3. Na música popular vamos encontrar reflexos da
política de valorização do trabalho implementado por
Getúlio.
4. Meu chapéu do lado
Tamanco arrastando
Lenço no pescoço
Navalha no bolso
Eu passo gingando
Provoco e desafio
Eu tenho orgulho
Em ser tão vadio
Sei que eles falam
Deste meu proceder
Eu vejo quem trabalha
Andar no miserê
Eu sou vadio
Porque tive inclinação
Eu me lembro, era criança
Tirava samba-canção
Comigo não
Eu quero ver quem tem razão
E eles tocam
E você canta
E eu não dou
5. Deixa de arrastar o seu tamanco
Pois tamanco nunca foi sandália
E tira do pescoço o lenço branco
Compra sapato e gravata
Joga fora esta navalha que te atrapalha
Com chapéu do lado deste rata
Da polícia quero que escapes
Fazendo um samba-canção
Eu já te dei papel e lápis
Arranja um amor e um violão
Malandro é palavra derrotista
Que só serve pra tirar
Todo o valor de um sambista
Proponho ao povo civilizado
Não te chamar de malandro
E sim de rapaz folgado
7. Quem trabalha
É quem tem razão
Eu digo
E não tenho medo
De errar
Quem trabalha...
O Bonde São Januário
Leva mais um operário
Sou eu
Que vou trabalhar
O Bonde São Januário...
Antigamente
Eu não tinha juízo
Mas hoje
Eu penso melhor
No futuro
Graças a Deus
Sou feliz
Vivo muito bem
A boemia
Não dá camisa
A ninguém
Passe bem!
8. Veja só...
A minha vida como está
mudada
Não sou mais aquele
Que entrava em casa alta
madrugada
Faça o que eu fiz
Porque a vida é do
trabalhador
Tenho um doce lar
E sou feliz com meu
amor
O estado novo
Veio para nos orientar
No Brasil não falta nada
Mas precisa trabalhar
Tem café petróleo e ouro
Ninguém pode duvidar
E quem for pai de 4 filhos
O presidente manda
premiar...
[breque] é negócio casar
O negócio era estimular o
trabalho e respeitar as
instituições
9. Este movimento, por ser de natureza extremamente
ufanista, era visto por vários como sendo favorável à
ditadura de Getúlio Vargas
12. O sucesso só veio após a inclusão no filme de
animação Saludo Amig o s, lançado em 1942 pelos
Estúdios Disney.
13. Brasil!
Meu Brasil Brasileiro
Mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingá
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor...
Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Canta de novo o trovador
A merencória à luz da lua
Toda canção do seu amor
Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado...
Esse coqueiro que dá côco
Oi! Onde amarro minha rede
Nas noites claras de luar
Por essas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a lua vem brincar
Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro
Terra de samba e pandeiro...
Esse coqueiro que dá côco
Onde amarro minha rede
Nas noites claras de luar
Por essas fontes
murmurantes
Onde eu mato a minha
sede
Onde a lua vem brincar
Huuum!
Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro
Terra de samba e
pandeiro...
Brasil!
Meu Brasil Brasileiro
Mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus
versos
Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingá
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor...
Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do
cerrado
Bota o rei congo no
congado
Canta de novo o trovador
A merencória à luz da lua
Toda canção do seu amor
Quero ver essa dona
caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado...
Brasil!
Brasil!
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiferente
Brasil, samba que dá
Para o mundo se admirar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor...
Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Canta de novo o trovador
A merencória à luz da lua
Toda canção do seu amor
Huuum!
Essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Esse coqueiro que dá côco
Onde amarro minha rede
Nas noites claras de luar
Por essas fontes
murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a lua vem brincar
Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro
Terra de samba e pandeiro...
Oi! Essas fontes
murmurantes
Onde eu mato a minha sede
Onde a lua vem brincar
Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil!
14. Glória ao Brasil, marchinha feita sob encomenda para
“Brasil, ó rincão querido,
invejado pelo mundo novo,
Destruído estava seu futuro,
Porque pretendiam dominar seu povo.
