SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 22
Baixar para ler offline
Estabilidade de Sistemas Lineares Realimentados
1. Conceito de estabilidade
2. Crit´erio de estabilidade de Routh-Hurwitz
c Reinaldo M. Palhares
pag.1 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
MASTER74
Copyright©1998byAddisonWesleyLongman.Allrightsreserved.
(a) Stable (b) Neutral (c) Unstable
Figure 6.1 The stability of a cone
Estabilidade de Sistemas Lineares Realimentados
Professor, onde “est´a” a Estabilidade ?
Aluno do 2oS/2002...
O conceito de estabilidade ´e crucial na s´ıntese de sistemas de controle
realimentados
N˜ao ´e exatamente uma especifica¸c˜ao, mas sim um pr´e-quesito para projeto ...
A n˜ao ser em casos muito particulares, eg, na avia¸c˜ao de combate, o sistema
de controle realimentado deve resultar em um sistema est´avel
c Reinaldo M. Palhares
pag.3 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
Estabilidade de Sistemas Lineares Realimentados
Um sistema ´e dito est´avel se a resposta temporal
for limitada para qualquer sinal
de entrada tamb´em limitado
Estabilidade absoluta: o sistema ´e est´avel ou n˜ao
Estabilidade relativa: para um sistema est´avel pode-se atribuir graus de
estabilidade
A localiza¸c˜ao dos p´olos em malha fechada fornece uma indica¸c˜ao do tipo de
resposta temporal ...
c Reinaldo M. Palhares
pag.4 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
MASTER75
Copyright©1998byAddisonWesleyLongman.Allrightsreserved.
Stable Neutral Unstable
t t t
Figure 6.2 Stability in the s-plane
Estabilidade de Sistemas Lineares Realimentados
a estabilidade de sistemas lineares pode ser definida em termos da localiza¸c˜ao
dos p´olos e zeros da FT em malha fechada ...
T (s) =
Y (s)
R(s)
=
K
M
j=1 (s + zj)
sN n1
i=1(s + σi)
n
i=n1+1(s2 + 2αis + (α2
i + ω2
d,i))
cuja resposta temporal a um degrau (N = 1) de amplitude A0 ´e dada por
y(t) = A0 +
n1
i=1
Aie−σit
+
n
i=n1+1
Ai
e−αit
1 − ζ2
i
sen(ωd,it + θi)
Condi¸c˜ao necess´aria e suficiente para que um sistema seja est´avel ´e que todos
os p´olos da FT tenham parte real negativa ...
c Reinaldo M. Palhares
pag.6 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
Estabilidade de Sistemas Lineares Realimentados
M´etodos para verificar estabilidade (ou n˜ao):
1. Routh-Hurwitz (no plano-s)
2. Nyquist (dom´ınio da freq¨uˆencia)
3. An´alise temporal
Por que aplicar algum m´etodo se basta calcular os p´olos da Eq.
Caracter´ıstica (EC) e verificar o sinal da parte real ? Os m´etodos acima
n˜ao“calculam”as ra´ızes da EC ... Potencialidades ?
c Reinaldo M. Palhares
pag.7 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz
O crit´erio ´e um m´etodo que fornece uma resposta direta sobre a quest˜ao de
estabilidade de sistemas lineares
Para a EC:
∆(s) = ansn
+ an−1sn−1
+ · · · + a1s + a0
= an(s − r1)(s − r2) · · · (s − rn)
= 0
ri ´e a i-´esima raiz da EC. Para estabilidade, ´e necess´ario verificar se nenhuma
dessas ra´ızes est´a no semi-plano direito
c Reinaldo M. Palhares
pag.8 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz
Expandindo ∆(s) obt´em-se
∆(s) = ansn
