SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 82
Baixar para ler offline
CENTRO DE ESTUDOS DOS POVOS E CULTURAS DE EXPRESSÃO PORTUGUESA

   Faculdade de Ciências Humanas - Universidade Católica Portuguesa




              RECURSOS EDUCATIVOS DIGITAIS

                     UM SERVIÇO PÚBLICO


                                  Coordenação: Roberto Carneiro
                                  Equipa: António Carvalho Rodrigues
                                          João Filipe Matos
                                          José de Almeida
                                          Rodrigo Queiroz e Melo

                                  Colaboração: Neuza Pedro
                                               Ana Pedro
                                               Maria Ana Carneiro




                      Lisboa, 2 de Março de 2010
Índice


1. Introdução .......................................................................................................................................... 4

   1.1. O Plano Tecnológico da Educação – as infraestruturas e o desafio .......................................... 4

   1.2. Os termos de referência do estudo ............................................................................................ 5

   1.3. Estudos e propostas anteriores – estado da arte em Portugal ................................................. 7

   1.4. A metodologia: análise de benchmarks (modelos comparados internacionais), audição de
   stakeholders ....................................................................................................................................... 8

2. Sistemas e modelos comparados – um estudo de benchmarks ..................................................... 10

   2.1. Enquadramento......................................................................................................................... 10

   2.2. Resultados do Diagnóstico Internacional ................................................................................. 11

   2.3. Caracterização de tendências identificadas no diagnóstico Internacional ............................. 26

   2.4. Orientações gerais emergentes ................................................................................................ 30

3. O que dizem os principais stakeholders .......................................................................................... 32

   3.1. Matriz de opiniões expressas durante as audições ................................................................. 32

   3.2. Grandes orientações para uma proposta de modelo .............................................................. 51

4. Actores Estratégicos ......................................................................................................................... 57

   4.1. Actores estratégicos locais........................................................................................................ 57

   4.2. Dinâmicas organizacionais ao nível local ................................................................................. 59

   4.3. Dinâmicas recentes do Sistema Educativo e a vida da Escola ................................................. 60

   4.4. A dinamização da Iniciativa na Escola/Comunidade Educativa .............................................. 64

   4.5. Uma organização baseada em comunidades de prática ......................................................... 65

   4.6. Formação de Professores .......................................................................................................... 69

5. Conclusões ........................................................................................................................................ 71

   5.1. Conceito de RED ........................................................................................................................ 71

   5.2. A escola como centro de aquisição e uso ................................................................................. 71


CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                                                                            2.
5.3. Formação de docentes .............................................................................................................. 72

   5.4. Regulação do sistema – Agência de Promoção e Inovação TIC (API-TIC) ................................ 73

Referências ........................................................................................................................................... 76

Anexo 1 ................................................................................................................................................. 77

Anexo 2 ................................................................................................................................................. 79




CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                                                                              3.
1. Introdução



1.1. O Plano Tecnológico da Educação – as infraestruturas e o desafio

O Plano Tecnológico da Educação (PTE) foi criado por resolução do Conselho de Ministros 137/2007,
de 18 de Setembro [1]. No preâmbulo deste documento, o Governo afirma a necessidade de
“modernizar a escola” e “consolidar o papel das tecnologias de informação e comunicação (TIC)
enquanto ferramenta básica para aprender e ensinar”. Para tanto, deixando claro que “há, contudo,
um longo caminho a percorrer”, o Governo reconhece que “a integração das TIC nos processos de
ensino e de aprendizagem e nos sistemas de gestão da escola é condição essencial para a construção
da escola do futuro e para o sucesso escolar das novas gerações de Portugueses”.

Neste contexto, foram definidos 7 objectivos para a modernização da educação:




E foram analisadas as limitações à modernização tecnológica do ensino:




1
 Os gráficos e citações que se seguem e que não tenham referência própria são todos originários desta
Resolução do Conselho de Ministros

CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                             4.
O PTE surge assim como um plano integrado para cumprimento dos objectivos de modernização da
educação ultrapassando as limitações existentes. O plano assenta em três eixos – eixo tecnologia,
eixo conteúdos e eixo formação – cada um com objectivos e metas específicas.

Volvidos dois anos e meio do início da implementação do plano, existem assimetrias na
implementação de cada um dos seus três eixos, merecendo destaque pela positiva o estado de
desenvolvimento do eixo tecnologia que tem sido objecto de atento escrutínio internacional e que
colocou nas escolas equipamento e software de base fundamental para a integração das TIC nos
processos da escola.

O sistema educativo está assim hoje em posição de ambicionar entrar num novo estádio de
desenvolvimento: a passagem da fase do apetrechamento tecnológico para a fase da sua utilização
efectiva como, aliás, vem previsto no próprio PTE.

Trata-se de um fenómeno conhecido na análise das políticas públicas: a passagem da fase da criação
da infra-estrutura para a da alteração dos comportamentos dos actores. Esta passagem exige uma
mudança de paradigmas de comportamento profissional e pessoal pelo que se reveste de
dificuldades acrescidas em relação à primeira. A colocação da tecnologia nas escolas, sendo um
processo complexo que exigiu um esforço importante do Estado, é susceptível de ser desenvolvido
pelo “centro” do sistema. Já a integração das TIC nos processos de ensino e de aprendizagem exige
uma adesão efectiva e comprometida dos docentes, ou seja um empenhamento sustentado dos
actores da “periferia” do sistema. Consequentemente, não só o processo não é susceptível de ser
desenvolvido pelo Estado sem a participação dos agentes, como exige uma mudança relevante das
práticas profissionais, o que exige abordagens radicalmente diferentes ao processo.

Este é o desafio colocado no presente estudo: como promover a passagem da fase de
apetrechamento tecnológico das escolas para a fase da integração das TIC nos processos de ensino e
de aprendizagem de maneira natural e tendencialmente “invisível”.



1.2. Os termos de referência do estudo (problema, questões de partida, ...)

No contexto descrito, o Senhor Secretário de Estado da Educação, Doutor João Trocado da Mata,
contactou-nos no sentido de nos desafiar a elaborar um estudo urgentíssimo sobre a viabilidade de




CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                     5.
um modelo de implementação, regulação e inovação de um sistema de Recursos Educativos Digitais
(RED) acessíveis a todas as escolas do país em regime inspirado numa “utility”2.

Após longos debates, e de intenso trabalho em conjunto, decidimos designar o nosso estudo final
por Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público para significar inequivocamente o sentido de
“utility” na acepção de serviço universal, disponível a todos os potenciais interessados, de forma
equitativa e em regime de igualdade de oportunidades, passível de ser fornecido por entes públicos,
privados ou outros, e pago em função da intensidade de utilização desse serviço.

A elaboração levada a cabo subsequentemente sobre uma abordagem tão inovadora, quanto
complexa e plurifacetada, de conteúdos educativos levou-nos a eleger a escola como o ponto focal
dinamizador de todo o sistema de RED e, dentro da escola, o professor como o seu agente
fundamental: o professor que, já hoje, detém a responsabilidade nuclear na escolha dos materiais
didácticos em uso nas suas turmas de leccionação, mas também, e sobretudo, o professor que é
motor de inovação pedagógica “no terreno”, de quem se espera um papel central na selecção e
utilização de RED nas suas aulas, e ainda aquele profissional que aposta decididamente numa
aprendizagem ao longo da vida que, nesta medida, estará ávido de aceder a RED que o possam
ajudar a realizar as suas metas ambiciosas, seja ao nível do progresso de conhecimentos, seja ao
nível da aquisição de novas competências profissionais.

A oportunidade é evidente e não pode ser escamoteada.

O Plano Tecnológico da Educação (PTE) gerou uma enorme expectativa que não se esgota no
fornecimento de hardware. Assim, a possibilidade de conceber e de concretizar um sistema que
sirva, concomitantemente, vários propósitos complementares é única:

    1. Proporcionar aos alunos, professores e estabelecimentos de ensino o acesso a RED
         diversificados e adequados às suas necessidades.
    2. Apostar no papel dos professores como pivots da utilização de RED para melhoria do seu
         desempenho em sala de aula e também para o seu desenvolvimento pessoal e profissional.
    3. Dinamizar um serviço público e aberto de RED a partir de uma concepção de mercado
         assente no exercício e na avaliação de benefícios pelo lado da procura, sem prejuízo da
         construção paralela, e vital, de conteúdos gerados por utilizadores que encontram no Portal
         da Escola a sua expressão plena.


2
 Expressão consagrada no léxico inglês que pretende significar qualquer infra-estrutura de serviço público
essencial, tipo água, electricidade, gás, telefone, comunicações, esgotos, lixos, correios, etc., que deve ser
oferecida às populações sem discriminação e de forma adequadamente regulada.

CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                                      6.
4. Criar um modelo de inovação pedagógica inspirado em benchlearning, comunidades de
         prática e redes de “laboratórios vivos”, através da gestão de incentivos apropriados e de
         consolidação de massa crítica no sistema.
    5. Conceber uma entidade independente e idónea capaz de levar por diante os desígnios
         renovadores mencionados e desenhar um modelo de operação simples, desburocratizado e
         descentralizado.
    6. Articular em parcerias locais, regionais e nacionais todos os actores e stakeholders passíveis
         de serem, com vantagem, mobilizados para a implementação do sistema de RED como
         serviço público tendencialmente universal, conferindo assim ao PTE um novo fôlego de
         política pública ao serviço da escola e das suas comunidades locais de pertença.



1.3. Estudos e propostas anteriores – estado da arte em Portugal

Para dar resposta ao desafio colocado foi necessário analisar o estado da arte em Portugal ao nível
da promoção do RED para garantir que a solução proposta aprendia com o existente e não se
sobrepunha a projectos em curso. A este título, é especialmente relevante o estudo de Ramos et al.
(2009)3. Este estudo, após um extenso e completo levantamento de iniciativas RED em diversos
países, propõe uma estratégia de desenvolvimento de recursos educativos digitais baseada em 11
medidas. O relatório em apreço tem como objecto fundamental o desenvolvimento de um
repositório de RED, que funcione como interface com os utilizadores finais (docentes, mas não só),
num contexto controlado (controlo de qualidade).

Para efeitos do presente estudo, foi especialmente inspiradora a proposta sete – financiamento
directo às escolas para aquisição de RED. Na verdade, pretendendo-se fomentar a integração dos
RED nos processos de ensino e de aprendizagem, e considerando a necessidade de os actores locais
serem os principais agentes da decisão de utilização de RED, deverão ser as próprias escolas a
formular a sua estratégia RED. No demais, considera-se que o Portal das Escolas poderá ser um
instrumento precioso para as escolas na implementação da sua estratégia TIC e para a dinamização
da geração de conteúdos educativos desde a base da pirâmide educacional.




3
 RAMOS, José Luís (coord.), Portal da Escola - Eixo Conteúdos: Estudo de Implementação, Lisboa, Gabinete de
Estatísticas e Planeamento da Educação (GEPE), 2009, mimeo.

CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                               7.
1.4. A metodologia: análise de benchmarks (modelos comparados internacionais), audição de
stakeholders (quem, porquê, como, guiões,...)

O presente estudo não tem uma natureza exploratória ou explicativa da realidade. Contudo, a
reflexão desenvolvida para formulação da proposta assentou na análise de dados expressamente
recolhidos pela equipa com o objectivo de chegar a uma solução adequada ao sistema educativo
português.

Para tanto, foi elaborado um desenho metodológico com duas componentes. Uma componente de
benchmarking e uma componente de audições.

A componente de benchmarking teve por objectivo realizar um levantamento de entidades que em
outros países tenham competências no âmbito da promoção da utilização de RED nos sistemas de
educação formal, de forma a (i) conhecer boas práticas; (ii) verificar tendências internacionais
(benchmarking com vista a benchlearning); e (iii) identificar actores especialmente inovadores na
implementação de sistemas RED.

A componente de auscultação de actores relevantes nas áreas da produção ou da utilização de RED
teve por objectivos (i) detectar boas ideias sobre o assunto; (ii) conhecer o posicionamento de
diversos grupos de agentes quanto a diferentes soluções possíveis; e (iii) auscultar modalidades de
envolvimento dos membros de comunidades locais.

Para o exercício de Benchmarking internacional foram analisadas 23 entidades de 19 países distintos
a partir de uma matriz de recolha de dados comum.


                                                              Natureza jurídica
                              Entidades acreditadoras/
                                                              Modelo de financiamento
                         certificadoras do mercado de RED

                                                              Estrutura orgânica

                        Objecto da acreditação/certificação

                                                              Definição de requisitos prévios

                                                              Período de tempo para a
                                                              candidatura a acreditação
                            Características do sistema de     Entidades consideradas eligíveis
                                     acreditação              para submissão de produtos
                                                              Período de vigência da
                                                              acreditação/certificação
                                                              Sistema de acreditação/ certificação
                                                              utilizado
                                                              Linhas orientadoras para o processo
                                                              de escolha de RED pelas escolas
                           Sistema de suporte à escolha e
                                                              Suporte a e formação de docentes
                                 utlização de RED

                                                              Outras iniciativas

                        Modelo de financiamento às escolas
                                                                                                     Matriz de recolha de dados

CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                                                       8.
No capítulo 2 são apresentados e discutidos os dados resultantes deste exercício.

Para as audições de actores relevantes foram criados 7 grupos de actores: Académicos, Associações
de Professores, Autarquias, Centros de Formação de Associações de Escolas (CFAE), Confederação
Nacional das Associações de Pais (CONFAP), Conselho de Escolas, Players de Mercado. Sendo as
audições conduzidas segundo um guião de entrevista semi-estruturada adaptado a cada grupo
(guião genérico em anexo). Foram ouvidos professores ligados às associações de professores,
dirigentes de escolas, dirigentes de editoras, representantes das principias empresas de produção de
software com relevância na educação e representantes do movimento associativo de pais.

No capítulo 3 são apresentados e discutidos os dados resultantes destas audições. Nele se inclui uma
matriz das opiniões expressas durante as audições e sistematizam-se linhas de orientação para uma
proposta de modelo.

No capítulo 4 são analisados os actores cuja mobilização é estratégica para o sucesso da proposta de
integração dos RED nos processos de ensino e de aprendizagem (actores estratégicos locais).

No capítulo 5 são definidos os conceitos orientadores do modelo que se propõe:

                  Conceito de RED
                  A escola como centro de aquisição e uso
                  Formação de docentes
                  Regulação do sistema




CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                       9.
2. Sistemas e modelos comparados – um estudo de benchmarks


2.1. Enquadramento
De forma a efectuar o levantamento e análise das benchmarks internacionais no que se refere ao
mercado de recursos educativos digitais definiu-se primeiramente um conjunto de termos-chave a
utilizar no processo de pesquisa em motores de busca de relevo no contexto da world wide web.
Assim, chegou-se a alguns termos-chave tais como agência, recursos educativos, associação,
entidade governamental, ferramentas TIC e Ministério da Educação. Esta pesquisa foi realizada em
Português e em Inglês, combinando os diferentes termos entre si, tendo-se seleccionado para o
efeito o motor de busca Google. Incidiu-se ainda de forma mais particular na análise do Portal do
Ministério da Educação de cada país, procurando chegar à informação existente sobre entidades
responsáveis pela dinamização da utilização de Recursos Educativos Digitais (RED), iniciativas
associadas a dinamizações de mercado de recursos digitais, ou simples disseminação desses mesmos
materiais.
Deste modo, o processo de pesquisa desenvolvido orientou-se em torno dos seguintes critérios de
selecção:
. carácter institucional e organizacional dos espaços web das entidades em causa;
.   referência e relevância atribuída à entidade nos espaços online e nos documentos oficiais
produzidos pelas entidades governamentais do país de origem;
. exclusão de todas as entidades que se apresentavam subordinadas a empresas fornecedoras de
serviços, sistemas e software educativo e/ou quaisquer outras entidades que assumiam finalidades
comerciais.

De entre as ligações inicialmente exploradas (43 entidades), foi seleccionado um conjunto de
entidades que obedecerem aos critérios definidos anteriormente. A sistematização dos países e
entidades analisados encontra-se em anexo.

A análise das benchmarks internacionais foi orientada em torno de quatro focos de análise:

        a estrutura orgânica e lógica de funcionamento das entidades consideradas relevantes no
         domínio dos sistemas aplicações e recursos educativos digitais;
        as actividades desenvolvidas e responsabilidades assumidas por tais organismos;
        o sistema de certificação/acreditação implementado;
        o modelo de financiamento e estruturas de apoio fornecidas às instituições educativas no
         processo de selecção, aquisição e utilização de recursos educativos digitais.


CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                   10.
2.2. Resultados do Diagnóstico Internacional
Torna-se necessário primeiramente sistematizar a informação referente a cada tipo de entidades
analisadas, as suas entidades promotoras e o país originário. Desta forma, os dados seguidamente
apresentados decorrem da análise efectuada às entidades encontradas e vistas à luz dos critérios
definidos, sendo casos de relevo do domínio em causa. Salienta-se igualmente que, por vezes, se
identificam entidades provenientes do mesmo país.


       País        Entidade Promotora                                       Link




             ADESSA- Associated              http://www.adessa.org.za/index.htm
   África do Distributors of
   Sul       Educational Supplies in         http://www.adessa.org.za/docs/code.pdf
             Southern Africa
             Federal Ministry of
   Alemanha Education and Research           http://www.bmbf.de/
             Schulen ans Netz E. V           http://www.schulen-ans-netz.de/
             Coordenação Geral de            http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=
   Brasil    Tecnologia de Educação          article&id=13018:guia-de-tecnologias&catid=195:seb-educacao-
             Ministério da Educação          basica&Itemid=948
             Ontario Software
             Acquisition Program
             Advisory Committee
   Canadá
             (OSAPAC)                        http://www.osapac.org/cms/
             Ontario Educational
             Software Service (OESS)         http://esubmitit.sjpg.com/OESS/home.cfm
   Dinamarca MaterialEPlataform              http://materialeplatform.emu.dk/materialer/index.jsp
             Instituto de Tecnologias
   Espanha   Educativas do Ministério
             da Educação                     http://www.ite.educacion.es/
             National Scholl Supply &
   EUA       Equipment Association –
             NSSEA                           http://www.nssea.org/
   Finlândia Ministério da Educação          www.edu.fi
             Ministério da Educação
   França
             Nacional                        http://www.educnet.education.fr
   Holanda   Fundação Kennisnet              www.kennisnet.nl
             Ministério da Educação
             e Cultura                       http://www.okm.gov.hu
             Sulinet Digital
   Hungria
             Knowledge Base -
             Ministério da
             Educação/Sulinet                http://sdt.sulinet.hu
             Agência Nacional para o
             Desenvolvimento da
   Itália
             Autonomia Escolástica -
             Ministério da Educação          www.indire.it

CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                                 11.
National Center for
                 Educational Materials
   Islândia
                 (NCEM) – Ministério da
                 Educação                    http://www.nams.is/enska/
   Noruega       Ministério da Educação      http://utdanning.no/
   ONU           ONU – GeSCI                 http://www.gesci.org/index.html
   Organismo
              LRE for schools
   s Centrais
              União Europeia
   (UE)                                      http://lreforschools.eun.org/LRE-Portal/Index.iface
   Polónia    Ministério da Educação         www.scholaris.pl
                                             http://partners.becta.org.uk/index.php?section=rh&rid=13661
   Reino         BECTA                       http://industry.becta.org.uk/display.cfm?resID=41020&page=17
   Unido                                     13&catID=1621
                 BESA                     http://www.besa.org.uk/besa/home/index.jsp
                 Swedish National
   Suécia
                 Agency for Education     http://itforpedagoger.skolverket.se/in_english/
                            Listagem das entidades identificadas como boas práticas




Foram, desta forma, analisadas 23 entidades, provenientes de 19 países distintos, sendo 12
membros da União Europeia, 2 da América do Norte, 1 da América do Sul, 1 da Europa do Norte, 1
do Continente Africano e, por último, 2 entidades internacionais, sem fins lucrativos, geridas pela
ONU e pela UE.
A diversidade de entidades permitiu a obtenção de uma multiplicidade de tendências, originárias de
diferentes sistemas educativos, diversas culturas e distintos regimes políticos.




