O documento resume os capítulos 1 e 2 do livro "Climbing – Philosophy for Everyone: Because It’s There". O capítulo 1 discute como a escalada pode proporcionar uma sensação de liberdade e simplicidade. O capítulo 2 explora os riscos da escalada e argumenta que ela pode promover o crescimento pessoal e priorizar a vida de forma positiva.
2. Livro:
Climbing – Philosophy for Everyone:
Because It’s There
Edited by Stephen E. Schmid
Sobre o autor:
STEPHEN E. SCHMID é Professor Adjunto de Filosofia
da Universidade de Wisconsin-Rock County. Seu trabalho de doutorado foi em
filosofia da mente e sua pesquisa atual concentra-se em motivação
no esporte e na educação. Schmid escala montanhas há mais de 20 anos.
O livro contém 258 páginas. AQUI RESUMO DOS CAPÍTULOS 1 E 2.
O livro não tem imagens, as imagens a seguir foram adicionadas para esta
Apresentação.
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4. APRESENTAÇÃO
Frequentemente os alpinistas falam mais sobre a jornada ao topo do que sobre
o topo propriamente.
O autor é palestrante e alpinista profissional.
Ele diz que há algo na escalada que alimenta e satisfaz uma necessidade
de muitas pessoas.
O aspecto físico da escalada envolve cada parte do seu corpo, da ponta do seu dedo
do pé até a ponta do dedo da mão. É um envolvimento mental total com a montanha.
Você tem que usar todos os seus pontos fortes e usar o que tem para enfrentar o desafio.
O foco é total. Você simplesmente não pode pensar em contas para pagar ou o
trabalho que tem que ser feito no escritório segunda-feira de manhã.
A escalada é uma grande pausa mental do "outro mundo".
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6. INTRODUÇÃO À ESCALADA
As palavras mais famosas sobre escalar foram ditas por
George Mallory, quando respondeu a um repórter
que lhe perguntou por que ele queria escalar o
Monte Everest.
Ele respondeu: "Porque ele está lá."
O repórter, sem dúvida, perguntou baseado no sentimento
comum de muitas pessoas, "como alguém pode
querer arriscar a vida em algo tão inútil?
Na resposta de Mallory há uma fala subjetiva sobre o desejo de expandir os limites
humanos. A sua resposta nos inspira a perseguir nossos sonhos e metas, e querer subir
grandes alturas. Ele nos desafia a enfrentar o vazio desconhecido, e não há outra razão
para buscar o desafio.
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8. INTRODUÇÃO À ESCALADA
O sucesso de uma escala é definido como você sobe e não o que você faz no topo.
Cometer erros simples numa escalada pode colocar a vida em jogo, sob ameaça.
Muitos escaladores falam em liberdade como a maior experiência, porem a escalada pode
ser muito mais algo que aprisiona, uma atividade restrita, em muitos momentos. A exemplo
de ficar pendurado de cabeça para baixo levando chicotadas do vento e tempestades
congelantes, e ter que se mover lentamente numa subida complicada etc. Neste aspecto,
um tanto paradoxal, muitos veem aí a verdadeira experiência de liberdade. Exatamente
os riscos e outras características inerentes à escalada fazem com que o alpinista esteja
conectado ao ambiente. A simplicidade e opções limitadas da escalada oferecem ao
alpinista oportunidades únicas para alinhar a sua vontade com as oportunidades
que a montanha proporciona. É como um jogo. Nesta ocasião o alpinista se sente livre.
Muitos montanhistas conhecem alguém que já morreu em escaladas, ou por consequência
do seu próprio erro ou devido a eventos incontroláveis.
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10. INTRODUÇÃO À ESCALADA
Sem dúvida, os riscos das escaladas são maiores que os riscos da vida comum diária.
O que justifica correr o risco?
Para alguns, a grande recompensa é o crescimento pessoal e prazer.
Mas o que faz as pessoas desejarem escalar?
O desejo de explorar, dominar, é tão natural como qualquer outro esforço humano.
O prazer vem da superação do desafio.
Por que o risco de um astronauta é aceitável e os riscos enfrentados pelos alpinistas são
vistos como inaceitáveis?
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12. INTRODUÇÃO À ESCALADA
Algumas objeções contra a alpinismo:
1. O alpinismo deve ser evitado porque é uma atividade de risco que pode exigir
um resgate caro e perigoso. Colocando mais vidas em perigo.
2. O risco é inaceitável por que o alpinista ignora o impacto de suas ações
sobre familiares e amigos.
A contra argumentação:
A escalada ajuda a cultivar as virtudes importantes, como coragem, humildade,
respeito pela natureza (mas nem todos os alpinistas exibem essas virtudes)
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14. INTRODUÇÃO À ESCALADA
Há dois tipos de alpinistas:
Há os que são motivados a alcançar o topo da montanha a todo custo, o valor da
escalada está em realizar a meta desafiadora.