− an(r1 + r2 + · · · + rn)sn−1
+an(r1r2 + r2r3 + · · · )sn−2
−an(r1r2r3 + r1r2r4 + · · · )sn−3
+ · · · + (−1)n
an(r1r2r3 · · · rn) = 0
Examinando ∆(s), pode-se notar que se todas as ra´ızes estiverem no semi-plano
esquerdo, todos os termos do polinˆomio tˆem o mesmo sinal. Al´em disso, nenhum
coeficiente poderia ser nulo
Estas condi¸c˜oes s˜ao apenas necess´arias, ie, se alguma n˜ao se verificar, o
sistema ´e inst´avel, caso contr´ario n˜ao pode-se afirmar que seja est´avel...
Exemplo O polinˆomio abaixo tem coeficientes positivos por´em n˜ao ´e est´avel
∆(s) = s3
+ s2
+ 11s + 51 = (s + 3)(s−1 + 4j)(s−1 − 4j)
c Reinaldo M. Palhares
pag.9 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz
O que fazer ? Utilizar condi¸c˜oes necess´arias e suficientes para verificar
estabilidade: crit´erio de Routh-Hurwitz
Como aplic´a-lo ? Organizam-se os coeficientes da EC na forma de um arranjo
do tipo
sn
an an−2 an−4 · · ·
sn−1
an−1 an−3 an−5 · · ·
c Reinaldo M. Palhares
pag.10 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz
As linhas subseq¨uˆentes desse arranjo s˜ao completadas da seguinte forma:
sn
an an−2 an−4 · · ·
sn−1
an−1 an−3 an−5 · · ·
sn−2
bn−1 bn−3 bn−5
sn−3
cn−1 cn−3 cn−5
...
...
...
...
s0
dn−1
c Reinaldo M. Palhares
pag.11 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz
sendo que
bn−1 =
(an−1)(an−2) − an(an−3)
an−1
=
−1
an−1
an an−2
an−1 an−3
bn−3 =
−1
an−1
an an−4
an−1 an−5
cn−1 =
−1
bn−1
an−1 an−3
bn−1 bn−3
c Reinaldo M. Palhares
pag.12 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz
Crit´erio de Routh-Hurwitz assegura que o n´umero de ra´ızes com parte real
positiva ´e igual ao n´umero de mudan¸ca de sinais dos elementos da primeira coluna
do arranjo de Routh
Ent˜ao a condi¸c˜ao necess´aria e suficiente para o sistema ser est´avel, ´e que
todos os elementos da primeira coluna tenham o mesmo sinal
Generaliza¸c˜oes podem ser vistas em: K. J. Khatwani,“On Routh-Hurwitz
Criterion”. IEEE Transactions on Automatic Control”, 26 (2), pp. 583-584, 1981.
c Reinaldo M. Palhares
pag.13 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz
Pode-se considerar quatro casos:
1. Nenhum elemento da primeira coluna ´e nulo
2. H´a um zero na primeira coluna, por´em alguns elementos na linha que ocorre
o zero s˜ao n˜ao nulos
3. H´a um zero na primeira coluna e todos os elementos na linha que ocorre o
zero s˜ao tamb´em nulos
4. Caso anterior, com ra´ızes m´ultiplas no eixo imagin´ario
c Reinaldo M. Palhares
pag.14 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz
Caso 1. Nenhum elemento da primeira coluna ´e nulo
Exemplo de sistema de 2a ordem Para um sistema gen´erico com EC dada por
∆(s) = a2s2
+ a1s + a0
o arranjo de Routh ´e
s2
a2 a0
s1
a1 0
s0
b1 0
⇒ b1 =
(a1)(a0) − a2(0)
a1
Portanto um sistema de 2a. ordem ´e est´avel se os coeficientes da EC forem
todos positivos ou todos negativos
c Reinaldo M. Palhares
pag.15 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz
Exemplo de sistema de 3a ordem Para um sistema gen´erico com EC dada por
∆(s) = a3s3
+ a2s2
+ a1s + a0
o arranjo de Routh ´e
s3
a3 a1
s2
a2 a0
s1
b1 0
s0
c1 0
⇒



