O documento relata a criação do 30o núcleo do movimento Pais em Rede em Vila Franca de Xira, que tem como objetivos promover a inclusão de pessoas com deficiência, melhorar o apoio às famílias e influenciar políticas públicas. O núcleo pretende criar uma rede de apoio no concelho e desenvolver competências parentais através de formações.
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“ Voz Ribatejana
:: número 16 :: ano 1 :: 6 de Julho de 2011 :: quinzenário regional :: director Jorge Talixa :: preço 0,50 cêntimos ::
Vila Franca de Xira – Colete Encarnado junta muitos milhares
Foto Ana Serra
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2. 02
“
ABERTURA voz ribatejana #16
Vila Franca de Xira
Pais organizam-se para Vila
Franca forma
30º. núcleo do
movimento Pa
is
ajudar filhos deficientes
Criado há pouco mais de 1 ano, o movimento cívico Pais em
em Red e
Rede pretende unir familiares de crianças e jovens portadores
de deficiência, com o objectivo de melhorar as suas condições
de vida e de contribuir para a formação dos pais e dos técni-
cos que os acompanham. Em Vila Franca de Xira nasceu o
30º. núcleo nacional do Pais em Rede, apresentado numa con-
ferência realizada no passado dia 24.
Jorge Talixa Rede surge com o objectivo de
“promover a realização e
O movimento cívico Pais em inclusão das pessoas portado-
Rede (PER), criado com o ras de deficiência”, criando
objectivo de juntar pais e out- uma rede de suporte centrada
ros familiares de cidadãos por- na família e procurando
tadores de deficiência em pro- soluções práticas para os pro-
jectos comuns, pretende ser blemas das pessoas incapaci-
reconhecido como parceiro tadas. Promover o diálogo
social. O 30º. núcleo local do entre todos os intervenientes,
PER foi apresentado, no dia influenciar decisões sobre as
24, em Vila Franca de Xira e a políticas de reabilitação e pro-
associação anunciou que, até mover a mudança de mentali-
final de 2012, pretende atingir dades a partir de dentro, são
os 1600 pais com formação outras das aspirações do PER.
específica para apoio aos seus O movimento cresceu rapida- A mesa com os cinco oradores
filhos deficientes, num projec- mente e já dispõe de 30 convidados para esta primeira
to que considera pioneiro a núcleos regionais e de 10 coor- iniciativa do núcleo de Vila
nível europeu. A sessão rea- denações distritais. Os seus Franca
lizada no auditório da Junta três grandes objectivos passam
vila-franquense contou com pela construção de uma rede nidade que têm que se juntar apoio aos cidadãos deficientes tação parental e prestação de ta João de Carvalho. João
intervenções do professor de nacional com estatuto de par- para que a humanidade acon- e às condições em que muitos ajuda. Já se realizaram seis Veiga, um dos promotores do
filosofia Adelino Cardoso, do ceiro social na área da defi- teça e para que nos sintamos deles vivem. “A força da oficinas (quatro em Lisboa e núcleo vila-franquense,
director-geral da CerciPóvoa ciência, pela formação parental seres humanos em toda a sua família ainda é um dos nossos duas em Évora) cada uma começou por sublinhar que
Luís Carlos Santos, do sociólo- através de escolas de pais e plenitude”, sublinhou Luísa grandes capitais e é isso que delas com cerca de 20 partici- “existe, efectivamente, uma
go e docente universitário Luís outras acções e pela coorde- Beltrão, presidente do PER, temos que aproveitar”, vincou. pantes e, a partir de Setembro, ligação entre o desenvolvi-
Capucha e da presidente do nação de um diagnóstico considerando que o conheci- Em Março, o PER lançou um arrancam mais 12 acções de mento cultural de cada
Pais em Rede Luísa Beltrão. nacional relativo à situação das mento que o movimento já tem novo projecto, as chamadas formação para pais – nas capi- sociedade e aquilo que cada
Criado há pouco mais de um pessoas com deficiência e às da realidade nacional permite “Oficinas de Pais”, com o tais de distrito de Lisboa, sociedade é em termos de di-
ano e com estatutos aprovados suas famílias. perceber que “a situação é objectivo de dar formação em Porto, Évora, Vila Real, Viseu, reitos daqueles que se apresen-
em Abril de 2010, o Pais em “São as forças vivas da comu- trágica” no que diz respeito ao três níveis: emocional, capaci- Beja e Faro realizam-se duas tam como mais vulneráveis”
acções até final do ano. O (ver entrevista na página 3).
objectivo é atingir os 1600 pais João de Carvalho vincou que
com formação nesta área até “a aceitação da diferença é
final de 2012. extraordinariamente impor-
Período aberto à intervenção do público a partir das 18h00
Ana, uma das mães que já par- tante para o desenvolvimento
ticipou numa acção deste de uma sociedade”, mas que,
género, realçou o facto de par- culturalmente, ainda estabele-
ticiparem pais de crianças e cemos divisões, sempre o fize-
jovens com os mais diversos mos e ainda há dificuldades em
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tipos de deficiência e com aceitar todos como iguais.
diferentes idades. “É uma troca Frisando que todos temos
13 de Julho’11 de experiências muito impor-
tante para sabermos o que nos
deformações e limitações, o
autarca do PSD salientou que
espera”, referiu, frisando que “a evolução da sociedade é a
este é um projecto verdadeira- forma como tratamos aqueles
mente pioneiro na Europa. que mais necessitam”.
15h00 Luísa Beltrão acrescentou que
alguns dos pais com estes 3
níveis de formação vão,
Já Luís Carlos Santos apresen-
tou um conjunto de teste-
munhos de familiares de
depois, prestar ajuda em hospi- cidadãos deficientes sobre as
tais e escolas e que já está dificuldades com que se
Salão Nobre definido que alguns le- deparam no dia-a-dia e resu-
ccionarão cadeiras específicas miu as múltiplas actividades
dos Paços do Município em escolas superiores da área desenvolvidas pela
de Vila Franca de Xira da saúde a alunos de cursos CerciPóvoa, frisando que
cujos formandos vão estar, no procura ser uma instituição
futuro, ligados a esta temática orientada para a escola dinâmi-
da deficiência. ca e inclusiva.
