O documento discute a educação ambiental e a polissemia em tempos de globalização. Aborda como o Brasil passou a ser exportador de commodities após a crise de 2008 e como as empresas investem em projetos de educação nas comunidades próximas a seus empreendimentos para melhorar sua imagem e recrutar trabalhadores. Também menciona críticas sobre os impactos socioambientais causados por esses empreendimentos.
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Educação ambiental e a polissemia em tempos de globalização
1. Educação Ambiental e a polissemia em tempos de
globalização
Sérgio Botton Barcellos
Novembro, 2015.
2. A “crise” atual do capitalismo a partir de 2008
aprofundou o processo de reconfiguração da economia
capitalista na globalização e de ideário neoliberal.
Entre uma série de características desse processo,
destaco o avanço e o rearranjo da divisão internacional
capitalista do trabalho e a recolocação do Brasil como
exportador de recursos primários (madeira, cereais,
petróleo e minérios).
Alguns aspectos conjunturais...
3. O deslocamento de parte significativa da produção
industrial para a Ásia criou uma forte procura por
produtos básicos, principalmente minérios, alimentos e
petróleo e norteou a especialização do Brasil na produção
de commodities para exportação.
Este tipo de produção se transformou no setor
dinâmico da economia brasileira, processo que significa
colocar a matriz produtiva do país orientada para a
demanda internacional.
4.
5.
6. Como funciona a estratégia de relações públicas e
comunicação dessas empresas?
Ações compensatórias, mitigadoras e TACs
O cinismo aparece não somente como uma distorção em relação a
princípios morais, mas descreve um descompasso na compreensão da
racionalidade como processo de constituição de valores.
O cinismo traria consigo a falência de certa forma de crítica social,
afinal, em tal regime de “racionalidade cínica, não é mais possível
pensar a crítica como indicação de déficits de adequação entre
situações sociais concretas e ideais normativos” (SAFATLE, 2008).
7. Consenso fabricado
Noam Chomky e Edward Herman, no livro “Manufacturing
Consent”, 1994, apontam que a atuação dos meios de
comunicação de massa pode ser entendida a partir da propaganda,
isto é, suas escolhas, ênfases e omissões podem ser melhor
entendidas por esse meio.
Quem tem acesso ao discurso público e o produz, fixa suas
premissas a fim de decidir aquilo que a massa pode ver, ouvir e
pensar e, de um certo modo, “controla” a opinião pública através
de várias campanhas publicitárias??
Conforme eles, isso se acirra em momentos de crise
internacional.
8. No conjunto dos nossos sentidos o que isso representa...
quem é quem?
produtivo e
improdutivo?
compreensível e incompreensível?
9. Percebe-se que há um jogo de interesses ligados a
filiações políticas e ideológicas (em sentido amplo) e, em
muitos casos, os que estão nas mais altas escalas de poder de
corporações.
Os modos de individuação não são, assim, um fato
homogêneo, pois são formados por ambivalências,
ambiguidades e contradições, fruto de um processo
dinâmico de tensões e interdependências entre indivíduos
em constante transformação (ELIAS, 1993).
10. Bourdieu e Wacquant (2000), fazem uma síntese ampla desta
nova vulgata no contexto da nova (des)ordem mundial
decorrente da mundialização do capital, da ideologia neoliberal e
do pós-modernismo.
“Em todos os países avançados, patrões, altos funcionários
internacionais, intelectuais de projeção na mídia e jornalistas de
primeiro escalão se puseram em acordo em falar uma estranha
nova língua cujo vocabulário, aparentemente sem origem, está
em todas as bocas: “globalização”, “flexibilidade”,
“governabilidade”, “empregabilidade”, “underclass e exclusão”;
“nova economia” e “tolerância zero”, “comunitarismo”,
“multiculturalismo” e seus primos pós-modernos, “etnicidade”,
“identidade”, “fragmentação” etc.. (Bourdieu e Wacquant, 2000,
p. 1)."