Surgiu Getúlio Vargas,
O grande chefe brasileiro,
Que entre seus filhos
Como um herói foi o primeiro.
Ainda temos na memória
Esses atos de patriotismo.
Hoje tens nome na história
Na emergência de teu negro abismo.
Porque existia em teu seio,
Entre os valores verdadeiros,
Getúlio Vargas, que veio
Mostrar ser o Brasil dos brasileiros.
Brasil, ó rincão querido ...”
glorificar Getúlio
15. Um decreto impõe “caráter didático” às escolas de
Samba. Deviam abordar temas tradicionais e
patrióticos
16.
17. O Estado Novo apresentava sua face milionária,
risonha e feliz nos cassinos
18. O cassino reunia
um complexo de
diversões para
acompanhar as
horas de lazer, ao
lado da principal
atividade que eram
os jogos de roleta e
outros.
Wilson Batista no início da década de 30 fazia apologia a malandragem
por exaltar as qualidades e a grandiosidade do país, marcou o início do movimento que ficaria conhecido como Samba exaltação . Este movimento, por ser de natureza extremamente ufanista, era visto por vários como sendo favorável à ditadura de Getúlio Vargas, o que gerou críticas à Barroso e à sua obra.
A canção, por exaltar as qualidades e a grandiosidade do país, marcou o início do movimento que ficaria conhecido como samba-exaltação. Este movimento, por ser de natureza extremamente ufanista, era visto por vários como sendo favorável à ditadura de Getúlio Vargas, o que gerou críticas à Barroso e à sua obra. No entanto, a família do compositor nega que ele algum dia tenha sido favorável à política de Vargas, destacando o fato de que ele também escreveu "Salada Mista" (gravada em outubro de 1938 por Carmen Miranda), uma canção contrária ao nazi-fascismo do qual Vargas era simpatizante. Vale notar também que antes de seu lançamento, o Departamento de Imprensa e Propaganda vetou o verso "terra do samba e do pandeiro", por entender que era "depreciativo" para o Brasil. Barroso teve de ir ao DIP para convencer os censores da preservação do verso.
Outra crítica feita à obra de Barroso, na época, foi que usava termos pouco usuais no cotidiano, tais como "inzoneiro", "merencória" e "trigueiro", e que abusava da redundância nos versos "meu Brasil brasileiro" e "esse coqueiro que dá coco". O autor se defendeu, dizendo que estas expressões são efeitos poéticos indissolúveis da composição. Na gravação original, Alves canta "mulato risoneiro" no lugar de "inzoneiro" por não ter compreendido a caligrafia ilegível de Barroso.
O sucesso de "Aquarela do Brasil" demorou a se perpetuar. Em 1940, não conseguiu ficar nem entre as três primeiras colocadas no concurso de sambas carnavalescos, cujo júri era presidido por Heitor Villa-Lobos, com quem Barroso cortou relações, que só foram retomadas quinze anos depois, quando ambos receberam a Comenda Nacional do Mérito. O sucesso só veio após a inclusão no filme de animação Saludos Amigos, lançado em 1942 pelos Estúdios Disney. Foi a partir de então que a canção ganhou reconhecimento não só nacional como internacional, tendo se tornado a primeira canção brasileira com mais de um milhão de execuções nas rádios estadunidenses.
O Pato donald surge como um sujeito trabalhador, apesar de atrapalhado. Um contraste com o ze carioca, malandro e preguiçoso. É uma relação de aprente amizade que traz embutida uma estrategia de dominação
O Estado Novo estabeleceu com a música uma relação controladora.