Adelino Cardoso, docente da
A conferência Universidade Nova de Lisboa,
faz também parte da comissão
“Direitos Humanos e Direito à de ética do Instituto Português
Diferença – Desafios para a de Oncologia, realçou a neces-
plena cidadania” foi o tema sidade de se humanizar cada
proposto para a sessão realiza- vez mais, porque “todos mere-
da em Vila Franca, moderada cem um lugar próprio e uma
pelo vereador social-democra- vida com dignidade”.
3. PRÓXI
MA EDIÇÃ
O DO
JANA
03
IBATE CA!
VO ZR NÃ O PER
6 de Julho de 2011 E JU LHO
A 20 D
Núcleo quer criar sinergias
O recém-criado núcleo de Vila Franca de Xira do PER pretende criar uma rede de apoio a cidadãos portadores de deficiência e aos seus familiares.
Em entrevista ao Voz Ribatejana, João Veiga, um dos dinamizadores da comissão instaladora, explica as origens e os objectivos do núcleo.
Jorge Talixa colocasse essas pessoas em contacto, presidente da direcção do ABEI, às associações de pais, através da
no sentido de criar qualquer tipo de assistiu na primeira fila, o que muito FAPXira, com quem temos mantido
Voz Ribatejana - Como e por que é sinergia. Sublinho “qualquer tipo” nos honrou. Contudo, quando se trata uma relação privilegiada. Podemos
que surge um núcleo do PER em uma vez que não há ainda uma agen- de apoio aos cidadãos deficientes, o sistematizar os nossos objectivos
Vila Franca? Actuará no concelho da definida. problema é muito mais vasto do que desta forma:
Sinais de ou também na região envolvente?
João Veiga - Em Novembro do ano
Quanto à abrangência, o nosso obje-
ctivo é actuar no âmbito do Concelho
a mera existência de recursos.
Tratasse, como muito bem enfatizou
-Criar uma rede de suporte centrada
na família;
transacto, o PER organizou um de Vila Franca. A organização do um dos nossos convidados de debate, -Incentivar o desenvolvimento de
exclusão colóquio, que decorreu na Fundação
Calouste Gulbenkian, subordinado
ao tema “A força dos pais”, em que
PER é sustentada por núcleos locais
e estes têm fundamentalmente um
âmbito concelhio. Num concelho
o Prof. Adelino Cardoso, de um
problema ético de responsabilidade e
cidadania. Só há uma forma de
competências parentais;
-Encontrar soluções práticas para os
problemas das pessoas incapacitadas,
participaram pais, professores, médi- com a dimensão e complexidade do encarar a problemática da deficiên- fazendo levantamentos de dados no
Luís Capucha, sociólogo vila-fran- cos, agentes sociais e decisores nosso, ficaremos muito satisfeitos se cia: todos temos de ter a consciência campo e relatórios centrados na pe-
quense que é também professor do políticos. Foi uma iniciativa de
ISCTE e presidente da Agência excepcional qualidade humana e
Nacional de Qualificação, salientou,
no debate de dia 24, que o mercado
científica, em que alguns de nós, pro-
motores do núcleo de Vila Franca de
“Necessitamos de adesão ao movimento
exclui e que a taxa de actividade dos
cidadãos deficientes é menos de
Xira, tivemos a felicidade de partici-
par. O impacto desse evento foi o
para criar a rede”
metade (49%) dos restantes cidadãos grande responsável pela adesão ao
e a taxa de desemprego de portadores movimento PER. Inicialmente a conseguirmos criar uma rede local. que estamos perante um dos grupos ssoa, potenciando o diálogo com
de deficiência duas vezes e meia supe- nossa participação fez-se através do Mais do que isso não é razoável mais vulneráveis da nossa sociedade, todos os intervenientes de modo a
rior à dos restantes cidadãos. O índice núcleo de Lisboa; contudo, concluí- almejar. que exige o melhor da nossa cons- criar planos concertados e realistas;
de analfabetismo é, também, mais ele- mos que o mais adequado seria ciência moral. -Influenciar decisões sobre as políti-
vado entre os deficientes. Segundo canalizar as nossas energias em prol O concelho de Vila Franca é apon- cas de reabilitação;
referiu, dados de 2007 apontam para da constituição de um núcleo local. tado frequentemente como um dos Quais são os vossos objectivos pri- -Promover a mudança de mentali-
21% de analfabetismo entre os Um outro elemento decisivo foi o que possui mais instituições e mais oritários nesta região? dades a partir de dentro.
cidadãos deficientes com idades entre facto de alguns de nós sermos pais de respostas no domínio social. Os nossos objectivos dependerão da
os 25 e os 70 anos e de 3, 6% para os crianças com perturbações do espe- Concorda com esta ideia ou ainda vontade dos membros do núcleo e da Como é que um pai ou uma família
restantes cidadãos. ctro do autismo, a frequentar a há muito que fazer e melhorar na estratégia que venha a ser delineada pode aderir ao PER e ao vosso
“O mercado cria uma situação que Unidade de Ensino Estruturado do área do apoio aos cidadãos defi- pela direcção nacional do PER. núcleo em particular?
