Este documento resume eventos musicais no clube ZERO em maio de 2013, incluindo shows de Dyed Soundorom, Ka§par, Vahagn, DJ Vibe, Rodriguez Jr, Mike Denhert, Visionquest, e Saschienne.
1. JORNAL MENSAL DA SUBCULTURA ZERO
MAIO 2013
DYED
SOUNDOROM
MAGAZINO
SEXTA03
OSCAR MULERO / RODRIGUEZ JR / DJ VIBE / VISIONQUEST / SASCHIENNE
2. subzero#0
maio/2013
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maio/2013
Este é o SUBZERO.
Um jornal que se foca na
subcultura ZERO: no Club, nos
artistas, nos convidados e na
paixão pela música. O ZERO
é por isso o ponto de partida
para visões e escutas variadas,
deixando possibilidades em
aberto a cada fim-de-semana.
A cada mês. Não falamos para
todos, mas para aqueles que
procuram a novidade. Não somos
os que seguem multidões, mas os
que correm atrás da sonoridade
ainda fresca. Logo, estas não são
apenas páginas para folhear.
São novas ideias a reter como
uma boa música, que toca mais
além do que o ouvido.
NÚMERO ZERO / MAIO 2013 / FICHA TÉCNICA
Director Criativo: Gil Correia / Editora: Ana Castanho / Colaboradores: Hugo Branco, Filipe Alves, Francisco Morgado Véstia,
João Pires e Rui Murka / Direcção ZERO: João Gonçalves / Informações e Booking: info@zerolisboa.pt / Impressão: Gráfica
Funchalense / Tiragem: 3000 exemplares / Depósito Legal: 31517SN / O jornal SUBZERO é uma publicação gratuita do Club
ZERO que não pode ser vendida. Mais info: zerolisboa.pt ou facebook.com/zeroclub.official
MAIO 2013
03 Dyed Soundorom +
Magazino
04 Ka§par + Vahagn
10 Dj Vibe
11 Bloop After Party (dOP):
Rodriguez Jr + Zé Salvador
17 Mike Denhert + Jiggy
18 Visionquest vs Innervisions:
Shaun Reeves + Marcus
Worgull + Zé Salvador
24 Oscar Mulero + Freshkitos
25 Saschienne Live+djset +
Zé Salvador + Gilvaia
3. subzero#0
maio/2013
subzero#0
maio/2013
Eis o aguardado regresso do francês Dye Soundorom, já presente
em outras ocasiões na cidade, pela mão da Bloop Recordings e
Circoloco. Desta feita, junta-se a Magazino para uma noite que
promete muitas mãos no ar e pista cheia.
DYED SOUNDOROM
MAGAZINO
SEXTA03
APOLLONIA
MÉNAGE
Texto por Ana Castanho
Já sabemos muito sobre Dyed
Soundorom, cuja relação com
Portugal se foi estreitando pelas
mãos da Bloop Recordings, em
passagens que deixaram boa
memória. Mas como francês que
é, puxa-nos um lado por explorar:
o da ménage, claro. Essa trindade
que nos revela uma editora a
três, a honrar outras três do ramo
da música já muito distante –
Apollonia.
Com Ghenacia e Shonky, parceiros de
igual renome na cena musical, Dyed
fundou editora com nome de girl band.
Sim, a mesma Apollonia que Prince
lançou nos anos 80. Apollonia 6, para
a precisão, era um trio de meninas que
sucedeu ao projecto Vanity 6, depois
da vocalista das Vanity ter abandonado
o projecto e a entourage do músico
para se dedicar a projectos de
mowtown. Prince desencadeou então
a procura cerrada pela próxima estrela
do grupo e das filmagens de Purple Rain
– onde se estreou como actor, para
além de compositor da famosa banda
sonora. Procurou e achou-a: Patricia
Kotero, rebaptizada de Apollonia,
reconfigurando o trio sob influências
Disco, Funk e House. Estava lá tudo,
inesperadamente bem.