b1 =
a2a1 − a0a3
a2
c1 =
b1a0
b1
= a0
Para que o sistema seja est´avel, todos os coeficientes devem ser positivos e
a2a1 > a0a3. Caso a2a1 = a0a3, o sistema ter´a um par de ra´ızes no eixo
imagin´ario, o que resulta em estabilidade marginal
c Reinaldo M. Palhares
pag.16 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz
Caso 2. Zero na primeira coluna, por´em alguns elementos na linha que
ocorre o zero s˜ao n˜ao nulos
Neste caso o zero ´e substitu´ıdo por um parˆametro, ε > 0, suficientemente
“pequeno”, sendo aproximado para zero depois de montado o arranjo de Routh
Exemplo Para a EC
∆(s) = s5
+ 2s4
+ 2s3
+ 4s2
+ 11s + 10
c Reinaldo M. Palhares
pag.17 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz
obt´em-se o arranjo
s5
1 2 11
s4
2 4 10
s3
ε 6 0
s2
c1 10 0
s1
d1 0 0
s0
10 0 0
⇒



c1 =
4ε − 12
ε
=
−12
ε
d1 =
6c1 − 10ε
c1
→ 6
O sistema ´e inst´avel pois h´a duas mudan¸cas de sinais devido ao valor negativo
−12/ε na primeira coluna (e portanto h´a duas ra´ızes no semi-plano direito...)
c Reinaldo M. Palhares
pag.18 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz
Caso 3. Linha com todos os elementos nulos
Essa condi¸c˜ao ocorre quando fatores do tipo (s + σ)(s − σ) ou
(s + jω)(s − jω) aparecem na equa¸c˜ao caracter´ıstica. Este problema ´e
transposto usando-se um polinˆomio auxiliar, U(s), que ´e a equa¸c˜ao da linha que
precede a linha de zeros (a ordem do polinˆomio auxiliar ´e sempre par e indica o
n´umero de pares de ra´ızes sim´etricas)
Exemplo Para um sistemas de 3a. ordem gen´erico com EC
∆(s) = s3
+ 2s2
+ 4s + K
sendo K um ganho ajust´avel
c Reinaldo M. Palhares
pag.19 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz
obt´em-se o arranjo
s3
1 4
s2
2 K
s1
c1 0
s0
K 0
⇒ c1 =
8 − K
2
Para que o sistema seja est´avel ´e necess´ario que 0 < K < 8
Com K = 8 tem-se uma linha com apenas zeros, implicando em estabilidade
marginal (com duas ra´ızes no eixo imagin´ario). O polinˆomio auxiliar nesse caso ´e
dado por:
U(s) = 2s2
+ Ks0
= 2s2
+ 8 = 2(s2
+ 4) = 2(s + 2j)(s − 2j)
c Reinaldo M. Palhares
pag.20 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz
Caso 4. Ra´ızes repetidas no eixo imagin´ario - jω
´E um caso patol´ogico e o crit´erio de Routh-Hurwitz n˜ao revela este tipo de
instabilidade ...
Exemplo Para a EC:
∆(s) = (s + 1)(s + j)2
(s − j)2
= s5
+ s4
+ 2s3
+ 2s2
+ s + 1
c Reinaldo M. Palhares
pag.21 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz
Arranjo de Routh:
s5
1 2 1
s4
1 2 1
s3
ε ε 0
s2
1 1
s1
ε 0
s0
1
onde ε → 0
N˜ao h´a mudan¸ca de sinais, por´em o sistema ´e marginalmente est´avel
Polinˆomio auxiliar na linha s4
s4
+ 2s2
+ 1 = (s2
+ 1)2
Polinˆomio auxiliar na linha s2
s2
+ 1
c Reinaldo M. Palhares
pag.22 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (16)

29 1 observabilidade e controlabilidade
29 1   observabilidade e controlabilidade29 1   observabilidade e controlabilidade
29 1 observabilidade e controlabilidade
 
Pts equilibrio
Pts equilibrioPts equilibrio
Pts equilibrio
 
controlabilidade e observabilidade
controlabilidade e observabilidadecontrolabilidade e observabilidade
controlabilidade e observabilidade
 
Decomposições de matrizes utilizando conceitos de Auto Vetores e Auto Valores
Decomposições de matrizes utilizando conceitos de Auto Vetores e Auto ValoresDecomposições de matrizes utilizando conceitos de Auto Vetores e Auto Valores
Decomposições de matrizes utilizando conceitos de Auto Vetores e Auto Valores
 
Aula 6.
Aula   6.Aula   6.
Aula 6.
 
Algebra linear operações com matrizes
Algebra linear   operações com matrizesAlgebra linear   operações com matrizes
Algebra linear operações com matrizes
 
Aula 4
Aula   4Aula   4
Aula 4
 
Algebra linear operações com matrizes
Algebra linear operações com matrizesAlgebra linear operações com matrizes
Algebra linear operações com matrizes
 
Sistemas 2009 1
Sistemas 2009 1Sistemas 2009 1
Sistemas 2009 1
 
Aula 5
Aula   5Aula   5
Aula 5
 
Identificar expressão analítica de uma função quadrática
Identificar expressão analítica de uma função quadráticaIdentificar expressão analítica de uma função quadrática
Identificar expressão analítica de uma função quadrática
 
Laplace
LaplaceLaplace
Laplace
 
Sistemas lineares
Sistemas linearesSistemas lineares
Sistemas lineares
 
Análise+c..
Análise+c..Análise+c..
Análise+c..
 