deforma e gera desigualdades”, vin- agrupamento Sousa Martins, o que cientes? Apesar de haver grande liberdade no A adesão pode fazer-se através do
cou, considerando que “é ao Estado funcionou como um elemento de O Concelho de Vila Franca tem insti- funcionamento das estruturas locais, sítio do PER na Internet, em
que compete promover a inclusão das união, dado as vivências e problemas tuições de apoio social notáveis. Não os seus planos de actividades devem http://www.paisemrede.net/. As for-
pessoas com deficiência. Se o Estado que partilhamos. Por último, o facto é por acaso que convidámos o Dr. ser enquadrados numa perspectiva malidades de adesão são e não é obri-
falha tendem a desenvolver-se proble- de, apesar de haver vários membros Luís Carlos Santos, director da mais vasta, de âmbito nacional. gatório o pagamento de quota; os
mas de exclusão social. Se o Estado é PER residentes no Concelho de Vila CERCIPóvoa para participar no Primeiro temos de criar a “rede” e membros podem fazer doações, de
forte, a comunidade é mais sustentáv- Franca não existir uma “rede” que debate e que o Sr. Manuel Martins, para isso necessitamos de adesão ao acordo com a sua vontade e possibi-
el e mais coesa”, referiu. movimento. Temos procu- lidade. Podem aderir pais, amigos,
Luís Capucha lembrou, também, que rado apresentá-lo aos familiares, técnicos etc. Todos aque-
a taxa de participação social, associa- agentes sociais cuja acção les para quem o problema da defi-
tiva e política dos cidadãos deficientes tenha alguma relação com ciência tenha um significado particu-
é “baixíssima” e criticou alguns mo- a intervenção junto de lar são bem-vindos. Embora nos seja
delos seguidos nas escolas, com o pessoas com deficiência. remetido o contacto de correio elec-
excessivo, no seu entender, enquadra- Fizemos essa aproxi- trónico dos novos membros resi-
mento de alunos na figura das nece- mação às instituições dentes no Concelho, se nos con-
ssidades educativas especiais. É que, locais e aos agentes políti- tactarem directamente através
segundo referiu, Portugal, de acordo cos, a quem apresentámos endereço per.vfxira@gmail.com,
com os rácios europeus, deveria ter o nosso movimento. passam de imediato a fazer parte da
cerca de 23 mil crianças e jovens Demos particular atenção nossa rede de contactos.
neste tipo de ensino apoiado e tem
cerca de 50 mil.
O sociólogo sublinha que “todas as
pessoas têm potencial”, mas que é FORMIGUINHA DO ASSEIO Lda.
preciso saber ouvi-las e que “o direito
à igualdade deve prevalecer sobre o EMPRESA DE LIMPEZAS
direito à diferença. Cada um deve ter - Manutenção e pinturas -
a oportunidade de levar tão longe - Lavandaria -
quanto possível as suas capacidades”, - Engomadoria -
vincou. - (recolhas e entregas grátis ao domicílo) -
Por outro lado, Luís Capucha consi-
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dera que, por comparação com outras ALVERCA
realidades europeias, em termos de Tel: 219 577 809 - 916 438 041
inclusão escolar de pessoas com defi- formiguinhadoasseio@hotmail.com
ciência “Portugal não está numa situ-
ação ideal, mas também não está
numa situação tão negativa. Foi um ANA RODRIGUES
caminho percorrido em grande parte
pelos pais das crianças que, a seguir 961 863 946
ao 25 de Abril, formaram as Cerci, os
núcleos da APPCDM e outros.
R. Bento Jesus
Seremos dos países mais desenvolvi- Limpezas gerais e
dos da Europa na integração dos defi- domésticas | Escritórios, Caraça
cientes. Estamos longe do que é dese- condomínios | Limpezas Lt. 48 - 4ºDto
jável, mas a situação também não é Vila F. de Xira
João Veiga é um dos
industriais e comerciais |
tão negativa como por vezes se quer
fazer crer”, concluiu. dinamizadores do núcleo de Gestão de condomínios
pais vila-franquense brunovieira-bv@live.com.pt
4. 04
“
TODOS COM VOZ voz ribatejana #16
Editorial Voz dos leitores
Unir Vila Assim vai o Colete Encarnado
A tradição vai acabando, porque alguém
assim o vai fazendo. O Colete Encarnado não
Franca é a senhora presidente, nem os vereadores.
Nem o folclore no desfile nas carruagens dos
cavalos. O Colete Encarnado não são só as
A participação das tertúlias foi um dos pontos mais mar- sardinhas, porque essas vão escasseando,
cantes da corrida de toiros que a RTP transmitiu, na porque as que vão para as tertúlias são para
sexta-feira, para todo o Mundo, a partir da praça Palha os amigos, quem vem de fora quase não as
Blanco de Vila Franca de Xira. Largas centenas de ter- vê. O Colete Encarnado não são só os espe-
tulianos deram, com a sua animação e o colorido das ctáculos musicais. O melhor do Colete
suas camisolas, um ambiente único e particularmente Encarnado e o que mais emoção dá a Vila
emotivo à Festa. Contribuíram, assim, de forma decisi- Franca são os toiros. O Colete Encarnado são
va para passar uma boa imagem da aficion vila-fran- os campinos, os toiros e todos aqueles que,
quense e da paixão de muitos deles pela Festa dos correndo o risco da própria vida, vão lá para
Toiros. dentro enfrentar os toiros, são eles que dão
Já três dias antes se sentira um clima de forte ligação emoção ao Colete Encarnado, são eles que
entre os tertulianos na mostra realizada na Rua trazem gente a Vila Franca, são as esperas
Almirante Cândido dos Reis e na homenagem que as que são faladas em todo o País. Em que pen-
autarquias locais prestaram às tertúlias da cidade. saram na hora de fazerem a manga, na multi-
São quase 40 grupos de amantes da tauromaquia espa- dão não foi, porque o risco de acidentes nas
lhados por outros tantos locais da cidade, que lhe dão tronqueiras naquela zona vai ser muito
um colorido e um tipicismo muito próprio. Nem todas grande. Nos que brincam com os toiros, ne-
têm conseguido manter o dinamismo de outras épocas, sses ainda pensaram muito menos, afinal
mas demonstraram nestas iniciativas que estão bem porque tomaram tal decisão? Vão dizer que é
vivas, que envolvem muitas centenas de pessoas e que por causa das lojas, temos pena mas eles ne-
podem dar contributos ainda mais decisivos para a vida ssas 3 horas nada vão vender, porque a con- Um aficionado atento:
da cidade se para isso forem devidamente mobilizadas. fusão vai ser grande, como de costume. António Carlos
Há quem defenda a criação de uma comissão que repre- Bairro da Costa Branca, Vila Franca
sente as tertúlias de Vila Franca, há quem defenda uma
mostra mais alargada e há mesmo quem defenda uma
comissão de entidades locais que partilhe com a Câmara
a organização do Colete Encarnado. São tudo propostas
que merecem reflexão e certamente que, unidas, as von-
tades dos vila-franquenses podem dar outro andamento
O MELHOR E O PIOR DA QUINZENA
e outra dinâmica à cidade. A tradição está cá, o
património também existe, o rio e a zona ribeirinha A chamada violência doméstica é um
caminham para ter outras condições, o forte associa- problema crescente na sociedade por-
tivismo local tem dado provas de que está bem vivo e o tuguesa, motivada por diversos fa-
comércio local também revela iniciativa. Tudo junto e a ctores, que vão do alcoolismo a lacu-
remar para o mesmo lado pode elevar novamente o nas na formação da personalidade de
papel de Vila Franca na vida desta região ribatejana. A vida do campo é dura mas parece voltar a alguns dos envolvidos. Nesta edição
atrair cada vez mais pessoas convencidas do Voz Ribatejana abordamos dois
Jorge Talixa que o privilégio de viver em ambiente rural é casos extremos que culminaram em
único e que a agricultura tem futuro. Vemos homicídios, mas divulgamos também
por isso com satisfação o número significati- o novo livro de Carlos Santos Oliveira
Estatuto Editorial vo de crianças e jovens que, no passado fim- sobre a problemática das relações
de-semana, vestiram o Colete Encarnado e familiares. Matérias que nos devem
O Voz Ribatejana é um órgão de informação generalista assumiram-se como potenciais futuros preocupar porque a família deve con-
vocacionado para o acompanhamento de toda a região campinos, garantindo que a profissão tam- tinuar a ser a base da sociedade por-
Ribatejana, dando particular atenção aos municípios da bém tem futuro. tuguesa.