2.2.1. Descrição das características e estruturas das entidades acreditadoras/certificadoras da
qualidade do mercado de recursos educativos digitais.



Natureza jurídica das entidades

Com base nos dados recolhidos no levantamento de benchmarks efectuado, pode verificar-se que
em relação aos casos analisados, as entidades assumem maioritariamente dois tipos de natureza
jurídica: (i) entidades públicas e (ii) associação de entidades empresariais.
Assim, a maioria das entidades pesquisadas são entidades públicas, decorrendo a sua criação de
iniciativas orientadas pelo Ministério da Educação, as quais assumem assim forte ligação às agências
governamentais.




CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                                 12.
Tipo de natureza jurídica de cada entidade



Analisando o gráfico anterior percebe-se que das 19 entidades consideradas, 11 têm uma natureza
de carácter público, 3 revelam-se associações de entidades empresariais fornecedoras de Recursos
Digitais Educativos (BESA, ADESSA e NSEEA), 2 apresentam-se como organizações internacionais sem
fins lucrativos, como por exemplo, o GeSCI (Agência da ONU) e Schulen ans Netz E. V (Alemanha), 2
são iniciativas da União Europeia e, por último, uma tem o regime de fundação (BECTA, financiada
pelo Department for Children Schools and Families do Reino Unido).

Modelo de financiamento

A natureza jurídica da entidade é indissociável do modelo de financiamento das diferentes
entidades, tornando-se assim essencial, de forma a analisar com rigor as tendências encontradas,
debruçarmo-nos sobre a origem do financiamento de cada entidade assumida como referência,
desta forma assemelham-se as seguintes categorias de análise: (i) Financiado pelo Estado; (ii)
Parcialmente financiado pelo Estado; (iii) Financiado por entidades fornecedoras de RED; (iv) Fontes
próprias de financiamento; (v) Outras formas de financiamento externo.




CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                      13.
Após análise das benchmarks constata-se que a maioria das agências é financiada pelo Estado, como
se pode ver no seguinte gráfico:




                                    Origem de financiamento de cada entidade



Entende-se consequentemente que a maioria das entidades analisadas recebe financiamento
directo do estado, sendo que são financiadas pelo Ministério da Educação do respectivo país. Em
relação às três entidades que assumem financiados por parte de empresas fornecedoras de recursos
educativos digitais, é importante notar que as entidades em causa, por serem associações de
entidades fornecedoras de RED, são entidades financiadas directamente pelos seus associados.
Existem ainda duas entidades que recebem outro tipo de financiamento externo, inserindo-se nesta
categoria o GeSCI (Agência da ONU), organização sem fins lucrativos, financiado por entidades
estatais de quatro países (Irlanda, Finlândia, Suécia e Suíça), e a Learning Resources Exchange for
schools (LRE), financiado directamente pela União Europeia.

Estrutura orgânica

Relativamente à constituição da estrutura orgânica das diferentes entidades, o cenário revela-se
bastante diversificado. Percebe-se que não existe uniformidade na constituição dos organismos que
integram a estrutura orgânica das diferentes entidades mas deve salientar-se que a maioria das
instituições analisadas tem uma preocupação evidente que, nos seus quadros, sejam integrados




CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                     14.
representantes de organismos de natureza diversa, o que mostra a relevância dada ao envolvimento
de representantes de vários quadrantes.

Percebe-se, deste modo, ao analisar a tabela integrada na página seguinte, que praticamente 50%
das entidades analisadas integra representantes do Ministério da Educação (seja de organismos
centrais ou regionais) e de entidades fornecedoras de serviços, aplicações e RED na sua estrutura
orgânica. No entanto, salienta-se a importância igualmente atribuída ao envolvimento de
representantes das escolas /professores, com sete entidades a terem nos seus quadros este tipo de
profissionais. Estes dados ganham particular relevância se pensarmos nas escolas como receptoras
finais dos recursos educativos digitais.

Em relação às restantes categorias, os representantes do poder local, os representantes de
entidades jurídicas e os representantes de instituições de ensino superior estão do mesmo modo
presentes em seis das instituições analisadas.




CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                   15.
Representação de organismos nas diferentes entidades


                  Representantes   Repres.      Repres. de Ent.      Repres. de     Repres. de      Repres. de    Especialistas de   Repres.       Total de
                  do ME (Org.                   fornecedoras de      entidades de   Institutos do   Escolas/      várias áreas       Entidades     Entidades
                                   do
                  centrais e/ou                 serviços, aplic. e   natureza       Ensino                                           Financeiras   Envolvidas
                                   Poder                                                            Professores
                  regionais)                    RED                  jurídica       Superior
                                   local

África do Sul*                                           √                  √                                                                           2

Alemanha                 √                                                                                                                              1

Brasil                   √                                                                                                                              2

Canadá                   √                 √                                √             √                √                                            6

Dinamarca                √                               √                                                 √                                            3

Espanha                  √                               √                                                 √                                            3

EUA*                                                     √                  √                                                                           2

Finlândia                √                 √             √                                √                √                                            5

França                   √                 √                                              √                √             √                     √        5

Holanda                                    √             √                                √                √                                            4

Hungria                                                                                   **

Itália                                                                                    √                √                                            2

Islândia                                                                                  **

ONU                                        √                                √                                            √                              3

(UE)                     √                               √                                                                                              2

Polónia                                                                                   **




CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                                       16.
BECTA UK                √               √               √     √   √    √                 7

BESA-UK*                                                √     √                          2

Suécia                                                            **

     n= 19              9               6               9     6   6    7         2   1




CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                17.
2.2.2. Objecto de acreditação/certificação
De forma a entender as tendências encontradas no que concerne ao objecto de acreditação das
entidades analisadas considerou-se importante distinguir, pela análise efectuada as diferentes
situações: entidades que acreditam entidades fornecedoras de RED, entidades que acreditam
packs/sistemas/aplicações e RED, entidades que acreditam recursos educativos digitais de forma
unitária, entidades que certificam RED e outros sistemas e, por último, entidades que certificam
Open-source contents. Assim, percebe-se uma tendência para certificar individualmente os
diferentes produtos e recursos digitais, como passível de verificar no gráfico seguinte.




                                  Objectos de acreditação/certificação




Os dados recolhidos evidenciam que das entidades consideradas nos países em análise, 16
consideram elegíveis para avaliação e certificação, e por ordem de incidência, (i) packs de sistemas,
aplicações e recursos educativos digitais por processo unitário, (ii) open-source contents, (iii)
recursos educativos digitais e outros sistemas/aplicativos não registados.
Observa-se uma tendência clara nos dados analisados. A grande maioria das entidades implementa
processos de certificação/acreditação em que avalia e valida recursos educativos digitais, podendo
estes ser individualmente submetidos ou submetidos de forma agregada em packs de outros
recursos.   Em particular, constata-se que apenas as associações de entidades empresariais,
assumem como objecto de certificação, entidades fornecedoras de sistemas, aplicações e recursos
educativos digitais, na medida em que as mesmas se organizam em torno de sistemas de filiação que
automaticamente conferem reconhecimento às entidades-membro.
2.2.3. Características do sistema de acreditação utilizado

No que respeita à análise das características do processo de acreditação implementado e
desenvolvido por cada uma das entidades analisadas, considerara-se relevantes as seguintes
dimensões: definição de requisitos prévios ao processo de submissão de produtos para
avaliação/certificação; período de tempo definido para candidatura a certificação; entidades
consideradas elegíveis para submissão de produtos; sistema de certificação / acreditação utilizado;
período de vigência / validade da certificação atribuída.



    (i) definição de requisitos prévios ao processo de submissão de produtos para
              avaliação/certificação

Analisando o gráfico seguinte, percebe-se que a maioria das entidades entende como fundamental
definir, previamente ao processo de submissão de produtos, requisitos a cumprir sendo que apenas
uma das entidades não aplica essa exigência e nas restantes quatro não foi possível retirar
conclusões, por não ter sido encontrada informação.




                                           Definição de requisitos prévios



Consegue perceber-se, desta forma, que as várias entidades consideradas desenvolvem requisitos
prévios a ser respeitados pelas diferentes entidades aquando da certificação dos seus produtos.
Deste modo, quando acontece a submissão de recursos educativos digitais para acreditação, as
entidades que os elaboraram vêem-se obrigadas a cumprir uma série de parâmetros definidos


CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                     19.
anteriormente pelas agências, os quais apresentam preocupações de ordem técnica (orientada com
interpretabilidade, com acessibilidade, etc.), de ordem científica e pedagógica (orientada para o
currículo) e de ordem jurídica (conformidade fiscal e legal da instituição).



    (ii) período de tempo definido para candidatura a certificação

No que concerne à definição de um período específico para acreditação, os dados encontrados
deixam perceber que uma maioria desenvolve de forma contínua o processo de aceitação, sendo
que em quatro entidades não se encontrou informação relevante neste item.




                                          Período definido de acreditação



É, igualmente, importante perceber que no caso das quatro entidades em que o processo de
acreditação acontece num dado período de tempo, tornando-se desta forma específico, não foi
possível identificar a duração do mesmo.



    (iii) entidades consideradas elegíveis para submissão de produtos

Da análise efectuada, foi possível constatar que são consideradas elegíveis para submissão de
produtos as seguintes entidades: Entidades fornecedoras de recursos educativos digitais,
Associações      professores      e   educadores/Formadores,       Escolas/Professores,   Museus,   Outros
organismos culturais, Web-service suppliers, Instituições de Ensino Superior/Centros de Investigação
e, por fim, Outros sujeitos (como seja, sujeitos individuais).



CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                            20.
Entidades elegíveis para acreditação



Neste     âmbito,     conclui-se     que     são    maioritariamente    consideradas   nos   processos   de
acreditação/certificação de recursos educativos digitais as entidades comerciais fornecedoras de
recursos educativos digitais. Já no que concerne as outras entidades, como seja, Museus e outros
organismos culturais detêm a elegibilidade em 12 entidades analisadas. As associações de
professores, educadores e formadores, conjuntamente com as entidades fornecedoras de serviços
web e software (web-suppliers) são considerados elegíveis em 10 das entidades em análise,
enquanto os Institutos de Ensino Superior/centros de investigação e outros sujeitos têm
elegibilidade em nove entidades analisadas. Estes dados resultam num diversificado quadro,
mostrando que para as entidades verificadas não existe uma tendência única no que concerne a
elegibilidade de entidades para certificação.



    (iv) sistema de certificação/acreditação utilizado

No que respeita aos sistemas de certificação/acreditação utilizados pelas várias entidades
analisadas, verifica-se que a maioria revela implementado um sistema único de certificação, ou seja,
após avaliação os produtos são simplesmente aceites ou rejeitados pela agência. Constata-se ainda
que cinco entidades avaliam e certificam os produtos em causa por nível de ensino, quatro




CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                              21.
organizam a avaliação e a certificação por diferentes áreas científicas e apenas três por unidades
curriculares.




                                               Sistema de certificação



Ainda de referir que as quatro entidades que apresentam um sistema gradificado de
certificação/avaliação, no qual aos produtos avaliados é atribuído um determinado nível numa dada
escala estratificada de qualidade do reconhecimento.



    (v) período de vigência / validade da certificação atribuída

Na análise de dados efectuada relativa às características do sistema de acreditação foi igualmente
considerado o período de validação associado às certificações atribuídas pelas entidades em causa.




CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                      22.
Validade da certificação



Consequentemente, ao analisar os dados obtidos não foi possível identificar um limite definido no
período de validade da certificação/acreditação de produtos ou entidades.



2.2.4. Sistema de suporte escolar para a utilização educativa de software, aplicações e
Recursos Educativos Digitais

A análise das entidades consideradas relevantes incidiu igualmente sobre os sistemas existentes
para suporte a escolas e educadores para apoiar a utilização educativa de software, aplicações e
recursos educativos digitais. Desta forma, procurou-se identificar: linhas orientadoras (Guidelines)
para auxiliar as escolas no processo de escolha dos conteúdos a adquirir; suporte e formação da
escola e docentes para a capacitação para a aquisição de conteúdos digitais; outras iniciativas.



    (i) Linhas orientadoras (Guidelines) para auxiliar as escolas no processo de escolha dos
              conteúdos a adquirir

Para suportar o processo de análise por parte das escolas na escolha de software, aplicações e
recursos educativos digitais a adquirir para utilização por parte da sua comunidade educativa,
nomeadamente alunos (para apoio às actividades escolares) e docentes (para suporte ao
desenvolvimento profissional e às actividades administrativas), analisaram-se em que medida as
entidades forneciam linhas orientadoras para as escolas.
Neste âmbito, os dados encontrados demonstram que a totalidade das entidades identificadas (com
a excepção da Islândia e da Noruega, onde não foi possível encontrar esta informação) disponibiliza


CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                        23.
tais linhas orientadoras para as escolas, sendo que estes resultados evidenciam a importância dada
 pelas entidades ao processo de acompanhamento de escolha de recursos educativos digitais por
 parte das escolas.
 Considera-se ainda essencial analisar em que dimensões tais linhas orientadoras se desenvolvem,
 sendo que ao analisar os dados obtidos, detectaram-se as seguintes categorias: Orientações de
 dimensão pedagógica; Orientações de dimensão científica; Orientações de dimensão técnica; e
 Orientações de dimensão jurídica.




                                       Dimensões de Guidelines desenvolvidas




 Das 18 entidades (em duas não foi possível obter essa informação), apenas uma (a Suécia) não
 fornece guidelines relativos às dimensões jurídicas e científicas. Todas as restantes desenvolvem
 linhas orientadoras que abrangem a totalidade das dimensões consideradas.
 É de salientar, igualmente, que o fornecimento de guidelines vem na sua maioria especificado nos
 portais/repositórios dos recursos educativos digitais que tais entidades suportam e mantêm online e
 que se revelou frequente encontrar guidelines produzidas pelas entidades em análise.



     (ii) Suporte e formação da escola e docentes para capacitação para a aquisição de recursos
               digitais

Interessou igualmente entender se as entidades vistas como exemplos de relevo disponibilizam
suporte e/ou formação às escolas e aos docentes, procurando, desta forma, capacitá-los para a



 CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                     24.
aquisição orientada para a utilização educativa de tais recursos educativos digitais. Verifica-se que
todas as entidades consideradas assumem de alguma forma a preocupação de suportar e/ou
estimular o desenvolvimento de mecanismos de suporte de formação a escolas/docentes.
Observando a tabela seguinte verifica-se uma tendência significativa, em que nenhuma das entidades
considera possível não fornecer suporte e formação.


                                                                            %

                                  Disponibiliza                                 63

                                  Não Disponibiliza                              0

                                  Não Disponibiliza, mas exige que
                                  as entidades certificadas o façam             37

                                  Disponibilização de suporte e formação às escolas



 Importa, no entanto, distinguir que 63% das entidades disponibilizam suporte e formação às escolas
 e aos professores, enquanto 37% não o fazendo, requer, contudo, que as entidades comerciais
 fornecedoras de software e recursos educativos digitais o façam complementarmente à venda de
 tais produtos.



     (iii) Outras Iniciativas
 Das entidades analisadas indicam-se outras iniciativas que procuram igualmente estimular e
 suportar a aquisição e utilização educativa de Recursos Educativos Digitais. Exemplos tais como os
 encontrados em entidades europeias, em que são abertos concursos para a produção de recursos
 educativos digitais e cujos prémios assumem a forma de certificação dos respectivos produtos
 (acompanhado por determinados montantes) ou a criação de um suporte para o financiamento de
 projectos para o desenvolvimento de software educativo ou conteúdos digitais, são considerados
 igualmente casos exemplares de boas práticas.



 2.2.5. Caracterização do modelo de financiamento às escolas
 No que concerne ao modelo de financiamento às escolas, com excepção do Reino Unido e do
 Canadá, nenhuma das entidades analisadas disponibiliza nos espaços e documentos consultados
 esta informação, sendo que nos sites dos Ministérios da Educação de cada país há indicações de




 CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                      25.
financiamento anual disponibilizado às escolas para a aquisição de recursos educativos digitais, não
especificando valores ou modelos de cálculo de orçamentos.
Deste modo, salienta-se como relevante o caso do Reino Unido, onde se constatou que a dotação
orçamental fornecida às instituições escolares para aquisição de software e recursos educativos
digitais é totalmente definida e suportada pelo Ministério da Educação (Department for Children,
Schools and Families), sendo o cálculo do mesmo determinado em função do número total de alunos
da instituição, do nível de ensino da instituição e das prioridades assumidas nas políticas educativas
para o ano em causa, enquanto as instituições de ensino especial revelam formas de financiamento
específico.
Este exemplo é semelhante ao que ocorre no Canadá, que anualmente desenvolve linhas
orientadoras para a concepção e desenvolvimento de recursos digitais educativos e,
consequentemente, para a aquisição destes por parte das escolas. O suporte financeiro é dado por
completo através do Ministério da Educação, que suporta posteriormente o processo de aquisição
de materiais e de implementação dos mesmos no sistema educativo, através do acompanhamento
de profissionais especializados que assistem as escolas durante a aquisição deste tipo de produtos.