Analisis da estabilidade na forma de LURE&rsquo;S.pdf
Analisis da estabilidade na forma de LURE&rsquo;S.pdfAnalisis da estabilidade na forma de LURE&rsquo;S.pdf
Analisis da estabilidade na forma de LURE&rsquo;S.pdf
 
Modulo 5
Modulo 5Modulo 5
Modulo 5
 

Destaque

Top 8 unix system administrator resume samples
Top 8 unix system administrator resume samplesTop 8 unix system administrator resume samples
Top 8 unix system administrator resume samplestonychoper0105
 
Easily Create Instant Rapport With Anybody
Easily Create Instant Rapport With AnybodyEasily Create Instant Rapport With Anybody
Easily Create Instant Rapport With AnybodyGeorge Hutton
 
Elaboración de instrumentos de evaluación lineamientos tecnicos
Elaboración de instrumentos de evaluación  lineamientos tecnicosElaboración de instrumentos de evaluación  lineamientos tecnicos
Elaboración de instrumentos de evaluación lineamientos tecnicosalexxandrom
 
Top 8 ward administrator resume samples
Top 8 ward administrator resume samplesTop 8 ward administrator resume samples
Top 8 ward administrator resume samplestonychoper0105
 
Progress UX - Research Methods Workshop - 11/2013
Progress UX - Research Methods Workshop - 11/2013Progress UX - Research Methods Workshop - 11/2013
Progress UX - Research Methods Workshop - 11/2013Progress UX
 
Dynamics13lecture
Dynamics13lectureDynamics13lecture
Dynamics13lectureAbdou Secka
 
Dia da consciência negra ok
Dia da consciência negra okDia da consciência negra ok
Dia da consciência negra okinformaticapd
 
Manifestation 27 novembre 2013
Manifestation 27 novembre 2013Manifestation 27 novembre 2013
Manifestation 27 novembre 2013Les sans école
 

Destaque (12)

Fep
FepFep
Fep
 
Top 8 unix system administrator resume samples
Top 8 unix system administrator resume samplesTop 8 unix system administrator resume samples
Top 8 unix system administrator resume samples
 
Easily Create Instant Rapport With Anybody
Easily Create Instant Rapport With AnybodyEasily Create Instant Rapport With Anybody
Easily Create Instant Rapport With Anybody
 
Elaboración de instrumentos de evaluación lineamientos tecnicos
Elaboración de instrumentos de evaluación  lineamientos tecnicosElaboración de instrumentos de evaluación  lineamientos tecnicos
Elaboración de instrumentos de evaluación lineamientos tecnicos
 
Top 8 ward administrator resume samples
Top 8 ward administrator resume samplesTop 8 ward administrator resume samples
Top 8 ward administrator resume samples
 
Apostila nr-10
Apostila nr-10Apostila nr-10
Apostila nr-10
 
Progress UX - Research Methods Workshop - 11/2013
Progress UX - Research Methods Workshop - 11/2013Progress UX - Research Methods Workshop - 11/2013
Progress UX - Research Methods Workshop - 11/2013
 
Dynamics13lecture
Dynamics13lectureDynamics13lecture
Dynamics13lecture
 
Dia da consciência negra ok
Dia da consciência negra okDia da consciência negra ok
Dia da consciência negra ok
 
janmashtami Birthday card
janmashtami Birthday cardjanmashtami Birthday card
janmashtami Birthday card
 
Manifestation 27 novembre 2013
Manifestation 27 novembre 2013Manifestation 27 novembre 2013
Manifestation 27 novembre 2013
 
Escultura Ceramica
Escultura CeramicaEscultura Ceramica
Escultura Ceramica
 

Semelhante a Aula6 csl (12)

aula17-klauss.pdf
aula17-klauss.pdfaula17-klauss.pdf
aula17-klauss.pdf
 
Modulo 2
Modulo 2Modulo 2
Modulo 2
 
Automação - Sistema de controle
Automação - Sistema de controleAutomação - Sistema de controle
Automação - Sistema de controle
 