zona Sul do Ribatejo.
Aposta numa comunicação séria, isenta e plural, que vá
de encontro aos anseios e necessidades de informação
dos mais de 500 mil habitantes do Ribatejo e das
inúmeras comunidades daqui originárias espalhadas
pelo território nacional e pelo Mundo.
O Voz Ribatejana compromete-se a seguir e a aplicar
todas as regras deontológicas e a tratar todos de igual
forma, com equilíbrio e sem distinção de cor política,
raça, credo ou estatuto social.
O Voz Ribatejana dará especial atenção aos problemas
das comunidades mais desfavorecidas e apoiará dentro
das suas possibilidades as iniciativas da sociedade civil
que visam eliminar desigualdades e aumentar o progre-
sso social do nosso País.
O Voz Ribatejana dará também especial realce às
tradições ribatejanas e ao trabalho daqueles que se
envolvem na sua preservação e às iniciativas dos jovens,
percebendo que está neles o futuro desta região.
Ficha técnica: Voz Ribatejana Quinzenário regional Sede da Redacção e Administração – Centro Comercial da Mina, Loja 3 Apartado 10040, 2600-126 Vila Franca de Xira Telefone geral – 263 281
329 Correio Electrónico – vozribatejana@gmail.com director.vozribatejana@gmail.com redaccao.vozribatejana@gmail.com comercial.vozribatejana@gmail.com Proprietário e editor – Jorge
Humberto Perdigoto Talixa - Director – Jorge Talixa (carteira prof. 2126) Redacção – Miguel António Rodrigues (carteira prof. 3351), Carla Ferreira (carteira prof. 2127), Paula Gadelha (carteira
prof. 9865) e Vasco Antão (carteira de colaborador 895) Paginação - António Dias Concessionário de Publicidade – PFM – Radiodifusão Lda. Área Administrativa e Comercial – Júlio Pereira (93
88 50 664) e Afonso Braz (936645773)Registo de Imprensa na ERC: 125978 Depósito Legal nº: 320246/10 Impressão CIC – Centro de Impressão Coraze Tiragem – 5000 exemplares
5. 05
Leitores concordam com a extinção dos governos civis 15%
não
A maioria dos leitores do Voz Ribatejana que partici- S/NR
8% N
param no inquérito promovido no blog vozribate-
jana.blogspot.com, concorda com a decisã0 do
76% sim
Governo de extinguir os governos civis.
Pronunciaram-se 26 leitores, com 76% a apoiarem a
6 de Julho de 2011 medida e 15% a manifestarem a sua discordância.
CDU e PSD rejeitam Assaltos por
esticão
repreensão a engenheira da preocupam
Arruda
Câmara de Vila Franca Uma série de assaltos pelo
método de esticão verificados
nas últimas semanas está a
rios
O caso do processo disciplinar levantado a uma técnica superior da Câmara de Vila Franca de Xira por comen- gerar muita preocupação na
tários que publicou no facebook revelado pelo Voz Ribatejana acabou por dividir os eleitos municipais. A maio-
C omentá vila de Arruda dos Vinhos. O
último caso deu-se na semana
ook
ria PS propôs uma repreensão por escrito, mas os votos contra da CDU e da coligação Novo Rumo (PSD/CDS-
o faceb so
PP/PPM/MPT) ilibaram a funcionária envolvida. passada e o Voz Ribatejana
n sabe que a GNR já identificou
ces
ram pro r
Jorge Talixa O assunto acabou por ser dis- responder a alguns comen- algumas con- dois suspeitos, que estão sob
Uma engenheira da Câmara
cutido, à porta fechada, na
penúltima reunião camarária
tários que circulavam no
facebook a propósito do mau
siderações
pouco rele- de na
investigação. Responsáveis da
discipli
Guarda sublinham que há a
de Vila Franca de Xira foi e a proposta socia-lista de estado de algumas vias vantes sobre o convicção de que este grupo,
alvo de procedimento disci- punir a funcionária com uma municipais. Escreveu, então, facto da urbaniza- oriundo de fora da vila, será o
plinar devido a comentários repreensão por escrito foi que “o pessoal da Câmara ção da Quinta da em autor dos vários furtos regista-
que publicou no facebook em rejeitada com 6 votos contra Municipal de Vila Franca de Piedade (Póvoa de dos e as investigações
que se referia aos serviços da de CDU e coligação Novo Xira que tapa os buracos Santa Iria) nunca ter sido resposta ao prosseguem no sentido de
autarquia. A técnica superior Rumo (PSD/CDS- (brigada móvel) tem que tapar definitivamente concluída. Voz Ribatejana, a Câmara de reunir as provas necessárias.
