (600 mph), tsunamis de mar profundo
podem ser dotadas de comprimento que varia de 130 a 480 km
(80 a 300 milhas), com amplitude de menos de três pés. Ondas
comuns de superfície numa mesma região podem ter
comprimentos de somente poucas centenas de pés e
velocidades de cerca de 105 km/h (65 mph). As tsunamis,
porém, quando comparadas às possíveis amplitudes de cerca
de 14 m (45 ft) dessas ondas comuns, podem comumente
passar desapercebidas.
A tsunami do Oceano Índico de 2004 avançando de súbito no litoral da Tailândia. Em
decorrência dessedesastrenatural, estima-sequecerca de 8 000 pessoas morreram nesse
país e outras 220 000 no restante da costa do Índico.
Os sistemas de alerta de tsunami têm seu funcionamento
dependente do fato de que ondas sísmicas causadas por
terremotos viajampelo mundo numa velocidade de cerca de 14
400 km (8,900 mi) por hora, permitindo que regiões ameaçadas
possam ser alertadas da possibilidade de uma grande
onda. Medições de redes de estações marítimas tornam
66. 66
possível a confirmação ou negação de um alerta de
tsunami. Um evento engatilhador na plataforma continental
pode causaruma tsunami localem terra próxima eoutra grande
oscilação a viajar pelo oceano. A energia de uma tsunami é
dissipada somente de forma gradual, embora se espalhe pela
frente da onda. Quando a oscilação se desloca para longe de
seu ponto de origem, sua frente fica mais longa e a energia
média diminui, de forma que praias distantes são geralmente
atingidas por porções de onda mais fracas.A velocidade de uma
tsunami, contudo, é determinada pela profundidade da água, o
que faz com que ela não viaje com a mesma rapidez em todas
as direções, além disso afetar também a frente da onda. Esse
efeito, conhecido como refração, pode concentrar a força de
uma tsunami a avançar em algumas áreas e enfraquecer em
outras, de acordo com a topografia submarina que seapresenta
ao longo do caminho.
Assim como acontece com outros tipos de onda, o
deslocamento para águas rasas provoca uma desaceleração e
crescimento em amplitude da tsunami. Tanto o vale quanto a
crista dessa grande oscilação podem chegar primeiro à
costa. Na primeira possibilidade, o mar recua e deixa áreas de
submaré expostas. Já na chegada da crista, ela não procede à
usual quebra, mas se espalha em terra, inundando tudo em seu
caminho. Muito da destruição decorrente de um tipo de
desastre como esse pode ser produzido por tais águas da
inundação, que, após se espalharem, são drenadas de volta ao
mar pela gravidade, levando pessoas e escombros consigo.
Várias tsunamis podem ser causadas por um único evento
geológico. Em casos assim, é comum que as últimas ondas
cheguem em terra entre oito minutos e duas horas após a
primeira, que não necessariamente é a maior ou mais
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destrutiva. Ocasionalmente, em baías rasas ou estuários, uma
tsunami pode se transformar num macaréu.
Marés
Altas marés (azul) nos pontos mais próximos e mais distantes da Terra para a Lua.
Time-lapse exibindo o fenômeno de transição da maré baixa para maré alta na Nova Zelândia.
Maré é o elevar e rebaixar regular do nível da água
experienciado pelos mares e oceanos em resposta às
influências gravitacionais da Lua e do Sol e os efeitos da rotação
da Terra. Em qualquer lugar, águas ascendemsobre o curso do
ciclo das marés a uma altura máxima conhecida como "maré
alta", antes de declinar novamente ao nível mínimo da "maré
baixa". Com o recuar, são reveladas áreas da zona
68. 68
entremarés ou faixa litoral submergível. A diferença de altura
entre as marés alta e baixa é a amplitude da maré. Macaréus
podem ocorrer nas bocas de rios, onde o vigor da maré achegar
"empurra" ondas de áreas marítimas rio acima contra a
corrente. Em Hangzhou, na China, por exemplo, um macaréu
pode alcançar até 9 m (30 pés) de altura e viajar a cerca de
40 km (25 mi) por hora.