Analise de funções de transferencia de malha fechada com Matlab
Analise de funções de transferencia de malha fechada com MatlabAnalise de funções de transferencia de malha fechada com Matlab
Analise de funções de transferencia de malha fechada com Matlab
 
Estudos de Controle - Aula 10: Análise de Resposta Transitória e de Regime Es...
Estudos de Controle - Aula 10: Análise de Resposta Transitória e de Regime Es...Estudos de Controle - Aula 10: Análise de Resposta Transitória e de Regime Es...
Estudos de Controle - Aula 10: Análise de Resposta Transitória e de Regime Es...
 
Aula 4 poe
Aula 4 poeAula 4 poe
Aula 4 poe
 
Redes Neurais Aplicacoes
Redes Neurais AplicacoesRedes Neurais Aplicacoes
Redes Neurais Aplicacoes
 
Aula00
Aula00Aula00
Aula00
 
Aula3.pdf
Aula3.pdfAula3.pdf
Aula3.pdf
 
Quociente de rayleigh cap6
Quociente de rayleigh cap6Quociente de rayleigh cap6
Quociente de rayleigh cap6
 
Cap1.pdf
Cap1.pdfCap1.pdf
Cap1.pdf
 
Estudos de Controle - Aula 5: Espaço de Estados
Estudos de Controle - Aula 5: Espaço de EstadosEstudos de Controle - Aula 5: Espaço de Estados
Estudos de Controle - Aula 5: Espaço de Estados
 