da Divisão de Obras, Viaturas PP/PPM/MPT) e 5 a favor do buracos em 11 freguesias e Certo é que, poucos dias Vila Franca de Xira disse, Também em Arruda, uma ten-
são tativa de assalto ao balcão do
Santander Totta gerou alarme
no passado dia 24. Um indiví-
duo, armado, tentou roubar a
agência bancária, mas devido
ao mecanismo de retardamento
da abertura do cofre acabou
por desistir dos seus intentos,
optando pela fuga numa viatu-
ra estacionada na zona. O Voz
Ribatejana apurou que um
e Serviços Municipais P S . ape- cliente que acabara de sair da
(DOVSM) até, de alguma Sobrepôs-se, assim, o nas quatro pessoas com uma depois, soube que estava simplesmente, que “os recur- agência se apercebeu da tenta-
forma, defendeu o Município entendimento de que deve única viatura”. Acrescentou sujeita a um procedimento sos humanos da autarquia são tiva de assalto e alertou a GNR,
e justificou algumas dificul- prevalecer o direito à liber- que esta mesma brigada está disciplinar, a que respondeu. uma área que apenas diz que chegou rapidamente ao
dades na reparação de dade de expressão da cidadã e sujeita a uma rotatividade Entretanto, a Concelhia do respeito ao funcionamento local, de onde o suspeito saíra
estradas e arruamentos, mas a de que os impactos das redes fixa entre freguesias “pelo PCP acusou a coligação PS- interno da Câmara 2 a 3 minutos antes. Os mil-
maioria PS entendeu que sociais como o facebook que, salvo raras excepções, só PSD-CDS/PP que governa o Municipal”. itares da Guarda encetaram,
poderia estar a violar o dever ainda não são suficientemente voltam a estar presentes na Município de “perseguição” a Certo é que, já na última então, a perseguição em
de lealdade e a abordar publi- conhecidos. mesma freguesia após cerca trabalhadores da Câmara, sessão camarária, CDU e co- direcção a Vila Franca de Xira,
camente matérias ligadas ao Tudo aconteceu em 9 de de nove a dez semanas”, mas porque “até mensagens colo- ligação Novo Rumo mas já não conseguiram
funcionamento interno da Março passado, quando a téc- salientou que a Câmara tam- cadas em páginas pessoais rejeitaram a proposta social- localizar o assaltante.
autarquia, conforme revelou o nica até estava de baixa por bém fornece materiais às jun- das redes sociais são uti- ista de aplicar uma repreen-
Voz Ribatejana na sua edição ter sido sujeita a uma inter- tas para que estas tapem lizadas para instauração de são por escrito à funcionária J.T.
de 25 de Maio. venção cirúrgica e resolveu alguns buracos. Teceu ainda processos disciplinares”. E, em causa.
Extinção dos governos civis dá polémica
Pedro Passos Coelho anunciou, logo Lisboa, tornou pública uma carta que segurança e contribuir para o equipa- dimensão supra-municipal”, susten- Amadora e em
na sua tomada de posse, que não enviou ao novo ministro da mento dos bombeiros voluntários de ta. Loures.
nomearia novos governadores civis, Administração Interna Miguel cada distrito”. Acrescenta, ainda, que o Governo
porque estas estruturas regionais serão Macedo, onde apresenta o seu pedido No entender de António Galamba, as Civil do Distrito de Lisboa tem Jorge Talixa
rapidamente extintas, conforme de cessação de funções e recorda as posições assumidas por PSD e CDS- especificidades próprias, pela
promessa eleitoral do PSD. Os gover- funções dos governos civis ao nível da PP também ignoram que “as dinâmi- realidade exigente dos seus 16
nadores civis em funções reagiram no representação do Governo, da aproxi- cas de um território como o do distrito municípios, pela dimensão dos
próprio dia apresentando a sua demi- mação entre o cidadão e a adminis- de Lisboa são supra-municipais e desafios de segurança, de segu-
ssão. Embora se colocassem algumas tração, da segurança pública e da pro- exigem um olhar a esse nível para rança rodoviária, de protecção
dúvidas sobre a manutenção de tecção civil. “Ao longo dos últimos poder conformar às soluções à reali- civil e de defesa da floresta
funções básicas dos governos civis meses, os governadores civis em dade das pessoas, das instituições e da contra os incên-
como a coordenação da protecção funções foram confrontados com uma circulação dos bens. A sociedade por- dios e por dis-
civil, o Governo esclareceu que, em campanha mediática populista, cata- tuguesa está demasiado organizada por de um
caso de problema, a actividade dos lisada por partidos políticos como o com base em modelos de comparti- amplo par-
governos civis será assegurada pelos PSD e o CDS-PP, centrada na defesa mentação do território quando as pe- que de
secretários distritais. A maior parte da extinção dos governos civis”, sus- ssoas, as organizações e os fenómenos habitação
dos governadores demissionários tenta António Galamba, lamentando sociais como a criminalidade, por social na
disponibilizou-se, contudo, para asse- que essas afirmações tenham ignorado exemplo, estão em mobilidade. Pontinha,
gurar a coordenação da protecção civil que “os governos civis apresentam Acresce que, no caso do distrito de Odivelas e
enquanto o Governo não concretiza o uma sustentabilidade financeira inve- Lisboa, os cidadãos estão confronta- de pro-
novo modelo. jável, com capacidade de gerar dos com um risco sísmico, por vezes priedades
O alverquense António Galamba, que receitas próprias para o funcionamen- negligenciado, que exige um trabalho e m
durante quase dois anos exerceu to dos serviços prestados aos de planeamento, de preparação e de Odivelas, António Galamba
funções de governador civil de cidadãos, para apoiar as forças de criação de rotinas de acção com uma n a
6. 06
“
SOCIEDADE voz ribatejana #16
“A violência familiar
tem vindo a aumentar”
Carlos Santos Oliveira, oficial de justiça num dos tribunais de Vila Franca de Xira, apresentou, no dia 25, na livraria-bar Mensagem Aberta, o seu novo livro. “Os Filhos Não São Maus” faz,
em 20 histórias distintas, uma importante reflexão sobre as relações entre pais e filhos na sociedade actual. Em entrevista ao Voz Ribatejana, Carlos Santos Oliveira explica o que pretende trans-
mitir com esta obra baseada em factos reais.