Segundo contam A. Cohen e S. Gorberg, o Rio abrigou três grandes cassinos: o Copacabana (no Copacabana Palace), o Atlântico (no Posto Seis) e o da Urca. A preocupação com a qualidade dos espetáculos era tamanha que, por exemplo, no contrato de locação firmado entre o Copacabana Palace e o Cassino Copacabana estava prevista a manutenção de duas orquestras permanentes, um cantor ou uma cantora de "expressão nacional", doze coristas e quatro "crooners". Durante os doze anos de funcionamento os frequentadores dançaram ao som da orquestra do maestro Simon Boutman e se deliciaram com as vozes de Nelson Gonçalves, Ciro Monteiro, Carmem Costa, Carmélia Alves e muitos outros. Em 1933, Getúlio Vargas legalizou o jogo associado ao espetáculo de arte. A partir daí os cassinos deram as cartas e impulsionaram a indústria do turismo e a economia, empregando milhares de pessoas. O presidente Gaspar Dutra, no dia 30 de abril de 1946, depois de uma reunião ministerial de mais de três horas no Palácio Guanabara, assinou o decreto-lei proibindo a prática ou exploração de jogos de azar em todo o território nacional. O decreto de Dutra acabou com o jogo em cassinos com apoio da Igreja, de associações defensoras dos bons costumes e de parte da imprensa. Hoje em dia o Governo explora inúmeras modalidades de jogo, mas o realizado nos cassinos nunca mais foi autorizado.
CASSINO COPACABANAFoto de Bippus mostrando a sala de jogos do Cassino Copacabana.
Construído em estilo eclético, pelos arquitetos Archimedes Memória e Francisco Couchet, para atender aos visitantes da Exposição de 1922, como Hotel-Balneário. Concluída a Exposição, o prédio passou a ser um hotel-cassino.
Na década de 1930, quando o jogo foi estabelecido no Brasil, Joachim Rolla, um mineiro empresário de estradas e protegido de Arthur Bernardes, passou a adquirir cotas do hotel-cassino e em pouco tempo tornou-se proprietário do imóvel.
A avenida, com 2 quilômetros de extensão e 72 metros e largura, tinha sido inaugurada apenas dois anos antes
A grande avenida, inaugurada em 7 de setembro de 1944, existe graças à demolição de mais de 500 construções nas quadras compreendidas entre a Rua Gen. Câmara (antiga Rua do Sabão) e a Rua de São Pedro; estas duas ruas passaram a constituir as pistas laterais (lados impar e par, respectivamente) enquanto a pista central ocupa o lugar que era das quadras demolidas.
Dentre os demolidos estavam 4 igrejas (São Pedro dos Clérigos, São Domingos, Bom Jesus do Calvário e NªSª da Conceição); o Largo do Capim; o prédio da Prefeitura; uma fatia da Praça da República; e quase toda a Praça Onze de Junho, centro do samba e local dos desfiles carnavalescos até então.
(O Largo do Capim foi objeto de Post do dia 27jun; a Igreja de São Pedro, dia 12set; e a Praça da República, 03/10/2007.)
Nas duas fotos mostradas acima pode-se ver a região da Praça da República à Candelária, antes e depois da grande demolição. O prédio da Prefeitura é o que se vê ao pé da foto "antes"; a seu lado, a Escola Rivadávia Correa que permanece no local até hoje, e tem como endereço: Av. Pres. Vargas, 1314.