2.3. Caracterização de tendências identificadas no diagnóstico Internacional
Os dados recolhidos evidenciam que, no que respeita à natureza jurídica das entidades analisadas
nos diferentes países, uma maioria substantiva das mesmas assume a forma de entidade
governamental, financiada e gerida pelo Estado, especificamente, pelos organismos centrais
responsáveis pela Educação. De igual modo relevante, mas com menor expressão, surgem entidades
constituídas por associações de unidades empresariais cuja actividade se associa ao
desenvolvimento de software educativo e de recursos digitais, com financiamento próprio,
suportado pelas entidades – membro.
De forma genérica, constata-se que todas as entidades analisadas assumem como competência e
responsabilidade a certificação de software, aplicações e recursos digitais para utilização em
contexto educativo. Parte menos significativa associa ainda, a esta função, outras responsabilidades,
tais como (i) desenvolvimento de normativos para a concepção de recursos educativos digitais (com
padrões de qualidade, requisitos orientadores, domínios e âmbitos de desenvolvimento), e (ii)
construção de guidelines e instauração de mecanismos para o suporte de instituições educativas no
processo de selecção, aquisição e utilização de recursos educativos digitais.




CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                        26.
Destaca-se ainda o facto de, com excepção de Espanha e Islândia, nenhuma das entidades
consideradas acumular a função de certificação com a actividade de produção e desenvolvimento de
software, aplicações e recursos digitais (inerente e automaticamente) certificados.
No que respeita às instituições envolvidas na estrutura orgânica das entidades sob análise, foi
possível constatar que não existe uniformidade na forma de organização assumida pelas mesmas. O
único elemento que se apresenta transversal a todas as entidades consideradas liga-se ao facto
destas congregarem, nos seus quadros constitutivos, representantes de diferentes organismos,
evidenciando políticas internas de cooperação e representatividade inter-organizacional, articulação
no processo de tomada de decisão e uma orientação multidisciplinar na constituição dos seus órgãos
de gestão, conselhos consultivos e equipas de trabalho. Nas entidades analisadas, e ainda que em
graus diferenciados, encontram-se representados, por ordem de incidência, elementos dos órgãos
centrais/regionais na área da educação, elementos representantes de entidades fornecedoras de
serviços, aplicações e recursos educativos digitais, representantes de escolas e profissionais de
educação, elementos do órgão de educação do poder local, representantes de entidades de
natureza jurídica, elementos de Instituições do Ensino Superior, especialistas de várias áreas
científicas e ainda, outras entidades de cariz financeiro.
Relativamente ao que as entidades analisadas nos diferentes países consideram como objecto de
acreditação surgem como elementos elegíveis para avaliação e certificação, e por ordem de
incidência, (i) software educativo, aplicações educativas e recursos educativos digitais registados
(quer por processo individual de submissão para acreditação, quer em pacotes/packages de
entidades dos sistemas educativos), (ii) open-source contents, (iii) recursos educativos digitais e
outros sistemas/aplicativos não registados. Apenas duas das entidades consideradas certificam
entidades fornecedoras de software, aplicações e recursos educativos digitais e, neste âmbito, surge
como importante sinalizar que ambas as entidades indicadas se apresentam como organismos
privados resultantes da associação de unidades empresariais cuja actividade profissional se associa
ao desenvolvimento de software educativo e de recursos digitais e que, por sua vez, reconhecem e
certificam os seus membros.
No que concerne ao processo de acreditação/certificação, a análise do funcionamento do mesmo
nas diferentes entidades consideradas operacionalizou-se na investigação dos seguintes aspectos:
definição prévia de requisitos a cumprir para aceitação do processo de certificação; entidades
consideradas elegíveis; sistema de certificação utilizado e período de vigência/validade da
certificação.
Constatou-se assim que a grande maioria das entidades analisadas nos diferentes países define e
disponibiliza um conjunto de requisitos prévios que os sujeitos ou instituições que pretendem




CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                      27.
submeter os seus produtos a avaliação e certificação/acreditação, devem previamente ver reunidos
e respeitados. Tais requisitos centram-se não apenas em definições de âmbito científico e
pedagógico-didáctico, mas foca-se igualmente no respeito por normativos legais, orientações éticas,
especificações técnicas, e ainda, no caso de entidades comerciais, de garantias de conformidade da
empresa tanto do ponto de vista fiscal como contributivo.
No que respeita às entidades elegíveis para certificação/acreditação de software, aplicações e
recursos educativos digitais, verificou-se que são maioritariamente aceites como tal as entidades
fornecedoras de serviços, sistemas e recursos educativos digitais. Além das mesmas são ainda
aceites outras entidades, tais como, associações de profissionais de Educação e Formação,
Instituições escolares e/ou professores/educadores; Museus e outros organismos culturais,
integrando mesmo, órgãos de comunicação, como jornais ou canais de televisão, etc.; Web-service
suppliers & Technology companies; Instituições do Ensino Superior e Centros de Investigação e
Desenvolvimento; outros sujeitos individuais ou entidades colectivas.
Foi possível identificar nestes resultados duas tendências distintas. Encontra-se, por um lado, países
e organismos que assumem uma abordagem que toma como público-alvo específico do processo de
certificação/acreditação as entidades fornecedoras de serviços, sistemas e recursos educativos
digitais. Tratando-se de uma abordagem caracterizada por uma política de acesso restrito, tais
entidades assumem assim orientações marcadamente direccionadas para a dinamização do
mercado, para o fomento à organização empresarial e para a agilização do processo de avaliação.
Em oposição, encontra-se países e entidades que assumem uma posição de total abertura na
aceitação de candidatura a certificação da parte de qualquer sujeito ou instituição que entenda
como válidos os produtos educativos desenvolvidos, assumindo assim uma actuação mais orientada
para a abertura de mercados e para a dinamização da oferta individual.
No que diz respeito ao período de candidatura a certificação/acreditação, verifica-se que, na maioria
das entidades, o processo de acreditação decorre de forma ininterrupta, não se definindo, pois, um
período de tempo específico para submissão de candidaturas a certificação/acreditação. De igual
modo, também não foi possível identificar um período de tempo para vigência da
certificação/acreditação de produtos ou entidades.
No que respeita aos sistemas de certificação/acreditação instaurados nas várias entidades
analisadas nos diferentes países, foi possível constatar que parte significativa das entidades
analisadas apresenta um sistema único de certificação, ou seja, os recursos educativos digitais, as
aplicações ou o software submetido para avaliação é apenas rejeitado ou aceite (com a designação,
por exemplo, “De reconhecido interesse pedagógico”). Associada a este tipo de classificação surge
ainda, mas com menor expressão, a explicitação da adequação do produto atendendo aos diferentes




CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                        28.
níveis de ensino, anos de escolaridade e/ou a diferentes áreas curriculares constitutivas do sistema
educativo correspondente. Em menor escala, surgem os sistemas gradificados onde a avaliação
efectuada dá origem a determinado grau numa escala crescente (entre 3 a 5 níveis) de
reconhecimento da qualidade pedagógica do produto.
No que respeita ao desenvolvimento de estruturas de suporte e acompanhamento às instituições
escolares no processo de selecção, aquisição e utilização de recursos educativos digitais foram
analisados três factores distintos, (i) a disponibilização de guidelines para auxiliar as instituições
escolares no processo de escolha dos sistemas e produtos a adquirir e (ii) as acções de suporte e
formação para a capacitação de escolas e docentes para a aquisição/utilização de recursos
educativos digitais e (iii) outras iniciativas.
Neste domínio, os dados recolhidos evidenciam que, sem excepção, todas as entidades que
apresentavam este tipo de informação desenvolviam linhas orientadoras para apoiar instituições
educativas e profissionais de educação no processo de selecção, aquisição e utilização de software,
aplicações e recursos educativos digitais. Estas linhas orientadoras eram maioritariamente
disponibilizadas online. De igual modo, nas linhas orientadoras desenvolvidas constavam não apenas
orientações de âmbito científico-pedagógico, mas assumia-se igualmente preocupações de âmbito
técnico e jurídico.
Apresenta-se também como preocupação, comum a um número significativo de entidades, que não
sejam apenas desenvolvidas acções para suporte e acompanhamento directo a escolas e
professores destinadas a promover a capacitação desse corpo de profissionais para a aquisição e
utilização dos produtos adquiridos, mas também que, além disso, as entidades fornecedoras dos
serviços/produtos ofereçam sistemas de apoio e de formação a escolas e docentes indicado como
requisito previamente definido para elegibilidade dos produtos para certificação/acreditação. É
igualmente de salientar que essa disponibilização de suporte à aquisição e utilização acontece, na
maioria das entidades analisadas, em regime não presencial, através de sistemas online. Importa,
igualmente, destacar o impacto favorável que outras iniciativas, como seja, a abertura de concursos
para estimular o desenvolvimento de recursos educativos digitais ou de projectos a estes associados,
revelam na dinamização de mercado e estímulo à promoção de qualidade técnica, científica e
pedagógica dos vários produtos.
Finalmente no que se refere ao modelo de financiamento disponibilizado, pelos diferentes países
analisados, a escolas e outras instituições educativas, a informação recolhida não se revelou
suficientemente transparente, sendo os dados omissos numericamente superiores à informação
encontrada. Salienta-se contudo como relevante os casos do Reino Unido e Canadá onde se
constatou que a dotação orçamental fornecida às instituições escolares para aquisição de software e




CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                        29.
recursos educativos digitais é totalmente definida e suportada pelo Ministério da Educação
(Department for Children, Schools and Families), sendo o cálculo do mesmo realizado em função do
número total de alunos da instituição, do nível de ensino da instituição e das prioridades assumidas
nas políticas educativas para o ano em causa. A execução do orçamento atribuído a cada escola ou
instituição educativa encontra-se restringido à aquisição dos sistemas e recursos certificados pelas
entidades a quem o estado atribui a função certificadora.



2.4. Orientações gerais emergentes
Em função das tendências identificadas a nível internacional faz-se de seguida a recontextualização
desses resultados para a realidade nacional. Neste quadro atende-se ao conhecimento existente
acerca da evolução da oferta de recursos educativos digitais em Portugal e das iniciativas
dinamizadas pelas autoridades educativas neste domínio nos últimos 20 anos.

Atendendo às tendências identificadas no processo de análise das benchmarks internacionais, e
considerando a actual inexistência de qualquer organismo que assuma, no contexto nacional, a
responsabilidade de orientar, regular e dinamizar os processos de concepção, desenvolvimento,
distribuição, aquisição e utilização de recursos educativos digitais nas escolas portuguesas, sublinha-
se a importância e actualidade de equacionar esta problemática com um enquadramento que
valorize uma visão prospectiva da utilização das TIC na educação. Isto significa que importa
estabelecer princípios de acção que apontem um caminho de desenvolvimento relativamente bem
definido através de um modelo de entidade a criar com aquele fim, mas que acomode e onde faça
sentido a formulação de diferentes cenários e fases de concretização.

Emergente das tendências verificadas internacionalmente através do levantamento de dados
realizado, é a constatação da necessidade de criação de uma entidade independente actuante no
domínio público como organismo de referência com a missão central de promover a inovação no
domínio da educação por via do desenvolvimento e cultivo de habitats digitais nas instituições
escolares. Essa entidade será doravante neste estudo designada de Agência.

Uma Agência com a missão descrita acima teria como missão central a dinamização do processo de
aquisição e utilização dos recursos educativos digitais por parte das instituições educativas.

O crescimento expressivo da concepção e comercialização de software educativo, e de conteúdos
pedagógicos em formato digital, marcou decisivamente a necessidade de vários países –
nomeadamente na Comunidade Europeia e no quadro das respectivas políticas educativas – criarem
organismos reguladores do mercado dos recursos educativos digitais. Tal movimento intensificou-se
sobretudo entre os anos de 2002 e 2006.



CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                         30.
No delinear de um percurso de definição e instituição de uma Agência, é especialmente relevante a
recontextualização crítica da experiência conhecida no levantamento feito a nível internacional,
nomeadamente no que respeita à natureza jurídica, modelo de financiamento, estrutura orgânica
das entidades criadas e processos de certificação. Em todos os países indicados identifica-se, nas
entidades analisadas, um conjunto de políticas de regulação e formas de financiamento alicerçadas
em modelos com orientações descentralizadas, colaborativas e multi-disciplinares. Ao equacionar a
constituição de uma Agência vocacionada para a inovação no domínio educativo com uma
componente central de utilização de recursos educativos digitais, construída pela via do incremento
do seu uso – e que inclui nas suas finalidades a estimulação da procura, a regulação e a
monitorização do processo de aquisição e uso de recursos educativos digitais por parte das escolas
em Portugal – é necessário assegurar um conjunto de princípios assim enunciados:
I. Independência: garantia de uma efectiva independência da Agência;
II. Qualidade: garantia da qualidade e transparência de processos;
III. Inclusão: garantia de instituição de uma política inclusiva e participativa que se estabeleça com
base na inclusão de todas as partes envolvidas.
Entende-se que sobre a Agência deveria recair a responsabilidade de desenvolvimento de iniciativas
e de estruturas para fomentar e orientar as escolas a colocar ao serviço das actividades de ensino-
aprendizagem o investimento financeiro efectuado pelo Plano Tecnológico da Educação
(materializado em equipamento informático e em serviços de banda larga) pelo estímulo decorrente
do apoio em e-credits ao acesso a recursos educativos digitais, especificamente, nas três áreas em
que os mesmos assumem especial relevo na educação:

        para suporte às actividades escolares dos alunos;

        para apoio ao desenvolvimento profissional dos professores;

        para apoio à gestão das actividades não-lectivas dos docentes.




CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                        31.
3. O que dizem os principais stakeholders

3.1. Matriz de opiniões expressas durante as audições


As audições aos principais stakeholders decorreram nos meses de Janeiro e Fevereiro de 2010, com
entrevistas individuais ou de grupo e desenvolvidas através de um guião organizado em 4 categorias:
(i) utilidade funcional da iniciativa; (ii) modelo de financiamento; (iii) agência de acreditação; (iv)
operacionalização da iniciativa.
Foram realizadas 15 audições, com a presença de 15 entidades e 20 entrevistados, das quais
apresentamos a matriz de audições, organizada por indicadores, unidades de registo e unidades de
contexto, conforme o quadro seguinte.
As entidades que participaram nas audições foram: (i) Porto Editora; (ii) Universidade Nova de
Lisboa; (iii) Associação Portuguesa de Matemática; (iv) Associação de Professores de Educação
Visual; (v) Associação de Professores de História; (vi) Associação de Professores de Português; (vii)
Confederação das Associações de Pais; (viii) Conselho de Escolas; (ix) Microsoft; (x) CNOTI; (xi)
Universidade Católica; (xii) Universidade Aberta; (xiii) Câmara Municipal da Batalha; (xiv) Câmara
Municipal de Óbidos; (xv) CFAE.



Categorias          Indicadores          Unidade de Registo                           Unidade de
                                                                                      Contexto
Utilidade           Conceito de          Reconheço o valor da indústria, mas defendo Académico 1
funcional da        RED                  um modelo mais equilibrado, os professores
iniciativa                               deveriam poder adaptar os conteúdos
                                         digitais aos seus alunos. A tendência é para
                                         federar os conteúdos»

                                         Deveria haver uma plataforma de conteúdos Académico 1
                                         digitais. Cada novo produto pode ser
                                         acrescentado na plataforma

                                         É um software interactivo, que permita Conselho de
                                         também criar (user generated content); são Escolas
                                         as licenças e finalmente conteúdos. Software
                                         de gestão escolar. Software de relação com
                                         os Pais/Alunos (por exemplo a ser
                                         implementado        nos    Centros     Novas
                                         Oportunidades e cursos EFA)

                                         O software desempenha um papel
                                         importante porque permite ao professor Microsoft
                                         desenvolver os seus próprios conteúdos

                                         O conceito de recursos digitais e não Cnotinfor


CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                         32.
conteúdos digitais é mais abrangente: posso
                                         disponibilizar uma ferramenta que permite a
                                         edição de conteúdos, sendo software em
                                         termos convencionais, em que o professor e
                                         aluno podem trabalhar a leitura e a escrita,
                                         não sendo necessariamente conteúdos
                                         digitais fechados, mas recursos digitais
                                         abertos.

                                         Eu acho que o software de formação devia Académico 2
                                         fazer parte. Os professores não exploram as
                                         coisas da melhor maneira, não se detêm.
                                         Têm que ser ajudados
                                                                                     CFAE
                                         a pertinência de promover a utilização do
                                         “software livre” que, muitas vezes, tem uma
                                         qualidade equivalente ou mesmo melhor do
                                         que o “software comercial”.

                    Autonomia/           As escolas têm capacidade para escolher. Porto
                    capacidade           Quando começam por ter um quadro Editora
                    das escolas em       interactivo a escola cresce. Ninguém quer
                    escolher os          ficar para trás
                    RED
                                         Está de acordo com o modelo em que as Conselho de
                                         escolas têm autonomia para escolher os Escolas
                                         conteúdos digitais

                                         penso que a autonomia da escola, tendo
                                         dinheiro e decidindo onde vai adquirir esses Microsoft
                                         recursos e não tenha que se submeter a uma
                                         lista que o governo impõe. Deve haver uma
                                         recomendação, mas dando liberdade para
                                         escolher fora da lista, porque assim permite
                                         que há certos produtos que o próprio
                                         mercado reconhece que não estavam na
                                         lista, mas afinal são de muito boa qualidade
                                         proporcionando uma melhor aprendizagem
                                         e nas estratégias em sala de aula

                                         Guiões de utilização fazem sentido             Microsoft

                                         Aquilo que tem qualidade é aquilo que o Cnotinfor
                                         cliente valoriza. Se a escola pensa que um
                                         produto internacional tem mais valor, creio
                                         que o deve poder adquirir. A concorrência
                                         desde que tenha regras é benéfica do
                                         mercado e da qualidade

                                         Acho que o mercado deve ser aberto por Microsoft
                                         questões jurídicas e por questões de



CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                         33.
objectividade de mercado

                                         Cada conjunto de professores por área Académico 3
                                         científica terá que propor aquilo que lhes
                                         interessa adquirir. Tem que ser a escola a
                                         gerir e a responsabilizar-se pela estratégia

                                         Aos professores já lhes foi atribuída uma Académico 3
                                         grande responsabilidade na escolha dos
                                         materiais não digitais. São os professores
                                         que compram os materiais para os
                                         laboratórios. Se uma escola tem 8
                                         professores de história, normalmente há um
                                         que se especializa mais no multimédia. Serão
                                         esses que acabarão por influenciar os outros
                                         na escolha dos materiais

                    Estratégia           Considero que poderia ser um sistema Porto
                    adequada             semelhante ao e-credits inglês       Editora

                                         Fazer chegar correctamente a informação às
                                         escolas e aos professores. Muita da
                                         informação que vai para as escolas não APH
                                         chega correctamente e atempadamente a
                                         todos os professores devido a questões
                                         internas de comunicação e divulgação

                                         É preciso que os professores percebam a APH
                                         mais-valia deste projecto, senão é uma
                                         batalha perdida

                                         Esta conversa à volta dos conteúdos e da
                                         dinamização do mercado para os conteúdos
                                         leva-nos para dois caminhos distintos: para Microsoft
                                         os alunos como suporte da aprendizagem; e
                                         para os professores para o seu
                                         desenvolvimento profissional e para a sua
                                         certificação. São duas coisas que têm
                                         dinâmicas, uma com a mão do Ministério
                                         mais interventora, outra deixando mais
                                         espaço para as escolas

                                         Estamos convencidos que é muito
                                         importante apresentar conteúdos, não APM
                                         estamos convencidos que eles devam ser
                                         usados sistematicamente como material em
                                         sala de aula

                                         Esta iniciativa pode ter interesse desde que APVEC
                                         não seja mais uma para apoiar as grandes
                                         editoras porque o que estas fazem



CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                      34.
actualmente é traduzir os materiais do inglês
                                         para português. Deve sim apoiar uma
                                         indústria que tenha em conta as
                                         especificidades nacionais, regionais e locais.
                                         O pressuposto deverá ser uma indústria de
                                         conteúdos que trabalhe com as escolas com
                                         uma rede descentralizada.