Sobre estas bases, Dyed descreve o
encontro perfeito na música “where
white soul meets black music”. E foi com
esse feel que pegou nos resquícios da
editora Freak’N Chic para começar um
novo projecto, a três, extrapolando com
Ghenacia e Shonky os limites de género
na electrónica.
Ganharam por isso o devido lugar nas
noites Circoloco. Back-to-back sessions
onde cruzam o house mais underground
com a electrónica, com reconhecida
alma, intensidade e maturação. E
nenhum destes factores irá faltar à noite
que se faz aguardar.
4. subzero#0
maio/2013
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maio/2013
Texto por Ana Castanho
“So get up! Forget the past. Go
outside and have a blast.”. Era
o que dizia a letra, por Darin
Pappas, que agora ecoa de
outra maneira. De uma maneira
revivalista, mas boa.
Tó Pereira, DJ Vibe, é um marco na
música de dança dentro e fora do
panorama nacional. E quanto a isso
nada se pode retirar, havendo tanto
mais a acrescer. Principalmente sob
esta sensação de “bom regresso”, que
não o é, mas parece ser.
Nos anos 90, Portugal parecia fervilhar
com música e semear dança por
aí: produtoras, festas, agências, DJs,
mixes, remixes, volumes de numeração
avançada, compilações, tops e hypes
de uma noite que parecia não acabar.
Kaos, Alcântara Mar, X-Club, X-Man
XL Garcia, Jiggy e Vibe – entre outros
nomes da cena electrónica e espaços
onde dançar – ficaram para os
anuários e continuaram a fazer história.
Essa que se reinventa, mesmo que por
períodos de latência dê lugar a outras
curiosidades.
Vibe não se “recicla”. Hoje levanta
o volume para algo novo, tão
genuinamente bom como na primeira
vez em que se fez ouvir, nos primeiros
anos em que todo este cenário era
pura descoberta. Claro, palmilhou
caminho por muitos – aquando o house
era elitista e o techno para massas,
mesmo que hoje se revelem tendências
opostas. Mas essas, como o tempo,
também mudam. Não deixam é ter o
seu espaço, o seu mérito, a sua casa. E
Vibe tem aqui a sua.
A CENA
EM ASCENSÃO
KA§PAR + VAHAGN
SÁBADO04
DJ VIBE
SEXTA10
HAVE
A BLAST
Texto por Rui Murka
Fotografia por Valeria Galizzi Santacroce
A história da música de dança
é feita de pessoas que em
determinados momentos
resolvem ‘fazer acontecer’.
Frequentemente, essa atitude
é reflexo de uma insatisfação,
de uma procura ou de não
se reverem no que as rodeia.
Outras vezes, é mais simples.
É, apenas, reflexo das suas
influências estéticas. Mas o
que faz realmente as coisas
acontecerem? Quais as
dificuldades? Que tipo de
indivíduos e situação são mais
ou menos propícias?
Muitas vezes o limite é a inércia interior
de cada agente, o apenas ver os
aspectos negativos e as dificuldades,
o sentir-se isolado, o não ter uma visão
prática para comunicar o que produz.
Mas, raramente, há momentos em que
várias pessoas sentem e comunicam o
mesmo entre si conseguem fazer algo
de único e mágico.
Algo que é dinâmico e em que não
se percebe quem influência quem
e que, lentamente, todos começam
a ter consciência do que se está a
passar. Este é, talvez, o momento que
define os acontecimentos como algo
de duradouro e consequente, ou
apenas como algo de circunstancial.
Sem perceberem como, estas pessoas
vêem-se envolvidas em algo a que se
chama “cena”.
O facto de alguém se sentir pertença
de um movimento e de, ao olharem
para o lado, ver outros criadores,
artistas, agentes,‘business man’ a
produzir funciona como uma das
principais motivações, que leva todos
a acreditar. É possível e as dúvidas
dissipam-se . É possível fazer igual
aquelas pessoas, movimentos e clubs
que sempre tiveram como referência,
mas com a particularidade de agora
não serem apenas espectadores/
consumidores. São actores no seu
próprio filme.
Não há regras, mas há felizes
conjugações para tudo isto acontecer.