11. “A propaganda está para a democracia assim
como a violência está para a ditadura”
Chomsky
12. Revista Veja maio/2014
As empresas investem ao menos 1,4 bilhão de reais ao
ano em educação básica - isso inclui aportes em
redes de ensino mantidas por governos e também
projetos de entidades privadas que oferecem ensino
gratuito. A estimativa é do Grupo de Institutos,
Fundações e Empresas (Gife), que realizou um
mapeamento sobre o assunto.
FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO
13. O braço social da multinacional de agronegócios é um dos
interessados na aprovação do PNE para ampliar projetos.
Por meio da fundação, a empresa investe em média 4,5
milhões de reais por ano no treinamento de professores e
construção de bibliotecas em escolas públicas: o objetivo é
melhorar a formação de estudantes e, no futuro, recrutar
profissionais entre os ex-alunos.
Segundo Cláudia, a Bunge poderia investir mais se o projeto
ganhasse escala - com frutos igualmente em escala. "Para isso, é
preciso que o poder público coloque esses projetos na agenda,
garantindo que os projetos cheguem a todas as escolas de
maneira uniforme."
14. O investimento privado em educação pública é feito de duas
maneiras:
- A mais comum é via fundações e institutos familiares
vinculados a empresas. Estruturadas como organizações
sem fins lucrativos, essas instituições recebem doações,
garantindo aos benfeitores dedução do valor doado no
imposto de renda.
- A segundo forma de investimento é a doação de dinheiro,
livros ou outros itens diretamente para as escolas. O valor
investido também pode ser abatido do imposto de renda.
16. FIBRIA (junto com a Stora Enzo mantém a Veracel)
Entre as ações de educação ambiental destacam-se:
• Identificação e mapeamento dos biomas locais;
• Levantamento de informações sobre a flora nativa
remanescente;
• Identificação de áreas de relevante interesse ecológico;
• Análise e definição de meios de proteção, restauração e
manutenção de áreas destinadas a conservação;
• Identificação e manejo de espécies de plantas e animais invasores;
• A empresa também está envolvida na definição de ações e
programas voltados para a conservação de espécies ameaçadas da
Mata Atlântica, Cerrado e Pampas, além de apoio a projetos como
o Cereias - Centro de Reintrodução de Animais Selvagens e o
Repovoamento da Palmeira Juçara no Vale do Paraíba.
17. “[...]A Fibria continua violando os direitos territoriais das comunidades
quilombolas no Norte do Espírito Santo apesar dos diversos estudos de
identificação de seus territórios já publicados nos últimos 7 a 8 anos. O próprio
Estado (5) (e, extraoficialmente, a empresa!) já reconhece a ocupação de
terras devolutas (6) pela Fibria. Ainda assim, as ações jurídicas da empresa
são o principal obstáculo para o bom e ágil trâmite dos processos de
regularização fundiária dos territórios quilombolas. Ela fomenta inclusive uma
campanha racista, veiculada por seus aliados, proprietários rurais que se
articularam num grupo chamado Movimento Paz no Campo (MPC), um tipo
de UDR (7) regional, que é contrária à demarcação dos territórios quilombolas.
Enquanto isso, os diversos rios e córregos desaparecidos e submersos em meio
ao eucaliptal lançam as comunidades em grave crise hídrica, afetando
diretamente a segurança alimentar [...]”
Entidades/Movimentos sociais que assinam:
ARES – Associação para o Resgate Social; Associação dos Professores Licenciados do
Estado da Bahia – Delegacia de Eunápolis;
Associação dos Advogados dos Trabalhadores Rurais – AATR;
Associação dos Geógrafos Brasileiros GT Ambiente AGB
CUT – Bahia – Regional Extremo Sul;
CPT – Comissão Pastoral da Terra
20. Porto Açu - RJ
O Porto do Açu , às vezes referido como Superporto do
Açu. Fazia parte de um projeto maior do grupo EBX. O
Porto do Açu começou a operar em outubro de 2014 com
um carregamento de minério de ferro .
Agora é administrada pela PRUMO Logística que é uma
fusão da LLX Logística S.A., através de suas subsidiárias,
LLX Porto do Açu Ltda. (LLX Açu) e LLX Minas-Rio Logística
Ltda. (LLX Minas Rio).
21.