                                         parece-me uma boa medida…A potenciação
                                         deste tipo de conteúdos passa, obviamente, CM Batalha
                                         por um incremento forte da formação ao
                                         nível dos professores.

                                         O município de Óbidos não só olha para esta
                                         questão com muito interesse como se CM Óbidos
                                         disponibiliza para trabalhar qualquer tipo de
                                         projecto experimental, piloto,

                                         Parece-me bem ficar do lado da procura.
                                         Não faria nenhum sentido o Ministério CM Óbidos
                                         atribuir algo que não fosse em função de um
                                         objectivo concreto. A questão importante
                                         seria aquela que possa motivar maior
                                         número de alunos, de professores, escolas.

                                         Todos os participantes consideraram que a
                                         iniciativa responde e antecipa necessidades CFAE
                                         de alunos e professores sendo por isso
                                         muito bem-vinda.

                                         Consideram portanto que a iniciativa
                                         responde a necessidades já existentes e é CFAE
                                         fundamental para potenciar os programas
                                         de     apetrechamento      das    escolas,
                                         nomeadamente no âmbito do Plano
                                         Tecnológico da Educação (PTE).



                    Formação de          O principal problema é a formação creditada APP
                    professores          de professores para que os recursos que
                                         existem passem a ser usados, como é o caso
                                         dos quadros interactivos.

                                         É preciso fazer formação específica que
                                         tenha em conta não apenas a mera APH
                                         utilização, mas sobretudo nas metodologias
                                         de trabalho dos recursos.

                                         Na formação dos professores deve haver
                                         qualquer coisa que os faça perder o medo APP



CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                      35.
dos alunos saberem mais do que o
                                         professor, estou a falar do hardware. Hoje as
                                         escolas não têm capacidade para usar o
                                         material digital que existe nas escolas, logo
                                         não têm capacidade para o escolher – a tal
                                         falta de formação.

                                         Defendemos a formação e a sensibilização CONFAP
                                         dos docentes.

                                         Formação de Professores e pessoal não Conselho de
                                         docente (assistentes administrativos):       Escolas
                                         A formação deve ser presencial e sem
                                         esquecer a formação em competências
                                         pessoais e gestão de recursos humanos
                                         (softskills)
                                         Conteúdos de auto-profissionalização a par
                                         do plano estratégico da escola (acessível na
                                         página de internet).

                                         os professores precisam também de
                                         formação para poderem ter as estratégias Microsoft
                                         mais adequadas, para que o investimento
                                         tenha mais-valias na aprendizagem e no
                                         ensino, partindo do pressuposto que estes
                                         recursos     são   uma     mais-valia   e
                                         indispensáveis.

                                         A formação de docentes faz todo o sentido
                                         estar agregada a este pacote, no fundo é Cnotinfor
                                         quase a gasolina para isto funcionar. É
                                         necessário que o professor se sinta capaz,
                                         que tenha à disposição recursos que o
                                         inspirem na utilização destes recursos. Já se
                                         sabe que a formação convencional,
                                         normalmente não é a solução mais
                                         adequada para resolver o problema, isto
                                         pode passar por recursos digitais para o
                                         professor trabalhar na sua auto-formação,
                                         em ciclos de estudo, em oficinas.

                                         Sendo que indo por este caminho há um
                                         papel que o Ministério tem que desenvolver
                                         o sistema de acreditações. Se essa Microsoft
                                         autoformação é importante, sabemos que os
                                         professores acham muito importante a
                                         questão dos créditos, aprendi, mas isto dá
                                         crédito ou não? Por isso é preciso que a
                                         formação seja reconhecida. Deve ser
                                         avaliado e reconhecido




CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                     36.
Não sei se não poderia haver outra verba
                                         para o software, para as tais ferramentas Académico 3
                                         com que poderiam trabalhar. Agora a
                                         formação está directamente ligada a estes
                                         materiais e conteúdos digitais. Eu concordo
                                         que boa parte dos professores não têm
                                         preparação para utilizar com grande
                                         vantagem muitos dos conteúdos.

                                         A formação tem que ser cada vez mais feita Académico 2
                                         por módulos de formação, até pela aquisição
                                         de competência, os módulos que possam ser
                                         agregados consoante as necessidades das
                                         pessoas. Eu diria que há os módulos básicos
                                         ao nível de liderança, de gestão, há um
                                         conjunto de módulos que devia ser básico e
                                         depois oferecer-se um leque que o próprio,
                                         consoante as suas próprias necessidades.

                                         A formação tem que ter qualificação, ao fim
                                         de uma série de módulos, tem um grau. Académico 2
                                         Formação curta e prática.

                                         Auto-formação prática para aprender a usar
                                         as ferramentas, ajudar as pessoas a adquirir Académico 2
                                         as ferramentas por si com alguma tutoria, e 3
                                         que são críticas depois para a sala de aula na
                                         utilização nos recursos digitais. Faz sentido…

                                         Em termos de estratégias complementares CFAE
                                         para potenciar a iniciativa salientaram a
                                         importância da formação de professores,
                                         quer como meio de promover competências
                                         entre os docentes (ao nível da avaliação de
                                         RED e da sua utilização em contextos de
                                         aprendizagem), quer como estratégia de
                                         mobilização dos mesmos para a iniciativa.
                    Resposta às          Os materiais não devem ser costumizáveis, APP
                    necessidades         mas sim abertos, que não sejam como os
                    das escolas          manuais prontos a usar. Devendo haver
                                         materiais abertos e fechados.

                                         Áreas mais preponderantes: português,
                                         matemática, ciências, historia e línguas)  CONFAP
                                         Deve haver conteúdos recomendáveis para o
                                         currículo (para professores que jogam pelo
                                         seguro), bem como alternativas inovadoras
                                         (necessários por exemplo para as aulas de
                                         substituição).

                                         A Cnotinfor tem contactado muito as Cnotinfor



CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                         37.
escolas, tem feito uma/duas vezes por
                                         semana workshops nas escolas com
                                         professores, verifico que há uma grande
                                         apetência para os produtos.

                                         Sugerir que ao lado em paralelo a este Académico 3
                                         recursos      educativos    digitais  haja
                                         disponibilização de outro tipo de recursos,
                                         ferramentas que os professores tenham à
                                         sua disposição para fazer a formação, para
                                         depois não virem dizer que não receberam
                                         formação e não sabem usar porque ninguém
                                         ensinou. Porque não ter em paralelo os
                                         recursos e a formação?

                                         houve uma preocupação muito grande ao CM Batalha
                                         longo dos últimos anos de dotar as escolas,
                                         do pré-escolar ao primeiro ciclo, que são
                                         aquelas que em termos de equipamentos
                                         nós     temos     responsabilidades,     de
                                         computadores, ligações à internet, etc. Mas
                                         aquilo é muito pouco explorado, a sensação
                                         que temos é que estamos a fazer
                                         investimentos que podiam ser maximizados
                                         e não o são…

                                         dar prioridade à aquisição de RED para as CFAE
                                         seguintes áreas/contextos: em primeiro
                                         lugar, a Educação Especial (por razões de
                                         solidariedade e porque os recursos para
                                         estas áreas são escassos e caros) e às Artes e
                                         áreas científicas. As prioridades de
                                         intervenção deverão ser equacionadas face
                                         às       especificidades       de        cada
                                         escola/agrupamento.

Modelo de           Dotação do           modelo de dotação de orçamento específico CONFAP
financiamento       ME no                a ser gasto em recursos digitais pelas
                    orçamento de         escolas: as escolas têm que ser
                    cada escola          responsabilizadas por aquilo que lhes
                    para aquisição       interessa. Os professores devem aceder aos
                    dos RED              recursos e organizarem-nos em função das
                                         necessidades dos alunos que têm.

                                         E-credits. Identificam-se essencialmente com CONFAP
                                         o modelo inglês, em particular com o
                                         projecto curriculum online que já terminou.

                                         Se o Ministério da Educação decide que há Microsoft
                                         uma verba específica, parece-me que se
                                         devesse destinar a produtos que o próprio



CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                    38.
governo pudesse recomendar. Se o Estado
                                         financia pode definir regras, percentagem de
                                         investimento de áreas de intervenção.

                                         O Ministério encontra aqui o rácio, seja por
                                         aluno, seja pela dimensão da escola e atribui Microsoft
                                         essa verba, depois a escola utiliza e
                                         eventualmente no final tem algumas linhas
                                         orientadoras

                                         Relativamente ao orçamento penso que
                                         devia haver um critério que se relacione com APVEC
                                         a implementação dos conteúdos digitais na
                                         própria escola, se a escola tem um centro de
                                         recursos para os professores, o número de
                                         quadros interactivos que tem, que esteja
                                         também associado aos suportes para
                                         trabalhar esses conteúdos digitais. Os
                                         critérios que deviam pautar a avaliação da
                                         utilização dos recursos devem relacionar-se
                                         com a natureza do próprio conteúdo digital,
                                         se tem ou não interacção, se usa as várias
                                         tecnologias multimédia, para além do rigor
                                         em português.

                                         Um sistema misto em que a escola pode:
                                         -Comprar produtos recomendados
                                         - Comprar fora da lista/catálogo e no APM
                                         estrangeiro,
                                         -Propor materiais para essa mesma
                                         acreditação.

                                         Sobre critérios para a definição do valor do
                                         financiamento: o acervo de RED que já exista CFAE
                                         na escola (adquiridos ao abrigo de outros
                                         financiamentos); Especificidades das escolas
                                         e dos meios sociais em que se inserem.
                                         Os RED devem ser encarados como as
                                         restantes despesas da escola e não objecto
                                         de um modelo especial de financiamento.


                    Financiamento        O financiamento poderia ser por aluno. Porto
                    por aluno +          Começar com 5 a 10,00 por aluno        Editora
                    critério
                    regional             penso que um dos critérios pode ser por Cnotinfor
                                         aluno. Embora talvez não deva ser o único
                                         critério…
                                                                                      Cnotinfor
                                         acho que devemos ser o mais abertos no
                                         tipo de recursos a incluir nesta missão. Dar



CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                        39.
um valor é muito complicado, mas temos
                                         sempre que dar um valor acima de 50 euros
                                         por aluno, para que haja um esforço
                                         significativo de dinamização deste mercado

                                         O orçamento deverá ser com base no APM +
                                         número de alunos, vários tipos de ensino APVEC
                                         profissional, especial, adultos, contexto
                                         social e regional.

                                         Mas deve ser uma capitação por aluno.        Académico 3


                                         Eu acho que as escolas do interior tem uma Académico 2
                                         necessidade maior, são mais carentes no
                                         acesso.

                                         o mecanismo que pode facilitar a CM Óbidos
                                         generalização é claramente o de fazer por
                                         cabeça, por capitação. Se puder haver um
                                         valor igual para todos e depois uma outra
                                         parte em que é per capita, podia ser, não sei.
                                         Nem todos os concelhos são iguais, um
                                         concelho que está abaixo de 70% da média
                                         nacional, poderia ter mais ajudas que outros.

                                         Podia ser o critério FEF, pois tem a CM Batalha
                                         população, tem a área, tem os índices fiscais,
                                         tem a altimetria. É um bom mecanismo
                                         porque a componente de subsidiariedade
                                         em princípio está lá. Pode ser uma boa
                                         política, porque resolve o problema da
                                         integridade daqueles concelhos que têm
                                         menos alunos devido à perca de população,
                                         e isso iria maximizar os meios para os
                                         grandes concelhos e minimizar fortemente,
                                         criando uma situação difícil para os
                                         pequenos.

                    Financiamento        Modelo Inglês – curriculum online provocou Cnotinfor
                    por aluno e          um boom em termos da indústria de
                    financiamento        software educativo e também de conteúdos
                    para formação        de formação de professores (os e-learning
                    específica dos       credits podiam ser usados também para a
                    professores          formação de professores), esse modelo dava
                                         uma autonomia às escolas e uma verba que
                                         tinha que ser gasta em determinadas
                                         rubricas.

                                         Faz sentido que as verbas que venham a ser Cnotinfor
                                         disponibilizadas para as escolas também



CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público»                                         40.
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público
Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Apresentação do Programa Proinfo
Apresentação do Programa ProinfoApresentação do Programa Proinfo
Apresentação do Programa Proinfocarmelitalh
 
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA: MUDANÇAS E POSSÍVEIS CAMINHOS PARA UM NOVO CURRÍCULO D...
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA: MUDANÇAS E POSSÍVEIS CAMINHOS PARA UM NOVO CURRÍCULO D...EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA: MUDANÇAS E POSSÍVEIS CAMINHOS PARA UM NOVO CURRÍCULO D...
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA: MUDANÇAS E POSSÍVEIS CAMINHOS PARA UM NOVO CURRÍCULO D...Eduardo Araujo Ribeiro
 
Dissertação mestrado universidade do minho tic
Dissertação mestrado universidade do minho   ticDissertação mestrado universidade do minho   tic
Dissertação mestrado universidade do minho ticntics2012
 
Educação Digital - Proinfo Integrado
Educação Digital - Proinfo IntegradoEducação Digital - Proinfo Integrado
Educação Digital - Proinfo IntegradoAdriana Sousa
 
Programa Supervisao 08 09 Sobre Tic
Programa Supervisao 08 09 Sobre TicPrograma Supervisao 08 09 Sobre Tic
Programa Supervisao 08 09 Sobre TicTEODORO SOARES
 
Fundamentos da educacao a distancia midias e ambientes virtuais
Fundamentos da educacao a distancia midias e  ambientes virtuaisFundamentos da educacao a distancia midias e  ambientes virtuais
Fundamentos da educacao a distancia midias e ambientes virtuaisMarcelo Henderson Salles
 
Dos recursos educativos digitais aos objectos de aprendizagem em contexto esc...
Dos recursos educativos digitais aos objectos de aprendizagem em contexto esc...Dos recursos educativos digitais aos objectos de aprendizagem em contexto esc...
Dos recursos educativos digitais aos objectos de aprendizagem em contexto esc...Graça Rosa
 
Proinfo Introducao a Educacao Digital - 60f
Proinfo  Introducao a Educacao Digital - 60fProinfo  Introducao a Educacao Digital - 60f
Proinfo Introducao a Educacao Digital - 60ftecampinasoeste
 
2012 desafios e possibilidades da inclusão digital em curso on line
2012 desafios e possibilidades da inclusão digital em curso on line2012 desafios e possibilidades da inclusão digital em curso on line
2012 desafios e possibilidades da inclusão digital em curso on lineJosé Lauro Martins
 
Informática na Educação Especial: cursos a distância para professores
Informática na Educação Especial: cursos a distância para professoresInformática na Educação Especial: cursos a distância para professores
Informática na Educação Especial: cursos a distância para professoresTelEduc
 

Mais procurados (16)

Apostila Educação Digital
Apostila Educação DigitalApostila Educação Digital
Apostila Educação Digital
 
Apresentação do Programa Proinfo
Apresentação do Programa ProinfoApresentação do Programa Proinfo
Apresentação do Programa Proinfo
 
Ead Joao Jose Saraiva Da Fonseca
Ead Joao Jose Saraiva Da FonsecaEad Joao Jose Saraiva Da Fonseca
Ead Joao Jose Saraiva Da Fonseca
 
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA: MUDANÇAS E POSSÍVEIS CAMINHOS PARA UM NOVO CURRÍCULO D...
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA: MUDANÇAS E POSSÍVEIS CAMINHOS PARA UM NOVO CURRÍCULO D...EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA: MUDANÇAS E POSSÍVEIS CAMINHOS PARA UM NOVO CURRÍCULO D...
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA: MUDANÇAS E POSSÍVEIS CAMINHOS PARA UM NOVO CURRÍCULO D...
 
Dissertação mestrado universidade do minho tic
Dissertação mestrado universidade do minho   ticDissertação mestrado universidade do minho   tic
Dissertação mestrado universidade do minho tic
 
Educação Digital - Proinfo Integrado
Educação Digital - Proinfo IntegradoEducação Digital - Proinfo Integrado
Educação Digital - Proinfo Integrado
 
Programa Supervisao 08 09 Sobre Tic
Programa Supervisao 08 09 Sobre TicPrograma Supervisao 08 09 Sobre Tic
Programa Supervisao 08 09 Sobre Tic
 
Pedagogo multimeios
Pedagogo multimeiosPedagogo multimeios
Pedagogo multimeios
 
Slide bsb g3
Slide bsb   g3Slide bsb   g3
Slide bsb g3
 
Projeto Escola em Jogo
Projeto Escola em JogoProjeto Escola em Jogo
Projeto Escola em Jogo
 
Fundamentos da educacao a distancia midias e ambientes virtuais
Fundamentos da educacao a distancia midias e  ambientes virtuaisFundamentos da educacao a distancia midias e  ambientes virtuais
Fundamentos da educacao a distancia midias e ambientes virtuais
 
Dos recursos educativos digitais aos objectos de aprendizagem em contexto esc...
Dos recursos educativos digitais aos objectos de aprendizagem em contexto esc...Dos recursos educativos digitais aos objectos de aprendizagem em contexto esc...
Dos recursos educativos digitais aos objectos de aprendizagem em contexto esc...
 