Voz Ribatejana - Este seu Respondendo à segunda parte volvimento do texto, mas man- tos e me interroguei nova- al na área da justiça também lência no seio da família.
novo livro aborda a questão da pergunta, todas as histórias tém intocável o que realmente mente ao escrevê-los: como foi influenciou a vontade/neces- Mas uma verdade indesmen-
do relacionamento entre pais deste livro têm um fio condu- sucedeu. Provavelmente ao possível? sidade de abordar este tema? tível é que a violência familiar
e filhos, em 20 histórias dis- tor comum: a quebra do É evidente que a minha exper- tem vindo a alastrar e a aumen-
tintas. O que pretende trans- respeito, da compreensão, da iência como oficial de justiça tar a nível nacional, o que deve
mitir com elas e até que autoridade, do Amor e da dig- em tribunais de família e merecer toda a atenção e pre-
ponto têm um fio condutor nidade no relacionamento menores há cerca de 10 anos, ocupação. Contudo, a meu ver,
entre si? entre pais e filhos, o que dá em Ponta Delgada, na Ilha de mais preocupantes são os mil-
Carlos Santos Oliveira - origem a uma espécie de guer- S. Miguel, nos Açores, e agora hares de crimes de violência
Penso, como diz a psicóloga rilha doméstica. em Vila Franca de Xira, teve física e psicológica que são
Susana Luís Gonçalves, que influência na minha vontade e praticados e não são denuncia-
tem colaborado comigo nas Acha que esta questão das necessidade de abordar este dos, por medo, por cumplici-
apresentações desta obra, que relações familiares, especial- tema. É ali que nos chegam as dade e por vergonha.
este livro funciona como um mente entre pais e filhos, é réplicas do verdadeiro ter-
“despertador”. Em meu enten- um dos grandes problemas ramoto social; as famílias O que é que a escrita signifi-
der andamos todos a dormir e da nossa sociedade. Porquê? estão a desmoronar-se e a des- ca para si e que novos pro-
negligenciamos as nossas Sem dúvida que é um proble- fazer-se em pó. Chega a ser jectos tem em preparação?
responsabilidades enquanto ma social muito grave. Sendo chocante e emocionalmente Para mim a escrita é uma
pais, filhos e educadores. É a família a estrutura/instituição doloroso (muitas vezes já forma de partilhar mensagens
urgente despertarmos para a fundamental da sociedade chorei) conviver com tanta com os leitores. É um meio de
realidade e cada família fazer humana, ao degradar-se vai desgraça. Por isso este meu fazer amigos, envolvê-los no
bem o seu trabalho de casa, destruindo a ordem, a edu- livro, como alguns outros que meu trabalho e juntos constru-
que consiste numa boa edu- cação, os princípios e os va- anteriormente publiquei, pre- irmos livros. É por vezes a
cação, em muito diálogo e lores. Se no seio familiar, den- tende que nos choquemos, ten- possibilidade de contar as
numa partilha fundamental: a tro da nossa própria casa, que hamos vergonha dos nossos histórias daqueles que me
do Amor. Esta até parece ser devia ser um lugar de afectos, comportamentos e, sobretudo, pedem que escreva sobre as
uma receita básica e simples, de protecção e de segurança, tomemos consciência que esta- suas vidas, como aconteceu
mas o facto é que nós não a as pessoas só convivem com o mos a agir mal e que é urgente relativamente a alguns episó-
conseguimos pôr em prática. conflito, as ameaças, as encontrarmos o caminho que dios deste livro, “Os Filhos
Só quando vemos passar na agressões, a raiva e a falta de nos leve a ser felizes. Não São Maus”. Mas é, sem
televisão as imagens mediáti- entendimento e Amor, é natu- qualquer dúvida, um grande
cas de jovens a agredirem e a ral que estes comportamentos O problema da violência meio para exaltar ao sentimen-
serem agredidos impiedosa- extravasem para a sociedade e familiar é especialmente pre- to e fazer reflectir e exprimir-
mente nas escolas e noutros tenhamos que conviver no ocupante na região de Vila me sobre o que acho ser funda-
espaços públicos é que leva- nosso dia-a-dia cada vez com Franca de Xira? mental: o Amor.
Carlos Santos Oliveira apresenta livro em Vila Franca
mos as mãos à cabeça e nos mais ódio, mesquinhez, egoís- A violência familiar na região Quanto a projectos, existe a
perguntamos: mas para onde é mo e violência. de Vila Franca de Xira é tão possibilidade de publicar, até
que vão estes jovens? fazerem a leitura dessas A verdade é que as histórias preocupante como em qual- ao final do ano, mais um livro
Contudo, estas cenas repetem- As histórias que reúne nesta histórias de vida, muitos deste livro são, no meu enten- quer outro lugar do nosso país infanto-juvenil e, no próximo
se todos os dias. Não há nisto obra baseiam-se em factos leitores acharão que as situ- der, apenas o reflexo da nossa e do mundo. É claro que em ano, um romance que se
nada de original. Penso que reais? ações ali descritas são demasi- incapacidade de sermos cidades como esta e tendo em desenrola em Portugal e noutro
seria mais adequado pergun- Sim, todas as histórias deste ado absurdas e desumanas e humanos e vivermos com conta as suas dimensões popu- país da Europa e que atravessa
tarmo-nos: afinal o que é que livro têm por base factos reais. que não têm qualquer relação respeito, dignidade e Amor. lacionais, étnicas e 45 anos da história destes dois
queremos fazer das nossas É claro que a liberdade criativa com a realidade. Eu próprio migratórias, existe sempre um países.