22. Porto Açu - RJ
A implantação de cursos de ensino médio e do Ensino de Jovens
e Adultos no Açu na Escola Municipal Crisantho Henriques de
Souza, numa parceria entre a Prefeitura de São João da Barra e o
governo estadual. Esta instalação se deu em função da
necessidade expressa da MMX de garantir um determinado
contingente de mão-de-obra local durante a implantação do seu
mega-empreendimento na região do Açu.
Além destes cursos, a Prefeitura de São João da Barra também
está oferecendo bolsas universitárias em universidades privadas
na cidade de Campos dos Goytacazes. Entre as justificativas
públicas apresentadas para este tipo de uso de recursos públicos
está o fato de que a realização das obras de construção do
Complexo do Açu exigem um mínimo de qualificação profissional.
23.
24. Impacto socioambiental no Porto Açu
http://www.agb.org.br/documentos/Relatorio_
dos_Impactos%20socioambientais_do_Complex
o_Portuario_do_Acu_AGB_14092011.pdf
29. 04/08/2015
QUEIROZ GALVÃO ENERGIA DISSEMINA CONHECIMENTO SOBRE
ENERGIA EÓLICA EM ESCOLA MUNICIPAL DE CEARÁ-MIRIM (RN)
Com o objetivo de compartilhar informações sobre energia eólica e o
funcionamento dos parques eólicos, além de buscar o bom convívio com
comunidades próximas aos empreendimentos, a Queiroz Galvão Energia
organizou, no último dia 23 de julho, uma palestra informativa para os
estudantes do 3° ao 5° ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal
Municipal Ilça Miranda Pacheco, localizada no município de Ceará-
Mirim, Rio Grande do Norte.
O evento aconteceu em razão dos eventos comemorativos pela
emancipação da cidade e contribuiu para estimular o contato dos alunos
com energia eólica, que serviu como tema para exposição na feira de
ciência local, realizada em 28 de julho. Na ocasião, as crianças
apresentaram um Cordel sobre a fonte eólica e os empreendimentos da
QG Energia.
30.
31. Novos ventos geram desenvolvimento
O dom de Deus deu ao homem
Eles usam assim,
Valorizando com parques eólicos
O município de Ceará-Mirim.
Os funcionários da Queiroz Galvão
Repassam informações,
Para as comunidades e escolas
E não há decepções.
Informações essas
Como a comunicação social
Ação de saúde bucal
E educação ambiental.
Construir um parque eólico
Gasta milhões
Pois tudo é muito caro
Não sabemos as dimensões
Gera empregos
Em vários tipos de profissões
Valoriza zonas desfavorecidas
E o trabalhador ganha seus tostões.
Essa energia é muito boa
Que nunca vai acabar,
É sempre um renovo
Pode acreditar.
Estudar sobre a energia eólica
Foi divertida e legal,
Que aumentou
Nosso alto-astral.
A empresa Queiroz Galvão
Tem três funcionários competentes,
Fez uma palestra na escola
Que todos ficaram contentes.
O município de Ceará-Mirim
Está de parabéns,
E a escola Ilça Miranda
Essa também.
Os palestrantes da eólica
Explicaram com emoção,
E todos que fazem o Ilça
Prestaram bastante atenção.
Por ter os palestrantes
Raul, Saulo e Amanda,
Que trouxeram toda bagagem
Incluindo toda demanda.
A inteligência é
Uma coisa que ninguém manda,
Não é à toa que a Queiroz Galvão tem
Uma coordenadora como Amanda.
Os técnicos Raul e Saulo
São profissionais competentes,
De alta qualidade
Que trouxeram informações pra gente.
Agora estamos por dentro
Outro evento vamos agendar,
Esse agora é uma visita
Ao parque eólico eles vão nos levar.
Terminamos esse cordel
Com um desejo assim
De visitar um parque eólico
No município de Ceará-Mirim.
Autores: Alunos e professora do 5° ano
32. A compreensão de um ato de fala não literal
envolve a análise do que é explicitamente dito e
além deste significado literal perceber a intenção
do interlocutor no contexto dado.
Compreender o significado literal e não literal
da mensagem, o que o interlocutor diz e o que
pretende dizer. As informações contextuais são
importantes para entender a intenção do
interlocutor e refletir/analisar.