A maioria dos lugares costuma experienciar duas marés altas
por dia, que ocorrem em intervalos de cerca de 12 horas e 25
minutos, metade do período necessário para a Terra completar
uma rotação e a Lua retornar à sua posição relativa prévia para
um observador. A massa desse satélite natural é por volta de
27 milhões de vezes menor que a do Sol, embora o primeiro
esteja cerca de quatrocentas vezes mais próximo da Terra que
o segundo. A força de maré decresce rapidamente com a
distância do agente, de forma que a Lua é dotada de duas vezes
mais influência sobre esse efeito que o Sol. Uma protuberância
é formada no oceano no lugar onde o planeta é mais próximo
de seu satélite natural, por este ser também o ponto onde o
efeito da gravidade da Lua é mais forte. No lado oposto do
globo, a força lunar tem sua mais fraca influência, o que causa,
da mesma maneira, a formação de uma protuberância. Tais
bojos giramem torno da Terra assimcomo a Lua. Quando o Sol,
a Lua e a Terra alinham-se nas luas cheias e novas, o efeito
combinado resultanas altas "marés vivas" ou "marés de sizígia".
Em contraste, quando o Sol está a 90° da Lua na visão terrestre,
o efeito gravitacional combinado nas marés é
correspondentemente reduzido, causando as baixas "marés
mortas" ou "marés de quadratura".
Os fluxos de água do mar nas marés são detidos pela inércia e
podem ser afetados pelas massas de terra. Em lugares como
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o golfo do México, onde a terra restringe o movimento dos
bojos, apenas uma sériede maré, constituída pela sequência de
altae baixa,pode ocorrer acada dia.Na costa de uma ilha,pode
acontecer um complexo ciclo diário com quatro marés altas.
Os estreitos insulares em Cálcis, Eubeia, por exemplo,
experienciam fortes correntes que abruptamente mudam de
direção, em geral quatro vezes por dia, mas possivelmente até
doze vezes quando a Lua e o Sol estão separados em noventa
graus. Onde há baías ou estuários em forma de funil, a
amplitude de maré pode ter maior abrangência. A baía de
Fundy, no Canadá, por exemplo, pode passarpor marés vivas
de 15 m (49 pés). Embora ela seja regular e previsível, a altura
de marés altas pode ser rebaixada por ventos vindos do oceano
e elevada por ventos costeiros. A alta pressão do centro
de anticiclones compele as águas para baixo e está associada
com marés anormalmente baixas, enquanto que a pressão
atmosférica baixa pode causar marés extremamente altas. Já
a maré de tempestade pode ocorrer quando altos ventos
pilham as águas contra a costa numa área rasa, e isso,
combinado com o sistema de baixa pressão, pode elevar a
superfície marítima em maré alta de forma drástica. Em
1900, Galveston, nos Estados Unidos, por exemplo,
experienciou uma onda de 5 m (15 pés) durante a passagemde
um furacão que devastou a localidade, matando mais de 3
500 pessoas e destruindo 3 636 casas.
Correntes
70. 70
Médias globais de densidade de superfície em 2009, de 1020 (lilás) a 1028
(bege) kilogramas por metro cúbico.
O vento que sopra sobre a superfície oceânica causa atrito no
ponto de contato entre o mar e o ar. Isso não somente causa a
formação de ondas, mas também faz a água de tal superfície se
mover na mesma direção do vento. Apesarde suacaracterística
inerente de variabilidade, em qualquer lugar onde ele corre
predominantemente numa mesma direção, uma corrente de
superfície pode ser criada. Ventos do oeste são mais frequentes
em médias latitudes enquanto que os do leste dominam os
trópicos. Quando uma corrente de água se move nesse
esquema, outras águas fluem para preencher a lacuna e um
movimento circular de superfície conhecido como giro
oceânico é formado. Existem cinco giros principais nos
oceanos: dois no Pacífico, dois no Atlântico e um no Índico. O
do Atlântico Norte produz o mar dos Sargaços e acumula
níveis salinos de cerca de 38‰. Outros giros inferiores são
encontrados em mares menores e um único flui em torno
da Antártida. Tais giros têm seguido a mesma rota por
milênios, guiados pela topografia do solo, peladireção do vento
e pela força inercialde Coriolis.As correntes de superfície fluem
em sentido horário no Hemisfério Norte e em sentido anti-
horário no Sul. A água que se desloca para longe do equador é
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quente, enquanto que a fluente em direção à linha perdeu a
maior parte de seu calor. Tais correntes equatoriais contribuem
para amoderação do climana Terra, resfriando aregião dalinha
e aquecendo zonas de maior latitude.[65] O clima global e
as previsões de tempo são afetados pelo mar, ou oceano
global, de forma tal que os estudos de modelação climática
global fazem uso de modelos de circulação oceânica, assim
como de outras variáveis maiores para fatores
como atmosfera, superfície terrestre, aerossóis e gelo
marítimo. Os modelos oceânicos, por suavez, utilizam um ramo
específico da física, a dinâmica geofísica de fluidos, que
estuda o fluxo de larga escala de fluidos como a água do mar.
