A obesidade infantil no Brasil quase triplicou nos últimos 25 anos, afetando agora 1 em cada 3 crianças entre 5-9 anos. Isso se deve principalmente a dietas ricas em alimentos industrializados e falta de atividade física. Menos da metade dos latino-americanos faz exercícios regularmente, enquanto os brasileiros têm maior disposição para mudar hábitos alimentares.
1. Obesidade já afeta uma em cada três crianças brasileiras
Índice de crianças obesas no Brasil quase triplicou em 25 anos.
O aumento no índice de crianças obesas no Brasil nas últimas décadas tem
preocupado especialistas que estudam ou tratam do problema no País. Segundo dados
do Ministério da Saúde, hoje, a obesidade infantil afeta cerca de um terço das crianças
brasileiras entre 5 e 9 anos, número que, há 25 anos, era de 13%. A porcentagem -
33,3% - já é igual à dos Estados Unidos, país com a maior população obesa do planeta.
De acordo com a nutricionista Elaine Ferreira Jaculi Silva, a obesidade infantil é
um problema de saúde pública que vem aumentando em todas as classes sociais,
causada, principalmente, pelos maus hábitos alimentares e a falta de atividades físicas.
“O estilo de vida da sociedade contemporânea gerou um crescimento do consumo diário
de alimentos industrializados, os famosos fast-foods, que são ricos em sódio, gordura
saturada, gorduras trans, açúcares e calorias”, disse.
Segundo a especialista, os principais alimentos que levam à obesidade infantil
são os produtos refinados, ou seja, todas as farinhas e açúcares simples que, no
organismo, transformam-se em glicose muito rápido e as gorduras trans, que são
fabricadas industrialmente por processos de hidrogenação e são responsáveis por
aumentar os níveis do colesterol ruim. “Produtos industrializados, como salgadinhos,
refrigerantes, embutidos, fast-food e guloseimas em geral, costumam ter esses dois
ingredientes. Então, fica o alerta: quanto mais industrializado, maior o perigo”, afirmou.
Menos da metade dos latino-americanos fazem atividade física
Estudo feito em nove países mostra que a prática de atividade física é hábito de
poucos latino-americanos. Segundo o levantamento, enquanto no Canadá e nos Estados
Unidos 68% da população se exercitam duas ou mais vezes por semana e apenas 14%
não pratica nenhuma atividade, nos países da América Latina são 41% os que se
exercitam e 31% não fazem nenhuma atividade.
O levantamento Percepção e Realidade – Um Estudo sobre a Obesidade nas
Américas, foi realizado pela WIN Américas, em nove países do continente americano –
Argentina, Brasil, Canadá, Colômbia, Equador, Estados Unidos, México, Panamá e
Peru – que representam 90% da população da região. No Brasil, a pesquisa foi feita pelo
Conecta, plataforma web do Ibope Inteligência.
2. Segundo a pesquisa, as mulheres tem uma percepção mais crítica de sua saúde
do que os homens: 67% delas se declaram saudáveis, percentual que sobe para 72%
entre os homens. Eles, entretanto, têm mais dificuldades para enfrentar problemas
relacionados ao sobrepeso. Pelo menos 40% dos homens declaram estar acima do peso,
porém, de acordo com seu Índice de Massa Corporal (IMC), 52% tem sobrepeso de
fato. Entre as mulheres as percepções se invertem: 46% dizem estar com sobrepeso, mas
o cálculo do IMC mostra que, na realidade, 43% delas estão acima do peso.
Dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico, de 2013, indicam que 50,8% dos brasileiros estão
acima do peso e 17,5% são obesos. Os percentuais são de 19% e 48% superiores aos
ocorridos em 2006, quando a proporção era 42,6% e 11,8%, respectivamente. A
obesidade é considerada fator de risco para doenças crônicas como o diabetes e a
hipertensão e alguns tipos de cânceres.
Segundo o estudo, apesar de 75% dos cidadãos das Américas desejarem mudar a
alimentação, apenas 19% conseguem fazer essas alterações com sucesso. Os dados
mostram que os brasileiros são os mais dispostos: 89% mudariam seus hábitos
alimentares. Os americanos e canadenses aparecem na sequência, com 77% e 76%,
respectivamente. Os mexicanos se mostram muitos resistentes, 50% não querem mudar
sua maneira de se alimentar.
A pesquisa foi feita entre Agosto e Setembro de 2014, com 10.786 entrevistados
de nove países do Continente.
(Fonte: Marcos Chagas – Portal EBC)