Aula6 csl

  • 1. Estabilidade de Sistemas Lineares Realimentados 1. Conceito de estabilidade 2. Crit´erio de estabilidade de Routh-Hurwitz c Reinaldo M. Palhares pag.1 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
  • 2. MASTER74 Copyright©1998byAddisonWesleyLongman.Allrightsreserved. (a) Stable (b) Neutral (c) Unstable Figure 6.1 The stability of a cone
  • 3. Estabilidade de Sistemas Lineares Realimentados Professor, onde “est´a” a Estabilidade ? Aluno do 2oS/2002... O conceito de estabilidade ´e crucial na s´ıntese de sistemas de controle realimentados N˜ao ´e exatamente uma especifica¸c˜ao, mas sim um pr´e-quesito para projeto ... A n˜ao ser em casos muito particulares, eg, na avia¸c˜ao de combate, o sistema de controle realimentado deve resultar em um sistema est´avel c Reinaldo M. Palhares pag.3 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
  • 4. Estabilidade de Sistemas Lineares Realimentados Um sistema ´e dito est´avel se a resposta temporal for limitada para qualquer sinal de entrada tamb´em limitado Estabilidade absoluta: o sistema ´e est´avel ou n˜ao Estabilidade relativa: para um sistema est´avel pode-se atribuir graus de estabilidade A localiza¸c˜ao dos p´olos em malha fechada fornece uma indica¸c˜ao do tipo de resposta temporal ... c Reinaldo M. Palhares pag.4 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
  • 6. Estabilidade de Sistemas Lineares Realimentados a estabilidade de sistemas lineares pode ser definida em termos da localiza¸c˜ao dos p´olos e zeros da FT em malha fechada ... T (s) = Y (s) R(s) = K M j=1 (s + zj) sN n1 i=1(s + σi) n i=n1+1(s2 + 2αis + (α2 i + ω2 d,i)) cuja resposta temporal a um degrau (N = 1) de amplitude A0 ´e dada por y(t) = A0 + n1 i=1 Aie−σit + n i=n1+1 Ai e−αit 1 − ζ2 i sen(ωd,it + θi) Condi¸c˜ao necess´aria e suficiente para que um sistema seja est´avel ´e que todos os p´olos da FT tenham parte real negativa ... c Reinaldo M. Palhares pag.6 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
  • 7. Estabilidade de Sistemas Lineares Realimentados M´etodos para verificar estabilidade (ou n˜ao): 1. Routh-Hurwitz (no plano-s) 2. Nyquist (dom´ınio da freq¨uˆencia) 3. An´alise temporal Por que aplicar algum m´etodo se basta calcular os p´olos da Eq. Caracter´ıstica (EC) e verificar o sinal da parte real ? Os m´etodos acima n˜ao“calculam”as ra´ızes da EC ... Potencialidades ? c Reinaldo M. Palhares pag.7 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
  • 8. Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz O crit´erio ´e um m´etodo que fornece uma resposta direta sobre a quest˜ao de estabilidade de sistemas lineares Para a EC: ∆(s) = ansn + an−1sn−1 + · · · + a1s + a0 = an(s − r1)(s − r2) · · · (s − rn) = 0 ri ´e a i-´esima raiz da EC. Para estabilidade, ´e necess´ario verificar se nenhuma dessas ra´ızes est´a no semi-plano direito c Reinaldo M. Palhares pag.8 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
  • 9. Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz Expandindo ∆(s) obt´em-se ∆(s) = ansn − an(r1 + r2 + · · · + rn)sn−1 +an(r1r2 + r2r3 + · · · )sn−2 −an(r1r2r3 + r1r2r4 + · · · )sn−3 + · · · + (−1)n an(r1r2r3 · · · rn) = 0 Examinando ∆(s), pode-se notar que se todas as ra´ızes estiverem no semi-plano esquerdo, todos os termos do polinˆomio tˆem o mesmo sinal. Al´em disso, nenhum coeficiente poderia ser nulo Estas condi¸c˜oes s˜ao apenas necess´arias, ie, se alguma n˜ao se verificar, o sistema ´e inst´avel, caso contr´ario n˜ao pode-se afirmar que seja est´avel... Exemplo O polinˆomio abaixo tem coeficientes positivos por´em n˜ao ´e est´avel ∆(s) = s3 + s2 + 11s + 51 = (s + 3)(s−1 + 4j)(s−1 − 4j) c Reinaldo M. Palhares pag.9 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
  • 10. Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz O que fazer ? Utilizar condi¸c˜oes necess´arias e suficientes para verificar estabilidade: crit´erio de Routh-Hurwitz Como aplic´a-lo ? Organizam-se os coeficientes da EC na forma de um arranjo do tipo sn an an−2 an−4 · · · sn−1 an−1 an−3 an−5 · · · c Reinaldo M. Palhares pag.10 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
  • 11. Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz As linhas subseq¨uˆentes desse arranjo s˜ao completadas da seguinte forma: sn an an−2 an−4 · · · sn−1 an−1 an−3 an−5 · · · sn−2 bn−1 bn−3 bn−5 sn−3 cn−1 cn−3 cn−5 ... ... ... ... s0 dn−1 c Reinaldo M. Palhares pag.11 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
  • 12. Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz sendo que bn−1 = (an−1)(an−2) − an(an−3) an−1 = −1 an−1 an an−2 an−1 an−3 bn−3 = −1 an−1 an an−4 an−1 an−5 cn−1 = −1 bn−1 an−1 an−3 bn−1 bn−3 c Reinaldo M. Palhares pag.12 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