RIO DE JANEIRO - VISÃO CYCLOPICANesta foto aérea, publicada na Revista da Semana de fevereiro de 1931, com o título de VISÃO CYCLOPICA DO RIO DESLUMBRANTE, podemos ver a região do centro antes da destruição imposta pela construção da Av. Pres. Vargas. Não se vê nenhum arranha-céu, exceção feita ao Ed. A Noite, na Praça Mauá. O prédio da Central do Brasil e do Ministério da Guerra também ainda não haviam saído do chão
Rio - Praça XI - Década de 40Nesta imagem vemos a região da Praça XI sendo arrasada durante a construção da Av. Presidente Vargas. Antigo reduto de interessante mescla de judeus, sambistas e boêmia, desaparece aí por completo, ensejando até letra de famosa música. Do acervo de Francisco Patrício à quem agradecemos
A quarta foto, ainda na década de 1930, mostra novos prédios da EFCB e do Min. da Guerra (hoje Palácio Duque de Caxias), em construção por trás dos antigos
Finalmente, na foto dos anos 1940, vê-se a Pres. Vargas e os prédios prontos. A avenida retirou uma respeitável fatia da Praça da República (veja post de 03out2007). Na época desta foto, a estátua eqüestre de Luiz Alves de Lima e Silva ainda não havia sido transferida do Largo do Machado, o que só ocorreria em 1949, para, com os restos mortais do patrono do Exército, constituir o Panteão de Caxias
Em 16/06/2005, às 10:09:53, Milton de Mendonça Teixeira. | e-mail disse: O edifício Darke foi construído pelos irmãos Darke e Jorge Bhering de Oliveira Mattos, donos de dez empresas, dentre elas o Chocolate Bhering, comprado pela família em 1913 da família Bhering, inclusive o sobrenome familiar suíço, que ambos passaram a usar. Tinham também o Café Globo, Café Colombo, Rádio Guanabara, Incorporadora Darke, etc. No local deste prédio e do edifício Municipal, ao lado, existiu de 1906 a 1937 a Fábrica de Chocolates Bhering, a qual por trinta anos impregnou a Cinelândia de um suave aroma de chcolate. Darke Bhering morreu em 1942, quando pilotava seu avião, em acidente espetacular na Baía de Guanabara. O irmão Jorge deu seu nome ao prédio, em homenagem póstuma. Jorge Bhering foi um pioneiro ecológico, replantando áreas devastadas e doando-as à diversas prefeituras, com a única condição de serem mantidas, por puro prazer, sem cobrar nada delas. Um bom exemplo é o parque Darke de Mattos, na Ilha de Paquetá. Há exatos 70 anos, em 29 de maio de 1935, a Incorporadora Darke criava o primeiro bairro jardim da Lagoa, a Fonte da Saudade. Jorge era um tipo exótico, mulherengo ao extremo e adepto do naturismo, andando nú onde quer que estivesse. Morreu há vinte anos, quando uma telha caiu sobre sua cabeça, em sua casa de praia, em Cabo Frio
Mais uma foto de Jean Manzon, agora mostrando o Ministério da Fazenda, na Av. Antonio Carlos. Estilo monumental, construído em mármore brasileiro, tem estilo grego e colunas de 9,5 m de altura. No 14º andar. Há 24 esculturas de cerâmica. A decoração em baixo relevo, foi feita pelo escultor Humberto Cozzo, mostra as riquezas economicas e naturais do paísConstruído entre 1937 e 1943, em estilo "art-déco", com pórtico eclético em estilo neo-grego, procura demonstrar a riqueza do país sob o Estado Novo. Em primeiro plano, o estacionamento com uma série de carros importados que serão identificados pelos especialistas
Temos hoje mais uma imagem que deve ser vista em seus pequenos detalhes, que revelam não só a progressão da urbanização da Esplanada do Castelo, como as profundas modificações que o prédio do Ministério do Trabalho sofreu, pouquíssimos anos após a sua construção.
Além do coroamento, já de conhecimento de todos, essa imagem mostra que houve modificações em seu embasamento, que respeitava o Plano Agache, fielmente, abrigando terraços sobre galerias agachianas, que emolduravam a portada monumental, em fer forgè, envolta por granito negro e atingida por uma escadaria de grande impácto, algo compatível com um “palácio dos trabalhadores”, construído num período que o Brasil flertava com o Nacional Socialismo e o Fascismo.
A retirada destas galerias, com a respectiva diminuição dos terraços, que ainda existem, é ainda menos explicada que a mudança no coroamento do edifício, que pode ser justificada por um ganho de espaço, com um maior número de pavimentos-tipo.
