Este documento apresenta os resultados de um levantamento de camadas resistentes encontradas em sondagens na zona norte do Recife. Foram analisadas 74 sondagens que identificaram rochas, materiais concrecionados e compactos entre 10-19m de profundidade. Os materiais correspondem às formações geológicas localizadas e apresentam características típicas de cada bairro estudado.
Mapeamento de Solos Moles do Centro Expandido do Recife
Levantamento e interpretação de sondagens com camadas resistentes na Zona Norte do Recife
1. LEVANTAMENTO E INTERPRETAÇÃO DE SONDAGENS COM
CAMADAS RESISTENTES NA ZONA NORTE DO RECIFE
Ruth Maria da Silva Santos
TEMA 02: SOLOS DA RMR
Orientador: Eduardo Antonio Maia Lins, DSc.
Co-orientador: Pedro Eugênio de Oliveira, MSc.
2. INTRODUÇÃO
• O Recife possui um subsolo complexo e
diversificado.
• Foi realizado um levantamento investigativo de
sondagens que apresentavam camadas resistentes
ou impenetráveis.
• Oliveira (2008), já havia identificado a ocorrência
de arenito entre 10 e 15 m de profundidade no
Parnamirim.
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
• Subsolo do Recife
O subsolo da cidade do Recife é muito diversificado, logo é muito
importante a prospecção geotécnica para os projetos de fundações na cidade.
(GUSMÃO FILHO, 1995).
• Prática de fundações
A limitação do conhecimento do desempenho do solo de uma
fundação é a parte frágil do sistema solo-fundação-estrutura (GUSMÃO
FILHO, 1995).
• Sondagem
No Brasil a investigação dos solos para projetos de fundações de
estruturas é usualmente feita mediante sondagens que permitem conhecer a
variação da resistência do solo com a profundidade através de descrições e
índices das diversas camadas” (VELOZO, 2010, p 51).
6. METODOLOGIA
• Materiais
– Quadro de sondagens à percussão do tipo SPT e
mistas, fornecidas por empresas de fundações na
cidade do Recife.
BAIRRO Nº DE SONDAGENS Nº DE SONDAGENS POR BAIRRO
1 OBRA 1 CASA AMARELA 6
2 OBRA 4 CASA AMARELA 5
3 OBRA 5 CASA AMARELA 3
4 OBRA 8 CASA AMARELA 5
5 OBRA 2 TAMARINEIRA 7
6 OBRA 6 TAMARINEIRA 35
7 OBRA 7 TAMARINEIRA 5
8 OBRA 9 JAQUEIRA 1
9 OBRA 10 JAQUEIRA 1
10 OBRA 3 PARNAMIRIM 6 6
TOTAL 74
OBRA
RESUMO DAS SONDAGENS
19
2
47
Fonte – A autora (2019)
7. METODOLOGIA
• Métodos
– Critério para a escolha do material resistente
• Nspt a partir de 19 golpes/0,30m (NBR 7250/1982)
• Na descrição da sondagem o material ser considerado como
rocha ou alteração de rocha.
– Critérios para desenho dos perfis típicos
• Análise visual qualitativa ( comparação das sondagens )
– Critérios para analise estatística
• Profundidade da camada resistente;
• Espessura da camada resistente;
• Textura do material.
8. RESULTADOS E DISCUSSÃO
• Análise do material resistente
– Nspt verificados nas sondagens variaram entre 50/1 e
22 golpes/0,30m.
≤ 4 FOFA (O)
5 A 8 POUCO COMPACTA (O)
9 A 18 MEDIANAMENTE COMPACTA(O)
19 A 40 COMPACTA (O)
> 40 MUITO COMPACTA (O)
≤ 2 MUITO MOLE
3 A 5 MOLE
6 A 10 MÉDIA (O)
11 A 19 RIJA (O)
> 19 DURA( O)
AREIA E SILTE ARENOSO
ARGILA E SILTE ARGILOSO
SOLO
INDICE DE
RESISTENCIA À
PENETRAÇÃO
DESIGNAÇÃO
Fonte – NBR 7250/1982
9. RESULTADOS E DISCUSSÃO
• Análise do material resistente encontrado:
– Materiais encontrados nas 74 sondagens
N° GOLPES TIPO DE MATERIAL DESCRIÇÃO DO MATERIAL
45/7 Calcário, amarelo.
45/1 Arenito (rocha sedimentar), cinza claro c/ mto. pcos. Veios creme.
20/5 Arenito, marrom, muito compacto.
30/4 Provável arenito, cinza claro.
50/1 Arenito, escuro, muito compacto.
45/9 Cálcario(rocha sedimentar) ,cinza (Calcarenito)
45/3 Fragmentos de rocha, cinza escuro.
15/3 Areia fina concrecionada, marrom, de compacta a muito compacta.
