1. FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE DIVINÓPOLIS – FUNEDI
Instituto de Ensino Superior e Pesquisa – INESP
Curso de Engenharia Civil
TIM
EUDER DE BESSA GONTIJO
FABIANO SANTOS NATIVIDADE
JOSÉ GERALDO DE CARVALHO
LEONARDO CARDOSO SILVA
OTAIR ALVES SANTOS JUNIOR
PEDRO HENRIQUE VASCONCELOS RESENDE DE SOUZA
RAFAELA SANTOS AMARAL
TULIO PHILLIPE LOPES MARTINS
2. 2
GRUPO:
EUDER DE BESSA GONTIJO
FABIANO SANTOS NATIVIDADE
JOSÉ GERALDO DE CARVALHO
LEONARDO CARDOSO SILVA
OTAIR ALVES SANTOS JUNIOR
PEDRO HENRIQUE VASCONCELOS RESENDE DE SOUZA
RAFAELA SANTOS AMARAL
TULIO PHILLIPE LOPES MARTINS
TIM
CLUBE SOCIAL
Trabalho apresentado ao professor Mauro César
Cardoso Cruz, responsável pela disciplina de
Elementos de Mineralogia e Geologia no 4º
período noturno de Engenharia Civil, para
obtenção parcial de créditos.
Divinópolis, MG
Dezembro de 2013
3. 3
Sumário
Introdução ...........................................................................................................................4
Objetivos .............................................................................................................................5
Metodologia .....................................................................................................................6
Materiais e Métodos/Resultados e Discussões.....................................................................9
1 Testes Táctil-Visuais ............................................................................................9
2 Queda da Bola ................................................................................................... 11
3 Teste do vidro .................................................................................................... 11
4 Teste de cordão .................................................................................................. 12
5 Teste de Fita ...................................................................................................... 13
6 Teste de exsudação............................................................................................. 14
7 Teste de Resistência Seca ................................................................................... 15
8 Teste do rolo (verificação da terra adequada para a taipa) ................................ 16
Planilha para Registro e Avaliações dos Testes ................................................................. 18
Conclusão .......................................................................................................................... 19
Referências ........................................................................................................................ 20
4. 4
Introdução
Antes de se iniciar uma construção muitos cuidados devem ser tomados, pois existem
vários fatores que podem influenciar no produto final, ou seja, a edificação, dentre eles deve
ser feita uma análise detalhada do solo para que se saiba quais são as propriedades do solo
sobre o qual vai se construir.
O presente trabalho apresenta as propriedades mais importantes do solo para seu uso
na construção com terra e os respectivos métodos de ensaio utilizados para sua determinação.
5. 5
Objetivos
Na formação de um engenheiro é muito importante que haja contato com a área desde
o início dos estudos, por isso é de extrema importância que o estudante tenha sempre
oportunidade de participar de palestras, competições, e atividades que incentivem o aluno a
sempre aprender mais, e com isso, adquirir experiência e conhecimento que dificilmente
conseguiriam dentro de uma sala de aula.
O TIM (Trabalho Integralizador Multidisciplinar) é um trabalho de suma importância
para todos nós estudantes do curso de engenharia civil, pois, nos coloca em contato direto
com situações enfrentadas diariamente por profissionais do ramo da construção civil.
Este relatório tem como objetivo principal analisar amostras de solo retiradas do
terreno fornecido pela nossa instituição de ensino (FUNEDI/UEMG) e definir qual e tipo de
solo presentes em ambas às quadras por meio de testes tátil-visuais.
6. 6
Metodologia
Solo é um material mineral e/ou orgânico inconsolidado, poroso, finamente granulado,
com natureza e propriedades particulares, herdadas da interação de processos pedogenéticos
com fatores ambientais envolvendo as variáveis: material de origem, clima, organismos vivos,
relevo e tempo. Desse modo, os solos são capazes de dar sustento à vida de vegetais terrestres
superiores (POPP, J.H., 2010, p.73).
O solo do terreno do empreendimento é muito danificado pelas ações do homem,
como por exemplo, queimadas irregulares no local e destinação inadequada de entulhos e
lixos. Isso faz com que o solo fique exposto e, no período de chuvas, sofra com os processos
erosivos.
As informações obtidas pelo grupo foram através de duas orientações dadas pelo
professor Mauro, uma em sala de aula no dia 24/10/2013, e uma aula prática no laboratório de
Mecânica dos Solos da faculdade no dia 31/10/2013 às 18h44min com término às 19h55min.