Fico aqui com a idéia mais racional, que o recuo do embasamento, com a respectiva perda das galerias, que existem nos prédios mais antigos junto a Av. Beira Mar, visava a respeitar a nova diretriz de PA criada. Já respeitada alí ao lado, pelo prédio do Ministério da Fazenda, em plena fase de acabamento. Bem como este novo PA foi respeitado pelos prédios seguintes, Jockey, Borba Gato, Esplanada etc… Mas, curiosamente, voltando no prédio da esquina da Rua da Assembleia, mais novo que os seus antecessores na via, hoje deslocado pelas urbanizações realizadas na área após os anos 70.
Uma das hipóteses levantadas por mim é que a remoção das galerias era uma artimanha para expor as intempéries, e até mesmo às janelas do prédio, possíveis manifestantes ou grevistas, estranho, mas com uma certa lógica.
Na rua podemos observar grandes diferenças com que tínhamos já nos anos 50, todos os dois canteiros centrais da via eram muito mais largos, deixando a via com umas 7 faixas de rolagem, nas medidas atuais. Hoje temos umas 12 faixas. Além da diminuição dos canteiros, vemos que na direita, a área junto as fraldas da derrubada colina, certamente de propriedade da Santa Casa, avançava muito mais rumo as pistas, inclusive ainda estando não urbanizada, como estava o resto da avenida, pois além de estar no mato ainda tinha a iluminação provisória, por luminárias de prato, quando o resto da avenida já era iluminada por postes em estilo canadense, os usados na esplanada.
Numa pequena fresta da imagem, no seu extremo direito vemos que todos os terrenos, até os fundos dos prédios da Erasmo Braga, estavam desocupados, no fundo, sem muito detalhes parecemos ter o prédio da Sociedade Bíblica Americana, um dos primeiros prédios da Esplanada em forte estilo déco nova iorquino.
Novamente temos que agradecer ao amigo Carlos Ponce de Leon de Paiva o envio de mais uma magnífica imagem.
A sede do Ministério do Trabalho é a mais antiga e discreta de suas congêneres na Esplanada do Castelo. Construída de 1936 a 1938, não suscitou polêmicas maiores a respeito de seu aspecto estilístico. L. Cavalcanti cita Bruand: "Os enormes blocos de forma cúbica ou em paralelepípedo, com fachadas despojadas, sem molduras ou ornamentos, são exemplos siginficativos desses edifícios utilitários que não tinham o menor interesse estético". Na fotografia vemos a obra adiantada, tendo em frente o início da construção do prédio do Ministério de Educação e Saúde. À direita, a igreja de Santa Luzia. Recentemente nosso amigo Andre Decourt publicou uma fotografia desta área em http://www.rioquepassou.com.br/2009/10/14/esdquinas-das-av-calogeras-e-graca-aranha-com-rua-de-santa-luzia-final-dos-anos-40/ e deu uma aula sobre o Centro. E mais antigamente, uma fotografia da mesma época da de hoje em http://www.rioquepassou.com.br/2007/06/21/castelo-esplanada-dos-ministerios/
Em 1934, sob o governo de Getúlio Vargas, é criado o Ministério da Educação e Saúde e nomeado o Ministro Gustavo Capanema que fez da construção da sede do Ministério uma prioridade. Em 23 de março de 1935 é publicada em Diário Oficial a convocação para o Concurso Público para escolha do projeto. O concurso provou que o Brasil adentrara numa nova era, acolhendo arquitetos tanto tradicionais quanto progressistas. O vencedor deste concurso foi Archimedes Memória, porém o resultado final não agradou ao Ministro que após submetê-lo a apreciação de engenheiros e consultores do governo julgou-o inadequado ao seu objetivo de fazer do edifício uma notável obra de arquitetura, digna de nossa cultura. Capanema solicitou a Lúcio Costa, diretor da Escola Nacional de Belas Artes, um novo projeto para o Ministério. O projeto de Lúcio Costa e seu grupo (Eduardo Reidy, Carlos Leão, Jorge Moreira, Ernani Vasconcelos e o então pouco conhecido Oscar Niemeyer) esforçou-se por incorporar os preceitos racionais de Le Corbusier, com o uso de pilotis definindo a estrutura de apoio e liberando o térreo para tratamento