Proinfo Introducao a Educacao Digital - 60f
Proinfo  Introducao a Educacao Digital - 60fProinfo  Introducao a Educacao Digital - 60f
Proinfo Introducao a Educacao Digital - 60f
 
2012 desafios e possibilidades da inclusão digital em curso on line
2012 desafios e possibilidades da inclusão digital em curso on line2012 desafios e possibilidades da inclusão digital em curso on line
2012 desafios e possibilidades da inclusão digital em curso on line
 
Informática na Educação Especial: cursos a distância para professores
Informática na Educação Especial: cursos a distância para professoresInformática na Educação Especial: cursos a distância para professores
Informática na Educação Especial: cursos a distância para professores
 
17432019 Tecnologias Digitais Edu
17432019 Tecnologias Digitais Edu17432019 Tecnologias Digitais Edu
17432019 Tecnologias Digitais Edu
 

Destaque

Repositorios digitais
Repositorios digitaisRepositorios digitais
Repositorios digitaisGraça Rosa
 
Sugestoes de leitura
Sugestoes de leituraSugestoes de leitura
Sugestoes de leituraGraça Rosa
 
O que queremos para o futuro das Bibliotecas Escolares
O que queremos para o futuro das Bibliotecas EscolaresO que queremos para o futuro das Bibliotecas Escolares
O que queremos para o futuro das Bibliotecas EscolaresGraça Rosa
 
Recursos educativos digitais
Recursos educativos digitaisRecursos educativos digitais
Recursos educativos digitaisGraça Rosa
 
Future edu teamproject1 1023
Future edu teamproject1 1023Future edu teamproject1 1023
Future edu teamproject1 1023민경 정
 
8ºano mat correcao questao aula 2(fev 2015)
8ºano mat correcao questao aula 2(fev 2015)8ºano mat correcao questao aula 2(fev 2015)
8ºano mat correcao questao aula 2(fev 2015)silvia_lfr
 
Dissertacao fatima-lima-ufersa
Dissertacao fatima-lima-ufersaDissertacao fatima-lima-ufersa
Dissertacao fatima-lima-ufersaTony César
 
Turismo experiencial plan del turismo español horizonte 2020
Turismo experiencial plan del turismo español horizonte 2020 Turismo experiencial plan del turismo español horizonte 2020
Turismo experiencial plan del turismo español horizonte 2020 José Cantero Gómez
 
20 Ideas for your Website Homepage Content
20 Ideas for your Website Homepage Content20 Ideas for your Website Homepage Content
20 Ideas for your Website Homepage ContentBarry Feldman
 

Destaque (11)

Matriz Dofa
Matriz DofaMatriz Dofa
Matriz Dofa
 
Repositorios digitais
Repositorios digitaisRepositorios digitais
Repositorios digitais
 
Sugestoes de leitura
Sugestoes de leituraSugestoes de leitura
Sugestoes de leitura
 
O que queremos para o futuro das Bibliotecas Escolares
O que queremos para o futuro das Bibliotecas EscolaresO que queremos para o futuro das Bibliotecas Escolares
O que queremos para o futuro das Bibliotecas Escolares
 
Recursos educativos digitais
Recursos educativos digitaisRecursos educativos digitais
Recursos educativos digitais
 
Future edu teamproject1 1023
Future edu teamproject1 1023Future edu teamproject1 1023
Future edu teamproject1 1023
 
8ºano mat correcao questao aula 2(fev 2015)
8ºano mat correcao questao aula 2(fev 2015)8ºano mat correcao questao aula 2(fev 2015)
8ºano mat correcao questao aula 2(fev 2015)
 
Dissertacao fatima-lima-ufersa
Dissertacao fatima-lima-ufersaDissertacao fatima-lima-ufersa
Dissertacao fatima-lima-ufersa
 
Turismo experiencial plan del turismo español horizonte 2020
Turismo experiencial plan del turismo español horizonte 2020 Turismo experiencial plan del turismo español horizonte 2020
Turismo experiencial plan del turismo español horizonte 2020
 
20 Ideas for your Website Homepage Content
20 Ideas for your Website Homepage Content20 Ideas for your Website Homepage Content
20 Ideas for your Website Homepage Content
 
Succession “Losers”: What Happens to Executives Passed Over for the CEO Job?
Succession “Losers”: What Happens to Executives Passed Over for the CEO Job? Succession “Losers”: What Happens to Executives Passed Over for the CEO Job?
Succession “Losers”: What Happens to Executives Passed Over for the CEO Job?
 

Semelhante a Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público

Monografia - Os Professores como Mediador das Tecnologias na Educação
Monografia - Os Professores como Mediador das Tecnologias na EducaçãoMonografia - Os Professores como Mediador das Tecnologias na Educação
Monografia - Os Professores como Mediador das Tecnologias na EducaçãoRavena B
 
Utilização das tic por parte dos professores de uma escola do ensino básico e...
Utilização das tic por parte dos professores de uma escola do ensino básico e...Utilização das tic por parte dos professores de uma escola do ensino básico e...
Utilização das tic por parte dos professores de uma escola do ensino básico e...João Piedade
 
Texto comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...
Texto  comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...Texto  comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...
Texto comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...adrianafrancisca
 
Texto comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...
Texto  comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...Texto  comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...
Texto comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...adrianafrancisca
 
Texto comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...
Texto  comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...Texto  comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...
Texto comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...adrianafrancisca
 
As tecnologias no cotidiano escolar possibilidades de __articular o trabalh...
As tecnologias no cotidiano   escolar possibilidades de __articular o trabalh...As tecnologias no cotidiano   escolar possibilidades de __articular o trabalh...
As tecnologias no cotidiano escolar possibilidades de __articular o trabalh...Mayke Machado
 
Forma qim teresa_tic_educa2012
Forma qim teresa_tic_educa2012Forma qim teresa_tic_educa2012
Forma qim teresa_tic_educa2012Teresa Vasconcelos
 
O desenvolvimento de competências tic nos professores – uma oportunidade de i...
O desenvolvimento de competências tic nos professores – uma oportunidade de i...O desenvolvimento de competências tic nos professores – uma oportunidade de i...
O desenvolvimento de competências tic nos professores – uma oportunidade de i...Teresa Figueiredo
 
Estrategias Para O Uso Das Tic
Estrategias Para O Uso Das TicEstrategias Para O Uso Das Tic
Estrategias Para O Uso Das Ticprojectotisa
 
DOS RECURSOS EDUCATIVOS DIGITAIS AOS OBJECTOS DE APRENDIZAGEM EM CONTEXTO E...
DOS RECURSOS EDUCATIVOS DIGITAIS  AOS OBJECTOS DE APRENDIZAGEM  EM CONTEXTO E...DOS RECURSOS EDUCATIVOS DIGITAIS  AOS OBJECTOS DE APRENDIZAGEM  EM CONTEXTO E...
DOS RECURSOS EDUCATIVOS DIGITAIS AOS OBJECTOS DE APRENDIZAGEM EM CONTEXTO E...Fernando Rui Campos
 
Tecnologias na Educação: Ensinando e Aprendendo com as TIC - Manual cursista
Tecnologias na Educação: Ensinando e Aprendendo com as TIC - Manual cursistaTecnologias na Educação: Ensinando e Aprendendo com as TIC - Manual cursista
Tecnologias na Educação: Ensinando e Aprendendo com as TIC - Manual cursistaMarinice Noya
 
Formacaoprofessoresinformaticaeducativa
FormacaoprofessoresinformaticaeducativaFormacaoprofessoresinformaticaeducativa
FormacaoprofessoresinformaticaeducativaCesar Martins
 
Projeto pronto da Especialização ppt
Projeto pronto da Especialização pptProjeto pronto da Especialização ppt
Projeto pronto da Especialização pptMarconildo Viegas
 
Estudo conceptual dos_servicos_dos_crtic_chaves ii
Estudo conceptual dos_servicos_dos_crtic_chaves iiEstudo conceptual dos_servicos_dos_crtic_chaves ii
Estudo conceptual dos_servicos_dos_crtic_chaves iiMinistério da Educação
 
An2 coordenacao projectos_tic
An2 coordenacao projectos_ticAn2 coordenacao projectos_tic
An2 coordenacao projectos_ticAbel Antunes
 
Livro de Resumos do I Seminário Doutoral
Livro de Resumos do I Seminário DoutoralLivro de Resumos do I Seminário Doutoral
Livro de Resumos do I Seminário Doutoraltelsc
 

Semelhante a Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público (20)

Monografia - Os Professores como Mediador das Tecnologias na Educação
Monografia - Os Professores como Mediador das Tecnologias na EducaçãoMonografia - Os Professores como Mediador das Tecnologias na Educação
Monografia - Os Professores como Mediador das Tecnologias na Educação
 
Utilização das tic por parte dos professores de uma escola do ensino básico e...
Utilização das tic por parte dos professores de uma escola do ensino básico e...Utilização das tic por parte dos professores de uma escola do ensino básico e...
Utilização das tic por parte dos professores de uma escola do ensino básico e...
 
Tf curso
Tf cursoTf curso
Tf curso
 
Texto comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...
Texto  comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...Texto  comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...
Texto comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...
 
Texto comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...
Texto  comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...Texto  comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...
Texto comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...
 
Texto comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...
Texto  comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...Texto  comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...
Texto comunicação e tecnologia em supervisão pedagógica ...
 
As tecnologias no cotidiano escolar possibilidades de __articular o trabalh...
As tecnologias no cotidiano   escolar possibilidades de __articular o trabalh...As tecnologias no cotidiano   escolar possibilidades de __articular o trabalh...
As tecnologias no cotidiano escolar possibilidades de __articular o trabalh...
 
Forma qim teresa_tic_educa2012
Forma qim teresa_tic_educa2012Forma qim teresa_tic_educa2012
Forma qim teresa_tic_educa2012
 
O desenvolvimento de competências tic nos professores – uma oportunidade de i...
O desenvolvimento de competências tic nos professores – uma oportunidade de i...O desenvolvimento de competências tic nos professores – uma oportunidade de i...
O desenvolvimento de competências tic nos professores – uma oportunidade de i...
 
Estrategias Para O Uso Das Tic
Estrategias Para O Uso Das TicEstrategias Para O Uso Das Tic
Estrategias Para O Uso Das Tic
 
DOS RECURSOS EDUCATIVOS DIGITAIS AOS OBJECTOS DE APRENDIZAGEM EM CONTEXTO E...
DOS RECURSOS EDUCATIVOS DIGITAIS  AOS OBJECTOS DE APRENDIZAGEM  EM CONTEXTO E...DOS RECURSOS EDUCATIVOS DIGITAIS  AOS OBJECTOS DE APRENDIZAGEM  EM CONTEXTO E...
DOS RECURSOS EDUCATIVOS DIGITAIS AOS OBJECTOS DE APRENDIZAGEM EM CONTEXTO E...
 
Apostila de Tecnologia de Educação
Apostila de Tecnologia de EducaçãoApostila de Tecnologia de Educação
Apostila de Tecnologia de Educação
 
Tecnologias na Educação: Ensinando e Aprendendo com as TIC - Manual cursista
Tecnologias na Educação: Ensinando e Aprendendo com as TIC - Manual cursistaTecnologias na Educação: Ensinando e Aprendendo com as TIC - Manual cursista
Tecnologias na Educação: Ensinando e Aprendendo com as TIC - Manual cursista
 
Formacaoprofessoresinformaticaeducativa
FormacaoprofessoresinformaticaeducativaFormacaoprofessoresinformaticaeducativa
Formacaoprofessoresinformaticaeducativa
 
Projeto pronto da Especialização ppt
Projeto pronto da Especialização pptProjeto pronto da Especialização ppt
Projeto pronto da Especialização ppt
 
Estudo conceptual dos_servicos_dos_crtic_chaves ii
Estudo conceptual dos_servicos_dos_crtic_chaves iiEstudo conceptual dos_servicos_dos_crtic_chaves ii
Estudo conceptual dos_servicos_dos_crtic_chaves ii
 
Orientacoes tic 9_10
Orientacoes tic 9_10Orientacoes tic 9_10
Orientacoes tic 9_10
 
An2 coordenacao projectos_tic
An2 coordenacao projectos_ticAn2 coordenacao projectos_tic
An2 coordenacao projectos_tic
 
Tese
TeseTese
Tese
 
Livro de Resumos do I Seminário Doutoral
Livro de Resumos do I Seminário DoutoralLivro de Resumos do I Seminário Doutoral
Livro de Resumos do I Seminário Doutoral
 

Último

Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
BNCC Geografia.docx objeto de conhecimento
BNCC Geografia.docx objeto de conhecimentoBNCC Geografia.docx objeto de conhecimento
BNCC Geografia.docx objeto de conhecimentoGentil Eronides
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobreAULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobremaryalouhannedelimao
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOAulasgravadas3
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 

Último (20)

Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
BNCC Geografia.docx objeto de conhecimento
BNCC Geografia.docx objeto de conhecimentoBNCC Geografia.docx objeto de conhecimento
BNCC Geografia.docx objeto de conhecimento
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobreAULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 