E há os que são motivados pela própria escalada, onde o desejo de alcançar o topo
é secundário, a experiência de estar na montanha vale mais que tudo.
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No Everest, por exemplo, houve casos que o desejo de alguns alpinistas em alcançar o
topo era tão forte que não conseguiram dar assistência aos escaladores enfermos,
deixando-os morrer na montanha.
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O principal valor do alpinista é a autossuficiência. Quanto menos um alpinista depende
de outros ou de tecnologia para ajudá-lo em seus esforços na escalada, mais sucesso.
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16. CAPÍTULO 1
Ferimentos graves ou a morte podem resultar de pequenos erros.
E apesar dos riscos os escaladores experimentam a liberdade
Quem não conhece o ambiente, técnicas e equipamentos de escalada não vai entender
plenamente as características relevantes desse mundo particular.
Os alpinistas mais experientes tenderão a se sentir mais livres frequentemente.
Experiência significa ter uma melhor compreensão das montanhas a partir da perspectiva
de um alpinista. Conhecendo melhor a montanha sabe responder melhor as mudanças
no clima, na neve, na rocha.
Atingir o estado da simplicidade e harmonia com a montanha é um estado raro. Simples
porque o mundo da escalada é menos complexo que o mundo da vida normal.
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18. CAPÍTULO 1
As características do mundo do alpinismo são reduzidas em sua interação,
em comparação com a vida em geral, planos a longo prazo, metas a curto prazo,
finanças, relacionamentos e carreiras. Essas coisas não fazer parte da escalada.
Alpinistas simplesmente devem atender as questões do momento, como e quando
montar um acampamento, onde colocar o equipamento ou apenas certificar-se que
o próximo passo é seguro.
O alpinista experiente será sempre bem sucedido SE fizer apenas o que a montanha
permite. A liberdade do alpinista é limitada a atividade da escalada.
Os escaladores tem muitas opções possíveis para escolher na montanha, a sua liberdade
é produto da sua ação de acordo com sua técnica e com o ambiente da montanha.
A montanha sempre apresenta oportunidades para subir.
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20. CAPÍTULO 2
RISCO
O autor conta a história de um amigo alpinista, experiente, que fez centenas de rotas
a cada ano, sobre rocha, gelo e montanhas. Certo dia, esse experiente alpinista estava
escalando no Canadá, com outro amigo experiente. Numa grande subida desencadeou
um deslizamento de neve e provocou uma avalanche que varreu 3 mil metros a montanha.
O amigo do autor morreu por trauma e milagrosamente o seu parceiro sobreviveu a queda
porque ficou em cima da neve na parte de baixo da avalanche, quebrou o fêmur direito e
esmagou o joelho esquerdo e quebrou algumas costelas. Ainda passou 3 noites e quatro
dias deitado na neve, entrando e saindo do estado de consciência antes do resgate por
um helicóptero que o avistou. Após um ano com várias cirurgias teve a recuperação física.
Por que as pessoas escalam? [A pergunta continua].
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22. CAPÍTULO 2
Por que as pessoas escalam?
As respostas mais comuns, "porque eu gosto", "porque é divertido",
"porque a montanha está lá", embora as respostam possam ser verdadeiras,
elas não são suficientes em si mesma.
A escalada não é meramente recreativa. A tomada de decisão é uma decisão ética,
semelhantemente as decisões de pilotos de corrida, policiais, soldados. É uma atividade
de risco. Em qualquer uma dessas situações assumir um risco sem ter preparo
é irresponsável.
A morte do amigo alpinista foi um golpe esmagador para muitas vidas. A dor a longo
prazo causou lacunas nas vidas da sua família e amigos. Todos disseram em algum
momento: "ele não tinha que fazer aquilo".
A escalada é uma atividade voluntária e uma decisão ética. Todas as decisões na vida
são decisões éticas, porque cada escolha que fazemos tem consequências para nós
mesmos e para os outros.
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25. CAPÍTULO 2
Qual é o custo e benefício de uma escalada? Vale a pena?
Embora existam inúmeras consequências potencialmente negativas na escalada...
as objeções comuns é que o tempo, a energia e os recursos gastos numa escalada
deveriam ser redirecionados para atividades mais importantes como o aprendizado
acadêmico, a religião, a um compromisso maior com a carreira ou serviço social.
Obviamente uma pessoa ser alpinista não impede de fazer outras coisas.
OK, muitos alpinistas concordam que comprometem outras áreas da vida, pois as
escaladas podem tirar o foco de outras atividades, possivelmente mais benéficas
socialmente.
Uma segunda crítica é que a escalada é uma atividade que tem pouco valor social, serve
só para interesses pessoais do escalador. Quando focado em escaladas facilmente pode
negligenciar responsabilidades para com a família, comunidade e sociedade. Semanas
em viagens para longe ou mesmo dias em uma montanha.
