O palestrante discutiu o sentido do tato e como o cérebro processa informações táteis, levando a ilusões semelhantes às visuais. Apresentou estudos mostrando que as pessoas podem distinguir superfícies polidas com propriedades semelhantes e defendeu que a distinção depende da tensão de corte, não da pressão. Concluiu que revestimentos inteligentes inspirados na pele humana podem ser desenvolvidos usando engenharia a nano escala.
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UmDiaEmNano_3de5_PalestraTactileMechanics
1. “Um dia em Nano”
2017/09/23 “Com. & Im.” e “For. e Ens.” 1/2
Tactile mechanics — a new avenue for nano-engineering?
O orador convidado, Professor Vicent Hayward da School of Advanced Studies of
the University of London (SAS) e conselheiro científico da startup Actronika SAS, deu uma
palestra disruptiva nos levou do sentido do tacto e a sua física até às suas aplicações em
revestimentos e nano superfícies quebrando alguns preconceitos pelo caminho.
Introduziu o sentido do tacto, com a função háptica, a capacidade do cérebro para lidar
com informação estatística e a sua má interpretação que configuram ilusões hápticas (à
semelhança do que acontece com a visão) e apoiando-se na histologia dos órgãos
sensoriais da pele na qual destacou os corpúsculos de Vater-Paccini que operam nos
limites da Física.
Figura 7 – Descrição das ilusões hápticas.
Apresentou um estudo de base sobre a capacidade que as pessoas têm em
distinguir superfícies polidas (de olhos vendados) com iguais propriedades tribológicas
(PMMA e Vidro) e exibiram uma precisão superior ao palpite. Desta forma, versando
sobre a caracterização temporal e tribológica do toque, onde distinguiu o contacto
inicial e acomodação nas vertentes do atrito dinâmico e estático que denominou slit e
stick states, respectivamente. Postulou, que a informação do tacto estaria no
capacidade de avaliação do atrito dinâmico nas fase iniciais de transição dado que a
acomodação completa da área de contacto no dedo leva cerca de 10 segundos e a
percepção de superfície leva muito menos tempo (inferior a 1 segundo). Fazendo o
paralelismo com a visão, defendeu que parte da informação estaria na pressão exercida
e outra na tensão de corte dando como exemplo a distinção de um prego e de uma
moeda que não dependia da pressão.
2. “Um dia em Nano”
2017/09/23 “Com. & Im.” e “For. e Ens.” 2/2
Figura 8 - Professor Vicent Hayward salienta as diferenças na tensão de corte entre a detecção de uma
moeda e de um palito.
À semelhança do contraste na visão (que é laplaciano da intensidade da luz),
afirma que nas zonas de tensão de corte nulas definirão “a forma da superfície”. Com a
realização de um estudo estatístico sobre a tensão de corte no dedo ao deslizar sobre
uma superfície, Vicent Hayward conclui que o sinal recebido tem um padrão “aparente”
comum mas cuja interpretação só é possível de forma estatística ou empírica pelo nosso
sistema nervoso aludindo às ilusões hápticas. Acrescentou que a composição da derme,
essencialmente água, seria óptima para a propagação das ondas de tensão de corte e
das pistas propriocetivas que a pele dá ao sistema nervoso. Rematou a palestra
defendendo que a criação de revestimentos inteligentes em nano superfícies poderia
inspirar-se na pele, no qual atualmente desenvolve intensa investigação.
Figura 9 - Professor Vicent Hayward debruça-se sobre a função do núcleo cuneiforme acessório e a sua
função.