Um modelo de Recursos Educativos Digitais como serviço público

  • 1. CENTRO DE ESTUDOS DOS POVOS E CULTURAS DE EXPRESSÃO PORTUGUESA Faculdade de Ciências Humanas - Universidade Católica Portuguesa RECURSOS EDUCATIVOS DIGITAIS UM SERVIÇO PÚBLICO Coordenação: Roberto Carneiro Equipa: António Carvalho Rodrigues João Filipe Matos José de Almeida Rodrigo Queiroz e Melo Colaboração: Neuza Pedro Ana Pedro Maria Ana Carneiro Lisboa, 2 de Março de 2010
  • 2. Índice 1. Introdução .......................................................................................................................................... 4 1.1. O Plano Tecnológico da Educação – as infraestruturas e o desafio .......................................... 4 1.2. Os termos de referência do estudo ............................................................................................ 5 1.3. Estudos e propostas anteriores – estado da arte em Portugal ................................................. 7 1.4. A metodologia: análise de benchmarks (modelos comparados internacionais), audição de stakeholders ....................................................................................................................................... 8 2. Sistemas e modelos comparados – um estudo de benchmarks ..................................................... 10 2.1. Enquadramento......................................................................................................................... 10 2.2. Resultados do Diagnóstico Internacional ................................................................................. 11 2.3. Caracterização de tendências identificadas no diagnóstico Internacional ............................. 26 2.4. Orientações gerais emergentes ................................................................................................ 30 3. O que dizem os principais stakeholders .......................................................................................... 32 3.1. Matriz de opiniões expressas durante as audições ................................................................. 32 3.2. Grandes orientações para uma proposta de modelo .............................................................. 51 4. Actores Estratégicos ......................................................................................................................... 57 4.1. Actores estratégicos locais........................................................................................................ 57 4.2. Dinâmicas organizacionais ao nível local ................................................................................. 59 4.3. Dinâmicas recentes do Sistema Educativo e a vida da Escola ................................................. 60 4.4. A dinamização da Iniciativa na Escola/Comunidade Educativa .............................................. 64 4.5. Uma organização baseada em comunidades de prática ......................................................... 65 4.6. Formação de Professores .......................................................................................................... 69 5. Conclusões ........................................................................................................................................ 71 5.1. Conceito de RED ........................................................................................................................ 71 5.2. A escola como centro de aquisição e uso ................................................................................. 71 CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 2.
  • 3. 5.3. Formação de docentes .............................................................................................................. 72 5.4. Regulação do sistema – Agência de Promoção e Inovação TIC (API-TIC) ................................ 73 Referências ........................................................................................................................................... 76 Anexo 1 ................................................................................................................................................. 77 Anexo 2 ................................................................................................................................................. 79 CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 3.
  • 4. 1. Introdução 1.1. O Plano Tecnológico da Educação – as infraestruturas e o desafio O Plano Tecnológico da Educação (PTE) foi criado por resolução do Conselho de Ministros 137/2007, de 18 de Setembro [1]. No preâmbulo deste documento, o Governo afirma a necessidade de “modernizar a escola” e “consolidar o papel das tecnologias de informação e comunicação (TIC) enquanto ferramenta básica para aprender e ensinar”. Para tanto, deixando claro que “há, contudo, um longo caminho a percorrer”, o Governo reconhece que “a integração das TIC nos processos de ensino e de aprendizagem e nos sistemas de gestão da escola é condição essencial para a construção da escola do futuro e para o sucesso escolar das novas gerações de Portugueses”. Neste contexto, foram definidos 7 objectivos para a modernização da educação: E foram analisadas as limitações à modernização tecnológica do ensino: 1 Os gráficos e citações que se seguem e que não tenham referência própria são todos originários desta Resolução do Conselho de Ministros CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 4.
  • 5. O PTE surge assim como um plano integrado para cumprimento dos objectivos de modernização da educação ultrapassando as limitações existentes. O plano assenta em três eixos – eixo tecnologia, eixo conteúdos e eixo formação – cada um com objectivos e metas específicas. Volvidos dois anos e meio do início da implementação do plano, existem assimetrias na implementação de cada um dos seus três eixos, merecendo destaque pela positiva o estado de desenvolvimento do eixo tecnologia que tem sido objecto de atento escrutínio internacional e que colocou nas escolas equipamento e software de base fundamental para a integração das TIC nos processos da escola. O sistema educativo está assim hoje em posição de ambicionar entrar num novo estádio de desenvolvimento: a passagem da fase do apetrechamento tecnológico para a fase da sua utilização efectiva como, aliás, vem previsto no próprio PTE. Trata-se de um fenómeno conhecido na análise das políticas públicas: a passagem da fase da criação da infra-estrutura para a da alteração dos comportamentos dos actores. Esta passagem exige uma mudança de paradigmas de comportamento profissional e pessoal pelo que se reveste de dificuldades acrescidas em relação à primeira. A colocação da tecnologia nas escolas, sendo um processo complexo que exigiu um esforço importante do Estado, é susceptível de ser desenvolvido pelo “centro” do sistema. Já a integração das TIC nos processos de ensino e de aprendizagem exige uma adesão efectiva e comprometida dos docentes, ou seja um empenhamento sustentado dos actores da “periferia” do sistema. Consequentemente, não só o processo não é susceptível de ser desenvolvido pelo Estado sem a participação dos agentes, como exige uma mudança relevante das práticas profissionais, o que exige abordagens radicalmente diferentes ao processo. Este é o desafio colocado no presente estudo: como promover a passagem da fase de apetrechamento tecnológico das escolas para a fase da integração das TIC nos processos de ensino e de aprendizagem de maneira natural e tendencialmente “invisível”. 1.2. Os termos de referência do estudo (problema, questões de partida, ...) No contexto descrito, o Senhor Secretário de Estado da Educação, Doutor João Trocado da Mata, contactou-nos no sentido de nos desafiar a elaborar um estudo urgentíssimo sobre a viabilidade de CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 5.
  • 6. um modelo de implementação, regulação e inovação de um sistema de Recursos Educativos Digitais (RED) acessíveis a todas as escolas do país em regime inspirado numa “utility”2. Após longos debates, e de intenso trabalho em conjunto, decidimos designar o nosso estudo final por Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público para significar inequivocamente o sentido de “utility” na acepção de serviço universal, disponível a todos os potenciais interessados, de forma equitativa e em regime de igualdade de oportunidades, passível de ser fornecido por entes públicos, privados ou outros, e pago em função da intensidade de utilização desse serviço. A elaboração levada a cabo subsequentemente sobre uma abordagem tão inovadora, quanto complexa e plurifacetada, de conteúdos educativos levou-nos a eleger a escola como o ponto focal dinamizador de todo o sistema de RED e, dentro da escola, o professor como o seu agente fundamental: o professor que, já hoje, detém a responsabilidade nuclear na escolha dos materiais didácticos em uso nas suas turmas de leccionação, mas também, e sobretudo, o professor que é motor de inovação pedagógica “no terreno”, de quem se espera um papel central na selecção e utilização de RED nas suas aulas, e ainda aquele profissional que aposta decididamente numa aprendizagem ao longo da vida que, nesta medida, estará ávido de aceder a RED que o possam ajudar a realizar as suas metas ambiciosas, seja ao nível do progresso de conhecimentos, seja ao nível da aquisição de novas competências profissionais. A oportunidade é evidente e não pode ser escamoteada. O Plano Tecnológico da Educação (PTE) gerou uma enorme expectativa que não se esgota no fornecimento de hardware. Assim, a possibilidade de conceber e de concretizar um sistema que sirva, concomitantemente, vários propósitos complementares é única: 1. Proporcionar aos alunos, professores e estabelecimentos de ensino o acesso a RED diversificados e adequados às suas necessidades. 2. Apostar no papel dos professores como pivots da utilização de RED para melhoria do seu desempenho em sala de aula e também para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. 3. Dinamizar um serviço público e aberto de RED a partir de uma concepção de mercado assente no exercício e na avaliação de benefícios pelo lado da procura, sem prejuízo da construção paralela, e vital, de conteúdos gerados por utilizadores que encontram no Portal da Escola a sua expressão plena. 2 Expressão consagrada no léxico inglês que pretende significar qualquer infra-estrutura de serviço público essencial, tipo água, electricidade, gás, telefone, comunicações, esgotos, lixos, correios, etc., que deve ser oferecida às populações sem discriminação e de forma adequadamente regulada. CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 6.
  • 7. 4. Criar um modelo de inovação pedagógica inspirado em benchlearning, comunidades de prática e redes de “laboratórios vivos”, através da gestão de incentivos apropriados e de consolidação de massa crítica no sistema. 5. Conceber uma entidade independente e idónea capaz de levar por diante os desígnios renovadores mencionados e desenhar um modelo de operação simples, desburocratizado e descentralizado. 6. Articular em parcerias locais, regionais e nacionais todos os actores e stakeholders passíveis de serem, com vantagem, mobilizados para a implementação do sistema de RED como serviço público tendencialmente universal, conferindo assim ao PTE um novo fôlego de política pública ao serviço da escola e das suas comunidades locais de pertença. 1.3. Estudos e propostas anteriores – estado da arte em Portugal Para dar resposta ao desafio colocado foi necessário analisar o estado da arte em Portugal ao nível da promoção do RED para garantir que a solução proposta aprendia com o existente e não se sobrepunha a projectos em curso. A este título, é especialmente relevante o estudo de Ramos et al. (2009)3. Este estudo, após um extenso e completo levantamento de iniciativas RED em diversos países, propõe uma estratégia de desenvolvimento de recursos educativos digitais baseada em 11 medidas. O relatório em apreço tem como objecto fundamental o desenvolvimento de um repositório de RED, que funcione como interface com os utilizadores finais (docentes, mas não só), num contexto controlado (controlo de qualidade). Para efeitos do presente estudo, foi especialmente inspiradora a proposta sete – financiamento directo às escolas para aquisição de RED. Na verdade, pretendendo-se fomentar a integração dos RED nos processos de ensino e de aprendizagem, e considerando a necessidade de os actores locais serem os principais agentes da decisão de utilização de RED, deverão ser as próprias escolas a formular a sua estratégia RED. No demais, considera-se que o Portal das Escolas poderá ser um instrumento precioso para as escolas na implementação da sua estratégia TIC e para a dinamização da geração de conteúdos educativos desde a base da pirâmide educacional. 3 RAMOS, José Luís (coord.), Portal da Escola - Eixo Conteúdos: Estudo de Implementação, Lisboa, Gabinete de Estatísticas e Planeamento da Educação (GEPE), 2009, mimeo. CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 7.
  • 8. 1.4. A metodologia: análise de benchmarks (modelos comparados internacionais), audição de stakeholders (quem, porquê, como, guiões,...) O presente estudo não tem uma natureza exploratória ou explicativa da realidade. Contudo, a reflexão desenvolvida para formulação da proposta assentou na análise de dados expressamente recolhidos pela equipa com o objectivo de chegar a uma solução adequada ao sistema educativo português. Para tanto, foi elaborado um desenho metodológico com duas componentes. Uma componente de benchmarking e uma componente de audições. A componente de benchmarking teve por objectivo realizar um levantamento de entidades que em outros países tenham competências no âmbito da promoção da utilização de RED nos sistemas de educação formal, de forma a (i) conhecer boas práticas; (ii) verificar tendências internacionais (benchmarking com vista a benchlearning); e (iii) identificar actores especialmente inovadores na implementação de sistemas RED. A componente de auscultação de actores relevantes nas áreas da produção ou da utilização de RED teve por objectivos (i) detectar boas ideias sobre o assunto; (ii) conhecer o posicionamento de diversos grupos de agentes quanto a diferentes soluções possíveis; e (iii) auscultar modalidades de envolvimento dos membros de comunidades locais. Para o exercício de Benchmarking internacional foram analisadas 23 entidades de 19 países distintos a partir de uma matriz de recolha de dados comum. Natureza jurídica Entidades acreditadoras/ Modelo de financiamento certificadoras do mercado de RED Estrutura orgânica Objecto da acreditação/certificação Definição de requisitos prévios Período de tempo para a candidatura a acreditação Características do sistema de Entidades consideradas eligíveis acreditação para submissão de produtos Período de vigência da acreditação/certificação Sistema de acreditação/ certificação utilizado Linhas orientadoras para o processo de escolha de RED pelas escolas Sistema de suporte à escolha e Suporte a e formação de docentes utlização de RED Outras iniciativas Modelo de financiamento às escolas Matriz de recolha de dados CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 8.
  • 9. No capítulo 2 são apresentados e discutidos os dados resultantes deste exercício. Para as audições de actores relevantes foram criados 7 grupos de actores: Académicos, Associações de Professores, Autarquias, Centros de Formação de Associações de Escolas (CFAE), Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), Conselho de Escolas, Players de Mercado. Sendo as audições conduzidas segundo um guião de entrevista semi-estruturada adaptado a cada grupo (guião genérico em anexo). Foram ouvidos professores ligados às associações de professores, dirigentes de escolas, dirigentes de editoras, representantes das principias empresas de produção de software com relevância na educação e representantes do movimento associativo de pais. No capítulo 3 são apresentados e discutidos os dados resultantes destas audições. Nele se inclui uma matriz das opiniões expressas durante as audições e sistematizam-se linhas de orientação para uma proposta de modelo. No capítulo 4 são analisados os actores cuja mobilização é estratégica para o sucesso da proposta de integração dos RED nos processos de ensino e de aprendizagem (actores estratégicos locais). No capítulo 5 são definidos os conceitos orientadores do modelo que se propõe:  Conceito de RED  A escola como centro de aquisição e uso  Formação de docentes  Regulação do sistema CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 9.
  • 10. 2. Sistemas e modelos comparados – um estudo de benchmarks 2.1. Enquadramento De forma a efectuar o levantamento e análise das benchmarks internacionais no que se refere ao mercado de recursos educativos digitais definiu-se primeiramente um conjunto de termos-chave a utilizar no processo de pesquisa em motores de busca de relevo no contexto da world wide web. Assim, chegou-se a alguns termos-chave tais como agência, recursos educativos, associação, entidade governamental, ferramentas TIC e Ministério da Educação. Esta pesquisa foi realizada em Português e em Inglês, combinando os diferentes termos entre si, tendo-se seleccionado para o efeito o motor de busca Google. Incidiu-se ainda de forma mais particular na análise do Portal do Ministério da Educação de cada país, procurando chegar à informação existente sobre entidades responsáveis pela dinamização da utilização de Recursos Educativos Digitais (RED), iniciativas associadas a dinamizações de mercado de recursos digitais, ou simples disseminação desses mesmos materiais. Deste modo, o processo de pesquisa desenvolvido orientou-se em torno dos seguintes critérios de selecção: . carácter institucional e organizacional dos espaços web das entidades em causa; . referência e relevância atribuída à entidade nos espaços online e nos documentos oficiais produzidos pelas entidades governamentais do país de origem; . exclusão de todas as entidades que se apresentavam subordinadas a empresas fornecedoras de serviços, sistemas e software educativo e/ou quaisquer outras entidades que assumiam finalidades comerciais. De entre as ligações inicialmente exploradas (43 entidades), foi seleccionado um conjunto de entidades que obedecerem aos critérios definidos anteriormente. A sistematização dos países e entidades analisados encontra-se em anexo. A análise das benchmarks internacionais foi orientada em torno de quatro focos de análise:  a estrutura orgânica e lógica de funcionamento das entidades consideradas relevantes no domínio dos sistemas aplicações e recursos educativos digitais;  as actividades desenvolvidas e responsabilidades assumidas por tais organismos;  o sistema de certificação/acreditação implementado;  o modelo de financiamento e estruturas de apoio fornecidas às instituições educativas no processo de selecção, aquisição e utilização de recursos educativos digitais. CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 10.
  • 11. 2.2. Resultados do Diagnóstico Internacional Torna-se necessário primeiramente sistematizar a informação referente a cada tipo de entidades analisadas, as suas entidades promotoras e o país originário. Desta forma, os dados seguidamente apresentados decorrem da análise efectuada às entidades encontradas e vistas à luz dos critérios definidos, sendo casos de relevo do domínio em causa. Salienta-se igualmente que, por vezes, se identificam entidades provenientes do mesmo país. País Entidade Promotora Link ADESSA- Associated http://www.adessa.org.za/index.htm África do Distributors of Sul Educational Supplies in http://www.adessa.org.za/docs/code.pdf Southern Africa Federal Ministry of Alemanha Education and Research http://www.bmbf.de/ Schulen ans Netz E. V http://www.schulen-ans-netz.de/ Coordenação Geral de http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view= Brasil Tecnologia de Educação article&id=13018:guia-de-tecnologias&catid=195:seb-educacao- Ministério da Educação basica&Itemid=948 Ontario Software Acquisition Program Advisory Committee Canadá (OSAPAC) http://www.osapac.org/cms/ Ontario Educational Software Service (OESS) http://esubmitit.sjpg.com/OESS/home.cfm Dinamarca MaterialEPlataform http://materialeplatform.emu.dk/materialer/index.jsp Instituto de Tecnologias Espanha Educativas do Ministério da Educação http://www.ite.educacion.es/ National Scholl Supply & EUA Equipment Association – NSSEA http://www.nssea.org/ Finlândia Ministério da Educação www.edu.fi Ministério da Educação França Nacional http://www.educnet.education.fr Holanda Fundação Kennisnet www.kennisnet.nl Ministério da Educação e Cultura http://www.okm.gov.hu Sulinet Digital Hungria Knowledge Base - Ministério da Educação/Sulinet http://sdt.sulinet.hu Agência Nacional para o Desenvolvimento da Itália Autonomia Escolástica - Ministério da Educação www.indire.it CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 11.
  • 12. National Center for Educational Materials Islândia (NCEM) – Ministério da Educação http://www.nams.is/enska/ Noruega Ministério da Educação http://utdanning.no/ ONU ONU – GeSCI http://www.gesci.org/index.html Organismo LRE for schools s Centrais União Europeia (UE) http://lreforschools.eun.org/LRE-Portal/Index.iface Polónia Ministério da Educação www.scholaris.pl http://partners.becta.org.uk/index.php?section=rh&rid=13661 Reino BECTA http://industry.becta.org.uk/display.cfm?resID=41020&page=17 Unido 13&catID=1621 BESA http://www.besa.org.uk/besa/home/index.jsp Swedish National Suécia Agency for Education http://itforpedagoger.skolverket.se/in_english/ Listagem das entidades identificadas como boas práticas Foram, desta forma, analisadas 23 entidades, provenientes de 19 países distintos, sendo 12 membros da União Europeia, 2 da América do Norte, 1 da América do Sul, 1 da Europa do Norte, 1 do Continente Africano e, por último, 2 entidades internacionais, sem fins lucrativos, geridas pela ONU e pela UE. A diversidade de entidades permitiu a obtenção de uma multiplicidade de tendências, originárias de diferentes sistemas educativos, diversas culturas e distintos regimes políticos. 2.2.1. Descrição das características e estruturas das entidades acreditadoras/certificadoras da qualidade do mercado de recursos educativos digitais. Natureza jurídica das entidades Com base nos dados recolhidos no levantamento de benchmarks efectuado, pode verificar-se que em relação aos casos analisados, as entidades assumem maioritariamente dois tipos de natureza jurídica: (i) entidades públicas e (ii) associação de entidades empresariais. Assim, a maioria das entidades pesquisadas são entidades públicas, decorrendo a sua criação de iniciativas orientadas pelo Ministério da Educação, as quais assumem assim forte ligação às agências governamentais. CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 12.
  • 13. Tipo de natureza jurídica de cada entidade Analisando o gráfico anterior percebe-se que das 19 entidades consideradas, 11 têm uma natureza de carácter público, 3 revelam-se associações de entidades empresariais fornecedoras de Recursos Digitais Educativos (BESA, ADESSA e NSEEA), 2 apresentam-se como organizações internacionais sem fins lucrativos, como por exemplo, o GeSCI (Agência da ONU) e Schulen ans Netz E. V (Alemanha), 2 são iniciativas da União Europeia e, por último, uma tem o regime de fundação (BECTA, financiada pelo Department for Children Schools and Families do Reino Unido). Modelo de financiamento A natureza jurídica da entidade é indissociável do modelo de financiamento das diferentes entidades, tornando-se assim essencial, de forma a analisar com rigor as tendências encontradas, debruçarmo-nos sobre a origem do financiamento de cada entidade assumida como referência, desta forma assemelham-se as seguintes categorias de análise: (i) Financiado pelo Estado; (ii) Parcialmente financiado pelo Estado; (iii) Financiado por entidades fornecedoras de RED; (iv) Fontes próprias de financiamento; (v) Outras formas de financiamento externo. CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 13.