Na aula prática, foi esclarecido de que forma faríamos os experimentos com o solo do terreno
do empreendimento posteriormente. Fizemos uma visita ao terreno no dia 09/11/2013 para
coletarmos as amostras de solo dos dois terrenos para darmos sequência aos experimentos.
Foto: Retirada das amostras de solo do terreno.
7. 7
Foto: Armazenamento das amostras de solo do terreno.
Abaixo um croqui do terreno apontando onde foram tiradas as amostras:
8. Foram coletadas 4 no total e, posteriormente, foram misturadas formando uma amostra
8
composta.
As amostras foram recolhidas com o auxílio de um trado, tendo assim, "uma amostra
do tipo deformada, pois mexe com as características do solo" (MAURO, 2013). Com as
amostras em mãos, fizemos a caracterização tátil-visual e granulométrica do solo da área do
empreendimento, através de experimentos.
9. 9
Materiais e Métodos/Resultados e Discussões
Os experimentos descritos a seguir foram retirados da apostila “Seleção De Solos E
Métodos De Controle Em Construção Com Terra - Práticas De Campo” publicado pela
ProTerra e disponibilizado pelo professor Mauro. São testes simples, sem necessidade de
equipamento especializado dos laboratórios, que tem resultados qualitativos.
1 Testes Táctil-Visuais
a. Caracterização por tamanho das partículas
Com as mãos, esparramar a terra seca sobre uma superfície plana, separe os grãos
visíveis a olho nu e analise:
- Se a quantidade de areia e pedregulho for maior que a de silte e argila, a terra é classificada
como arenosa ou pedregosa, caso contrário, é classificada como siltosa ou pedregosa.
Resultados:
A quantidade maior é de partículas com textura fina, com presença de torrões que
quando secos, se desfazem facilmente. Classificando assim, como siltosa ou argilosa.
Foto: Amostra de terra.
b. Caracterização por cor
As amostras que possuírem cor clara e brilhante tem presença de solos inorgânicos, se
apresentarem cor marrom escuro, verde oliva ou preta, há presença de solos orgânicos.
10. 10
Resultados:
A terra coletada apresenta cor avermelhada e marrom escura. A primeira indica
presença de óxido de ferro que imprime a argila essa cor, e a segunda cor indica a presença de
matéria orgânica.
c. Caracterização por brilho
Formar uma bola compacta do tamanho da mão com um pouco de material fino e
água. Se as superfícies há muito brilho, a terra é argilosa; se apresentar pouco brilho, é siltosa;
e se as superfícies são opacas, é arenosa.
Resultados:
Bola compacta formada apresenta superfície brilhosa, característica de terra argilosa.
Foto: Teste de caracterização por brilho: superfície brilhosa, terra argilosa.
d. Tato
Esfregar, entre os dedos, uma porção de terra seca. Quando "arranhar" há presença de
areia. Se a amostra for macia, há presença de silte. Se umedecermos uma porção da amostra e
formar uma bola facilmente, há presença de argila.
11. 11
Resultados:
Amostra com textura macia onde foi possível facilmente formar uma bola ao
umedecê-la. Terra argilosa.
2 Queda da Bola
Fazer uma bola com "terra seca + água" de cerca de 3cm e deixar a bola cair da altura
de aproximadamente um metro.
Identificar se a amostra:
Esfarelar ou desagregar -> terra arenosa;
Espalhar menos e com maior coesão -> terra argilosa.
Resultados:
Após a queda da bola, ela se manteve inteira, ou seja, não se esfarelou, somente se
achatou um pouco, mas não desagregou. Indica presença de terra argilosa.
3 Teste do vidro
Teste capaz de diferenciar os elementos constituintes da terra analisando os
sedimentos no fundo de um pote de vidro. Consiste em:
Colocar uma porção de terra, seca, e destorrada, em um vidro cilíndrico, liso e
transparente, até 1/3 de sua altura;
Adicionar água até 2/3 da altura do vidro, e acrescentar uma pitada de sal (o sal reage
como defloculante das partículas de terra, mas em excesso, pode agir de forma
contrária);
Tampar o vidro e agitar vigorosamente a mistura para que haja dispersão do solo na
água;
Deixar em repouso por 1h e agitar novamente;
Colocar o vidro em repouso sobre uma superfície plana;
Cada componente decanta em tempos diferentes formando camadas distintas visíveis
a olho nu. O pedregulho e a areia decantam primeiro por serem partículas mais
12. pesadas, seguido do silte e por último a argila. Se a amostra contiver matéria
orgânica, esta sobrenada na superfície da água.
12
Quando a água estiver límpida, medir a altura das distintas camadas.