Correntes globais de superfície, entre quentes (vermelhas) e frias (azuis).
As correntes de superfície afetamapenas as primeiras centenas
de metros (ou jardas) do mar, mas também há fluxos de larga
escala nas profundezas oceânicas, causados pelo movimento
das massas de água baixa. A principal corrente do oceano
profundo flui através de todos os oceanos do mundo e é
conhecida como circulação termohalina. Esse movimento é
lento e dirigido por diferenças em densidade aquática causadas
por variações de salinidade e temperatura. A altas latitudes, a
água é resfriada pela baixa temperatura atmosférica e se torna
mais salgada com o cristalizar do gelo marítimo. Do fundo do
72. 72
mar próximo à Groelândia, tais fluxos deslocam-se para o sul
entre as massas continentais do Atlântico. Ao chegar no
Antártico, eles se juntam a outras massas de água fria de
profundidade e fluem para o leste. Em seguida, os fluxos se
dividem em duas correntes que se movem em direção ao norte,
para os oceanos Índico e Pacífico. Nesse estágio, tais cursos são
gradualmente aquecidos, tornam-se menos densos, sobem
para a superfície e circulam de volta sobre si; alguns deles
voltam ao Atlântico. São necessários mil anos para esse padrão
de circulação ser concluído.
Mapa global de circulação termoalina.
Além de giros, há correntes temporárias de superfície que
ocorrem em condições específicas. Quando as ondas
encontram a costa num determinado ângulo, uma deriva
litorânea é criada com a água a ser empurrada paralelamente
ao litoral. Essa porção redemoinha para a praia em ângulo reto
com as ondas que se aproximam, mas é drenada diretamente
abaixo do declive pelo efeito da gravidade. Quanto maiores são
as ondas de quebra, mais oblíquas são suas chegadas e o mais
fortes são as correntes litorâneas.[69] Tais correntes podem
deslocar grandes volumes de areia ou pedras, criar cordões,
fazer praias inteiras desaparecerem ou canais de águaentrarem
73. 73
em assoreamento. Uma corrente de retorno pode ocorrer
quando a água é pilhada proximamente à costa a partir de
ondas a avançar e é então conduzida ao mar por canais no solo
oceânico. Isso pode ocorrer numa abertura de barra ou perto
de estruturas construídas, como quebra-mares. Essas fortes
correntes têm normalmente uma velocidade de 1 m/s (3,3 ft/s),
formam-se em diferentes lugares, em diferentes fases da maré,
alémde terem força suficiente para arrastar consigo nadadores
incautos.[70] Já correntes de ressurgência temporárias ocorrem
quando o vento empurra a água para longe da terra e porções
profundas sobem para substitui-la.Tais levas de profundeza são
frias e frequentemente ricas em nutrientes, podendo criar
incidências de fitoplâncton e locupletar, em termos de
variedade e quantidade de substâncias, a área emque incidem.
Bacias
Os três tipos de fronteira de placas.
A batimetria é o mapeamento e estudo da topografia do fundo
dos oceanos. Os métodos utilizados para mensurar a
profundidade do mar incluem a ecobatimetria,o uso de sonda
aerotransportada de profundidade a laser e o cálculo por
dados de sensoriamento remoto via satélite. Esta informação
é usada para determinar rotas de cabos submarinos e de
dutos, para a escolha de locais adequados à instalação de