  • 14. Após análise das benchmarks constata-se que a maioria das agências é financiada pelo Estado, como se pode ver no seguinte gráfico: Origem de financiamento de cada entidade Entende-se consequentemente que a maioria das entidades analisadas recebe financiamento directo do estado, sendo que são financiadas pelo Ministério da Educação do respectivo país. Em relação às três entidades que assumem financiados por parte de empresas fornecedoras de recursos educativos digitais, é importante notar que as entidades em causa, por serem associações de entidades fornecedoras de RED, são entidades financiadas directamente pelos seus associados. Existem ainda duas entidades que recebem outro tipo de financiamento externo, inserindo-se nesta categoria o GeSCI (Agência da ONU), organização sem fins lucrativos, financiado por entidades estatais de quatro países (Irlanda, Finlândia, Suécia e Suíça), e a Learning Resources Exchange for schools (LRE), financiado directamente pela União Europeia. Estrutura orgânica Relativamente à constituição da estrutura orgânica das diferentes entidades, o cenário revela-se bastante diversificado. Percebe-se que não existe uniformidade na constituição dos organismos que integram a estrutura orgânica das diferentes entidades mas deve salientar-se que a maioria das instituições analisadas tem uma preocupação evidente que, nos seus quadros, sejam integrados CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 14.
  • 15. representantes de organismos de natureza diversa, o que mostra a relevância dada ao envolvimento de representantes de vários quadrantes. Percebe-se, deste modo, ao analisar a tabela integrada na página seguinte, que praticamente 50% das entidades analisadas integra representantes do Ministério da Educação (seja de organismos centrais ou regionais) e de entidades fornecedoras de serviços, aplicações e RED na sua estrutura orgânica. No entanto, salienta-se a importância igualmente atribuída ao envolvimento de representantes das escolas /professores, com sete entidades a terem nos seus quadros este tipo de profissionais. Estes dados ganham particular relevância se pensarmos nas escolas como receptoras finais dos recursos educativos digitais. Em relação às restantes categorias, os representantes do poder local, os representantes de entidades jurídicas e os representantes de instituições de ensino superior estão do mesmo modo presentes em seis das instituições analisadas. CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 15.
  • 16. Representação de organismos nas diferentes entidades Representantes Repres. Repres. de Ent. Repres. de Repres. de Repres. de Especialistas de Repres. Total de do ME (Org. fornecedoras de entidades de Institutos do Escolas/ várias áreas Entidades Entidades do centrais e/ou serviços, aplic. e natureza Ensino Financeiras Envolvidas Poder Professores regionais) RED jurídica Superior local África do Sul* √ √ 2 Alemanha √ 1 Brasil √ 2 Canadá √ √ √ √ √ 6 Dinamarca √ √ √ 3 Espanha √ √ √ 3 EUA* √ √ 2 Finlândia √ √ √ √ √ 5 França √ √ √ √ √ √ 5 Holanda √ √ √ √ 4 Hungria ** Itália √ √ 2 Islândia ** ONU √ √ √ 3 (UE) √ √ 2 Polónia ** CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 16.
  • 17. BECTA UK √ √ √ √ √ √ 7 BESA-UK* √ √ 2 Suécia ** n= 19 9 6 9 6 6 7 2 1 CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 17.
  • 18. 2.2.2. Objecto de acreditação/certificação De forma a entender as tendências encontradas no que concerne ao objecto de acreditação das entidades analisadas considerou-se importante distinguir, pela análise efectuada as diferentes situações: entidades que acreditam entidades fornecedoras de RED, entidades que acreditam packs/sistemas/aplicações e RED, entidades que acreditam recursos educativos digitais de forma unitária, entidades que certificam RED e outros sistemas e, por último, entidades que certificam Open-source contents. Assim, percebe-se uma tendência para certificar individualmente os diferentes produtos e recursos digitais, como passível de verificar no gráfico seguinte. Objectos de acreditação/certificação Os dados recolhidos evidenciam que das entidades consideradas nos países em análise, 16 consideram elegíveis para avaliação e certificação, e por ordem de incidência, (i) packs de sistemas, aplicações e recursos educativos digitais por processo unitário, (ii) open-source contents, (iii) recursos educativos digitais e outros sistemas/aplicativos não registados. Observa-se uma tendência clara nos dados analisados. A grande maioria das entidades implementa processos de certificação/acreditação em que avalia e valida recursos educativos digitais, podendo estes ser individualmente submetidos ou submetidos de forma agregada em packs de outros recursos. Em particular, constata-se que apenas as associações de entidades empresariais, assumem como objecto de certificação, entidades fornecedoras de sistemas, aplicações e recursos educativos digitais, na medida em que as mesmas se organizam em torno de sistemas de filiação que automaticamente conferem reconhecimento às entidades-membro.
  • 19. 2.2.3. Características do sistema de acreditação utilizado No que respeita à análise das características do processo de acreditação implementado e desenvolvido por cada uma das entidades analisadas, considerara-se relevantes as seguintes dimensões: definição de requisitos prévios ao processo de submissão de produtos para avaliação/certificação; período de tempo definido para candidatura a certificação; entidades consideradas elegíveis para submissão de produtos; sistema de certificação / acreditação utilizado; período de vigência / validade da certificação atribuída. (i) definição de requisitos prévios ao processo de submissão de produtos para avaliação/certificação Analisando o gráfico seguinte, percebe-se que a maioria das entidades entende como fundamental definir, previamente ao processo de submissão de produtos, requisitos a cumprir sendo que apenas uma das entidades não aplica essa exigência e nas restantes quatro não foi possível retirar conclusões, por não ter sido encontrada informação. Definição de requisitos prévios Consegue perceber-se, desta forma, que as várias entidades consideradas desenvolvem requisitos prévios a ser respeitados pelas diferentes entidades aquando da certificação dos seus produtos. Deste modo, quando acontece a submissão de recursos educativos digitais para acreditação, as entidades que os elaboraram vêem-se obrigadas a cumprir uma série de parâmetros definidos CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 19.
  • 20. anteriormente pelas agências, os quais apresentam preocupações de ordem técnica (orientada com interpretabilidade, com acessibilidade, etc.), de ordem científica e pedagógica (orientada para o currículo) e de ordem jurídica (conformidade fiscal e legal da instituição). (ii) período de tempo definido para candidatura a certificação No que concerne à definição de um período específico para acreditação, os dados encontrados deixam perceber que uma maioria desenvolve de forma contínua o processo de aceitação, sendo que em quatro entidades não se encontrou informação relevante neste item. Período definido de acreditação É, igualmente, importante perceber que no caso das quatro entidades em que o processo de acreditação acontece num dado período de tempo, tornando-se desta forma específico, não foi possível identificar a duração do mesmo. (iii) entidades consideradas elegíveis para submissão de produtos Da análise efectuada, foi possível constatar que são consideradas elegíveis para submissão de produtos as seguintes entidades: Entidades fornecedoras de recursos educativos digitais, Associações professores e educadores/Formadores, Escolas/Professores, Museus, Outros organismos culturais, Web-service suppliers, Instituições de Ensino Superior/Centros de Investigação e, por fim, Outros sujeitos (como seja, sujeitos individuais). CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 20.
  • 21. Entidades elegíveis para acreditação Neste âmbito, conclui-se que são maioritariamente consideradas nos processos de acreditação/certificação de recursos educativos digitais as entidades comerciais fornecedoras de recursos educativos digitais. Já no que concerne as outras entidades, como seja, Museus e outros organismos culturais detêm a elegibilidade em 12 entidades analisadas. As associações de professores, educadores e formadores, conjuntamente com as entidades fornecedoras de serviços web e software (web-suppliers) são considerados elegíveis em 10 das entidades em análise, enquanto os Institutos de Ensino Superior/centros de investigação e outros sujeitos têm elegibilidade em nove entidades analisadas. Estes dados resultam num diversificado quadro, mostrando que para as entidades verificadas não existe uma tendência única no que concerne a elegibilidade de entidades para certificação. (iv) sistema de certificação/acreditação utilizado No que respeita aos sistemas de certificação/acreditação utilizados pelas várias entidades analisadas, verifica-se que a maioria revela implementado um sistema único de certificação, ou seja, após avaliação os produtos são simplesmente aceites ou rejeitados pela agência. Constata-se ainda que cinco entidades avaliam e certificam os produtos em causa por nível de ensino, quatro CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 21.
  • 22. organizam a avaliação e a certificação por diferentes áreas científicas e apenas três por unidades curriculares. Sistema de certificação Ainda de referir que as quatro entidades que apresentam um sistema gradificado de certificação/avaliação, no qual aos produtos avaliados é atribuído um determinado nível numa dada escala estratificada de qualidade do reconhecimento. (v) período de vigência / validade da certificação atribuída Na análise de dados efectuada relativa às características do sistema de acreditação foi igualmente considerado o período de validação associado às certificações atribuídas pelas entidades em causa. CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 22.
  • 23. Validade da certificação Consequentemente, ao analisar os dados obtidos não foi possível identificar um limite definido no período de validade da certificação/acreditação de produtos ou entidades. 2.2.4. Sistema de suporte escolar para a utilização educativa de software, aplicações e Recursos Educativos Digitais A análise das entidades consideradas relevantes incidiu igualmente sobre os sistemas existentes para suporte a escolas e educadores para apoiar a utilização educativa de software, aplicações e recursos educativos digitais. Desta forma, procurou-se identificar: linhas orientadoras (Guidelines) para auxiliar as escolas no processo de escolha dos conteúdos a adquirir; suporte e formação da escola e docentes para a capacitação para a aquisição de conteúdos digitais; outras iniciativas. (i) Linhas orientadoras (Guidelines) para auxiliar as escolas no processo de escolha dos conteúdos a adquirir Para suportar o processo de análise por parte das escolas na escolha de software, aplicações e recursos educativos digitais a adquirir para utilização por parte da sua comunidade educativa, nomeadamente alunos (para apoio às actividades escolares) e docentes (para suporte ao desenvolvimento profissional e às actividades administrativas), analisaram-se em que medida as entidades forneciam linhas orientadoras para as escolas. Neste âmbito, os dados encontrados demonstram que a totalidade das entidades identificadas (com a excepção da Islândia e da Noruega, onde não foi possível encontrar esta informação) disponibiliza CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 23.
  • 24. tais linhas orientadoras para as escolas, sendo que estes resultados evidenciam a importância dada pelas entidades ao processo de acompanhamento de escolha de recursos educativos digitais por parte das escolas. Considera-se ainda essencial analisar em que dimensões tais linhas orientadoras se desenvolvem, sendo que ao analisar os dados obtidos, detectaram-se as seguintes categorias: Orientações de dimensão pedagógica; Orientações de dimensão científica; Orientações de dimensão técnica; e Orientações de dimensão jurídica. Dimensões de Guidelines desenvolvidas Das 18 entidades (em duas não foi possível obter essa informação), apenas uma (a Suécia) não fornece guidelines relativos às dimensões jurídicas e científicas. Todas as restantes desenvolvem linhas orientadoras que abrangem a totalidade das dimensões consideradas. É de salientar, igualmente, que o fornecimento de guidelines vem na sua maioria especificado nos portais/repositórios dos recursos educativos digitais que tais entidades suportam e mantêm online e que se revelou frequente encontrar guidelines produzidas pelas entidades em análise. (ii) Suporte e formação da escola e docentes para capacitação para a aquisição de recursos digitais Interessou igualmente entender se as entidades vistas como exemplos de relevo disponibilizam suporte e/ou formação às escolas e aos docentes, procurando, desta forma, capacitá-los para a CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 24.
  • 25. aquisição orientada para a utilização educativa de tais recursos educativos digitais. Verifica-se que todas as entidades consideradas assumem de alguma forma a preocupação de suportar e/ou estimular o desenvolvimento de mecanismos de suporte de formação a escolas/docentes. Observando a tabela seguinte verifica-se uma tendência significativa, em que nenhuma das entidades considera possível não fornecer suporte e formação. % Disponibiliza 63 Não Disponibiliza 0 Não Disponibiliza, mas exige que as entidades certificadas o façam 37 Disponibilização de suporte e formação às escolas Importa, no entanto, distinguir que 63% das entidades disponibilizam suporte e formação às escolas e aos professores, enquanto 37% não o fazendo, requer, contudo, que as entidades comerciais fornecedoras de software e recursos educativos digitais o façam complementarmente à venda de tais produtos. (iii) Outras Iniciativas Das entidades analisadas indicam-se outras iniciativas que procuram igualmente estimular e suportar a aquisição e utilização educativa de Recursos Educativos Digitais. Exemplos tais como os encontrados em entidades europeias, em que são abertos concursos para a produção de recursos educativos digitais e cujos prémios assumem a forma de certificação dos respectivos produtos (acompanhado por determinados montantes) ou a criação de um suporte para o financiamento de projectos para o desenvolvimento de software educativo ou conteúdos digitais, são considerados igualmente casos exemplares de boas práticas. 2.2.5. Caracterização do modelo de financiamento às escolas No que concerne ao modelo de financiamento às escolas, com excepção do Reino Unido e do Canadá, nenhuma das entidades analisadas disponibiliza nos espaços e documentos consultados esta informação, sendo que nos sites dos Ministérios da Educação de cada país há indicações de CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 25.
  • 26. financiamento anual disponibilizado às escolas para a aquisição de recursos educativos digitais, não especificando valores ou modelos de cálculo de orçamentos. Deste modo, salienta-se como relevante o caso do Reino Unido, onde se constatou que a dotação orçamental fornecida às instituições escolares para aquisição de software e recursos educativos digitais é totalmente definida e suportada pelo Ministério da Educação (Department for Children, Schools and Families), sendo o cálculo do mesmo determinado em função do número total de alunos da instituição, do nível de ensino da instituição e das prioridades assumidas nas políticas educativas para o ano em causa, enquanto as instituições de ensino especial revelam formas de financiamento específico. Este exemplo é semelhante ao que ocorre no Canadá, que anualmente desenvolve linhas orientadoras para a concepção e desenvolvimento de recursos digitais educativos e, consequentemente, para a aquisição destes por parte das escolas. O suporte financeiro é dado por completo através do Ministério da Educação, que suporta posteriormente o processo de aquisição de materiais e de implementação dos mesmos no sistema educativo, através do acompanhamento de profissionais especializados que assistem as escolas durante a aquisição deste tipo de produtos. 2.3. Caracterização de tendências identificadas no diagnóstico Internacional Os dados recolhidos evidenciam que, no que respeita à natureza jurídica das entidades analisadas nos diferentes países, uma maioria substantiva das mesmas assume a forma de entidade governamental, financiada e gerida pelo Estado, especificamente, pelos organismos centrais responsáveis pela Educação. De igual modo relevante, mas com menor expressão, surgem entidades constituídas por associações de unidades empresariais cuja actividade se associa ao desenvolvimento de software educativo e de recursos digitais, com financiamento próprio, suportado pelas entidades – membro. De forma genérica, constata-se que todas as entidades analisadas assumem como competência e responsabilidade a certificação de software, aplicações e recursos digitais para utilização em contexto educativo. Parte menos significativa associa ainda, a esta função, outras responsabilidades, tais como (i) desenvolvimento de normativos para a concepção de recursos educativos digitais (com padrões de qualidade, requisitos orientadores, domínios e âmbitos de desenvolvimento), e (ii) construção de guidelines e instauração de mecanismos para o suporte de instituições educativas no processo de selecção, aquisição e utilização de recursos educativos digitais. CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 26.
  • 27. Destaca-se ainda o facto de, com excepção de Espanha e Islândia, nenhuma das entidades consideradas acumular a função de certificação com a actividade de produção e desenvolvimento de software, aplicações e recursos digitais (inerente e automaticamente) certificados. No que respeita às instituições envolvidas na estrutura orgânica das entidades sob análise, foi possível constatar que não existe uniformidade na forma de organização assumida pelas mesmas. O único elemento que se apresenta transversal a todas as entidades consideradas liga-se ao facto destas congregarem, nos seus quadros constitutivos, representantes de diferentes organismos, evidenciando políticas internas de cooperação e representatividade inter-organizacional, articulação no processo de tomada de decisão e uma orientação multidisciplinar na constituição dos seus órgãos de gestão, conselhos consultivos e equipas de trabalho. Nas entidades analisadas, e ainda que em graus diferenciados, encontram-se representados, por ordem de incidência, elementos dos órgãos centrais/regionais na área da educação, elementos representantes de entidades fornecedoras de serviços, aplicações e recursos educativos digitais, representantes de escolas e profissionais de educação, elementos do órgão de educação do poder local, representantes de entidades de natureza jurídica, elementos de Instituições do Ensino Superior, especialistas de várias áreas científicas e ainda, outras entidades de cariz financeiro. Relativamente ao que as entidades analisadas nos diferentes países consideram como objecto de acreditação surgem como elementos elegíveis para avaliação e certificação, e por ordem de incidência, (i) software educativo, aplicações educativas e recursos educativos digitais registados (quer por processo individual de submissão para acreditação, quer em pacotes/packages de entidades dos sistemas educativos), (ii) open-source contents, (iii) recursos educativos digitais e outros sistemas/aplicativos não registados. Apenas duas das entidades consideradas certificam entidades fornecedoras de software, aplicações e recursos educativos digitais e, neste âmbito, surge como importante sinalizar que ambas as entidades indicadas se apresentam como organismos privados resultantes da associação de unidades empresariais cuja actividade profissional se associa ao desenvolvimento de software educativo e de recursos digitais e que, por sua vez, reconhecem e certificam os seus membros. No que concerne ao processo de acreditação/certificação, a análise do funcionamento do mesmo nas diferentes entidades consideradas operacionalizou-se na investigação dos seguintes aspectos: definição prévia de requisitos a cumprir para aceitação do processo de certificação; entidades consideradas elegíveis; sistema de certificação utilizado e período de vigência/validade da certificação. Constatou-se assim que a grande maioria das entidades analisadas nos diferentes países define e disponibiliza um conjunto de requisitos prévios que os sujeitos ou instituições que pretendem CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 27.
  • 28. submeter os seus produtos a avaliação e certificação/acreditação, devem previamente ver reunidos e respeitados. Tais requisitos centram-se não apenas em definições de âmbito científico e pedagógico-didáctico, mas foca-se igualmente no respeito por normativos legais, orientações éticas, especificações técnicas, e ainda, no caso de entidades comerciais, de garantias de conformidade da empresa tanto do ponto de vista fiscal como contributivo. No que respeita às entidades elegíveis para certificação/acreditação de software, aplicações e recursos educativos digitais, verificou-se que são maioritariamente aceites como tal as entidades fornecedoras de serviços, sistemas e recursos educativos digitais. Além das mesmas são ainda aceites outras entidades, tais como, associações de profissionais de Educação e Formação, Instituições escolares e/ou professores/educadores; Museus e outros organismos culturais, integrando mesmo, órgãos de comunicação, como jornais ou canais de televisão, etc.; Web-service suppliers & Technology companies; Instituições do Ensino Superior e Centros de Investigação e Desenvolvimento; outros sujeitos individuais ou entidades colectivas. Foi possível identificar nestes resultados duas tendências distintas. Encontra-se, por um lado, países e organismos que assumem uma abordagem que toma como público-alvo específico do processo de certificação/acreditação as entidades fornecedoras de serviços, sistemas e recursos educativos digitais. Tratando-se de uma abordagem caracterizada por uma política de acesso restrito, tais entidades assumem assim orientações marcadamente direccionadas para a dinamização do mercado, para o fomento à organização empresarial e para a agilização do processo de avaliação. Em oposição, encontra-se países e entidades que assumem uma posição de total abertura na aceitação de candidatura a certificação da parte de qualquer sujeito ou instituição que entenda como válidos os produtos educativos desenvolvidos, assumindo assim uma actuação mais orientada para a abertura de mercados e para a dinamização da oferta individual. No que diz respeito ao período de candidatura a certificação/acreditação, verifica-se que, na maioria das entidades, o processo de acreditação decorre de forma ininterrupta, não se definindo, pois, um período de tempo específico para submissão de candidaturas a certificação/acreditação. De igual modo, também não foi possível identificar um período de tempo para vigência da certificação/acreditação de produtos ou entidades. No que respeita aos sistemas de certificação/acreditação instaurados nas várias entidades analisadas nos diferentes países, foi possível constatar que parte significativa das entidades analisadas apresenta um sistema único de certificação, ou seja, os recursos educativos digitais, as aplicações ou o software submetido para avaliação é apenas rejeitado ou aceite (com a designação, por exemplo, “De reconhecido interesse pedagógico”). Associada a este tipo de classificação surge ainda, mas com menor expressão, a explicitação da adequação do produto atendendo aos diferentes CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 28.