Por vezes é preciso esperar muitos
anos para vermos os resultados. Algo
de muito dinâmico se está a passar
por cá e, ao contrário de outras
situações anteriores, não é isolado.
É consequente. Neste sentido, as
sonoridades Techno e House, nas suas
vertentes mais cósmicas e abstractas
estão a assistir à afirmação de 2
representantes, que há muito espalham
a música pelos clubs portugueses. Ao
fechar os olhos para ouvir as recentes
produções de Ka§par e Vahagn,
facilmente somos transportados para
territórios onde os países não contam.
Ka§par lança Ascensus, pela 4Lux,
e celebra a conquista em casa,
partilhando chão com Vahagn, cujo
trabalho com The Sky People está
prestes a voar por aí. Entre um e outro,
somos levados para a dimensão do
Techno de Detroit, onde confundiríamos
as suas produções com temas de
Moodymann, Carl Craig ou Theo
Parrish. Exagero? Talvez. O tempo assim
o confirmará, ou não. Até lá, resta-nos
dançar num espaço onde encontramos
estes e outros djs que fazem parte de
toda esta cena, da nossa cena. Ou seja,
é lá que cena, também, se passa.
Que a festa continue.
5. subzero#0
maio/2013
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maio/2013
BLOOP AFTER PARTY (dOP)
RODRIGUEZ JR + ZÉ SALVADOR
SÁBADO11
O CULTO
DA FESTA
Texto por Francisco Morgado Véstia
Damien, Clément e Jonathan,
são tão franceses que irritam.
Irritam no sentido que fazem
tudo bem, seja house-sinfónica,
techno-orgânico, trip-hop
tripalhoco ou hip-hop do chá
das cinco. Decidiram que a
electrónica não se faz só de
electrónica, quea tem lugar
a instrumentos de sopro,
guitarras, congas e oboés,
e que meter fronteiras num
género é limitar a criatividade,
e isso, à falta de melhores
palavras, é muito estúpido.
O “Sub Rosa EP” toca assim intimista
pelos tímpanos adentro, e eu aproveito
para agradecer a Deus e ao Paypal
pelos pagamentos electrónicos que
me permitem a conta premium,
os headphones de construção
dinamarquesa e os fim de tarde de
paisagem lisboeta. Tudo envolto numa
névoa e fervor domingueiros, enquanto
uma voz de sotaque com demasiado
jet-lag me sussurra: “you descend from
the lighthouse”.
A minha cadeira agora baloiça, tenta
resistir a tentação de ir à cozinha fazer
um gin-tónico em passo de dança. Algo
frutado, afinal de contas agora toca
“Take Care of Me” e acho que também
tenho direito a tomar conta do meu
palato e do meu bem-estar.
Isto merecia um palco, merecia
aquelas tardes em que o calor já
se confunde com o compassar dos
corpos que ambicionam mais ritmo
que alimento, mais inspiração que
cansaço. Mais festa, talvez até aquelas
madrugadas que nos fazem encontrar
uma excelente desculpa para levar
óculos de sol para um club.
dOP, 11 de Maio, 48 horas antes de mais
um aniversário de uma alucinação
colectiva com direito a mosteiro no
oeste Português. Os três franceses
trazem-nos uma matiné, também de
alucinação colectiva, que depois
poderemos batizar de milagre, esticar
a festa até a mais uma madrugada no
ZERO, e começar uma religião, quem
sabe…
Afinal de contas estou a ouvir a melhor
versão de “Nature Boy” desde Nat-King
Cole e agora acredito que tudo é
possível. Até milagres.
Outro que não é santo, mas francês
concerteza, é Rodriguez Jr. que os
acompanha numa noite que se
espera... Abençoada.
6. subzero#0
maio/2013
subzero#0
maio/2013
Texto por Ana Castanho
Visionquest e Innervisions.
Mais do que editoras...
chamemos-lhe cenários de
visão, de demanda interior
como nos rituais chamânicos,
quando em busca de guia - ou
de uma identidade própria.
Elas nada têm de etéreo nem
de esotérico, mas a verdade é
que quando se fala de música,
a procura pede introspecção.