vidas e das dos nossos filhos? acaba por intervir no desen- me surpreendi perante os fac- A sua experiência profission- maior número de casos de vio-
PSD quer alargar horários do refeitório social
A bancada da coligação Novo Rumo (PSD/CDS- 11h45) não será o mais adequado e ajustado às pelouro da Acção Social, acrescentou que “é pre- da Luz Rosinha lembrou que acompanha o fun-
PP/PPM/MPT) na Assembleia Municipal de Vila necessidades daqueles que mais precisam e ciso integrar aqueles que são socialmente mais cionamento do refeitório social há muitos anos e
Franca de Xira acha que o actual horário do defende o alargamento do funcionamento deste desfavorecidos” e que o horário actual está de que, muitas vezes, quem tem fome prefere levar
refeitório social não se coaduna com as necessi- serviço para o período das 12h00 às 14h00 e, se acordo com as disponibilidades dos utentes. De alimentos para casa a ir a um qualquer refeitório.
dades dos utentes. O executivo PS não tem a for julgado pertinente pelo executivo da edilidade, acordo a edil, a Câmara tem procurado alargar o “O número de pessoas que recorrem ao refeitório
mesma opinião e defende que essa alteração não também ao fim-de-semana. Ana Paula Bayer apoio que dá a estas pessoas, pondo também à sua social é muito reduzido, são pessoas que conhece-
se justifica. mostra-se “convicta” de que esta mudança disposição os balneários e oferecendo algumas mos muito bem e que não tiveram oportunidade
O assunto foi colocado na última sessão do órgão aumentará o número de utentes, “permitindo que roupas “para que essa integração mais digna se de ter um projecto de vida, nalguns casos com
deliberativo municipal por Ana Paula Bayer, lem- muitos mais possam vir a usufruir” deste Direito possa realizar”. Conceição Santos afiançou, tam- problemas de alcoolismo”, explicou a edil, frisan-
brando que o refeitório social que o Município Universal à alimentação condigna. bém, que se da avaliação permanente que se faz do que há no concelho um importante trabalho
tem a funcionar em Vila Franca se destina a servir Maria da Luz Rosinha sustentou que, quando a do funcionamento do refeitório social se concluir social e que se procura prestar apoio num contex-
a população mais carenciada e que não é preciso Câmara decidiu integrar o refeitório social no que é necessário introduzir alguma alteração to de muita discrição.
ser economista para “compreender que os tempos refeitório municipal, esse “foi o primeiro acto de “seguramente será feita”. A proposta da coligação Novo Rumo acabou por
que se avizinham serão penosos para muitas grande integração” e defendeu que, estando a Ana Paula Bayer insistiu que se deveria reflectir ser rejeitada com 20 votos favoráveis de CDU,
famílias residentes no concelho”. Por isso, a coli- maioria dos utentes desempregados, não têm no alargamento do horário do refeitório social e Novo Rumo e Bloco de Esquerda e 23 contra do
gação Novo Rumo acha que o actual horário do problema em frequentar o refeitório social até às que se deveria também tentar criar formas de aju- PS.
refeitório social (segunda a sexta das 11h15 às 11h45. Conceição Santos, vereadora com o dar as pessoas a reconstruírem a sua vida. Maria J.T.
7. O artigo sobre urbanizações
inacabadas publicado na última edição
do Voz Ribatejana suscitou vários comen-
tários no facebook. Participe também em:
www.facebookcom/vozribateana
Maria Rodrigues: "Se o
País não tem dinheiro como é que
acabam as casas? Só se os que se
põem para aí a divagar fizerem
Maria de Lurdes
Santos: "Ou então os cons-
trutores ganharem um
pouco menos também e as
pessoas tinham mais acesso
07
empréstimos a custo Zero aos a comprar"
construtores, isso é que era".
6 de Julho de 2011
Benavente
Julgado por matar o
Desenhador acusado filho no Sobralinho
No Tribunal de Vila Franca de Xira decorre, entretanto, o
de matar o pai
O Tribunal de Benavente está a julgar o caso de um desenhador da Glória do Ribatejo acusado de ter agredido o pai até à morte.
julgamento de Luís Espalha, septuagenário que, em
Agosto do ano passado, terá disparado um tiro de
caçadeira que atingiu mortalmente no abdómen um filho
de 42 anos. A vítima era motorista na transportadora Boa
Viagem e, segundo várias testemunhas, pai e filho tinham
A vítima trabalhava numa fábrica de Alverca. um relacionamento difícil.
A sessão de dia 28 do julgamento foi preenchida com
audição de várias testemunhas. Sérgio Oliveira, de 44
Jorge Talixa computador, o que ele cumpriu.
anos, com alguma formação de primeiros socorros, estava
Admite que vivia em casa dos
nas proximidades quando ouviu o disparo. Procurou
Um desenhador projectista de pais e que não contribuía para
perceber o que se passava, telefonou para o 112 e abeirou-
39 anos está a responder no as despesas, diz que o pai tinha
se da vítima, que encontrou “enrolada” no chão do quin-
Tribunal de Benavente acusado mau feitio e o agredia regular-
tal da família, ainda a respirar, mas quase inconsciente.
da prática de um crime de mente, por vezes com ajuda dos
Pouco depois, a vítima terá entrado em “estado de
homicídio qualificado sobre o tios, mas não soube explicar por
choque”. Nas proximidades estava a filha pequena e a
seu próprio pai. Na primeira que é que, nessas condições,
testemunha diz ter ouvido o septuagenário gritar: “Matei
sessão do julgamento, realizada nunca saiu de casa. O relaciona-
um, mato dois ou três”. Já outra testemunha, David, con-
na passada sexta-feira, disse mento no seio da família estava
tou que tentou convencer o arguido a entrar e casa e a
que o pai o agredia quando de tal modo degradado que,
largar a caçadeira, mas garantiu que não ouviu o idoso
estava embriagado e que naque- segundo o procurador Luís
ameaçar matar mais alguém.
la noite de 20 de Outubro pas- Pires, havia 14 queixas dos pais
Já Rute Teixeira, médica do INEM que acorreu ao local,
sado apenas tentou defender-se contra o filho pelo seu compor-
relatou que o corpo estava caído à frente da porta da casa
e imobilizá-lo. A mãe, que tamento agressivo. Arsénio diz
e que não foi possível salvar o motorista.
assistiu a parte da luta entre pai que só tinha conhecimento de
e filho, apresenta um relato uma e que ele próprio também
dife-rente e afiançou que, apresentou queixas contra o pai
depois do pai ter caído no chão pelas alegadas agressões.