  • 29. níveis de ensino, anos de escolaridade e/ou a diferentes áreas curriculares constitutivas do sistema educativo correspondente. Em menor escala, surgem os sistemas gradificados onde a avaliação efectuada dá origem a determinado grau numa escala crescente (entre 3 a 5 níveis) de reconhecimento da qualidade pedagógica do produto. No que respeita ao desenvolvimento de estruturas de suporte e acompanhamento às instituições escolares no processo de selecção, aquisição e utilização de recursos educativos digitais foram analisados três factores distintos, (i) a disponibilização de guidelines para auxiliar as instituições escolares no processo de escolha dos sistemas e produtos a adquirir e (ii) as acções de suporte e formação para a capacitação de escolas e docentes para a aquisição/utilização de recursos educativos digitais e (iii) outras iniciativas. Neste domínio, os dados recolhidos evidenciam que, sem excepção, todas as entidades que apresentavam este tipo de informação desenvolviam linhas orientadoras para apoiar instituições educativas e profissionais de educação no processo de selecção, aquisição e utilização de software, aplicações e recursos educativos digitais. Estas linhas orientadoras eram maioritariamente disponibilizadas online. De igual modo, nas linhas orientadoras desenvolvidas constavam não apenas orientações de âmbito científico-pedagógico, mas assumia-se igualmente preocupações de âmbito técnico e jurídico. Apresenta-se também como preocupação, comum a um número significativo de entidades, que não sejam apenas desenvolvidas acções para suporte e acompanhamento directo a escolas e professores destinadas a promover a capacitação desse corpo de profissionais para a aquisição e utilização dos produtos adquiridos, mas também que, além disso, as entidades fornecedoras dos serviços/produtos ofereçam sistemas de apoio e de formação a escolas e docentes indicado como requisito previamente definido para elegibilidade dos produtos para certificação/acreditação. É igualmente de salientar que essa disponibilização de suporte à aquisição e utilização acontece, na maioria das entidades analisadas, em regime não presencial, através de sistemas online. Importa, igualmente, destacar o impacto favorável que outras iniciativas, como seja, a abertura de concursos para estimular o desenvolvimento de recursos educativos digitais ou de projectos a estes associados, revelam na dinamização de mercado e estímulo à promoção de qualidade técnica, científica e pedagógica dos vários produtos. Finalmente no que se refere ao modelo de financiamento disponibilizado, pelos diferentes países analisados, a escolas e outras instituições educativas, a informação recolhida não se revelou suficientemente transparente, sendo os dados omissos numericamente superiores à informação encontrada. Salienta-se contudo como relevante os casos do Reino Unido e Canadá onde se constatou que a dotação orçamental fornecida às instituições escolares para aquisição de software e CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 29.
  • 30. recursos educativos digitais é totalmente definida e suportada pelo Ministério da Educação (Department for Children, Schools and Families), sendo o cálculo do mesmo realizado em função do número total de alunos da instituição, do nível de ensino da instituição e das prioridades assumidas nas políticas educativas para o ano em causa. A execução do orçamento atribuído a cada escola ou instituição educativa encontra-se restringido à aquisição dos sistemas e recursos certificados pelas entidades a quem o estado atribui a função certificadora. 2.4. Orientações gerais emergentes Em função das tendências identificadas a nível internacional faz-se de seguida a recontextualização desses resultados para a realidade nacional. Neste quadro atende-se ao conhecimento existente acerca da evolução da oferta de recursos educativos digitais em Portugal e das iniciativas dinamizadas pelas autoridades educativas neste domínio nos últimos 20 anos. Atendendo às tendências identificadas no processo de análise das benchmarks internacionais, e considerando a actual inexistência de qualquer organismo que assuma, no contexto nacional, a responsabilidade de orientar, regular e dinamizar os processos de concepção, desenvolvimento, distribuição, aquisição e utilização de recursos educativos digitais nas escolas portuguesas, sublinha- se a importância e actualidade de equacionar esta problemática com um enquadramento que valorize uma visão prospectiva da utilização das TIC na educação. Isto significa que importa estabelecer princípios de acção que apontem um caminho de desenvolvimento relativamente bem definido através de um modelo de entidade a criar com aquele fim, mas que acomode e onde faça sentido a formulação de diferentes cenários e fases de concretização. Emergente das tendências verificadas internacionalmente através do levantamento de dados realizado, é a constatação da necessidade de criação de uma entidade independente actuante no domínio público como organismo de referência com a missão central de promover a inovação no domínio da educação por via do desenvolvimento e cultivo de habitats digitais nas instituições escolares. Essa entidade será doravante neste estudo designada de Agência. Uma Agência com a missão descrita acima teria como missão central a dinamização do processo de aquisição e utilização dos recursos educativos digitais por parte das instituições educativas. O crescimento expressivo da concepção e comercialização de software educativo, e de conteúdos pedagógicos em formato digital, marcou decisivamente a necessidade de vários países – nomeadamente na Comunidade Europeia e no quadro das respectivas políticas educativas – criarem organismos reguladores do mercado dos recursos educativos digitais. Tal movimento intensificou-se sobretudo entre os anos de 2002 e 2006. CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 30.
  • 31. No delinear de um percurso de definição e instituição de uma Agência, é especialmente relevante a recontextualização crítica da experiência conhecida no levantamento feito a nível internacional, nomeadamente no que respeita à natureza jurídica, modelo de financiamento, estrutura orgânica das entidades criadas e processos de certificação. Em todos os países indicados identifica-se, nas entidades analisadas, um conjunto de políticas de regulação e formas de financiamento alicerçadas em modelos com orientações descentralizadas, colaborativas e multi-disciplinares. Ao equacionar a constituição de uma Agência vocacionada para a inovação no domínio educativo com uma componente central de utilização de recursos educativos digitais, construída pela via do incremento do seu uso – e que inclui nas suas finalidades a estimulação da procura, a regulação e a monitorização do processo de aquisição e uso de recursos educativos digitais por parte das escolas em Portugal – é necessário assegurar um conjunto de princípios assim enunciados: I. Independência: garantia de uma efectiva independência da Agência; II. Qualidade: garantia da qualidade e transparência de processos; III. Inclusão: garantia de instituição de uma política inclusiva e participativa que se estabeleça com base na inclusão de todas as partes envolvidas. Entende-se que sobre a Agência deveria recair a responsabilidade de desenvolvimento de iniciativas e de estruturas para fomentar e orientar as escolas a colocar ao serviço das actividades de ensino- aprendizagem o investimento financeiro efectuado pelo Plano Tecnológico da Educação (materializado em equipamento informático e em serviços de banda larga) pelo estímulo decorrente do apoio em e-credits ao acesso a recursos educativos digitais, especificamente, nas três áreas em que os mesmos assumem especial relevo na educação:  para suporte às actividades escolares dos alunos;  para apoio ao desenvolvimento profissional dos professores;  para apoio à gestão das actividades não-lectivas dos docentes. CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 31.
  • 32. 3. O que dizem os principais stakeholders 3.1. Matriz de opiniões expressas durante as audições As audições aos principais stakeholders decorreram nos meses de Janeiro e Fevereiro de 2010, com entrevistas individuais ou de grupo e desenvolvidas através de um guião organizado em 4 categorias: (i) utilidade funcional da iniciativa; (ii) modelo de financiamento; (iii) agência de acreditação; (iv) operacionalização da iniciativa. Foram realizadas 15 audições, com a presença de 15 entidades e 20 entrevistados, das quais apresentamos a matriz de audições, organizada por indicadores, unidades de registo e unidades de contexto, conforme o quadro seguinte. As entidades que participaram nas audições foram: (i) Porto Editora; (ii) Universidade Nova de Lisboa; (iii) Associação Portuguesa de Matemática; (iv) Associação de Professores de Educação Visual; (v) Associação de Professores de História; (vi) Associação de Professores de Português; (vii) Confederação das Associações de Pais; (viii) Conselho de Escolas; (ix) Microsoft; (x) CNOTI; (xi) Universidade Católica; (xii) Universidade Aberta; (xiii) Câmara Municipal da Batalha; (xiv) Câmara Municipal de Óbidos; (xv) CFAE. Categorias Indicadores Unidade de Registo Unidade de Contexto Utilidade Conceito de Reconheço o valor da indústria, mas defendo Académico 1 funcional da RED um modelo mais equilibrado, os professores iniciativa deveriam poder adaptar os conteúdos digitais aos seus alunos. A tendência é para federar os conteúdos» Deveria haver uma plataforma de conteúdos Académico 1 digitais. Cada novo produto pode ser acrescentado na plataforma É um software interactivo, que permita Conselho de também criar (user generated content); são Escolas as licenças e finalmente conteúdos. Software de gestão escolar. Software de relação com os Pais/Alunos (por exemplo a ser implementado nos Centros Novas Oportunidades e cursos EFA) O software desempenha um papel importante porque permite ao professor Microsoft desenvolver os seus próprios conteúdos O conceito de recursos digitais e não Cnotinfor CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 32.
  • 33. conteúdos digitais é mais abrangente: posso disponibilizar uma ferramenta que permite a edição de conteúdos, sendo software em termos convencionais, em que o professor e aluno podem trabalhar a leitura e a escrita, não sendo necessariamente conteúdos digitais fechados, mas recursos digitais abertos. Eu acho que o software de formação devia Académico 2 fazer parte. Os professores não exploram as coisas da melhor maneira, não se detêm. Têm que ser ajudados CFAE a pertinência de promover a utilização do “software livre” que, muitas vezes, tem uma qualidade equivalente ou mesmo melhor do que o “software comercial”. Autonomia/ As escolas têm capacidade para escolher. Porto capacidade Quando começam por ter um quadro Editora das escolas em interactivo a escola cresce. Ninguém quer escolher os ficar para trás RED Está de acordo com o modelo em que as Conselho de escolas têm autonomia para escolher os Escolas conteúdos digitais penso que a autonomia da escola, tendo dinheiro e decidindo onde vai adquirir esses Microsoft recursos e não tenha que se submeter a uma lista que o governo impõe. Deve haver uma recomendação, mas dando liberdade para escolher fora da lista, porque assim permite que há certos produtos que o próprio mercado reconhece que não estavam na lista, mas afinal são de muito boa qualidade proporcionando uma melhor aprendizagem e nas estratégias em sala de aula Guiões de utilização fazem sentido Microsoft Aquilo que tem qualidade é aquilo que o Cnotinfor cliente valoriza. Se a escola pensa que um produto internacional tem mais valor, creio que o deve poder adquirir. A concorrência desde que tenha regras é benéfica do mercado e da qualidade Acho que o mercado deve ser aberto por Microsoft questões jurídicas e por questões de CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 33.
  • 34. objectividade de mercado Cada conjunto de professores por área Académico 3 científica terá que propor aquilo que lhes interessa adquirir. Tem que ser a escola a gerir e a responsabilizar-se pela estratégia Aos professores já lhes foi atribuída uma Académico 3 grande responsabilidade na escolha dos materiais não digitais. São os professores que compram os materiais para os laboratórios. Se uma escola tem 8 professores de história, normalmente há um que se especializa mais no multimédia. Serão esses que acabarão por influenciar os outros na escolha dos materiais Estratégia Considero que poderia ser um sistema Porto adequada semelhante ao e-credits inglês Editora Fazer chegar correctamente a informação às escolas e aos professores. Muita da informação que vai para as escolas não APH chega correctamente e atempadamente a todos os professores devido a questões internas de comunicação e divulgação É preciso que os professores percebam a APH mais-valia deste projecto, senão é uma batalha perdida Esta conversa à volta dos conteúdos e da dinamização do mercado para os conteúdos leva-nos para dois caminhos distintos: para Microsoft os alunos como suporte da aprendizagem; e para os professores para o seu desenvolvimento profissional e para a sua certificação. São duas coisas que têm dinâmicas, uma com a mão do Ministério mais interventora, outra deixando mais espaço para as escolas Estamos convencidos que é muito importante apresentar conteúdos, não APM estamos convencidos que eles devam ser usados sistematicamente como material em sala de aula Esta iniciativa pode ter interesse desde que APVEC não seja mais uma para apoiar as grandes editoras porque o que estas fazem CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 34.
  • 35. actualmente é traduzir os materiais do inglês para português. Deve sim apoiar uma indústria que tenha em conta as especificidades nacionais, regionais e locais. O pressuposto deverá ser uma indústria de conteúdos que trabalhe com as escolas com uma rede descentralizada. parece-me uma boa medida…A potenciação deste tipo de conteúdos passa, obviamente, CM Batalha por um incremento forte da formação ao nível dos professores. O município de Óbidos não só olha para esta questão com muito interesse como se CM Óbidos disponibiliza para trabalhar qualquer tipo de projecto experimental, piloto, Parece-me bem ficar do lado da procura. Não faria nenhum sentido o Ministério CM Óbidos atribuir algo que não fosse em função de um objectivo concreto. A questão importante seria aquela que possa motivar maior número de alunos, de professores, escolas. Todos os participantes consideraram que a iniciativa responde e antecipa necessidades CFAE de alunos e professores sendo por isso muito bem-vinda. Consideram portanto que a iniciativa responde a necessidades já existentes e é CFAE fundamental para potenciar os programas de apetrechamento das escolas, nomeadamente no âmbito do Plano Tecnológico da Educação (PTE). Formação de O principal problema é a formação creditada APP professores de professores para que os recursos que existem passem a ser usados, como é o caso dos quadros interactivos. É preciso fazer formação específica que tenha em conta não apenas a mera APH utilização, mas sobretudo nas metodologias de trabalho dos recursos. Na formação dos professores deve haver qualquer coisa que os faça perder o medo APP CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 35.
  • 36. dos alunos saberem mais do que o professor, estou a falar do hardware. Hoje as escolas não têm capacidade para usar o material digital que existe nas escolas, logo não têm capacidade para o escolher – a tal falta de formação. Defendemos a formação e a sensibilização CONFAP dos docentes. Formação de Professores e pessoal não Conselho de docente (assistentes administrativos): Escolas A formação deve ser presencial e sem esquecer a formação em competências pessoais e gestão de recursos humanos (softskills) Conteúdos de auto-profissionalização a par do plano estratégico da escola (acessível na página de internet). os professores precisam também de formação para poderem ter as estratégias Microsoft mais adequadas, para que o investimento tenha mais-valias na aprendizagem e no ensino, partindo do pressuposto que estes recursos são uma mais-valia e indispensáveis. A formação de docentes faz todo o sentido estar agregada a este pacote, no fundo é Cnotinfor quase a gasolina para isto funcionar. É necessário que o professor se sinta capaz, que tenha à disposição recursos que o inspirem na utilização destes recursos. Já se sabe que a formação convencional, normalmente não é a solução mais adequada para resolver o problema, isto pode passar por recursos digitais para o professor trabalhar na sua auto-formação, em ciclos de estudo, em oficinas. Sendo que indo por este caminho há um papel que o Ministério tem que desenvolver o sistema de acreditações. Se essa Microsoft autoformação é importante, sabemos que os professores acham muito importante a questão dos créditos, aprendi, mas isto dá crédito ou não? Por isso é preciso que a formação seja reconhecida. Deve ser avaliado e reconhecido CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 36.
  • 37. Não sei se não poderia haver outra verba para o software, para as tais ferramentas Académico 3 com que poderiam trabalhar. Agora a formação está directamente ligada a estes materiais e conteúdos digitais. Eu concordo que boa parte dos professores não têm preparação para utilizar com grande vantagem muitos dos conteúdos. A formação tem que ser cada vez mais feita Académico 2 por módulos de formação, até pela aquisição de competência, os módulos que possam ser agregados consoante as necessidades das pessoas. Eu diria que há os módulos básicos ao nível de liderança, de gestão, há um conjunto de módulos que devia ser básico e depois oferecer-se um leque que o próprio, consoante as suas próprias necessidades. A formação tem que ter qualificação, ao fim de uma série de módulos, tem um grau. Académico 2 Formação curta e prática. Auto-formação prática para aprender a usar as ferramentas, ajudar as pessoas a adquirir Académico 2 as ferramentas por si com alguma tutoria, e 3 que são críticas depois para a sala de aula na utilização nos recursos digitais. Faz sentido… Em termos de estratégias complementares CFAE para potenciar a iniciativa salientaram a importância da formação de professores, quer como meio de promover competências entre os docentes (ao nível da avaliação de RED e da sua utilização em contextos de aprendizagem), quer como estratégia de mobilização dos mesmos para a iniciativa. Resposta às Os materiais não devem ser costumizáveis, APP necessidades mas sim abertos, que não sejam como os das escolas manuais prontos a usar. Devendo haver materiais abertos e fechados. Áreas mais preponderantes: português, matemática, ciências, historia e línguas) CONFAP Deve haver conteúdos recomendáveis para o currículo (para professores que jogam pelo seguro), bem como alternativas inovadoras (necessários por exemplo para as aulas de substituição). A Cnotinfor tem contactado muito as Cnotinfor CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 37.
  • 38. escolas, tem feito uma/duas vezes por semana workshops nas escolas com professores, verifico que há uma grande apetência para os produtos. Sugerir que ao lado em paralelo a este Académico 3 recursos educativos digitais haja disponibilização de outro tipo de recursos, ferramentas que os professores tenham à sua disposição para fazer a formação, para depois não virem dizer que não receberam formação e não sabem usar porque ninguém ensinou. Porque não ter em paralelo os recursos e a formação? houve uma preocupação muito grande ao CM Batalha longo dos últimos anos de dotar as escolas, do pré-escolar ao primeiro ciclo, que são aquelas que em termos de equipamentos nós temos responsabilidades, de computadores, ligações à internet, etc. Mas aquilo é muito pouco explorado, a sensação que temos é que estamos a fazer investimentos que podiam ser maximizados e não o são… dar prioridade à aquisição de RED para as CFAE seguintes áreas/contextos: em primeiro lugar, a Educação Especial (por razões de solidariedade e porque os recursos para estas áreas são escassos e caros) e às Artes e áreas científicas. As prioridades de intervenção deverão ser equacionadas face às especificidades de cada escola/agrupamento. Modelo de Dotação do modelo de dotação de orçamento específico CONFAP financiamento ME no a ser gasto em recursos digitais pelas orçamento de escolas: as escolas têm que ser cada escola responsabilizadas por aquilo que lhes para aquisição interessa. Os professores devem aceder aos dos RED recursos e organizarem-nos em função das necessidades dos alunos que têm. E-credits. Identificam-se essencialmente com CONFAP o modelo inglês, em particular com o projecto curriculum online que já terminou. Se o Ministério da Educação decide que há Microsoft uma verba específica, parece-me que se devesse destinar a produtos que o próprio CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 38.
  • 39. governo pudesse recomendar. Se o Estado financia pode definir regras, percentagem de investimento de áreas de intervenção. O Ministério encontra aqui o rácio, seja por aluno, seja pela dimensão da escola e atribui Microsoft essa verba, depois a escola utiliza e eventualmente no final tem algumas linhas orientadoras Relativamente ao orçamento penso que devia haver um critério que se relacione com APVEC a implementação dos conteúdos digitais na própria escola, se a escola tem um centro de recursos para os professores, o número de quadros interactivos que tem, que esteja também associado aos suportes para trabalhar esses conteúdos digitais. Os critérios que deviam pautar a avaliação da utilização dos recursos devem relacionar-se com a natureza do próprio conteúdo digital, se tem ou não interacção, se usa as várias tecnologias multimédia, para além do rigor em português. Um sistema misto em que a escola pode: -Comprar produtos recomendados - Comprar fora da lista/catálogo e no APM estrangeiro, -Propor materiais para essa mesma acreditação. Sobre critérios para a definição do valor do financiamento: o acervo de RED que já exista CFAE na escola (adquiridos ao abrigo de outros financiamentos); Especificidades das escolas e dos meios sociais em que se inserem. Os RED devem ser encarados como as restantes despesas da escola e não objecto de um modelo especial de financiamento. Financiamento O financiamento poderia ser por aluno. Porto por aluno + Começar com 5 a 10,00 por aluno Editora critério regional penso que um dos critérios pode ser por Cnotinfor aluno. Embora talvez não deva ser o único critério… Cnotinfor acho que devemos ser o mais abertos no tipo de recursos a incluir nesta missão. Dar CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 39.
  • 40. um valor é muito complicado, mas temos sempre que dar um valor acima de 50 euros por aluno, para que haja um esforço significativo de dinamização deste mercado O orçamento deverá ser com base no APM + número de alunos, vários tipos de ensino APVEC profissional, especial, adultos, contexto social e regional. Mas deve ser uma capitação por aluno. Académico 3 Eu acho que as escolas do interior tem uma Académico 2 necessidade maior, são mais carentes no acesso. o mecanismo que pode facilitar a CM Óbidos generalização é claramente o de fazer por cabeça, por capitação. Se puder haver um valor igual para todos e depois uma outra parte em que é per capita, podia ser, não sei. Nem todos os concelhos são iguais, um concelho que está abaixo de 70% da média nacional, poderia ter mais ajudas que outros. Podia ser o critério FEF, pois tem a CM Batalha população, tem a área, tem os índices fiscais, tem a altimetria. É um bom mecanismo porque a componente de subsidiariedade em princípio está lá. Pode ser uma boa política, porque resolve o problema da integridade daqueles concelhos que têm menos alunos devido à perca de população, e isso iria maximizar os meios para os grandes concelhos e minimizar fortemente, criando uma situação difícil para os pequenos. Financiamento Modelo Inglês – curriculum online provocou Cnotinfor por aluno e um boom em termos da indústria de financiamento software educativo e também de conteúdos para formação de formação de professores (os e-learning específica dos credits podiam ser usados também para a professores formação de professores), esse modelo dava uma autonomia às escolas e uma verba que tinha que ser gasta em determinadas rubricas. Faz sentido que as verbas que venham a ser Cnotinfor disponibilizadas para as escolas também CEPCEP - «Recursos Educativos Digitais: Um Serviço Público» 40.