26. CAPÍTULO 2
Uma terceira crítica é que a escalada é excessivamente perigosa. Há subidas com
riscos objetivos (onde há pouco controle, como um colapso do terreno) e os riscos
subjetivos (cansaço, desviar uma rota etc).
A vida também está cheia de riscos. Não se pode comparar a vida de escalada como
tendo exclusividade do risco e uma vida de não-escalada livre de riscos. Muitos alpinistas
morrem de câncer em idade avançada ou em acidentes de carro. Qualquer pessoa pode
ter câncer, mas poucas pessoas arriscam-se em morrer em uma avalanche. É este risco
adicional que deve ser ponderado.
Os riscos de uma escalada não pode ser tomado semelhante ao risco de uma roleta russa.
É preciso saber avaliar o risco tecnicamente. Risco, por definição significa a possibilidade
de que possa surgir um resultado negativo. Alguns riscos parecem relativamente fáceis de
identificar, a exemplo da montanha K-2, que todos sabem que é a mais perigosa, enquanto
outros riscos são difíceis de avaliar (eu poderia ser atropelado por uma moto amanhã).
27. CAPÍTULO 2
Pode acontecer de tomarmos uma decisão razoável e não terminar bem, daí podemos
lamentar, "eu nunca deveria ter assumido esse risco", no entanto não temos o dom da
presciência diante das decisões difíceis. O cálculo de probabilidade correto de um
resultado é difícil.
Decisões de maior risco, portanto, exige maiores recompensas, a fim de ser justificada.
Até agora vimos os custos, quais são os benefícios?
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29. CAPÍTULO 2
VALOR INTRÍNSECO
O valor intrínseco de escalada é a sua capacidade de diretamente produzir felicidade.
A imensa satisfação de escalar a centenas de metros do chão pode ser uma
experiência incrível. Qualquer pessoa que tenha escalado vai atestar isso.
Paralelamente a isso está a felicidade associada com amizades desenvolvidas
na montanha. O vínculo entre parceiros de escalada é único, temperado de desafios.
Também não devemos ignorar o valor estético encontrado na escalada.
A experiência da felicidade é potencializada por belas paisagens, seja o topo de um
pico ou um mar de montanhas.
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32. CAPÍTULO 2
VALOR INSTRUMENTAL 1
O cultivo da excelência humana.
A escalada pode expandir nosso potencial humano individual.
Resiliência e auto realização, como superação do medo, da adversidade, das
nossas barreiras mentais e físicas.
Tenacidade. Superar as dificuldades. Disciplina, autossuficiência, coragem
emergem de uma escalada.
Expandir o potencial humano deixa-nos mais bem preparados para contribuir
com a sociedade. Aquilo que você pode oferecer ao mundo pode ser
potencializado pela escalada.
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34. CAPÍTULO 2
VALOR INSTRUMENTAL 2
Crescimento psicológico
A escalada pode contribuir com o crescimento psicológico. Ela nos ensina a melhor
forma de concentrar energia, abraçar desafios como uma valiosa força para o
desenvolvimento pessoal.
Gerenciar o risco com competência. Melhorar a qualidade de vida. A escalada oferece
o desafio de testar suas habilidades ao máximo. Na vida o risco está em toda parte,
a escalada ajuda a gerenciar os riscos da vida.
Escalar pode exigir foco total, mentalmente e fisicamente. Sem distrações, foco total.
Escalar ajuda a aumentar a nossa capacidade de domínio, porque o núcleo dessa
atividade é gerenciamento de risco.
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36. CAPÍTULO 2
VALOR INSTRUMENTAL 3
Priorizar vidas
O risco real nas montanhas é transformador e nos leva a priorizar nossas vidas de
maneira benéfica. Se fizermos uma reflexão podemos encontrar valiosas perspectivas da vida.
Ser forjado através dos riscos é bom para a alma, nos ajuda a alcançar maior qualidade
na vida. O risco real é um encontro transformador. O risco desperta o nosso potencial e nos
faz verdadeiramente vivo.
Vida e morte é um componente da escalada.
Muitos alpinistas relatam que não sentem medo, mas algo que vai além do medo,
a precária situação é tão óbvia que faz sentir uma calma inexplicável e uma lucidez que
só se sente quando se está por um fio, entre a vida e a morte.
37. CAPÍTULO 2
E essa experiência muda a forma de ver a vida positivamente, uma redefinição
de prioridades pode levar anos para acontecer.
A fim de justificar a nossa escalada, precisamos ser reflexivo e pensativo sobre os
impactos éticos de nossas ações. Se não formos pensativo, nossa escalada poderia
facilmente tornar-se, a atividade destrutiva prejudicial.