na sequência de um soco do Certo é que naquela noite Antigo inspector terá morto
filho, este terá saltado repetida- ambos apresentavam taxas de
mente a pés juntos em cima da alcoolemia elevadas (o pai com corpo. “Talvez tenha batido dizia que não podia fazer nada. ucraniana
cabeça e do peito do progenitor. 2, 35 gramas por litro de sangue numa pedra ou fosse devido ao Penso que ele tem um pro-
Certo é que, segundo o colecti- e o filho 1, 75 gramas) e terão acidente com a trotinete”, ten- blema qualquer no cérebro. Era Um antigo inspector da Polícia Judiciária, de 70 anos, terá
vo de juízas, a vítima ficou com entrado em luta. O arguido diz tou explicar o filho. As três muito agressivo para mim e sido o autor do disparo que vitimou uma imigrante ucraniana
o crânio parcialmente esmaga- que depois de terem trocado juízas e as advogadas con- para o pai”, sustentou a mãe, de 45 anos, que habitualmente limpava a sua casa. O caso
do e morreu em consequência murros e pontapés tentou deixar frontaram o arguido com várias afirmando que o filho lhe bateu deu-se na manhã de dia 30 num prédio da Rua João Silva
de asfixia originada por com- o local numa trotinete, mas que contradições e este manteve muitas vezes e que, naquela Vitoriano, na Póvoa de Santa Iria e, segundo fonte policial, o
pressão do pescoço e pela o pai o abalroou, caindo os dois. que só procurou imobilizar o noite, terá dito:”Matei o pai e a suspeito terá tentado, depois, pôr termo à vida, tendo sido
entrada de sangue (ficou com a A luta prosseguiu, segundo o pai e que nunca teve intenção seguir vais tu”. Segundo o rela- encaminhado em estado muito grave para o Hospital de São
cana do nariz partida) nas vias desenhador terá durado quase de o matar. to da progenitora, tudo José. Segundo testemunhos recolhidos pelo Correio da Manhã
respiratórias. 10 minutos e, a dada altura, o A mãe, Quitéria Augusto, apre- começou porque o filho (muito em causa poderá estar uma alegada recusa da imigrante em
O caso ocorrido há 8 meses em pai terá caído e ficado inanima- sentou, contudo, um relato bas- embriagado) terá ameaçado o manter um relacionamento amoroso com o suspeito.
Glória do Ribatejo, no concelho do. “Ao cair terá embatido com tante diferente, referindo que pai com uma faca. A mulher diz
de Salvaterra, suscitou muita a face no chão, ficou inanimado Arsénio foi um bom filho ter tentado salvar o marido, mas
revolta na zona e a sala de e admiti que tivesse sofrido um (único) até aos 17 anos, mas que o filho não deixou, Município de Vila Franca de Xira
audiências do Tribunal de ataque cardíaco”, referiu o que depois mudou a sua perso- empurrando-a várias vezes e
Benavente tinha, na sexta-feira, arguido, garantindo que a partir nalidade e tornou-se muito levando-a a perder os sentidos.
cerca de 20 familiares e amigos daí não voltou a bater-lhe. agre-ssivo, embriagando-se fre- “Desde os 17 anos, batia-me
dos envolvidos. O filho, Raquel Costa, presidente do quentemente. Os pais procu- muita vez, foi uma vida muito
Arsénio Dias, disse, em tribunal colectivo, estranhou contudo raram inúmeras vezes o auxílio torturada. Foram 20 anos neste
que tudo terá começado depois que, nessas condições, a vítima da GNR e chegaram a envolver sofrimento até que acabou
do pai (operário fabril de 59 apresentasse o crânio parcial- uma delegada de saúde, a quem assim”, concluiu. Segundo
anos que trabalhava na mente esmagado, três costelas pediram o internamento do Raquel Costa, o exame feito
Elevadores Fortis em Alverca) fracturadas e múltiplas lesões filho num centro de reabili- concluiu que Arsénio Dias não
lhe ter mandado desligar o nos pulmões e noutras partes do tação. “A Guarda ia lá a casa e tem anomalias psíquicas.
PJ investiga denúncia de corrupção
na Câmara de Benavente
Inspectores da Polícia Judiciária estiveram, na quarta-feira, na demolição de barracão construído ilegalmente em terrenos da
Câmara de Benavente e consultaram diversos processos dos Reserva Ecológica Nacional”.
serviços de urbanismo. Em causa está a investigação de uma Da participação feita pelo empresário terão resultado a investi-
denúncia de alegada corrupção e favorecimento feita, há quase gação e as buscas agora efectuadas. António José Ganhão confir-
dois anos, por um empresário com residência na freguesia ma que os inspectores estiveram na sua casa e no seu gabinete,
benaventense de Santo Estêvão. As suas declarações suscitaram referindo que não levaram nada e que prosseguiram, depois, as
bastante polémica, até porque foram feitas já numa fase de pré- buscas nos serviços de obras e urbanismo.
campanha eleitoral para as autárquicas de 2009. Segundo o Diário A denúncia aludia a alegadas situações de tráfico de influências e
de Notícias foram, agora, constituídos 5 arguidos. de favorecimento de determinados promotores. O executivo
António José Ganhão, presidente da Câmara de Benavente, diz camarário garantiu, na altura, que estava perfeitamente tranquilo
que esta visita da PJ “era há muito esperada e desejada e acontece relativamente a qualquer eventual investigação das participações E eu, Fernando Paulo Serra Barreira, Chefe da Divisão de Assuntos
na sequência do processo de inquérito aberto pelo Ministério feitas pelo empresário e que se limitou a cumprir a Lei na ordem Jurídicos, em substituição da Directora do Departamento de
Administração Geral, o subscrevi
Público, que acolheu uma denúncia efectuada por Pedro Mota, de demolição. António José Ganhão acrescenta que, já em Abril
advogado de Fernando António Marques”. Acrescenta o edil, que de 2009, solicitou ao Ministério Público a possibi-lidade de ser
esta denúncia “está ligada ao processo de notificação efectuada constituído arguido como forma de se poder defender de sus-
(pela Câmara) ao senhor Fernando Marques para proceder à peições que considera “gravemente caluniosas e difamatórias”.