Resultados:
25% AREIA
25% SILTE
25% ARGILA
25% ÁGUA COM MATERIAL ORGÂNICO
Foto: Teste de vidro da amostra de solo do empreendimento.
4 Teste de cordão
Avalia através do estado de umidade, o tipo mais provável de terra. Misturar uma
porção de terra com água, e com a mão, vá rolando sobre uma superfície lisa e plana. Ver se o
cordão se quebra com 3 mm de diâmetro. Após, forme uma bola e verifique a quantidade de
força para esmagá-la com o dedo polegar e indicador.
13. 13
Tipo do cordão Ruptura da bola Classificação e interpretação
Duro Só se pode quebrar a bola com
muito esforço ou não se quebra
Muita argila; terra de alta
plasticidade.
Mole Pouso resistente. Fissura
esmigalha facilmente
Terra argilo siltosa, arenosa ou
areno argilosa, plasticidade média
Frágil Frágil. Não se pode remoldar a
bola devido a sua fragilidade
Bastante silte ou areia e pouca
argila; baixa plasticidade.
Suave e
esponjoso
Esponjosa e fofa. Se
comprimida, volta a esponjar-se.
Solo orgânico. Não é apto para
nenhum tipo de construção
Tabela: Avaliação do teste do cordão. Fonte: Seleção de Solos e Métodos de Controle em
Construção com Terra, 2005.
Resultados:
Pouco resistente. Fissura e esmigalha facilmente. Terra argilo siltosa, arenosa ou areno
argilosa; plasticidade média.
5 Teste de Fita
Teste para determinar a plasticidade da amostra.
Tomar uma porção de terra com a mesma umidade do teste de cordão e fazer um
cilindro na forma de um cigarro;
Amasse o cilindro formando uma fita de 3 a 6 mm de espessura q o maior
comprimento possível.
14. 14
Tipo da fita Comportamento da Fita Classificação e interpretação
Longa É possível formar uma fita de 25
cm a 30 cm sem dificuldade
Muita argila; terra de alta
plasticidade.
Curta É possível formar uma fita de 5
cm a 10 cm com dificuldade
Terra argilo siltosa, arenosa ou
areno argilosa, plasticidade média.
Não se faz fita Bastante silte ou areia e pouca
argila; sem plasticidade
Tabela: Avaliação do teste da fita. Fonte: Seleção de Solos e Métodos de Controle em
Construção com Terra, 2005.
Resultados:
É possível formar uma fita de 5 cm a 10 cm com dificuldade. Terra argilo siltosa,
arenosa ou areno argilosa; plasticidade média.
6 Teste de exsudação
Capaz de avaliar a plasticidade do solo, esse teste consiste em umedecer bem uma
porção de terra, colocá-la na palma de uma mão e, com a outra, golpeá-la de modo que a água
"saia", dando-lhe aspecto liso e brilhante.
15. 15
Tipo de
reação
Número de
golpes
Efeitos na amostra Classificação e
interpretação
Rápida 5 - 10 A água aflora à superfície da
amostra; a pressão dos dedos
faz a água desaparecer
imediatamente e uma pressão
mais forte esmigalha o bolo
Pouca plasticidade. Areia
fina inorgânica ou silte
grosso inorgânico, terra
arenosa ou siltosa
Lenta 20 - 30 A água aparece e desaparece
lentamente, a pressão dos
dedos faz com que o bolo se
deforme como uma bola de
borracha.
Silte ligeiramente
plástico ou silte argiloso
Muito lenta Mais de 30 Não há mudança notável Terra de alta plasticidade.
Argila
Tabela: Avaliação do teste do bolo. Fonte: Seleção de Solos e Métodos de Controle em
Construção com Terra, 2005.
Resultados:
Foi necessário mais de 30 golpes. Interpretamos como terra argilosa de alta
plasticidade.
7 Teste de Resistência Seca
Identificar o tipo de terra de acordo com sua resistência. O teste se consiste em:
Moldar cerca de três pastilhas de terra bem úmidas, com cerca de 1cm de espessura e
2~3cm de diâmetro;
Colocá-las para secar ao sol durante dois dias;
Tentar esmagar cada pastilha com o dedo indicador e o polegar.
16. 16
Resistência Esforço de
ruptura
Comportamento Classificação e interpretação
Grande Resistente Não se pulveriza Solo inorgânico de alta
plasticidade; argila
Média Pouco
resistente
É possível reduzir
os pedaços a pó
Terra argilo siltosa, terra argilo
arenosa ou areia argilosa. Se for
argila orgânica, não usar
Fraca Não resiste Fácil desagregação Falta de coesão. Solo siltoso
inorgânico ou outro com pouca
argila
Tabela: Avaliação do teste de resistência seca. Fonte: Seleção de Solos e Métodos de
Controle em Construção com Terra, 2005.