paisagístico de integração dos espaços internos e externos, uso de quebra-sóis nas fachadas mais ensolaradas, cortinas de vidro, planta livre, jardins na cobertura e uso de ventilação e iluminação naturais. Resolveu-se convidar Le Corbusier para ministrar um curso de dois ou três meses na Escola de Belas-Artes e dar consultoria para o projeto do Ministério. Durante sua estada de cinco semanas, o arquiteto proferiu seis conferências e desenvolveu, orientando os arquitetos brasileiros, duas séries de planos para a sede do Ministério. Produziu também um plano intrincado para a cidade universitária do Rio de Janeiro. Em 1942, a sede do Ministério da Educação e Saúde achava-se concluída, com painéis de autoria de Cândido Portinari. O edifício deixou perplexos arquitetos do mundo inteiro e foi considerado pela imprensa mundial como o mais belo edifício oficial do ocidente. (Maurício A. Fonseca)
O prédio Herbert Moses, sede da ABI - Associação Brasileira de Imprensa, tem estilo modernista e foi construído em três anos, de 1936 a 1939. Destaca-se inclusive por ter sido nele utilizada pela primeira vez a solução apresentada pelo legendário Le Corbusier para o problema do excesso de luz — o "brise-soleil", quebra-sol através de persianas de concreto na fachada (tão apreciado pelo nosso amigo André Decourt, ao lado das "park-ways", das "fontes Wallace", da "luminárias Thompson"). André já publicou um "post" sobre o prédio em http://ubbibr.fotolog.com/andredecourt/?photo_id=7887398 Além do "brise-soleil", outras características marcam a evolução da arquitetura moderna do prédio, tais como a estrutura independente, o teto-jardim, a fachada livre e o plano livre. O projeto de construção do prédio gera controvérsias pois, segundo a Ilustração Brasileira, de setembro de 1940, a autoria é dos irmãos Marcelo e Milton Roberto. Já a Revista da Construção Civil, de outubro de 1978, inclui o terceiro irmão, Maurício, como co-autor. De qualquer maneira, a execução da obra se deu a partir de um concurso instituído por Herbert Moses em 1936, quando foi avaliada em 13 mil contos de réis. O dinheiro foi conseguido pelo próprio Moses através de solicitação pessoal a Getúlio Vargas, por intermédio do ministro Osvaldo Aranha, sendo o empréstimo levantado no Banco do Brasil
Mais uma foto da Associated Press, mostrando o moderníssimo prédio da ABI no Centro do Rio de Janeiro, projeto do escritório MMRoberto com suas janelas recuadas e as brise soleil para permitir ventilação e proteger os escritórios dos raios solares
Rio - 1937
Chegava-se ao requinte de haver casas especializadas na manutenção de casacos de pele ( Casa Gutermann, Peleteria Vogue, etc.) que tinham salas refrigeradas para guardar os casacos das madames, evidentemente contra uma pequena contribuição mensal
Ed Albion
A evolução da vestimenta de praia foi lenta, partindo de trajes que só deixavam os tornozelos e parte dos braços à mostra, até chegar aos dias atuais. Em 1917, o Decreto 1143 determinava no artigo 3 que "as pessoas que fizerem uso do banho de mar devem apresentar-se com vestuário apropriado , guardando a necessária decência e compostura de acordo com as exigências da autoridade respectiva". Lá pelo fim dos anos 20 surgem os "maillots", abandonando-se os vestidos de praia. Na década de 40, aparecem os maiôs Catalina, com enchimento. Nos anos 50 surgiram os maiôs sem alça. Os tecidos, por essa época também mudaram, surgindo o Lastex, o Rhodianil, a Helanca, a Lycra. Na foto acima, mais que um biquini como o conhecemos hoje, vemos um "duas peças". Mais adiante um pouco existiu o "engana-mamãe", lembram-se? É curioso lembrar que, na década de 60, um Decreto-Lei do Presidente Jânio Quadros tentaria proibir o biquini em nome da moral e dos bons costumes. E o tamanho dos biquinis continuou diminuindo, se bem que o "topless", tão comum na Europa, por exemplo, nunca teve muito sucesso por aqui. E, como sempre lamenta o Derani, o monoquini também não "pegou".