  • 13. Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz Crit´erio de Routh-Hurwitz assegura que o n´umero de ra´ızes com parte real positiva ´e igual ao n´umero de mudan¸ca de sinais dos elementos da primeira coluna do arranjo de Routh Ent˜ao a condi¸c˜ao necess´aria e suficiente para o sistema ser est´avel, ´e que todos os elementos da primeira coluna tenham o mesmo sinal Generaliza¸c˜oes podem ser vistas em: K. J. Khatwani,“On Routh-Hurwitz Criterion”. IEEE Transactions on Automatic Control”, 26 (2), pp. 583-584, 1981. c Reinaldo M. Palhares pag.13 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
  • 14. Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz Pode-se considerar quatro casos: 1. Nenhum elemento da primeira coluna ´e nulo 2. H´a um zero na primeira coluna, por´em alguns elementos na linha que ocorre o zero s˜ao n˜ao nulos 3. H´a um zero na primeira coluna e todos os elementos na linha que ocorre o zero s˜ao tamb´em nulos 4. Caso anterior, com ra´ızes m´ultiplas no eixo imagin´ario c Reinaldo M. Palhares pag.14 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
  • 15. Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz Caso 1. Nenhum elemento da primeira coluna ´e nulo Exemplo de sistema de 2a ordem Para um sistema gen´erico com EC dada por ∆(s) = a2s2 + a1s + a0 o arranjo de Routh ´e s2 a2 a0 s1 a1 0 s0 b1 0 ⇒ b1 = (a1)(a0) − a2(0) a1 Portanto um sistema de 2a. ordem ´e est´avel se os coeficientes da EC forem todos positivos ou todos negativos c Reinaldo M. Palhares pag.15 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
  • 16. Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz Exemplo de sistema de 3a ordem Para um sistema gen´erico com EC dada por ∆(s) = a3s3 + a2s2 + a1s + a0 o arranjo de Routh ´e s3 a3 a1 s2 a2 a0 s1 b1 0 s0 c1 0 ⇒    b1 = a2a1 − a0a3 a2 c1 = b1a0 b1 = a0 Para que o sistema seja est´avel, todos os coeficientes devem ser positivos e a2a1 > a0a3. Caso a2a1 = a0a3, o sistema ter´a um par de ra´ızes no eixo imagin´ario, o que resulta em estabilidade marginal c Reinaldo M. Palhares pag.16 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
  • 17. Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz Caso 2. Zero na primeira coluna, por´em alguns elementos na linha que ocorre o zero s˜ao n˜ao nulos Neste caso o zero ´e substitu´ıdo por um parˆametro, ε > 0, suficientemente “pequeno”, sendo aproximado para zero depois de montado o arranjo de Routh Exemplo Para a EC ∆(s) = s5 + 2s4 + 2s3 + 4s2 + 11s + 10 c Reinaldo M. Palhares pag.17 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
  • 18. Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz obt´em-se o arranjo s5 1 2 11 s4 2 4 10 s3 ε 6 0 s2 c1 10 0 s1 d1 0 0 s0 10 0 0 ⇒    c1 = 4ε − 12 ε = −12 ε d1 = 6c1 − 10ε c1 → 6 O sistema ´e inst´avel pois h´a duas mudan¸cas de sinais devido ao valor negativo −12/ε na primeira coluna (e portanto h´a duas ra´ızes no semi-plano direito...) c Reinaldo M. Palhares pag.18 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
  • 19. Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz Caso 3. Linha com todos os elementos nulos Essa condi¸c˜ao ocorre quando fatores do tipo (s + σ)(s − σ) ou (s + jω)(s − jω) aparecem na equa¸c˜ao caracter´ıstica. Este problema ´e transposto usando-se um polinˆomio auxiliar, U(s), que ´e a equa¸c˜ao da linha que precede a linha de zeros (a ordem do polinˆomio auxiliar ´e sempre par e indica o n´umero de pares de ra´ızes sim´etricas) Exemplo Para um sistemas de 3a. ordem gen´erico com EC ∆(s) = s3 + 2s2 + 4s + K sendo K um ganho ajust´avel c Reinaldo M. Palhares pag.19 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
  • 20. Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz obt´em-se o arranjo s3 1 4 s2 2 K s1 c1 0 s0 K 0 ⇒ c1 = 8 − K 2 Para que o sistema seja est´avel ´e necess´ario que 0 < K < 8 Com K = 8 tem-se uma linha com apenas zeros, implicando em estabilidade marginal (com duas ra´ızes no eixo imagin´ario). O polinˆomio auxiliar nesse caso ´e dado por: U(s) = 2s2 + Ks0 = 2s2 + 8 = 2(s2 + 4) = 2(s + 2j)(s − 2j) c Reinaldo M. Palhares pag.20 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
  • 21. Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz Caso 4. Ra´ızes repetidas no eixo imagin´ario - jω ´E um caso patol´ogico e o crit´erio de Routh-Hurwitz n˜ao revela este tipo de instabilidade ... Exemplo Para a EC: ∆(s) = (s + 1)(s + j)2 (s − j)2 = s5 + s4 + 2s3 + 2s2 + s + 1 c Reinaldo M. Palhares pag.21 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6
  • 22. Crit´erio de Estabilidade de Routh-Hurwitz Arranjo de Routh: s5 1 2 1 s4 1 2 1 s3 ε ε 0 s2 1 1 s1 ε 0 s0 1 onde ε → 0 N˜ao h´a mudan¸ca de sinais, por´em o sistema ´e marginalmente est´avel Polinˆomio auxiliar na linha s4 s4 + 2s2 + 1 = (s2 + 1)2 Polinˆomio auxiliar na linha s2 s2 + 1 c Reinaldo M. Palhares pag.22 Controle de Sistemas Lineares – Aula 6