Resultados: inorgânico de alta plasticidade, argila (resistente).
8 Teste do rolo (verificação da terra adequada para a taipa)
Teste para verificar a quantidade de argila contida na terra para a construção com
taipa. Consiste em:
Tomar uma porção de terra, umedecida e amassada, rolar sobre a superfície plana até a
obtenção de um cordão com 200 mm de comprimento e diâmetro de 25 mm;
Deslizar o cordão sobre a superfície da mesa, de forma a ficar em balanço além de sua
borda, até que ocorra a ruptura do segmento em balanço.
De acordo com o comprimento do segmento rompido, tem-se um indicativo da
quantidade de argila ideal para a taipa:
Rompimento com menos de 80 mm, não há argila o suficiente;
Rompimento entre 80 mm e 120 mm tem-se quantidade ideal de argila;
Comprimento acima de 120 mm indica argila em excesso.
Resultados:
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Planilha para Registro e Avaliações dos Testes
IDENTIFICAÇÃO DA TERRA - TESTES DE CAMPO
Nome da amostra Amostra terrenos TIM
Operador Euder de Bessa Gontijo e Rafaela Santos Amaral
Data de coleta 09/10/2013
Data de execução 10/10/2013
Teste Interpretação
Táctil-visual
Tamanho das partículas
Não se enquadra, pois a mesma é sitilosa ou argilosa
Cor Marrom escuro e avermelhado, solo orgânico
Brilho
Apresenta brilho, o que define a amostra como
argilosa.
Tato/textura Terra argilosa
Identificação da terra por inspeção táctil-visual
Terra argilosa
Queda da bola
Espalhou-se menos e maior coesão, o que define a
amostra como argilosa.
Vidro -% de areia, silte e argila
25% AREIA; 25% SILTE; 25% ARGILA;
25% ÁGUA COM MATERIAL ORGÂNICO
Cordão Cordão duro. Só se pode quebrar a bola com muito
esforço.Muita argila, terra de alta plasticidade
Fita Foi possível a formação de uma fita de certa de 25cm
a 30cm, portanto é muito argilosa e de alta
plasticidade
Exsudação
Muito lenta, mais de 30 golpes. Terra de alta
plasticidade
Resistência seca
Solo inorgânico de alta plasticidade, argila (resistente)
Identificação da terra e de técnicas
construtivas - tabela 8
Possível usar para a fabricação de adobe com adição
de fibras e barreamento de técnicas mistas
Identificação da terra e de técnicas
construtivas - tabela 9
Apropriado para BTC e taipa; necessita aglomerante
Rolo
A A ruptura se deu entre 80 mm e 120 mm, ou seja,
tem-se a quantidade ideal de argila
19. 19
Conclusão
Conclui-se que a partir de todos os testes realizados, juntamente com o conhecimento
adquirido em sala de aula, que a avaliação das características do solo se faz extremamente
necessária para projeção e acompanhamento de qualquer obra.
Após a realização de todos os testes informados neste documento, constatamos a
existência de terra argilo siltosa, arenosa ou areno argilosa com plasticidade média.
É importante destacar que todos que os testes realizados tem princípios básicos, o que
impossibilita a conclusão definitiva e detalhada quanto ao tipo de solo existente no local para
realização do empreendimento, o que permite apenas, concluir que previamente o mesmo está
apto para construção do Clube Social.
20. 20
Referências
NEVES, Célia Maria Martins; FARIA, Obede Borges; ROTONDARO, Rodolfo;
CEVALLOS, Patricio; HOFFMANN, Márcio. (2005). Seleção de solos e métodos de controle
em construção com terra - práticas de campo. Selección de suelos y métodos de control en la
construcción con tierra - prácticas de campo. In: IV SEMINÁRIO IBERO-AMERICANO DE
CONTRUÇÃO COM TERRA, 4. e SEMINÁRIO ARQUITECTURA DE TERRA EM
PORTUGAL, 3., 2005, Monsaraz (Portugal). Actas... Vila Nova de Cerveira (Portugal):
Escola Superior Galaecia / PROTERRA-CYTED. 1 CD-ROM. p. 1-31.
ENCICLOPÉDIA Barsa. Rio de Janeiro : Encyclopaedia Britannica, c1996. v.2. p.21.
POPP, José Henrique. Geologia Geral. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC 2010. p. 73.