30/8 Silte arenoso, concrecionado, cinza escuro, muito compacto.
35/20 Areia fina concrecionada, marrom, muito compacta.
25 Areia fina e média concrecionada, escura, de compacta a muito compacta.
30/3 Areia média e fina siltosa, amarela, muito compacta.
35/15 Silte argiloso, cinza escuro, muito duro.
42/23
Areia média com pouca areia fina com muito pouca areia grossa com muito
pouco pedregulhos (ɸ <5mm), muito pouco argilosa, muito compacta,
creme.
54 Silte arenoso, cinza escuro, muito compacto.
20/5 Pedregulhos com areia grossa, marrom, muito compacta.
30/8 Areia grossa, média e fina, marron. Muito compacta.
39
Areia fina e média siltosa, muito argilosa com pedregulhos, cinca,
compacta.
45 Areia fina com fragmentos de conchas, morron escura, muito compacta.
35/2 Silte argilo-arenoso, variegado, duro.
40/20 Silte argiloso, pouco arenoso, micáceo, escuro, duro.
ROCHA/ALTERAÇÃO DE
ROCHA
MATERIAL
CONCRECIONADO
MATERIAL MUITO
COMPACTO/DURO/RIJO
Fonte – A autora (2019)
10. RESULTADOS E DISCUSSÃO
• Análise do material resistente encontrado:
– Estratigrafia da cidade do Recife.
Fonte – Alheiros et al. (1990) apud Oliveira (2018)
MATERIAL RESISTENTE FORMAÇÃO GEOLOGICA
TERRAÇO MARINHO PLEISTOCÊNICO (CAMADA INICIAL)
FORMAÇÃO BEBERIBE (CAMADA INTERMEDIÁRIA)
CALCÁRIO ( CALCARENITO) FORMAÇÃO GRAMAME
TERRAÇOS MARINHOS PLEISTOCÊNICOS MODIFICADOS
(CAMADA INICIAL)
FORMAÇÃO BEBERIBE (CAMADA INTERMEDIÁRIA E FINAL)
ARENITO
MATERIAL
CONCRECIONADO E
MATERIAL
COMPACTO/MUITO
COMPACTO/ RIJO/DURO
Fonte – A autora (2019)
11. RESULTADOS E DISCUSSÃO
• Análise dos perfis típicos de cada obra:
– Níveis de águas superficiais, entre 0,89 e 3,90m;
– Camada de aterro comum nos perfis analisados;
12. RESULTADOS E DISCUSSÃO
BAIRRO FORMAÇÃO GEOLÓGICA FONTE MATERIAL TÍPICO ENCONTRADO
PARNAMIRIM
TAMARINEIRA
JAQUEIRA
CASA AMARELA
FORMAÇÃO BARREIRAS - (MORROS)
TERRAÇO MARINHO PLEISTOCÊNIOCO
MODIFICADO - (PLANÍCE)
SILTES ARGILOSOS OUARENOSOS, INTERCALADOS POR
CAMADAS DE AREIA (FINA, MÉDIA, GROSSAS, COM
PEDREGULHOS)
AREIAS (FINAS, MÉDIAS, GROSSAS, COMPEDREGULHO)
TERRAÇO MARINHO PLEISTOCÊNIOCO
MODIFICADO
ALHEIROS
(1995)
Fonte – A autora (2019)
– Considerando a localização das obras:
13. RESULTADOS E DISCUSSÃO
• Análise dos perfis típicos por tipo de material:
TIPODEMATERIAL DESCRIÇÃODOMATERIAL OBRA BAIRRO PROFUNDIDADE(M) ESPESSURA(M) N°GOLPES
OBRA1 CASAAMARELA 12,85a13,30 0,45 45/7
9,50a11,85 2,23 45/9
13,63a14,93 1,3 45/3
ROCHA/ALTERAÇÃODE
ROCHA OBRA9 JAQUEIRA
CALCÁRIO/CALCARENITO
Fonte – A autora (2019)
Fonte – A autora (2019)
14. RESULTADOS E DISCUSSÃO
• Analise dos perfis típicos:
TIPO DE MATERIAL DESCRIÇÃO DO MATERIAL OBRA BAIRRO PROFUNDIDADE (M) ESPESSURA (M) N° GOLPES
OBRA 3 PARNAMIRIM 9,49 a 10,05 0,56 45/1
OBRA 5 CASA AMARELA 1,30 a 1,80 0,5 20/5
OBRA 6 TAMARINEIRA 20,8 FINAL DE SONDAGEM 30/4
3,70 a 4,50 0,8 20/5
13,55 a 14,00 0,45 50/1
ROCHA/ALTERAÇÃO DE
ROCHA
OBRA 8 CASA AMARELA
ARENITO
Fonte – A autora (2019)
Fonte – A autora (2019)
15. RESULTADOS E DISCUSSÃO
• Analise dos perfis típicos:
TIPO DE MATERIAL DESCRIÇÃO DO MATERIAL OBRA BAIRRO PROFUNDIDADE (M) ESPESSURA (M) N° GOLPES
OBRA 3 PARNAMIRIM 9,49 a 10,05 0,56 45/1
OBRA 5 CASA AMARELA 1,30a 1,80 0,5 20/5
OBRA 6 TAMARINEIRA 20,8 FINAL DE SONDAGEM 30/4
3,70 a 4,50 0,8 20/5
13,55a 14,00 0,45 50/1
ROCHA/ALTERAÇÃO DE
ROCHA
OBRA 8 CASA AMARELA
ARENITO
Fonte – A autora (2019)
Fonte – A autora (2019)
16. RESULTADOS E DISCUSSÃO
• Analise dos perfis típicos:
TIPO DE MATERIAL DESCRIÇÃO DO MATERIAL OBRA BAIRRO PROFUNDIDADE (M) ESPESSURA (M) N° GOLPES
Areia fina concrecionada, marrom,
de compacta a muito compacta.