Seguramente, para chegar a
um registo de unicidade que
marque, que se estabeleça
para a vida. E se possa
construir em cima dela.
Para a Visionquest a clarividência fez-se
de um ritual de passagem. Fez-se na
evolução (ou revolução) da Era de
Detroit, tão poderosa como inspiradora,
em especial para a House Music. Se
Detroit foi chão fértil para o boogie,
disco, dub, electro, funk e soul até aos
anos 80, seria natural - então - que
a semente crescesse, olhando para
o seu passado, mas com uma visão
de futuro. Foi aqui que o House fez
caminho nas suas inúmeras variantes,
entre o deep o vocal ou o acid. Mas,
mais recentemente, reinventado pelas
mãos de novos guias. Shaun Reeves é
um deles, ao lado de Seth Troxler, Ryan
Crosson e Lee Curtiss. Herdeiros reais de
um património tão rico que - por si - é
quase espiritual, fazendo destes um
um DJ combo dos mais apetecidos no
planeta. Reeves conta, por isso, com
remixes recentes para Tracey Thorn
(Strange Feeling), doP & Seuil (Eklo) e
Paul Ritch & D’Julz (Quartz Music). E ele
e os irmãos não páram por aqui.
Assim como o séquito da Innervisions,
cuja demanda se faz pela
reinterpretação das influências de
Detroit, desta feita a partir de Berlim.
Pelas mãos dos sábios Dixon e Âme,
Marcus Worgull não é um iniciado, é DJ
e produtor cujo alcance já vai longe.
Com alma quanto baste. E só por isso já
se espera uma noite única, sob o chão
do nosso Club.
Façam caminho.
MIKE DEHNERT + JIGGY
SEXTA17
TECHNO
VISIONQUEST vs INNERVISIONS:
SHAUN REEVES + MARCUS
WORGULL + ZÉ SALVADOR
SÁBADO18
Texto por Hugo Branco
Fotografia por Marie Staggat
Algures dentro de um
grande cofre, a escuridão
e a neblina são cortadas
por intermitentes rajadas de
luzes azuis e vermelhas, e o
silêncio de uma área urbana
outrora adormecida vê-se
agora invadido por golpes
graves, que ecoam e se
fazem mais fortes à medida
que atravessamos um longo
corredor.
Chegamos por fim a uma sala de tecto
baixo, onde uma pequena multidão se
contorce exaltada ao som dos densos
graves e das batidas repetitivas do
último grito em música electrónica de
dança..
Actualmente considerada a capital do
estilo, Berlim assume a sua aventura
amorosa com o Techno por volta de
1991, por trás das pesadas portas de um
velho cofre chamado Tresor. Oriundos
de ambos os lados de uma cidade
outrora dividida, os jovens berlinenses
tinham finalmente encontrado um
denominador comum: o Techno viajara
uns bons milhares de quilómetros desde
Detroit, e viera para ficar.
Mike Dehnert é herdeiro directo deste
movimento e, se “real” e “cru” parecem
ser os adjectivos mais correntemente
utilizados para definir a sua sonoridade,
“consistente” será talvez aquele que
melhor se adequa ao seu trabalho.
Dono das conceituadas Fachwerk e
MD2, Dehnert tem desde 2007 vindo a
editar consistentemente a sua música
também em outras editoras de renome
como a holandesa Clone Records.
Forte e envolvente, faz-se hoje em dia
dançar um pouco por todo o mundo,
mas sobretudo nos melhores clubes
da cidade que o acolheu, dos quais
o consagrado Berghain e o já referido
Tresor são os perfeitos exemplos: Techno
sem espinhas nascido e criado em
Berlim.
RITUAL DE
PASSAGEM
7. subzero#0
maio/2013
subzero#0
maio/2013
OSCAR MULERO
FRESHKITOS
SEXTA24
DE
pedra
E cal
Texto por Filipe Alves
Fotografia por Jerry Knies
Após um período onde, aos
olhos de alguns, o techno
parecia hibernado, arredado
das primeiras filas e num
estado letárgico, eis que volta
a cair sobre o género todo
um foco de atenções como se
nestes dias o moribundo tivesse
ressuscitado. Nada de mais
errado.