Na Copacabana da década de 40, a casa debruçada sobre a praia ombreia com a loja do Júlio, leiloeiro.
Copacabana - Rio década de 40
Estas competições, além da disputa em si, proporcionam um congraçamento entre os diversos povos ali representados. Quem já teve a oportunidade de participar de um evento desses, de campeonatos universitários a Olimpíadas, viveu momentos inesquecíveis num ambiente que contagia até mesmo meros espectadores. O "Saudades do Rio" torce para um grande Pan-Americano. A fotografia de hoje, excepcionalmente, não é da nossa cidade e sim da Alemanha. Mostra o espírito de camaradagem existente entre a delegação de remo do Brasil às Olimpíadas de Berlim, em 1936, e um grupo de atletas europeus. Os brasileiros, por falta de uniformes para treinamentos, usaram seus uniformes de competição pelo Flamengo. O saudoso Nelson Parente, nosso amigo, é o 4º rubro-negro, da direita para a esquerda.
Estas competições, além da disputa em si, proporcionam um congraçamento entre os diversos povos ali representados. Quem já teve a oportunidade de participar de um evento desses, de campeonatos universitários a Olimpíadas, viveu momentos inesquecíveis num ambiente que contagia até mesmo meros espectadores. O "Saudades do Rio" torce para um grande Pan-Americano. A fotografia de hoje, excepcionalmente, não é da nossa cidade e sim da Alemanha. Mostra o espírito de camaradagem existente entre a delegação de remo do Brasil às Olimpíadas de Berlim, em 1936, e um grupo de atletas europeus. Os brasileiros, por falta de uniformes para treinamentos, usaram seus uniformes de competição pelo Flamengo. O saudoso Nelson Parente, nosso amigo, é o 4º rubro-negro, da direita para a esquerda.
PUBLICAÇÃO OFICIAL DO GOVERNO
O MONUMENTO ART DÉCO ATUALMENTE DIANTE DA IGREJA DA CANDELÁRIA, É UM BRONZE DE HUMBERTO COZZO INTITULADO “OFERENDA”.
A PEÇA FOI ENCOMENDADA, EM 1934, PELO PREFEITO PEDRO ERNESTO, PARA FICAR SOBRE A VENTILAÇÃO DO THEATRO MUNICIPAL, QUE FICAVA EM FRENTE AO THEATRO, COMO SE PODE VER NA FOTO.
EM 1950, FOI PARA O LARGO DA GLÓRIA, EM SUBSTITUIÇÃO À FONTE DOS AMORES (OU FONTE ADRIANO RAMOS PINTO) TRANSFERIDA PARA E ENTRADA DE BOTAFOGO DO TÚNEL NOVO.
FOI RETIRADA DA GLÓRIA, EM 1975, DEVIDO ÀS OBRAS DO METRÔ E GUARDADA EM UM DEPÓSITO DA PREFEITURA.
APENAS EM 1988, DURANTE A ADMINISTRAÇÃO DO PREFEITO SATURNINO BRAGA, FOI A ESTÁTUA INSTALADA NA PRAÇA FRONTEIRA À ENTRADA DA CANDELÁRIA.
Estátua da Amizade e Embaixada Americana - Rio 1945. Estátua da Amizade e o antigo prédio da Embaixada Americana no Castelo. Hoje no seu lugar temos o atual edifício do Consulado dos Estados Unidos. O prédio da foto foi construído originalmente para ser o Pavilhão dos Estados Unidos da América na Exposição do Centenário da Independência em 1922.
A matéria foi tirada da revista "Cocktail" de agosto de 1945.
Os laços enfeitam e embelezam até hoje. Muito interessante a expressão "dame agée". Bem melhor que "coroa" e congêneres. Finalmente, deduzi que "gros grain" deve ser gorgurão.