OBRA 2 TAMARINEIRA 1,30 a 3,45 2,15 15/3
Silte arenoso, concrecionado, cinza
escuro, muito compacto.
OBRA 4 CASA AMARELA 12,00 a 14,25 2,25 30/8
MATERIAL
CONCRECIONADO
Fonte – A autora (2019)
Fonte – A autora (2019)
17. RESULTADOS E DISCUSSÃO
• Analise dos perfis típicos
TIPO DE MATERIAL DESCRIÇÃO DO MATERIAL OBRA BAIRRO PROFUNDIDADE (M) ESPESSURA (M) N° GOLPES
Areia média e fina siltosa com pedregulhos, cinza
clara, compacta.
OBRA 7 TAMARINEIRA 3,95 a 5,85 1,9 30/12
Areia fina e média siltosa, muito argilosa com
pedregulhos, cinca, compacta.
OBRA 10 JAQUEIRA 12,46 a 14,37 1,91 39
MATERIAL MUITO
COMPACTO/DURO/RIJO
Fonte – A autora (2019)
Fonte – A autora (2019)
20. RESULTADOS E DISCUSSÃO
• Analise estatística
– Profundidade da camada resistente
Profundidade (m) Ocorrência Taxa de Ocorrência (%)
0 a 12 48 28,9
12 a19 81 48,8
>19 37 22,3
TOTAL 166 100,0
Fonte – A autora (2019)
Fonte – A autora (2019)
21. RESULTADOS E DISCUSSÃO
• Analise estatística
– Espessura da camada resistente
Fonte – A autora (2019)
23. CONCLUSÕES
• As camadas resistentes encontradas foram rochas,
alteração de rochas, areias e siltes arenosos
compactos a muito compactos, siltes e argilas
duros/rijos.
• Considerando os parâmetros descritos nas sondagens
as camadas eram das formações geológicas
Gramame, Beberibe, Barreiras, Terraço Marinho
Pleistocênico e Terraço Marinho Pleistocênico
Modificado.
24. • As camadas resistentes estavam concentradas a uma
profundidade intermediaria (12-19m), com espessura
média de 2,2m, a espessura máxima em geral não
ultrapassou 5m.
• A ocorrência de rochas e alteração de rochas
representou a menor parcela dos tipos de camadas
resistentes encontradas.
• A partir do estudo realizado foi possível conhecer
um pouco mais do subsolo do Recife e colaborar
com os dados geológico-geotécnicos da cidade.
CONCLUSÕES
25. REFERÊNCIAS
• ALHEIROS, Margareth; FERREIRA, Maria da Graça; LIMA FILHO,
Mario. Mapa Geológico do Recife. Recife 3ª Divisão de Levantamento/
MEx ,1995.
• GUSMÃO FILHO, Jaime de Azevedo. Contribuição à prática de
fundações: a experiência do Recife. Recife, 1995. Tese para Concurso
de Professor Titular UFPE.
• OLIVEIRA, Joaquim, Perfis típicos do subsolo na planície do Recife –
Brasil: estudo de caso. Recife,2008. Disponível em:
<https://www.abms.com.br/wp-content/uploads/2014/04/NRNE-Artigo-
perfis-GEO2008-Portugal.pdf>. Acesso em:01 nov. 2018.
• VELOZO, Liliane. Metodização do Estudo das Fundações para
Suportes de Linhas de Transmissão. Rio de Janeiro, 2010. Tese de
Doutorado PUC-Rio. Disponível em: <www.civ.puc-rio.br/wp-
content/view/down_pdf.php?pdf=../pdf/2010...pdf>. Acesso em:31 out.
2018.