Por esse mundo, em estudios caseiros
improvisados, o techno continuava
a reinventar-se, editoras de cariz
amador davam a conhecer-nos as
novas tendências, djs em clubes mais
ou menos underground faziam soar
os temas que exploravam as infinitas
capacidades do género face a um
publico sedento pela novidade. Assim
prosseguiu o techno o seu percurso,
iniciado há quase 3 décadas, indiferente
a modas conjecturais, abstraindo-se de
tendências, assumindo-se naturalmente
vanguardista e inconformado. E assim
é Oscar Mulero, que em meados de 90
na cidade de Madrid abre o clube The
Omen, furando o marasmo reinante na
capital do Estado Espanhol. Foi uma
curta aventura, de um par de anos,
mas tornou-se um ícone ainda hoje
celebrado, e na altura uma autêntica
Meca para os devotos do estilo. Esse
mesmo inconformismo serve hoje
de motivação para o seu trabalho,
desdobrando-se em projectos que
refletem as suas diversas facetas - Trolley
Route, Dr. Smoke - criando editoras
que promovem a sua musica e a dos
seus conterrâneos - Warm Up, Pole -
diversificando a selecção musical a
cada dj set.
Se “Grey Fades to Green”, primeiro
álbum de originais, constituía-se
como uma homenagem aos anos
90 e aos artistas que para si melhor
representavam esse período - Jeff
Mills, Dave Clarke ou Surgeon - o
posterior “Black Propaganda” reflecte a
sonoridade com que hoje se encontra
mais identificado, onde pontificam
nomes como os de Perc, Lucy ou
Obtane. Nos seus dj sets, profundos e
sombrios, não tivesse sido O.M. devoto
seguidor da E.B.M. e Industrial, ambos
os períodos históricos se cruzam e
complementam numa amálgama
sonora que em tudo faz sentido. “Proper
techno will always be here to stay” dizia
em entrevista seguramente traduzida.
E este autor não podia estar mais de
acordo.
8. subzero#0
maio/2013
subzero#0
maio/2013
Texto por Ana Castanho
Como Ike e Tina, Sunny e Cher,
Annie Lenox e David Stewart ou
os White Stripes – que não eram
irmãos, não senhor.
O amor tem estranhas formas de se
expressar, mais ainda de se consolidar.
Valha-nos o tempo, a paciência e a
esperança suficientes de que resulte. Ou
voltar a tentar. Quando há uma paixão
comum, vá-se lá saber porquê, parece
multiplicar-se a batida. Prolongar-se o
compasso cardíaco, já de si musicado,
em especial se acompanhados da
banda sonora que parece fazer sentido.
Uma muito própria, única.
Este é o caso de muitos casais que,
só de vez em quando, surgem em
verdadeira parelha musical, quando
o amor foi mais longe e onde seria
improvável chegar. Saschienne são
disso um bom exemplo, sem as marcas
de Ike e Tina, sem o espectáculo de
Sunny e Cher, mais comedidos que
Annie Lenox e David Stewart, e sem as
ambiguidades de Jack e Megan White.
Este é um casal de bom resultado
e de boa viagem. Sascha Funke e
Julienne Dessagne são Saschienne.
Ele, protagonista do techno alemão
com 13 anos de carreira e por trás das
editoras Bravo e Mango, apaixonou-
se pelo seu complementar. Por ela,
instrumentista multi-facetada, cantora
e mulher. Um complemento que foi
porta aberta para a inspiração e (re)
equilíbrio, quando Sascha já caía num
cinzentismo musical – numa daquelas
fases que calham a todos.
Pista para dois
De volta à Kompakt, fala de uma
sonoridade espontânea, harmonia
no meio do caos que cada beat
pode provocar. Techno a dois, que
não se pode dizer romântico se já
não o fosse. Explorando comunhão e
discórdia, que o amor também os traz,
enriquecendo o que chega à pista e
aos apaixonados pela música.
SASCHIENNE LIVE+DJSET
ZÉ SALVADOR + GILVAIA
SÁBADO25