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Obesidade já afeta uma em cada três crianças brasileiras 
Índice de crianças obesas no Brasil quase triplicou em 25 anos. 
O aumento no índice de crianças obesas no Brasil nas últimas décadas tem 
preocupado especialistas que estudam ou tratam do problema no País. Segundo dados 
do Ministério da Saúde, hoje, a obesidade infantil afeta cerca de um terço das crianças 
brasileiras entre 5 e 9 anos, número que, há 25 anos, era de 13%. A porcentagem - 
33,3% - já é igual à dos Estados Unidos, país com a maior população obesa do planeta. 
De acordo com a nutricionista Elaine Ferreira Jaculi Silva, a obesidade infantil é 
um problema de saúde pública que vem aumentando em todas as classes sociais, 
causada, principalmente, pelos maus hábitos alimentares e a falta de atividades físicas. 
“O estilo de vida da sociedade contemporânea gerou um crescimento do consumo diário 
de alimentos industrializados, os famosos fast-foods, que são ricos em sódio, gordura 
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Estudo feito em nove países mostra que a prática de atividade física é hábito de 
poucos latino-americanos. Segundo o levantamento, enquanto no Canadá e nos Estados 
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não pratica nenhuma atividade, nos países da América Latina são 41% os que se 
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O levantamento Percepção e Realidade – Um Estudo sobre a Obesidade nas 
Américas, foi realizado pela WIN Américas, em nove países do continente americano – 
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Peru – que representam 90% da população da região. No Brasil, a pesquisa foi feita pelo 
Conecta, plataforma web do Ibope Inteligência.
Segundo a pesquisa, as mulheres tem uma percepção mais crítica de sua saúde 
do que os homens: 67% delas se declaram saudáveis, percentual que sobe para 72% 
entre os homens. Eles, entretanto, têm mais dificuldades para enfrentar problemas 
relacionados ao sobrepeso. Pelo menos 40% dos homens declaram estar acima do peso, 
porém, de acordo com seu Índice de Massa Corporal (IMC), 52% tem sobrepeso de 
fato. Entre as mulheres as percepções se invertem: 46% dizem estar com sobrepeso, mas 
o cálculo do IMC mostra que, na realidade, 43% delas estão acima do peso. 
Dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças 
Crônicas por Inquérito Telefônico, de 2013, indicam que 50,8% dos brasileiros estão 
acima do peso e 17,5% são obesos. Os percentuais são de 19% e 48% superiores aos 
ocorridos em 2006, quando a proporção era 42,6% e 11,8%, respectivamente. A 
obesidade é considerada fator de risco para doenças crônicas como o diabetes e a 
hipertensão e alguns tipos de cânceres. 
Segundo o estudo, apesar de 75% dos cidadãos das Américas desejarem mudar a 
alimentação, apenas 19% conseguem fazer essas alterações com sucesso. Os dados 
mostram que os brasileiros são os mais dispostos: 89% mudariam seus hábitos 
alimentares. Os americanos e canadenses aparecem na sequência, com 77% e 76%, 
respectivamente. Os mexicanos se mostram muitos resistentes, 50% não querem mudar 
sua maneira de se alimentar. 
A pesquisa foi feita entre Agosto e Setembro de 2014, com 10.786 entrevistados 
de nove países do Continente. 
(Fonte: Marcos Chagas – Portal EBC)

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  • 1. Obesidade já afeta uma em cada três crianças brasileiras Índice de crianças obesas no Brasil quase triplicou em 25 anos. O aumento no índice de crianças obesas no Brasil nas últimas décadas tem preocupado especialistas que estudam ou tratam do problema no País. Segundo dados do Ministério da Saúde, hoje, a obesidade infantil afeta cerca de um terço das crianças brasileiras entre 5 e 9 anos, número que, há 25 anos, era de 13%. A porcentagem - 33,3% - já é igual à dos Estados Unidos, país com a maior população obesa do planeta. De acordo com a nutricionista Elaine Ferreira Jaculi Silva, a obesidade infantil é um problema de saúde pública que vem aumentando em todas as classes sociais, causada, principalmente, pelos maus hábitos alimentares e a falta de atividades físicas. “O estilo de vida da sociedade contemporânea gerou um crescimento do consumo diário de alimentos industrializados, os famosos fast-foods, que são ricos em sódio, gordura saturada, gorduras trans, açúcares e calorias”, disse. Segundo a especialista, os principais alimentos que levam à obesidade infantil são os produtos refinados, ou seja, todas as farinhas e açúcares simples que, no organismo, transformam-se em glicose muito rápido e as gorduras trans, que são fabricadas industrialmente por processos de hidrogenação e são responsáveis por aumentar os níveis do colesterol ruim. “Produtos industrializados, como salgadinhos, refrigerantes, embutidos, fast-food e guloseimas em geral, costumam ter esses dois ingredientes. Então, fica o alerta: quanto mais industrializado, maior o perigo”, afirmou. Menos da metade dos latino-americanos fazem atividade física Estudo feito em nove países mostra que a prática de atividade física é hábito de poucos latino-americanos. Segundo o levantamento, enquanto no Canadá e nos Estados Unidos 68% da população se exercitam duas ou mais vezes por semana e apenas 14% não pratica nenhuma atividade, nos países da América Latina são 41% os que se exercitam e 31% não fazem nenhuma atividade. O levantamento Percepção e Realidade – Um Estudo sobre a Obesidade nas Américas, foi realizado pela WIN Américas, em nove países do continente americano – Argentina, Brasil, Canadá, Colômbia, Equador, Estados Unidos, México, Panamá e Peru – que representam 90% da população da região. No Brasil, a pesquisa foi feita pelo Conecta, plataforma web do Ibope Inteligência.
  • 2. Segundo a pesquisa, as mulheres tem uma percepção mais crítica de sua saúde do que os homens: 67% delas se declaram saudáveis, percentual que sobe para 72% entre os homens. Eles, entretanto, têm mais dificuldades para enfrentar problemas relacionados ao sobrepeso. Pelo menos 40% dos homens declaram estar acima do peso, porém, de acordo com seu Índice de Massa Corporal (IMC), 52% tem sobrepeso de fato. Entre as mulheres as percepções se invertem: 46% dizem estar com sobrepeso, mas o cálculo do IMC mostra que, na realidade, 43% delas estão acima do peso. Dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, de 2013, indicam que 50,8% dos brasileiros estão acima do peso e 17,5% são obesos. Os percentuais são de 19% e 48% superiores aos ocorridos em 2006, quando a proporção era 42,6% e 11,8%, respectivamente. A obesidade é considerada fator de risco para doenças crônicas como o diabetes e a hipertensão e alguns tipos de cânceres. Segundo o estudo, apesar de 75% dos cidadãos das Américas desejarem mudar a alimentação, apenas 19% conseguem fazer essas alterações com sucesso. Os dados mostram que os brasileiros são os mais dispostos: 89% mudariam seus hábitos alimentares. Os americanos e canadenses aparecem na sequência, com 77% e 76%, respectivamente. Os mexicanos se mostram muitos resistentes, 50% não querem mudar sua maneira de se alimentar. A pesquisa foi feita entre Agosto e Setembro de 2014, com 10.786 entrevistados de nove países do Continente. (Fonte: Marcos Chagas – Portal EBC)